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DOENÇAS TIREOIDIANAS, SÍNDROME METABÓLICA E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA REGULAÇÃO HORMONAL DA TIREOIDE: Hipotálamo → hipófise → tireoide TRH, TSH e T3 e T4. Retroalimentação negativa (aumento de T3 e T4 inibem liberação de TSH e TRH). T3 e T4 tem a função de acelerar o metabolismo, produção de energia quebrando macromoléculas (efeito catabólico). HIPERTIREOIDISMO: Estado hipermtabólico causado pelo aumento da função da glândula tireoide. As causas mais comuns gerais incluem: Doença de Graves, Bócio multinodular e Tireoidite. A Doença de Graves é uma doença autoimune que afeta os receptores de TSH na tireoide. É a causa mais comum de hipertireoidismo. O receptor TSHR pode sofrer mutações e favorecer alterações no metabolismo da tireoide (como uma superativação). DOENÇA DE GRAVES: A doença de Graves é classificada como uma doença auto-imune que afeta a glândula tireóide. Causa bócio, hipertireoidismo, oftalmopatia e, ocasionalmente, dermopatia. A doença de Graves é conhecida por aumentar o hormônio estimulador da tireoide (TSH), que aumenta os níveis de tiroxina (T4) (levando ao hipertireoidismo) ou, em aproximadamente 10% dos casos, um aumento nos níveis de triiodotironina (T3). Este último é considerado um possível precursor de doenças graves. Produção de autoanticorpos pelas células B. BÓCIO UNI OU MULTINODULAR TÓXICO (DOENÇA DE PLUMMER): Resulta de mutações do gene do receptor de TSH, causando ativação contínua da tireoide. Pacientes com bócio nodular tóxico não apresentam as manifestações autoimunes ou os anticorpos circulantes observados na doença de Graves. Os níveis de T3, T4 total ou T4 livre estarão elevados e o TSH sensível, supresso, se o paciente apresentar tireotoxicose. DOENÇA INFLAMATÓRIA DA TIREOIDE (TIREOIDITE): -Subaguda: Resulta de alterações destrutivas da glândula e da liberação dos hormônios armazenados, ocorrendo posteriormente o hipotireoidismo. Caracterizada por tireoidite de células gigantes, tem etiologia viral (caxumba, adenovírus, influenzae, entre outros), apresenta-se com tireoide edemaciada e dor com irradiação para garganta, ouvidos e mandíbula. -Aguda: Condição rara e desencadeada por infecção bacteriana, fúngica, micobactérias. Não bacterianas acometem geralmente imunodeprimidos. -Crônica: tireoidite de Hashimoto. HIPOTIREOIDISMO: Causado pela deficiência do hormônio tireoideano. O hipotireoidismo pode ser: • Primário: causado por doença na tireoide (resulta de tireoidite de Hashimoto e pós-terapêutico, após tratamento com radioiodo ou cirurgia para hipertireoidismo ou bócio); • Secundário: causado por doença no hipotálamo ou na hipófise (hipotálamo produz TRH insuficiente ou a hipófise produz TSH insuficiente. Às vezes, a secreção deficiente de TSH decorrente da deficiência de TRH é denominada hipotireoidismo terciário). ATIVIDADE METABÓLICA NO HIPERTIREOIDISMO E HIPOTIREOIDISMO: Centros dorsomedial (DMH), ventromedial (VMH), área pré-óptica (POA) e núcleo paraventricular (PVH). Núcleo arqueado (ARC). NA: noradrenalina. HIPERT pode cursar com diabetes pela alta degradação de insulina e o quadro de hiperglicemia. SÍNDROME METABÓLICA: Compreende um grupo de fatores de risco cardiometabólico (obesidade, resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão) que estão ligados a um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 e doença cardiovascular. AT:tecido adiposo; SAT:tecido adipo subcitâneo; IR:resistência à insulina; DPP4: dipeptidil peptidase 4; Fisiopatologia da NAFLD como um continuum da obesidade à síndrome metabólica e diabetes. Fatores ambientais afetam a expressão de genes, induzindo ganho de peso. Quando a capacidade de expansão do tecido adiposo subcutâneo (TA) é atingida, ocorre um aumento da mobilização de ácidos graxos livres (AGL), resultando em deposição de gordura visceral e ectópica. Um local ectópico é o músculo, onde o aumento da deposição de AGL promove a resistência à insulina (RI), inibindo a captação de glicose mediada pela insulina. Por outro lado, a resistência à insulina AT facilita a lipólise e aumenta o fluxo de FFAs para o fígado, induzindo IR hepática e aumentando a produção de glicose, de novolipogênese hepática, liberação de VLDL e dislipidemia aterogênica. Os AGL transbordam para o pâncreas, causando disfunção das células β por lipotoxicidade, hiperglicemia e diabetes (a hipótese do ciclo dos gêmeos). O aumento da gordura