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Contestação à Reclamatória Trabalhista

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 20ª VARA DO TRABALHO DE 
CURITIBA – PARANÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATSum 0000407-10.2021.5.09.0029 
 
 
 
 
 
 
 
AVENIDA EMPREENDIMENTOS HOTELEIROS LTDA - ME, pessoa 
jurídica de direito privado, CNPJ 04.004.502/0001-41, situada em endereço Alameda Doutor 
Carlos de Carvalho, número 784, Centro, Curitiba – PR, vem respeitosamente à presença Vossa 
Excelência, por seus advogados que abaixo subscrevem (Procuração em anexo), com fulcro no 
art. 847, da CLT, para apresentar 
 
CONTESTAÇÃO 
 
à Reclamatória Trabalhista movida por IRACEMA DO ROCIO RUTKOSKI, 
já qualificada nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
i) PRELIMINARMENTE 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. DA TEMPESTIVIDADE 
 
Conforme fl. 85, a Reclamada foi intimada em 07/10/2021, para apresentar 
contestação no prazo de 15 dias úteis, assim, considerando que dia 12/10/2021 foi feriado 
nacional o prazo se finda em 29/10/2021, tendo então por tempestiva. 
 
2. IMPUGNAÇÃO À JUSTIÇA GRATUITA 
 
Resta integralmente impugnado o pedido da parte Reclamante aos benefícios da 
justiça gratuita pelos seguintes motivos: 
 
Primeiramente não foi apresentado qualquer documento que comprove sua 
miserabilidade econômica da parte autora para pleitear os referidos benefícios. 
 
Ademais, após a vigência da Lei 13.467/2017 os requisitos para a concessão dos 
benefícios da justiça gratuita devem ser cabalmente comprovados, não havendo mais o que se 
falar em presunção. 
 
Este é o entendimento do nosso Tribunal Regional, sobre o assunto: 
TRT-PR-03-04-2018 EMENTA: JUSTIÇA GRATUITA. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. 
REQUISITOS. Para que seja concedido o benefício da justiça gratuita é suficiente que a parte 
requerente receba salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declare sua situação de 
hipossuficiência econômica afirmando não ter condições de demandar sem prejuízo do sustento 
próprio e da família, nos termos do artigo 790, parágrafo 3º, da Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), combinado com o artigo 4º, parágrafo 1º, da Lei nº 1.060/1950, requisito 
preenchido na hipótese vertente. Recurso ordinário do reclamado conhecido e desprovido. (...) 
TRT-PR-08121-2014-005-09-00-6-ACO-05337-2018 - 7A. TURMA Relator: ALTINO 
PEDROZO DOS SANTOS Publicado no DEJT em 03-04-2018 
 
Ainda sobre o mesmo assunto o Tribunal Superior do Trabalho dispõe: 
Súmula 463/TST - 01/06/2015. Assistência judiciária gratuita. Pessoa natural. Comprovação. 
(conversão da Orientação Jurisprudencial 304/TST-SDI-I, com alterações decorrentes 
do CPC de 2015). CPC/2015, art. 105 
I - A partir de 26/06/2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, 
https://www.legjur.com/sumula/busca?tri=tst&num=463#topo
https://www.legjur.com/sumula/busca?tri=tst-sdi-i&num=304
https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00058691973
https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00131052015-105
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde 
que munido de procuração com poderes específicos para esse fim (CPC/2015, art. 105); Res. 
219, de 26/06/2017 - DJ 28, 29 e 30/06/2017 (acrescenta a súmula). 
 
Cabia à parte postulante juntar seu extrato bancário, declaração de imposto de 
renda, cópia integral da sua CTPS, dentre outros documentos que poderiam comprovam a sua 
efetiva ausência de condições financeiras para arcar com as custas da presente demanda, mas 
não o fez. Sequer a Reclamante juntou declaração afirmando sua condição econômica. 
 
Pelo todo o exposto, fica evidenciada a inobservância da parte Reclamante, nos 
ditames que determina a devida comprovação da condição financeira, não sendo merecedora 
de tal instituto. 
 
Assim, pela inobservância do artigo supra e pela não apresentação dos 
requerimentos necessários à concessão da gratuidade da justiça, requer a improcedência total 
do pedido, bem como requer seja a parte reclamante condenado a pagar as custas e honorários 
advindos do presente feito. 
 
Ademais, não há o que se falar em inconstitucionalidade do art. 791-A, parágrafo 
4º, art. 844, art. 790-B, restando impugnadas as alegações e requerendo a improcedência dos 
pedidos (tópico II.1). 
 
3. LIMITAÇÃO DOS PEDIDOS – JULGAMENTO ULTRA PETITA E EXTRA 
PETITA 
 
Em se tratando de processo trabalhista é pressuposto processual a liquidação dos 
pedidos e, quando a parte Autora “dá valor” a cada um de seus pedidos, ela os está limitando 
àquele montante. 
 
Veja-se que dispõe expressamente os arts. 141 e 492 CPC/2015 (equivalentes 
aos arts. 128 e 460 do antigo CPC/1973), que é dever do juiz decidir o mérito nos limites 
propostos pelas partes, sendo-lhe vedado condenar em quantidade superior do que é 
https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00131052015-105
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
demandado: 
 
Art. 141 - O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, 
sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei 
exige iniciativa da parte. 
Art. 492 - É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, 
bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso 
do que lhe foi demandado. 
Parágrafo único - A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação 
jurídica condicional. 
 
Nesse sentido, é o entendimento recente, pacífico e consolidado pelo C. Tribunal 
Superior do Trabalho: 
[...] 3. JULGAMENTO ULTRA PETITA. CONFIGURAÇÃO. PEDIDOS LÍQUIDOS. 
LIMITAÇÃO DO VALOR DA CONDENAÇÃO. A jurisprudência desta Corte 
consolidou-se no sentido de que a atribuição de valor líquido e certo aos pedidos 
deduzidos na petição inicial vincula a condenação aos limites ali definidos. O Tribunal 
Regional, ao proferir acórdão sem observância dessa limitação, incorreu em violação aos 
artigos 128 e 460 do CPC. Recurso de revista conhecido e provido. (Processo: RR - 
69600-05.2009.5.15.0082 Data de Julgamento: 16/03/2016, Relator Ministro: Douglas 
Alencar Rodrigues, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/03/2016.) 
 
I - RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA 
LEI N° 13.015/2014 - LIMITES DA CONDENAÇÃO - JULGAMENTO EXTRA 
PETITA - A formulação de pedidos líquidos na petição inicial impede que o juízo 
condene a parte em montante superior, por força dos arts. 128 e 460 do CPC. [...] 
(Processo: RR - 52-30.2015.5.03.0141 Data de Julgamento: 24/02/2016, Relatora 
Ministra: Maria Cristina IrigoyenPeduzzi, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 
26/02/2016.) 
RECURSO DE REVISTA. LIMITES DA CONDENAÇÃO. 1. A Turma Regional 
considerou que os valores líquidos, referentes às parcelas postuladas, indicados na inicial 
produzem efeitos apenas para fins de fixação do rito processual. 2. No entanto, tratando-
se de rito ordinário, ao formular pedidos de forma líquida é vedada a condenação em 
valores superiores aos especificados (art. 460 do CPC). 3. Recurso de revista de que se 
conhece e a que se dá provimento. (Processo: RR - 2359-24.2013.5.03.0012 Data de 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julgamento: 16/12/2015, Relatora Desembargadora Convocada: Rosalie Michaele Bacila 
Batista, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 18/12/2015.) – destacamos 
 
[...] 2. JULGAMENTO "ULTRA PETITA". VALOR DA CONDENAÇÃO. 
LIMITAÇÃO AOS VALORES ATRIBUÍDOS AOS PEDIDOS. CPC, ARTS. 128 E 460. 
Restando clara a existência de pedidos líquidos e certos na petição inicial, deve ser 
limitado o montante da condenação aos valores ali especificados. Na esteira do que 
preceituam os arts. 128 e 460 do CPC, não havendo dúvidas quanto às restrições aplicadas 
aos pedidos, fixados em valores exatos, impossível o deferimento de parcelas que os 
superem. Recurso de revista conhecido e provido. [...] (Processo: RR - 657-
40.2013.5.15.0002 Data de Julgamento: 30/09/2015, Relator Ministro: Alberto Luiz 
Brescianide Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 02/10/2015.) 
 
No mais, destaca-se que o rito Sumaríssimo impõe a limitação aos valores 
lançados na exordial, sendo possibilitada somente a incidência de juros e correção monetária. 
Nesse sentido, colaciona-se o seguinte entendimento jurisprudencial: 
 
“(...) 3. LIMITAÇÃO AOS VALORES CONSTANTES NA PEDIDO. Pretende o autor 
a reforma da sentença que limitou o valor a ser apurado em execução aos valores dos 
pedidos contidos na exordial, a exceção dos juros de mora e da correção monetária. Não 
merece reparo a decisão de origem. Nos termos do art. 852-B, I, da CLT, nas reclamações 
enquadradas no procedimento sumaríssimo, o pedido deverá ser certo ou determinado e 
indicará o valor correspondente, requisito satisfeito pelo autor. Pelo princípio da 
celeridade processual, objetivo do procedimento sumaríssimo, correta a sentença que 
determinou a observância à limitação aos valores constantes na inicial, devendo incidir 
sobre os mesmos somente juros de mora e correção monetária. Mantenho." Custas 
acrescidas, pela reclamada, no importe de R$20,00, sobre o valor arbitrado de 
R$1.000,00." TRT-PR-53434-2005-006-09-00-4-ACO-04836-2006 Relator: MÁRCIO 
DIONÍSIO GAPSKI Publicado no DJPR em 17-02-2006 
 
Assim sendo, em havendo eventual condenação nos presentes autos, o que não 
se espera e se admite apenas para fins argumentativos, requer-se, apenas por precaução, que 
sejam todos os pedidos expressamente limitados aos valores constantes na petição inicial a cada 
um, bem como, à causa de pedir a ele vinculada, sob pena de incorrer a sentença em julgamento 
ultra petita, ou extra petita, em violação aos arts. 141 e 492 do CPC/2015. É o que requer. 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. IMPUGNAÇÃO DE DOCUMENTOS 
 
Os documentos juntados pela parte Reclamante nada comprovam suas 
alegações. Impugna a defendente, pois, todos os documentos juntados e todos os documentos 
em desacordo com o art. 830, da CLT. 
 
A CTPS da obreira nada comprova suas alegações, ao contrário, demonstram 
que a Reclamante já possuía todos os requisitos para aposentadoria, antes da extinção contratual 
com a Reclamada. 
 
Resta impugnada a declaração de fls. 56, uma vez que conforme será 
amplamente demonstrado a Reclamante já possuía, antes da resilição contratual, todos os 
requisitos necessários para se aposentar, não tendo qualquer interferência o vínculo de emprego 
extinto com a ora Reclamada. 
 
Impugnam-se os documentos de fls. 58-59 porque nada interferem no feito. 
 
Impugnam-se os documentos de fls. 61 e seguintes porque não possuem datas, 
não sendo possível confirmar a data que foi feita a apuração., e não obstante, confirmam todo 
o exposto a seguir, que a Reclamante já possuía os requisitos para se aposentar, que não teve 
qualquer interferência quando da resilição contratual. 
 
 
PREJUDICIAL DE MÉRITO 
 
1. DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL 
 
A Reclamante postula em sua reclamatória trabalhista ajuizada em 20/05/2021 
o reconhecimento da estabilidade pré-aposentadoria, sua conversão de reintegração em 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
indenização, adicional de insalubridade, indenização por danos morais e multa normativa, do 
período de 15 de agosto de 2013 a 15 de maio de 2020 (data com a projeção do aviso prévio). 
 
