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FACULDADE UNYLEYA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
LINDO JORGE MANHIQUE 
 
 
 
 
Avaliação dos factores de risco e protetores da COVID-19 em 
Médicos Dentista e auxiliar no exercício Odontológico: Os desafios 
das fronteiras sanitárias no Sistema Nacional de Saúde (SNS) de 
Moçambique 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília, DF 
2023
LINDO JORGE MANHIQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação dos factores de risco e protetores da COVID-19 em 
Médicos Dentista e auxiliar no exercício Odontológico: Os 
desafios das fronteiras sanitárias no Sistema Nacional de Saúde 
(SNS) de Moçambique 
 
 
 
 
Dissertação apresentado ao 
departamento de ciências de saúde na 
Faculdade Unyleya, como requisito 
parcial de para obtenção de grau de 
mestre em Saúde Pública. 
 
 
 
 
A Supervisora: 
 
 
_________________________________ 
Chennyfer Dobbins Abi Rached
i 
 
LINDO JORGE MANHIQUE 
 
 
 
 
 
Avaliação dos factores de risco e protetores da COVID-19 em 
Médicos Dentista e auxiliar no exercício Odontológico: os 
desafios das fronteiras sanitárias no Sistema Nacional de Saúde 
(SNS) de Moçambique 
 
 
 
 
Dissertação apresentado ao 
departamento de ciências de saúde na 
Faculdade Unyleya, como requisito 
parcial de para obtenção de grau de 
mestre em Saúde Pública. 
 
 
Aprovado em: ____/____/_____ 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
__________________________________ 
Nome, titulação, assinatura e instituição a que 
Pertence 
 
___________________________________ 
Nome, titulação, assinatura e instituição a que 
Pertence 
 
____________________________________ 
Nome, titulação, assinatura e instituição a que 
pertence 
 
ii 
 
iii 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho a Deus, Pai, Criador do universo porque nada seria possível sem Ele; a 
minha família e especial a minha esposa. 
 
 
iv 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
Em primeiro lugar direciono o meu agradecimento a Deus, pela saúde, sabedoria e 
energias suficientes para superar todos os obstáculos e momentos mais tristes ao longo do 
curso. 
A Universidade Unyleya, ao corpo docente pela maneira sábia que transmitiram seus 
conhecimentos e pelo apoio incondicional e motivação demonstrados de forma a garantir 
que este sonho se tornasse numa realidade, em especial a minha tutora pela paciência, apoio 
árduo e vontade que prestou a quanto da supervisão desta monografia científica. 
E em segundo lugar, agradeço a minha esposa e companheiro Leveja Teresa Alide 
Mário, pela forma serena, paciência e compreensão, que com todo o afeto e carinho me tratou 
nos momentos em que mais apoio físico e moral precisei, aos meus pais Jorge Laquiço 
Manhique (em memória) e Anita Macuhane Mutondo por terem me gerado e pela educação 
que me deram; aos meus filhos Tarcísia Leveja Manhique, Gérsio Arlindo Manhique e 
Eliane Arlindo Manhique, aos meus irmãos Arcanjo Jorge Manhique; Afonso Jorge 
Manhique, Dulce Anita Manhique, aos meus cunhados Viegas Mario, Loise Mário, Nora 
Mário, Neusa Mário. 
Aos meus colegas do curso de 2022, que na integração grupal dentro das divergências 
e concordâncias contribuíram de diferentes formas em suas visões científicas. 
A todos o meu muito obrigado. 
 
v 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém 
viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou 
sobre aquilo que todo mundo vê. 
De: Arthur Schopenhauer - Parerga und Paralipomena (1851). 
 
vi 
 
RESUMO 
 
 
 
Introdução: O presente trabalho possui o tema avaliação dos factores de risco e protetores 
da COVID-19 em médicos dentista e auxiliar no exercício odontológico: os desafios das 
fronteiras sanitárias no sistema nacional de saúde SNS) de Moçambique. Dentro deste tema 
se pretende principalmente avaliar o grau de associação do COVID-19 em relação ao padrão 
da atenção odontológico em Unidades Sanitárias, num contexto problemático que acidentes 
ocupacionais que ocorrem em hospitais estão relacionados a diversos fatores e frequência de 
procedimentos realizados também é um dos fatores que contribui para a exposição desses 
profissionais. Os riscos gerados podem afetar também o paciente, as barreiras utilizadas na 
prevenção de riscos são Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adoção de medidas 
preventivas e imunização. O risco de transmissão de infecção para o trabalhador de área de 
saúde. A questão que grita é, Será que estas barreiras são suficientemente significativas no 
contexto do novo coronavírus no sector estomatológico? Metodologia: Para responder os 
objectivos foi desenhado este estudo do tipo retrospectivo Caso-controle, com dados 
individuais analítico. O estudo em campo foi aplicado na cidade de Nampula em quatro 
unidades sanitárias com as amostras definidas o HCN, HMN, HGM, CS25S e PS1M, com 
amostragem por conveniência. Dessa forma, se buscam, em geral com aplicação de um 
questionário apartir de google forms, as informações referentes aos fatores de risco e 
protetores aos quais os indivíduos, foram depois processados pelos softwares Excel e de 
seguida por SPSS para obter informações frequências e cruzamentos de variáveis. 
Resultados: nenhuma variável corresponde ao pressuposto definido como factor de risco ou 
protetores, esta sentença corrobora a aceitar a hipótese alternativa, a qual se estabeleceu que 
as barreiras protetoras e factores de riscos conhecidas não são suficientemente significativas 
no contexto do novo coronavírus no sector estomatológico, ou seja, os factores de riscos e 
protetores face ao COVID-19 embora cumpridas não mostra diferenças com aqueles que não 
cumprem. Conclusão: O que se pode compreender que a frequência do uso dos EPI's é um 
factor protetor em relação a outras infecções durante as actividades estomatológico e não 
para o COVID-19. Entretanto, tais fatores, na medida em que se relacionam com condições 
de trabalho. Chegando ao ponto que se pode dizer com certeza que com COVID-19, quebra 
todas as fronteiras sanitárias do sistema sanitário Moçambicano (SNS), uma vez que em sete 
factores umas protetoras e outras de riscos não se mostraram significante em relação as suas 
funções importância. 
 
PALAVRAS-CHAVES: Factores; Riscos; Protetoras, COVID-19; Estomatologia. 
 
 
vii 
 
ABSTRACT 
 
 
 
Introduction: The present work has the theme evaluation of risk factors and protectors of 
COVID-19 in dentists and assist in dental practice: the challenges of health borders in the 
national health system SNS) of Mozambique. Within this theme, it is mainly intended to 
evaluate the degree of association of COVID-19 in relation to the pattern of dental care in 
Health Units, in a problematic context that occupational accidents that occur in hospitals are 
related to several factors and frequency of procedures performed is also one of the factors 
that contributes to the exposure of these professionals. The risks generated can also affect 
the patient, the barriers used in risk prevention are Personal Protective Equipment (PPE) 
adoption of preventive measures and immunization. The risk of transmission of infection to 
the health worker. The question that screams is, are these barriers significant enough in the 
context of the new coronavirus in the stomatological sector? Methodology: To answer the 
objectives, this retrospective case-control study was designed, with individual analytical 
data. The field study was applied in the city of Nampula in four sanitary units with the 
samples defined the HCN, HMN, HGM, CS25S and PS1M, with convenience sampling. 
Thus, information referring to the risk factors and protectors to which individuals are 
generally sought with the application of a questionnaire from google forms, were sought by 
the application of a questionnaire to obtain frequency information and crossings of variables. 
Results: no variablecorresponds to the assumption defined as risk or protective factor, this 
sentence corroborates to accept the alternative hypothesis, which established that the 
protective barriers and known risk factors are not sufficiently significant in the context of 
the new coronavirus in the stomatological sector, that is, the risk factors and protectors 
against COVID-19 although fulfilled do not show differences with those that do not comply. 
Conclusion: What can be understood that the frequency of use of PPE is a protective factor 
in relation to other infections during stomatological activities and not for COVID-19. 
However, such factors, as they relate to working conditions. Reaching the point that it can 
be said with certainty that with COVID-19, it breaks all the sanitary boundaries of the 
Mozambican sanitary system (SNS), since in seven factors some protective and others of 
risks were not significant in relation to its important functions. 
 
KEYWORDS: Factors; Risks; Protectors, COVID-19; Stomatology. 
 
 
viii 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
 
 
FIGURAS 
Pág. 
Figura 1. Mecanismo de agressão directa do Coronavírus _________________________ 25 
Figura 2. Mecanismos potenciais de lesão miocárdica na COVID-19 ________________ 26 
Figura 3. Algoritmo de testagem usando TDR-antígeno SARS-CoV-2 em Moçambique_ 29 
 
 
QUADROS 
Pág. 
Quadro 1. Critério de inclusão de variáveis na pesquisa __________________________ 38 
Quadro 2. Definição das variáveis do estudo ___________________________________ 39 
Quadro 3. Codificação das questões a serem analisadas __________________________ 39 
Quadro 4. Levantamento dos factores de riscos e protectoras da COVID-19 __________ 44 
Quadro 5. Súmulas dos resultados de significância e valor, Pearson e Cramer 
respectivamente _________________________________________________________ 68 
 
 
GRÁFICOS 
Pág. 
Gráfico 1. Frequência obtida do sexo dos participantes da pesquisa _________________ 46 
Gráfico 2. Frequência obtida das idades dos participantes da pesquisa _______________ 46 
Gráfico 3. Frequência obtida das Unidades Sanitárias envolvidas na pesquisa _________ 47 
Gráfico 4. Frequência obtida das funções desempenhadas pelo dos participantes da pesquisa 
nas suas US _____________________________________________________________ 47 
Gráfico 5. Frequência obtida das formações académicas dos participantes da pesquisa __ 48 
Gráfico 6. Itens de EPI’s utilizadas nos exercícios das funções dos participantes da pesquisa
 ______________________________________________________________________ 49 
Gráfico 7. Frequência obtida das infecções pelo COVID-19 nos participantes da pesquisa
 ______________________________________________________________________ 49 
Gráfico 8. Frequência obtida dos participantes da pesquisa imunizados contra o COVID-19
 ______________________________________________________________________ 49 
file:///E:/tcc%20finally.docx%23_Toc128494123
file:///E:/tcc%20finally.docx%23_Toc128494124
ix 
 
