Prévia do material em texto
24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/28 CONTROLADORIA AULA 1 Profª Edenise Aparecida dos Anjos 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/28 CONVERSA INICIAL Esta aula tem como objetivos apresentar a controladoria, sob a perspectiva conceitual, como área do conhecimento e como órgão administrativo, no contexto organizacional. Para melhor entender como funciona a Controladoria nas organizações, vamos estudar as organizações empresariais sob o enfoque sistêmico, abordando as interações com o ambiente dos subsistemas, modelos e processos de gestão, com enfoque em planejamento e controle, os objetivos e a missão da empresa, assim como o papel do controller nas organizações. CONTEXTUALIZANDO As constantes evoluções no mundo dos negócios criaram ambientes organizacionais e mercadológicos cada vez mais complexos, afetados por novos paradigmas da informação e por inovações tecnológicas. Diante desse contexto, as organizações empresariais precisam acompanhar tais avanços, desenvolvendo processos e estratégias para se manter no mercado, reforçando seu posicionamento estratégico. Assim, para cumprir essas exigências, a controladoria desenvolve-se nas organizações como um órgão administrativo, responsável pela gestão econômica da empresa, fazendo uso da contabilidade para gerar informações de custos, finanças, gerenciamento e controle (Padoveze, 2012). A controladoria pode ser observada sob uma visão sistêmica, como: (i) campo do conhecimento que proporciona bases conceituais; e (ii) unidade administrativa (departamento), responsável pela coordenação e divulgação de informação (Almeida; Parisi; Pereira, 2001). Nesta aula, vamos abordar os aspectos conceituais da controladoria, seus objetivos, e a controladoria como ciência. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/28 TEMA 1 – CONTROLADORIA Caro aluno, vamos iniciar nossos estudos sobre a controladoria, abordando aspectos, conceitos e definições. A Estrutura Conceitual Básica da Controladoria (ECBC) é composta das seguintes perspectivas: Aspectos conceituais: o que é; Aspectos procedimentais: como funciona; Aspectos organizacionais: como se materializa nas organizações. 1.1 ASPECTOS CONCEITUAIS A controladoria é definida como um conjunto de doutrinas e conhecimentos de gestão econômica. Como área do conhecimento, Mossimann e Fisch (1999, p. 99) conceituam a controladoria como “um conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências de Administração, Economia, Psicologia, Estatística e, principalmente, da Contabilidade, que se ocupa da gestão econômica das empresas, com a finalidade de orientá-las para a eficácia”. A controladoria é definida, ainda, “como uma unidade administrativa responsável pela utilização de todo o conjunto da Ciência Contábil dentro de uma organização (Padoveze, 2012 p. 3)”. Nesse entendimento, a controladoria exerce um papel central no processo de gestão organizacional, e seu desenvolvimento tem como base científica a contabilidade, orientada para controle e resultados, com vistas à eficiência e eficácia organizacional. Diante do exposto, pode-se observar que a controladoria pode ser melhor entendida a partir da perspectiva organizacional, como um departamento ou órgão administrativo com ampla interação com a contabilidade. Vamos a um questionamento: Se a controladoria é um órgão administrativo e se conceitualmente é formada por um conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos de diversas áreas do conhecimento, qual a sua origem? De acordo com Kanitz (1976), a origem da controladoria como unidade administrativa, ou seja, departamento de controladoria, deu-se a partir de profissionais que exerciam cargos de responsabilidade no departamento contábil, ou no departamento financeiro, visto que, em função dos seus cargos, tinham uma visão ampla da organização, o que os tornou capazes de enxergar as dificuldades como um todo e propor soluções. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/28 Quanto à origem histórica, Schmidt, Santos e Martins (2014) vinculam o surgimento da controlaria ao processo de evolução dos meios sociais de produção que ocorreram com o advento da revolução industrial no século XX e a necessidade de controle. Destacam quatro fatores determinantes para seu desenvolvimento: Aumento em tamanho e complexidade das organizações; Globalização física das empresas; Crescimento nas relações governamentais com negócios das companhias; Aumento no número de fontes de capital. Esses fatores podem ser segregados em internos e externos à organização. Como fatores internos, podemos citar o aumento, no tamanho das organizações, em unidades (filiais e subsidiárias), o que implica complexidade para gerir, devido à descentralização da administração, juntamente com a globalização física, fatores que alteraram a estrutura e o modo de gestão dessas organizações, promovendo o desenvolvimento de sistemas de controles e modelos de gestão (Schmidt; Santos; Martins, 2014). No que tange aos fatores externos, tem-se as relações governamentais com as organizações, caracterizadas pela necessidade que as empresas sentiram de criar mecanismos com vistas a facilitar a fiscalização, estreitando as relações entre empresa e governo (Schmidt; Santos; Martins, 2014). Por fim, temos o aumento do número das fontes de capital, decorrente da abertura de capital por parte das empresas nas bolsas de valores. Esse fator implica o desenvolvimento de instrumentos de reporte e padronização, com vistas à melhoria da qualidade das informações contábeis-financeiras aos diversos usuários externos. Em síntese, o surgimento da controladoria se deu em decorrência de diversos fatores internos e externos à organização, com a finalidade de gestão e controle organizacional. Na sequência, vamos abordar os aspectos teóricos da controladoria. 1.2 CONTROLADORIA COMO CIÊNCIA O surgimento da controladoria se deve ao aumento da complexidade organizacional e a necessidade de controle. O acadêmico deve estar se questionando: A controladoria é um departamento ou uma Ciência? Vamos à literatura buscar as respostas. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/28 Voltamos ao conceito de controladoria proposto Mossimann e Fisch (1999, p. 99): “um conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências de Administração, Economia, Psicologia, Estatística e, principalmente, da Contabilidade, que se ocupa da gestão econômica das empresas, com a finalidade de orientá-las para a eficácia”. Esse corpo de doutrinas e conhecimentos confere à controladoria o status de Ciência. Para melhor entender a evolução da controladoria para Ciência, usando as bases conceituais da Ciência Contábil, vamos relembrar os aspectos teóricos da Ciência Contábil: é a ciência que estuda e enuncia as leis do controle econômico das empresas de todas as classes e deduz as normas oportunas a seguir para que esse controle seja verdadeiramente eficaz, persuasivo e completo. Considerada em sua manifestação prática, é a aplicação ordenada das ditas normas. Isto posto, observamos que o controle é precursor da ciência contábil, com vistas à mensuração, evidenciação e comunicação de informação econômica. Todavia, a contabilidade tem-se prestado, usualmente, à mensuração de eventos passados das organizações, na maioria das vezes em atendimento às necessidades fiscais, deixando a desejar quanto ao fornecimento de informação para a tomada de decisão (Almeida; Parisi; Pereira, 1999). Nesse entendimento, Catelli (2001) apresenta a controladoria como ramo do conhecimento, apoiada nos pressupostos da Ciência Contábil e numa visão multidisciplinar, como sendo a responsável pelo estabelecimento das bases teóricas e conceituais necessárias para a modelagem, construção e manutenção de Sistemas deInformações e Modelos de Gestão Econômica, capazes de suprir adequadamente as necessidades informativas dos gestores e os guiar durante o processo de gestão, quando for necessário, no auxílio à tomada de decisões ótimas. Partindo das premissas de controle e usufruindo da base do arcabouço conceitual da Ciência Contábil, e da interação com os demais ramos do conhecimento aplicados às áreas de negócios, a Ciência Contábil evoluiu naturalmente para a Ciência da Controladoria. De acordo com Padoveze (2012) a Controladoria é o atual estágio da Ciência Contábil, ao considerar que a Contabilidade passou, nas últimas três décadas, da teoria do lucro (mensuração e comunicação da informação) para a teoria da decisão (modelos de decisão e produtividade). Assim, a controladoria é um conjunto de conhecimentos que se constituem em bases teóricas e conceituais de ordens operacional, econômica, financeira e patrimonial, relativas ao controle e a um 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/28 processo de gestão organizacional. Segundo os estudos de Padoveze (2012, p. 6-7) as características que sustentam a Controladoria como ciência são: Objeto de estudo próprio; Utiliza-se de métodos racionais; É regida por leis e princípios (teorias contábeis); Caráter preditivo; Construção lógica de pensamentos, conteúdo e doutrinas; Estabelece relações entre os elementos patrimoniais, válidas em todo espaço e tempo; Seus conteúdos apresentam generalidade; Está relacionada aos demais meios de conhecimentos científicos; Apresenta caráter de certeza na afirmação dos enunciados (comprovados por evidências anteriores). Em síntese, a controladoria é formada por conceitos, instrumentos e responsabilidades. É caracterizada como uma unidade administrativa que desempenha um conjunto de atividades em uma organização. Como se vê, a definição da controladoria envolve duas correntes: a primeira a partir dos aspectos conceituais, que a definem como área do conhecimento, e a outra do ponto de vista de seus objetivos organizacionais, como um órgão ou departamento administrativo. 1.3 OBJETO DE ESTUDO DA CONTROLADORIA A controladoria, assim como a Ciência Contábil, tem como objeto de estudo o patrimônio das organizações. O escopo do objeto de estudo da controladoria, conforme Borinelli (2006), é muito amplo. O autor apresenta um framework das possibilidades de objetivos de estudo da Controlaria, tais como: Natureza das contribuições ao processo de gestão; Gestão econômica; Modelos de decisão, de mensuração, identificação e acumulação de informação. Informação; Objetivos empresariais; Criação de valor; Planejamento; 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/28 Controle; Registro e a divulgação dos fenômenos empresariais; Modelo e processo de gestão; Modelo organizacional; Identificação, mensuração, comunicação e decisões relativas aos eventos econômicos; Processo de formação de resultados; Mas afinal, qual o objeto de estudo da controladoria? Borinelli (2006) sintetiza na Figura 1 os possíveis objetos de estudo, deduzindo que os objetos de estudo da controladoria são as organizações. Figura 1 – Objeto de estudo Fonte: Borinelli, 2006, p. 106. Nesse entendimento, Borinelli (2006) descreve que, entre os conceitos e definições apresentados, a controladoria enquadra-se nos propósitos de: gerenciamento (processo de gestão); exercícios do controle; definição de metas; atendimento das necessidades dos gestores; gestão econômica; e modelagem de sistema de informação. São subdivididos em modelos de gestão, decisão e informação. Define ainda, como objeto de estudo da Controladoria, as organizações, com foco no processo de gestão baseado em resultados. 