 Entretanto, conforme art. 7, XXIX, da CF/88, artigo 11, da CLT e súmula 308, 
I, do TST, a prescrição trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco 
anos, contados da data do ajuizamento da reclamação. 
 
 Ou seja, não há que se falar em viabilidade de análise de verbas trabalhistas de 
mais de 5 anos. 
 
 Requer, portanto, o reconhecimento da prescrição quinquenal dos pedidos 
anteriores a 20/05/2016, com fundamento na súmula 308, I, do TST e artigos 7ª, XXIX da 
CF/88, com a extinção do processo com resolução do mérito sobre esses pedidos. 
 
MÉRITO 
1. IMPUGNAÇÃO AOS PEDIDOS DA INICIAL – DO ÔNUS DA PROVA: Artigos 
818 da CLT e 373, I, do NCPC 
 
Conforme disposto no artigo 373, I NCPC, o ônus da prova incumbe ao Autor 
quanto ao fato constitutivo de seu direito, e com a inteligência do artigo 818 da CLT, é sabido 
que a prova das alegações incumbe à parte que as fizer. 
 
Desta forma, impugnam-se todos os pedidos exordiais, porquanto não coadunam 
com a realidade do pacto laboral, cumprindo ao Autor provar de forma cabal todas as alegações 
narradas na inicial, sob pena de serem consideradas mendazes e, por conseguinte, não acolhido 
o pleito obreiro, devendo a presente demanda ser julgada totalmente improcedente, o que desde 
já se requer. 
 
1. SÍNTESE DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Reclamante foi admitida pela Reclamada para exercer a função de camareira 
em 15/08/2013, mediante salário de R$ 862,00. 
 
Foi dispensada sem justa causa em 15/04/2020, com aviso prévio trabalhado, 
sendo sua última remuneração para fins rescisórios o importe de R$ 1.293,00 (mil duzentos e 
noventa e três reais). 
 
 Desde logo, impugnam-se todas as ilações contrárias ao exposto acima, inclusive 
quanto ao salário recebido e a data da dispensa. E, conforme será demonstrado nos tópicos 
seguintes, todas as verbas contratuais e rescisórias devidas à parte Reclamante foram correta e 
tempestivamente quitadas, não havendo que se falar na condenação da Reclamada ao 
pagamento de qualquer uma das importâncias postuladas. 
 
2. DA AUSÊNCIA DE JUNTADA DA NORMA COLETIVA DA CATEGORIA 
 
 Os pedidos que têm por fundamento o descumprimento de cláusulas descritas na 
Convenção Coletiva de Trabalho exigem para a sua apreciação a juntada da CCT respectiva. 
 
No entanto, não há nos autos a juntada de qualquer instrumento coletivo. Por seu 
turno, não se justifica a juntada posterior, eis que a petição inicial deveria já ter trazido o referido 
documento, pois já estabelece os limites da lide, inclusive para fins de apresentação da presente 
contestação. 
 
 Nesse sentido o Tribunal Superior do Trabalho traz que: 
 
(...) HORAS EXTRAORDINÁRIAS. AUSÊNCIA DE JUNTADA DE NORMA COLETIVA 
QUE FUNDAMENTA O PEDIDO INICIAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM 
RESOLUÇÃO DE MÉRITO. A petição inicial de fato deve ser instruída com os documentos 
indispensáveis à propositura da ação, sendo certo que a petição inicial será indeferida 
quando não atendidas as prescrições relacionadas à juntadas de tais documentos. Assim, 
não juntados os documentos essenciais à propositura da ação e indeferida a petição inicial por 
tal motivo, haverá a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, I, do 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CPC, e não o julgamento de improcedência do pedido. Recurso de revista não conhecido. 
(TST - ARR: 3379520165170012, Relator: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 
23/08/2017, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/08/2017) (Grifo nosso) 
 
 Ainda sobre este tópico o Tribunal Regional da 2º Região, destacando-se que 
não pode ser admitida a juntada posterior, uma vez que já apresentar a contestação: 
 
AUSÊNCIA DE JUNTADA DE CCT. IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS. Não tendo a parte 
autora juntado a norma coletiva da categoria, não é possível deferir os pedidos que nela se 
fundamentam. A juntada posterior não pode ser admitida, uma vez que a inicial 
é que estabelece os limites da lide. Recurso Ordinário a que se nega provimento. 
(TRT – 2; RO 1000638-45.2019.5.02.0462 - 1ª TURMA; Rel. Des. RICARDO APOSTÓLICO 
SILVA; Disponibilizado no DJE em 24/06/2020) 
 
(...) Nem se avente a possibilidade de juntada posterior, como mencionado na peça de recurso, 
eis que é a petição inicial que estabelece os limites da lide, e, além disso, não se tratando de lei 
federal, não se aplica ao caso o princípio iuria novit curia, sendo obrigação da parte interessada, 
apontar o fundamento da pretensão. 
Ressalto que o momento processual para juntada de documentos é a inicial paraa parte autora e 
a contestação para a parte ré, sob pena de preclusão, salvo se destinados a prova de fato 
superveniente ou à contraprova, o que não é o caso da norma coletiva. 
(TRT – 2; RO 1000638-45.2019.5.02.0462 - 1ª TURMA; Rel. Des. RICARDO APOSTÓLICO 
SILVA; Disponibilizado no DJE em 24/06/2020) (Grifo nosso) 
 
 Requer-se assim, a improcedência dos pedidos baseados em Convenção Coletiva 
não acostada aos autos em termos de inicial. Sucessivamente, sejam extintos sem resolução do 
mérito. 
 
3. DA ESTABILIDADE PRÉ-APOSENTADORIA 
 
 A Reclamante alega que quando foi dispensada estava a 2 meses e 4 dias de 
completar os requisitos necessários para a aposentadoria por idade. Alega que tinha estabilidade 
pré aposentadoria prevista em CCT e, diante disso, pede que a dispensa imotivada seja 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
convertida em indenização (tópico II.1), assim como pede a conversão do pedido de 
reintegração em indenização substitutiva (tópico II.2). 
 