Gráfico 9. Frequência obtida de outras doenças que os participantes da pesquisa se 
sujeitaram fora do COVID-19 ______________________________________________ 49 
 
 
 
ANEXOS 
 
Pág. 
Anexo 1. Base de dado bruto obtido do google forms ____________________________ 84 
Anexo 2. Definição de valores na Base de dados filtrado no SPSS __________________ 85 
Anexo 3. Entradas dos resultados no software SPSS _____________________________ 86 
Anexo 4. Entrada do Hospital central de Nampula no coração da cidade de Nampula ___ 87 
Anexo 5. Entrada do Hospital Geral do Marrere no bairro do Marrere posto administrativo 
de Natikire _____________________________________________________________ 87 
Anexo 6. Entrada do Centro de Saúde 25 de setembro na Nampula _________________ 88 
 
 
 
x 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Pág. 
Tabela 1. Pontos focais onde estão localizados os as Unidades Sanitárias na cidade de 
Nampula _______________________________________________________________ 37 
Tabela 2. Estatística geral da pesquisa apresentada ______________________________ 45 
Tabela 3. Frequência obtida de utilização de EPI’s dos exercícios das funções dos 
participantes da pesquisa __________________________________________________ 48 
Tabela 4. Sumário dos casos processados na associação de variáveis por cruzamento de 
tabelas _________________________________________________________________ 50 
Tabela 5. Cruzamento de tabelas entre as variáveis estar infectado e a área de formação em 
saúde __________________________________________________________________ 51 
Tabela 6. Teste Q-Quadrado entre as variáveis estar infectado e a área de formação em saúde
 ______________________________________________________________________ 52 
Tabela 7. Resultado do coeficiente de contingência e dos coeficientes Phi e V de Cramer 
entre as variáveis estar infectado e a área de formação em saúde ___________________ 52 
Tabela 8. Cruzamento de tabelas entre as variáveis estar infectado e a unidade sanitária o 
participante está inserido __________________________________________________ 53 
Tabela 9. Teste Q-Quadrado entre as variáveis estar infectado e a unidade sanitária o 
participante está inserido __________________________________________________ 54 
Tabela 10. Resultado do coeficiente de contingência e dos coeficientes Phi e V de Cramer 
entre as variáveis estar infectado e a unidade sanitária o participante está inserido _____ 54 
Tabela 11. Cruzamento de tabelas entre as variáveis estar infectado e a principal função no 
sector estomatológico _____________________________________________________ 55 
Tabela 12. Teste Q-Quadrado entre as variáveis estar infectado e a principal função no sector 
estomatológico __________________________________________________________ 56 
Tabela 13. Resultado do coeficiente de contingência e dos coeficientes Phi e V de Cramer 
entre as variáveis estar infectado e a principal função no sector estomatológico _______ 56 
Tabela 14. Cruzamento de tabelas entre as variáveis estar infectado e a frequência dos 
dias/semana que trabalha na US _____________________________________________ 57 
Tabela 15. Teste Q-Quadrado entre as variáveis estar infectado e a frequência dos 
dias/semana que trabalha na US _____________________________________________ 58 
Tabela 16. Resultado do coeficiente de contingência e dos coeficientes Phi e V de Cramer 
as variáveis estar infectado e a frequência dos dias/semana que trabalha na US ________ 58 
file:///E:/tcc%20finally.docx%23_Toc128493402
file:///E:/tcc%20finally.docx%23_Toc128493402
xi 
 
Tabela 17. Cruzamento de tabelas entre as variáveis estar infectado e o conhecimento da 
importância destes EPI’s na prevenção de doenças de transmissão nasofaringica ______ 59 
Tabela 18. Teste Q-Quadrado entre as variáveis estar infectado e o conhecimento da 
importância destes EPI’s na prevenção de doenças de transmissão nasofaringica ______ 60 
Tabela 19. Resultado do coeficiente de contingência e dos coeficientes Phi e V de Cramer 
entre as variáveis estar infectado e o conhecimento da importância destes EPI’s na prevenção 
de doenças de transmissão nasofaringica ______________________________________ 60 
Tabela 20. Cruzamento de tabelas entre as variáveis estar infectado e a frequência do uso 
destes EPI’s_____________________________________________________________ 61 
Tabela 21. Teste Q-Quadrado entre as variáveis estar infectado e a frequência do uso destes 
EPI’s __________________________________________________________________ 62 
Tabela 22. Resultado do coeficiente de contingência e dos coeficientes Phi e V de Cramer 
entre as variáveis estar infectado e a frequência do uso destes EPI’s ________________ 62 
Tabela 23. Estimativa de risco entre as variáveis estar infectado e a frequência do uso destes 
EPI’s __________________________________________________________________ 62 
Tabela 24. Cruzamento de tabelasentre as variáveis estar infectado e estar imunizado com a 
vacina contra Covid-19 antes de ser infectado pelo vírus _________________________ 63 
Tabela 25. Teste Q-Quadrado entre as variáveis estar infectado e estar imunizado com a 
vacina contra Covid-19 antes de ser infectado pelo vírus _________________________ 64 
Tabela 26. Resultado do coeficiente de contingência e dos coeficientes Phi e V de Cramer 
entre as variáveis estar infectado e estar imunizado com a vacina contra Covid-19 antes de 
ser infectado pelo vírus ____________________________________________________ 64 
Tabela 27. Estimativa de risco entre as variáveis estar infectado e estar imunizado com a 
vacina contra Covid-19 antes de ser infectado pelo vírus _________________________ 64 
Tabela 28. Cruzamento de tabelas entre as variáveis estar infectado e outras infeções durante 
o atendimento/desempenho da tua função _____________________________________ 65 
Tabela 29. Resultado do coeficiente de contingência e dos coeficientes Phi e V de Cramer 
entre as variáveis estar infectado e outras infeções durante o atendimento/desempenho da 
tua função ______________________________________________________________ 66 
Tabela 30. Estimativa de risco entre as variáveis estar infectado e outras infeções durante o 
atendimento/desempenho da tua função _______________________________________ 66 
 
 
xii 
 
ABREVIAÇÃO, ACRÓNIMOS E SIGLAS 
 
 
 
CIP Centro de Integridade Pública 
CRM Constituição da Republica de Moçambique 
CS Caso 
CS25S Centro de Saude 25 de Setembro 
CT Controlo 
EPC Equipamentos de Proteção Coletiva 
EPI Equipamentos de Proteção Individual 
HCM Hospital Central de Maputo 
HCN Hospital Central de Nampula 
HE Histórico de Exposição 
HGM Hospital Geral do Marrere 
HMN Hospital Militar de Nampula e 
MZN New Mozambique Metical 
nCoV-2019 Coronavirus Disease 2019 
PS1M Posto de Saude 1º De Maio 
SARS-CoV-2 Síndrome Respiratória Aguda Grave e Coronavírus 
SHE Sem Histórico de Exposição 
SNS Sistema Nacional de Saúde 
TAS Trabalhador de Área de Saúde 
US Unidade Sanitária 
 
 
ÍNDICE GERAL 
 
 
 
 Pág. 
I. INTRODUÇÃO ______________________________________________________ 1 
1.1. Contextualização _______________________________________________ 1 
1.2. Apresentação do tema e título do projeto _____________________________ 3 
1.3. Problema ______________________________________________________ 3 
1.4. Hipóteses _____________________________________________________ 6 
1.5. Objectivos _____________________________________________________ 7 
1.5.1. Objectivo geral _______________________________________________ 7 
1.5.2. Objectivo específico ___________________________________________ 7 
1.6. Justificativa ____________________________________________________ 8 
CAPÍTULO I. ENQUADRAMENTO TEÓRICO ___________________________ 10 
Subcapítulo 1. Generalidades ___________________________________________ 11 
Subcapítulo 2. Acidentes ocupacional ____________________________________ 13 
1.1. Tipo de transmissão ____________________________________________ 16 
1.2. Risco de exposição ocupacional ___________________________________ 16 
Subcapítulo 3. Relevância e estudos similares ______________________________ 19 
Subcapítulo 4. A Covid-19 _____________________________________________ 22 
1.1. Prospecção ___________________________________________________ 24 
1.2. Fisiopatologia _________________________________________________ 25 
1.2.1. SARS-CoV-2 e o mecanismo de agressão celular direta ______________ 25 
1.2.2. Mecanismos da lesão miocárdica e COVID-19 _____________________ 26 
1.2.3. Lesão miocárdica secundária ao desequilíbrio entre oferta e demanda de 
oxigênio _________________________________________________________ 27 
1.2.4. Lesão microvascular __________________________________________ 27 
1.2.5. Resposta inflamatória sistêmica _________________________________ 28 
1.3. Diagnósticos e síndromes associados _______________________________ 28 
1.4. Medidas de Prevenção e Controle _________________________________ 30 
Subcapítulo 5. Contexto Actual em Odontologia ____________________________ 31 
14 
 
CAPÍTULO II. ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ___________________ 34 
Subcapítulo 6. Tipo de estudo e delineamento prévio ________________________ 35 
Subcapítulo 7. Descrição do local do estudo e Unidade de observação ___________ 37 
Subcapítulo 8. Amostra e variáveis do estudo ______________________________ 38 
1.1. Critérios de seleção dos participantes _______________________________ 38 
1.2. Definição das Variáveis _________________________________________ 38 
1.3. Codificação das variáveis ________________________________________ 39 
Subcapítulo 9. Instrumentos de intervenção e medida ________________________ 41 
Subcapítulo 10. Questões éticas no contexto do campo ________________________ 42 
CAPÍTULO III. RESULTADOS & DISCUSSÃO ___________________________ 43 
Subcapítulo 11. Resultados achados _______________________________________ 44 
1.1. Levantamento dos factores de riscos e protectoras ____________________ 44 
1.2. Analise dos dados ______________________________________________ 45 
1.2.1. Frequência das variáveis _______________________________________ 46 
1.2.2. Associações entre variáveis ____________________________________ 50 
1.3. Interpretação dos achados ________________________________________ 67 
1.3.1. Base do entendimento _________________________________________ 67 
1.3.2. Abordagens interpretativas _____________________________________ 67 
Subcapítulo 12. Discussão de resultados ___________________________________ 71 
CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________________ 73 
LIMITAÇÕES & NOVAS LINHAS DE PESQUISA ____________________________ 75 
REFERÊNCIAS CITADAS ________________________________________________ 76 
ANEXOS ______________________________________________________________ 82 
1 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
 
1.1. Contextualização 
As ciências naturais e as ciências humanas tratam de objetos que não se parecem nem de 
longe. Com efeito, seus objetos são muito diferentes, por seu grau de complexidade e por sua 
facilidade de serem identificados e observados com precisão. Os fatos humanos são, por outro 
lado, mais complexes que os fatos da natureza (Laville & Dionne, 1999). Esta complexidade 
parte do dia-a-dia como individuo até no profissional. 
 
