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toxicologia - organofosforados, organoclorados, carbamatos e piretróides

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Toxicologia Avaliação 1 
Aula 1 – Conceitos básicos 
 A toxicologia é de extrema importância tanto para animais de companhia, visto que 
ocorre bastante a chegada de tutores que automedicaram seus animais e acabou levando 
a uma superdosagem ou pela administração de remédios que estes animais não são 
capazes de biotransformar (como o paracetamol para gatos, pela ausência da enzima 
glucuronil transferase). Para grandes animais, principalmente os de produção, o perigo 
acaba sendo revertido ao ser humano visto que esses animais são utilizados para 
alimentação pela carne ou seus derivados e, portanto, devemos evitar resíduos tóxicos 
nestes alimentos. 
 A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes da interação das 
substâncias químicas com o organismo, sendo um estudo quantitativo e qualitativo desses 
efeitos nocivos. Esses efeitos nocivos podem ser por substâncias químicas e agentes 
físicos, incluindo alterações estruturais (lesões anatômicas e histológicas) e de resposta 
(lesões bioquímicas, fisiopatológicas e psíquicas). 
 
Conceitos 
→ Agente tóxico / toxicante: qualquer substância química ou agente físico (raio X, UV 
etc.) que ao interagir com o organismo vivo provoque um efeito nocivo. 
→ Xenobiótico: qualquer substância estranha ao organismo, qualitativa ou 
quantitativamente, não indicando, necessariamente, que provoca efeito nocivo. Se 
provocar algum efeito nocivo também denominamos o xenobiótico de toxicante. 
(nem todo xenobiótico é toxicante). 
→ Toxinas: são substância tóxicas produzidas por seres vivos. 
o Toxinas bacterianas: produzidas pelas bactérias, podem ser classificadas 
em endotoxinas e exotoxinas. 
o Micotoxinas: produzidas por fungos 
o Fitoxinas: produzidas por plantas. 
o Zootoxinas: produzidas por animais. 
▪ Peçonha: quando é transmitida por mordeduras ou ferroadas 
(serpente, cobra, abelha etc.) 
▪ Veneno: se estiver localizada em tecidos, e não em glândulas, 
chamamos de veneno (pele de alguns sapos, asas de borboletas, 
cerdas de taturanas, etc.) 
→ Toxinologia: área da toxicologia que estuda as toxinas. 
 
 
 
Os agentes tóxicos podem ser classificados de diversas maneiras: 
Seu órgão alvo Efeitos nocivos sobre fígado, rim, sistema 
nervoso etc. 
Seu uso ou loca de uso Doméstico, agrícola, industrial etc. 
Sua origem Animal, vegetal, mineral 
Seu efeito nocivo Cancerígeno, mutagênico, corrosivo etc. 
Seu estado físico Gás, líquido, sólido 
Sua estrutura química Aminas aromáticas, hidrocarbonetos 
halogenados etc. 
Seu mecanismo de ação bioquímica Inibidores de colinesterase, 
anticoagulantes etc. 
Seu potencial tóxico Extremamente, moderadamente ou 
levemente tóxico 
 
→ Toxicidade: é a capacidade da substância química de provocar intoxicação (efeito 
nocivo), sendo uma medida relativa do risco de exposição a uma substância, 
dependendo das condições de exposição, tais como: 
o Dose / concentração: quanto ↑ a dose ou concentração do agente tóxico, ↑ a 
possibilidade de resultar em um efeito nocivo. 
o Duração e frequência da exposição: quanto ↑ o tempo de exposição ao 
toxicante, ↑ a disponibilidade química. 
▪ Duração (min, horas), Frequência (aguda, crônica) 
o Vias de exposição: A via que está sendo exposta é extremamente importante, 
como por exemplo, se administrarmos um fármaco com alta dose em um cão 
por via oral e a outro por via intravenosa... o cão que foi pela via IV irá morrer 
rapidamente, já o via oral teríamos maior chance de reverter o quadro. 
o Propriedades físico-quimicas: a lipossolubilidade, estabilidade, constante de 
dissociação, pressão de vapor, e tamanho da molécula são exemplos de 
variáveis que alteram a disponibilidade química do agente tóxico 
(biodisponibilidade) 
o Suscetibilidade individual: devemos nos lembrar que cada caso é um caso e 
todo indivíduo é único, portanto, temos que levar em conta a raça; espécie; 
idade; peso; sexo; genética; prenhez; estado nutricional. 
▪ Os gatos, por exemplo, têm dificuldade em eliminar substâncias que 
necessitam conjugar com o ácido glicurônico, pela deficiência da 
enzima hepática glucuronil transferase. 
Uma maneira utilizada para medir a toxicidade de uma substância é analisando a dose 
que causa morte em 50% da população exposta ao agente, chamada de dose letal 50% 
(DL50), quanto menor for a DL50 maior a toxicidade da substância (inversamente 
proporcional). 
→ Risco: probabilidade da ocorrência de efeitos nocivos pelo uso ou pela manipulação 
de um agente tóxico sob condições específicas. 
 
 
→ Benefício: probabilidade de NÃO ocorrência de dano pelo uso ou pela manipulação 
de um agente tóxico sob condições específicas. 
 
Os fatores que analisamos para saber se o risco é aceitável, é: 
• Benefícios adquiridos do uso da substância 
• Existência de substâncias alternativas que possuam o mesmo uso 
• Extensão conhecida do uso da substância pela população 
• Utilidade, viabilidade econômica, efeitos no meio ambiente e conservação de 
fontes naturais 
 
→ Intoxicação / toxicose: é o estado mórbido causado por um determinado agente 
tóxico, sendo o conjunto de sinais causados por substâncias químicas u por agente 
físico no organismo do animal. 
 
A toxicologia ainda é dividida por diversas áreas que estudam os efeitos nocivos e o 
médico veterinário é importante para muitas delas, sendo elas: 
• Toxicologia ambiental: agentes tóxicos presentes no solo, água, ar 
• Toxicologia ocupacional: substâncias químicas provenientes do ambiente de 
trabalho 
• Toxicologia social: substâncias químicas que levam à alterações de humor e 
comportamento, provocando disfunções do SNC (como o álcool, cocaína, maconha, 
fumo etc.) 
• Toxicologia dos alimentos: estabelece as condições em que os alimentos podem ser 
ingeridos sem causar danos à saúde 
• Toxicologia medicamentosa: substâncias químicas utilizadas em terapêutica 
 
 
 
 
 
Aula 1 – Toxicocinética e Toxicodinâmica 
Os efeitos causados por uma substância no organismo ocorrem por consequência das 
suas características toxicocinéticas e toxicodinâmicas. 
 Toxicocinética 
 estudo quantitativo dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção 
de um organismo vivo exposto a um determinado agente tóxico. Importante sempre 
lembrar que estudamos diversas espécies e que cada uma delas poderão apresentar 
diferenças muito grandes em cada processo. É o caminho que o tóxico faz no organismo e 
os efeitos deletérios causados. 
 O efeito promovido por um agente tóxico está relacionado com a concentração do 
toxicante na biofase (no sítio de ação) e com a espécie. 
 A detecção é feita pela concentração do tóxico e seus metabólitos no sangue, leite e 
urina. 
Absorção: 
série de processos pelos quais uma substância química externa a um ser vivo nele penetra 
sem lesão traumática, chegando até a corrente sanguínea. 
Esse tóxico irá passar por barreiras biológicas, como o epitélio gastrointestinal, endotélio 
vascular e membranas plasmáticas... fazendo com que o tempo que ele demore para 
passar por elas nos possibilite intervir na intoxicação. 
 
Passagem pelas membranas 
A absorção (passagem do medicamento através da membrana) pode ocorrer através de 
transporte passivo ou ativo, sendo que na passiva não há gasto de ATP e na ativa sim. 
 
→ Transporte passivo ou difusão: 
substância química transpõem 
por simples difusão e sem gasto 
de energia. 
o Difusão simples: sai da 
região com maior 
concentração e vai para 
de menor concentração, 
respeitando o gradiente 
de concentração, nesse 
transporte é necessário que as moléculas do soluto sejam apolares e 
apresentem peso molecular compatível com a bicamada lipídica. 
 
 
o Filtração: atravessa as membranas pelos canais presentes na membrana, 
sendo comum na transferência de substâncias de baixo peso molecular, 
hidrossolúvel, polares ou apolares. 
→ Transporte mediado por carreador: transporte feito atravésde carreadores presente 
na membrana que tem capacidade de transportar moléculas ou íons para o interior 
da célula, apresentam características como: saturáveis, especificidade por 
substratos, podem ser inibidos ou ativados por hormônios, necessitam ou não de 
energia. 
o Difusão facilitada: Sem gasto de energia, velocidade maior que a difusão 
simples, e se move de acordo com o gradiente de concentração. 
o Transporte ativo: Há gasto de energia, se move contra o gradiente de 
concentração, exibe alto grau de especificidade estrutural e estereoquimica 
(2 substâncias tentando se transportar r podem inibir uma à outra). 
→ Pinocitose e fagocitose: são processos de absorção nos quais a membrana se 
invagina em torno de uma macromolécula, há gasto de ATP, não necessitam de 
transportadores específicos na membrana. Fagocitose (absorção de partículas 
sólida) e Pinocitose (absorção de partículas líquidas). 
 
