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INTRODUÇÃO A BIOQUÍMICA Bioquímica clínica/aplicada é o ramo do laboratório clínico no qual os métodos químicos e bioquímicos são aplicados para analisar amostras fisiológicas. Exames que investigam o funcionamento dos processos metabólicos do organismo. A bioquímica clínica tem finalidade para o exame de diagnóstico, prognóstico e acompanhamento. · Exames de diagnóstico: imagem, laboratoriais, imunológicos, parasitológicos, microbiológicos, hematológicos e bioquímicos. · Exames bioquímicos: Análise quantitativa e qualitativa dos componentes do organismo como: carboidratos, lipídios, proteínas, enzimas, hormônios. Qual a finalidade destes exames? Qual a relação entre as dosagens bioquímicas e o diagnóstico e prognóstico de doenças? Existem outros fatores, além daqueles patológicos, que podem modificar a composição dos líquidos biológicos? · Tipos de análises: -Básica: pouco gasto, exames simples de rotina, pouca aparelhagem, muita demanda. -Especializada: alto gasto, exames complexos, alta tecnologia em aparelhagem, pouca demanda. -Exames de rotina, exames de urgência e emergência: o médico precisa saber os resultados para começar, adequar ou mudar o tratamento. Exames bioquímicos fora do laboratório de análises clínicas: · Medicina laboratorial -Confirmar suspeita clínica; -Excluir um diagnóstico; -Auxiliar na seleção, otimização e monitoramento do tratamento; -Fornecer um prognóstico; -Fazer triagem para doença na ausência de sinais e sintomas clínicos; · Materiais laboratoriais -A qualidade dos resultados das análises é dependente da exatidão com que são medidos os volumes das amostras ensaiadas ou dos reagentes adicionados. -A calibração e o uso adequado dos instrumentos de medição têm grande influência no resultado final de um ensaio. -É importante reduzir, onde for possível, os erros sistemáticos e aleatórios que possam influenciar o bom desempenho do laboratório. CENTRÍFUGA: Centrifugação é o processo para separar a porção mais leve de uma solução das porções mais pesadas, sendo utilizada para: · Remover elementos celulares do sangue para análise; · Concentrar elementos celulares e outros componentes de fluídos biológicos para o exame microscópico. (volumes pequenos e velocidade mais alta) BANHO MARIA: · Os banhos-maria ou células aquecedoras são os locais onde as reações químicas são realizadas. · Equipamento de laboratório que como finalidade o aquecimento de substâncias que não podem ser levadas diretamente ao fogo e precisam de uma elevação de temperatura uniforme e lenta. Geralmente, o recipiente que contém o agente que irá passar pelo banho maria será submergido em água. REFRIGERADORES · As temperaturas precisam ser medidas e registradas diariamente para satisfazer as exigências do laboratório. ESTUFA E AUTOCLAVE ESPECTROFOTOMETRO CAMERAS DE LEITURA E MICROSCÓPIOS PIPETAS · São usadas para transferência de volumes pré-estabelecidos de um recipiente para outro. · Existem diversos tipos de pipetas, como: · Pipetas de vidro; descartáveis · Pipetas automáticas (micropipetas); CUIDADOS: · Não pipetar com a boca (dispositivo); · Utilizar pipetas íntegras, descartar as que apresentem pontas quebradas; · Utilizar pipetas limpas e secas; · Utilizar pipetas com volume total o mais próximo possível do volume a ser medido; · Os olhos devem estar posicionados na altura da leitura do menisco MICROPIPETAS · Instrumentos de laboratório utilizados para transferência com precisão, de pequenos volumes; · De modo geral são utilizadas para pipetar volumes de 1 a 1000 microlitros; CUIDADOS: · Para o uso adequado visando obter precisão e exatidão, é necessário: Pipetas e ponteiras sejam de qualidade Experiência prática em seu uso correto Manutenção e calibração estejam em conformidade com as orientações do fabricante. (Ponteiras de má qualidade podem ter ondulações