Doenças infecciosas emergentes e reemergentes são constantes desafios para a saúde pública 
mundial (Gonçalves & Belasco, 2020). O mais recente e assustador vírus que captou a atenção 
horrorizada do mundo, causou o isolamento de 56 milhões de pessoas na China, interrompeu 
os planos de viagem ao redor do mundo e provocou uma corrida por máscaras de proteção é 
conhecido provisoriamente como “nCoV-2019”. É um apelido desajeitado para uma ameaça 
sinistra (Quammen, 2020). 
 
A saúde é muitas vezes definida como a ausência de doença ou lesão, mas esta é uma 
explicação incompleta porque o foco está no que a saúde não é, e não no que é a saúde. Algumas 
definições de saúde tentam se concentrar na essência da saúde, enfatizando a saúde como a 
capacidade de realizar atividades diárias normais (Jacobsen, 2019). 
A pandemia de Covid-19 tem provocado diversos impactos tanto na sociedade quanto na 
área da saúde, em particular, evidenciando uma crise sanitária que envolve os processos 
ambientais, econômicos, sociais, culturais e políticos e suas inextricáveis interdependências 
(Diniz et al., 2021). 
 
O campo da saúde ocupacional, também chamado de segurança e saúde ocupacional e saúde 
e segurança no local de trabalho, concentra-se na prevenção primária de lesões e outros 
problemas de saúde relacionados ao trabalho. A saúde ocupacional foi um dos primeiros 
campos de especialidade em saúde pública. Em 1713, Bernardino Ramazzini publicou Diseases 
of Workers, um livro que detalhou os riscos ambientaisencontrados em 52 ocupações, listando 
envenenamento, doenças respiratórias, problemas relacionados a posturas prolongadas e tarefas 
2 
 
repetitivas e estresse psicológico como algumas das muitas ameaças à saúde no trabalho 
(Jacobsen, 2019). 
 
Em 1753, James Lind publicou os resultados de um experimento que apoiava a hipótese de 
que os marinheiros poderiam prevenir o escorbuto se carregassem frutas cítricas com eles em 
longas viagens. (Após essa descoberta, os marinheiros às vezes eram chamados de "limões" 
para as frutas cítricas transportadas em navios.) 
 
Em 1775, Percivall Pott identificou a fuligem da chaminé como a causa de taxas elevadas 
de câncer escrotal em varreduras de chaminés, que era o resultado da exposição constante ao 
alcatrão de carvão devido a varreduras raramente tomando banho ou trocando de calças. Novos 
riscos ocupacionais continuam a ser identificados hoje. Muitos trabalhadores estão expostos a 
uma mistura de desafios biológicos, químicos, físicos, mecânicos e psicossociais no trabalho. 
Algumas ocupações acarretam riscos específicos (Jacobsen, 2019). 
 
Para Viegas, (2022) o atual sistema de declaração de emergências internacionais de saúde 
como insipiente e opaco, buscamos investigar as dinâmicas de produção, negligências e 
vulnerabilidades na actividade odontológica situar a análise crítica da COVID-19 na 
perspectiva das outras doenças com fluxo semelhante, com o fim de destacar aspectos teóricos, 
empíricos e normativos pouco mencionados no debate acadêmico. para compreender por que 
alguns problemas de saúde são elevados à condição de ESPIIs e outros são mantidos na 
condição de negligência, identificando-se os pontos de tensão, exclusão e desigualdade que 
permeiam a construção dessas emergências. 
 
O trabalho que agora se apresenta possuí uma organização bem versátil constituído pelos 
pré-textuais, textuais e pós-textuais, de forma sistemática este é composto por 12 subcapítulo 
em 3 capítulos bases, onde o primeiro capítulo envolve todos os quesitos teórico geral e 
específicos com cinco subcapítulos, no segundo capítulo possui igualmente cinco subcapítulos 
e no último capítulo com dois subcapítulos. 
No primeiro capítulo se encontra todos conceitos gerais em relação ao tema, descrição do 
COVID-19 e seu subsídio informacional em Moçambique e o mundo, e igualmente está lá 
apetrechada toda questão da problemática do SNS. 
3 
 
No segundo capítulo se apresenta a forma metódica de como foram conduzidas as 
investigações mo campo e no escritório de análise dos dados, quais dados captar, como foi 
captada entre outros aspectos afim. 
No último capítulo em três palavras resume a analise, a interpretação e discussão de 
resultados que de forma mais detalhada deu-se vida aos sim/não em informações de acordo com 
as metas pré-estabelecidas. 
E no final, a conclusão e referências bibliográficas que são testemunhas que presenciaram 
toda abordagem montada. 
 
 
1.2. Apresentação do tema e título do projeto 
 
De antemão a escolha do tema é o assunto a escolha do tema é o assunto que se deseja 
estudar e pesquisar, de acordo com as inclinações, as possibilidades e aptidões de um trabalho 
científico, e o que se deseja explorar. O assunto escolhido deve ser exequível adequado aos 
factores externos e internos (tempo, interesse, utilização) (Lakatos & Marconi, 2003). 
 
ASSIM, O TRABALHO TEM COMO, TÍTULO DO PROJETO: Avaliação dos factores 
de risco e protetores da COVID-19 em médicos dentista e auxiliar no exercício odontológico: 
OS DESAFIOS DAS FRONTEIRAS SANITÁRIAS NO SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE 
SNS) DE MOÇAMBIQUE. 
 
1.3. Problema 
Um dia Bauman, (2007) escreveu: "Se você quer a paz, cuide da justiça", advertia a sabedoria 
antiga e, diferentemente do conhecimento, a sabedoria não envelhece. A citação trazida pelo 
celebre autor compreende que o que não escasseia no mundo actual é o conhecimento, mas para 
ele este conhecimento sem reflexão, aplicação e solidificação esta desmancha e perde validade. 
Ora no contexto da saúde Araújo, 1989 citado por (Guindani & Júnio, 2000) vê que os Hospitais 
têm sido erroneamente entendidos como lugares saudáveis para trabalhar. Tradicionalmente, as 
atenções estão voltadas aos cuidados com os pacientes, sendo a saúde dos profissionais 
envolvidos nestes cuidados relegada a segundo plano. 
Os serviços de cuidado à saúde humana são constituídos por pessoas que também ficam 
doentes, muitas vezes em decorrência de sua atividade. Paradoxalmente, ao estarem direta ou 
4 
 
indiretamente envolvidos no atendimento da saúde dos outros, estes trabalhadores descuidam-
se da sua própria, entretanto, os médicos, enfermeiros e pessoal de limpeza estão sujeitos a se 
infectar quando entram em contato com sangue ou líquidos contaminados dos doentes (Atlas, 
1999 citado por (Guindani & Júnio, 2000). 
 
A frequência de procedimentos realizados também é um dos fatores que contribui para a 
exposição desses profissionais. Os riscos gerados podem afetar também o paciente, portanto, 
as ações de saúde profissional devem estar integradas com a saúde do cliente (Lacerda et al., 
2015). 
Os serviços de medicina e segurança no trabalho, constituem um importante componente de 
controle de infecções (Guindani & Júnio, 2000). O serviço de medicina e segurança do trabalho 
deve ter protocolos para funcionários que foram expostos a doenças contagiosas. 
 
Os acidentes ocupacionais que ocorrem em hospitais estão relacionados a diversos fatores e, 
portanto, seu controle depende de ações em várias áreas, priorizando-se o desenvolvimento de 
divulgação de informações, além da adoção de procedimentos correspondentes às boas práticas 
de segurança para profissionais, pacientes e meio ambiente (Cabral & Silva, 2013). 
 
As barreiras utilizadas na prevenção de riscos são Equipamentos de Proteção Individual 
(EPI), Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), adoção de medidas preventivas e 
imunização. O risco de transmissão de infecção para o trabalhador de área de saúde (TAS) 
depende da hierarquização e complexidade da atividade que desenvolve (hospital terciário ou 
unidade primária de saúde), do tipo de atendimento prestado às pessoas (imunodeprimido) e 
função que desempenha (hospital, endoscopia, patologia, odontologia, terapia intensiva, 
lavanderia, patologia clínica, enfermagem, limpeza, entre outros) (Cabral & Silva, 2013). 
 
Enquanto existirem condições no ambiente de trabalho capazes de provocar danos à saúde 
ou à integridade física do trabalhador, considera-se, então, que há riscos ocupacionais. Os riscos 
são variáveis e dependem também de problemas administrativos, financeiros, treinamento, 
educação continuada, normas e rotinas, existência de EPI, EPC e outros (Cabral & Silva, 2013). 
Uma boa pesquisa científica depende de uma formulação adequada do problema, pois é ele 
quem define as soluções que deverão ser buscadas (Silva & Menezes, 2005), ora, a saúde oral 
é parte integrante e indissociável da saúde geral do ser humano enquanto indivíduo (Barroso, 
2015). Com uma resistência à passagem do ar aproximadamente duas vezes maior que a boca, 
5 
 
a cavidade nasal é responsável por quase dois terços da resistência total de VAs (Ortenzi et al., 
2018). 
 
