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CONTEXTUALIZADA – NUTRIÇÃO CLÍNICA – AOL 5 No caso desse paciente, a baixa concentração de albumina pode indicar uma desnutrição secundária ao trauma e às fraturas, que podem ter levado a uma redução da ingestão alimentar e/ou a um aumento do catabolismo proteico. Além disso, a elevação do PCR pode ser consequência do próprio trauma, da cirurgia e das lesões internas, que podem ter causado uma resposta inflamatória no organismo. A pressão arterial do paciente está bastante baixa, com valores de 80 X 60 mmHg, o que indica uma instabilidade hemodinâmica significativa. O índice de massa corporal (IMC) foi de 24,2, o que se encontra dentro da faixa considerada normal, sendo por tanto eutrófico. Com base nas informações apresentadas, esse paciente se encontra em risco nutricional, com o diagnóstico de desnutrição grave devido ao trauma, que é caracterizado pela perda de peso recente e estado de desnutrição prévio. Quanto às necessidades calóricas, o paciente necessita de uma quantidade elevada de calorias para garantir a cicatrização das feridas e o suporte metabólico para a recuperação da cirurgia. O cálculo do Valor Energético Total (VET) foi feito usando a equação de Harris-Benedict. Para homens: TMB = 88,36 + (13,4 x peso em kg) + (4,8 x altura em cm) - (5,7 x idade em anos) GEB = 66,47 + (13,57 x 70) + (5,00 x 170) - (6,75 x 37) GEB = 1615,62 kcal/dia Para este paciente, o GEB é de aproximadamente 1615,62 kcal/dia. No entanto, devido ao seu estado de instabilidade hemodinâmica, perfuração do intestino delgado e fraturas, sua necessidade energética é maior. Nesse caso, multiplica o GEB por um fator de injúria, que é de 1,2 e fator de atividade de 1,2. VET = GEB x fator de atividade física x fator de lesão VET = 1615,62 x 1,2 x 1,2 VET = 2328,68 kcal/dia Considerando a situação do paciente, uma terapia nutricional enteral é a forma mais indicada de fornecer nutrição, uma vez que pode ser administrada por uma sonda nasogástrica ou nasoenteral e fornecer nutrientes diretamente no trato gastrointestinal. O fracionamento da dieta deve ser de, no mínimo, seis refeições ao dia para evitar a hiperdistensão gástrica e aumentar a absorção de nutrientes, por tanto, em pequenas e frequentes refeições ao longo do dia, de preferência a cada 3-4 horas, para minimizar a sobrecarga gastrointestinal e fornecer nutrientes continuamente. Em relação à proteína, é essencial que o paciente receba uma quantidade adequada de proteína para a síntese de proteínas e a reparação tecidual. A meta proteica recomendada para este paciente é de 1,5 a 2,0 g/kg/dia, o que seria entre 105 e 140 gramas de proteína por dia. Fórmulas enterais poliméricas, com teor protéico moderado, podem ser utilizadas inicialmente para facilitar a administração e minimizar os riscos de intolerância. À medida que o paciente apresenta melhora clínica e estabilização hemodinâmica, pode-se progredir para fórmulas enterais específicas para trauma, com maior teor proteico e suplementação de nutrientes específicos para cicatrização e recuperação muscular, incluindo o intestino delgado. Portanto, para melhorar a cicatrização do intestino delgado, é importante fornecer ao paciente uma dieta rica em nutrientes importantes para a recuperação de tecidos, como proteínas/aminoácidos como a glutamina, vitaminas e minerais. Após a melhora do estado geral de saúde do paciente e sua capacidade de comer via oral, a progressão da dieta deve ser gradual e cuidadosa, para garantir que o sistema digestivo do paciente esteja pronto para receber alimentos sólidos. Inicialmente, recomenda-se oferecer alimentos líquidos e semi-sólidos, como sopas, caldos, purês e mingaus, para facilitar a mastigação e a digestão. É importante que esses alimentos sejam nutritivos e ricos em proteínas, vitaminas e minerais, para ajudar na recuperação do paciente. Referência Bibliográfica BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília, DF, 2014. KRAUSE, M. V.; MAHAN, L. K. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. LACERDA, Lívia. Terapia Nutricional no Paciente Grave. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2017.
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