no plástico que retêm líquidos, de modo que o volume pipetado não é o volume dispensado). · Manter a pipeta na posição vertical e efetuar a aspiração do líquido lentamente; · Para pipetagem de sangue total, sugerimos limpar com cuidado a parte externa da ponteira e lavar a ponteira no líquido que vai receber a amostra; · Após o uso as pipetas devem ser mantidas na posição vertical em estantes apropriadas. CALIBRAÇÃO · Micropipetas são instrumentos de alta precisão constituídos por diversos componentes sujeitos ao desgaste após uso prolongado ou uso inadequado. · Como a medição de volume é um passo crítico em qualquer laboratório analítico, um pequeno erro de pipetagem pode causar um erro significativo no resultado, é essencial a verificação da calibração A verificação da calibração deve ser realizada nas seguintes situações: · Após uma manutenção e troca de peças · Quando a pipeta sofre uma queda ou outro dano; · De acordo com orientações do fabricante. · A frequência da verificação da calibração depende do quanto a pipeta é utilizada e da qualidade e condição deste uso · De acordo com orientações do fabricante. USO CORRETO DA MICROPIPETA · Manter a micropipeta na posição vertical durante a pipetagem; · Trocar a ponteira antes de aspirar líquido, amostra ou reagente diferente; · Pressione e solte o botão de modo lento e constante; · Encaixar a ponteira com movimento de rotação; · Inserir o mínimo possível a ponteira no líquido a ser pipetado; MANUTENÇÃO Limpeza externa · Remover o ejetor de ponteiras; · Limpar o ejetor de ponteiras com um pano embebido em solução de detergente; · Limpar a parte externa da pipeta; · Passar um pano embebido com água destilada para enxaguar o ejetor de ponteiras e no corpo da pipeta; · Recolocar. AMOSTRAS BIOLÓGICAS HUMANAS SANGUE · Pode ser obtido de três fontes: artéria, veia ou capilar · É obtido pela técnica de punção Punctionis (latim), que significa “Picada” Definição - Punção é o mesmo que picar ou perfurar algo levemente, ação esta utilizada no âmbito da saúde para a retirada de fluídos e outros líquidos armazenados em determinada parte do corpo, por exemplo. TIPOS DE PUNÇÔES · Punção venosa: veia mediana cubital · Punção arterial: artérias radial, braquial e femoral · Punção capilar ou Punção da pele COLETA DE SANGUE · CAPILAR: -Dedos -Lóbulo da orelha · VENOSA -Veia mediana cubital na fossa antecubital COMPOSIÇÃO DO SANGUE ANTICOAGULANTES · Atualmente, os laboratórios de análises clínicas possuem tubos que já vem impregnados com anticoagulantes (coleta vácuo) para coleta de sangue. · É padronizado uma cor para cada anticoagulante TUBOS PARA COLETA DE SANGUE PARA OBTENÇÃO DE SANGUE TOTAL Ácido Etilenodiaminotetracético (EDTA) · Preserva componentes celulares do sangue devido sua ação de “quelar” Cálcio, muito utilizado em exames de Hemograma por não alterar o formato da célula. Se liga irreversivelmente ao Ca+ (Cofator enzimático para conversão de trombina em fibrina) · Não utilizar para dosar analitos (Cálcio, magnésio, ferro etc..), dosagem enzimas que dependem de cálcio (Geralmente é o tubo que vai para hematologia, também possui sangue total e plasma. É o único anticoagulante que preserva morfologia das células) TUBOS PARA COLETA DE SANGUE PARA OBTENÇÃO DO SORO Tubo vermelho: espera de 1h para coagular, depois centrifugar separando o soro do coágulo. Tubo vermelho + ativador de coágulo: ele acelera o processo de coagulação, 30m e repouso e depois centrifugar separando o soro do coágulo. Tubo amarelo + gel + ativador de coágulo: separa em três elementos; soro, gel e coágulo. O gel serve para ter mais tempo e a amostra não vai ser consumida. TUBOS PARA COLETA DE SANGUE PARA OBTENÇÃO DO PLASMA **Após entrada do sangue homogeneizar adequadamente por inversão os tubos que contém anticoagulantes. HEPARINA -DESVANTAGEM: · Inaceitável para a maioria dos exames realizados