Sem nenhuma razão. Restam impugnadas as alegações da Reclamante. 
 
Inicialmente, resta impugnado o pedido uma vez que não há nos autos qualquer 
instrumento coletivo a amparar a pretensão obreira, não possuindo, portanto, qualquer direito 
alegado. 
 
Não obstante, ainda que se considerasse a existência de referido instrumento, 
não merece prosperar a alegação da Reclamante de que a demissão teria ocorrido durante seu 
período de pré-aposentadoria, uma vez que da superficial análise das Cópias da CTPS anexadas 
comprova que o período de aquisição do direito à aposentadoria já se havia cumprido há 
mais de um ano antes da rescisão contratual – considerando o tempo de serviço, o qual já 
perfazia mais de 192 meses de contribuição, ou seja, 16 anos de contribuição: 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Portanto, a rescisão do contrato de trabalho em nada interferiu no período que 
faltava para a Reclamante se aposentar, uma vez que o tempo de contribuição já estava 
completo, tanto que na sequência a Reclamante já se aposentou e atualmente está 
aposentada. 
 
 Quanto ao tempo de serviço, a simulação apresentada (fls. 61-66) pela outra 
parte na inicial padece de equívoco, pois desconsiderou o período de 01/10/2005 a 02/03/2007 
no qual a reclamante se encontrava na vigência de contrato com a empresa Villanueva Hotéis e 
Turismos S/A (Seta Hotéis e Turismo). 
 
Ressalta, no mais, que em momento algum a Reclamante entregou qualquer 
documento demonstrando que teria a suposta estabilidade ou afirmando o que expõe na presente 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
demanda, ao contrário, a advogada Cheila Juliana enviou documento informando que a 
Reclamante já tinha direito à aposentadoria: 
 
 
 
 Aproveitamos o ensejo para colacionar aos autos este documento, o qual, é hábil 
a demonstrar que a Reclamante já tinha ciência de ter atingido todo o prazo necessário 
para sua aposentadoria antes da rescisão contratual. 
 
Além disso, a Reclamante se absteve de apresentar ao Juízo o documento 
comprobatório da notificação de informação do início de período de estabilidade de pré-
aposentadoria. 
 
 E mais, a procuradora da Reclamante estava ciente de equívoco nos registros do 
INSS – que não tinha nenhuma relação com a Reclamada, porém, valeu-se a Reclamante 
desse prazo equivocadamente reduzido para fundamentar toda a sua causa, induzindo o Juízo a 
erro. 
 
 Ainda, em referência ao prazo aquisitivo ao direito à aposentadoria, consta da 
simulação apresentada pela Reclamante (fls. 61-66) registros já aceitos pelo Instituto Nacional 
de Seguridade Social (INSS), de outros dois empregadores que não constam em sua CTPS, cujo 
prazo, inclusive, deve ser agregado ao cômputo total. 
 
 Ressalta-se, no mais, que a homologação da rescisão contratual foi realizada 
perante o sindicato da categoria, tendo aquele órgão realizado a total verificação da regularidade 
da extinção do contrato de trabalho, inclusive no que pertine à suposta estabilidade pleiteada 
pela Reclamante. Certamente o sindicato verificou pelas anotações constantes da CTPS que a 
outra parte já detinha prazo suficiente de contribuição para a aposentadoria. 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, quando da rescisão a Reclamante já possuía os requisitos para se 
aposentar, tanto que na sequencia já se aposentou, não havendo o que se falar, portando, em 
estabilidade. 
 
Nesse sentido: 
 
ESTABILIDADE PRÉ APOSENTADORIA. TEMPO DE SERVIÇO PARA 
APOSENTADORIA. BENEFÍCIO INDEVIDO. Foi ajustada coletivamente a 
garantia de emprego ao trabalhador que estivesse a menos de 12 meses de completar o 
tempo necessário para a obtenção da aposentadoria integral ou proporcional. Essa 
garantia de emprego pré-aposentadoria tem o intuito de assegurar o emprego do 
trabalhador no período que antecede ao preenchimento do requisito temporal para 
aquisição do direito à aposentadoria. Portanto, se a finalidade social da vantagem é 
possibilitar a implementação do direito à aposentadoria pelo trabalhador, não há dúvida 
de que, completado o tempo de serviço necessário para aquisição do direito à 
aposentadoria integral, cessa o direito do trabalhador à estabilidade no emprego. 
Mantido o indeferimento do pedido. (TRT 15ª R.; RO 0001529- 76.2012.5.15.0071; Ac. 
4057/2015; Terceira Turma; Rel. Des. Lorival Ferreira dos Santos; DEJTSP 
06/02/2015; Pág. 1153) (grifo nosso). 
 
Assim, considerando que a Reclamante, quando da rescisão, já tinha completado 
os requisitos necessários para aquisição do direito à aposentadoria, seja por tempo de 
contribuição, seja por idade, não há o que se falar em estabilidade. 
 
 Ressalta, inclusive, que em sede de inicial a Reclamante alega já estar 
aposentada, ou seja, se realmente estivessem faltando esses dois meses alegados do tempo 
de contribuição, ela não teria conseguido se aposentar. 
 