Vias de exposição 
As principais vias de exposição são a oral, inalatória e a dérmica, o tempo de absorção irá 
variar em cada uma e é importante ter noção de cada uma para facilitar no processo de 
reversão do quadro. 
A absorção pelo trato gastrointestinal é a mais estudada pela via oral ser a mais comum 
das vias de exposição, os tóxicos podem sofrer modificações pelo pH, pelo tamanho da 
flora bacteriana dos compartimentos... porém uma vez que chega ao intestino ele pode ser 
absorvido com maior facilidade. 
Velocidade de exposição: depende da natureza química do tóxico, agentes lipossolúveis 
são mais facilmente absorvidos que os hidrossolúveis. Além de que a via de exposição 
também interfere nessa velocidade. 
→ Inalatória: via mais rápida, pois o tóxico ultrapassa uma membrana fina, com 
extensa área de absorção e intenso fluxo sanguíneo (ar >epitélio > corrente 
sanguínea), facilitando a intoxicação..., porém se tirar o animal rapidamente e o 
colocar em local ventilado e colocar no oxigênio, tem chance de reverter. 
→ Oral: É a mais comum, sofre influência do pH, tamanho da flora bacteriana dos 
compartimentos e velocidade também depende da natureza química do tóxico (lipo 
ou hidrossolúvel). 
→ Dérmica: extremamente vagarosa pois ocorre transferência pelo estrato córneo e 
até chegar aos vasos demora. Portanto, se um shampoo for o problema, lavar 
apenas com água para retirar todo aquele produto já irá resolver boa parte do 
problema. 
 
 
 
Biodisponibilidade 
É o parâmetro que descreve a extensão de absorção de um tóxico, sendo definida como a 
fração da dose ou da concentração de um agente tóxico que foi transferida do local de 
administração/exposição para a circulação sanguínea. Ou seja, é a quantidade de tóxico 
que está disponível na circulação para intoxicar aquele animal, e essa biodisponibilidade 
irá variar de acordo com a via de exposição. 
→ Via intravenosa: não tem processo de absorção, diferente da oral, e logo tudo 
administrado fica 100% presente na circulação sanguínea. 
→ Oral: nesse caso o agente pode sofrer perdas e não chegar 100% da dose no 
sangue, como ocorre na “primeira passagem” no fígado. 
A absorção incompleta pode ser decorrente a vários fatores, como a dissolução 
incompleta da substância, a passagem incompleta nas membranas, biotransformação no 
local de administração ou efeito de primeira passagem. 
 Efeito de primeira passagem: ao passar pelo fígado no processo de absorção, a 
substância pode ser biotransformada e assim inativada. 
 
Ilustração das curvas de concentração plasmática para substância administrada por vias 
intravenosa e oral. 
 
Distribuição 
É a transferência do tóxico da circulação para os diferentes tecidos, como se fosse o 
processo de entrega pelos correios. Portanto, os órgãos mais perfundidos serão aqueles 
que primeiramente irão ser afetados, afetando primeiramente consequentemente os 
órgãos vitais (cérebro, coração, fígado e rins). 
 
 
 
Volume aparente de 
distribuição (Vd): volume 
hipotético necessário para a 
quantidade de tóxico ficar 
uniformemente distribuída e 
produzir a concentração 
sanguínea observada, 
representando a extensão com 
que ocorre a distribuição da 
substância fora do plasma e 
dentro dos tecidos. 
→ ↓ Vd: se o Vd for abaixo do que calculou, a substância permanece em maior 
extensão no plasma. 
→ ↑ Vd: se estiver acima do que calculou, é porque há maior penetração ou sequestro 
para os tecidos, portanto está no tecido. 
* Se está no plasma, há reversão. Já no tecido já não tem muito o que se fazer. No plasma 
podemos interferir na acidez da urina para acelerar o processo de eliminação, portanto é 
mais vantajoso o tóxico estar circulante do que estar nos tecidos. 
A distribuição da substância do sangue para os tecidos depende de alguns fatores: 
→ Hidrossolubilidade: estes têm maior dificuldade de serem absorvidos, sendo, 
portanto, mais fáceis de reverter o quadro. 
→ Ligação a proteínas plasmática: os toxicantes se ligam às proteínas plasmáticas e 
ficam retidas na circulação, reduzindo a distribuição nos tecidos. Enquanto estiver 
ligado à proteína, fica no sangue... 
o Estar retida na circulação é bom pois não foi para os tecidos, porém, 
enquanto estiverem ligadas a proteína não poder ser feito nada. 
o Proteínas plasmáticas: 
albumina, betaglobulina, 
glicoproteínas acidas 
→ Ligação às proteínas teciduais: 
substâncias com alta afinidade 
por proteínas teciduais mostram 
distribuição mais extensa 
→ Lipossolubilidade: maior 
velocidade 
 
 
 
 
Biotransformação 
 Consiste na transformação química de substâncias dentro do organismo, visando 
favorecer a sua eliminação através da sua inativação. Com esse processo há formação de 
metabólitos mais polares e menos lipossolúveis, que é o que favorece sua eliminação. No 
caso da intoxicação, este é o processo que desejamos que aconteça. 
 Muitos metabólitos após este processo ainda apresentam atividade podendo provocar 
efeitos tóxicos, como no caso do paracetamol que após sua biotransformação por enzimas 
hepáticas, dá origem a um metabolito altamente reativo que é responsável por danos 
hepáticos observados em gatos. 
 >> Toda substância absorvida pelo TGI, obrigatoriamente, vai até o fígado por meio da 
veia porta, onde é biotransformado (efeito de primeira passagem) para posteriormente 
alcançar o restante do organismo. – No caso dos toxicantes, esse efeito de primeira 
passagem é algo benéfico. 
 
 Este processo ocorre não apenas no fígado, mas há outros locais que possuem enzimas 
que biotransformam substâncias, este 
processo é dividido em duas etapas: 
Reação de fase 1 e de fase 2. 
Reação de fase 1: Origina metabólitos 
através da oxidação, hidrólise e redução, 
esses metabólitos podem resultar em 
metabólitos ativos (e retornar à 
circulação – o que não queremos) ou 
inativos e se direcionarem a Fase 2. 
Reação de fase 2: ocorrem reações 
sintéticas ou de conjugação que envolve 
o acoplamento do metabólito a 
substratos endógenos com objetivo de 
deixar a substância ainda mais polar e facilitar sua eliminação. A fase 2 adiciona uma 
substância na molécula gancho, alterando o metabólito para desativar e deixar mais polar 
e menos lipossolúvel. Há alguns agentes que já tem essa molécula gancho sem precisar 
passar pela fase 1 para ganhá-la, e nesse caso esses agentes podem ser diretamente 
direcionados à fase 2 sem ser distribuído e assim sendo eliminado. 
 
 
 
Fatores que afetam a 
biotransformação 
→ Fatores internos 
o Espécie animal: o felino, por 
exemplo, tem deficiência da 
enzima glucuronil 
transferase e sendo 
insuficiente para 
biotransformar a substância 
de forma efetiva, a tornando tóxica no organismo (como no caso do paracetamol). 
o Fatores genéticos 
o Sexo: Existe diferença na biotransformação, no caso do gato, o macho tem esse 
processo de biotransformação mais ágil e efetivo que o da fêmea. 
o Idade: animais mais jovens tem deficiência por não ter todas as enzimasativas, já 
os mais velhos não têm todas as enzimas efetivas mais. 
o Prenhez: organismo fica debilitado 
o Presença de doença: principalmente quando de origem hepática, pois é onde 
ocorre o processo. 
→ Externos 
o Dieta 
o Meio ambiente 
* O conhecimento das vias de biotransformação é extremamente importante, pois é o que 
irá garantir a maior porcentagem de chance de sucesso no processo de tratamento. 
A biotransformação elimina a substância do organismo a convertendo em um metabólito, 
e este por sua vez pode se metabolizado novamente ou ser removido do organismo. 
 
Excreção 
O mais comum é se excretar uma substância biotransformada, porém pode ocorrer de 
excretar na forma inalterada (sem passar pela biotransformação). 
 A excreção pode ocorrer via líquidos corpóreos ou excretas (fezes, urina) além do ar 
expirado..., porém a proporção de eliminação vai depender de propriedades físico-
químicas do metabólito a ser eliminado. 
Locais de excreção: 
→ Via renal: mais comum, excreção de medicamentos hidrossolúveis 
→ Via biliar: peso molecular abaixo de 15, eliminando pela bile 
→ Via inalatória: medicamentos voláteis, colocar os animais em locais arejados ou 
disponibilizar oxigênio facilita essa via 
→ Via sudorese: eliminação mínima, cerca de apenas 2% eliminado. 
 
 
 
A velocidade de eliminação é limitada por dois processos biológicos: 
→ A capacidade do órgão em eliminar o tóxico da circulação e removê-lo do 
organismo. 
→ A extensão com que o agente permanece na circulação e está disponível para 
eliminação. 
 
Excreção renal 
 É o principal processo de eliminação, 
principalmente agentes polares ou pouco 
lipossolúveis que não estejam ligados à 
proteínas plasmáticas (estes não são 
biotransformado e nem excretados). 
 Algumas substâncias são reabsorvidas na 
porção distal do néfron, levando a uma baixa 
taxa de excreção do agente e para controlar essa taxa de excreção pode se fazer o ajuste 
do pH da urina e acelerar o processo de eliminação. 
→ Alcalinização da urina: aumenta excreção de ácidos orgânicos 
→ Acidificação da urina: aumenta excreção de agentes de caráter básico. 
 
Excreção biliar 
Alguns metabólitos podem ser eliminados pela via hepática, a escolha da via irá depender 
de alguns fatores, como: 
→ Tamanho e polaridade da molécula: moléculas acima de 300 tem grande chance de 
serem excretadas por essa via 
→ Substâncias orgânicas polares: aquelas que não são reabsorvidas pelo intestino, 
como ânions e cátions orgânicos. 
 Algumas substâncias ao serem excretadas por essa via, ao chegar ao intestino podem ser 
reabsorvidas, isso irá depender da lipossolubilidade da molécula e da conjugação com 
glicuronídeos. 
No caso das moléculas conjugadas com glicuronídeos, elas podem sofrer hidrólise por 
enzimas (beta-glicuronidase) sintetizadas por microorganismos da flora bacteriana 
intestinal e serem novamente reabsorvidas. 
* Essa excreção hepática seguida de reabsorção é denominada de ciclo êntero hepático, 
que muitas vezes é responsável pelo retardamento na excreção total de determinada 
substância e estas acabam sendo encontradas na urina vários dias após a exposição à 
última dose. 
 