em cadeia polimerase (PCR); · Custo elevado; · *** Produz coloração azul nos esfregaços sanguíneos; além de alterar a morfologia e coloração dos leucócitos com os corantes de rotina e aindapermite a formação de agregados plaquetários. (anticoagulante para teste de coagulação; teste reversível, o reagente possui bastante Ca, e quando a amostra é colocada o Ca entra na cascata) (Exames de glicose pois ele inibe a quebra da glicose, fluoreto + EDTA ou Oxalato de potássio. O fluoreto é inibidor da glicose e o EDTA é anticoagulante). FLUORETO · ASSOCIAÇÕES: · Com EDTA ou Oxalato de potássio *norma de padronização dos tubos. FASES DA ANÁLISE CLÍNICA 1. Pré-analítica: Consiste na preparação do paciente, coleta, manipulação e armazenamento da amostra antes da determinação analítica, ou seja, compreende tudo que precede o ensaio laboratorial, dentro ou fora do laboratório de Análises. Exame clinico pedido de exame preparo de exame preparo do paciente obtenção da amostra ::::: 60-70% frequência de erro. Imprescindíveis para resultados de exames de qualidade, e muitos erros podem ocorrer durante esses passos O reconhecimento e a minimização desses erros através de cuidadosa adesão aos conceitos a seguir resultarão em informações clínicas mais confiáveis. (Difícil de ser controlada pois depende do paciente, tentar minimizar ao máximo conscientizando o paciente) 2. Analítica 3. Pós-analítica ***IMPRESCINDÍVEL Antes da coleta, observar normas de biossegurança. ETAPAS PARA ABTENÇÃO DE SANGUE ‘’COLETA’’ 1. Identificação do paciente e preparação do paciente -Tempo de jejum -Dieta específica -Medicações 2. Seleção do local de punção Visualização da veia: Uso de torniquete: · Tempo: · Pressão: · Posição: · Movimentos de abrir/fechar a mão Venoscópiosinalizador de veias. RESTRIÇÃO DE VENOPUNÇÃO Nunca aplicar "tapinhas" na região a ser puncionada e evitar os seguintes locais: - Membros onde estão instaladas terapias intravenosas; -Áreas cicatriciais de queimaduras, -Lado onde foi realizada mastectomia -Áreas com hematomas; - Fístula arteriovenosa; -Veias trombosadas; - Evitar locais com múltiplas funções 3. Preparo do material: Identificação dos tubos; Material de assepsia; Coleta à aberta ou fechada; Agulha Análise do anticoagulante adequado; Volume de sangue a ser coletado; Descarte correto dos resíduos; Tubo vermelho ou amarelo: ativador do coágulo, até 30 minutos para formar o coágulo (economia de tempo) Tubo cinza: fluoreto inibi a quebra da glicose (é colocado um anticoagulante junto com o flureto) URINA É a segunda amostra mais utilizada em bioquímica clínica. Urina de rotina: volume reduzido, é analisado os aspectos físicos, químicos (semi-quantitativo) Urina de 24hr, valor maior de urina (quantitativa) dosagens mais apuradas · Tipo de amostra de urina a ser coletada é ditado pelos exames a serem realizados. · Coleta da manhã (maioria exames) é mais concentrada, favorecendo a análise · A coleta é diferente para homens e mulheres. · Recomenda-se que a coleta de urina seja realizada no laboratório. Entretanto, na maioria das vezes isso não é possível. Dessa forma, é de responsabilidade do laboratório a correta orientação e preparo do paciente para que o mesmo faça a coleta no domicílio. Análises de Urgência · Atendimento médico-hospitalar com queixas no trato geniturinário. Paciente coleta de 20 a 25 mL de urina em frasco devidamente seco e limpo Análise da presença de hemácias, leucócitos e cilindros na urina. COLETA – RECIPIENTE · Frascos limpos e secos – recipientes descartáveis são recomendados diminuindo risco de contaminação e lavagem inadequada. · Boca larga; · Amostras etiquetadas e identificadas; · DATA; HORA DA COLETA; IDENTIFICAÇÃO COLETA – CONSERVAÇÃO DA AMOSTRA · O tempo entre a coleta e a entrega no laboratório não deve ultrapassar uma hora, pela questão do armazenamento. · Caso isso ocorra, a urina deve ser