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Domissanitários e saneantes O que são? Substâncias ou preparações destinadas à higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum e no tratamento de água. RDC 47/2013 - Aprova o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação para Produtos Saneantes, e dá outras providências. O desinfetante ideal deve ter alta atividade germicida, matar rapidamente uma ampla gama de microrganismos — incluindo esporos —, ser quimicamente estável, ser eficaz na presença de compostos orgânicos, ser compatível com o material a ser desinfetado, ter a capacidade de penetrar em fendas (desejável), ter baixo custo e ser esteticamente aceitável. A atividade antimicrobiana de desinfetantes apresenta os desinfetantes químicos em ordem decrescente de resistência da atividade germicida contra vários microrganismos. Considerações gerais Bactericida Vs Bacteriostático Bactericidas são aqueles capazes de matar ou lesar irreversivelmente as bactérias. Bacteriostáticos são os que inibem o crescimento e a reprodução bacteriana sem provocar sua morte imediata, sendo reversível o efeito, uma vez retirada a droga. Antisséptico Substância química usada nos tecidos vivos. Objetivo: matar ou inibir o crescimento de microrganismos de maneira segura para o indivíduo. Antissépticos não podem proporcionar os mesmos fatores de morte usuais aos desinfetantes. São chamados de “desinfetantes de pele”, porém cuidados são requeridos ao se avaliar sua expectativa de eficácia. Desinfetante Compreende um dos diversos grupos de agentes químicos que reduzem o número de microrganismos. International Organization for Standardization (ISO) ISO 13408-1: Aseptic processing of health care products – Part 1: General requirements (ISO, 2008) define desinfetante como “um agente químico ou físico que inativa microrganismos vegetativos, mas não necessariamente esporos altamente resistentes”. Variam em seu espectro de atividade, modo de ação e eficácia. Alguns são bacteriostáticos e causam injúrias no metabolismo, de forma que paralisam o crescimento da população bacteriana. Pode causar mudanças seletivas e Domissanitários e saneantes reversíveis à célula por interação com o ácido nucleico, inibição de enzimas e penetração na parede celular. Uma vez sendo o desinfetante removido ou neutralizado, a população bacteriana pode se desenvolver novamente. Outros desinfetantes são bactericidas que destroem as células bacterianas com mecanismos físico-químicos irreversíveis, incluindo danos estruturais à célula, extravasamento e coagulação do citoplasma e lise da célula. Agente químico usado para limpeza de equipamentos ou superfícies, para remoção de matéria orgânica não desejada. Atuam penetrando na sujeira e reduzindo a tensão superficial, que fixa a sujeira na superfície, para permitir sua remoção. Os microrganismos encontrados nas superfícies de sólidos podem ser muito resilientes à remoção e resistentes à desinfecção. Podem conter diferentes cargas de íons, os quais podem causar repelência aos microrganismos. Essa repulsão causa a dissociação dos microrganismos da superfície e os torna suspensos. Os microrganismos suspensos podem ser removidos da superfície pelo efeito da lavagem do detergente (ou subsequente água de lavagem) ou serem destruídos pela aplicação dos desinfetantes. Detergente Limpeza Muitos detergentes possuem aditivos químicos em sua formulação que podem apresentar características desinfetantes Sanitizante São compostos que reduzem, porém não eliminam completamente o número de microrganismos em superfícies inanimadas. Os sanitizantes não são substituídos pelos desinfetantes, por frequentemente apresentarem menor eficácia. São referência, no sentido de trazerem os microrganismos a um nível sanitário ou higiênico, mas não indicam, intrinsecamente, a remoção ou a letalidade de grandes números de microrganismos. É o processo de remoção de resíduos e sujeiras de superfícies. A limpeza pode ser realizada com o uso de swabs, para detectar níveis de carbono orgânico total (TOC), ou empregando água de lavagem, para enumerar os microrganismos. Este processo envolve métodos definidos de aplicação e frequente utilização de um detergente. Para salas limpas, tais passos são necessários antes da aplicação de desinfetantes. É essencial que a superfície, ou item de equipamento, tenham sido limpos apropriadamente antes da aplicação do desinfetante para Domissanitários e saneantes que ele desempenhe eficazmente sua função. O próprio processo de limpeza pode ser uma forma de desinfecção, sendo capaz de remover ou diluir a população microbiana, mesmo porque muito detergentes agregam, como aditivos, desinfetantes. Níveis de desinfecção Sabão que podem ser imersos, além das