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Gustavo Moreno T19 Aula 09: Demência Fronto-Temporal: Introdução: -1892, Arnold Pick -A degeneração lobar frontotemporal tem 3 variantes: demência frontotemporal, a afasia progressiva não fluente e a demência semântica -As demências frontotemporais (DFTs) são a 2º doença neurodegenerativa primária mais frequente que acomete o cérebro (depois da doença de Alzheimer) em adultos < 65 anos de idade. -Obs: se fosse > 65 anos seria a demência vascular -Parkinsonismo e doença do neurônio motor podem ocorrer durante a doença. Obs - Alterações psiquiátricas → alteração da região frontal (comportamento) Obs – Pega uma faixa etária pouco mais jovem dos pacientes*** Sintomas precoces: -Os sintomas que mais chamam a atenção incluem alterações progressivas da personalidade com embrutecimento do comportamento social, dificuldades na auto regulação (de emoções, impulsos e comportamento) e dificuldades na linguagem -Picos de incidência em torno dos 60 anos. Epidemiologia: -As melhores estimativas da frequência de DFT são oriundas de estudos no Reino Unido, Países Baixos e Canadá. Em Cambridge, no Reino Unido, demonstraram uma prevalência de 15 casos por 100.000 adultos entre 45 e 64 anos de idade. -5 a 15% das demências, sendo mais comum antes dos 65 anos -A idade média encontrada foi de 52 anos -Mais nos sexos masculino.** -Consultas de psiquiatria (devido a alterações comportamentais) Fisiopatologia: -A DFT é frequentemente familiar (25 - 50%) e usualmente com herança autossômica dominante. *** -As mutações nesse gene MAPT (proteína TAU associada aos microtúbulos que levam a degeneração dos neurônios) e no gene PGRN (progranulina), ambos (MAPT e PGRN) localizados no cromossomo 17.**** -Degeneração dos neurônios*** -Mutações no cromossomo 3 e 9** -É uma doença degenerativa** -As etapas que ocorrem desde as mutações nos genes MAPT (proteína TAU associada aos microtúbulos) ou PGRN que determina as características clínicas e à formação de corpo de inclusão são pouco compreendidas → por esse motivo que até hoje não tem tratamento -Não se sabe porque pega essa região fronto-temporal Patologia: Perda neuronal cortical difusa sendo mais acentuada nos lobos frontal e temporal Corpúsculos de PIC (lesões) levam a morte neuronal, principalmente na região frontal e temporal Quadro clínico: -Alterações da personalidade manifestadas pela inobservância das convenções sociais, aparência desleixada, impaciência e irritabilidade, disputa argumentativa comentários libidinosos e indiscretos. -Comportamentos infantis e impulsivos, perda de empatia e preocupação com outras pessoas, compulsões e adesão rígida a rotinas. -Na DFT, as alterações de personalidade, linguagem, hábitos e atividades, geralmente precedem o desenvolvimento do comprometimento de memória, desorientação ou apraxias. -História de falta de cuidados pessoais e abandono de trabalho, atividades e contatos sociais. -Hábitos alimentares alterados. -Alucinações e delírios são raros, mas pode haver delírios bizarros de ciúmes e religiosos -Comportamentos estereotipados como movimentos repetitivos -Sinais e sintomas parkinsonianos podem estar em 20% (na fase mais tardia da doença) -Ansiedade, hipocondria e depressão, podem ser prodrômicos -Hipersexualidade, excentricidade, déficits de atenção, hiperoralidade -Presença de reflexos primitivos como o de sucção, glabecular, preensão e orbicular da boca em fases mais avançadas -Pior desempenho em fluência verbal que a DA -Incontinência urinária e fecal (na fase mais tardia da doença) Teste cognitivos: -10CS -Mini mental -Moca teste (alta escolaridade) -Teste de fluência verbal -Avaliação neuropsicológica (+ importante nesse caso) Exames complementares: -Laboratoriais (afastar possibilidades de síndromes demenciais tratáveis) -TC crânio (atrofia frontotemporal) -RM de encéfalo (atrofia frontotemporal) -Spect e PET – não marca a hipoperfusão focal dos lobo frontal e/ou frontal e temporal anterior, frequentemente assimétrica, mas marca o metabolismo -Obs – imagem é solicitar devido aos diagnósticos diferenciais!! -Obs – TC e RNM podem ser normais no início da doença!! Diagnóstico diferencial: -Doença de Alzheimer** -Demência por corpos de lewy → caracterizada pela predominância de amnésia, flutuação na cognição, alucinações visuais e parkinsonismo nos estágios precoces da doenças. -Depressão bipolar – mania surge tardiamente pode ser atribuída a doenças cerebrais (cerebrovascular, trauma, neoplasia, supressão de medicamento e/ou intoxicação) -Depressão maior -Demência vascular (alteração de memória desde o início) -Tumores cerebrais Tratamento: -Não há um tratamento específico -Tratar as alterações psiquiátricas -Usar: benzodiazepínicos ou neurolépticos ⇒ para a irritabilidade ajudam inquietação, agitação e agressividade. Obs – lembrar que o benzodiazepínico é em último caso/opção -ISRS ⇒ para compulsões que dominem ou interfiram de modo significativo na rotina diária -Mirtazapina ⇒ é indicada para perturbações do sono; lembrar que pode aumentar a compulsão alimentar. Zolpidem, trazodona e clonazepam também podem ser considerados, mas os benzodiazepínicos são o último recurso! -Amantadina ⇒ para distraibilidade, perseveração e inquietação. -Divalproato de sódio ⇒ para euforia, excitabilidade, mania, impulsividade, irritabilidade e inquietação persistente, agitação e agressão. -Topiramato ⇒ para avidez alimentar -Auxílio aos cuidadores, rede de suporte -Cuidados paliativos no fim da vida. Prognósticos: -Pacientes com variantes comportamentais progridem rapidamente, ao passo que aqueles com demência semântica progridem mais lentamente. -A sobrevida mediana é de 80 meses após o diagnóstico -Sobrevida é menor comparada com a doença de Alzheimer!! -Comparados com pacientes com DA, os pacientes com DFT têm sobrevida menor e declínio cognitivo e funcional mais rápido. -A sobrevida parece ser mais curta em pacientes com parkinsonismo e naqueles com a doença do neurônio motor.
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