A frequência e a escala das doenças Infecciosas emergentes com potencial pandêmico 
aumentaram nas últimas duas décadas, e como ficou claro com a COVID- 19, são uma ameaça 
crescente para a saúde pública mundial (Bambra et al., 2022 citado por Miguel et al., 2022). 
Face ao exponencial crescimento de casos e a sobrecarga que isto representa nos sistemas 
de saúde, vários países do mundo tomaram medidas protocolares para reduzir os riscos de 
contaminação massiva pelo coronavírus (Fazenda et al., 2019). 
 
A classe dos profissionais de saúde apresenta um risco acrescido de contaminação pela 
COVID-19 relacionado com a alta exposição a que estão expostos no seu ambientede trabalho. 
Nos últimos meses, o país tem assistido a um crescimento do número de casos da COVID-19 
entre profissionais de saúde. Só no hospital de referência do país, o Hospital Central de Maputo 
(HCM), foram reportados 375 casos de COVID-19 dos quais 29% (110) ocorreram na classe 
médica, o que remete imediatamente ao início do isolamento que culmina com uma redução em 
28% de pronto-socorro das equipes médicas para o atendimento aos pacientes. Com a estrutura 
de saúde sobrecarregada, “Profissionais de saúde encontram-se doentes e os que continuam em 
exercício da actividade exaustos”. Esta situação coloca em causa a capacidade de resposta dos 
hospitais ao fornecimento de serviços de saúde, deteriorando cada vez mais a situação de 
ineficiência estrutural do sector (CIP, 2020). 
 
Se assistiu em Kwazulu Natal, na vizinha África do Sul, na Espanha, na Franca, em Portugal, 
e um pouco por todo o mundo, onde se verificou nos hospitais públicos a terrível escassez de 
equipas médicas, um dos factores que pode ter contribuído para esta contaminação dos 
profissionais de saúde nesses países, pode ter sido o uso de máscaras cirúrgicas por uma semana 
ou mais, ao invés de trocá-las a cada 8h horas diárias de trabalho, como é recomendado (CIP, 
2020). 
 
Esperava-se que Moçambique aprendesse com a experiência desses países. Entretanto, esta 
é a situação que se observa nas Unidades Sanitárias (US) em todo o país, onde, aos profissionais 
de saúde são disponibilizados os EPI’s, mediante requisições, semanais, quinzenais ou mensais, 
em quantidades reduzidas os quais são obrigados a reciclar e reusar. 
6 
 
A falta de EPI’s para os profissionais deste sector, que estão na linha da frente, constitui um 
enorme perigo na medida em que lidam directamente com diferentes doentes que podem estar 
contaminados pelo SARS-CoV-2, com ou sem sintomas (CIP, 2020). 
 
O porta-voz da associação médica de Moçambique, Napoleão Viola, reportou que: “As 
condições de trabalho no sistema nacional de saúde permanecem bastante precárias e tendem a 
deteriorar-se ao longo dos últimos anos, incluindo o fornecimento atempado do EPI4” (CIP, 
2020). 
O estudo realizado em Kwazulo Natal aponta a compra de EPI’s de baixa qualidade e em 
quantidades insuficientes como um dos factores que contribuiu para maior contaminação dos 
profissionais de saúde e que culminou com a perda de vida de profissionais com factores de 
risco (outras comorbidades). O mesmo aplica-se a Moçambique, onde a classe de profissionais 
de saúde também se queixa de estar a receber equipamento de baixa qualidade e em números 
reduzidos para fazer face à pandemia (CIP, 2020). 
 
Em cada dia temos de olhar directamente para a boca, nariz e cara de muitos pacientes com 
conhecimentos sólidos de que vários deles estejam infectados pelo novo Corona vírus, dando 
sim a possibilidade de nos contaminarmos. As técnicas são enumeras vezes repetidas com 
equipamentos de protecção individual inadequados/incompletos, tristemente cumprindo o 
nosso dever como profissionais de saúde (CIP, 2020). 
A questão de partida é, será que estas barreiras protectoras e factores de riscos conhecidas 
são suficientemente significativas no contexto do novo coronavírus no sector estomatológico? 
 
1.4. Hipóteses 
Hipóteses são respostas provável ao problema formulado, indagações a serem verificadas na 
investigação, afirmações provisórias a respeito de um determinado problema (Reis & Frota, 
1999). 
 
 NULA: As barreiras protectoras e factores de riscos conhecidas são suficientemente 
significativas no contexto do novo coronavírus no sector estomatológico. 
 ALTERNATIVA: As barreiras protectoras e factores de riscos conhecidas não são 
suficientemente significativas no contexto do novo coronavírus no sector 
estomatológico. 
 
7 
 
1.5. Objectivos 
A objetividade, relacionada mais ao sujeito pesquisador e seu procedimento do que ao objeto 
de pesquisa (Laville & Dionne, 1999). Nesta fase é necessário definir objetivos claros para 
saber o que pesquisar e analisar (Perdigão et al., 2012). 
 
Neste sentido, o pressuposto que desencadeou a realização deste estudo, foi construído a 
partir de uma preocupação e análise deste tema, entretanto dimensão mais ampla pretendida 
com a pesquisa é: 
 
1.5.1. Objectivo geral 
 Avaliar o grau de associação do COVID-19 em relação ao padrão da atenção 
odontológico em Unidades Sanitárias. 
 
1.5.2. Objectivo específico 
Neste ponto objectivo a ideia é planejar, nada mais é do que encadear em ordem lógica todas 
as etapas, ações e necessidades para se atingir determinado objetivo (Perdigão et al., 2012). 
Especificamente pretende-se: 
 
 Conhecer padrão de atenção odontológico em Unidades Sanitárias; 
 Levantar os factores de risco e protetores predispostos no exercício odontológico em 
indivíduos integrados em Unidades Sanitárias; 
 Diligenciar dados epidemiológicos da COVID-19 no sector odontológico em Unidades 
Sanitárias; 
 Analisar os factores riscos e protectores associados ao contágio do COVID-19 em 
Unidades Sanitárias no sector odontológico. 
 
 
 
 
 
8 
 
1.6. Justificativa 
Em seu trabalho sobre a história da Saúde Pública, George Rosen defende a ideia de que os 
problemas de saúde vividos pelo homem durante toda a sua história vinculam-se à organização 
comunitária e à estrutura social desenvolvida (Rocha et al., 2013). Entretanto, a saúde humana 
depende de água limpa, ar puro e outras características de um ambiente saudável. Famílias, 
locais de trabalho, comunidades e cidades podem tomar medidas para promover o acesso 
sustentável a serviços públicos, prevenir exposições perigosas a toxinas, apoiar a vitalidade do 
ecossistema e construir resiliência para resistir a desastres naturais. Combater as mudanças 
climáticas e outras ameaças em larga escala à saúde planetária requer cooperação global 
(Jacobsen, 2019). 
Os acidentes ocupacionais que ocorrem em hospitais estão relacionados a diversos fatores e, 
portanto, seu controle depende de ações em várias áreas, priorizando-se o desenvolvimento de 
divulgação de informações, além da adoção de procedimentos correspondentes às boas práticas 
de segurança para profissionais, pacientes e meio ambiente (Cabral & Silva, 2013). 
 
Se, uma justificativa consiste em uma exposição sucinta, porém completa, das razões de 
ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa 
(Prodanov & Freitas, 2013). 
 
Então, porquê não se fazer prevenção da doença, àqueles que zelam pala saúde e 
reestabelecimento do seu semelhante? Um dia, talvez, atinjamos a excelência da prevenção. 
A prevenção e remediação dos acidentes de trabalho em hospitais constitui uma preocupação 
cada vez mais frequente na Medicina do Trabalho, devido ao grande número de trabalhadores 
da saúde que se acidentam em suas atividades profissionais. A precariedade do sistema de saúde 
do país contribui com o problema, uma vez que não investe no preparo desses trabalhadores, 
nem no ambiente de trabalho, no sentido de qualificá-los para a prevenção dos acidentes. O 
contato diário dos trabalhadores da saúde com substâncias de risco, representa um perigo para 
a saúde dos mesmos que pode ser evitado, desde que sejam tomadas certas precauções do tipo. 
 
O investimento do sistema de saúde em treinamento dos trabalhadores do ramo, em 
vacinação e em medicamentos para os mesmos, consiste em uma medida necessária e de suma 
importância, não só para controlar as infecções e promover a saúde dos trabalhadores de 
hospitais, mas também de interesse direto da sociedade, que se beneficia dos serviços prestados 
9 
 
por essas entidades e por esses profissionais. Contudo, em ciências humanas, os fatos 
dificilmente podem ser considerados como coisas, uma vez que os objetos de estudo pensam, 
agem e reagem, que são atores podendo orientar a situação de diversas maneiras,e igualmente 
o caso do pesquisador: ele também e um ator agindo e exercendo sua influência. 
Os estudos epidemiológicos da Covid-19 vêm buscando entender melhor a doença, suas 
características e seu comportamento, no que se refere aos seus determinantes biológicos, sociais 
e ambientais. Os estudos podem ser direcionados para a compreensão dos aspectos qualitativos, 
quantitativos ou ambos (OECC, 2023). 
 
Recomenda-se a realização de inquéritos sero-epidemiológicos regulares para a geração de 
evidência científica que permita a identificação dos locais de maior transmissão e as populações 
mais expostas ao novo coronavírus (INS, 2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I. ENQUADRAMENTO TEÓRICO 
11 
 
Subcapítulo 1. Generalidades 
 
A epidemiologia estuda os aspectos e as dimensões relativos ao 
comportamento e à evolução de problemas de saúde coletiva, com 
destaque para sua incidência, distribuição, e possível controle dos 
determinantes das próprias doenças e de seus fatores (Capp & 
Nienov, 2021). 
 
