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INTRODUÇÃO →Abordagem manipulatória que faz o fechamento dos tecidos, por meio de aposição, eversão, invaginação ou sobreposição, sendo o mais comum o 1º método TERMINOLOGIA →Espaço morto anatômico: espaço que não existia antes da incisão ser feita e, ao fazê-la ocorre uma separação e é o local onde se forma o seroma (complicação pós-cirúrgica com acumulo excessivo de liquido próximo à cicatriz, causando inflamação) Para evita-lo deve-se, na sutura, unir o plano com o de baixo eliminando-o →Ponto de redução: ponto que fecha o espaço morto →Fio de reparo: usado quando mexe no estômago, bexiga, etc e passa-se um fio prende- o com a pinça e o órgão é manuseado por ele para que não seja machucado ao ser feito com as mãos, ou pode também ser um fio reparado por uma pinça que se usa na sutura para que não corra →Reparo de fio de sutura: fazer a colocação da pinça (se for curva, sua extremidade será sempre voltada para cima para que não atrapalhe e gaste maior quantidade de fio) →Ancoragem do fio de sutura: quando o auxiliar pega o fio com o dedo tracionando para cima ou lado para não atrapalhar o cirurgião →Sepultamento de nó: quando vai internalizar o nó, colocando o nó final dentro do leito para que não fique visível em sutura intra-dérmica, por exemplo →Ligadura: hemostasia que pode ser feita também em pedículo, envolvendo o vaso e o tecido ao redor EXIGÊNCIAS PARA UMA BOA SUTURA →Utilizar antissepsia e assepsia corretas →Fazer a união de tecidos plano a plano →Hemostasia adequada →Abolição de espaço morto →Bordas limpas e sem anfractuosidades →Ausência de corpos estranhos como fragmentos de gaze, fio (por isso a lavagem é importante, principalmente quando a pele é fechada – lavar com solução fisiológica, ou ringer lactato sob pressão de 8PSI com seringa de 20/60 e agulha 40x12) →Ausência de tecido desvitalizado (também feito com a lavagem) →Uso de sutura adequada: aposição, invaginação, eversão e sobreposição (depende do tipo de tecido, sendo na maioria deles feita a de aposição, mas em situações como em vísceras ocas que a de invaginação é utilizada para que o liquido não extravase depois) →Uso de fio adequado →Uso do diâmetro do fio adequado (o menor fio suficiente para manter o tecido no local até que cicatrize) →Porta-agulhas: Mayo-Hegar, Mathieu (mais utilizado em grandes animais) e Olsen-Hegar (possui uma tesoura e o ramo para pegar, podendo ser utilizado tanto para cortar como para passar a sutura) →Material auxiliar: pinças auxiliares (para pegar o tecido enquanto está suturando) →Materiais de sutura: fios, malhas ou telas (utilizadas quando se precisa substituir o tecido que não tem, feitas do mesmo material de alguns fios), grampos e adesivos FIOS DE SUTURA CARACTERÍSTICAS →Capilaridade: capacidade do fio absorver os fluidos ao redor →Resistência: que ele tem antes de se romper →Coeficiente de arrasto: lesão que faz ao passar no tecido (se tem maior coeficiente, faz maior lesão – como se fizesse mais fricção no tecido ao passar por ele) →Maleabilidade: facilidade de manuseio de leva-lo a uma posição →Absorção previsível: saber, em diferentes tecidos, qual a rapidez em que será absorvido para saber qual deve ser usado em cada situação →Segurança dos nós: saber se o fio terá maior ou menor segurança (maior segurança = fio mais firme, que não tende a desatar os nós) →Memória: tendencia do fio a retornar à posição anterior (fio com muita memória, quando colocado no tecido, tende a desatar o nó, pois tende a voltar ao que era anteriormente – no nylon, por exemplo, deve ser retirada a memória tracionando-o) →Tensão de estiramento: resistência do fio em manter o tecido na posição/local até que cicatrize (resistência x tensão = a 1ª está relacionada