 
 
Excreção pelo leite 
 O epitélio secretor da glândula mamária tem características de uma membrana lipídica e 
separa o sangue do leite, a eliminação tem forte influência do pH do tóxico (pH do sangue 
é maior que o do leite (7,4)). Esse pH facilita a excreção de substâncias básicas. 
 A concentração acaba sendo similar no leite e no plasma, pois o epitélio da glândula 
mamária permite a passagem, por difusão, das substâncias apolares. 
 >>Filhotes: As enzimas da mãe já estão todas ativas e pode realizar normalmente a 
biotransformação, sendo uma dosagem não maléfica a ela..., porém, o filhote não tem suas 
enzimas ativas e isso pode resultar em uma intoxicação. 
>>Humanos: Algumas substâncias podem inclusive passar pelos exames, não sendo 
identificadas e serem repassadas nos leites e derivados de consumo humano. 
 
Toxicodinâmica 
 É o estudo do mecanismo de ação do tóxico pelos quais a substância atua causando 
lesões às funções bioquímicas ou fisiológicas de um organismo vivo, e o estudo 
quantitativo que é a relação dose-resposta dos efeitos tóxicos. 
Portanto, a toxicodinâmica, ajuda a entender os efeitos deletérios causados pelo tóxico e 
também fornece informações sobre a melhor forma de tratamento das intoxicações. 
 
Classificação das substâncias tóxicas 
 
Podem ser classificadas de diferentes formas, sendo o mais comum a classificação por 
grupo químico. 
→ Grupo químico 
o Praguicidas 
o Solventes orgânicos 
o Metais pesados 
 
→ Efeitos bioquímicos 
o Inibidores enzimáticos 
o Metahemoglobinizantes 
o Agonistas de receptores 
o Colinérgicos muscarínicos 
 
Da mesma forma como é feito na farmacologia, ainda podemos classificar como efeito 
específico e inespecífico. 
→ Não específico 
o Atuação indistinta sobre os 
órgãos, atua sobre qualquer 
órgão e célula 
 
 
 
→ Específico: Atuação seletiva 
 
 
o Enzimas 
o Moléculas Transportadoras 
o Canais iônicos 
o Receptores 
 
Específico e não específico 
 
Mecanismos inespecíficos: Todos aqueles nos quais os agentes tóxicos são capazes de 
acarretar lesão em qualquer célula do organismo, isso porque as lesões ocorrem quando 
as membranas celulares entram em contato com os compostos fortemente corrosivos 
(ácidos), cáusticos (base), ou que coagulam proteínas ou lesam lipídeos de membrana. 
 As áreas mais susceptíveis são: pele, olhos, trato respiratório superior e cavidade oral. As 
lesões geralmente ocorrem de forma rápida e sem período de latência! 
> Exemplos: ácidos, bases, fenóis, aldeídos, álcoois, os destilados de petróleo e alguns 
metais pesados. 
Mecanismos específicos: causa lesões a determinados órgãos ou tecidos por agir 
seletivamente em determinada estrutura orgânica, não atuando em outros locais do 
organismo. 
Estruturas afetadas: proteínas com função de enzimas, moléculas transportadoras, canais 
iônicos, ácidos nucleicos, entre outros. 
 
Enzimas como alvo de toxicantes 
 Muitas substâncias agem por meio da interação com enzimas, principalmente inibindo 
elas, como os praguicidas (carbamatos e organofosforados) que inibem a enzima 
Acetilcolinesterase (AchE). 
Podendo produzir dois tipos de inibição: caráter reversível (carbamatos) e irreversível 
(organofosforados). 
Outros exemplos de interação com enzimas: 
→ Cianeto: inibe o sistema de transporte de elétrons da enzima citrocomo oxidase 
mitocondrial, que é responsável pela cadeia respiratória celular, levando a um 
déficit de energia a sua inibição. 
→ Ácido monofluoracético: inibe a enzima aconitase pertencente ao ciclo dos ácidos 
tricarboxílicos. 
→ Metais pesados: tem capacidade de se ligar aos grupos sulfidrilas existentes nos 
sítios ativos das enzimas mais importantes de diferentes ciclos bioquímicos, 
levando a lesões celulares que são responsáveis pelos diferentes sinais clínicos 
encontrados nas intoxicações por chumbo, mercúrio, arsênico, cádmio, entre 
outros. 
 
 
Inibição de proteínas transportadoras 
 Esses tóxicos exercem sua função interferindo sobre as proteínas transportadoras, que 
são responsáveis pelo carreamento de várias substâncias para o interior da célula. 
→ Cocaína: inibe a recapitulação das catecolaminas pelos terminais sinápticos 
→ Glicosídios cardíacos: presente em diversas plantas tóxicas, inibe a bomba de NaK 
ATPase do musculo cardíaco e leva ao déficit nos batimentos cardíacos. 
 
Ação como agonista ou antagonista de receptores 
 Em alguns casos os efeitos tóxicos são acarretados por alterações em determinada 
função fisiológica, decorrente da estimulação excessiva ou do bloqueio de receptores 
responsáveis pela transmissão de informações entre os neurônios ou entre estes e os 
respectivos órgãos efetores. 
→ Atropina (alcalóide): bloqueia receptoresmuscarínicos colinérgicos impedindo a 
ação do neurotransmissor acetilcolina no SN. Quando em doses altas, acima da 
farmacológica, leva a efeitos tóxicos que podem variar de leve a intenso e até 
mesmo levar ao óbito. – Ação direta 
→ Toxina Botulínica: produzida pelo Clostridium botulinum, que ao se envolver 
(irreversivelmente) com estruturas existentes na pré-sinapse axonal colinérgica, 
bloqueia a liberação de acetilcolina e consequentemente levando a paralisias 
parassimpática e motora progressiva que podem evoluir para uma parada 
respiratória. – Ação indireta 
Um agente tóxico pode alterar a transmissão de um impulso nervoso não apenas por sua 
ação direta nos receptores, mas podem também atuar em mecanismos vinculados à 
passagem de impulso (como a toxina botulínica). 
 
Inibição da produção de adenosina trifosfato (ATP) 
 A síntese de ATP pode ser um alvo para os toxicantes, essa interferência pode ocorrer 
por: 
→ Bloqueio do fornecimento de oxigênio aos tecidos: por conta da ligação inadequada 
entre a hemoglobina e o oxigênio. 
o Metahemoglobinizantes: são substâncias capazes de induzir a oxidação de 
um dos átomos de ferro da hemoglobina (estado ferroso para férrico) 
resultando na formação da meta-hemoglobina. EX: Nitritos 
→ Interferência na cadeia transportadora de elétrons: Alguns agentes tóxicos 
diminuem a formação de ATP por interferir nas enzimas específicas da cadeia 
transportadora de elétrons. EX; dinitrofenóis e o fluoracetato de sódio 
 
 
As consequências da depleção do ATP são muitas e incluem alteração do funcionamento 
das bombas, na síntese proteica, na integridade de membranas biológicas... ou seja, leva 
à perda de funções celulares. 
 
Produção de compostos intermediários altamente reativos 
 A própria biotransformação pode ser responsável por uma intoxicação, visto que ao fazer 
o processo de biotransformação pode ser resultado em metabólitos altamente reativos que 
tem capacidade de se ligar a componentes celulares e provocar lesões... denominamos 
esse acontecimento de bioativação, ocorre principalmente no fígado, onde resulta em 
metabólitos intermediários que interagem com proteínas, polipeptídios, RNA e DNA 
podendo levar ao desenvolvimento de mutagênese, carcinogênese ou necrose celular. 
→ Aflatoxina B: micotoxina produzida pelo Aspergillus flavus, após a 
biotransformação dela, ela resulta em metabólitos mais ativos que levam a lesão 
hepática ou hepatocarcinoma. 
A produção de metabólitos altamente reativos ganhou destaque com o estudo dos radicais 
livres, define-se: 
→ radical livre: substância química que apresenta em sua estrutura elétrons não 
pareados ocupando orbitais atômicos ou moleculares. Esses orbitais têm como 
característica a instabilidade química, apresentando meia-vida que pode variar de 
milésimos de segundos até alguns minutos. Quando gerados no interior do 
organismo, reagem rapidamente com diversos compostos e alvos celulares, levando 
a lesão celular. 
Os íons superóxidos e os radicais hidroxilas são 
radicais livres, já o peróxido de hidrogênio e o 
oxigênio atômico, mesmo não sendo radicais livres 
também participam da toxicidade causada por 
átomos de oxigênio altamente reativos. 
 
Mecanismo de defesa contra radicais livres 
No organismo os radicais livres se formam em vários processos bioquímicos, como: na 
cadeia respiratória, na produção de prostaglandinas e na fagocitose... só que a produção 
nesses casos é reduzida e as células apresentam um mecanismo de defesa para 
neutralizar a produção deles. Entre os mecanismos de defesa temos: 
→ enzimas superóxido dismutase 
→ catalases 
→ peroxidase 
→ Além de outras substâncias 
aceptoras dessas entidades 
químicas reativas, como: 
o Ácido ascórbico 
o Alfa-tocoferol 
 
 
Quando o organismo fica exposto a substâncias químicas/tóxicos que aumentam a 
quantidade de radicais livres, os mecanismos de defesa já não são efetivos para 
neutralizar esses radicais, o que leva a lesão celular, sendo os 3 grandes alvos celulares: 
1. Membranas periculares e intracelulares (mitocôndrias e lisossomos): fosfolipídeos 
tem ácidos graxos insaturados, estes são sensíveis a radicais livres, levando a 
alteração da fluidez e distúrbios que evoluem à lise completa da membrana. 
2. Proteínas celulares: enzimas que contêm grupos sulfidrilas (várias primordiais para 
bioquímica celular), miofibrilas de colágeno e o ácido hialurônico (estes 2 são 
constituintes essenciais do tec. Conjuntivo e suas alterações originam escleroses e 
fibroses) são sensíveis a radicais livres 
3. Ácidos nucleicos: os radicais livres podem levar a desnaturação do DNA, levando a 
quebra cromossômica com graves consequências 
 