A expansão do conceito de saúde com seus determinantes e a crescente complexidade 
epidemiológica da situação das populações estimulam a diversificação de responsabilidade 
nos serviços de saúde. A intensificação das atividades de promoção da saúde soma-se a 
expansão da vigilância, prevenção e controle de problemas de saúde, que incluem não só as 
doenças transmissíveis, mas também os estilos de vida, fatores de risco e desordens 
genéticas, eventos de saúde ocupacional, riscos ambientais, deficiências e doenças crônicas, 
entre outros (OPAS, 2010). 
 
Os aspectos cobertos pelos estudos epidemiológicos quantitativos relativos à Covid-19 
podem compreender assuntos como quantidade de casos de acordo com: existência da 
doença na população; nível de gravidade; faixa etária; sexo; etnia; condições 
socioeconômicas; nível educacional; regiões geográficas: países, cidades, etc.; capacidade 
de contágio e alastramento; doenças coexistentes (comorbidade); mortalidade e outros 
fatores (OECC, 2023). 
Essas quantificações são estudadas em relação aos casos novos e aos acumulados, em 
cada período de tempo da evolução da doença na população. Podem também associar mais 
de um aspecto acima mencionado. Os estudos epidemiológicos abordam também aspectos 
relativos a fatores de risco e causalidade, e à utilização de recursos e medidas de tratamento 
e prevenção (OECC, 2023). 
 
As ciências naturais e as ciências humanas tratam de objetos que não se parecem nem de 
longe. Com efeito, seus objetos são muito diferentes, por seu grau de complexidade e por 
sua facilidade de serem identificados e observados com precisão. Os fatos humanos são, por 
outro lado, mais complexes que os fatos da natureza (Laville & Dionne, 1999). Esta 
complexidade parte do dia-a-dia como individuo até no profissional. 
12 
 
Atualmente estamos inseridos num contexto em que, ora beneficia, 
ora promove a inadequação das condições que assegurem à 
manutenção da vida. Tal situação contribui para a cadeia 
epidemiológica das doenças infecciosas (do Prado et al., 2004). 
 
A saúde ocupacional foi um dos primeiros campos de especialidade em saúde pública. 
Em 1713, Bernardino Ramazzini publicou Diseases of Workers, um livro que detalhou os 
riscos ambientais encontrados em 52 ocupações, listando envenenamento, doenças 
respiratórias, problemas relacionados a posturas prolongadas e tarefas repetitivas e estresse 
psicológico como algumas das muitas ameaças à saúde no trabalho (Jacobsen, 2019). 
 
Em 1753, James Lind publicou os resultados de um experimento que apoiava a hipótese 
de que os marinheiros poderiam prevenir o escorbuto se carregassem frutas cítricas com eles 
em longas viagens. (Após essa descoberta, os marinheiros às vezes eram chamados de 
"limões" para as frutas cítricas transportadas em navios.) 
 
Em 1775, Percivall Pott identificou a fuligem da chaminé como a causa de taxas elevadas 
de câncer escrotal em varreduras de chaminés, que era o resultado da exposição constante 
ao alcatrão de carvão devido a varreduras raramente tomando banho ou trocando de calças. 
Novos riscos ocupacionais continuam a ser identificados hoje. Muitos trabalhadores estão 
expostos a uma mistura de desafios biológicos, químicos, físicos, mecânicos e psicossociais 
no trabalho. Algumas ocupações acarretam riscos específicos (Jacobsen, 2019). 
 
O (Viegas, 2022) o atual sistema de declaração de emergências internacionais de saúde 
como insipiente e opaco, buscamos investigar as dinâmicas de produção, negligências e 
vulnerabilidades na actividade odontológica situar a análise crítica da COVID-19 na 
perspectiva das outras doenças com fluxo semelhante, com o fim de destacar aspectos 
teóricos, empíricos e normativos pouco mencionados no debate acadêmico. para 
compreender por que alguns problemas de saúde são elevados à condição de ESPIIs e outros 
são mantidos na condição de negligência, identificando-se os pontos de tensão, exclusão e 
desigualdade que permeiam a construção dessas emergências. 
 
13 
 
Subcapítulo 2. Acidentes ocupacional 
 
O EPI é qualquer meio ou dispositivo destinado ao uso por uma pessoa contra possíveis 
riscos que ameaçam a sua saúde ou segurança durante a execução de uma determinada 
atividade. Ele é um dos itens de segurança do trabalho e tem seu uso banalizado por falta de 
conhecimento das legislações. Não são todas as pessoas que percebem a complexidade que 
envolve a escolha de EPI, assim sendo, ocasionam a não aceitação por parte dos 
trabalhadores o seu uso (Cunha, 2006 citado por (Oliveira et al., 2020). 
 
A segurança do trabalho é a ciência que estuda as possíveis causas 
dos acidentes e incidentes originados durante a atividade laboral do 
trabalhador. Tem como principal objetivo a prevenção de acidentes, 
doenças ocupacionais e outras formas de agravos à saúde do 
profissional. Ela atinge sua finalidade quando consegue 
proporcionar a ambos (empregado e empregador) um ambiente de 
trabalho saudável e seguro, garantindo a certeza de que vão laborar 
num ambiente agradável, seguro e retornar para a família após terem 
cumprido mais uma jornada de trabalho em sua vida profissional 
(BARSANO; BARBOSA, 2012 citado por (Oliveira et al., 2020). 
 
 
A saúde humana depende de água limpa, ar puro e outras características de um ambiente 
saudável. Famílias, locais de trabalho, comunidades e cidades podem tomar medidas para 
promover o acesso sustentável a serviços públicos, prevenir exposições perigosas a toxinas, 
apoiar a vitalidade do ecossistema e construir resiliência para resistir a desastres naturais. 
Combater as mudanças climáticas e outras ameaças em larga escala à saúde planetária requer 
cooperação global (Jacobsen, 2019). 
 
Os acidentes ocupacionais que ocorrem em hospitais estão relacionados a diversos fatores 
e, portanto, seu controle depende de ações em várias áreas, priorizando-se o 
desenvolvimento de divulgação de informações, além da adoção de procedimentos 
correspondentes às boas práticas de segurança para profissionais, pacientes e meio ambiente 
(Cabral & Silva, 2013). 
 
14 
 
A prevenção e remediação dos acidentes de trabalho em hospitais constitui uma 
preocupação cada vez mais frequente na Medicina do Trabalho, devido ao grande número 
de trabalhadores da saúde que se acidentam em suas atividades profissionais (Guindani & 
Júnio, 2000). 
 
A precariedade do sistema de saúde do país contribui com o problema, uma vez que não 
investe no preparo desses trabalhadores, nem no ambiente de trabalho, no sentido de 
qualificá-los para a prevenção dos acidentes. O contato diário dos trabalhadores da saúde 
com substâncias de risco, representa um perigo para a saúde dos mesmos que pode ser 
evitado, desde que sejam tomadas certas precauções do tipo (Guindani & Júnio, 2000). 
 
O investimento do sistema de saúde em treinamentodos trabalhadores do ramo, em 
vacinação e em medicamentos para os mesmos, consiste em uma medida necessária e de 
suma importância, não só para controlar as infecções e promover a saúde dos trabalhadores 
de hospitais, mas também de interesse direto da sociedade, que se beneficia dos serviços 
prestados por essas entidades e por esses profissionais (Guindani & Júnio, 2000). 
 
Contudo, em ciências humanas, os fatos dificilmente podem ser considerados como 
coisas, uma vez que os objetos de estudo pensam, agem e reagem, que são atores podendo 
orientar a situação de diversas maneiras, e igualmente o caso do pesquisador: ele também e 
um ator agindo e exercendo sua influência. 
 
As Precauções-Padrão (PP) são consideradas como as principais medidas de prevenção à 
exposição com material biológico potencialmente contaminado e a adesão as PP contribui 
significativamente para reduzir esses riscos (Malaguti-Toffano et al., 2012). 
 
A exposição ocupacional a agentes biológicos decorre da presença desses agentes no 
ambiente de trabalho, podendo-se distinguir duas categorias de exposição: 1. Exposição 
derivada da atividade laboral que implique na utilização ou manipulação do agente 
biológico, que constitui o objeto principal do trabalho. É conhecida também como exposição 
com intenção deliberada (Malaguti-Toffano et al., 2012). 
 
15 
 
Nesses casos, na maioria das vezes, a presença do agente já está estabelecida e 
determinada. O reconhecimento dos riscos será relativamente simples, pois as características 
do agente são conhecidas e os procedimentos de manipulação estão bem determinados, assim 
como os riscos de exposição (Malaguti-Toffano et al., 2012). 
 
Na área de saúde, alguns exemplos poderiam ser: atividades de pesquisa ou 
desenvolvimento que envolva a manipulação direta de agentes biológicos, atividades 
realizadas em laboratórios de diagnóstico microbiológico, atividades relacionadas à 
biotecnologia (desenvolvimento de antibióticos, enzimas e vacinas, entre outros) (Malaguti-
Toffano et al., 2012). 
 
Exposição que decorre da atividade laboral sem que essa implique na manipulação direta 
deliberada do agente biológico como objeto principal do trabalho. Nesses casos a exposição 
é considerada não deliberada (Malaguti-Toffano et al., 2012). 
 
O meio hospitalar é considerado o ambiente dos movimentos, das trocas, dos 
acontecimentos de permanecer em situações que amparam a saúde e no mesmo momento, 
apresentando condições naturais e sociais de convivência com as doenças, mostrado como 
espaço destinado especificamente para doentes (Erdmann; Lentz, 2004 citado por Santos et 
al., 2021). 
 
Nesse sentido, existe uma preocupação que acomete os hospitais que é a Infecção 
Hospitalar (IH), sendo decorrente de várias causas como a presença, em meio hospitalar, de 
microorganismos, tais como, bactérias, fungos, vírus, entre outros, e também pacientes, os 
profissionais e as interações feitas entre a instituição e o meio ambiente (Erdmann; Lentz, 
2004 citado por (Santos et al., 2021). 
 