ao rompimento do fio e a 2ª está relacionada a ele não ter mais força para manter a aposição do tecido) →Carcinogênese: alguns fios podem ter potencial em causar câncer nos tecidos →Reatividade: capacidade do fio causar reações alérgicas e inflamatórias no tecido →Encapsulamento adequado do fio inabsorvível: capacidade desse fio fazer uma capsula e torna- lo inerte ao tecido, para que não ocorra reação inflamatória e causar desconforto no paciente →Suportar esterilização: é bastante importante, já que se precisa de um fio estéril, caso contrario levara inflamação para dentro do tecido (pode ser que alguns fios sobre de uma cirurgia para outra e se puder autoclava-los, garante o seu reaproveitamento) →Custo: o ideal é um fio com as melhores qualidades e custo baixo, mas sabe-se que quanto melhor o fio mais caro é FIO DE SUTURA IDEAL →Manter tensão até servir ao propósito, ou seja, até que o tecido se mantenha por si só (a partir do momento em que o tecido cicatrizou, o fio não mais será necessário) – para isso os fios absorvíveis seriam mais interessantes, pois manteriam a tensão e quando o tecido cicatriza eles são absorvidos e “somem”, sem deposição de corpo estranho →Não ser eletrolítico (quando é eletrolítico possui carga elétrica passando por ele, por isso pode tender a ser absorvido mais rápido, principalmente se for um fio absorvido por hidrolise, por exemplo) →Não capilar (não se deseja um fio que ingurgita com o liquido ao redor, pois se isso ocorrer ele pode desatar os nós, ou pode ficar inchado, causando compressão dos tecidos ao redor) →Monofilamentoso (multifilamentosos são fibras trançadas que acabam gerando maior coeficiente de atrito, por isso peritem maior alcance de bactérias ou outras substancias, que ficam interpostas entre elas, por isso o mono é mais interessante, pois é fibra única, gerando menos chance de fricção e contaminação bacteriana) →Não provocar reação alérgica (senão pode-se ter reação de corpo estranho ou o fio ficar muito reativo e causar maiores inflamações – nas fazes da cicatrização, a inflamação é a 1ª e, se causa uma reação alergia, essa inflamação cursa por mais tempo e na fase de desbridamento a limpeza necessária para essa região também durará mais) →Não carcinogênico →Boa maleabilidade para poder trabalhar com ele →Boa segurança de nós →Causar mínima reação tecidual →Absorção previsível para saber em qual tecido usar cada fio →Encapsulamento adequado para não ter reação a ele e para que fique inerte →Baixo custo →Passível de esterilização DIÂMETROS DOS MATERIAIS DE SUTURA →Tamanho de fios: 6-0; 4-0; 3-0; 2-0; 0; 1; 2 (quanto mais 0, mais fino o fio é) →1,2,3, até o 7 são fios mais grossos →A tendencia, em grandes animais, é que se use fios do 1 para frente →Um fio, a partir do 6-0, já deve-se usar uma lupa para conseguir enxerga-los (10-0 deve-se usar microscópio), geralmente utilizados para cirurgias oftálmicas SELEÇÃO DO MATERIAL DE SUTURA →Tipo tecidual/órgãos Para sutura de fígado e baço, por exemplo, são necessários fios monofilamentares para não ocorrer fricção e levar a um sangramento, além da agulha ser atraumática para que a perfuração não cause lesão maior Em aponeuroses, que são tecidos de cicatrização lenta, é necessário fios inabsorvíveis ou absorvíveis sintéticos, pois é necessário que mantenha a tensão ate que cicatrize Em órgãos como estomago, intestino e vísceras, em geral, é necessário manter a tensão por +/- 21 dias, portanto são necessários fios que mantenham a tensão por muito mais que isso →Finalidade da sutura (depende do tipo de tecido – no diafragma em hernias perineais é necessário fazer uma fibrose na área para restitui- la, por isso os fios inabsorvíveis sintéticos são utilizados, diferente das vísceras, nas quais é necessário que