1.4 FUNÇÃO DA CONTROLADORIA 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/28 Conhecendo o objeto de estudo, vamos agora aprender sobre a função da controladoria. Como qualquer outra área de responsabilidade dentro das organizações, a controladoria tem suas responsabilidades definidas, respondendo pelas gestões operacionais, financeira, econômica e patrimonial das atividades (Almeida; Parisi; Pereira, 1999). Todavia, de acordo com Schmidt, Santos e Martins (2014), a determinação exata das funções da controladoria é uma tarefa quase impossível, devido ao leque de atividades atribuídas e desempenhadas no departamento de Controladoria. Há dependência direta do tamanho da entidade, da sua forma constitutiva e de vários outros fatores que, direta ou indiretamente, impactam nas funções da controladoria. Nesse contexto (responsabilidades e funções), atribui-se como responsabilidade da controladoria conduzir os gestores e executivos à melhoria continua dos processos decisórios. Na visão de Kanitz (1976) as funções da controladoria podem ser resumidas como segue: Informação: compreende os sistemas contábil-financeiro-gerenciais; Motivação: refere-se aos efeitos dos sistemas de controle sobre o comportamento; Coordenação: visa centralizar informações com vista na aceitação de planos; o controller toma conhecimento de eventuais inconsistências dentro da empresa e assessora a direção, sugerindo soluções; Avaliação: interpreta fatos, informações e relatórios, avaliando os resultados por área de responsabilidade, por processos, por atividades etc.; Planejamento: assessora a direção da empresa na determinação e mensuração dos planos e objetivos; Acompanhamento: verifica e controla a evolução e o desempenho dos planos traçados a fim de corrigir falhas ou de revisar tais planos Em suma, a Controladoria deve prestar-se para a contínua assessoria, no sentido de contribuir para o aprimoramento da empresa, por meio de críticas construtivas e inteligentes. Nesse entendimento, a controladoria insere-se no contexto de melhoria contínua, e assim as funções genéricas compreendem: Subsidiar o processo de gestão; Apoiar a avaliação de desempenho; 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/28 Apoiar a avaliação de resultado; Gerir o sistema de informações; Atender aos agentes do mercado. Em síntese, a controladoria, além das funções gerenciais de execução de tarefas complementares e das funções regulatórias, relacionadas aos aspectos contábeis societários e tributários e ao gerenciamento dos sistemas de informações, deve subsidiar e apoiar os processos de tomada de decisão nos níveis operacionais e estratégicos. TEMA 2 – O SISTEMA EMPRESA COM O OBJETIVO DA EFICÁCIA Apresentamos os aspectos conceituais e objeto de estudo. Vamos, agora, abordar como se dá a interação da controladoria no âmbito organizacional. Para iniciarmos nosso estudo sobre o sistema de uma empresa, é importante definir o que é um sistema. Sistema é um conjunto de elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem formando um todo unitário e complexo. Assim, um sistema é um conjunto de partes diferenciadas em inter-relação umas com as outras, formando um todo organizado que apresenta, como finalidade, um objetivo constante. Os sistemas são compostos por quatro componentes: entrada, processamento, saídas e Avaliação (realimentação ou feedback), conforme representado na Figura 2. Figura 2 – Sistema aberto Fonte: Reynolds; Stair, 2016, p. 8. Os sistemas podem ainda ser classificados como sistemas abertos e sistemas fechados. Os sistemas fechados são circuitos que não sofrem com a interação do meio onde encontram-se inseridos, ou seja, os resultados obtidos não são reinseridos no sistema como forma de 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/28 realimentação. Cumprem o objetivo para o qual foram designados, como por exemplo uma máquina, um relógio. Já os sistemas abertos são observados sob a luz da Teoria Geral dos Sistemas (TGA), de Bertanfly (1975), que define o sistema aberto como um complexo de elementos em interação e em intercâmbio contínuo com o ambiente. Portanto, os sistemasabertos são organizados e estruturados de modo a manter processos contínuos de aprendizagem e auto-organização. A seguir, vamos estudar a empresa sobre o enfoque sistêmico. 2.1 SISTEMA EMPRESA E AS MEDIDAS DE EFICIÊNCIA E EFICÁCIA As empresas são visualizadas sob um enfoque sistêmico, devido à sua ampla interação com diversos agentes ambientais. De acordo com Figueiredo e Caggiano (2017, p. 8, grifos nossos), “uma empresa é um conjunto organizado de recursos econômicos, sociais e humanos, e pode ser vista como um sistema aberto”. Assim, a dinâmica das atividades empresariais as mantém em constante mutação; é preciso que sejam orientadas e reorientadas para sua finalidade principal. Conforme Bio (1985, p. 19): os sistemas abertos envolvem a ideia de que determinados inputs são introduzidos no sistema e, processados, geram certos outputs (entrada, processamento e saída). Com efeito, a empresa vale-se de recursos materiais, humanos, tecnológicos, de cujo processamento resultam de bens ou serviços a serem fornecidos ao mercado. Isso posto, a empresa, como um sistema aberto, pode ser vista como um processo de transformação de recursos em produtos e serviços, compostos de diversos processos menores, interdependentes, conforme apresentado na Figura 3. Figura 3 – Sistema empresa e as interações do ambiente 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/28 Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2013. A partir da leitura da Figura 3, pode-se inferir que o sistema empresa é um sistema aberto, dinâmico e complexo, analisado de acordo com interações com o ambiente interno e externo. O ambiente pode ser classificado como ambiente próximo e remoto. O ambiente próximo é entendido como os processos das atividades internas da organização, como atividades de compra de insumos, mercadorias, recebimentos de materiais, consumo de recursos, transformação, vendas, captação de recursos financeiros etc. É composto por interações com as entidades de acordo com o segmento de atuação de cada empresa, representadas por fornecedores, concorrentes, clientes e consumidores, entre outros. O ambiente remoto, ou externo, é composto por um conjunto de entidades que direta ou indiretamente, impactam ou são impactados por sua atuação. Essas organizações, embora não atuem diretamente nas atividades organizacionais, desempenham papeis significativos na atuação da empresa. São considerados exemplos de interação com o ambiente externo as relações com: governos, entidades regulatórias, órgãos de classe, associações empresariais e sindicatos. 2.2 OBJETIVOS DO SISTEMA EMPRESA, EFICIÊNCIA E EFICÁCIA Estudamos a empresa sob o enfoque sistêmico e também suas interações com o ambiente, com o processamento de recursos e a entrega produtos, bens ou serviços à sociedade. Agora, vamos abordar a empresa a sob a visão da eficiência. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/28 Para analisarmos o desempenho de uma empresa, é importante observar que a geração de riqueza de uma entidade é a diferença entre o consumo por ela possibilitado e o seu próprio consumo (Padoveze, 2012). A diferença entre a produção e o consumo é a sua medida da eficiência. O termo eficiência é utilizado para definir um método e comparar sistemas; está relacionado com o modo de fazer as coisas. A eficiência pode ser obtida pela divisão entre o volume produzido e os recursos consumidos. Entretanto, as empresas almejam mais do que um desempenho eficiente; almejam um desempenho eficaz, com resultados melhores, considerando as restrições de seus recursos; ou seja, trata-se de fazer mais com menos. Assim, a eficácia é definida como a medida do grau em que uma empresa alcança suas metas. Pode ser obtida pela divisão das metas realmente alcançadas pelo total de metas estabelecidas (Reynolds; Stair, 2016). Observe a Figura 4, que apresenta os objetivos do sistema empresa e a sua eficácia. Figura 4 – O sistema empresa com objetivos de eficácia Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. Assim, pode-se observar que a eficiência está relacionada com as atividades operacionais, mais especificamente com os métodos e processos. A eficiência está diretamente associada com os resultados decorrentes da atividade empresarial, com ênfase em metas e objetivos, considerando os propósitos básicos da organização. Em síntese, uma empresa, para ser eficaz, dever ser eficiente. Vale ressaltar que as empresas atuam em um ambiente dinâmico e complexo. Desse modo, para estudar o sistema empresa, fazemos uma divisão em vários subsistemas, que serão estudados na sequência. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/28 2.2 SUBSISTEMA EMPRESARIAL Estudamos as empresas sob o enfoque sistêmico, com o objetivo de alcançar a eficácia organizacional. Nesse enfoque, todo sistema é composto por partes, ou seja, há subsistemas. Portanto, o sistema empresa se subdivide em vários subsistemas, que se inter-relacionam buscando um único objetivo: atingir uma missão previamente definida (Schmidt; Santos; Martins, 2014). O Quadro 1 apresenta os principais subsistemas organizacionais. Quadro 1 – Subsistema empresa Subsistemas Definição Institucional É a matriz dos demais subsistemas da empresa. Compreende a definição da missão da empresa e as convicções de seus empreendedores, traduzidas de suas crenças e valores. Gestão Compreende o processo que orienta a realização das atividades da empresa e seus propósitos, ou seja, é responsável pela dinâmica do sistema (Planejamento, Execução e Controle). Formal Refere-se à estrutura administrativa e ao subsistema organizacional. As tarefas e atividades são agrupadas em setores, departamentos ou divisões. Informação Compreende todo o conjunto de necessidades informacionais para a gestão empresarial. Social Refere-se ao conjunto dos elementos humanos na organização, bem como às características próprias dos indivíduos, tais como: necessidade, criatividade, objetivos pessoais, motivação, liderança. Físico Operacional Refere-se às instalações físicas e aos equipamentos do sistema empresa. Está fundamentalmente ligado aos produtos e serviços produzidos pela empresa. Fonte: Padoveze, 2012, p. 17-18. Os subsistemas organizacionais são um conjunto de sistemas que fornecem diretrizes para cada uma das partes, para que a empresa funcione como um todo. Assim sendo, a busca pela maior eficiência dos recursos deve ser coordenada sinergicamente, conduzindo a empresa a um padrão de lucratividade, rentabilidade e, consequentemente, à eficácia empresarial. TEMA 3 – O MODELO E O PROCESSO DE GESTÃO A controladoria tem como objetivo a eficácia empresarial. No entanto, para alcançá-la, é preciso um modelo de gestão, para determinar quais os princípios pelo qual a empresa será administrada. Ou 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/28 seja, trata-se do direcionamento de como os executivos, controllers e gestores vão administrar, avaliar e tomar decisões no âmbito organizacional. Assim, as decisões deverão ser tomadas levando em consideração o que foi definido no modelo de gestão. Conceitualmente, o modelo de gestão é definido por Figueiredo e Caggiano (2017, p.14): um conjunto de princípios e definições que decorrem de crenças específicas e traduzem o conjunto de ideias, crenças e valores dos principais executivos, impactando assim todos os demais subsistemas empresariais; é, em síntese, um grande modelo de controle, pois nele são definidas as diretrizes de como os gestores vão ser avaliados, e os princípios de como a empresa vai ser administrada. Desse modo, o modelo de gestão representa os princípios básicos que norteiam uma organização. Serve como referencial para orientar os gestores nos processos de planejamento, tomada de decisões e controle (Oliveira; Perez; Silva, 2015). Partindo do pressuposto de que o modelo de gestão decorre das crenças e valores de seus principais executivos,logo se presume que cada empresa tem sua própria maneira de administrar negócios. Sob essas considerações, Frezatti et al. (2011) discorrem que as crenças, valores e sentimentos dos controllers e gestores dão forma à filosofia da empresa, determinando o tamanho, a complexidade e o grau de formalização dos processos da própria empresa. A filosofia determina os processos de gestão, planejamento, execução e controle na organização. Assim, de acordo com Padoveze (2012, p. 26), o modelo de gestão deve ser estruturado considerando os aspectos: Processo de gestão do sistema empresa: Planejamento, execução e controle. Avaliação de desempenho das áreas e dos gestores: Responsabilidade pelos resultados das áreas de suas responsabilidades. Processo decisório: Centralização ou descentralização. Comportamento dos gestores: Motivação dos empreendedores. O modelo de gestão é produto do Subsistema Institucional, definido como o conjunto de normas e princípios que devem orientar os gestores na escolha das melhores alternativas para levar a empresa a cumprir sua missão com eficácia (Padoveze, 2012, p. 26). O modelo de gestão servirá de base para a implementação do processo decisório organizacional. Na sequência, vamos estudar um pouco mais sobre os processos de gestão. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/28 3.1 PROCESSOS DE GESTÃO EMPRESARIAL O modelo de gestão é a matriz do subsistema de gestão, sendo traduzido na empresa por meios de processos orientados, que habilitam a gestão para a tomada de decisão nos diversos fluxos operacionais. Assim, os processos de gestão atuam nos diversos planos e níveis hierárquico, permitindo que a organização, dentro de um processo ordenado, alcance as metas e os objetivos declarados na visão empresarial. Portanto, o processo de gestão compreende o processo de controle, com vistas a assegurar a eficácia empresarial, caracterizada como um processo contínuo de tomada de decisão (Catelli, 2001, p. 128). A controladoria tem como missão suportar todo o processo de gestão empresarial, por intermédio do subsistema informação, que é um sistema de apoio à gestão. Assim, o processo de gestão é composto pelas seguintes fases: planejamento, execução e controle. A fase de planejamento pode ser dividida em planejamento estratégico, planejamento operacional e programação, conforme representado na Figura 5. Figura 5 – Processo de Gestão Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. Planejamento estratégico: É a etapa inicial do processo de gestão, fase de definição de políticas, diretrizes e objetivos estratégicos, e tem como produto final o equilíbrio dinâmico das interações da empresa com suas variáveis ambientais. Esta fase visa orientar a etapa do planejamento operacional (Padoveze, 2012). Planejamento operacional: Com base no planejamento estratégico, esta etapa consiste na identificação, integração e avaliação das alternativas de ação, e na escolha de um plano de ação 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/28 a ser implementado, tais como objetivos operacionais, definição dos meios e recursos, simulações, entre outros (Catelli, 2001). Programação: É a fase do processo de planejamento em que se replaneja a curto prazo, adequando-se as expectativas, diante das alterações dos ambientes externo e interno. Consiste na ordenação de necessidades, meios, recursos, ações, programas, análises e interações operacionais necessárias para executar o plano operacional adotado (Padoveze, 2013). Execução: Corresponde à fase em que os recursos são consumidos e os produtos gerados, ou seja, é a execução das ações implementadas e das transações realizadas (Catelli, 2001). A execução deve ser coerente com o planejado e o programado. Controle: Esta fase corresponde a um processo contínuo e recorrente que avalia o grau de aderência entre os planos e sua execução, compreendendo a análise dos desvios ocorridos, além de procurar identificar suas causas e direcionar ações corretivas. De acordo com Peleias (2002, p. 14) “o delineamento e o detalhamento das atividades da Controladoria podem ser específicos para cada empresa e depende das definições constantes do modelo de gestão adotado pela organização e dos diversos mecanismos por meio dos quais a gestão ocorre”. Padoveze (2016) apresenta uma síntese do modelo e processo de gestão. Figura 6 – Modelo e processo de gestão Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2016. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/28 Em síntese, a controladoria, abordada sob uma visão sistêmica, segregada em seus diversos subsistemas, fornece subsídios para a elaboração dos modelos e processos de gestão. Desse modo, está presente em todas as fases e etapas do processo gerencial, incluindo planejamento, execução e controle, com vistas a cumprir a missão da empresa. TEMA 4 – MISSÃO E ESTRUTURA DA CONTROLADORIA E O PAPEL DO CONTROLLER Caro acadêmico, nos temas anteriores estudamos os aspectos conceituais da controladoria, o funcionamento e a interação das empresas com o ambiente, sob enfoque sistêmico, assim como o modelo e o processo de gestão. Agora, vamos estudar como a controladoria é formalizada no ambiente organizacional. Primeiramente, precisamos nos recordar de que toda empresa é fundada com uma missão, com objetivos e propósitos declarados. Sobre isso, Figueiredo e Caggiano (2017, p. 6) definem: Uma empresa é uma instituição econômica criada unicamente para prover a sociedade dos produtos e serviços necessários ou desejados, compatíveis com as atitudes sociais das nações e da humanidade. Aos olhos dos consumidores não existe nenhuma razão para a existência de um negócio, exceto pelo serviço que é prestado ou pelo produto que é oferecido; se esse objetivo não é alcançado, a tendência é de que a organização desapareça. Portanto, para desenvolver uma visão geral de uma empresa, implementando um modelo e processos de gestão, deve-se observar as declarações de crenças e valores inscritas no subsistema Institucional (Padoveze, 2012). Observe a declaração de valores na figura. Figura 1 – Declaração de Valores Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/28 O quadro apresenta as principais declarações de valores de uma empresa. Quadro 2 – Declaração de crenças e valores Declaração Definição Visão É um conjunto preciso e vem elaborado de palavras que anunciam a direção da empresa. Missão É uma declaração do propósito da empresa. Definindo o que ela faz e o que não faz. A missão deve ser breve e reunir em poucas palavras a atividade da empresa, os mercados que quer atingir, seus produtos, clientes, Metas e objetivos a atingir. Metas As declarações das metas correspondem ao itinerário básico para chegar ao destino que a empresa deseja. São resultados abrangentes com os quais a empresa assumiu um compromisso definitivo. Objetivos São declarações especificas relacionadas diretamente a determinada meta, com o intuito de fornecer detalhes dos planos de ações menores. Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2016. Por exemplo, a declaração de valores de uma instituição de ensino superior extraída de seu site institucional: Valores: Respeito às pessoas; Integridade; Responsabilidade; Excelência. Missão: Desenvolver e transformar pessoas por meio da educação. Visão: Ser reconhecida como organização de excelência para estudar, trabalhar e investir. As crenças e valores são os elementos geradores da real missão da entidade, e por isso é fundamental que façam parte da cultura organizacional (Schmidt; Santos; Martins, 2014). Estabelecida a missão da empresa no subsistema institucional, por meio das suas crenças e valores, a missão da controladoria consiste em “assegurar a eficácia da empresa por meio da otimização de seus resultados” (Padoveze, 2012, p. 33). Para que a missão seja cumprida adequadamente, os objetivos da controladoriadevem ser claros e viáveis. Para tanto os objetivos, devem: Promover a eficácia operacional; Viabilização da gestão econômica; Promover a integração das áreas de responsabilidades. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/28 Esses objetivos são essenciais para a obtenção e a otimização dos resultados econômicos. De acordo com Almeida, Parisi e Pereira (1999), esses resultados são decorrentes das decisões tomadas sob a égide da gestão econômica, num enfoque de abordagem sistêmica, ou seja, trata-se da congruência da missão e dos objetivos da controladoria. Para melhor contextualizar a missão da controladoria, vamos a uma definição de controladoria organizacional, como unidade administrativa, ou órgão administrativo: “A controladoria é a unidade administrativa dentro do sistema empresa, que por meio da Ciência Contábil e do Sistema de informação de Controladoria, é responsável pela coordenação da gestão econômica do sistema empresa” (Padoveze, 2012, p. 33). 4.1 ESTRUTURAS DA CONTROLADORIA O desenho da estrutura organizacional de uma organização é relacionado diretamente ao nível de autoridade definida e dos controles implementados. Schmidt, Santos e Martins (2014 p. 24) esclarecem que o número de níveis de autoridade “e a extensão do controle em cada nível influenciam na efetividade das tomadas de decisão e no sistema de comunicação da entidade”. Assim, para entender as responsabilidades da controladoria no ambiente organizacional, é importante verificar qual o nível de autoridade e relevância, dados pela entidade, ao departamento em questão. A controladoria normalmente posiciona-se como staff do principal gestor da organização, atuando com autonomia para interferir no processo decisório, no intuito de otimizar o processo para que a entidade atinja sua missão, além de responsabilizar-se por todo o processo de avaliação de desempenho organizacional (Schmidt; Santos; Martins, 2014), conforme apresenta a Figura 8. Figura 8 – Controladoria na organização 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/28 Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2016. A controladoria deve dar suporte à gestão dos negócios da empresa, de modo a assegurar o cumprimento dos seus objetivos. Assim, além do suporte informacional, o ato de “assegurar” traz consigo a visão de controle e alerta permanentes. Em suma, a Controladoria é responsável pelo Sistema de Informação contábil-gerencial, e sua função é assegurar o resultado econômico da organização (Padoveze, 2013). Portanto, a controladoria deve ser estruturada de modo a suportar e atuas em todas as etapas do processo de gestão (planejamento, execução, controle e avaliação), para que que exerça adequadamente sua função de controle. Importante ressaltar que a estrutura da controladoria deve estar ligada aos sistemas de informações necessários à gestão. Dessa forma, Padoveze (2016) a estrutura em duas grandes áreas: contábil e fiscal e de planejamento e controle: Área contábil e fiscal: é responsável pelas informações societárias e fiscais, e pelas funções de guarda de ativos, tais como demonstrativos a serem publicados, controle patrimonial e seguros, gestão de impostos, controle de inventários etc. Área de planejamento e controle: incorpora a questão orçamentária, com projeções e simulações, custos e a contabilidade por responsabilidade. A Figura 9 apresenta o organograma da estrutura da controladoria, e os seus principais elementos, Planejamento de Controle e Contabilidade, suportados pelos sistemas de informações 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/28 integrados. Figura 9 – Estrutura de controladoria Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2016. O controle interno é um conjunto de normas, procedimentos, instrumentos e ações formalizados de forma sistemática. Como função do controle interno, há atividades referentes ao estabelecimento do sistema de controles internos, destinados a salvaguardar o patrimônio e os interesses da organização (Borinelli, 2006; Padoveze, 2016). 