 
 
 
 
 
16 
 
1.1. Tipo de transmissão 
 
Segundo Brasil (2008a, p.19) citado por Malaguti-Toffano et al., (2012) a transmissão 
pode ocorrer das seguintes formas: 
 
 DIRETA - transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou 
vetores. Exemplos: transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão por gotículas e 
contato com a mucosa dos olhos; 
 
 INDIRETA - transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores. 
Exemplos: transmissão por meio de mãos, perfurocortantes, luvas, roupas, 
instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies. 
 
Neste sentido, vias de entrada são os tecidos ou órgãos por onde um agente penetra em 
um organismo, podendo ocasionar uma doença. A entrada pode ser por via cutânea (por 
contato direto com a pele), parenteral (por inoculação intravenosa, intramuscular, 
subcutânea), por contato direto com as mucosas, por via respiratória (por inalação) e por via 
oral (por ingestão). 
 
A identificação das vias de transmissão e de entrada determina quais medidas de proteção 
que devem ser adotadas. Se a via de transmissão for sanguínea, devem ser adotadas medidas 
que evitem o contato do trabalhador com sangue. No caso de transmissão via aérea, gotículas 
ou aerossóis, as medidas de proteção consistem na utilização de barreiras ou obstáculos entre 
a fonte de exposição e o trabalhador (exemplos: adoção de sistema de ar com pressão 
negativa, isolamento do paciente e uso de máscaras). 
 
1.2. Risco de exposição ocupacional 
Surtos de doenças como essa, desconhecidas ou não, de origem infecciosa, que passam a 
ter uma incidência crescente em seres humanos, em um período de tempo recente e que 
apresentam riscos de aumento progressivo no futuro próximo, introduzem o conceito de 
doenças emergentes e reemergentes, também de- nominadas de novas doenças infecciosas 
(Marques, 1995). 
17 
 
 
As precauções baseadas na via de transmissão são para cuidados com pacientes com 
suspeita ou confirmação de infecção ou colonização por agentes infecciosos, incluindo 
alguns patógenos de importância epidemiológica, que requerem medidas adicionais de 
controle para a prevenção efetiva de sua transmissão. Uma vez que freqüentemente a 
presença de agentes infecciosos é desconhecida na admissão na instituição de saúde, as 
precauções baseadas na via de transmissão são utilizadas empiricamente de acordo com a 
síndrome clínica e a probabilidade de agentes etiológicos neste momento e modifica-se 
quando o agente é identificado ou a presença de agente infeccioso é excluída (Siegel, et al., 
2007 citado por Felício, 2012). 
 
Os serviços de cuidado à saúde humana são constituídos por pessoas que também ficam 
doentes, muitas vezes em decorrência de sua atividade. Paradoxalmente, ao estarem direta 
ou indiretamente envolvidos no atendimento da saúde dos outros, estes trabalhadores 
descuidam-se da sua própria, entretanto, os médicos, enfermeiros e pessoal de limpeza estão 
sujeitos a se infectar quando entram em contato com sangue ou líquidos contaminados dos 
doentes (Atlas, 1999 citado por (Guindani & Júnio, 2000). 
A frequência de procedimentos realizados também é um dos fatores que contribui para a 
exposição desses profissionais. Os riscos gerados podem afetar também o paciente, portanto, 
as ações de saúde profissional devem estar integradas com a saúde do cliente (Lacerda et al., 
2015). 
 
Os serviços de medicina e segurança no trabalho, constituem um importante componente 
de controle de infecções (Guindani & Júnio, 2000). O serviço de medicina e segurança do 
trabalho deve ter protocolos para funcionários que foram expostos a doenças contagiosas. 
 
Os acidentes ocupacionais que ocorrem em hospitais estão relacionados a diversos fatores 
e, portanto, seu controle depende de ações em várias áreas, priorizando-se o 
desenvolvimento de divulgação de informações, além da adoção de procedimentos 
correspondentes às boas práticas de segurança para profissionais, pacientes e meio ambiente 
(Cabral & Silva, 2013). 
 
18 
 
As barreiras utilizadas na prevenção de riscos são Equipamentos de Proteção Individual 
(EPI), Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), adoção de medidas preventivas e 
imunização. O risco de transmissão de infecção para o trabalhador de área de saúde (TAS) 
depende da hierarquização e complexidade da atividade que desenvolve (hospital terciário 
ou unidade primária de saúde), do tipo de atendimento prestado às pessoas 
(imunodeprimido) e função que desempenha (hospital, endoscopia, patologia, odontologia, 
terapia intensiva, lavanderia, patologia clínica, enfermagem, limpeza, entre outros) (Cabral 
& Silva, 2013). 
 
Enquanto existirem condições no ambiente de trabalho capazes de provocar danos à saúde 
ou à integridade física do trabalhador, considera-se, então, que há riscos ocupacionais. Os 
riscos são variáveis edependem também de problemas administrativos, financeiros, 
treinamento, educação continuada, normas e rotinas, existência de EPI, EPC e outros (Cabral 
& Silva, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Subcapítulo 3. Relevância e estudos similares 
 
Os estudos caso-controle (ECC) têm tido utilização crescente nas últimas décadas, com 
variadas formas de aplicação no campo da Epidemiologia e da Saúde Pública (Rêgo, 2010). 
Observa-se um grande avanço na produção científica abordando a questão da exposição 
ocupacional com material biológico de profissionais da área de saúde, principalmente 
(Malaguti-Toffano et al., 2012). 
 
Em uma pesquisa realizada no hospital de ensino, cenário do presente estudo, enfermeiros 
com cargos de chefia citaram que os principais motivos que determinam a ocorrência de 
acidente com material biológico nas unidades de trabalho foram: a resistência do profissional 
em utilizar os EPI; o ato de reencapar agulhas e o descarte incorreto de materiais 
contaminados (Malaguti et al., 2008 citado por Malaguti-Toffano et al., 2012). 
Estes aspectos foram os principais determinantes para a ocorrência de acidentes relatados 
em outras pesquisas também realizadas na instituição (Canini et al., 2002; Loureiro et al.; 
2009; Gomes et al., 2008 citado por Malaguti-Toffano et al., 2012). 
 
Canini et al. (2008) citado por Malaguti-Toffano et al., (2012) apontaram que os maiores 
fatores de riscos associados a ocorrência de acidentes com profissionais de enfermagem 
desse mesmo hospital foram: o reencape de agulhas, tempo de experiência profissional 
menor que cinco anos e a carga de trabalho semanal acima de 40 horas semanais. 
 
Para explicar a adesão às PP, Gershon et al. (1995) elaboraram um modelo de estudo que 
pudesse refletir o comportamento dos profissionais de saúde. Este modelo contemplou 
fatores ligados ao indivíduo e características sociodemográficas; fatores psicossociais, como 
o medo e o estresse relacionado ao trabalho e fatores ligados à instituição, que incluiu o 
clima de segurança organizacional e a participação em treinamentos de forma a refletir o 
comportamento de adesão às PP (Malaguti-Toffano et al., 2012). 
 
Diversos estudos apontaram que a problemática da exposição ocupacional envolve vários 
outros aspectos além daqueles relacionados ao profissional, como a demanda de 
profissionais, a dupla jornada de trabalho e a disponibilidade dos equipamentos de proteção 
individual (EPI) para pronto uso (Malaguti-Toffano et al., 2012). 
20 
 
 
Um estudo americano, retrospectivo e do tipo caso-controle, envolvendo trabalhadores 
da saúde que sofreram exposição percutânea, apontou que o risco de transmissão do HIV é 
considerado elevado em exposições que envolvem grande quantidade de sangue; sangue 
visível no dispositivo contaminado com o sangue do paciente-fonte; agulhas previamente 
utilizadas em veias ou artérias do paciente-fonte ou quando ocorrer uma lesão profunda 
(CARDO et al., 1997 citado por Malaguti-Toffano et al., 2012). 
 
Michelin e Henderson (2010) citado por Malaguti-Toffano et al., (2012) apontam que 
vários fatores influenciam o risco de infecção pelo VHB entre profissionais de saúde, como: 
prevalência da doença entre a população atendida, carga viral circulante na pessoa atendida, 
virulência dos vírus, tipo e frequência de exposição e se o profissional foi imunizado ou não. 
 
(La-Rotta et al., 2013) com 208 profissionais foram avaliados o conhecimento do NR-32, 
biossegurança e as precauções Padrão, pelos médicos em o Hospital Universitário da 
Universidade Federal de Minas Gerais (HCUFMG), resultando O conhecimento sobre a NR- 
32 é baixo e sobre a biossegurança é um conhecimento adequado e para as precações padrão 
é moderado. 
 
(Stanganelli et al., 2015) Observação de 201 procedimentos no Centro Cirúrgico 
Identificar a utilização dos equipamentos de proteção individual pelos trabalhadores de 
enfermagem, durante procedimentos que os exponham aos fluidos biológicos. Resultando 
dos 201 procedimentos observados no Centro Cirúrgico, Central de Material e Esterilização, 
Unidade de Terapia Intensiva I e II e Pronto Socorro, os trabalhadores de enfermagem 
investigados não utilizam corretamente todos os EPIs necessários para os procedimentos 
realizados, os quais são preconizados pela legislação brasileira. 
 
Nos achados de (Nouetchognou et al., 2016) conduzem uma pesquisa com 150 
profissionais da área de saúde, a qual se pretendiam “determinar a frequência e o 
gerenciamento pós-exposição das exposições acidentais ao sangue e ao fluido corporal entre 
os profissionais de saúde do Hospital Universitário da Universidade de Yaoundé”. Como 
resultado A exposição acidental ao sangue ocorre globalmente devido a falta de uso de luvas 
21 
 
no momento da exposição, juntamente com lesões com agulhas e corte, falta de uso de 
escudo facial ou protetor de olhos nos procedimentos de maior risco. 
 