o tecido cicatrize e o fio suma, sendo os fios absorvíveis sintéticos utilizados →Tamanho do paciente (quanto maior o paciente,maior o fio, devendo ele não ser apenas compatível com o animal, mas também como o tecido) Para fechamento de cavidade abdominal de dentro para fora tende a usar fios mais calibrosos dentro e, à medida que vai ficando mais externamente, são usados menos calibrosos (ex: 1-0 na cavidade abdominal, 20- no subcutâneo e 3-0 na pele) →Considerações especiais Tecidos de baixa vascularização: é necessário um fio que dure por mais tempo (absorvíveis sintéticos de longa duração ou inabsorvíveis) Tendões: a tendencia é usar fios inabsorvíveis para que sejam pouco reativos, já que esta é uma estrutura que, se houver reação tecidual ao redor ou próximo a ela, irá inflamar e, por ser de baixa vascularização, irá demorar a cicatrizar Vias urinarias: é contraindicado os fios de nylon, pois tem potencial calculogênico, formando nidus (debris que se formam ao redor do fio, predispondo a formação de cálculos), por isso, na luz das vias urinarias o ideal é utilizar fios absorvíveis sintéticos ou em ultimo caso o polipropileno Trato digestivo: evitar fios que possam ser digeridos muito rápido (categute é um fio que, em pH ácido, é absorvido mais rápido, portanto, é contraindicado) e, no rúmen por exemplo, que tem pH mais alcalino, deve-se evitar fios que não sejam indicados para esses pH, como o ácido poliglicólico Sistema vascular: é necessário fios muito resistentes, inabsorvíveis e que, além de tudo, tenham bastante flexibilidade, pois o vaso distende e o sangue passa por ele com muita pressão, principalmente se for sangue arterial, sendo assim o polipropileno é o mais indicado CLASSIFICAÇÃO DOS FIOS DE SUTURA QUANTO A ORIGEM →Naturais: feitos de coisas naturais (seda, feita através do bicho da seda, algodão, categute) →Sintéticos: foram criados para resolverem problemas vistos nos naturais, que tendem a ser mais reativos, com absorção imprevisível e, às vezes, com muito arraste QUANTO A BIODEGRADAÇÃO →Absorvíveis: aqueles que perdem sua tensão em até 60 dias →Inabsorvíveis: aqueles que perdem sua tensão após 60 dias (muitas vezes, nos animais, como vivem pouco, acaba levando 70 anos para absorver, mas não quer dizer que são completamente inabsorvíveis, mas sim que, nos animais acabam não sendo absorvidos) QUANTO A PRESENÇA DE AGULHAS →Agulhado: mais utilizados →Não agulhado: usados na parede abdominal para aproveitar o fio (estes fios são mais baratos) OBS: A tendência é usar os agulhados, pois possuem agulhas atraumáticas, ou seja, sem o fundo NATURAIS ABSORVÍVEIS →Categute: simples ou cromado Fio mais antigo, tendo sido mito utilizado Feito de submucosa do ID de ovinos ou serosa de ID de bovinos, portanto tem característica séptica É bastante capilar, portanto, ingurgita com líquidos ao redor É multifilamentoso e, apesar de ter tiras torcidas, é banhado para ter superfície regular e macia Tratado com formaldeído ou radiação ionizável (estéril) Não pode ser autoclavado, pois ocorre digestão dele através de enzimas proteolíticas (pacientes com hipoproteinemia não devem utiliza-los, pois ele rouba proteínas para ser degradado), consequentemente há perda de tensão pela desnaturação de proteínas – só pode ser esterilizado pelo oxido de etileno ou radiação ionizável Absorção se dá por 2 formas, 1º há perda de tensão pela separação molecular por ação de enzimas hidrolíticas e atividade colagenolítica (digestão enzimática), depois termina de ser digerido e absorvido por enzimas proteolíticas (é fagocitado) Composição: 90% colágeno, o que causa uma reação de corpo estranho, por isso é um fio bastante reativo Grande variação absorção na perda de tensão, pois não consegue se manter em alguns ambientes (se exposto a secreções ácidas é digerido mais rapidamente, assim como em ambientes infectados, tecidos muito vascularizados e pacientes hipoproteicos) Vantagem: ótimo manuseio (literatura) – vem em uma solução com álcool, exatamente por ser considerado séptico em sua composição Desvantagens: reação inflamatória e absorção irregular Pode ser banhado em sais de cromo (os tipos de banho aumentam as ligações intermoleculares, aumentando a tensão superficial, tornando-o resistente a digestão e gerando decréscimo da reatividade tecidual) – categute crômico/cromado o Cromado fraco: tipo B (perda de tensão em 10 dias) o Cromado médio: tipo C (perda de tensão em 20 dias) o Cromado extra: tipo D (perda de tensão em 40 dias) – perda de tensão em 33% em 7 dias e 67% em 28 dias e, em 60 dias tem absorção completa em ambiente normal OBS: não pode ser usado em nó de cirurgião, pois pode desfiar, sendo utilizado apenas no nó quadrado e cortado em tamanho maior (geralmente 0,5cm a mais, caso contrário, sua capilaridade pode fazer com que desate os nós) →Colágeno Monofilamentosos 1964 Feito de tendão flexor bovino, sendo assim não é de composição séptica, mas sim asséptica e de processamento simples Tratado com formaldeído ou sais de cromo Possui diâmetros muito finos (antigamente muito utilizado para cirurgias oftálmicas, não mais hoje em dia) – diâmetros de 7-0 a 4-0 SINTÉTICOS ABSORVÍVEIS →Criados para resolver os problemas dos naturais absorvíveis, relacionados principalmente a reatividade e absorção em tempos imprevisíveis e não poder ser utilizados em alguns ambientes →A cada novo fio, ficam melhores que os anteriores, justamente pelo motivo acima →Todos eles são absorvidos por hidrolise, principalmente por esterases plasmáticas, diferente do Categute, que era absorvido por fagocitose, o que faz com que tenham reatividade muito menor para a absorção dos mesmos →Ácido poliglicólico – PGA/Dexon Multifilamentoso 1970 Hidrolise (esterases) x fagocitose Hipótese: os produtos de degradação do ácido poliglicólico tem ação antibacteriana (não sabe se é real ou não), podendo ser utilizados me locais contaminados (não é qualquer lugar contaminado que deve ser suturado – se estiver muito contaminado deve-se fazer a descontaminação antes para depois suturar, mas em algumas situações não pode deixar aberto por muito tempo) Absorção com grande redução processo inflamatório Absorção completa em 60-90 dias Forte, similar a Poliglactina 910 e Nylon monofilamentar (fio mais resistente) Perda tensão: 35% em 14 dias, 65% em 21 dias e sem tensão em 28 dias Inferior a materiais inabsorvíveis: tecido de cicatrização lenta Tensão estiramento mais forte na fase critica Desvantagens: tendencia em cortar tecidos friáveis por ser um fio com muito coeficiente de arraste, menor segurança dos nós Existem formas de umedecer o fio, principalmente com sangue, para que ele passe com menor fricção Pode ser usado tanto em feridas limpas como em situações de infecção que necessitem de uma sutura →Poliglactina 910 – Vicryl Trançado, multifilamentar Esterilizado com óxido de etileno Pode ser coberta ou descoberta com esterato de cálcio e com copolímeros dos ácidos lactivo e glicolido 65:35 Sofre hidrólise de 56 a 70 dias (absorve mais rápido que o PGA/Dexon, porém é mais resistente que ele em todo o tempo, pois quando contabilizado de 0-35 dias) Perda tensão: 25-35% em 14 dias, 50% em 21 dias Mais forte que categute e tolerado em muitas feridas Não promove manifestação vascular, ou seja, não é um fio reativo Vicryl rapide: gengiva, pele ocular... (tem redução de tensão 50-60% em 5-6 dias e absorção completa em 42 dias – usado em tecidos de rápida cicatrização) Vicryl plus: possui o agente bacteriano Triclosan que permitiu aumentar seu uso em feridas