4.2 O PAPEL DO CONTROLLER Até este ponto, focamos a controladoria no nível organizacional, suas funções e objetivos no âmbito da organização. Já neste tópico, vamos abordar o “indivíduo”, profissional de controladoria, ou seja, vamos definir o papel e o perfil do controller. De acordo com Padoveze (2016 p. 28), ”o papel tem como significado, responsabilidade atribuída a uma pessoa”. Assim, neste tema, vamos tratar especificamente das atribuições do profissional de controladoria (controller) nas organizações. Vamos relembrar o início da nossa aula, a origem da controladoria sinalizada por Kanitz (1976, grifos nossos): 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/28 A origem da controladoria como unidade administrativa ou seja departamento de controladoria, deu-se a partir de profissionais que exerciam cargos de responsabilidade no departamento contábil, ou no departamento financeiro, visto que, em função dos seus cargos possuíam uma visão ampla da organização, o que os tornou capazes de enxergar as dificuldades como um todo e propor soluções. O controller, segundo a IFAC (International Federation of Accountants), é um profissional que deve processar, analisar e relatar informações, financeiras e operacionais, para uso da administração de uma empresa, nas funções de planejamento, avaliação e controle de suas atividades (Padoveze, 2016). A posição hierárquica do controller, na organização, varia em estatura e responsabilidade, de uma empresa para outra. Em algumas empresas, ele ocupa o papel de executivo principal, que apoia o planejamento e o controle gerencial em todas as subdivisões da empresa. Em outras empresas, compila dados, para emissão de relatórios externos. Para compreender a evolução do papel do controller nas organizações, Padoveze (2016) faz um levantamento na literatura, evidenciando a evolução de suas atribuições, conforme apresentado no quadro. Quadro 3 – Evolução do papel do controller Autores/ano Papel atribuído ao controller Heckert e Willson (1963) a) supervisão da contabilidade geral e de custos, da auditoria, dos impostos, dos seguros e das estatísticas; b) aplicações da função contábil para a resolução de problemas administrativos futuros. Yoshitake (1984) a) avaliação econômica de mercado que possa influenciar nos negócios da empresa. Horngren (1985) a) planejamento para o controle; b) relatórios e interpretação; c) avaliação e assessoramento; d) administração tributária; e) relatórios para o governo; f) proteção de ativos; e g) avaliação econômica Atkinson et al. (1997) a) preparar e interpretar informações financeiras para administradores, investidores e credores Ifac (2005) a) identificar, medir, acumular, analisar, preparar, interpretar e relatar informações, tanto financeiras quanto operacionais, para uso da administração de uma empresa; b) assegurar o uso apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos. Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2016. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/28 Quanto ao perfil ou competências profissionais do profissional de controladoria, Cardoso, Mendonça Neto e Oyadomari (2010), destacam que um controller deve ter habilidades, capacidades, conhecimentos, atitudes, traços e motivos dentro do contexto de entrega. Entende-se ainda que, para desenvolver o papel de controlador, o controller deve ter as seguintes características (Padoveze, 2016): ser persuasivo (levar a crer ou aceitar; induzir; ser convincente); líder; influenciador; ser claro sobre os procedimentos; ser conciso no falar e agir (expor as ideias em poucas palavras; ter precisão; exatidão); ser independente; observador; ético; conciliador; multidisciplinar e transdisciplinar; e também proativo. Em resumo, para desempenhar com êxito as responsabilidades atribuídas, o controller deve ter um conjunto de habilidades ecompetências, além de conhecimento técnico, espírito de liderança e ética profissional. Deve trabalhar de acordo com os princípios e normas contábeis, atuando proativamente na gestão de resultados operacionais e econômicos da empresa. TEMA 5 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO NO PROCESSO DE GESTÃO A controladoria utiliza como base informacional os sistemas de informações, contábeis e gerenciais. Os sistemas de informação são instrumentos de interação dos subsistemas da empresa, suportam os processos de gestão, a comunicação das variáveis ambientais, que definirá a projeção do cenário futuro, bem como da análise da definição estratégica, promove ainda, a melhoria da eficácia e eficiência da empresa. Os sistemas de informação são definidos por Padoveze (2012, p.45) como “um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros, agregados segundo uma sequência lógica para o processamento de dados e tradução em informação, para com seu produto, permitir às organizações o cumprimento de seus objetivos principais”. Nas palavras de Mosimann e Fisch (1999, p. 52), um sistema de informação no ambiente dos negócios pode ser conceituado como uma rede de informações que alimenta o processo de tomada de decisões, tanto nos níveis decisórios como em cada área de responsabilidade. Por esse entendimento, os sistemas de informações empresariais podem ser classificados como apoio às operações ou como apoio à gestão e à tomada de decisão, conforme a Figura 10. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/28 Figura 2 – Sistema de informação nos processos de gestão Fonte: Padoveze, 2012. O sistema de informações de apoio operacional e gerencial é definido por Gonçalves e Riccio (2009, p.13) como “um sistema que integra usuários e TI com o fim de fornecer informações e dar suporte às operações e funções de administração, à tomada de decisão e ao controle, em quaisquer dos níveis da gestão empresarial: operacional e/ou gerencial e/ou estratégico”. Os sistemas de apoio a decisão são definidos como uma extensão de modelos de contabilidade gerencial para manuseio de problemas de planejamento semiestruturados e estratégico, como por exemplo: decisões de fazer ou comprar, alugar ou comprar, adicionar ou abandonar uma linha de produção, entre outros (Padoveze, 2012). Desse modo, o sistema de informação da Controladoria é integrado com os sistemas operacionais, e tem como característica essencial a mensuração econômica das operações para planejamento, controle e avaliação dos resultados e desempenho dos gestores das áreas de responsabilidade (Padoveze, 2012). TROCANDO IDEIAS Nesta aula, estudamos a controladoria sob a perspectiva conceitual e organizacional, ou seja, buscamos situá-la tanto na ciência como na estrutura hierárquica organizacional. Diante do exposto, pergunta-se: Qual a importância do departamento de controladoria nas empresas hoje? Essa visão multidisciplinar é aplicável? 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/28 NA PRÁTICA Para entender melhor a controladoria nas organizações, vamos apresentar um exemplo prático sobre a interação do contador e do controller no ambiente organizacional. O contador como Comunicador (Controller) Embora a contabilidade muitas vezes seja chamada de a linguagem dos negócios, para muitos é como se fosse uma língua estrangeira. De acordo com Barra, o controller de uma divisão de negócios da Lever Brothers Co., a solução pode encontrar-se com os próprios contadores: “Tenho encontrado muitos bons contadores, excelentes técnicos, que realmente conhecem seu trabalho, mas não conseguem se comunicar com a administração fazer chegar a ela a mensagem que querem passar. Eles simplesmente não conseguem apresentar, de forma simples, informações contábeis básicas”. A comunicação com não contadores é particularmente importante, em função da interação entre contadores e usuários de informações. De acordo com o Barra, pessoas da equipe de Marketing da Lever Brothers procuram os contadores para obter informações sobre os custos de distribuição de produtos que a empresa comercializa. A exemplo disso: quando a administração decide alterar um produto, os contadores trabalham com o departamento de compras, para obter informações sobre os novos materiais. Se a companhia estiver considerando a introdução de um novo produto, “a análise e estimação dos custos é controlada pelo controller desde o início... idealmente, esse processo resulta em combinação de diversas áreas de conhecimento”. O pessoal do Marketing, com base nas informações fornecidas, estima as vendas futuras e também calcula o que acontecerá se as estimativas estiverem enviesadas. O que é necessário para que os contadores tenham uma comunicação efetiva com pessoas de áreas não financeiras? Na visão do controller Barra, as regras são as seguintes: Apresente exemplos simples Evite jargão técnico Mostre entendimento de questões de marketing e de produção Evite dar aulas de partidas dobradas 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/28 Uma boa Comunicação beneficia o próprio contador e sensibiliza os gerentes a respeito das questões financeiras, melhorando a demanda por seus serviços. Fonte: Elaborado com base em Maher, 2001, p. 48. O exemplo prático citado apresenta um dos dilemas do profissional contábil: a comunicação interna e o reporte das informações. Tal observação carece de atenção dos profissionais da área, pois a contabilidade é o principal sistema de informação de uma organização. Acerca do exposto, disserte sobre: 1. O papel do profissional Controller nas organizações. Como sua atuação pode sanar problemas de comunicação da contabilidade e o reporte de informações aos níveis superiores? 2. Pesquise pelo menos três organizações de ramos de atuação diferentes (indústria, comércios e serviços) e identifique o posicionamento da controladoria na hierarquia organizacional. Transcreva como a controladoria está estruturada, além de valores, missão, visão, objetivos e metas de cada uma das organizações. FINALIZANDO Nesta aula, abordamos alguns pontos importantes sob a Controladoria, nomeadamente aspectos conceituais, definição, origem e a controladoria como ciência; sistema empresa com o objetivo da eficácia; a empresa sob o enfoque sistêmico e a interação com o ambiente próximo e remoto da organização; os subsistemas de gestão; o modelo e o processo de gestão, com a importância de um modelo de gestão a partir do subsistema institucional; missão e estrutura da controladoria e o papel do controller, com as declarações de crenças, valores, visão, missão, objetivos e metas; e por fim sistemas de informação no processo de gestão, quando abordamos brevemente os sistemas de apoios a gestão, decisão e operações. REFERÊNCIAS ALMEIDA, L. B. de; PARISI, C.; PEREIRA, C. A. Controladoria. Controladoria: uma abordagem da gestão econômica–GECON, v. 2, p. 343-355, 1999. ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: Atlas, 2002. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/28 BIO, S. R. Sistemas de Informações: um enfoque gerencial. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1985. BORINELLI, M. L. Estrutura conceitual básica de controladoria: sistematização à luz da teoria e da práxis. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis) - Universidade de São Paulo, 2016. BEUREN, I. M. O papel da Controladoria no processo de gestão. In: SCHIMIDT, P. (Org.). Controladoria: agregando valor para a empresa. Porto Alegre: Bookmann, 2002. p. 15-38. CARDOSO, R. L.; NETO, O. R. M.; OYADOMARI, J. C. Os Estudos internacionais de competências e os conhecimentos, habilidades e atitudes do contador gerencial brasileiro: análises e reflexões. CEP, v. 1302, p. 907, 2010. CATELLI, A. (Coord.). Controladoria: uma abordagem da gestão econômica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. GIL, A. L. Sistemas de informações contábeis: uma abordagem gerencial. São Paulo:Saraiva, 2010. FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. Controladoria: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017. FREZATTI, F. et al. Controle gerencial: uma abordagem da contabilidade gerencial no contexto econômico, comportamental e sociológico. São Paulo: Atlas, 2011. GONÇALVES, R. C. G.; RICCIO, E. L. Sistemas de informação: ênfase em controladoria e contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. KANITZ, S. C. Controladoria: teoria e estudos de casos. São Paulo: Pioneira, 1976. MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valor para a Administração. São Paulo: Atlas, 2001. MOSIMANN, C. P.; FISCH, S. Controladoria: seu papel na administração de empresas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. OLIVEIRA, L. de; PEREZ JR., J. H.; SILVA, C. A. S. Controladoria estratégica: textos e casos práticos com solução. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica aplicada: conceitos, estrutura e sistema de informações. São Paulo: Cengage Learning Editores, 2016. 24/04/2023 15:12 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 28/28 _____. Controladoria estratégica e operacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. _____. Controladoria estratégica e operacional. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning Editores, 2012. PELEIAS, I. R. Controladoria gestão eficaz utilizando padrões. São Paulo: Saraiva, 2002. PRADO, E. V. et al. Os desafios na implementação da controladoria estratégica nas Organizações. Caderno Profissional de Administração da UNIMEP, v. 3, n. 2, p. 14-37, 2013. REYNOLDS, R. M.; STAIR, G. W. Princípios de sistemas de informação. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning Editores, 2016. SCHMIDT, P.; SANTOS, J. dos; MARTINS, M. A. dos S. Manual de controladoria. São Paulo: Atlas, 2014. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/34 CONTROLADORIA AULA 2 Profª Edenise Aparecida dos Anjos 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/34 CONVERSA INICIAL Nesta aula, vamos estudar sobre o tipo de informação necessária para a elaboração do planejamento estratégico de uma empresa e a importância da controladoria na estratégia. Para conhecer e aprender um pouco mais sobre o assunto, nesta aula serão estudados os seguintes temas: Aspectos conceituais de controladoria estratégica; Utilização do sistema de informação gerencial para a criação de estratégias; Definição de estratégia empresarial; Criação de vantagem competitiva; Metodologia de elaboração do planejamento estratégico. CONTEXTUALIZANDO Um dos maiores desafios das organizações da era pós-moderna consiste no gerenciamento e na determinação de um fluxo de informação que suporte a gestão administrativa. Ou seja, informações estratégicas que permitam aos gestores e controllers inferir, analisar e tomar decisões. Nesse contexto, Oliveira, Perez e Silva (2015) descrevem que o sistema de informação deve suprir a empresa com informações precisas sobre seu ambiente operacional e ser capaz de apoiar a elaboração das estratégias, além de criar valor para os clientes e de ser vantajosas em novos mercados e indústrias, em um tempo futuro. Em suma, o sistema de informação da controladoria estratégica “é o meio pelo qual o contador geral, gerencial ou controller utiliza para efetivar a informação contábil dentro de uma organização para que a contabilidade seja utilizada em sua plenitude” Padoveze (2016). 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/34 TEMA 1 – ASPECTOS CONCEITUAIS DE CONTROLADORIA ESTRATÉGICA 1.1 CONTROLADORIA ESTRATÉGICA Pensar em uma controladoria estratégica significa planejar estrategicamente, o que exige do controller, além das suas competências, habilidades, um feeling acurado para a correta identificação das ameaças e das oportunidades que surgem a todo o momento no ambiente empresarial (Oliveira; Perez; Silva, 2015). De acordo com essa visão, a controladoria tradicional com funções de planejamento e controle evoluiu gradativamente para a controladoria estratégica, assumindo a função e a capacidade de captação de informações provenientes do ambiente externo, para as quais será́ considerada em paralelo a análise dos pontos fortes e fracos da corporação, resultando em diretrizes estratégicas a serem traçadas. Nesse contexto, Padoveze (2016, p. 92) define a controladoria estratégica como: a atividade que, por meio do sistema de informação contábil, abastece os responsáveis pelo planejamento estratégico da companhia com informações tanto financeiras quanto não financeiras para apoiar o processo de análise, planejamento, implementação e controle da estratégia organizacional. Entende-se, assim, que a Controladoria estratégica tem como missão apoiar a gestão, desenvolver e incorporar instrumentos e técnicas de projeção e exploração futura das variáveis ambientais, tais como a técnica dos cenários. Nas palavras de Ansoff (1984), “a função das estratégias é a de preparar no presente a empresa, para que ela possa estar viva e rentável no futuro". Desse modo, a controladoria tem um papel importante na estratégia de uma empresa. Entretanto não é responsável pela criação das estratégias e elaboração do planejamento estratégico, que são funções da alta administração da organização. Nesse contexto, evidencia-se a importância do papel do controller, sendo imperativo que este participe das estratégias administrativas, uma vez que o seu sistema de informação deverá estar alinhado com as estratégias organizacionais e de negócios (Padoveze, 2016). Em síntese, a controladoria, por meio do uso estratégico dos sistemas de informações, assume um papel importante no processo decisório de uma organização, assumindo diversas funções como a 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/34 implementação e a manutenção dos controles internos, planejamento tributário, a elaboração e a execução orçamentária e as medidas de desempenho para implementação de estratégias e o cumprimento da missão. 1.2 INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA Um dos grandes desafios da controladoria estratégica consiste na elaboração de um clima organizacional, alinhado com as metas e objetivos gerais, com vistas à criação de valor para a empresa. Nesse sentido, Oliveira, Perez e Silva (2015) discorrem que, para a obtenção de êxito nessa missão, torna-se imprescindível reconhecer o papel estratégico da informação, como instrumento para a transformação empresarial e para o redesenho dos processos administrativos. Desse modo, a informação estratégica pode ser definida como: As informações necessárias que a empresa precisa obter sobre seu ambiente operacional para poder mudar e desenvolver estratégias adequadas capazes de criar valor para os clientes e de ser vantajosas em novos mercados e indústrias, em um tempo futuro (Oliveira, Perez; Silva, 2015 p. 46). No que tange às vantagens da utilização da informação estratégica, Oliveira, Perez e Silva (2015) apresentam as etapas pelas quais as informações devem passar a ser consideradas no plano estratégico: Etapa 1 – Aperfeiçoamento das capacidades dos administradores e dos trabalhadores de uma empresa para captar e entender as mudanças no ambiente da empresa ou do setor industrial. Etapa 2 – Difusão das informações estratégicas: partilhamento das novas informações e conhecimentos aprofundados para qualquer setor da empresa em que a informação seja necessária. Para Oliveira, Perez e Silva (2015 p. 46), o desafio da informação estratégica consiste em aumentar o “coeficiente de informação de todos os administradores e empregados em vez de assumir que, no futuro, o monopólio da informação sobre a concorrência pertence a funções específicas ou executivos da alta direção”. Nesse entendimento, as empresas reconhecem a informação estratégica como um processo de aprendizagem sistemática, no qual ela se torna parte da cultura e do comportamento dos administradores. Observa-se, no entanto,que, se o sistema de Informação estratégica é um processo e não função, questiona-se, então, como os controllers e gestores podem utilizá-la na prática para 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/34 desenvolver estratégias e melhorar o desempenho organizacional? Buscando responder a essa questão, Oliveira, Perez e Silva (2015) argumentam que o processo de transformar dados em informações, com o uso de tecnologias de informações e rede de dados, permitem aos gestores e controllers o uso inteligente das informações. Logo, as organizações empresariais, dentro de uma visão sistêmica, possuem muitos centros de informações compartilhados e interligados, denominados como departamentos funcionais. Para melhor entender a utilização das informações estratégicas pelos departamentos funcionais, vamos aos exemplos propostos por Oliveira, Perez e Silva (2015 p. 48) no quadro a seguir: Quadro 1 – Uso das informações estratégicas em departamento funcionais Departamentos Atividades funcionais Vendas recolhe informações sobre contatos de clientes, transações e serviços; Marketing avalia as tendências de mercado e a satisfação dos clientes; Pesquisa e Desenvolvimento analisa os avanços tecnológicos e as ideias de novos produtos; Produção concentra-se na inovação de processos e na engenharia de produtos; Tecnologia da Informação controla as tendências e os avanços da indústria Recursos Humanos supervisiona as mudanças e o recrutamento da mão de obra. Fonte: Oliveira; Perez; Silva, 2015, p. 48. Em síntese, a controladoria, para atuar no nível da estratégia, deve considerar, além dos modelos de gestão, as atividades e os processos de obtenção e difusão das informações, a cultura de aprendizagem e do comportamento dos administradores da empresa, independentemente de seu nível hierárquico. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/34 TEMA 2 – UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL PARA A CRIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS Neste tema, vamos estudar a importância e a estrutura dos sistemas de informação gerencial na geração de informações para a Controladoria no nível da estratégia. 