 Outrossim, mesmo que se aplicasse a necessidade de reintegração, não 
comprovada pela autora que a CCT prevê a conversão em indenização. O artigo 496 da CLT e 
a súmula 396 do TST mencionam a possibilidade de conversão da reintegração em indenização, 
desde que comprovado o comprometimento do período de estabilidade, o que não ocorreu no 
presente caso, uma vez que a Reclamante já se encontrava com os requisitos cumpridos 
para ser aposentada. 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diante do exposto, não há o que se falar em estabilidade pré aposentadoria, 
motivo pelo qual requer a total improcedência dos pedidos relacionados (Tópicos II.1, II.2, e 
todos os demais requerimentos). 
Sucessivamente, desde logo, resta impugnado o pedido de indenização de 
16/05/2020 a 30/09/2020, uma vez que é contraditório com as alegações da Reclamante de que 
só faltavam dois meses para a aposentadoria. 
Ademais, não menciona a autora se recebeu retroativo à data do requerimento, 
tampouco qual foi a data do requerimento, sendo certo que eventual demora na 
aposentadoria – ou até mesmo eventual equívoco no cálculo – é de responsabilidade do 
INSS e não da Reclamada. Também não menciona se recebeu seguro desemprego no período, 
o que certamente deve ser levado em consideração. 
Diante disso, para fins argumentativos, tendo recebido retroativo, nada é 
devido, e, na remota hipótese de condenação, deve ser limitada a dois meses conforme alegação. 
Por fim, impugna-se o valor indicado, eis que não observa a própria limitação da petição inicial 
de dois meses. 
 
4. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE 
 
 A Reclamante alega que faz jus ao adicional de insalubridade, alegando que tinha 
contato com riscos biológicos, por recolher lixos e higienizar unidades sanitárias. fundamenta 
seu pedido de reconhecimento de adicional de insalubridade na súmula 448, II, do TST. 
 
Sem nenhuma razão. Restam veementemente impugnadas as alegações da 
Reclamante. 
 
Não merece guarida a pretensão obreira, posto que conforme pode ser visto da 
documentação anexa, a Autorajamais manteve contato com agentes considerados insalubres e, 
na eventualidade de ter sido exposta a qualquer um deles, utilizava equipamentos de proteção 
individual suficientes para neutralizá-los ou eliminá-los. 
 
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Mencione-se, ainda, que a Autora era empregada treinada e recebia todos os 
equipamentos de segurança necessários, conforme recibos de EPI, ordem de serviço, e 
demais documentos que seguem em anexo. 
 
Feitas tais observações, convém relembrar que o pagamento do adicional de 
insalubridade vindicado está condicionado à exposição da empregada a agentes nocivos à sua 
saúde, desde que acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e intensidade 
do agente e do tempo de exposição (art. 189 da CLT), considerando a eliminação ou 
neutralização pela adoção de medidas de proteção e uso de EPI. 
 
No entanto, do conjunto fático-probatório firmado, depreende-se que a 
Reclamante não se enquadra nas hipóteses de atividades insalubres, previstas no art. 189 da 
CLT, portanto, não tem direito à percepção do adicional em questão. 
 
Restam assim impugnadas todas as atividades alegadas pela autora, eis que 
inverídicas. Resta impugnada também a alegação de que fazia limpeza de banheiros públicos, 
pois não é verdade. Não se aplica no presente caso a Súmula 448, do TST, uma vez que não se 
trata a reclamada de local de grande circulação e não possui instalações sanitárias de uso 
público ou coletivo. 
 
Assim, a aplicação de referida súmula é restrita aos critérios de uso público ou 
coletivo e de grande circulação. Os serviços prestados pela Reclamante, não se enquadram 
nesses requisitos. 
 
 Nesse sentido, o Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região traz que: 
 
Incidente de uniformização de jurisprudência. Art. 896, § 4º, da CLT, c/c art. 
157 do regimento interno desta Corte Trabalhista. Adicional de insalubridade em 
grau máximo. Limpeza e higienização de quartos e banheiros de uso público em 
hóteis e móteis. Equiparação a lixo urbano. Súmula 448, II do c. TST. 
 1. As instalações sanitárias dos hotéis não podem ser enquadradas na 
categoria de uso público ou coletivo de grande circulação, porquanto a 
rotatividade é menor, em decorrência de: 1) tempo de permanência mínima 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(24h); 2) estrutura mais diversificada (parques aquáticos, salão de jogos, 
clube de ginástica, ambiente para crianças etc); e 3) finalidade mais ampla 
do serviço prestado. O mesmo não pode ser dito das instalações sanitárias de 
um motel, cujo número de usuários é bem maior, com alta rotatividade, 
justamente pelas notas distintivas que qualificam tal tipo de empreendimento, a 
saber: 1) o tempo de permanência mínimo é imprevisível, sendo mais fácil 
afirmar que o tempo de permanência máximo num motel dificilmente chega a 
ser o tempo mínimo de permanência num hotel (24h); 2) a sua estrutura menos 
diversificada, correlacionada a 3) finalidade do serviço prestado, marcado pela 
sua especialidade e alta demanda. 
2. Logo, os empregados de motel que trabalham na higienização e limpeza das 
instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação ficam 
expostos a agentes biológicos nocivos à sua saúde, ensejando o pagamento do 
adicional de insalubridade em grau máximo, por equiparação aos trabalhadores 
que lidam com lixo urbano. 
3. A fixação da tese jurídica não dispensa a exigência legal de verificação das 
condições ambientais de trabalho, através de laudo pericial elaborado por técnico 
(Art. 195 da CLT) cuja avaliação não vinculada à tese jurídica aqui fixada, mas 
à situação fática avaliada 
4. Incidente de Uniformização da Jurisprudência Regional admitido e provido 
parcialmente. (TRT-21, Incidente de Uniformização de Jurisprudência nº. 
0000083-50.2016.5.21.0000; Tribunal Pleno; Rel. Des. MARIA 
AUXILIADORA BARROS DE MEDEIROS RODRIGUES) (Grifo nosso). 
 
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAMAREIRA. Considerando que um 
quarto de hotel é utilizado apenas pelos seus ocupantes, nele é produzido 
lixo na mesma quantidade e qualidade que seria num quarto residencial . 
Nesse sentido, não há identificação analógica entre a limpeza de vários 
quartos de hotel com a limpeza de instalações sanitárias de uso público ou 
coletivo de grande circulação, como exigido pela Súmula 448 do C. TST. 
Recurso ordinário conhecido e desprovido. (TRT-21, RO 0000832-
35.2014.5.21.0001; Primeira Turma; Rel. Des. BENTO HERCULANO 
DUARTE NETO) (Grifo nosso). 
 