contaminadas →Polidiaxonona – PDS 1º fio absorvível sintéticomonofilamentar Criado para ter um tempo maior quando utilizado em tecidos que demoram a cicatrizar Esterilizado com óxido de etileno Grande flexibilidade (menor dexon, vicryl e polipropileno) Hidrolise regular e previsível Perda tensão: 14% em 14 dias e 31% em 42 dias (maior manutenção de tensão) Absorção em 180 dias (mais lenta) PDS II: possui retenção de tensão aumentado (por mais tempo) para tecidos que demorem ainda mais →Poligliconato – Maxon Fio intermediário mais recente, monofilamentar Tem uma tensão de estiramento inicial superior, retendo essa tensão de 20-30% em 14 dias e 45% em dias (perde a tensão um pouco antes) Sua absorção se dá em 180 dias Copolímero do carbonato de glicolideo e trimetilene (GTMC) Tem desempenho previsível in vivo →Poliglecaprone 25 – Monocryl Fio relativamente recente, monofilamentar Desempenho previsível in vivo Hidrólise Perda tensão estiramento 40-50% em 7 dias e 70-80% em 14 dias (não mantém tensão por muito tempo, sendo utilizado muito utilizado em situações de cicatrização rápida) Absorção em 90-120 dias (para aperfeiçoa-lo, deveria absorver mais rápido) →Glicômero 631 – Biosyn Mais recente que o Monocryl, monofilamentar Vantagem: pode ser utilizado em ambiente alcalino (com exceção do Polidiaxonona e Maxon, nenhum dos outros absorvíveis sintéticos devem ser utilizados nesses ambientes - como a bexiga que pode ter infecção e quando houver bactérias urease positivas como a E.coli, que acabam deixando o ambiente alcalino – nesses casos acabam sendo absorvidos mais rápido) Desempenho previsível in vivo Uso aceitável em bexiga estéril e E. coli Hidrólise Perda de tensão de estiramento: 25% em 14 dias, 60% em 21 dias Absorção 90-110 dias →Meia vida de tensão = tempo de tensão que reduz em 50% (metade da tensão do fio já se perdeu) o Dexon: 2-3 semanas o Vicryl: 3 semanas o Poliglecaprone 25: 1-2 semanas o Glicômero 631: 2-3 semanas o Maxon: 3-4 semanas o Polidiaxonona: 6 semanas NATURAIS INABSORVÍVEIS →Seda Bastante utilizado na odonto Larva do bicho da seda Trançada ou torcida, sendo multifilamentar (tem coeficiente de arrasto importante) Tratado em imersão em óleo vegetal, cera e silicone para diminuir sua capilaridade, pois essa película o torna semelhante a um monofilamentar, mas isso reduz segurança dos nós, pois desliza melhor pelo tecido Perda de tensão: 30% em14 dias, 50% em 1 ano e perda total em 2 anos Vantagens: custo, manuseio, segurança dos nós Desvantagens: coeficiente de arrasto, maior reação tecidual em relação aos fios não absorvíveis (compatível com o Categute, que é o mais reativo dos absorvíveis), pode causar nidus no Sistema Urinário) e úlcera no TGI o Não utilizados em gastrorrafia, pois têm grande potencial em causar ulcerações Na presença de contaminação tem enorme potencial de infecção (normalmente, o microorganismo, para ser capaz de vencer a defesa do organismo, precisa ter, em sua maioria, no mínimo 10^6 g de microorganismos por tecido, se utilizar a seda pode-se ter uma infecção com 10^3 g de microorganismos por tecido – é muito mais fácil ocorrer, por isso não deve ser usado em ambientes contaminados) →Algodão Feito com fibras naturalmente torcidas Aumenta tensão estiramento quando molhado (quando aplicado no tecido fica mais resistente, principalmente em feridas no interior) Vantagens: melhor segurança dos nós, perda lenta da tensão de estiramento de 50% em 6 meses e 70% em 2 anos (a longo prazo é mais resistente) Desvantagens: reação tecidual semelhante a seda, potencializa infecções, muito capilar, manuseio não é bom OBS: muito utilizado na odonto, mas teoricamente a boca é um local contaminado, mas ao mesmo tempo tem muita imunoglobulina que faz a rápida cicatrização do