2.1 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS O sistema de informações gerenciais (SIG) é definido como o processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa, proporcionando, ainda, a sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados (Oliveira, 2014). Nesse contexto, o SIG é um sistema projetado para oferecer informações seguras para a tomada de decisões sólidas que resultem na concretização dos objetivos e metas empresariais previamente estabelecidos. Os sistemas de informações gerenciais são desenhados e implementados nas organizações com vistas a fornecer um sistema de apoio aos processos de gestão, nos níveis operacionais, táticos e estratégicos. São estruturados e diferenciados por Oliveira, Perez e Silva (2015, p. 25) em diferentes níveis informacionais, conforme o Quadro 2. Quadro 2 – Sistema de informação gerencial Nível Objetivo Estratégico: Vem a ser o processo de decidir sobre os objetivos da organização. Alterações desses objetivos. Os recursos necessários para alcançá-los. Políticas que governam sua aquisição e utilização. As decisões estratégicas são tomadas e formuladas para um período usualmente longo e não têm características repetitivas. Tático Tem funções de controle gerencial, que seria “o processo pelo qual os gerentes se asseguram de que os recursos são obtidos e utilizados eficazmente para o cumprimento dos objetivos da organização”. Operacional Nota-se o controle operacional, ou seja, “o processo que visa assegurar que tarefas específicas sejam executadas eficiente e eficazmente”. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/34 Fonte: Oliveira; Perez; Silva, 2015. Nesse contexto, os objetivos do nível estratégico são atingidos direta e indiretamente por meio do cumprimento das metas dos níveis de base (ver Figura 1). Desse modo, os sistemas de informações devem ser estruturados de forma que venham a contemplar todos os níveis organizacionais, suprindo as necessidades informações necessárias para a tomada de decisão (Padoveze, 2016). Figura 1 – Sistema de informação gerencial por níveis Fonte: Oliveira; Perez; Silva, 2015. Para tanto, os sistemas de informações gerenciais devem atender os diferentes tipos de estratégias adotados pela empresa. De acordo com Padoveze (2016), a controladoria estratégica parte da necessidade de adicionar aos sistemas empresariais, informações estritamente estratégicas, centradas na visão da organização com um sistema aberto, conforme apresentado no Quadro 3. Quadro 3 – Tipos de estratégias sob a perspectivas das informações contábeis Tipos Sistemas de informações contábeis Função da Estratégia Atuação da controladoria Contabilidade para Estratégia Competitiva Manter uma vantagem competitiva entre as diversas áreas da empresa Contabilizar a rentabilidade por unidade de negócio, clientes, produtos, além de acompanhar a situação dos concorrentes Contabilidade para a estrutura organizacional Decidir de quais negócios a empresa irá participar e como eles serão estruturados e administrados Controlar os centros de custos, de lucros, de contribuição e de investimentos, acompanhar as estratégias de diversificação, os negócios integrados 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/34 verticalmente, a formação de conglomerados e as subsidiárias de companhias multinacionais e globais Contabilidade para desenvolvimento dos negócios Desenvolver uma estratégia individual para cada área, mas planejar e administrar de forma coordenada permitindo que as estratégias competitivas sejam implementadas de forma coletiva Acompanhar o ciclo de vidas e as estratégias de lançamentos dos produtos e o crescimento da empresa e fazer a análise de risco dos negócios Fonte: adaptado de Padoveze (2016). Em suma, os sistemas de informação contábil-gerencial devem prover a controladoria com informações de natureza contábil, patrimonial, econômica, financeira e não financeira ao processo de gestão, para que os gestores possam estar devidamente subsidiados para a tomada de decisão estratégicas. 2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA CONTROLADORIA ESTRATÉGICA A estruturação dos sistemas de informações gerenciais para a controladoria estratégica deve contemplar informações atuais de nível estritamente estratégico. De acordo com Padoveze (2016), deve centrar-se na visão da organização, analisar o ambiente, para identificar os pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades com vistas a fortalecer seu posicionamento estratégico. Nesse contexto, para cumprir os objetivos estratégicos, a Controladoria deve observar e se estruturar em 4 subsistemas que, em conjunto com os sistemas integrados de gestão empresarial e de inteligências de negócios (ERP – Enterprise Resources Planning, BI – Business Intelligence e DW – Data Warehouse), formam o sistema de informação da controladoria estratégica. De acordo com Padoveze (2016), esses subsistemas são compostos por. a. Informações para acompanhamento do negócio: têm por objetivo disponibilizar elementos aderentes ao planejamento estratégico. b. Leitura do ambiente e cenários empresariais: tem por objetivo fazer a análise das variáveis e entidades que podem afetar os negócios da empresa, e é base para a estruturação do planejamento estratégico. c. Simulação no planejamento econômico: tem por foco simular as diversas alternativas possíveis para o desempenho econômico futuro da organização. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/34 d. Indicadores de desempenho: têm por finalidade monitorar os objetivos e as metas estratégicas. e. Gestão de riscos: tem por objetivo avaliar e mensurar os riscos corporativos identificados para acompanhamento. Nesse contexto, a estruturação dosistema de informação da controladoria estratégica parte da premissa de um modelo em que a organização assume a necessidade de um sistema integrado de gestão (ERP) com informações de nível operacional e de sistemas de inteligências de negócios (BI e DW) contemplando informações de níveis operacionais, tático e estratégicos, conforme apresentado na Figura 2. Figura 2 – Estrutura do sistema de informação da controladoria estratégica Fonte: Padoveze, 2016. Os subsistemas são estruturados de acordo com o nível informacional, os subsistemas de informações para o acompanhamento do negócio, leitura do ambiente e cenários empresariais e simulação no planejamento econômico enquadram-se na etapa do planejamento, e os subsistemas de indicadores de desempenho e gestão de riscos enquadram-se, basicamente, na etapa de monitoramento. Logo, o sistema de informação para criar estratégias deve ser estruturado com base nos subsistemas organizacionais, nos sistemas de informações empresariais integrados (ERP, DW e BI) geradas nos processos de gestão, considerando as variáveis ambientais. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/34 Por fim, a determinação das estratégias deve levar em conta o ambiente externo, refletir as ameaças e oportunidades, incluir vantagem competitiva, ser coerente com a visão e com os objetivos da empresa e ser passível de execução. A estratégia organizacional deve ainda estar declarada formalmente no planejamento estratégico da empresa. TEMA 3 – DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL Nos tópicos anteriores, abordamos por diversas vezes o termo estratégia e planejamento estratégico. Neste tópico, vamos aprender sobre o que é a estratégia e como são definidas, para entender a diferença entre estratégia e planejamento estratégico. 3.1 DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIA A estratégia é conceituada por Mintzberg (1990) como um conjunto de diretrizes conscientemente deliberadas, que orientam as decisões organizacionais. Já para Ansoff (1984), a estratégia é um processo controlado, consciente e formal de interação entre uma empresa e seu ambiente, acompanhado pela alteração dos aspectos dinâmicos internos da empresa. A estratégia é definida ainda por Anthony e Govindarajan (2008) como planos que indicam a direção geral na qual uma organização planeja se mover para obter suas metas, que são elaboradas pela alta administração e estabelecem as diretrizes a serem formalizadas pelo planejamento estratégico. De acordo com Gamble e Thompson (2013, p. 2), A estratégia de uma empresa consiste nas iniciativas e abordagens desenvolvidas pela administração para atrair clientes e agradá-lós, conduzir as operações, promover o crescimento dos negócios e atingir os objetivos de desempenho. Por outro lado, o planejamento estratégico é definido como uma técnica administrativa que, por meio da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das oportunidades e ameaças e dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e, com essa consciência, estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos (Fischmann; Almeida, 1995). Logo, a formulação de estratégia é o processo de 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/34 decidir sobre as novas estratégias, ao passo que o planejamento estratégico é o processo de decidir como executar essas estratégias. Na visão de Porter (1981), a estratégia organizacional pode ser entendida também como estratégia de posição baseada em estratégias competitivas industriais de mercados e produtos. São elaboradas com base na escolha da firma, de variáveis de decisão-chave, como preço, promoção, quantidade e qualidade. Sob este aspecto, Porter (1981) desenvolve as cinco forças competitivas genéricas: ameaça de novos entrantes; poder de barganha dos fornecedores; ameaça de produtos e serviços substitutos; poder de barganhados clientes; e rivalidade entre os competidores. As forças competitivas de Porter (1981) são identificadas e analisadas sob a perspectiva das seguintes estratégias: Liderança em custos: é uma estratégia na qual uma companhia obtém sucesso produzindo produtos ou prestando serviços pelo menor custo. Diferenciação: é uma estratégia competitiva na qual o sucesso de uma empresa está no desenvolvimento e na manutenção da percepção dos clientes de que seu produto tem um valor único. Para Miles e Snow (1978), a estratégia é baseada na estrutura e nas dinâmicas dos processos organizacionais, ou seja ao mesmo tempo que busca novos mercados, procura manter o equilíbrio com ênfase na eficiência organizacional. Nesse entendimento a estratégia global de uma organização deve estar alinhada com os ajustes do ambiente externo e a estrutura e processos internos, além de ser flexível para manter a dinâmica das atividades ao longo do tempo (Miles; Snow, 1978). As estratégias propostas por Miles e Snow (1978) são classificadas em: Prospectoras: caracterizada por elevada busca de mercados e inovação de produtos e processos Defensivas: caracterizada por estreitos domínios de produtos/mercados e por ênfase muito grande em eficiência Analíticas: pode ser vista como um híbrido das estratégias prospectora e defensiva, possuindo área de negócios central mais estável, e componente de negócios mais dinâmico, tratado de forma prospectora Reativas: caracteriza-se por empresas que parecem não apresentar nenhuma relação coerente entre estratégia e estrutura, e têm uma não-estratégia, com reações impulsivas diante de 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/34 eventos do ambiente. Já para Mintzberger (1978), a estratégia é definida como uma linha de ação coerente que conduz a resultados importantes e desejáveis pela organização, tenha ela sido planejada e formalizada com antecedência ou não, classificadas em: Deliberada: ocorre quando as estratégias pretendidas e planejadas são realizadas. A estratégia deliberada partirá do alto controle e há uma finalidade organizacional. Emergente: trata de uma “estratégia não planejada”, ou seja, a linha de ação só é percebida como estratégia à medida que ela vai se desenrolando ou que vai acontecendo. Face ao exposto, as estratégias de Mintzberger são conceituadas e entendidas como um fluxo padrão de tomada de decisão, a qual se adapta ao contexto organizacional em um processo contínuo de evolução e ajustes. A Figura 3 sintetiza os conceitos das estratégias de Mintzberger. Figura 3 – Estratégias de Mintzberger Fonte: Gamble; Thompson, 2013. De acordo com Gamble e Thompson (2013, p. 10), Uma estratégia de sucesso combina as circunstâncias de uma situação externa da empresa com seus recursos internos e competências competitivas, desenvolve vantagem competitiva e impulsiona o desempenho da empresa. Em síntese: 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/34 A estratégia de uma empresa é o plano da ação da empresa para estabelecer uma posição de mercado, conduzir suas operações, atrair e agradar aos clientes, competir com sucesso e atingir os objetivos organizacionais; O foco da estratégia de uma empresa está nos planos de ações para construir e fortalecer sua posição competitiva e seu desempenho financeiro em longo prazo; O modelo de gestão de uma empresa está intimamente relacionado com a estratégia, com vistas a estabelecer e adequar as competências organizacionais e a condição de oferecer boa lucratividade. 