Aula 2 - Diagnóstico e Conduta de 
urgência nas intoxicações 
 Diagnóstico 
O estabelecimento do diagnóstico é importante para ter sucesso no tratamento, pois 
sabendo a causa do problema fica mais fácil intervir e fazer o tratamento e acelerar a 
recuperação. Quando o diagnóstico não é feito, a intervenção é limitada a medidas 
terapêuticas sintomáticas e de manutenção. 
 A realização do diagnóstico, a batida de martelo sobre a precisa causa, ainda é um 
grande desafio pois a resposta à exposição a um agente tóxico é individual, podendo ter 
manifestações variadas em diferentes pacientes expostos ao mesmo agente tóxico. 
 A conduta adequada para o diagnóstico é semelhante a de outras enfermidades, usando 
o processo de eliminação para se chegar a resposta correta, ou seja, o diagnóstico 
toxicológico é baseado: 
→ No conhecimento dos critérios pertinentes ao caso 
→ Na avaliação quantitativa das amostras apropriadas realizadas no laboratório 
→ Na interpretação racional dos resultados obtidos no laboratório 
Podemos ter a certeza da intoxicação (difícil), a suspeita e o desconhecimento dela. A 
certeza, quando é presenciada a exposição do agente tóxico ou quando são deixados 
sinais evidentes da intoxicação. A suspeita, que surge com indícios do agente tóxico, mas 
sendo necessário certificar-se da exposição do animal, de quando ele foi exposto e a que 
 
 
quantidade. E no desconhecimento, o quadro não é característico (como a diarreia que 
pode estar presente em diversas enfermidades) e se ignora a possibilidade de agente 
tóxico e a origem do quadro clínico. 
 
Critérios empregados para o diagnóstico 
Chegamos ao diagnóstico com as seguintes fontes de informações: 
→ Anamnese: crucial para chegar à resposta e quanto mais bem feita mais ajuda na 
tentativa de chegar no resultado. 
→ Avaliação clínica (exames físicos e complementares) 
→ Achados post mortem (alterações anatomopatológicas): descobre a causa e previne 
a mesma fatalidade em outros animais da propriedade 
→ Exame toxicológico (análise química) 
>> Importante: evitar diagnóstico mediante apenas um dos critérios, quanto mais 
subsídios forem utilizados, maior a segurança no estabelecimento do diagnóstico exato. 
 O conjunto desses critérios permite concluir qual agente tóxico é o responsável pela 
toxicose ou, pelo menos, qual classe ele pertence (praguicida, anticolinesterásicos, 
rodenticida, anticoagulante, etc), auxiliando na adoção de medidas terapêuticas mais 
apropriadas para a situação e medidas preventivas para evitar novas ocorrências de 
intoxicação. 
>> O diagnóstico toxicológico tem grande importância na saúde pública e na proteção 
ambiental, pois os agentes tóxicos podem ser contaminantes ambientais (solo, ar, água) e 
comprometer a qualidade de vida e sobrevivência de diversas espécies, incluindo o 
homem. 
>> Na medicina forense, o diagnóstico toxicológico é fundamental para a elucidação dos 
casos de contaminação criminosa, deve-se determinar o tóxico envolvido por meio de 
análise laboratorial e documentação dos resultados pelo laudo toxicológico. 
 
Anamnese 
Deve ser criteriosa de forma que se possa obter todas as informações relevantes, sendo a 
base para o diagnóstico e influenciandono sucesso para se determinar o agente 
toxicológico e seu tratamento. Nem sempre p tutor trará todas as informações e por isso 
devemos montar questões a serem perguntadas de forma inteligente e precisa. Deve 
conter na anamnese: 
 
Histórico de saúde 
→ Antecedentes mórbidos, histórico 
de vacinações, última consulta com o 
veterinário, uso de medicações, banhos, 
 
 
produtos de uso tópico, ectoparasitas, 
entre outros. 
→ Ocorrência de intoxicações de 
outros animais (mesma propriedade ou 
vizinhança) 
→ Estado de saúde dos contactantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados ambientais 
 
Pequenos animais: 
→ Domiciliado (se sim, tem acesso à 
rua?) ou querenciado (não é natural 
daquele local), função desempenhada 
(guarda ou companhia), casa ou 
estabelecimento industrial, se houve uso 
de produtos tóxicos no ambiente (ou se 
teve acesso), se há reforma no local, se 
houve dedetização recente, se foi 
encontrada iscas no local 
 
Grandes animais: 
→ Descrição do ambiente (pastagem, 
próximo a rios e lagos), acesso a lixo, 
presença de plantas invasoras no pasto 
(ele come a planta se não houver outra 
opção – como no caso de pasto seco), 
acesso à estrada (alguém jogar algo ou 
ele comer plantas da beira), áreas 
industriais, uso de ectoparasiticidas 
(deve ser diluído), uso de novos produtos 
e a forma de aplicação, uso de produtos 
no ambiente. 
 
 
 
Dados da dieta 
 
→ Tipo de alimentação, se houve 
alterações recentes na dieta (ração, 
pasto - *alho e cebola são tóxicos), 
alimento estragado ou mofado, fonte da 
água do animal. 
 
 
 
Sinais clínicos 
 
 
 
 
 
 
→ Muitas vezes são a única informação 
que temos, devemos descrever todos 
manifestados. 
→ Início das manifestações, 
velocidade e tempo de evolução, morte 
súbita (achados de necrópsia), 
→ Odores: 
 
 
 
 
 
Sinais clínicos 
o aliáceo (arsênico, organofosforados, 
tálio, fósforo, fosfato de zinco 
o Cetônico (salicilatos, acetona, 
benzeno, tolueno, fenóis, xileno, cresol, 
isopropanol) 
o Formólico (metaldeído) 
o Amêndoas amargas (cianeto) 
 
 
 
Avaliação clínica (exames físicos e complementares) 
 Na maioria das vezes e nos casos graves, o paciente deve ser tratado antes de qualquer 
resultado de exame (até porque, imagina p animal com convulsões em sua frente), mas 
não é possível afirmar que o exame físico seja suficiente para a conclusão diagnóstica. 
Exame físico 
 Devemos sempre ter em mente que nem sempre são evidenciadas alterações 
patognomônicas para determinada toxicose e que ainda há variação de manifestação 
clínica de organismo para organismo. Porém, alguns tóxicos podem causar um conjunto 
de sinais que irá levar a suspeita de um agente tóxico ou grupo de agentes tóxicos 
específicos. 
 
 
 
 Exame complementar 
 Diferentes agentes tóxicos podem causar mudanças características ou o não-
funcionamento de órgãos vitais ou vias metabólicas e estes podem ser avaliados por meio 
de exames laboratoriais. 
 Esses exames complementares podem: 
 
 
→ Auxiliar no diagnóstico 
→ Fornecer informações gerais sobre 
o estado de saúde (tratamentos 
complementares) 
→ Excluir outras enfermidades da 
suspeita, que possuem sinais 
semelhantes 
→ Determinar prognóstico 
Muitas vezes não é possível realizar os exames complementares e se é necessário entrar 
logo com as medidas terapêuticas emergenciais baseadas apenas na anamnese e no 
exame físico. 
Exames complementares: hemograma, glicemia, ureia, creatinina, enzimas hepáticas, 
eletrocardiograma, radiografia, teste de coagulação, urinálise, determinação dos 
eletrólitos séricos e gasometria. 
 
Achados Post mortem 
 Nos casos de intoxicação fatal, a necropsia é importante para conclusão do diagnóstico, 
pois além das descrições de todas as lesões ainda realiza o exame histopatológico e 
análise toxicológica. A necrópsia possibilita a análise do conteúdo estomacal e intestinal 
→ Exame histopatológico: Órgãos e tecidos cortados em pequenos fragmentos e 
fixados em formol 10%, em quantidade de 10:1. 
→ Análise toxicológica: material resfriado 
As lesões macroscópicas normalmente achadas em caso de intoxicação, são: 
• Gastroenterite 
• Esteatose hepática 
• Edema e palidez de córtex renal 
• Necrose cardíaca 
• Hidrotórax e hemotórax 
• Congestão e hemorragia de 
diversos órgãos 
• Edema pulmonar 
• Fluidez sanguínea 
 
Devemos analisar o conteúdo estomacal e intestinal, se há presença de plantas, a 
coloração do conteúdo, se tem comprimidos, cápsulas, corpos estranhos ou indícios do 
próprio tóxico (no caso do carbamato aldicarb, muito usado para intoxicar cães e gatos 
criminosamente, pode ser visualizado pequenas granulações enegrecidas no conteúdo) 
 
Exame toxicológico 
 Este exame não deve ser considerado fundamental para o diagnóstico, pois ele apresenta 
limitações, como: a impossibilidade de se ter métodos analíticos para a identificação de 
todas as substâncias químicas capazes de produzir efeitos tóxicos; a quantidade da 
 
 
amostra biológica; necessidade de laboratórios equipados e equipe treinada para 
interpretação correta. 
Nos casos que o exame toxicológico for solicitado, a suspeita deverá ser apresentada 
(hipótese diagnóstica) e assim o analista terá condições de escolher o método mais 
apropriado para identificar o agente tóxico na amostra biológica, já que existem milhares 
de substâncias e os testes são específicos para cada agente ou grupo. 
*Uma anamnese e um exame clínico bem feito podem ajudar muito mais, o toxicológico é 
só para auxiliar na suspeita 
 
A escolha do material a ser encaminhado depende do agente tóxico, da sua 
farmacocinética e farmacodinâmica, do tempo entre a exposição e a coleta do material e 
do método utilizado para o exame toxicológico. 
 Amostras 
 Alguns cuidados devem ser tomados com a coleta, conservação e transporte das 
amostras. 
→ Material deve estar limpo (seringas, agulhas, recipientes) sem necessidade de 
esterilizado 
 
 
→ Amostras devem ser mantidas limpas, mas *NÃO lavar as amostras (para remover 
os resíduos tóxicos) 
o Livre de sujidades, como pelos e outras influências ambientais 
→ Uso de recipientes neutros: vidros ou plástico inerte 
→ Tampa do recipiente neutro ou envolto com material neutro (papel alumínio, filme 
plástico neutro) 
→ Amostras individualizadas e identificadas 
→ Conservadas resfriadas, caso enviadas rapidamente ou congeladas para distâncias 
maiores 
→ Amostras acompanhadas de ficha de identificação, com informações relativas ao 
caso e contendo toda informação que auxilie o analista 
 
Amostras 
 
 
 
Ante mortem 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ante mortem 
→ Sangue (5ml soro, 10ml sangue 
total): detecta maioria dos metais, além 
de praguicidas, drogas de abuso, 
medicamentos e etilenoglicol. 
→ Urina (50ml): detecção de 
alcalóides, metais, eletrólitos, 
medicamentos e drogas de abuso. 
→ Fezes (250g): detecção de exposição 
oral recente a drogas de abuso e outras 
substâncias tóxicas secretadas, 
principalmente pela bile. 
→ Vômito (250g): todos os casos de 
ingestão de qualquer tipo de toxicante. 
 