tecido →Suturas metálicas Aço inoxidável: monofilamentar ou torcida; não causam reação inflamatória, sendo um fio totalmente inerte, tem maior tensão estiramento por ser metálico, promove segurança dos nós, pode ser autoclavado e utilizado em tecidos de cicatrização lenta; por ser muito firme, só pode ser utilizado em tecidos compatíveis com eles, portanto, para cortar esses tecidos, causar quebra e necrose tecidual Tântalo: utilizado em malhas Alumínio, prata e ouro: utilizados em próteses SINTÉTICOS INABSORVÍVEIS →Poliamidas Nylon: o Mono e multifilamentar o Perda tensão 30% 2 anos (mono), 75% 6 meses (multi) o Produtos degradação são considerados agentes bacterianos o Vantagens: é mais inerte, ou seja, tem menos reação inflamatória (apesar de ser inerte, em algumas situações, o fio multifilamentar pode fazer reação ao fio), o monofillamentar é não capilar, possui tensão similar ao polipropileno, tem grande aplicação (pode ser utilizado tanto em lugares que necessitam de fios inabsorvíveis como em lugares que precisam de absorvíveis sintéticos de longa duração), seus produtos de degradação também são considerados agentes bacterianos (assim como o PGA), a incidência de infecção em tecidos contaminados é muito baixa (perdendo apenas para o Propileno), a reação tecidual quase nula (não é indicado em cavidade serosa e sinovial, pois a fricção que causa pode gerar sinovite) o Desvantagens: inabsorvível, manuseio pobre (literatura), pouca segurança dos nós, devendo mais nós serem feitos e possui memoria Caprolactam: o Multifilamentar, torcida o Só existe em diâmetro grande e pode ser autoclavado o Tensão estiramento: maior que nylon, sendo que há perda de 20% quando molhado o Possui maior reação inflamatória na pele quando comparado com grampos e com o nylon Poliéster: multifilamentor, podendo ser simples ou coberto o Coberto com polibutilato, teflon ou silicone para fazer essa impermeabilização o Vantagens: muito forte, com grande tensão de estiramento inicial, tem excelente suporte para tecidos de lenta cicatrização o Desvantagens: manuseio limitado, bastante fricção, menor segurança dos nós (5 laçadas pelo menos), mais reativo, pode causar infecção local persistente por conta de reação tecidual exagerada o É um dos fios mais fortes →Poliamidas: polioelofinas Prolipropileno o Monofilamentoso (1961) o Autoclavavel o Vantagens: há grande segurança de nós, retém tensão de estiramento, não é afetado por enzimas, possui grande flexibilidade na pele e músculo cardíaco, o que faz com que possa ser utilizado em suturas cardiovasculares (qualquer outro fio, com a movimentação do coração, pode romper), além de ter grande resistência a infecções bacterianas o Desvantagens: fio escorregadio, muito utilizado, porém tem alto custo (por isso acaba sendo menos utilizado que o nylon) o Em algumas infecções de trato urinário, como Protheus, não é indicado o uso de fios absorvíveis sintéticos, sendo que, nesse caso, a indicação são os de polipropileno Polietileno o Monofilamentoso o Autoclavavel o Vantagens: retém tensão de estiramento e não é afetado por enzimas o Desvantagens: não é tão flexível e tem pouca segurança dos nós OBS: ambos podem ser utilizados em ambientes infectados, pois são muito resistente a infecção, a diferença é que o polipropileno tem excelente segurança dos nós →Polibupester - Novafil Único copolímero flexível Monofilamentoso, Tem melhor manuseio que Nylon e Polipropileno e tensão de estiramento e segurança dos nós semelhantes (fio um pouco mais resistente) OBS: todos os inabsorvíveis podem ser autoclavados. Dos absorvíveis, o único que não pode ser autoclavado é o categute por ser uma fonte de proteina e a autoclave promover desnaturação proteicaADESIVOS TECIDUAIS Hoje existem esses adesivos utilizados