3.2 ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA De acordo com Anthony e Govindarajan (2008), “uma empresa desenvolve suas estratégias ao conciliar suas competências centrais com as oportunidades de mercado”. Assim, a elaboração das estratégias pode ser melhor representada na Figura 4. Figura 4 – Formulação da estratégia Fonte: Anthony; Govindarajan, 2008 p. 70. Em síntese, a elaboração das estratégias empresariais considera em sua análise as variáveis ambientais, tais como: clientes,fornecedores, concorrentes, aspectos normativos, sociais e políticos; as variáveis ambientais internas, como know-how de tecnologias, manufatura, marketing, logística e distribuição; e a avaliação dos pontos fortes e limitações para identificação das oportunidades s e ameaças presentes neste ambiente. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/34 Nesse contexto, as estratégias são planos elaborados, criados para alcançar as metas da organização em níveis dois níveis: 1. Estratégias para a organização toda e; 2. Estratégias para unidades de negócio dentro de uma organização. Nesse contexto, Anthony e Govindarajan (2008) discorrem que, embora “as opções estratégicas sejam diferentes entre os níveis hierárquicos, existe uma nítida necessidade de consistência nas estratégias nas unidades de negócio e nos níveis corporativos (p. 70)”, a fim de explorar as variáveis ambientais internas e externas da organização, ou seja, deve haver a congruência de objetivos e metas por níveis organizacionais e estratégicas, conforme apresentado no Quadro 4. Quadro 4 – Níveis estratégicos Nível da estratégia Questões estratégicas críticas Opções estratégicas genéricas Principais níveis organizacionais envolvidos Nível corporativo Estamos na combinação adequada de indústrias? Empresa atuante em uma única indústria Escritório corporativo Em quais indústrias ou setores dessas indústrias deveríamos estar? Diversificação relacionada Diversificação não- relacionada. Nível da unidade de negócio. Qual deveria ser a missão da unidade de negócio? Criar Manter Colher Desinvestir Escritório corporativo e gerência geral da unidade de negócio Como as unidades de negócio deveriam competir para realizar essa missão? Baixo custo Diferenciação Gerência geral da unidade de negócio Fonte: Anthony; Govindarajan, 2008. Portanto, a estratégia corporativa está envolvida principalmente com a questão que define mais onde do que como competir. Nesse nível, as questões são: 1. A definição dos negócios nos quais a empresa participará; e 2. O desenvolvimento de recursos entre esses negócios. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/34 Já as estratégias das unidades de negócio administram a situação de como criar e manter uma vantagem competitiva em cada uma das unidades, nas quais uma empresa tenha optado participar (Anthony; Govindarajan, 2008). Dependem de dois aspectos: 1. Sua missão; e 2. Vantagem competitiva Portanto, as melhores estratégias são aquelas que se adequam às situações interna e externa de uma empresa, que ajudam a construir uma vantagem competitiva sobre os concorrentes e geram um bom desempenho financeiro. Saiba mais Exemplo de estratégia empresarial A estratégia do Mcdonalds no setor de restaurantes de atendimento rápido Em 2009, o McDonald’s estava atingindo novos recordes de vendas, apesar de uma recessão econômica global e da queda de confiança do consumidor nos Estados Unidos. Por dia, mais de 58 milhões de clientes foram atendidos nos 32 mil restaurantes McDonald’s distribuídos por 118 países, o que permitiu à empresa um recorde na receita de vendas em 2008 e lucros superiores a US$ 23,5 bilhões e US$ 4,3 bilhões, respectivamente. O desempenho do McDonald’s no mercado tornou-o uma das duas empresas listadas na bolsa de valores, a encerrar 2008 com um aumento no valor de suas ações ordinárias. As vendas da empresa estavam se mantendo bem em meio à instabilidade econômica no início de 2009, e se verificou um crescimento das vendas em todo o sistema superior a 6% durante janeiro e fevereiro. O sucesso da empresa resultou da boa concepção e execução de sua estratégia de negócio, chamada “Plano para vencer”, na qual o foco era “ser melhor, e não apenas maior”. As principais iniciativas da estratégia “Plano para vencer” incluíam: Aprimoramento das operações do restaurante O processo de aprimoramento das operações globais do McDonald’s envolveu programas de treinamento de colaboradores, capacitando e formando líderes. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/34 treinou seus gerentes de loja a acompanharem de perto a mão de obra, os alimentos e os custos com água e luz. preço acessível. Além de focar nos custos operacionais em cada um de seus restaurantes, o McDonald’s manteve os preços baixos examinando de perto os custos administrativos e outras despesas corporativas. A empresa viu a baixa da economia nos Estados Unidos como oportunidade para renegociar seus contratos de publicidade com jornais e redes de televisão no início de 2009. E, quando os preços da gasolina subiram acentuadamente nos Estados Unidos durante 2008, começou também a substituir sua frota de veículos por modelos que economizavam combustível. O McDonald’s, no entanto, não escolheu sacrificar a qualidade do produto a fim de oferecer preços mais baixos: implementou programas intensivos de inspeção para assegurar que seus fornecedores não alterassem as especificações de produto para abaixar custos. A ampla abordagem da empresa visando minimizar as despesas que não agregavam valor permitiu-lhe oferecer mais opções de pratos a preços populares. Cardápio variado e amplas opções de bebida O McDonald’s expandiu seu cardápio para além do Big Mac e do Quarteirão, as opções preferidas e mais vendidas, e incluiu novas opções, mais saudáveis, como saladas e frango grelhado, wrap de frango e sanduíches de frango Premium. Acrescentou uma extensa linha de cafés especiais, incluindo expressos, cappuccinos e bebidas com leite. Conveniência e ampliação de oportunidades para jantar A inclusão de McCafes ajudou o McDonald’s a aumentar as vendas de uma mesma loja, ampliando o horário tradicional de refeições. Os clientes que desejavam tomar um café́ no meio da manhã̃ ou comer um salgado à tarde ajudaram a manter o alto movimento do estabelecimento depois de o McDonald’s ter vendido seu último Egg Muffin no café́ da manhã̃ e antes de ficar lotado na hora do almoço, com pedidos de Big Macs, Quarteirão, sanduíches de frango ou saladas. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/34 A empresa também estendeu seu horário de atendimento drive-thru para 24 horas em mais de 25 mil locais espalhados por cidades em todo o mundo, onde os consumidores eram propensos a comer a qualquer hora do dia. Reinvestimento continuo no restaurante O foco da expansão de unidades do McDonald’s se deu em mercados emergentes de rápido crescimento, como a Rússia e a China e Brasil. A empresa também reformou cerca de 10 mil restaurantes nos Estados Unidos, entre 2004 e 2008, para introduzir seu McCafe e tornar seus estabelecimentos locais mais agradáveis tanto para os clientes jantarem quanto para os colaboradores trabalharem. Fonte: Gamble e Thompson, 2013. Nesse exemplo, apresentamos um case de sucesso. O McDonalds se tornou líder isolado em alimentação rápida em níveis globais de 2008 até 2013. Podemos observar que, embora as estratégias tenham sido deliberadas, ou seja, formalizadas no “Plano para vencer”, na qual o foco era “ser melhor, e não apenas maior”, a empresa optou por estratégias embasadas nas teorias de Porter. Liderança em custos ao “não escolher sacrificar a qualidade do produto a fim de oferecer preços mais baixos”, e diferenciação ao variar os cardápios e conveniências, oportunizando aos clientes variedades do café ao jantar, ampliando também os horários de atendimento 24 horas. Isso permitiu que a empresa reforçasse seu posicionamento estratégico de mercado, obtendo vantagem competitiva. TEMA 4 – CRIAÇÃO DE VANTAGEM COMPETITIVA Neste tópico, vamos estudar como as ações estratégicas podem criar vantagem competitiva sustentável para as empresas. 4.1 ESTRATÉGIA E A BUSCA POR VANTAGEM COMPETITIVA Para melhor entendermos a vantagem competitiva, vamos conhecer a definição de competitividade organizacional, apresentada pelo Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/34 Social (BNDES): a competitividade de uma empresa é definida pela sua capacidade de desenvolver e sustentar vantagens competitivas que lhe permitam enfrentam a concorrência. Resultante de decisões estratégicas, definidas nas políticas de investimento, marketing, tecnologia, gestão da produção, financeira, de recursos humanos etc. Face ao exposto, o aspecto mais importante da estratégia de negócio de uma organização empresarial consiste no seu posicionamento estratégico. Assim, é de fundamental importância que a estratégia competitiva desenvolva ações que fortaleçam a posição competitiva em longo prazo e permitam que ela obtenha uma vantagem competitiva durável sobre os concorrentes, (Gamble; Thompson, 2013). Veja exemplos na Figura. De acordo com Gamble e Thompson (2013, p. 10), Uma estratégia de sucesso combina as circunstâncias de uma situação externa da empresa com seus recursos internos e competências competitivas, desenvolve vantagem competitiva e impulsiona o desempenho da empresa. Segundo essa visão, a estratégia competitiva pode ser definida como cursos de ações específicos que são desenvolvidos para criar vantagens competitivas sustentáveis em produtos particulares ou mercados identificados na persecução de objetivos determinados (Padoveze, 2016). Para Gamble e Thompson (2013), uma empresa obtém vantagem competitiva sustentável quando um atraente número de compradores tem preferência permanente sobre seus bens e serviços em relação àqueles oferecidos por seus concorrentes. Portanto a vantagem competitiva é mais que do que uma ideia de estratégia competitiva, que pode ou não ser distintamente comprovada. Figura 5 – Componentes da estratégia competitiva 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/34 Fonte: Gamble e Thompson, 2013. Para manter uma vantagem competitiva sustentável, Gamble e Thompson (2013) destacam quatro abordagens consideradas como confiáveis e usadas com frequência pelas empresas para se destacar de seus concorrentes e obter vantagem competitiva. O Quadro 5 apresenta as abordagens para vantagem competitiva. Quadro 5 – Abordagens estratégicas para criar vantagem competitiva Abordagens Descrição 1. Desenvolver vantagem baseada no custo. Conseguir uma vantagem baseada em custo pode levar a uma vantagem competitiva duradoura quando a concorrente tem dificuldade de manter custos tão baixos quanto os oferecidos pela empresa líder, visto que essa prática as tiraria do mercado. Exemplo de empresas: Rede Walmart, Cias aéreas. 