Adicional de insalubridade. Limpeza e higienização de quartos e banheiros em 
hotel e a respectiva coleta de lixo. Incidente de Uniformização Jurisprudencial 
IUJ 0000083-50.2016-5-21-0000. Tendo em vista o acervo probatório sobre as 
condições de trabalho e os dados constantes na prova técnica e, considerando 
que o juiz não está adstrito às conclusões do perito, devendo fundamentar sua 
decisão nos termos do art. 479 do CPC, especialmente quando já se debruçou 
sobre questões análogas, há de se reconhecer que o estabelecimento hoteleiro 
analisado não se enquadra como de alta rotatividade. Impende acrescentar, 
mesmo assim, que o laudo pericial indicado como prova emprestada concluiu 
pela restrição da insalubridade ao serviço prestado pelos Auxiliares de Serviços 
Gerais, que higienizam as instalações sanitárias das áreas comuns dos 
hotéis, naturalmente de grande circulação de pessoas, excluindo as 
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camareiras, cujo trabalho é restrito aos cômodos dos hóspedes, de 
circulação reduzida. Assim, não há que se falar em equiparação dos serviços 
de higienização e limpeza das instalações sanitárias, e a respectiva coleta de 
lixo, realizados em hotéis com os desempenhados em locais de uso público 
ou coletivo de grande circulação, notadamente, por trabalhadores que 
lidam com lixo urbano, não incidindo o disposto no anexo 14 da NR n. 15 
da Portaria do MTb n. 3.214/78, de modo que o rechaço ao pleito do 
pagamento de adicional de insalubridade e reflexos, sustentado pelo 
recorrente, é medida que se impõe. (TRT-21, RO 0000406-
57.2018.5.21.0009; Primeira Turma; Rel. Des. RICARDO LUÍS ESPÍNDOLA 
BORGES) (Grifo nosso). 
 
 No perfil profissiográfico previdenciário, não só comprova a entrega e 
substituição regular dos devidos EPIS, bem como o seu uso ininterrupto e seu devido 
funcionamento. 
 
 
 
Sendo assim, tem-se como improcedente os pedidos expostos em inicial. 
 
Diante do exposto, requer a total improcedência do pedido – tópico II.3 – assim 
como a improcedência de todos os pedidos relacionados. 
 
De outro norte, na eventualidade de haver condenação, este deve incidir sobre o 
salário mínimo regional (art. 192 da CLT), e em grau mínimo. Já os reflexos, por serem verbas 
acessórias, devem seguir a sorte da verba principal. 
 
No mais, resta impugnado o valor do pedido, uma vez que não utilizada como 
base de cálculo o salário mínimo regional, tampouco limitado ao período que laborou como 
camareira. 
 
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5. GRATIFICAÇÃO DE APOSENTADORIA 
 
A Reclamante alega fazer jus à gratificação por aposentadoria prevista na CCT, 
cláusula 14. 
 
Sem razão, resta impugnada a pretensão. 
 
Inicialmente, ressalta mais uma vez que a Reclamante não anexa qualquer 
instrumento coletivo para o fim de embasar sua pretensão, nada comprovando a respeito, o que 
conduz automaticamente à rejeição. 
 
Não obstante, muito embora a Reclamante já tivesse adquirido os requisitos 
necessários para a aposentadoria, conforme amplamente demonstrado, verifica-se que quando 
ela se aposentou, o contrato de trabalho não produzia mais efeitos. 
 
Significa dizer que não foi cumprida a cláusula alegada pela Reclamante, pois 
ela não se aposentou durante o vínculo (o que frisa-se: não teve relação nenhuma com a 
reclamante e com o vínculo de emprego com esta). Assim, quando da aposentadoria da 
Reclamante, considerandoque o contrato de trabalho já havia se encerrado, não há o que se 
falar em dever da empresa no pagamento do referido salário. 
 
Diante do exposto, requer a total improcedência do pedido de gratificação por 
aposentadoria – tópico II.4, e todos os pedidos relacionados. 
 
6. DANOS MORAIS 
 
Pede a Reclamante indenização por danos morais, alegando que o adicional 
pleiteado (ao que tudo indica se refere à suposta insalubridade), está causando aflição e 
constrangimento à Reclamante, e que o risco à saúde a que foi submetida gera o dano moral 
perseguido. 
 
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Sem nenhuma razão. Restam impugnadas as alegações. 
 
 Conforme já exposto no item supra, não houve labor realizado em local 
insalubre, sendo assim não é devido tal adicional. Da mesma forma, não ocorreu por parte 
da Reclamada qualquer atitude ilícita, ou, ainda, qualquer ato a ensejar dano moral alegado. 
 
 Não há, portanto, qualquer nexo de causalidade e, consequentemente, solo ou 
culpa por parte da Reclamada que ensejasse eventual indenização. 
 
 Ressalta-se que o dever de indenizar vincula-se à prova de ocorrência do dano, 
ou seja, à demonstração do dano moral, bem como ao nexo de causalidade, condicionantes 
indispensáveis à procedência da indenização. Muito embora referido dano aconteça em um 
plano onde é mais difícil sua comprovação, não se pose pretender que simples presunção 
sirva para demonstrar sua ocorrência. O dano moral, mesmo não tendo expressão material 
de caráter patrimonial, deve ser provado. 
 