 
→ Pêlos (5-10g): exposição dérmica a 
praguicidas e metais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Post mortem 
→ Fígado (50-100g): suspeita por 
praguicidas, metais, alcalóides, fenóis e 
micotoxinas 
→ Rins (50-100g): medicamentos, 
drogas de abuso, alcalóides, herbicidas, 
alguns metais, compostos fenólicos e 
oxalatos. 
→ Conteúdo estomacal (150-500g): em 
exposições orais recentes para todo tipo 
de tóxico. Amostras de diferentes 
localizações e manter congelada. 
→ Conteúdo ruminal (150-500g): no 
caso do rúmen ele pode degradar alguns 
tipos de substâncias (nitratos, 
micotoxinas, etc) e pode ter variabilidade 
de concentração no resultado. 
→ Tecido adiposo (50-100g): 
organoclorados e dioxinas 
→ Encéfalos (inteiro): organoclorados, 
anticolinesterásicos,piretrinas e 
mercúrio. Metade congela e metade em 
formol 10%. 
 
 
 
 
 
Ambientais 
→ Alimentos/forragens (200-500g): 
diversas amostras misturadas para 
compor única amostra 
→ Plantas tóxicas 
→ Água (0,5-1L): nitratos, sulfatos, 
sólidos totais, metais, algas e 
praguicidas. 
→ Solo (1kg): diferentes pontos e 
profundidades 
→ Agentes tóxicos que teve contato: 
praguicidas, produtos químicos, 
medicamentos, solventes, drogas de 
abuso, produtos de limpeza 
 
 
 
 
 
 Conduta de urgência nas intoxicações 
 Por conta do rápido aparecimento dos sinais clínicos e da intensidade deles, os tutores 
entram em desespero, e estes sinais indicam as medidas terapêuticas e profiláticas que 
devem ser tomadas imediatamente para garantir a sobrevivência do animal. 
 Deve se obedecer a uma abordagem sistematizada e padronizada, pois há quadros em 
que devem ser levados com emergência e se tomar medidas o quanto antes, e com essa 
abordagem sistematizada diminui o risco de esquecer algum ponto. 
→ Estabilizar o animal: primeiro passo, crucial, pois mesmo que já se tenha noção do 
que se passa e qual tóxico é o responsável, ao administrar o antídoto pode acabar 
levando o animal à óbito 
→ Instituir a terapia de emergência para manutenção da vida 
→ Determinar o diagnóstico clínico 
→ Empregar medicamento (antídoto e recursos adequados 
→ Determinar a fonte da exposição para futuras prevenções 
 
Instruções preliminares 
Geralmente a evolução do quadro clínico ocorre de forma aguda e acaba sendo 
desesperador ao proprietário, que pode iniciar o contato com você por telefone e você 
deve se manter calmo e guiá-lo para garantir a vida deste animal, portanto as perguntas e 
instruções devem ser o mais claro possível. 
 O proprietário deve ser instruído a proteger não só o animal como a si mesmo, pontos 
importantes são: manter o animal aquecido e longe de estresse, se necessário o mantendo 
em local restrito e isolado de outros animais e pessoas. E iniciar os questionamentos para 
se ter noção de como instruir aquele proprietário antes da ida à clínica. 
→ Exposição tópica: instruir a lavar a 
pele do animal com água corrente 
em abundância, sendo 
preferencialmente fria ou morna 
para evitar vasodilatação periférica 
(favorecendo absorção), e se o 
agente for lipossolúvel utilizar 
sabão neutro para melhor retirada, mas sem esfregar, pois, pode aumentar 
circulação local. O proprietário também deve se proteger com luvas, botas 
impermeáveis e aventais. 
→ Exposição oral: a indução de êmese não é indicada em casos que o animal se 
encontra prostrado, pouco reativo pois pode ser fatal. Além de que medicamentos 
via oral com um animal neste estado pode ter risco de aspiração dessas substâncias 
 
 
por conta da redução dos reflexos protetores de tosse. A instrução, caso essa via 
seja de possível acesso, é a oferta de água abundante (favorece diluição do tóxico) 
ou em alguns casos, administrar leite ou clara de ovo (efeito demulcente/protetor de 
mucosa – não age ligando e retirando tóxico) 
→ Se possível levar os materiais suspeitos, e o vômito. 
Em alguns casos, o veterinário ir até o animal é o mais indicado para evitar estresse, como 
no caso de tóxicos convulsivantes que pode agravar o quadro. 
 
Medidas preliminares de urgência 
 O aspecto mais importante que devemos ter em mente, é manter os parâmetros vitais do 
animal, pois sem eles não há tratamento que ajude. Dessa forma, devemos certificar que 
as vias aéreas estão desobstruídas, garantindo a manutenção da respiração e função 
cardiovascular. Uma vez obtida a estabilização das vias vitais, pode continuar o processo 
terapêutico. 
→ Vias aéreas desobstruídas 
→ Função cardiovascular 
→ Pressão arterial 
Para realização de procedimentos terapêutico o veterinário necessita de equipamentos à 
sua disposição: 
Estes irão se importantes para 
garantir a realização dos 
processos e exames. 
 
 
 
 
 
 
Medidas para dificultar a absorção 
 É o fator de maior relevância nos quadros de intoxicação, pois quanto mais rápido 
intervimos, maior será a garantia de sucesso no tratamento. Vamos falar sobre algumas 
medidas empregadas para dificultar a absorção do toxicante em função da via de 
exposição: 
 
 
 
Exposição cutânea: 
O banho é a melhor forma de retirar/reduzir a concentração do agente tóxico na pele. 
Sendo recomendado quando o quadro clínico está estabilizado já que este pode exacerbar 
colapsos cardiovasculares e convulsões. 
→ Tutor deve utilizar de vestimentas 
protetoras: Botas, luvas, avental 
→ Proteger o focinho, olhos e 
cavidade bucal para impedir 
inalação ou ingestão do tóxico 
durante o banho 
→ Banho com água morna corrente 
por pelo menos 15min 
→ Em caso de substâncias oleosas, 
uso de sabonete neutro 
→ Animal bem enxaguado e seco, 
evitando secadores com 
temperatura alta (vasodilatação 
facilita absorção) 
→ **NÃO neutralizar substâncias 
ácidas ou neutras, pois pode 
aumentar a gravidade da lesão 
(gera calor suficiente para 
danificar tecido
Exposição ocular 
As estruturas mais vulneráveis são a conjuntiva e a córnea. Solventes como álcoois, 
detergentes e hidrocarbonetos causam lesões superficiais, e as substâncias corrosivas 
causam um dano maior podendo levar a cegueira. 
→ Lavagem do olho acometido de 20 
a 30 min 
→ Lavagem com cabeça lateral, para 
evitar comprometimento do outro 
olho 
→ Utilizar água limpa ou soro 
fisiológico 
→ Colírios anestésicos podem aliviar 
desconforto
Exposição inalatória 
→ Deve ser mantido longe do local que levou à intoxicação 
→ Levar a ambiente arejado e temperatura agradável 
→ Oferecer oxigênio e suporte ventilatório adequado 
→ Tratar o broncoespasmo e edema pulmonar, se necessário 
Exposição gastrintestinal 
A ingestão proposital ou intencional a causa da maioria das intoxicações graves, devemos 
considerar aspectos como: se a ingestão ocorreu recentemente, pode estar no estômago, 
porém em casos de 1 ou mais horas após provavelmente atingiu também o intestino. 
 
 
Os principais métodos são: indução de êmese, lavagem gástrica, transformação em 
agente não absorvível e uso de carvão 
ativado. 
→ Indução de êmese: há controvérsias em 
sua utilização, e seu uso depende da 
experiência do profissional, do agente 
tóxico ingerido e do tempo percorrido 
após a ingestão. 
Ela é contraindicada nas seguintes 
situações: 
o Ingestão por mais de 60 
minutos 
o Ingestão de substâncias 
cáusticas 
o Produto é volátil 
o Animal apresentar convulsão 
o Ingestão de substâncias 
depressoras no SNC 
o Animal inconsciente ou 
severamente deprimido 
o Agente tóxico é desconhecido 
O vômito pode ser induzido pela estimulação de receptores no SNC ou estimulando 
diretamente a mucosa gástrica ou faríngea. 
→ Lavagem gástrica: Quando há contraindicação da êmese, damos preferência a 
lavagem gástrica, porém o vômito é mais eficiente na remoção do conteúdo estomacal. 
A lavagem deve ser realizada até no máximo 1 a 2h após a ingestão, sendo colocado em 
decúbito lateral e com a cabeça em plano inferior à projeção do estômago. 
o Vantagens: diluição de substâncias causticas e remoção rápida do conteúdo 
estomacal(tubo) 
o Desvantagens: necessidade de anestesia, intubação orotraqueal, ineficácia para 
grandes volumes e partículas sólidas, risco de hipernatremia e hiponatremia. 
 
