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Doenças tireoidianas e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

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DOENÇAS TIREOIDIANAS 
→ T3 e T4 são úteis 
para formação de 
tecido muscular e 
massa encefálica, 
além das funções 
termogênicas. 
→ Desenvolvimento 
da tireoide se dá no 
final da 7ª semana. 
HIPERTIREOIDISMO 
→ Estado 
hipermetabólico 
causado pelo 
aumento da função 
da glândula tireoide. 
→ Causas mais 
comuns: 
o Doença de Graves. 
o Bócio multinodular: expressão 
demasiada do receptor para TSH a 
nível de 
glândula. 
o Tireoidite. 
→ Em mulheres 
grávidas, o hormônio 
HCG também 
estimula síntese 
demasiada de T3 e T4. 
DOENÇA DE GRAVES (DG) 
→ Doença autoimune 
que afeta a glândula tireoide. 
→ Causa bócio, hipertireoidismo, oftalmopatia 
e, ocasionalmente, dermopatia. 
→ Aumenta os níveis de tiroxina (T4), levando ao 
hipertireoidismo, ou, em aproximadamente 
10% dos casos, um aumento nos níveis de 
triiodotironina (T3) - possível precursor de 
doenças graves. 
→ Fisiopatologia: macrófagos apresentam 
peptídeos do receptor de tireotropina (TSH) 
a células T helper (CD4+), reconhecendo-o 
como não-self → posterior estimulação dos 
plasmócitos a produzir anticorpos anti-
tireotropina (TRAb) → esses anticorpos 
estimulam a produção de T3 e T4 pelas células 
tireoidianas e se ligam a receptores de 
tireotropina 
dos 
fibroblastos 
periorbitais, 
causando uma 
expansão de 
musculatura 
ocular, 
deixando os 
olhos protusos 
(deslocamento 
do globo ocular 
para frente - 
PROPTOSE). 
BÓCIO NODULAR TÓXICO (BNT) OU DOENÇA DE 
PLUMMER 
→ Segunda causa mais comum de 
hipertireoidismo. 
→ Pode ser uninodular - ADENOMA TÓXICO 
(AT) ou multinodular - BÓCIO 
MULTINODULAR TÓXICO (BMNT - mais 
frequente). 
→ Acomete mulheres mais idosas (> 60 anos). 
→ Presença de nódulos tireoidianos produtores 
de hormônios tireoidianos - nódulos 
autônomos que independem do nível de TSH. 
→ Resulta de uma mutação no gene do 
RECEPTOR DO TSH (TSHR), que leva a 
ativação constitutiva desse receptor 
(independe da ligação ao respectivo 
agonista) na ausência do TSH → hiperfunção 
e expansão clonal (crescimento) das células 
foliculares → desenvolvimento posterior de 
nódulos hiperfuncionantes. 
→ Pacientes com bócio nodular tóxico não 
apresentam as manifestações autoimunes ou 
os anticorpos circulantes (TRAb) observados 
na doença de Graves. 
→ Os níveis de T3, T4 total ou T4 livre estarão 
elevados e o TSH diminuído. 
DOENÇA INFLAMATÓRIA DA TIREOIDE 
(TIREOIDITE) 
SUB AGUDA 
→ Resulta de alterações destrutivas da glândula 
e da liberação dos hormônios armazenados, 
ocorrendo posteriormente o 
hipotireoidismo. 
→ Caracterizada por tireoidite de células 
gigantes, tem etiologia viral (caxumba, 
adenovírus, influenzae, entre outros). 
o Apresenta-se com tireoide edemaciada e 
dor com irradiação para garganta, 
ouvidos e mandíbula. 
AGUDA 
→ Condição rara e desencadeada por infecção 
bacteriana, fúngica, micobactérias e 
tuberculose. 
o Não bacterianas acometem geralmente 
imunodeprimidos e pacientes 
imunossuprimidos. 
CRÔNICA: TIREOIDITE DE HASHIMOTO 
→ Células 
TCD4 induzem a 
formação de 
células TCD8. 
o Essas 
células causam a 
destruição celular 
tireoidiana por 
citotoxicidade. 
o Essas 
células também 
são capazes de 
ativar Fas/FasL que 
induzem 
destruição das 
células foliculares 
tireoidanas por 
apoptose. 
→ Células T 
helper também 
estimulam células 
B a produzirem autoanticorpos específicos 
tireoidianos (4 tipos) que induzem a 
inflamação - citotoxicidade dependente de 
anticorpos. 
o ANTICORPO ANTI-MICROSSOMAL 
o ANTICORPO ANTI-TIREOGLOBULINA 
(anti-TG) 
o ANTICORPO PARA RECEPTOR DE TSH 
o ANTICORPO PARA TRANSPORTADOR DE 
IODO 
→ Todas essas 3 vias culminam na liberação de 
mediadores inflamatórios que amplificam a 
destruição celular (inflamação crônica - perfil 
celular mononuclear - macrófago, TCD4 e 
TCD8). 
o Destruição do parênquima da tireoide, 
fibrose e infiltração linfoide. 