hepática também promove a resistência hepática ao glucagon (GR) sobre o metabolismo dos aminoácidos (AAs), reduzindo a ureagênese e resultando em hiperaminoacidemia. O aumento dos AAs estimula a produção de glucagon para compensar o RG hepático, e um ciclo vicioso é instalado (o eixo fígado-pâncreas). Essa hiperglucagonemia também leva a um aumento na liberação de glicose hepática. O estado global de IR resulta em hiperinsulinemia, que pode aumentar a reabsorção de sódio e aumentar a atividade do sistema nervoso simpático, contribuindo para a hipertensão. AT disfuncional inflamada torna-se mais resistente à insulina e libera adipocinas pró-inflamatórias, enquanto diminui a adiponectina antiinflamatória. No fígado, triglicerídeos e metabólitos tóxicos induzem lipotoxicidade, disfunção mitocondrial e estresse do retículo endoplasmático, levando a danos aos hepatócitos, apoptose e fibrose. Esses hepatócitos disfuncionais sintetizam e secretam a dipeptidil peptidase 4 (DPP4), que promove a inflamação de macrófagos AT e mais RI.Aminoácidos AAs , tecido adiposo AT , DPP4 dipeptidil peptidase 4, ácido graxo livre de FFA , resistência ao glucagon GR , lipoproteína de alta densidade HDL, resistência à insulina IR , lipoproteína de baixa densidade LDL , doença hepática gordurosa não alcoólica NAFLD , tecido adiposo subcutâneo SAT , SNS sistema nervoso simpático, tecido adiposo visceral VAT , VLDL lipoproteína de densidade muito baixa. Setas pontiagudas indicam estimulação ou realce, enquanto extremidades cegas indicam inibição ou repressão. Setas tracejadas indicam redução progressiva em uma via. Redução do lúmen do vaso (placas ateromatosas) e hiperinsulinemia (túbulo renal → reabsorção de sódio): HAS. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso) superam os riscos. Trata-se de uma condição multifatorial, que depende de fatores genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais caracterizada por elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: SISTEMA RENINA – ANGIOTENSINA – ALDOSTERONA: ETIOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: -Primária = 85% dos casos. -Secundária: HAS-S tem prevalência de 3 a 5%. Aumento da aldosterona por massa neoplásica na suprarrenal. Os tópicos a seguir: HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO (HAP): Produção autônoma de aldosterona pelo córtex adrenal (decorrente de hiperplasia, adenoma e carcinoma) O aumento da aldosterona leva à expoliação do potássio (K) em troca da maior reabsorção do sódio (Na). FEOCROMOCITOMA E PARAGANGLIOMAS: São tumores de células argentafins que se localizam na medula adrenal (feocromocitomas) ou em regiões extra- adrenais (paragangliomas), que produzem catecolaminas e se associam a quadro clínicode HAS. A ação das catecolaminas: constringir a vasculatura e estimular a renina, ativando, consequentemente, o sistema renina- angiotensina. HIPERTIREOIDISMO: Caracteriza-se por hipermetabolismo e concentrações elevadas de hormônios tireoidianos livres. HIPOTIREOIDISMO: Caracteriza-se pela queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). SÍNDROME DE CUSHING: Essa síndrome é devida ao excesso de cortisol, que aumenta a retenção de sódio e água promovendo expansão de volume, sendo esse fato um dos fatores da síndrome relacionados com o aparecimento de HAS em cerca de 80%. ACROMEGALIA: Decorre do excesso de hormônio de crescimento (GH) produzido por um adenoma da glândula pituitária ou por liberações do GH em excesso devido a um tumor hipotalâmico. SÍNDROME DA APNEIA E HIPOPNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAHOS): Pacientes com SAHOS: • atividade simpática aumentada; • diminuição na sensibilidade dos barorreceptores; • hiperresponsividade vascular e alteração no metabolismo do sal e água, que podem contribuir para a elevação da pressão arterial; • apneia: hipoxemia e acidose que estimulam os quimiorreceptores carotídeos causando vasoconstrição e consequente aumento da resistência vascular periférica; COARCTAÇÃO DA AORTA: Estreitamento do grande vaso sanguíneo (aorta) que leva o sangue do coração para o corpo. HIPERTENSÃO RENOVASCULAR: Caracteriza-se por elevação da pressão arterial decorrente de oclusão parcial ou completa de uma ou mais artérias renais ou de seus ramos. A hipertensão arterial é inicialmente muito grave, associada a piora da função renal, ou altamente refratária a tratamento medicamentoso.
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