conservada em refrigerador (2-10ºC – o ideal é 4º C). Para as crianças de até 2 anos é usado coletor plástico. TIPOS DE AMOSTRAS · Para os exames de urina temos diferentes tipos de amostras podendo ser: · ALEATÓRIA (em consultas, em casos de suspeitas) · PRIMEIRA DA MANHÃ; (não descartar o primeiro jato) · JATO MÉDIO; (geralmente primeira urina) · URINA DE 24h; (geralmente em dosagens mais apuradas) URINA – FUNÇÃO RENAL (24h) · A urina de 24h que avalia a função renal, são fornecidos 2 potes, 1 pequeno onde será feita a coleta e um grande onde será armazenado a urina no período de 24h contendo conservantes e deve ser refrigerada. Cuidado com defecações. COLETA DE CRIANÇAS · Para coletar amostras em crianças, é uma amostra aleatória, limpando a áreas para remover óleos de pele ou qualquer interferente. Uma bolsa plástica e colocada e o bebe deitado é feito a coleta. URINA – MICROBIOLÓGICO · 20mL da urina são suficientes para análise, NÃO se adiciona conservantes no frasco de coleta, pois estes matam os M.O de interesse. Exames : Uretite; Cistite CONSERVADORES DE URINA FINALIDADE: · Reduzir a ação de bactérias, · Reduzir decomposição química, · Solubilizar constituintes que de outro modo iriam precipitar-se e sair da solução. · Redução da oxidação atmosférica de compostos instáveis Qual conservante interfere menos na análise? (refrigeração é o melhor ‘’conservante’’) CONSERVANTE NO FRASCO DE COLETA · FORMALDEÍDO previne o crescimento bacteriano, mas interfere na glicosúria. Assim utilizar 1gt 30mL de urina. · O TIMOL E O TOLUENO são usados como agentes antimicrobianos e preservam a urina por 24 horas. TOLUENO- evita oxidação- exame urobilinogênio. OBS: · O uso de ÁCIDOS (HCL, bórico, acético glacial) também é útil, sobretudo para evitar a proliferação microbiana · BICARBONATO DE SÓDIO- pH 8-9- dosagem ácido úrico, · Manter a urina a 4ºC é o melhor conservante!!! COLETA DA URINA – ASSEPSIA HOMEM: Lavar com água e sabão o prepúcio e secar com pano seco. MULHER: 48h de abstinência sexual. Se estiver em período de menstruação menstruada, esperar 03 dias o período menstrual passar. Se for urgência, usar cateter – direto da bexiga. FATORES QUE AFETAM RESULTADO · Perder uma ou mais micções; · Esquecer de descartar a primeira amostra - Cistite · Preservar de modo inadequado (falta de refrigeração ou adição de conservantes quando necessário). ERROS DE COLETA DAS AMOSTRAS BIOLÓGICAS HUMANAS HEMÓLISE: Erro em coleta ou armazenamento ruptura da parede da hemácia liberação hemoglobina na porção solúvel (pigmento vermelho) - absorve luz- aumenta absorbância. Quinoneiminatonalidade avermelhada (intensidade maior de aspecto vermelho) Dosagem de potássio aumentada. (devido a amostra estar hemolisada) Dosagem de lactato desidrogenase aumentado. (devido a amostra estar hemolisada) ALGUMAS CAUSAS DA HEMÓLISE: · Descarga violenta da seringa no frasco, ou feita com a agulha. Retire a agulha ao transferir o sangue da seringa para o frasco · Homogeneização violenta com o anticoagulante. Faça-a gentilmente, por inversão do tubo por pelo menos dez a doze vezes · Uso incorreto dos anticoagulantes · ESTASE PROLONGADA DURANTE A PUNÇÃO VENOSA (↑Pressão intravascular extravasamento líquido do vaso para o tecido, ↑ Concentração dos componentes intracelulares) · AMOSTRA INSUFICIENTE: -Todo processo analítico requer um volume fixo de soro/plasma para análise. A coleta de um pequeno volume de sangue pode causar a rejeição da amostra, sendo esta uma das causas mais frequente. (volume de sangue menor do que indicado no tubo) -A coleta de pequeno volume de sangue em tubo com EDTA, por exemplo, pela sobra de anticoagulante pode desidratar os eritrócitos (crenados). Hemácia perde liquido, para meio extracelular. -Paciente em desjejum. (alteração na amostra) -Amostra dislipidemica: diluir no soro fisiológico e descontar no valor da análise. Amostra