 
Mensuração para escolha 
da sonda no momento da 
realização da lavagem 
gástrica 
 
 
 
 
 
A lavagem é feita com água ou solução salina 
morna, no volume de 5 a 10mL/kg, introduzindo 
com leve pressão e repetindo em vários ciclos 
até a limpeza ocorrer. 
 
 
 
 
→ Transformação em agente não absorvível: Impedir a absorção de um agente tóxico que 
não pode ser eliminado fisicamente do trato digestório é um procedimento muito 
importantes, dispondo de 3 opções: 1-Formação de um precipitado ou complexo 
insolúvel, 2-Ionização, 3-Adsorção.o Formação de um precipitado ou complexo insolúvel: Administra substâncias que 
podem evitar a dissolução do toxicante ou formar um complexo insolúvel, como a 
administração de quelantes que irão formar complexos insolúveis impedindo a 
absorção. 
o Ionização: Consiste na manipulação do pH, já que em sua forma ionizada tem 
maior dificuldade para atravessar barreiras celulares, portanto, ao modificar o pH 
do TGI irá dificultar a absorção. 
o Adsorção: Processo de captação das moléculas do toxicante, que aderidas ao 
adsorvente, não são absorvidas pelo TGI e assim sendo eliminadas do organismo. 
EX: Carvão ativado. 
▪ O carvão ativado possui muitas porosidades que permitem a ligação do 
tóxico (1g permite superfície de adsorção de 100m2), sendo de maior 
efetividade se administrado entre 40-50 minutos após a ingestão do 
tóxico. Ele age no estômago e no intestino, já que ele não sofre alterações 
pelo pH do estômago 
 
 
 
 O uso de carvão ativado deve ser limitado a 48h, pois seu uso prolongado aumenta o risco 
de complicações, como a formação de concreções no intestino que podem levar a 
obstrução e desidratação e até complicações respiratórias devido a aspiração pulmonar 
de conteúdo gástrico. 
>> Portanto em caso de uso prolongado devemos associar o carvão ativado ao uso de 
catárticos, para evitar constipação intestinal. 
→ Uso de catárticos: os mais utilizados para favorecer a eliminação das fezes nos 
quadros de intoxicação, são: sorbitol, manitol, sulfato de magnésio e sulfato de sódio. 
Eles são indicados quando se tem ingestão de agentes com alto grau de toxicidade e 
com absorção intestinal, ou quando é necessário o uso de carvão ativado por alguns 
dias. 
o Todos fazem parte do grupo de catárticos osmóticos. 
o Eles têm absorção limitada e exercem força osmótica na luz intestinal, causando 
retenção de líquidos dentro do trato intestinal. Esse aumento do volume do trato 
intestinal estimula o reflexo que aumenta a motilidade intestinal (eliminando pelas 
fezes). 
o Catárticos a base de óleo vegetal: Não indicado pois diminuem a eficácia do carvão 
ativado e podem aumentar a absorção de alguns agentes lipossolúveis, como 
organofosforados. 
o Catárticos a base de óleo mineral: Indicado, pois não é absorvível pelo organismo, 
fato que permite que os tóxicos lipossolúveis fiquem dissolvidos em seu interior, 
impedindo sua absorção. 
o Enema de evacuação: forma medicamentosa que consiste em na introdução de 
líquido por via retal, sendo utilizado água morna, porém sua eficácia depende do 
toxicante estar no intestino (não ter sido absorvido. 
→ Eliminação direta: uso de gastronomia ou enterotomia para eliminação do agente 
tóxico não absorvido. É rara as situações em que são necessárias o uso de cirurgias 
para retirada de toxicantes, sendo usada em casos como ingestão de metais (moedas, 
parafusos, ou grande quantidade de substâncias que formam massa coalescente. 
o Utilizado quando outros meios falharem. 
o Endoscopia: pode ser um meio mais seguro - Um exame do trato gastrointestinal 
superior usando uma câmera presa a um tubo flexível chamado endoscópio. 
→ Vias de excreção: renal, biliar e pulmonar 
o Renal: a eliminação urinaria pode ser aumentada por meio do uso de diuréticos ou 
pela alteração do pH da urina. Para realizá-los é necessário a integridade da função 
renal e que o animal esteja hidratado. 
▪ Diuréticos: os de escolha geralmente são manitol e furosemida 
 
 
▪ Alteração do pH: acidificação e alcalinização da urina, pois o aumento da 
ionização do agente impede que ele seja reabsorvido nos túbulos renais 
garantindo sua eliminação. 
• Acidificação: útil na remoção de bases fracas, usa o cloreto de amônio 
• Alcalinização: útil na remoção de ácidos fracos, usa o bicarbonato de sódio 
o Diálise: Movimento de um agente por meio de uma membrana semipermeável. 
▪ Dializar: Filtrar o sangue, pode ser uma diálise peritoneal (com solução de 
diálise colocado na região peritoneal), ou uma hemodiálise (filtra a partir do 
próprio sangue) 
▪ Diálise peritoneal: grande área de superfície do peritônio serve eficientemente 
como membrana de troca de substâncias difusíveis de diferentes pesos 
moleculares presentes no sangue que vão para solução de diálise. 
• Toxicante com alta concentração no sangue vai gradativamente indo para 
solução de diálise (gradiente de concentração) 
▪ Hemodiálise: indicada somente quando o agente é de baixo peso molecular, 
solúvel em água e com baixa ligação com proteínas. – Alto custo e risco 
 
 
 
Praguicidas 
Considerações sobre os praguicidas e a toxicologia dos organoclorados e piretróides; e 
dos organofosforados e carbamatos. 
→ Praga: tudo aquilo que ataca, lesa ou transmite enfermidade às plantas, aos animais e 
ao homem. 
o Ervas daninhas, fungos, insetos, carrapatos, aracnídeos, roedores, ou qualquer 
outra forma de vida vegetal ou animal considerada danosa à saúde e ao bem-estar. 
→ Praguicida: substância química, natural ou sintética, empregada para matar, repelir ou 
mitigar pragas 
o **pesticida é utilizado inadequadamente como sinônimo de praguicida 
o Legislação brasileira refere aos praguicidas como Agrotóxicos – Produtos cuja 
finalidade é alterar a composição da flora e da fauna, a fim de preservá-los da ação 
danosa de seres vivos considerados nocivos. 
→ Resistência: fenômeno biológico responsável pela ineficiência de um praguicida. 
o Quando uma praga se torna resistente, ela sobrevive à ação do princípio ativo e é 
capaz de multiplicar-se, persistindo no ambiente. 
o Decorrente da utilização 
inadequada das 
formulações 
→ Bioacumulação: acúmulo de 
determinada substância 
química presente no meio 
ambiente em um organismo 
vivo 
→ Biomagnificação: Processo 
pelo qual uma substância é 
absorvida por um organismo 
e, por intermédio da cadeia 
alimentar, vai se 
acumulando em 
concentrações cada vez 
maiores nos indivíduos dos 
níveis tróficos superiores. 
 
 
→ Formulação: praguicida 
acrescido de elementos inertes 
no qual o princípio ativo 
encontra-se na concentração 
ideal para a sua manipulação, 
aplicação e transporte de forma 
segura e eficiente. 
→ Fiscalização: No Brasil é feita 
pela ANVISA e pelo MAPA 
 
 
 
 
Histórico 
 
1. Papiro de Ebers 1500 a.c.: manuscrito da antiga civilização documentava 
informações sobre plantas tóxicas, metais e preparações para repelir do domicílio 
pulgas e outras pragas. 
2. Enxofre, odisséia 1000 a.c.: uso de enxofre para controle de pragas. 
3. Arsênio: controle de insetos 
4. plantas raticidas 23 a 70 d.c.: com efeitos semelhantes ao acônito (estimulação 
seguida da depressão do miocárdio, músculos lisos, esqueléticos, SNC e nervos 
periféricos). 
5. Nicotina – fim séc XVII: inseticida 
6. Isca de arsênio e mel – 1669: formicida 
7. Cobre – Final do séc XIX: combate ao fungo 
8. Compostos inorgânicos inicio do séc. XX 
9. Praguicidas orgânicos e sintéticos – 1930 
10. DDT – 1939 redescoberto (sintetizado 1874) 
a. Inseticida organoclorado 
b. Daqui surge o vocabulário “dedetizar” 
 Estima-se que o uso desses compostos tenha salvado mais de 50 milhões de pessoas e 
evitado cerca de 1 bilhão de novos casos de doenças, porém eles apresentam 
 
 
consequências ambientais, dando ênfase na sua bioacumulação e seus efeitos na fauna e 
flora. 
 O DDT até 1970 era considerado padrão para controle, mas por conta dos efeitos 
relatados anteriormente, ele foi banido da Suíça em 1970; em 1973 dos EUA e aqui no 
Brasil houve restrição de alguns organoclorados – sendo usado somente: 
→ Limitado ao governo federal 
o Campanhas de saúde pública de combate a vetores 
o Situações emergenciais ligadas ao aparecimento de pragas 
→ Ressalvas da lei: 
o Aldrin e dodecloro - Uso de iscas formicidas e cupinicidas para o emprego 
em reflorestamento e florestamento. 
 
Toxicologia e praguicidas 
 O emprego de praguicidas trouxe grandes benefícios paraa produção de alimentos e 
para a saúde humana e animal, tanto que ainda hoje não é possível se suspender a 
utilização desses agentes. 
 Porém, nenhum praguicida é totalmente seguro, mesmo que usado adequadamente ele 
apresenta potencial de exercer efeitos nocivos sobre a vida selvagem, solo, saúde humana 
e animal. Pode haver a contaminação de todo o ecossistema, bem como dos alimentos de 
origem animal e vegetal, além dos subprodutos. 
 A ampla utilização destes compostos na 
agricultura, na indústria e ambiente doméstico 
tem resultado em aumento do número de 
intoxicações humanas e animais. No Brasil, o 
Sistema Nacional de Informações Tóxico-
Farmacológicas (Sintox) – órgão da Fiocruz – 
passou a divulgar anualmente, a partir de 1985, 
os casos de intoxicação humana e em 2000 as 
de animais... os valores animais cresceram, 
mas ainda são baixos em relação aos humanos 
registrados, o que nos faz ver que há uma 
subestimação do número real de casos de 
intoxicação animal. 
Classificação 
 Os praguicidas podem ser classificados de diversas formas, seguindo vários critérios, 
como: modo de ação, persistência, duração do efeito do tratamento, toxicidade, origem e 
grupos químicos. 
 