(Rodrigues et al., 2017) conduzi uma pesquisa 75 profissionais da saúde, com objectivo 
de Identificar a prevalência de acidentes ocupacionais entre profissionais de enfermagem 
atuantes em setores críticos de um pronto-socorro e apreender a vivência profissional dentre 
os acidentados. A entrevista foi dividida em três classes, 1vivenciando o acidente 
ocupacional, 2 condutas pós-exposição e 3 prevenção do acidente ocupacional, nesta última 
classe os profissionais reconheceram como medida mais importante de prevenção de 
acidentes ocupacionais do uso de EPI No entanto, o reconhecimento de sua importância não 
pareceu influenciar diretamente em seu uso. 
 
22 
 
Subcapítulo 4. A Covid-19 
 
A saúde é muitas vezes definida como a ausência de doença ou lesão, 
mas esta é uma explicação incompleta porque o foco está no que a 
saúde não é, e não no que é a saúde. Algumas definições de saúde 
tentam se concentrar na essência da saúde, enfatizando a saúde como 
a capacidade de realizar atividades diárias normais (Jacobsen, 2019). 
 
 
Coronavírus é um vírus zoonótico, um RNA vírus da ordem Nidovirales, da família 
Coronaviridae. Os tipos de coronavírus conhecidos até o momento são: alfa coronavírus 
HCoV-229E e alfa coronavírus HCoV-NL63, beta coronavírus HCoV-OC43 e beta 
coronavírus HCoV-HKU1, SARS-CoV (causador da síndrome respiratória aguda grave ou 
SARS), MERS-CoV (causador da síndrome respiratória do Oriente Médio ou MERS) e 
SARSCoV-2, um novo coronavírus (Lima, 2020). 
 
Doenças infecciosas emergentes e reemergentes são constantes desafios para a saúde 
pública mundial (Gonçalves & Belasco, 2020). O mais recente e assustador vírus que captou 
a atenção horrorizada do mundo, causou o isolamento de 56 milhões de pessoas na China 
“nCoV-2019” (Quammen, 2020). 
 
Desde que foram registrados os primeiros contágios, a infecção pelo coronavírus (Covid-
19) se deu de maneira bastante rápida e, em poucas semanas, passou a ser considerada uma 
pandemia, uma doença disseminada por vários países. Conforme os casos aumentaram e 
com eles o número de mortes, alguns itens, que até então eram ignorados por grande parte 
da nossa população, ganharam notoriedade (Franco et al., 2020). 
 
 
A covid-19 é uma doença respiratória aguda causada pela infecção por SARS-CoV-2, 
potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global (Ministério da 
Saúde, 2022), associada inicialmente a casos de pneumonia viral registados em finais de 
Dezembro de 2019, em Wuhan, na República Popular da China (Marques, 1995). 
23 
 
Desde então, ocorreu uma rápida disseminação mundial, tendo a Organização Mundial 
de Saúde (OMS) declarado Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional a 30 
de Janeiro de 2020 e Pandemia a 11 de Março de 2020. 
 
A disseminação global do SARS-CoV-2 decorre a um ritmo veloz. Menos de um ano 
após a sua detecção pela primeira vez na China, já foram notificadas mais de32 milhões de 
pessoas infectadas em cerca de 200 países e territórios (Jani, 2020). 
Devido às proporções tomadas pela contaminação, a Organização Mundial da Saúde 
(OMS) declarou como pandêmico o surto de COVID-19, em 11 de março de 2020 OMS, 
2020 citado por (Santana et al., 2020). A alta prevalência dos coronavírus, e a ampla 
distribuição no mundo, está associado à sua diversidade genética e recombinação genética, 
em locais com intensa interação entre o homem e animais, facilita o surgimento periódico 
de novas cepas de coronavírus (Sáfadi, 2020 citado por (Santana et al., 2020). 
 
A pandemia de Covid-19 tem provocado diversos impactos tanto na sociedade quanto na 
área da saúde, em particular, evidenciando uma crise sanitária que envolve os processos 
ambientais, econômicos, sociais, culturais e políticos e suas inextricáveis interdependências 
(Diniz et al., 2021). A pandemia de COVID-19 constituiu uma oportunidade para melhorar 
as FESP, sobretudo as relacionadas à preparação e resposta a emergências de saúde pública 
(Sanit & Pan-americana, 2022). 
A pandemia confirmou que a saúde universal é sumamente necessária e demonstrou de 
forma clara que estratégia de APS e o uso de todos os recursos da rede de serviços de saúde, 
incluído o primeiro nível de tenção, são essenciais para uma resposta efetiva (Sanit & Pan-
americana, 2022). 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
1.1. Prospecção 
Em 2021, o 59º Conselho Diretor aprovou a Estratégia para a construção de sistemas de 
saúde resilientes e recuperação pós-pandemia de COVID-19 para manter e proteger os 
ganhos em saúde pública (Documento CD59/11), com as seguintes linhas estratégicas de 
ação: 
 
a) transformar os sistemas de saúde, com base em um enfoque de atenção primária à 
saúde, para acelerar a recuperação da pandemia, recuperar e sustentar os ganhos em saúde 
pública e retomar o rumo da saúde universal; 
b) fortalecer a liderança, boa administração e governança mediante um foco renovado nas 
funções essenciais da saúde pública; 
c) fortalecer a capacidade das redes de serviços de saúde para expandir o acesso e 
melhorar a preparação e resposta a emergências de saúde pública; 
d) aumentar e sustentar o financiamento público em saúde e proteção social, inclusive 
para ações que abordem os determinantes sociais, ambientais e econômicos da saúde (Sanit 
& Pan-americana, 2022). 
 
O campo da saúde ocupacional, também chamado de segurança e saúde ocupacional e 
saúde e segurança no local de trabalho, concentra-se na prevenção primária de lesões e outros 
problemas de saúde relacionados ao trabalho. 
Em Moçambique, a COVID-19 parece ter, pelo menos por enquanto, um menor impacto 
directo na morbi-mortalidade. Uma grande proporção das infecções por SARS-CoV-2 é 
assintomática ou apresenta-se com sintomas ligeiros, e o número de pessoas com COVID-
19 que necessita de hospitalização tem permanecido relativamente baixo desde o início da 
pandemia. Mesmo assim, os efeitos negativos da pandemia no sistema de saúde, na 
sociedade e na economia são devastadores, e têm sido alvo de investigação científica e de 
debate público (Jani, 2020). 
 
 
 
 
25 
 
1.2. Fisiopatologia 
1.2.1. SARS-CoV-2 e o mecanismo de agressão celular direta 
A infecção por SARS-CoV-2 é causada pela ligação da proteína spike da superfície viral 
ao receptor da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA-2) humana após a ativação da 
proteína spike pela protease serina 2 transmembrana (TMPRSS2). A ECA-2 é expressa no 
pulmão, principalmente nas células alveolares do tipo II, e parece ser o portal de entrada 
predominante (Zhao, et. al 2020; Turner, Hiscox & Hooper, 2004 citado por Neto et al., 
2020). 
Ao se ligar à ECA-2, SARS-CoV-2 gera downregulation desta enzima e determina 
aumento dos níveis de angiotensina II, o que pode levar aos efeitos deletérios da ativação do 
sistema renina-angiotensina-aldosterona, tais como vaso constrição, alteração de 
permeabilidade vascular, remodelamento miocárdico e injúria pulmonar aguda; isto pode 
justificar, em parte, os sintomas pulmonares frequentes na síndrome (Imai, et. al 2005; Costa, 
2020 citado por Neto et al., 2020). 
 
 
 
 
Fonte: (Neto et al., 2020) 
 
Figura 1. Mecanismo de agressão directa do Coronavírus 
26 
 
O SARS-CoV-2 liga-se por meio da proteína spike da superfície viral ao receptor da 
ECA-2 humana após a ativação da proteína spike pela TMPRSS2. SARS-CoV: coronavírus 
da síndrome respiratória aguda grave; SARS-COV-2: coronavírus da síndrome respiratória 
aguda grave 2; COVID-19: doença do coronavírus 2019; ECA-2: enzima conversora de 
angiotensina-2; TMPRSS2: serina protease transmembrana-2 (Costa et al., 2020 Neto et al., 
2020). 
 
A ECA-2 também é altamente expressa no coração, neutralizando os efeitos da 
angiotensina II em estados com ativação excessiva do sistema renina-angiotensina, como 
hipertensão arterial sistêmica (HAS), insuficiência cardíaca (IC) e aterosclerose, por 
converter angiotensina II em angiotensina I-VII, que tem efeito cardioprotetor. Além do 
coração e do pulmão, a ECA-2 é expressa no epitélio intestinal, endotélio vascular e rins, 
fornecendo um mecanismo para a disfunção de múltiplos órgãos que pode ser observada na 
infecção por SARS-CoV-2 (Neto et al., 2020). 
 
1.2.2. Mecanismos da lesão miocárdica e COVID-19 
Os mecanismos da lesão miocárdica não estão bem estabelecidos, mas provavelmente 
envolvem aumento do estresse cardíaco devido à insuficiência respiratória e hipoxemia, 
síndrome coronariana aguda (SCA), lesão indireta da resposta inflamatória sistêmica, 
infecção miocárdica direta por SARS-CoV-2, entre outros fatores (Sarkisian, 2016 citado 
por Neto et al., 2020). 
 
 
Figura 2. Mecanismos potenciais de lesão miocárdica na COVID-19 
27 
 
1.2.3. Lesão miocárdica secundária ao desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio 
 
 Situações de grave estresse fisiológico como sepse e insuficiência respiratória presentes 
em pacientes com COVID-19 estão associadas a elevações de biomarcadores de lesão 
miocárdica, determinando pior prognostico em alguns pacientes (Sarkisian et. al., 2016 
citado por Neto et al., 2020). 
O mecanismo mais provável é um desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio, sem 
ruptura da placa ateromatosa e consistente com o diagnóstico de infarto do miocárdio tipo 2 
(Libby et. al, 2018; Thygesen et. al., 2018 (Chapman et. al., citado por Neto et al., 2020). 
Estes pacientes têm taxas de mortalidade mais altas, quando comparados com os que 
apresentam infarto domiocárdio tipo 1, provavelmente decorrente de um maior número de 
comorbidades (Chapman et. al., citado por Neto et al., 2020). 
 