lipêmicas: Branco da Amostra (no caso de amostras lipêmicas). Nota: Procedimento aplicável para amostras com interferência positiva. ** verificar em cada kit de leitura se a lipemia produz interferência. Misturar 10 µL de amostra com 1000 µL de solução de NaCl150 mmol/L. Medir a absorbância da mistura com água deionizada ou destilada. Subtrair a absorbância do Branco de Amostra da absorbância do Teste e calcular o resultado final ERROS DE COLETA: · Erros na cronometragem (urina de 24 horas); · Perder uma ou mais micção (urina de 24 horas); · Esquecer de descartar a primeira amostra de urina (urina de 24 horas); · Preservar de modo inadequado (falta de refrigeração ou adição de conservantes quando necessário Fatores Pré-analíticos que Afetam a Composição dos Líquidos Biológicos. Dosagens bioquímicas podem não refletir a situação real da composição dos líquidos biológicos Fatores pré-analíticos · Variáveis biológicas controláveis; · Alimentos, estimulantes, · Álcool, fumo e medicamentos; · Condições clínicas e patológicas; · Idade; sexo; raça. Variáveis Biológicas Controláveis POSTURA DO PACIENTE NO MOMENTO DA COLETA. · Posição ereta redução de 600 a 700 mL saída de água e pequenos eletrólitos do leito vascular para os tecidos concentração dos elementos no leito vascular. · Níveis séricos de potássio são maiores quando a pessoa está em pé e isso é atribuído à saída de potássio das fibras musculares esqueléticas durante a contração muscular EXERCÍCIOS FÍSICOS ↑metabolismo anaeróbico ↑ lactato desidrogenase Liberação catecolaminas ↑ níveis de glicose VARIAÇÕES CIRCADIANAS · ↑ cortisol interfere TTOG –(teste tolerância oral a glicose) · Ferro. O ritmo circadiano afeta as concentrações de ferro, sendo que os valores à tarde são menores com a diferença podendo atingir a 30%. CAFEÍNA E NICOTINA · Estimulam a glândula adrenal a secretar adrenalina (medula) e cortisol (córtex). Estes hormônios aumentam a glicemia. · Fumantes também apresentam elevação dos triglicerídeos e colesterol e redução dos níveis de HDL. MEDICAMENTOS · APLICAÇÃO INTRAMUSCULAR lesão fibras liberação de enzimas musculares lactato desidrogenase, creatina quinase, aldolase e transaminases · DIURÉTICO OSMÓTICO (impede reabsorção de sódio) ↓dosagem sódio · DIURÉTICO FUROSEMIDA (espoliador potássio ↓dosagem potássio · ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS NÃO SELETIVOS (ácido acetilsalicílico) ↑tempo de coagulação. · CORTICÓIDES estimulam a lipogênese (↑ triglicérides, VLDL, ácidos graxos livres) e a gliconeogênese (aumentando a glicemia). · CONTRACEPTIVOS HORMONAIS E HORMÔNIOS TIREOIDIANOS de reposição ↑ [ ] destes hormônios. · DIPIRONA E FENITOÍNA podem causar aplasia medular. CONDIÇÕES PATOLÓGICAS E CLÍNICAS · HOSPITALIZAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO PROLONGADA retenção de líquido e diluição dos componentes plasmáticos, sobretudo as proteínas. Além disso, há uma maior excreção renal de cálcio, fosfato, sódio e sulfato. · PACIENTES COM QUEIMADURAS EXTENSAS OU DESNUTRIÇÃO redução dos níveis de proteínas plasmáticas, sobretudo albumina. · PACIENTES COM FEBRE redução na secreção T4, aumento na secreção de corticóide e insulina. Também reduz a taxa de filtração glomerular e aumenta a retenção de líquidos através do hormônio antidiurético (ADH). · CIRURGIAS E TRAUMAS elevam os níveis de enzimas musculares como lactato desidrogenase, aldolase, creatina quinase e transaminases. IDADE · NEONATOS IMATUROS · Hb predominante é a fetal, enquanto em neonatos nascidos a termo é a Hb adulta (A). · Hiperbilirrubinemia · Glicemia é menor devido à imaturidade hepática e adrenal. · CRIANÇAS E ADOLESCENTES em crescimento, a atividade da enzima fosfatase alcalina eleva devido ao crescimento e intensa renovação da matriz óssea. · IDOSOS · Após a menopausa apresentam menor secreção de hormônios ovarianos. · Em ambos os sexos, ocorre