no lugar das suturas, mas ainda são muito incipientes, não sendo possível coloca-los em qualquer lugar (estão muito relacionados me fazer sutura e usa- lo como um selo, ou utiliza-los em suturas muito superficiais) CIANOACRILATOS →Aqueles que têm conversão de líquido para sólido através de uma polimerização em 60 segundos →Inicialmente tinha o metil e propil cianoacrilatos que era o superbonder, mas ocorria grande toxicidade →Foram então criados o isobutil e o n-octil que são análogos fluorados do metil e propil cianoacrilatos que têm potencial clinico →Vetbond, Liquivet, Gluture (isobutil-2- cianoacrilato e n-butil) Podem ser utilizados em algumas situações, porém se entrarem em contato com a derme podem formar granulomas (indicados apenas para a epiderme, bem superficial) Têm potencial de contaminação, não devendo ser colocados em ambientes contaminados, pois podem causar infecção Podem causar retardo na cicatrização, caso colocados em grandes quantidades Têm fraca aderência, devendo secar bem as hemorragias antes de aplicar No subcutâneo causa intensa reação inflamatória, não devendo ser utilizado em feridas profundas →Dermabond (2-octil), sendo ele mais plasticizante, ou seja, tem maior flexibilidade, com isso é possível colocar em outros ambientes de maior movimentação Em 2,5min fornece a força de um tecido cicatrizado em 7 dias Em uso humano funciona como substituto para suturas de 4-0 e 5-0 de reparo incisional e lacerações (ainda assim é muito superficial, não podendo ser muito profundo) Contraindicado em mordeduras, contaminadas, úlceras, mucosas, próximo ao olho, locais úmidos Indicado para bordas limpas, agudas, imóveis e a separação das bordas deve ser menor que 5mm e comprimento menor que 5cm A aplicação é feita de 30-60 segundos, não se deve cobrir e após 24h já é permitido lavar com água e ele vai saindo com 5-10 dias COLA DE FIBRINA →Nova geração de adesivos, sendo algo mais biológico utilizado →Há o Tissel/Tissucol e outras colas →Utiliza fibrinogênio humano + trombina bovina →Replicam essa fase final da cascata de em 10- 60 segundos, promovendo essa cola →Cola de fibrina autógena: pega do próprio animal para a fixação de enxertos cutâneos, estabilização de anastomoses intestinais e nervos junto com a sutura, ou até mesmo um selo com anastomoses vasculares suturadas É uma seringa com 2 compartimentos, 1 com fibrinogênio e outro com trombina e quando é aplicada eles se juntam e no momento dessa aplicação essa cola é formada BIOGLUE →Formado por albumina bovina + glutaraldeído →A seringa possui 2 câmaras para aplicação, que faz uma ligação forte de 2-3min →Indicado apenas para procedimentos cardiovasculares (faz anastomose com sutura e depois passa cola para fazer selagem da anastomose SELEÇÃO DO MATERIAL DE SUTURA →Relacionado a força dos tecidos normais (escolher o material compatível com cada tecido, nem mais forte senão lesiona, nem mais fraco senão rompe) →Deve ser mantido apenas durante o período de cicatrização (depois não há mais necessidade) →Na aponeurose, como é um tecido de baixa vascularização, acaba-se utilizando um fio sintético absorvível de longa duração, ou inabsorvível →Para tendões, a indicação é utilizar os fios inabsorvíveis, pois este cicatriza mais devagar ainda (indicados nylon e polipropileno) →Para vísceras são indicados os absorvíveis sintéticos (varia de acordo com a situação, podendo utilizar qualquer um deles – nos casos em que a urina está contaminada com pH alcalino é contraindicado Vicryl e Dexon, devendo-se utilizar o Glicômero 631 ou Polidiaxonona) →Suturas monofilamentares são melhores que as multifilamentares com relação a contaminação em todos os sentidos já comentados →Feridas viscerais necessitam de manter tensão por 14-21dias, por isso suturas