Devido à idade e ao perfil de comorbidades dos pacientes hospitalizados com COVID-19 
grave, pode-se supor que essa população tenha um maior risco de DAC não obstrutiva 
subjacente e que a ocorrência de infarto do miocárdio tipo 2 contribui para a elevação da 
troponina e para piores desfechos (Shi et. al,. 2020 citado por Neto et al., 2020). 
 
1.2.4. Lesão microvascular 
O provável mecanismo da lesão miocárdica decorre da formação de microtrombos na 
vasculatura do miocárdio, na presença de um estado de hipercoagulabilidade como na 
coagulação intravascular disseminada (CIVD). Alterações nos sistemas de coagulação e 
fibrinolítico estão presentes de maneira importante em pacientes com COVID-19, 
observando-se CIVD na maioria dos pacientes que faleceram (Tang Wang & Sun, 2020 
citado por Neto et al., 2020). 
 
Os mecanismos da CIVD no contexto de sepse e síndrome do desconforto respiratório 
agudo presente nestes pacientes são complexos, mas acredita-se que esteja relacionado a 
uma exaustão dos sistemas de coagulação e fibrinolítico determinando sangramento e 
trombose no mesmo paciente (Simmons & Pittet, 2015 citado por Neto et al., 2020). 
 
28 
 
O aumento das citocinas inflamatórias, como IL-6 e fator de necrose tumoral-alfa(TNF-
α), bem como a lesão endotelial, aumentam a expressão do fator tecidual, determinado um 
estado pró-trombótico. Por outro lado, a desregulação da antitrombina III, do inibidor do 
ativador do plasminogênio tipo 1 (PAI-1) e da proteína C em situações de inflamação e sepse 
significativas promove um estado de anticoagulação (Levi M, Van der Poll & Buller, 2004; 
Green et. al,. 2022 citado por Neto et al., 2020). 
 
Além disso, a ativação plaquetária também ocorre no contexto de sepse e inflamação, 
alterando o delicado equilíbrio do sistema de coagulação (Cox, Kerrigan & Watson, 2011 
citado por Neto et al., 2020). Desta forma, a presença de inflamação e da ativação imune 
presentes na infecção grave por COVID-19 podem determinar CIVD, disfunção 
microvascular e lesão miocárdica (Neto et al., 2020). 
 
1.2.5. Resposta inflamatória sistêmica 
Um dos prováveis mecanismos relacionados à lesão cardíaca em pacientes com COVID-
19 grave envolve a intensa resposta inflamatória sistêmica. Relatos iniciais demonstraram 
que níveis extremamente elevados de biomarcadores inflamatórios e citocinas, incluindo IL-
6, proteína C-reativa , TNF-α, interleucina-2R (IL-2R) e ferritina estiveram associados a 
manifestações mais graves de COVID-19 e a piores desfechos ( Qin et. al., 2020 citado por 
Neto et al., 2020). 
Vários estudos já demonstraram que a cardiomiopatia na sepse é parcialmente mediada 
por citocinas inflamatórias como TNF-α, IL-6, IL-1β, INF-γ e IL-2.21, (Neto et al., 2020). 
 
1.3. Diagnósticos e síndromes associados 
O diagnóstico definitivo do novo coronavírus é feito com a coleta de materiais 
respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). O diagnóstico laboratorial 
para identificação do vírus é realizado por meio das técnicas de proteína C reativa em tempo 
real e sequenciamento parcial ou total do genoma viral. Orienta-se a coleta de aspirado de 
nasofaringe ou swabs combinado (nasal/oral) ou também amostra de secreção respiratória 
inferior (escarro ou lavado traqueal ou lavado broncoalveolar) (Lima, 2020). 
 
29 
 
Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte 
o RNA viral. Os casos graves devem ser encaminhados a um hospital de referência para 
isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela atenção primária em 
saúde e instituídas medidas de precaução domiciliar (Ministério de Saúde, 2020 citado por 
Lima, 2020). 
 
Figura 3. Algoritmo de testagem usando TDR-antígeno SARS-CoV-2 em Moçambique 
 
Fonte: (Sitoe & INS, 2020) 
 
O espectro clínico da infecção por coronavírus é muito amplo, podendo variar de um 
simples resfriado até uma pneumonia grave. O quadro clínico inicial da doença é 
caracterizado como uma síndrome gripal. As pessoas com COVID-19 geralmente 
desenvolvem sinais e sintomas, incluindo problemas respiratórios leves e febre persistente, 
em média de 5 a 6 dias após a infecção (período médio de incubação de 5 a 6 dias, intervalo 
de 1 a 14 dias). A febre é persistente, ao contrário do descenso observado nos casos de 
influenza (Lima, 2020). 
 
Entretanto, segundo Lima, (2020) os principais sintomas foram febre (83%), tosse (82%), 
dispneia (31%), mialgia (11%), confusão mental (9%), cefaleia (8%), dor de garganta (5%), 
30 
 
rinorreia (4%), dor torácica (2%), diarreia (2%) e náuseas e vômitos (1%). Também houve 
registros de linfopenia em outro estudo realizado com 41 pacientes diagnosticados com 
COVID-19. 
 
 
 
1.4. Medidas de Prevenção e Controle 
A implementação de precauções padrão, contato e respiratória constituem a principal 
medida de prevenção da transmissão entre pacientes e profissionais de saúde e deve ser 
adotada no cuidado de todos os pacientes (antes da chegada ao serviço de saúde, na chegada, 
triagem, espera e durante toda assistência prestada), independentemente dos fatores de risco 
ou doença de base, garantindo que as políticas e práticas internas minimizem a exposição a 
patógenos respiratórios, incluindo o SARS-CoV-2 (Ministério da Saúde, 2020). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Subcapítulo 5. Contexto Actual em Odontologia 
 
Um dia Bauman, (2007) escreveu: "Se você quer a paz, cuide da justiça", advertia a 
sabedoria antiga e, diferentemente do conhecimento, a sabedoria não envelhece. A citação 
trazida pelo celebre autor compreende que o que não escasseia no mundo actual é o 
conhecimento, mas para ele este conhecimento sem reflexão, aplicação e solidificação esta 
desmancha e perde validade. Ora no contexto da saúde Araújo, 1989 citado por (Guindani 
& Júnio, 2000) vê que os Hospitais têm sido erroneamente entendidos como lugares 
saudáveis para trabalhar. Tradicionalmente, as atenções estão voltadas aos cuidados com os 
pacientes, sendo a saúde dos profissionais envolvidos nestes cuidados relegada a segundo 
plano. 
 
A saúde oral é parte integrante e indissociável da saúde geral do ser humano enquanto 
indivíduo (Barroso, 2015). Com uma resistência à passagem do ar aproximadamente duas 
vezes maior que a boca, a cavidade nasal é responsável por quase dois terços da resistência 
total de VAs (Ortenzi et al., 2018). 
A frequência e a escala das doenças Infecciosas emergentes com potencial pandêmico 
aumentaram nas últimas duas décadas, e como ficou claro com a COVID- 19, são uma 
ameaça crescente para a saúde pública mundial (Bambra et al., 2022 citado por Miguel et 
al., 2022). 
 
Face ao exponencial crescimento de casos e a sobrecarga que isto representa nos sistemas 
de saúde, vários países do mundo tomaram medidas protocolares para reduzir os riscos de 
contaminação massiva pelo coronavírus (Fazenda et al., 2019). 
 
A classe dos profissionais de saúde apresenta um risco acrescido de contaminação pela 
COVID-19 relacionado com a alta exposição a que estão expostos no seu ambiente de 
trabalho. Nos últimos meses, o país tem assistido a um crescimento do número de casos da 
COVID-19 entre profissionais de saúde. Só no hospital de referência do país, o Hospital 
Central de Maputo (HCM), foram reportados 375 casos de COVID-19 dos quais 29% (110) 
ocorreram na classe médica, o que remete imediatamente ao início do isolamento que 
culmina com uma redução em 28% de pronto-socorro das equipes médicas para o 
atendimento aos pacientes. 
32 
 
Com a estrutura de saúde sobrecarregada, “Profissionais de saúde encontram-se doentes 
e os que continuam em exercício da actividade exaustos”. Esta situação coloca em causa a 
capacidade de resposta dos hospitais ao fornecimento de serviços de saúde, deteriorando 
cada vez mais a situação de ineficiência estrutural do sector (CIP, 2020). 
 
Se assistiu em Kwazulu Natal, na vizinha África do Sul, na Espanha, na Franca, em 
Portugal, e um pouco por todo o mundo, onde se verificou nos hospitais públicos a terrível 
escassez de equipas médicas, um dos factores que pode ter contribuído para esta 
contaminação dos profissionais de saúde nesses países, pode ter sido o uso de máscaras 
cirúrgicas por uma semana ou mais, ao invés de trocá-las a cada 8h horas diárias de trabalho, 
como é recomendado (CIP, 2020). 
 
Esperava-se que Moçambique aprendesse com a experiência desses países. Entretanto, 
esta é a situação que se observa nas Unidades Sanitárias (US) em todo o país, onde, aos 
profissionais de saúde são disponibilizados os EPI’s, mediante requisições, semanais, 
quinzenais ou mensais, em quantidades reduzidas os quais são obrigados a reciclar e reusar. 
 
A falta de EPI’s para os profissionais deste sector, que estão na linha da frente, constitui 
um enorme perigo na medida em que lidam directamente com diferentes doentes que podem 
estar contaminados pelo SARS-CoV-2, com ou sem sintomas (CIP, 2020). 
O porta-voz da associação médica de Moçambique, Napoleão Viola, reportou que: “As 
condições de trabalho no sistema nacional de saúde permanecem bastante precárias

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