superfícies. É altamente INFLAMÁVEL. Hipoclorito de sódio Álcool 70% Muito eficaz. A vantagem deste produto é que possui ação rápida, não deixa resíduos ou manchas, não é corrosivo e é de baixo custo. É bom para desinfetar pequenos equipamentos ou dispositivos Na concentração de 0.5% é um produto corrosivo, à semelhança da água sanitária cuja concentração de hipoclorito é maior (2,0% e 2,5%), podendo causar lesões severas dérmicas e oculares. Portanto, devem ser tomadas as precauções necessárias de proteção individua durante os procedimentos de desinfecção. A aplicação de hipoclorito de sódio sobre superfícies metálicas pode levar à oxidação, de forma que, podem ser usados outros produtos nos locais onde há predominância de metal. É instável após diluição e pode ser desativado pela luz, pelo que se recomenda a utilização imediata após a diluição. Não deve ser misturado com outros produtos, pois o hipoclorito de sódio reage violentamente com muitas substancias químicas. Os produtos utilizados comumente para a fabricação do sabão comum são o hidróxido de sódio ou potássio (soda cáustica ou potássica) além de óleos ou gorduras animais ou vegetais Domissanitários e saneantes Quaternário de amônio Peróxido de hidrogênio com pH alcalino. Concentrações para uso: a concentração de 2% é recomendada para o pH alcalino para desinfecção de alto nível. Soluções alcalinas são fornecidas como solução ácida, ativada com a adição de um tampão alcalino. Uma vez ativada, a solução passa a ter pH alcalino, o que reduz a vida de prateleira para 14 dias pós-ativação. Há também formulações que permitem prazos de validade maiores, de 28 dias. Modo de ação: age sobre microrganismos causando alquilação dos componentes celulares que alteram a síntese proteica de DNA e RNA. Formaldeídeo Glutaraldeídeo São amplamente empregados nas indústrias de cosméticos, farmacêutica e domissanitária, tanto em produtos domésticos com propriedades desinfetantes e cosméticas, quanto em medicamentos. Pode causar irritação de pele e das vias respiratórias e sensibilização dérmica, mas não é corrosivo. Os trabalhadores que se expõem constantemente aos produtos devem ser apropriadamente protegidos pelo potencial de hipersensibilidade. Tem a vantagem de não corroer os metais. De baixo custo. Solução aquosa (formalina é uma solução de formaldeído a 40% estabilizada). Indicações: em virtude de seus efeitostóxicos e irritantes, a formalina sob qualquer apresentação está excluída da lista de desinfetantes na América do Norte desde 1996. O uso de soluções de formaldeído deve ser desestimulado pelos efeitos prejudiciais à saúde produzidos por essa substância química. Modo de ação: produz inativação dos microrganismos por meio de alterações na síntese de ácidos nucleicos Composto de aldeído disponível em soluções ácidas ou alcalinas. As soluções ácidas são estáveis e não exigem ativação, mas têm atividade mais lenta do que as soluções tamponadas alcalinas. Por isso, não são tão amplamente usadas quanto as soluções Agente oxidante usado para desinfecção de alto nível. Domissanitários e saneantes Avaliação microbiológica de saneantes e domissanitários Instruções de uso: o composto peroxigênio 3% comercialmente disponível é um desinfetanteestável e eficaz quando usado em superfícies inanimadas. Era empregado em concentrações de 3 a 6% para desinfecção de lentes de contato gelatinosas, tonômetros, biprismas e ventiladores. Em decorrência de preocupações com a compatibilidade com itens folheados a bronze, zinco, cobre e níquel/prata, deve- se obter a aprovação do fabricante antes de usá-lo com equipamentos que podem apresentar problemas de corrosão, como endoscópios ou centrífugas. O peróxido de hidrogênio não é amplamente usado para desinfecção de endoscópios pelo fato de suas propriedades oxidantes poderem ser nocivas a alguns componentes do endoscópio. Neste método, cilindros de aço inox são contaminados com a bactéria-teste e colocados na presença de diluições do desinfetante. Após 10 minutos, os cilindros são adicionados em meio de cultura para avaliar sua viabilidade. Coeficiente fenólico Diluição em uso Indice de toxicidade É uma medida da toxicidade seletiva do antisséptico. Os testes são feitos em culturas de células e visam verificar a toxicidade do agente químico. O índice é calculado pela seguinte fórmula, sendo que o ideal é que ele não ultrapasse 1.0, pois deve ser mais tóxico Domissanitários e saneantes Exemplos à bactéria que ao tecido. Anotações Antisséptico-teste em células de músculo cardíaco (aves): maior diluição que mata as células de músculo cardíaco em 10 minutos → 1:1.000. Antisséptico-teste em Staphylococcus aureus: maior diluição que mata as bactérias em 10 minutos → 1:10.000. I = 1.000/10.000 = 0,1 Time kill