absorvíveis são as mais indicadas →Na pele geralmente são utilizados fios inabsorvíveis (nylon, pois tem custo menor) e os absorvíveis sintéticos acabam sendo muito reativos, mas podem ser utilizados em animais selvagens em que não se deseja retirar os pontos depois →Nos músculos a tendência é utilizar os fios inabsorvíveis ou absorvível sintético de longa duração se houve ruptura muscular, se for apenas uma aproximação utiliza-se o absorvível sintético →Na aponeurose pode-se utilizar uma sutura continua, desde que use um fio com calibre acima do que seria utilizado em uma sutura isolada (sc = fio absorvível sintético de longa duração ou inabsorvível) →Em vasos e anastomoses vasculares é necessário fios resistentes que não sejam influenciados por enzimas teciduais e que tenham grande flexibilidade, sendo assim o indicado é o Polipropileno AGULHAS PARA SUTURA →Fundo Sem fundo Regular ou alongado Quadrado Arredondado Benjamim Francês, garfo ou falso (mais usada nas cirurgias) →Corpo Circular ou atraumática Cortante ou traumática (indicada por um triangulo, o que significa que o corpo é cortante) →Curvatura Reta (mais usada em grandes animais) Varia de acordo com o círculo (1/4, 1/2, 3/8, 5/8) – quanto mais superficial, serão usadas as 2 primeiras e mais profundo as 2 ultimas o As mais comuns usadas em pequenos animais são 1/2 (superficial) e 3/8 (profundo) →Ponta Traumática (cortante) Atraumatica (arredondada) SUTURAS CLASSIFICAÇÃO →Quanto ao emprego do material de sutura Isoladas ou interrompidas: vantagens – maior segurança (se romper um nó os outros não são rompidos) e melhor distribuição da tensão da ferida; desvantagens – maior tempo de execução e maior quantidade de corpo estranho depositado no tecido Contínuas: vantagens – menor tempo de execução e quantidade reduzida de corpo estranho depositado nos tecidos; desvantagens – menor segurança (quando uma parte se rompe a sutura inteira é perdida) →Quanto à disposição das bordas Aposição: quando se encosta uma borda na outra Inversão ou invaginantes: invaginam o tecido, sendo feitas de forma que vedem melhor Eversão ou evaginantes: fazem uma crista para fora dependendo do quanto se aperta (se apertar pouco fazem aposição, se muito fazem eversão) Sobreposição: sobrepõe um tecido sobre o outro nas situações me que se deseja dar maior sustentação (ex: hernia umbilical de grandes animais) →Quanto a presença de contaminação Contaminantes: passam na luz do órgão Não contaminantes: não passam pela luz do órgão PASSAGEM DA AGULHA: Não deve angular demais, pois se ocorrer haverá eversão, mas o que se deseja é aposição deve causar eversão no tecido e sim aposição DISTRIBUIÇÃO DA SUTURA NA FERIDA: lembrar que deve ser distribuídas de forma que passe pelo menos 0,5cm de um lado e do outro, pois menos que isso acaba atrapalhando a perfusão da ferida (seguir as linhas de tensão do tecido) →Em algumas situações é necessário fechar uma região mais importante, com exposição óssea, por exemplo, e, para isso, é feita uma sutura de relaxamento, na qual é feita incisão lateral, puxa a pele, cobre a região de maior importância e deixa a outra aberta, pois o osso não está visível ORIENTAÇÃO DOS NÓS: deve-se ter um cuidado, devendo estar bem feitos para que o tutor veja, devendo eles estarem lateralizados para o mesmo lado da ferida INICIANDO UMA SUTURA: ao inicia-la pode-se esconde um nó FINALIZANDO UMA SUTURA: ao finaliza-la faz-se o sepultamento dos nós →Suturas especiais De tensão ou relaxamento Em sapatilha, em sandália romana ou ponto chines Em bolsa de tabaco Combinadas: Parker-Kerr (Cushing e Lembert) REMOÇÃO DOS PONTOS DE SUTURA: devemser feitas antissepsia e assepsia corretas com kit, se possível, esterilizado
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