aumento dos níveis de colesterol total e frações VLDL, LDL e triglicérides. A · Atividade renal é reduzida e depuração de creatinina pode cair 50%. Os níveis de creatinina na urina são reduzidos. · Função glomerular também é reduzida refletindo em aumento na quantidade de proteínas na urina. SEXO HOMENS · Maior massa muscular - Níveis de enzimas musculares (lactato desidrogenase, aldolase, creatina quinase e transaminases) são maiores em homens bem como os produtos nitrogenados uréia, ácido úrico e creatinina. · O colesterol também é maior em homens, sobretudo a fração HDL. MULHER · Níveis menores de ferro, hemoglobina e, consequentemente, bilirrubina Isto se deve a perda de sangue pela menstruação. RAÇA · NEGROS · Maior massa muscular valores maiores para proteínas totais e atividade de enzimas musculares em relação aos brancos. · Níveis de colesterol e hemoglobina são menores em negros. CONTROLE DE QUALIDADE A função básica do Controle de Qualidade é analisar, pesquisar e prevenir a ocorrência de erros. O controle envolve TODOS os produtos/setores do laboratório. O sistema de Controle de Qualidade elimina erros por meio de programas/processos padronizados e completos. No Laboratório Clínico podem ser empregados: · Controle interno de qualidade · Controle externo de qualidade · Ensaios (testes) de proficiência Vantagens do Controle de Qualidade · Redução dos defeitos em aparelhos e equipamentos ocasionados por uso incorreto dos mesmos; · Redução das falhas em diversas fases tais como preparo do paciente, coleta, métodos analíticos, emissão dos resultados; · Redução de perdas. A redução nas falhas e defeitos de aparelhos e equipamentos reduz a necessidade da repetição na realização de exames. Isto evita desperdícios com reagentes e outros materiais; · Racionalização e otimização das atividades produtivas. Isto permite a realização de um maior número de dosagens em menor intervalo de tempo; · Maior satisfação do cliente (paciente), do clínico solicitante do exame e do laboratorista; · Maior acreditação do laboratório no mercado; · Redução de custos. O Controle da Qualidade (CQ) é definido na legislação vigente como o conjunto de procedimentos conduzidos em associação com o exame dos pacientes, para avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limites pré-definidos para que haja garantia dos resultados dos exames laboratoriais do paciente. Engloba os processos: -Pré-analíticos: Etapa Pré analítica - Etapa mais importante de todo o processo, pois se der algum erro nesta etapa todo o exame estará comprometido. -Analíticos: Etapa Analítica – realização do exame; qualidade de água; calibração; confiabilidade (exatidão, precisão, sensibilidade); volume e tipo de amostra; qualidade dos reagentes. -Pós analíticos: Etapa Pós Analítica (após a realização do exame – análise de consistência dos resultados; liberação dos laudos, armazenamento do material ou amostra de pacientes) (mais questão da digitação dos laudos) sistemas de controle de qualidade. O PNCQ também disponibiliza uma tabela de valores médios deste soro controle, obtidos por consenso dos resultados dos laboratórios participantes. É IMPORTANTE QUE CADA LABORATÓRIO ESTABELEÇA SUAS PRÓPRIAS MÉDIAS, DE ACORDO COM A VARIABILIDADE ANALÍTICA EXISTENTE NO LABORATÓRIO. **Soro controle não substitui padrão. sistema de acreditação: esse sistema analisa tudo o que o sistema de controle de qualidade; ele que da o selo de certificação. O certificado ocorre a cada 6 meses A implantação do sistema de controle: 1-Conscientização do pessoal do laboratório 2-Preparação e/ou aquisição de amostras controles. 