 
 Na toxicologia veterinária, tem maior importância aquele que considera a finalidade de 
utilização associada à estrutura química do praguicida, tem-se: inseticidas, acaricidas, 
herbicidas, fungicidas, raticidas... 
 Outra classificação importante é aquela que considera a toxicidade do praguicida, 
tomando-se a dose letal 50% (DL50), e com isso temos a determinação legal dos rótulos, 
que devem conter uma faixa com uma cor padronizada de acordo com a classe 
toxicológica e o pictograma da caveira (classe I e II). 
 
 
Agora vamos falar de alguns praguicidas (organoclorados, piretróides, organofosforados e 
carbamatos) e evidenciar suas características, mecanismos de ação, sinais de intoxicação, 
diagnóstico e tratamento. 
Organoclorados 
 Primeiros praguicidas a surgirem, sendo utilizados como praguicidas após a descoberta 
de sua ação sobre insetos e pragas. 
 Porém, por conta da sua baixa degradabilidade no meio ambiente (estabilidade) e da sua 
alta lipossolubilidade, eles adentram facilmente às membranas lipoproteicas e produzem 
consequentemente seus efeitos tóxicos e ambientais extremamente importantes. 
Isso resultou em sua proibição em praticamente todo o mundo, sendo proibido no Brasil 
em 1989 por meio de lei, porém ainda são utilizados no combate de formigas e cupins e 
também na saúde pública para o combate de vetores de doenças... por conta do seu baixo 
custo e alta eficiência. 
Eles são classificados de acordo com sua estrutura química: 
→ Derivados clorados do etano: DDT 
→ Cicldienos: Aldrin 
→ Cicloexanos: HCH 
 
 
 
Características 
→ Alta estabilidade, alta lipossolubilidade – sendo relativamente inertes frente a 
ácidos e bases 
→ Pouco biodegradáveis – sendo importantes contaminantes ambientais 
→ Acumulam-se em proporção crescente no tecido adiposo à medida que avançam 
opara o topo da cadeia alimentar – Biomagnificação. 
→ Armazenamento no tecido adiposo: por conta da sua característica lipossolúvel eles 
conseguem se armazenar no tecido adiposo ou serem sequestrados para órgãos 
que contenham alto teor de lipídeos (fígado, rins e tec. Nervoso) 
o São liberados quando há carência nutricional podendo levar ao quadro de 
intoxicação. 
→ Fonte de exposição: 
o Indireta: principal forma, podendo acontecer por meio da contaminação do 
meio ambiente e/ou alimentos 
o Direta: Por meio da manipulação desses praguicidas em atividades 
ocupacionais, ingestão acidental, uso incorreto, ou finalidade suicida ou 
criminosa. 
→ Absorvidos por via oral, respiratória e dérmica 
o Aplicados na forma de emulsão ou oleosa – podem ser absorvidos pelas 
mucosas e pela pele íntegra 
o Inalação não é tão importante pois eles são pouco voláteis. 
→ Biotransformação lenta – pela complexidade da estrutura química, 
lipossolubilidade, e capacidade de armazenamento 
→ Excreção pela via biliar – pode haver recaptação na luz intestinal e voltar para 
circulação e ser novamente excretado pela bile (ciclo entero-hepático) – atrasa mais 
a excreção 
o pode ocorrer excreção pelo leite. 
→ Meia vida: 335 dias 
Mecanismo de Ação - DDT 
→ Organoclorados são estimulantes gerais e difusos do SNC e periférico, eles alteram 
a cinética dos canais de sódio nas membranas neurais, inibem a ligação do GABA 
ao receptor e aumenta a liberação de neurotransmissores. 
o Excitabilidade intensificada, pode ter mais estímulos mais rápido. 
 
 
1. Bloqueando canal de potássio: Ao 
bloquear os canais de potássio e 
reduzindo assim o transporte de íons 
potássio K+, não ocorre a 
hiperpolarização indo direto para o 
repouso e assim podendo ter outro 
estímulo mais fácil, estando sempre apto 
para receber o estímulo. 
 
2. Dificulta os fechamentos dos canais de 
sódio: Ele interfere no fechamento de 
alguns canais de sódio e fazendo com 
que eles fiquem abertos, e se não tem 
esse fechamento de todos os canais de 
sódio, um pequeno estímulo já irá 
despolarizar essa célula já que não 
precisa abrir muitos canais de Na+ à mais. 
 
3. Inibe a Na/K ATPase e Ca/Mg ATPase: 
a. Na/K ATPase: Inibe algumas bombas, não todas, e inibindo-a ele acaba 
sobrecarregando as outras que não foram bloqueadas e assim acelerando 
o processo para chegar ao repouso mais rápido. Além de que ficam mais 
frágeis em questão de estímulo, pois elas não conseguirão manter tanto o 
repouso e qualquer estímulo irá despolarizar. 
b. Ca/Mg ATPase: Inibe a bomba que é responsável por fazer retirada de 
cálcio da célula e isso resulta no 
acúmulo de cálcio livre no meio 
intracelular, o que facilita a 
liberação dos neurotransmissores 
estocados nas vesículas sinápticas, 
com subsequente despolarização 
dos neurônios adjacentes, levando a 
propagação do estímulo nervoso. 
4. Inibe a ligação calmodulina-Ca+ e consequente liberação: Inibe a calmodulina e 
isso faz com que o cálcio livre não possa se 
ligar a ela e ele ficará livre para estimular a 
liberação de mais neurotransmissores. 
a. Calmodulina é uma proteína que 
tem alta afinidade com o cálcio 
 
 
 
Mecanismo de Ação – Ciclodienos e clicloexanos 
1. Atuam como antagonista competitivos do 
GABA, interferindo na captação de cloro pelo 
neurônio – Se o GABA é inibitório, atuar como 
antagonista fará com que as ações 
excitatórias prevaleçam e assim a célula 
ficará excitável. 
 
2. Inibem as enzimas Ca/Mg ATPase 
fazendo com que tenha acúmulo de cálcio 
livre na célula e estimule a liberação dos 
neurotransmissores pela vesícula 
sináptica e isso irá fazer com que 
despolarize neurônios subsequentes e 
assim propagando o estímulo nervoso. 
 
Sinais de Intoxicação 
Eles podem causar toxicidade aguda, subaguda ou crônica, e as manifestações clínicas 
irão variar de acordo com o tempo de exposição ao toxicante. 
DDT (mais clássico) 
→ Parestesia da língua, lábios e face: 
Impedindo a ingestão de 
alimentos, o que é bastante 
significante em bovinos, já que a 
língua é o principal na captação do 
alimento. – isso ocorre porque 
temos a musculatura sendo muito 
estimulada e uma hora acaba 
entrando em fadiga e levando a 
parestesia. 
→ Aumento a susceptilidade a 
estímulos externos (luz, toque, 
sons) – animal sensível 
→ Perda de peso 
→ Anemia – pode levar a destruição 
de hemácias, mas nem sempre 
ocorre 
→ Alterações reprodutivas - Animal 
não ciclar e etc. 
→ Tumores hepáticos – em casos 
mais graves 
 
Ciclodienos e cicloexano 
→ Vômito 
→ Hiperexcitabilidade 
→ Convulsão 
→ Reprodução: aumenta mortalidade 
de filhotes e reduz fertilidade 
→ Teratogênico – Gera deformações 
→ Mudanças degenerativas no fígado 
e rins 
 
 
 
Diagnóstico 
→ Baseado na anamnese e no exame clínico, fazendo análise dos sinais de 
intoxicação.→ Pode ser feita uma análise laboratorial para investigação da presença e quantidade 
de praguicida no organismo 
o 5ml de sangue – conservado com oxalato de potássio ou heparina 
→ Estudo em tecido adiposo – análise feita por cromatografia gasosa 
o 5-10g de material, congeladas 
→ Diferencial: intoxicação por piretróides, organofosforados e metaldeído, além de 
patologias que afetem o sistema nervoso, como meningite e pseudo-raiva. 
Tratamento 
→ Não existe antídoto específico, portanto o tratamento é sintomático e de suporte 
o Importante implementação de conduta emergencial de descontaminação do 
paciente intoxicado agudamente e que varie com a via de exposição. 
▪ Dérmica: banho com água corrente e sabão neutro na eliminação dos 
resíduos clorados da pele e dos pelos. 
▪ Olhos: água corrente limpa abundante, cabeça lateralizada para impedir 
que o toxicante caia sobre o outro olho. 
▪ Ingestão: lavagem gástrica para eliminar o praguicida que ainda não foi 
absorvido, uso de carvão ativado para realizar adsorção, 
• Indução de êmese: contraindicada pelo risco de convulsão e 
depressão respiratória. 
• Leite ou substâncias gordurosas: contraindicados pois 
favorecem a absorção 
 
Piretróides 
→ Derivados de um inseticida botânico chamado Piretrim – praguicida natural 
→ Vantagens: 
o Alta seletividade 
praga/mamífero – preferência 
pela praga 
o Grande eficácia 
o Baixa fotoestabilidade 
o Alta biodegradabilidade – 
menores efeitos sobre o meio 
ambiente 
→ Tem grande emprego na veterinária 
 
 
→ Eles são divididos em 2 grupos de acordo com sua estrutura química, ação 
neurofisiológica e toxicológica (tipo I e II). 
o Os tipos são determinados pela presença ou ausência de um componente (ɑ-
cyano) que determina o tipo de síndrome neurotóxica observada 
▪ Tipo I: não contém o componente, causa a síndrome T (tremores) 
▪ Tipo II: contém o componente, causam síndrome CS (coreatetose e 
salivação) 
 
características 
→ Utilizado na medicina veterinária para combater ácaros, carrapatos, moscas, 
pulgas e piolhos. 
→ Fonte de exposição: 
o Direta: Manipulação dos praguicidas em atividades ocupacionais, ingestão 
acidental, utilização incorreta, ou uso de maneira criminosa. 
o Indireta: contaminação de alimentos e/ou dos alimentos 
→ São substâncias lipofílicas rapidamente absorvidas por via oral, dérmica e 
respiratória 
→ Biotransformação: ocorre rapidamente no trato intestinal, portanto a toxicidade oral 
é muito baixa 
→ Toxicidade crônica baixíssima: 
tem pouco ou nenhum 
armazenamento, assim com 
ausência de acúmulo nos 
organismos a ele exposto (não 
sofre com Biomagnificação) 
→ Excreção ocorre pela urina, 
podendo ser excretado pelas 
fezes em baixas concentrações. 
 