→ Tecido tireoidiano é altamente especializado, 
logo, não há regeneração completa - fibrose 
local. 
o Paciente cursará com hipotireoidismo 
posteriormente. 
HIPOTIREOIDISMO 
→ Causado pela deficiência dos hormônios 
tireoidianos. 
→ Hipotireoidismo pode ser: 
o PRIMÁRIO: acometimento da glândula 
tireoide (congênito, tireoidite de 
Hashimoto, pós tratamento de DG, após 
tratamento com radioiodo ou cirurgia 
para hipertireoidismo ou bócio). 
o SECUNDÁRIO: disfunção na hipófise 
(produz TSH insuficiente). 
o TERCIÁRO: disfunção no hipotálamo 
(produz TRH insuficiente). 
ATIVIDADE METABÓLICA NO HIPOTIREOIDISMO E 
HIPERTIREOIDISMO 
 
→ Hipotireoidismo primário: 
o NÚCLEO PARAVENTRICULAR (PVH) do 
hipotálamo é estimulado pela ↓ de T3 → 
inibição do sistema nervoso simpático → 
↓ da noradrenalina (NA) → redução da 
lipólise (aumento de gordura) → 
aumento da expressão de tecido adiposo 
branco (altamente pró-inflamatório). 
o Haverá também a diminuição da 
termogênese, da captação de glicose 
pelo músculo e da gliconeogênese pelo 
fígado. 
→ Hipertireoidismo primário: 
o Aumento da lipólise (aumento de 
receptores β-adrenérgicos no tecido 
adiposo, o que aumenta a sensibilidade 
às catecolaminas - agentes lipolíticos) e 
da termogênese. 
o Aumento da captação de glicose pelo 
músculo: T3 aumenta a translocação de 
GLUT4 para a membrana plasmática no 
músculo esquelético e tecido adiposo, o 
que está associado a uma melhor 
tolerância à glicose. 
o Aumento da gliconeogênese pelo fígado 
→ essa gliconeogênese supera a 
captação de glicose sanguínea pelas 
células. 
• Hipertireoidismo se confunde com 
Diabetes pela hiperglicemia e 
sintomatologia semelhante. 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) 
→ Doença crônica, não transmissível (DCNT) 
definida por níveis pressóricos, em que os 
benefícios do tratamento (não 
medicamentoso e/ou medicamentoso) 
superam os riscos. 
→ Caracterizada por elevação persistente da 
pressão arterial (PA): PA sistólica (PAS) ≥ 140 
mmHg e/ou diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg, 
medida com a técnica correta, em pelo 
menos duas ocasiões diferentes, na ausência 
de medicação anti-hipertensiva. 
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA 
→ Regulação da pressão arterial. 
→ Quando o volume sanguíneo está reduzido, 
as células granulares do aparelho 
justaglomerular (arteríola aferente) 
identifica ↓ PA e secretam RENINA, 
responsável por transformar 
ANGIOTENSINOGÊNIO (produzido pelo 
fígado) em ANGIOTENSINA I → ECA, por sua 
vez, transforma ang I em ANGIOTENSINA II → 
essa ang II 
age 
estimulando o córtex da adrenal (zona 
glomerulosa) a liberar ALDOSTERONA que 
permite a retenção de sódio e água pelos 
néfrons (aumento do volume), além de 
excreção de potássio → aumento da PA. 
CAUSAS SECUNDÁRIAS DE HAS 
→ HIPERTENSÃO PRIMÁRIA é responsável por 
85% dos casos. 
o Causa multifatorial: estilo de vida, fatores 
ambientais, sociais e 
genéticos/epigenéticos associados. 
→ HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA (HAS-S): causa 
associada - maioria endócrina; possui 
prevalência de apenas 3 a 5%; tratamento da 
causa base pode melhorar pressão. 
HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO (HAP) 
→ Produção autônoma de aldosterona pelo 
córtex adrenal (decorrente de hiperplasia, 
adenoma e carcinoma) - defeito primário. 
→ O aumento da aldosterona leva à espoliação 
do potássio em troca da maior reabsorção do 
sódio. 
FEOCROMOCITOMAS E PARAGLIOMAS 
→ São tumores raros neuroendócrinos de 
células cromafins - produtoras de 
catecolaminas na medula adrenal 
(FEOCROMOCITOMAS) ou em regiões extra-
adrenais (PARAGANGLIOMAS). 
o Ação das catecolaminas: vasoconstricção 
e estimulação da renina, ativando, 
consequentemente, o SRAA → aumento 
da PA. 