 Nesse sentido: 
 
EMENTA: DANO MORAL. NÃO CARACTERIZADO. O reconhecimento de 
dano moral somente pode ser possível diante de prova inequívoca não só da 
conduta ilícita que é atribuída à empregadora, mas também da ocorrência do 
efetivo dano à imagem, à honra ou à moral do empregado, ônus que compete à 
reclamante, nos termos do artigo 818, I, da CLT, do qual não se desincumbiu. 
Recurso ordinário a que se nega provimento. (TRT-2 10016297120195020607, 
Relator: SONIA MARIA FORSTER DO AMARAL, 2ª Turma – Cadeira 3, Data 
da Publicação: 03/06/2021) 
 
DANO MORAL. NÃO CARACTERIZADO. A indenização por danos morais 
(art. 5º, incisos V e X da Constituição Federal e artigos 186 e 927 do Código 
Civil) depende de prova de ato ilícito provocado pelo apontado como agressor, 
que atinja a honra, a imagem, intimidade, dignidade ou outros direitos da 
personalidade. (TRT-2 10007711320195020713, Relator: ROSANA DE 
ALMEIDA BUONO, 3ª Turma – Cadeira 5, Data da Publicação: 29/09/2020) 
 
E, ainda que fossem ser consideradas as alegações da Reclamante, o que não se 
espera e se admite para fins argumentativos, consoante pacífico entendimento jurisprudencial, 
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mero aborrecimento, dissabor, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita 
do dano moral. 
 
É certo, destarte, que só se caracteriza o dever de indenizar quando o lesado 
prova a ocorrência do dano e a sua extensão. Sem isso, evidentemente, não se pode pretender 
qualquer ressarcimento. 
 
 Da mesma forma, os tribunais, não dispensam a comprovação do nexo de 
causalidade quando a questão envolve indenização por dano moral oriundo de relação de 
emprego: 
 
“DANOS MORAIS E MATERIAIS. INDENIZAÇÃO INDEVIDA. 
AUSÊNCIA DE PROVA DO NEXO CAUSAL ENTRE O EVENTO DANOSO 
E A SUPOSTA AÇÃO ILÍCITA DO EMPREGADOR. Para que se impute a 
condenação ao pagamento de indenização por dano moral baseada na 
responsabilização subjetiva contemplada no art. 186 do Código Civil imperativa 
se torna a existência de ação ou omissão do agente ou de terceiro, dolo ou culpa 
dessas pessoas, nexo causal e lesão extrapatrimonial. Assim, para a 
caracterização da responsabilidade civil do empregador, em caso de dano 
causado a empregado em decorrência de acidente de trabalho, é necessária a 
ocorrência de nexo de causalidade entre a execução do serviço, o dano 
sofrido e a ilícita conduta patronal. Não demonstrado o nexo causal entre o 
evento danoso e a suposta ação ilícita do empregador, torna-se indevida a 
indenização pleiteada. (TRT – 12ª Região. RO 00283- 2006-050-12-00-4. 
Terceira Turma. Relª Desª Lília Leonor Abreu. DOESC de 29.02.2008) (Grifo 
nosso) 
 
DANO MORAL. NÃO CARACTERIZADO. Para que se seja caracterizado 
motivo que justifique o pagamento de indenização por danos morais é necessário 
a existência do dano, a conduta antijurídica do causador do dano e o nexo causal 
entre o resultado danoso e a conduta do agente, requisitos não preenchidos in 
casu. Recurso a que se nega provimento. (TRT-2 10019532120165020719, 
Relator: ROSANA DE ALMEIDA BUONO, 3ª Turma – Cadeira 5, Data da 
Publicação: 03/04/2018) 
 
 A Reclamante, todavia não comprovou o dano que alega ter sofrido e tão pouco 
o nexo entre o dano e qualquer conduta da Reclamada, não se desincumbindo, portanto, do ônus 
probatório, como requer o artigo 818 da CLT. 
 
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 Ante o exposto, vê-se que a indenização por dano moral é indevida, razão pela 
qual requer seja julgado improcedente o pleito obreiro – tópico II.5 e todos os pedidos 
relacionados. 
 
 Em caso de eventual deferimento do pedido em tela, em se entendendo cabível 
a responsabilização da Reclamada pelos danos morais alegados, este deve ser fixado com 
moderação e estrita observância aos critérios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como 
quanto ao disposto no artigo 944 do CC, sob pena de se estar dando ensejo a enriquecimento 
sem causa, repudiado pelo nosso ordenamento jurídico. 
 
7. MULTA NORMATIVA 
 
Aduz a Reclamante multa de 50% prevista na cláusula trigésima oitava da 
categoria. Tal pedido não merece prosperar. 
 
Como demonstrado anteriormente a Reclamada não descumpriu quaisquer 
cláusulas da CCT em questão. A fundamentação apresentada pela Reclamante se restringiu a 
suposta negativa da Reclamada em conceder o período de estabilidade a alegação fica 
prejudicado como já demonstrado, pois a Reclamante já havia conquistado o tempo de serviço 
necessário para a aposentadoria antes da rescisão contratual. 
 
No mais, conforme amplamente demonstrado, a Reclamante não anexou o 
instrumento que embasa suas pretensões, não podendo fazê-lo após apresentação da defesa. 
 
Diante do exposto, requer a total improcedência do pedido - tópico II.6 e todos 
os relacionados. 
 
8. DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ 
 
Conforme se depreende dos autos, a Autora de forma maliciosa e com evidente má-
fé busca ludibriar o Poder Judiciário aproveitando-se do processo de forma temerária, na 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
tentativa de induzir o juízo em erro, restando flagrante o intuito de enriquecimento ilícito da 
Reclamante. 
 
A litigância de má-fé pode ser vislumbrada na dedução de pedidos infundados pela 
Autora, visto que não se configurou estabilidade pré-aposentadoria, adicional de insalubridade, 
conforme exaustivamente abordado. 
 
Ademais, verifica-se que a Autora não comprovou a veracidade das suas alegações, 
não se desincumbindo do ônus processual previsto no artigo 818, I, da CLT e artigo 373, I do 
CPC. 
 
Com efeito, restou demonstrada a má-fé processual da Reclamante, que expôs fatos 
e fundamentos não condizentes com a realidade, devendo ser condenada ao pagamento das 
multas por litigância de má-fé (artigo 81 do Código de Processo Civil). 
 
9. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
 A reforma trabalhista incluiu, através do art. 791-A, que ao advogado, ainda que 
atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 
5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da 
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre 
o valor atualizado da causa. 
 
 Importa relacionar que incluiu, também, o §3º do referido artigo, que trata de 
honorários de sucumbência recíproco, senão vejamos:“na hipótese de procedência parcial, o 
juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os 
honorários”. 
 
 Assim, espera que ao final, julgue improcedentes os pedidos da exordial e 
condene a reclamante em honorários de sucumbência. 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. DAS RETENÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E FISCAIS 
 
 Em caso de eventual condenação devem ser abatidos todos os valores pertinentes 
às retenções previdenciárias (INSS) e fiscais (IR) na forma do que dispõem as Leis 8.218/91 e 
8.541/92, assim como também dispõe a Súmula nº. 368 do C. TST e a OJ nº. 363 da SDI-1/TST. 
Em observância à determinação do art. 832 da CLT e do Provimento n. 001/96 da E. 
Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho, as contribuições previdenciárias devem incidir 
sobre as cotas patronal e do empregado, sobre as parcelas da condenação que integram o salário 
de contribuição, na forma do Dec. n. 3.048/99 em seu artigo 214, que regulamentou a Lei nº. 
8.212/1991. Portanto, a responsabilidade pelas verbas previdenciárias caberá a ambas as partes. 
 
 Quanto à parcela das contribuições devida pela Autora, deve ser por esta 
suportada, sendo autorizados os respectivos descontos, que devem ser apurados na forma do 
disposto no art. 276, § 4º do Decreto n. 3.048/99. O mesmo se diga com relação aos descontos 
do Imposto de Renda. A base de cálculo dos tributos e a definição do contribuinte são 
estabelecidas pela legislação tributária, sendo inviável a alteração e/ou substituição, não 
havendo tributação de verbas indenizatórias. 
 
 
11. DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA 
 
Na remota hipótese de procedência de qualquer pedido, o que não se espera, nos 
termos do julgamento do dia 18/12/2020, das ADCs 58 e 59 e ADIs 5867 e 6021, o STF definiu a 
aplicação da SELIC tanto abrangendo a correção monetária como juros, determinando a aplicação para: 
 
(...) ii) os processos em curso que estejam sobrestados na fase de conhecimento 
(independentemente de estarem com ou sem sentença, inclusive na fase recursal) devem 
ter aplicação, de forma retroativa, da taxa Selic (juros e correção monetária), sob pena 
de alegação futura de inexigibilidade de título judicial fundado em interpretação 
contrária ao posicionamento do STF (art. 525, §§ 12 e 14, ou art. 535, §§ 5º e 7º, do 
CPC) Plenário, 18.12.2020 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 
672/2020/STF) 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesses mesmos termos, em recente decisão nos autos de Agravo de Petição nº 0000251-
88.2016.5.09.0872, de Relatoria da Exma. Desembargadora Marlene T. Fuverki Suguimatsu, a Seção 
Especializada deste Tribunal Regional manifestou entendimento em consonância com o STF: 
 
(...)b) verificada a hipótese de preclusão na fase de execução (coisa julgada formal), da 
mesma forma deve ser observada, situação que foi abrangida pela decisão do STF na 
medida em que, contrario senso ao critério definido para a fase de conhecimento ("(ii) 
os processos em curso que estejam sobrestados na fase de conhecimento 
(independentemente de estarem com ou sem sentença, inclusive na fase recursal) devem 
ter aplicação, de forma retroativa, da taxa Selic (juros e correção monetária), sob 
pena de alegação futura de inexigibilidade de título judicial fundado em 
interpretação contrária ao posicionamento do STF (art. 525, §§ 12 e 14, ou art. 535, §§ 
5º e 7º, do CPC"), o mesmo não se definiu para incidência retroativa na fase de 
execução; (...) (grifos nossos) 
 
Na remota hipótese de procedência de qualquer pedido, o que não se espera, 
requer observância do critério da época própria para a incidência da correção monetária, de 
modo a respeitar o momento em que cada parcela se tornou exigívelAssim, para as parcelas que 
compõem os salários – cuja exigibilidade ocorre no 5ª dia útil do mês subsequente ao 
trabalhado, consoante disposição do artigo 459, parágrafo único da CLT, deverão ser adotados 
os índices dos meses subsequentes. Para as parcelas exigíveis em épocas diferentes, deverá ser 
adotado o índice do mês relativo à sua exigibilidade, conforme Súmula 381 do E. TST. 
Ademais, não há que se falar em juros sobre verbas indenizatórias. É o que requer. 
 
 
REQUERIMENTOS FINAIS 
 
Ante o exposto, REQUER o acolhimento da prejudicial de mérito com o 
reconhecimento da prescrição quinquenal dos pedidos anteriores a 20/05/2016, com 
fundamento na súmula 308, I, do TST e artigos 7ª, XXIX da CF/88, com a extinção do processo 
com resolução do mérito sobre esses pedidos. Ainda, requer que sejam julgados totalmente 
improcedentes os demais pedidos contidos na inicial. 
 
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Requer a produção de todas as provas admitidas em lei, testemunhal, o depoimento 
da Reclamante, sob pena de confissão, além da juntada e requisição de outros documentos que 
se façam necessários no curso da instrução. 
 
Sejam todas as intimações e notificações referentes a este feito realizadas 
apenas em nome de GELSON BARBIERI, OAB/PR 17.510, para fins de 
acompanhamento processual junto à imprensa oficial, sob pena de nulidade. 
 
Por fim, declara-se, sob pena de responsabilidade pessoal do subscritor, que as 
cópias dos documentos em anexo são autênticas, nos termos do art. 830, da CLT. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Curitiba, 25 de outubro de 2021. 
 
GELSON BARBIERI 
OAB/PR 17.510

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