3-Limite de controle de cada analito da amostra 4-Confecções dos catões (media e limite de cada método analítico) 5-Lançamento diário dos resultados obtidos 6- Exame diário de cada cartão controle (interpretar diariamente, semanalmente e mensalmente) 7- Análise das possíveis causas dos resultados ‘’fora de controle’’ 8-Correção das causas de ‘’resultados fora do controle’’ 9-Exame semanal e mensal dos catões controle para detectar erros. PRINCIPIOS BÁSICOS NO CONTROLE DE QUALIDADE: Um bom sistema de controle de qualidade tem que ter: · PRECISÃO; · EXATIDÃO; · SENSIBILIDADE; (detecta a menor concentração · ESPECIFICIDADE; · FÁCIL DE INTERPRETAR · AVALIAR A LINEARIDADE E A ROBUSTEZ DO MÉTODO. · PRECISÃO O parâmetro que avalia a proximidadeentre várias medidas efetuadas na mesma amostra é a precisão do processo analítico, ou seja, o método é considerado preciso quando realizado várias vezes e apresenta o mesmo resultado ou próximo dele (indica reprodutibilidade). Representa se o método é reprodutível ou não. *ALTERADO PELO ERRO NA PIPETAGEM · EXATIDÃO Indica a capacidade que o método tem de apresentar resultados próximos dos valores reais. É a concordância entre o valor encontrado e o valor teórico **ALTERADO PELO ERRO NO REAGENTE · SENSIBILIDADE Um método sensível é aquele que detecta a menor concentração do analito em uma amostra. Quanto maior a sensibilidade do teste, menores são as chances de acontecer um resultado falso-negativo. · ESPECIFICIDADE Avalia se o método é capaz de detectar a substância na presença de componentes que podem interferir na determinação da amostra. Quanto mais específico for um teste, menores serão as chances de resultados falso-positivos. · ROBUSTEZ Método robusto é aquele que consegue manter a linearidade dos resultados mesmo com alterações nas amostras. · LINEARIDADE É a capacidade de uma metodologia analítica de demonstrar que os resultados obtidos são diretamente proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado. É aplicado quando o método utiliza a técnica de espectrofotometria para realização dos resultados. Indica até que ponto a absorbância de uma amostra pode refletir a concentração real do analito pesquisado. CONTROLE INTERNO DE QUALIDADE Os mapas de controle são confeccionados com intuito de fazer avaliações diária, semanal e mensal dos Limites Aceitáveis de Erro (LAE) para cada analito. Os sistemas de controle interno mais empregados são: · Sistema de Controle de Levey-Jennings; · Sistema de Controle através das Regras de Westgard – serão aplicadas quando os valores dos controles obtidos ultrapassarem ou não o LAE. (Aponta se o erro é aleatório ou erro sistemático) Os gráficos de controle de Levey-Jennings tem como objetivo de analisar simultaneamente amostras controle (valores conhecidos) CONTROLE INTERNO DE QUALIDADE: · Análise diária de AMOSTRA CONTROLE OU SORO CONTROLE Soro controle serve para ter a média e os desvios da amostra. (Reagente de cor + Soro Controle); Soro controle não tem valores físicos, muda de lote para lote. Padrão (Reagente de cor + padrão) MAPAS DE LEVEY-JENNINGS Tem finalidade de avaliar os métodos analíticos. Análise diária, semanal ou mensal dos reagentes, manipulação e equipamentos. De acordo com normas da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da IFCC (International Federation of Clinical Chemistry) estes resultados dados são utilizados para avaliar os resultados laboratoriais nas seguintes categorias: · Bom: quando os resultados obtidos pelo laboratório estão dentro da média mais ou menos um desvio padrão. · Aceitável: quando a variabilidade laboratorial está dentro da média mais ou menos dois desvios padrão. · Inaceitável: quando a variabilidade está fora da média mais ou menos dois desvios padrão. Bons: dia 1, dia 4, dia 10, dia 11, dia 17 e dia 19 Regulares: dia 2, dia 3, dia 6, dia 7, dia 12, dia 13, dia 14, dia 15, dia 18, dia 20 Fora das regras: dia 5, dia 8, dia 9, dia 16 AVALIAÇÃO DIÁRIA DOS MAPAS DE LEVEY-JENNINGS · Diariamente, colocar no gráfico os resultados obtidos do · soro controle e examinar cada gráfico · Resultados do controle estiverem dentro dos Limite