HIPERTIREOIDISMO 
→ A resistência 
vascular 
sistêmica 
diminui à 
medida que o 
T3 e T4 dilata 
as arteríolas 
da circulação 
periférica → 
estimulação 
da liberação 
de renina 
(aumento da 
expressão gênica) e ativação do SRAA → 
aumenta o volume sanguíneo circulante. 
→ Hormônios tireoidianos apresentam efeitos 
inotrópicos e cronotrópicos no coração - 
aumento da frequência cardíaca 
(taquicardia), da amplitude depulso e do 
débito cardíaco (aumento da massa VE e da 
contratilidade cardíaca). 
→ Ambos mecanismos culminam numa 
HIPERTENSÃO SISTÓLICA. 
HIPOTIREOIDISMO 
→ Associado ao 
aparecimento da HIPERTENSÃO 
DIASTÓLICA. 
→ Efeito cronotrópico 
negativo no coração (bradicardia), 
associado a isso, a diminuição do 
enchimento ventricular e da 
contratilidade cardíaca levam a um baixo 
débito cardíaco → redução da perfusão 
periférica. 
o O rendimento 
cardíaco reduzido, 
faz aumentar a 
resistência vascular 
periférica. 
→ No 
hipotireoidismo, há 
hipercolesterolemia, 
aumento da 
inflamação → 
formação de placas 
ateroscleróticas → 
aumento da rigidez 
arterial → aumento 
da resistência 
vascular sistêmica. 
SÍNDROME DE CUSHING 
→ Provocada pelo excesso de cortisol → esse 
hormônio tem ação nos receptores de 
aldosterona nos 
néfrons, que 
aumenta a 
retenção de sódio e 
água promovendo 
expansão de 
volume sanguíneo 
→ HAS (80%). 
ACROMEGALIA 
→ Decorre do excesso de hormônio de 
crescimento (GH) no adulto produzido por 
um adenoma hipofisário ou tumor 
hipotalâmico. 
→ O desenvolvimento da hipertensão pode ser 
atribuído a 
um efeito 
combinado 
de um 
excesso 
crônico de 
GH/IGF-1 em 
diferentes 
sistemas: 
o Expansão 
do 
volume do líquido extracelular: 
• GH estimula o transporte de sódio no 
néfron distal via ENaC. 
• GH estimula o aumento dos níveis de 
aldosterona. 
• IGF-1 inibe a natriurese por redução 
da secreção do peptídeo natriurético 
atrial (ANP). 
o Aumento da resistência vascular 
periférica: GH e IGF-1 causa remodelação 
hipertrófica das pequenas artérias 
subcutâneas de resistência - aumento 
mais aparente da PA diastólica. 
o Desenvolvimento da SÍNDROME DA 
APNEIA DO SONO (SAS) - causada por 
alterações anatômicas no sistema 
respiratório dos pacientes com 
acromegalia. 
SÍNDROME DA APNEIA E HIPOPNEIA OBSTRUTIVA DO 
SONO (SAHOS) 
→ Obstrução completa (apneia) ou parcial das 
vias aéreas superiores durante o sono. 
→ A hipertensão é desencadeada, pois 
pacientes com SAHOS tem atividade 
simpática aumentada, diminuição na 
sensibilidade dos barorreceptores 
(responsáveis por diminuir a pressão), 
hiperresponsividade vascular e alteração no 
metabolismo do sódio e água. 
→ Além disso, durante os períodos de apneia 
ocorrem hipoxemia e acidose que estimulam 
os quimiorreceptores carotídeos causando 
vasoconstrição e aumento da resistência 
vascular periférica. 
→ Outros mecanismos envolvidos com a HAS, 
são o aumento dos marcadores 
inflamatórios, inflamação sistêmica, 
aumento na produção de espécies reativas 
de oxigênio e disfunção endotelial. 
 
COARCTAÇÃO DA AORTA 
→ Estreitamento do lúmen da aorta. 
→ Manifesta-se por níveis mais elevados de 
pressão arterial dos membros superiores em 
comparação aos membros inferiores. 
→ Acomete mais jovens adultos do sexo 
masculino. 
HIPERTENSÃO RENOVASCULAR 
→ Caracteriza-se por elevação da pressão 
arterial decorrente de oclusão parcial ou 
completa de uma ou mais artérias renais ou 
de seus ramos. Com isso, ocorre uma 
hipovolemia e a ativação do SRAA. 
→ A hipertensão arterial é inicialmente muito 
grave, associada a piora da função renal, ou 
altamente refratária a tratamento 
medicamentoso.

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