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UNIDADE VIA CORPVS ESTÁGIO III / CÍVEL / TURNO NOITE HORÁRIO: DAS 18:00 ÀS 20:00 (QUINTA) PROFº MARCEL MOTA PEÇA 1 - AÇÃO DE REITEGRAÇÃO DE POSSE ALUNO: WALLACE DO VALE SOUSA MATRÍCULA: 202102039118 AO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE FORTALEZA/CE. MARIA HELENA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da carteira de identidade nº..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., residente e domiciliada na Rua ..., n°..., bairro ..., CEP ..., na cidade..., no estado..., titular do endereço eletrônico ..., vem por intermédio de seu advogado subscrito (procuração anexa), com endereço profissional na Rua ..., n° ..., bairro..., CEP..., na cidade..., no estado..., endereço eletrônico, vem respeitosamente perante a Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 560 e 562 CPC c/c 1.210 do CC, ajuizar AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/ PEDIDO LIMINAR Pelo procedimento especial, contra a OFICINA MECÂNICA, pessoa jurídica de direito privado, nacionalidade, inscrita sob CNPJ/MF n° ..., com endereço na Rua ..., n° ..., bairro..., CEP n° ..., endereço eletrônico ..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. DA JUSTIÇA GRATUITA Requer a Vossa Excelência a concessão do benefício da gratuidade de justiça, uma vez que o pagamento de custas e despesas processuais prejudica o sustento do Autor, bem como o de sua família, com base nas Leis n° 1.060/50 e n° 7.115/83 c/c o artigo 5°, LXXIV, da Constituição Federal, razão pela qual é assistido pela Defensoria Pública do Estado. DA LIMINAR POSSESÓRIA Tendo a autora ajuizado a presente demanda dentro do prazo de ano e dia do esbulho praticado pelo réu, impõe-se a expedição do mandado liminar de reintegração de posse, nos termos do artigo 562 Código de Processo Civil. Vejamos: “Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que Designada.” Portanto, se faz cabível e necessária à concessão da MEDIDA LIMINAR DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, sem a necessidade de oitiva do réu, a fim de que possa ser restituída a situação de pleno direito da autora. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO Conforme, atendendo o disposto no artigo 319, inciso VII, do Código de Processo Civil, a parte autora, vem informar que tem interesse na audiência de conciliação ou mediação. DOS FATOS Em 16.01.23, Maria Helena, deixou seu veículo na oficina para reparos no motor, cuja a mesma sustenta que o serviço não deveria ser pago, pois estaria coberto pela garantia contratual. Por sua vez, a concessionária alega que serviço deve ser pago, pois o conserto se tornou necessário em razão do uso de combustível de má qualidade. Em 15.02.2023, a oficina reteve o bem por falta de pagamento, como a autora foi impossibilitada de recebê-la seu automóvel, perante a ré, porém, não teve êxito, de forma que não teve nenhuma alternativa. Em razão disso, a autora pretende o ajuizamento da ação de reintegração de posse, assim sendo, reaver o bem que fora esbulhado. DO DIREITO Mediante o caso concreto, é necessário citar o conceito de possuidor de um bem, que, de acordo com o artigo 1.196 do CC, se define como aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade, portanto, a parte ré não se enquadra no conceito predisposto na legislação. É importante citar, que a Oficina Mecânica possui apenas a detenção do bem, tendo em vista que está apenas conservando a posse, em nome da possuidora, conforme dispõe o artigo 1.119 do CC. Sendo assim, a parte ré não se encontra respaldada pelo disposto do artigo 1.219 do CC, pautando-se nas benfeitorias feitas no veículo, pois, conforme os artigos mencionados anteriormente, a parte ré não é possuidora de boa-fé do bem, e sim uma mera detentora, logo, não é cabível a retenção do bem. Diante dos fatos mencionados, é evidente que retenção do bem pela parte ré é indevida, caracterizando claramente um esbulho sobre o veículo, o qual ocorre quando é impedido o direito