Mecanismo de ação 
→ Tipo I: Levam a disparos repetitivos em decorrência de um aumento pós-potencial 
positivo. Eles, portanto, aumentam a frequência de abertura de canais de sódio 
levando a um aumento do transporte de sódio para dentro do neurônio, o que irá 
produzir uma despolarização pós-potencial. 
 
 
o Ele leva a disparos repetidos deixando a membrana parcialmente 
despolarizada, facilitando a despolarização se houver pequenos estímulos, 
por conta da abertura de canais de sódio 
o Abertura de canais de sódio facilita a despolarização 
→ Tipo II: causam uma diminuição na amplitude do potencial de ação por prolongar o 
tempo de abertura dos canais de sódio. Ele inibe o receptor GABA e bloqueia a 
calmodulina 
o São antagonistas do receptor GABA (benzodiazepínico) – se o GABA é 
inibitório, ser antagonista a ele deixará a célula mais excitável 
o Bloquear a calmodulina irá afetar a ligação dela ao cálcio, fazendo om que 
ele fique livre no meio intracelular e estimule as vesículas sinápticas a 
liberarem neurotransmissores – propagando o estímulo nervoso a neurônios 
subsequentes. 
>> Semelhante ao que vimos nos organoclorados, porém é mais seguro, da mesma forma 
provoca excitabilidade exacerbada que leva o animal à óbito... mas as vantagens de alta 
degradabilidade e rápida biotransformação o tornam mais seguros. 
 
Sinais de intoxicação 
Podem causar toxicidade aguda, subaguda ou grave, dependendo do tempo de exposição 
ao toxicante. 
Tipo I: Síndrome T (tremor) – estímulo a 
contração do musculo – animal parado, 
mas a musculatura treme. 
→ Aumenta a sensibilidade a 
estímulo externo 
→ Prostrados com tremor – mesmo 
parado a musculatura treme 
→ Aumento da temperatura – por 
conta da excitabilidade da 
musculatura 
Tipo II: Síndrome CS (coreotetose e 
salivação) – incoordenação e salivação 
→ Comportamento de escavar ou 
fazer tocas – mais sensível a 
estímulo externo, se esconde para 
se proteger do incômodo 
→ Profusa salivação 
→ Tremores 
→ Locomoção anormal 
>> Os sinais evoluem para a morte por parada cardiorrespiratória ou para recuperação 
dentro de 24h a 72h 
 
 
Diagnóstico 
→ Anamnese e exame clínico, por meio da avaliação dos sinais de intoxicação 
→ Diferencial: organoclorados, metaldeído, meningite e pseudoraiva 
→ Análise laboratorial: tecido hepático e cerebral para investigar a presença do 
praguicida – difícil detecção. 
→ Valores hematológicos e bioquímicos – normais – ele não acumula e acaba não 
dando alterações nesses exames 
 
Tratamento 
→ Tratamento sintomático e de suporte 
→ Conduta emergencial de descontaminação é importante, varia de acordo com a via 
de exposição: 
o Dérmica: banho com água corrente e sabão neutro 
o Olhos: água limpa corrente 
o Ingestão: lavagem gástrica (se o animal não tiver apresentado convulsões), 
uso de carvão ativado e uso de catártico salino (adsorventes) são bastante 
eficazes. 
o Em caso de convulsões: pode administrar lentamente, via intravenosa, 
benzodiazepínicos (como Diazepam). 
 
Inseticidas – carbamatos e organofosforados 
São agentes anticolinesterásicos 
→ Carbamatos 
o Toxicidade variável, porém, em seu grupo tem um dos mais tóxicos que é o 
Aldicarb (chumbinho) 
→ Organofosforados 
o Conhecido como “gás dos nervos”, ele apresenta alta lipossolubilidade 
▪ Não acumula tão fácil como o organoclorado (mesmo sendo 
lipossolúvel), ele se distribui fácil, mas não tem essa facilidade de se 
acumular 
Características 
Esses dois apresentam características, como: 
 
 
→ Eficientes sem persistir no ambiente 
→ Não acumulam no tecido adiposo 
→ Não causam bioacumulação e Biomagnificação 
Os organofosforados e carbamatos estão sempre entre os principais agentes tóxicos 
relacionados a exposições agudas, em situações acidentais ou não. Isso se explica com 
fatores, como; eles ainda apresentam uma ampla utilização e alta toxicidade de alguns 
compostos, devendo se atentar ao uso incorreto delas e a preocupação na facilidade de 
acesso para adquiri-las, pois não há uma fiscalização eficiente mesmo sendo um produto 
ilegal. 
→ Eles são rapidamente absorvidos na pele (principalmente lesada e em temperatura 
ambiente alta), pelo trato respiratório e gastrintestinal. 
→ Atravessam as barreiras hematoencefálica e placentária. 
→ Biotransformação hepática 
 
Mecanismo de ação 
As duas substâncias agem da mesma forma. 
Temos a acetilcolinesterase que é 
responsável por degradar a acetilcolina na 
fenda sináptica. 
→ Eles se ligam a acetilcolinesterase 
impedindo a quebra da acetilcolina 
o são colinérgicos indiretos, pois 
eles aumentam a ação colinérgica por inibirem a degradação da 
acetilcolina. 
 
O carbamato se liga tanto ao sítio aniônico quanto ao 
sítio esterásico da enzima acetilcolinesterase 
O organofosforado irá se ligar ao sítio esterásico, o 
fósforo da sua estrutura irá se ligar a serina da 
estrutura da enzima. 
>> Carbamato é reversível, função por cerca de 
horas e o organismo se recupera com o tratamento 
>> O organofosforado tem uma ligação mais forte, 
por ser essa ligação entre fósforo e oxigênio, e para 
 
 
desfazer essa ligação é mais difícil, sendo consideradoirreversível e tendo ação por dias e 
esse tempo não é compatível com vida. 
 
>>Pralidoxima: atrai fósforo que iria se ligar no oxigênio para ela e reverte a ligação, mas 
isso só é eficiente quando não houve o envelhecimento da ligação (alterações 
conformacionais), sendo utilizável em até 40-50min. 
Sinais de intoxicação 
 
Todos os sintomas serão relacionados com a resposta da acetilcolina que estarão grande 
quantidade no organismo. Estimulação excessiva do Parassimpático. 
 
 
→ Muscarínico: 
o Broncoconstrição – não 
consegue respirar 
o Miose 
o Náuseas 
o Sialorreias 
o Vômito 
o Expectoração 
o Sudorese 
o Incontinência urinária 
o Cólicas abdominais 
o Diarreia 
o Bradicardia 
→ Nicotínico 
o Taquicardia 
o Hipertensão 
o Fasciculação 
o Tremores 
o Fraqueza muscular 
o Paralisia flácida 
→ SNC (muscarínicos 
principalmente) 
o Ansiedade 
o Agitação 
o Tontura 
o Prostração 
o Depressão do centro 
respiratório 
o Convulsão 
o coma 
 
>>Em casos graves, a alta dose irá levar a morte por parada respiratória – Diafragma com 
alta de acetilcolina, contração intensa, entra em fadiga e ele para levando a parada 
respiratória. 
Tratamento 
→ Redução da absorção 
o Ingestão: lavagem gástrica até 2h, uso de carvão ativado 
▪ Aqui o carvão ativado pode ser utilizado por mais tempo pois acaba 
sendo vantajoso. Nos demais casos acabam sendo vantajoso até 1h 
• Carbamato (12h) e organofosforado (48h) 
o Olhos: lavagem com água limpa abundante 
o Respiratória: retira o animal do local 
→ Medidas específicas 
o Oximas (pralidoxima): útil para organofosforado pois se liga ao fosforo do 
organofosforado e carbamato não tem fósforo 
▪ Contraction – 15 a 40mg/kg peq. – 25 a 50 mg/kg grandes 
 
 
o Atropina: (0,2-0,5mg/kg) – funciona tanto para carbamatos quanto 
organofosforados – ameniza sintomas que podem estar acontecendo, porém 
não faz desligamento mas evita que o organismo entre em colapso. 
▪ Atropina é principal antagonista dos receptores muscarínicos 
▪ Cautela na repetição para ruminantes – apode causar atonia ruminal 
▪ Atropina não neutraliza a enzima, sinais nicotínicos permanecem 
Diagnóstico 
→ Histórico da exposição, sintomatologia, e alteração post-mortem 
→ Medida da atividade da colinesterase, análise toxicológica da amostra biológica 
o Coleta mostra do animal, e nele tem substância que parece com Ach e ao 
colocar na amostra, altera a coloração – analisando se tem muita ou pouca 
enzima na amostra 
▪ Se tem muita enzima quebra a Ach do kit e fica amarelo, se tiver 
pouca enzima disponível a chance de intoxicação é alta. 
Prevenção 
→ Cuidado na manipulação 
→ Descontaminação do local 
→ Troca de água e comida 
→ Remoção de solo contaminado 
→ Leite deve ser descartado – não disponibilizar para o bezerro 
→ Intoxicações intencionais – acabam tendo substâncias combinadas e isso dificulta 
o tratamento.

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