de Aceitação de Erro – “LAE” (média +/-2s – o que equivale a um intervalo de confiança de 95.5%), o resultado do exame é liberado; · Resultados do controle estiverem “fora dos LAE”, · Inspecionar o método para tentar descobrir a causa do problema AVALIAÇÃO SEMANAL DOS MAPAS DE LEVEY-JENNINGS É realizada para avaliar a ocorrência de: · Perda de Exatidão · Perda de Precisão · Tendência (desvios) · Perda de exatidão: (a perda de exatidão é provocada por erros sistemáticos) · Alteração da concentração do controle do dia anterior · Alteração do padrão (concentração); · Variação na temperatura dos banhos de água · Alteração no tempo das fases dos métodos; · Leituras em comprimento de onda diferentes dos · Recomendados. Geralmente, a perda de exatidão é provocada por erros sistemáticos. DECISÃO: as análises são suspensas e nenhum resultado é liberado até a correção do erro. (A perda de exatidão por estar muito longe da media estabelecida. -Cinco ou mais pontos seguidos é falta de exatidão) · Perda da Precisão: (mal desempenho do analista) · Pipetagem inexata das amostras e padrões; · Agitação imprópria dos tubos; · Material sujo; · Reagentes incorretamente preparado · Bolhas de ar DECISÃO: se depois de revistos todos os itens, o problema continuar, o método e/ou técnico o devem ser trocados. Provavelmente erro aleatório, podendo ser erro de pipetagem. Tendência: · Padrão/reagentes deteriorados; · Aparelho com defeito; · Variação na temperatura dos banhos de água; · Leituras em comprimento de onda diferentes dos recomendados. DECISÃO: Os resultados dos pacientes são liberados e o ponto ‘’fora’’ deve permanecer no cartão apesar de não ser incluído no cálculo do CV % mensal. Se o valor da segunda análise permanecer ‘’fora de controle’’, todos os resultados são retidos ate a identificação do erro e respectiva correção. AVALIAÇÃO MENSAL DOS MAPAS DE LEVEY-JENNINGS · Mensalmente, calcular nova Xm, DP e CV dos resultados · das amostras controle e comparar a nova média e CV com os do período anterior; · Variações significativas sugerem correções nos reagentes · e/ou instrumentos. EXERCICIO: Abaixo temos os resultados de 10 dias de leitura do soro controle de glicose, os resultados são plotados no gráfico de Levey-Jennings diariamente para as avaliações pertinentes. Os resultados foram os seguintes: Encontre a concentração das determinações (mg/dL) e Calcule a X , DP e CV Essa curva pode ser validada? Justifique. REGRAS DE WESTGARD AVALIAÇÃO DOS PONTOS DENTRO OU FORA DO LAE (+/- 2DP) · O Controle de Qualidade de Regras Múltiplas utiliza uma combinação de critérios de decisão, ou regras de controle, para decidir quando uma corrida analítica esta “sob controle” ou “fora de controle”. · As Regras Múltiplas de Westgard, como é mais conhecido, utiliza regras de controle diferentes para julgar a aceitabilidade de uma corrida analítica. · As Regras Múltiplas de Westgard são muito boas para detectar e interpretar alterações discretas que ocorrem nos dados do controle AVALIÇÃO DAS REGRAS DE WESTGARD – regras para um controle Tabela de erros REGRA 12s ALERTA REGRA 13s; o resultado é rejeitado, erro aleatório REGRA 22s: rejeição dos resultados REGRA R4s: erro aleatório REGRA 41s: erro sistemático, amostra é rejeitada REGRA 7T: erro sistemático. REGR 10x: erro sistemático ***A VIOLACÃO DE QUALQUER DAS REGRAS ANTERIORES INDICA: · O processo perdeu a estabilidade; · Os n resultados obtidos em amostras dos pacientes devem ser rejeitados e logicamente não serão relatados; · A regra violada ajuda na identificação do tipo de erro responsável pela perda da estabilidade do processo analítico, devendo-se então procurar suas causas e introduzir a ação corretiva necessária. · Após a correção do erro a serie analítica deverá ser repetida para que os resultados dos exames possam ser liberados. 1
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