de posse do possuidor, contra a sua vontade. Portanto, detém à parte Autora, o direito de reintegração da posse do veículo, tendo como preceito o artigo 560 do CPC/15, c/c o artigo 1.210 do CC, juntamente com seu §1°. Art. 560 CPC: O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho. Art. 1.210 CC: O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Vale destacar também, o entendimento jurisprudencial majoritário em referência ao tema: RECURSO ESPECIAL. CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. VEÍCULO. REPARO. SERVIÇO CONTRATADO. PAGAMENTO. RECUSA. DIREITO DE RETENÇÃO. CONCESSIONÁRIA. BENFEITORIA. IMPOSSIBILIDADE. POSSE DE BOA-FÉ. AUSÊNCIA. DETENÇÃO DO BEM. 1. A controvérsia a ser dirimida no recurso especial reside em definir se a oficina mecânica que realizou reparos em veículo, com autorização de seu proprietário, pode reter o bem por falta de pagamento do serviço ou se tal ato configura esbulho, ensejador de demanda possessória. 2. O direito de retenção decorrente da realização de benfeitoria no bem, hipótese excepcional de autotutela prevista no ordenamento jurídico pátrio, só pode ser invocado pelo possuidor de boa-fé, por expressa disposição do art. 1.219 do Código Civil de 2002. 3. Nos termos do art. 1.196 do Código Civil de 2002, possuidor é aquele que pode exercer algum dos poderes inerentes à propriedade, circunstância não configurada na espécie. 4. Na hipótese, o veículo foi deixado na concessionária pela proprietária somente para a realização de reparos, sem que isso conferisse à recorrente sua posse. A concessionária teve somente a detenção do bem, que ficou sob sua custódia por determinação e liberalidade da proprietária, em uma espécie de vínculo de subordinação. 5. O direito de retenção, sob a justificativa de realização de benfeitoria no bem, não pode ser invocado por aquele que possui tão somente a detenção do bem. 6. Recurso especial conhecido e não provido. REsp 1.628.385-ES, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 22/8/2017, Informativo 610. No caso mencionado acima, a Terceira turma do STJ, julgou improcedente o recurso pleiteado pelo demandante, que buscou reformular uma decisão do TJ, que deu provimento à reintegração de posse da parte autora; em sua decisão, o STJ argumentou que o veículo entregue à concessionária para a manutenção, não configura a posse da mesma sobre o veículo, e sim a mera detenção, o que não a permite reter o bem. Diante dos fatos e argumento acima mencionados, não se resta dúvida que a pretensão da Autora deve prosperar DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer autora a Vossa Excelência: a) A concessão do benefício da gratuidade de justiça, uma vez que o pagamento de custas e despesas processuais prejudica o sustento do Autor, bem como o de sua família, com base nas Leis n° 1.060/50 e n° 7.115/83 c/c o artigo 5°, LXXIV, da Constituição Federal. b) Que seja julgado a procedência do pedido para tornar definitivos os efeitos da liminar pleiteada, com a condenação do réu ao pagamento de indenização por perdas e danos e pelos frutos conforme dispõem os incisos I e II do artigo 555 do Código de Processo Civil. c) A realização da audiência de conciliação ou mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC, devendo o Réu ser intimado parao seu comparecimento. d) Requer a citação pessoal do réu, para que apresente a sua defesa em 15 dias, sob pena de revelia. e) A citação do Réu para integrar a relação processual e, no prazo legal, oferecer contestação à presente, sob pena de revelia e confissão da matéria de fato. f) A juntada da guia de custas devidamente recolhida; g) Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas processuais e nos honorários advocatícios a serem arbitrados pelo Digno Juízo; DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$... (valor expresso em reais). Nestes termos, pede deferimento. Local, (Dia), (Mês) de (Ano). Nome do Advogado... OAB nº /(Sigla do Estado) ...
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