2. Criar uma vantagem baseada no diferencial. Uma empresa pode desenvolver vantagem acrescentando características diferenciadoras a bens ou serviços, oferecendo aos clientes mais benefícios tangíveis ou intangíveis que aqueles ofertados pelos bens ou serviços de concorrentes vendidos a preços mais baixos. Exemplo de empresas: Johnson & Johnson (confiabilidade do produto), a Harley- Davidson (imagem transgressora e som característico), a Chanel e Rolex (luxo e prestígio), a Porsche e a BMW (design de engenharia e desempenho) e também a Amazon.com (ampla seleção e conveniência). 3. Concentrar-se em um nicho de mercado do setor. Muitas empresas desenvolveram uma vantagem competitiva não só por meio de estratégia vinculada à diferenciação ou a custos baixos, mas também por atenderem as necessidades e preferencias especiais de um pequeno segmento dos 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/34 compradores de um setor, em vez de tentarem apelar para todos os compradores de um determinado setor. Exemplo de empresas: Google, na publicidade baseada no mecanismo de busca pela internet; e-Bay, em leilões on-line; Best Buy, em eletroeletrônicos. 4. Desenvolver recursos e competência competitiva valiosos que não possam ser alcançados, imitados ou superados pelos concorrentes. Estratégias baseadas em recursos podem ser usadas com qualquer uma das três abordagens estratégicas já descritas, e são adaptadas para oferecer valor ao cliente de uma forma que as concorrentes sejam incapazes de fazer. Exemplo de empresas: Ao longo dos anos, a Toyota desenvolveu um sistema de produção sofisticado que lhe permite produzir veículos confiáveis, praticamente sem defeitos, a baixo custo. Fonte: Gamble e Thompson, 2013, p. 4. Entende-se que a estratégia para criar vantagem competitiva, deve ter potencial para oferecer uma posição vantajosa duradoura sobre os concorrentes. Nesse contexto, os gestores da organização devem estar dispostos e pronto para modificar a estratégia frente, ações inesperadas dos concorrentes, mudanças de mercados, preferência dos consumidores, novas oportunidades ou evidências de que as estratégias adotadas não correspondem a situação atual da empresa (Gamble; Thompson, 2013). TEMA 5 – METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Neste tópico, vamos aprender sobre as metodologias para elaboração do planejamento estratégico, na construção dos cenários, premissas e diretrizes organizacionais. Para Atkinson et al. (2015), o planejamento estratégico envolve escolher uma estratégia que forneça o melhor ajustamento entre o ambiente de uma organização e os recursos internos para atingir seus objetivos 5.1 PLANEJAMENTO O planejamento é a função administrativa mais básica da gestão organizacional, e o modo como é desempenhada determina o sucesso de todas as operações. Vamos ver algumas definições de planejamento. Para Frezatti et al. (2011, p. 54), “planejar significa decidir antecipadamente, independentemente do horizonte temporal e do nível de formalização e participação em que isso se verifique”. De acordo 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/34 com esse entendimento, planejamento é o processo que precede a ação e está direcionado para que se tomem decisões no momento presente com o futuro em vista. Mosimann e Fisch (1999, p. 42) conceituam o planejamento em seu sentido mais amplo, como a “determinação dos objetivos a serem atingidos e dos meios pelos quais esses objetivos devem ser alcançados. É o elo entre o estágio, onde estamos e o estágio para onde vamos”. Nesse sentido, deve estar sempre em perfeita integração para que a missão da empresa seja cumprida e a continuidade assegurada. Esta definição pode ser representada na Figura 6. Figura 6 – Planejamento de uma empresa como um todo ou de uma única área da empresa Fonte: Mosimann; Fisch,1999, p. 43. De acordo com esse entendimento, o planejamento é o processo de avaliação e tomada de decisão em cenários prováveis, visando definir um plano de ação para atingir uma situação futura desejável, com base nas informações sobre as variáveis ambientais, crenças, valores, missão, modelo de gestão, e estrutura organizacional. Isso posto, Mosimann e Fisch (1999, p. 45) definem as características desejadas: a. O planejamento antecede as operações. Assim a execução operacional deve ser compatível com o que foi estabelecido no planejamento; b. O planejamento sempre existe em uma empresa, embora muitas vezes não esteja expresso ou difundido. Quando informal, estará contido, no mínimo, no cérebro do dirigente; c. O planejamento deve ser um processo dinâmico, associado ao controle permanente, para poder se adaptar às mudanças ambientais. Quando não há planejamento, não pode haver controle. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/34 d. O planejamento tende a reduzir as incertezas e, consequentemente, os riscos envolvidos no processo decisório, aumentando a probabilidade de alcance dos objetivos estabelecidos para a empresa. e. O planejamento deve interagir permanentemente com o controle, para que possa saber se está sendo eficaz, isto é, alcançando seus objetivos, pois planejamento sem controle não tem eficácia. f. Associado ao controle, o planejamento serve para a avaliação dedesempenho da empresa e das diversas áreas. Nesse entendimento, a função do planejamento consiste em assegurar a eficácia empresarial por meio da consideração cuidadosa de todos os as variáveis ambientais e organizacionais. Desse modo, planejar pode ser visto como uma atividade que consiste em quatro grandes estágios. Planejamento estratégico: fase em que as diretrizes estratégicas, políticas e os macro- objetivos organizacionais são determinados. Considera-se, ainda, a análise das variáveis ambientais: i. Oportunidade; ii. Ameaças; iii. Pontos fortes; iv. Pontos fracos; Planejamento operacional: i. Pré-planejamento, ii. planejamento de longo-prazo, programa e ajuste do plano (simulações); Execução: fase em que o plano é implementado. Os recursos são consumidos e os produtos gerados; Controle: fase em que os desvios do plano são identificados e as ações corretivas são empreendidas. Observa-se que, em todas as fases ou estágio do planejamento, são tomadas decisões de vários tipos e amplitudes, desde as decisões estratégicas, sobre quais caminhos devem ser trilhados, passando por decisões operacionais sobre o que deve ser feito, quando e como fazê-lo, até as decisões de controle (Oliveira, 2014). Estudamos neste tópico sobre a importância do planejamento, as características e as etapas do plano. Face ao exposto, podemos concluir que o planejamento é a primeira etapa do processo decisório. Para ampliarmos um pouco mais nosso nível de conhecimento sobre planejamento, na sequência estaremos estudamos um pouco mais sobre a metodologia e a elaboração do planejamento estratégico. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/34 5.2 METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O planejamento estratégico é conceituado por Mosimann e Fisch (1999) como aquele planejamento que, centrado na interação da empresa com seu ambiente externo, focalizando as ameaças e oportunidades ambientais e seus reflexos na própria empresa, evidenciando seus pontos fortes e fracos, define as diretrizes estratégicas. Na visão de Anthony e Govindarajan (2008), o planejamento estratégico é o processo pelo qual a empresa toma decisão, por meio de programas que cumprirão as estratégias, para alcançar de modo eficiente e eficazmente as metas. De modo complementar, Oliveira, Perez e Silva (2015, p. 29) conceituam o planejamento estratégico “como o conjunto de objetivos, finalidades, metas, diretrizes fundamentais e planos para atingir esses objetivos, coordenado de forma a definir em que atividade se encontra a empresa, que tipo de empresa ela é ou deseja ser”. Apresentados os conceitos, vamos agora estudar sobre os critérios necessários para elaboração do Planejamento Estratégico. Nesse sentido, Catelli (2001) lista como requisitos necessários para elaboração do planejamento estratégico: a definição clara da missão, envolvimento e participação dos gestores, apoio de sistema de informações sobre variáveis ambientais, que gerem informações sobre os desempenhos passados e atualizem sobre variáveis dos ambientes interno e externo. O Planejamento Estratégico é a etapa inicial do processo de gestão, no qual a empresa formula ou reformula suas estratégias empresariais, dentro de uma visão específica do futuro. É a fase de definição de políticas, diretrizes e objetivos estratégicos, que têm como objetivo manter o equilíbrio das interações da empresa com as variáveis ambientais (Padoveze, 2016). A fundamentação para o desenvolvimento do planejamento estratégico, são: i. a definição do negócio em que a empresa atuará; ii. Como preparar a organização para isso (Padoveze, 2016). No que tange à metodologia para elaboração do planejamento estratégico, Oliveira, Perez e Silva (2015, p. 31) esclarecem que alguns questionamentos iniciais devem ser apresentados: Quais são as áreas e funções envolvidas? Quais são as hierarquias envolvidas? 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/34 Quais são os responsáveis pela operacionalização? Quais e quantos são os dados internos a serem considerados? Quais e quantos são os dados externos a serem considerados? Os componentes do processo de planejamento estratégico que identificam o perfil das empresas são: visão, missão, objetivos de longo prazo, cenários e planos operacionais. De acordo com esse entendimento, o processo sistemático da elaboração básica do planejamento está representado na Figura 7, no qual deve conter: Figura 7 – Processo de elaboração de planejamento estratégico Fonte: Santos, 2005. A sequência básica para a elaboração de um plano estratégico compreende: a determinação da missão da empresa; a análise ambiental, que inclui: a identificação dos fatores-chave de sucesso e a análise das variáveis ambientais críticas internas e externas; o estabelecimento de diretrizes e objetivos estratégicos; a determinação de estratégias; a avaliação dessas estratégias. 5.2.1 DETERMINAÇÃO DA MISSÃO DA EMPRESA A etapa da missão é a primeira etapa, considerada como a mais crítica, uma vez que atua como referência na orientação de todo o processo de planejamento. Uma vez escrita, a missão escrita deve proporcionar uma visão explícita da natureza do negócio da empresa e de seu âmbito e forma de atuação (Oliveira; Perez; Silva, 2015) Assim, os seguintes aspectos devem ser considerados e avaliados na definição da missão da empresa: 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/34 a relação pretendida entre mercado e produto; a natureza das operações e sua forma de comercialização e distribuição: agricultura, pecuária, beneficiamento, industrialização, comercialização; vendas a indústrias, consumidor final, atacado, varejo; os benefícios esperados pelo mercado e pelos clientes da empresa e os benefícios reais (vantagens diferenciais) oferecidos pela entidade; a capacidade e a competência técnica, operacional e administrativa que a empresa possui e a disponibilidade de recursos para o reforço dessa capacidade e a segurança quanto ao suprimento de bens, serviços, mão de obra e tecnologias necessários; as limitações ambientais internas e externas; a imagem da empresa diante de seus fornecedores e clientes, funcionários e comunidade; a estrutura física e organizacional da entidade, bem como seus pontos fortes e fracos; as políticas empresariais existentes, as crenças e valores dos dirigentes e funcionários, o histórico da empresa, sua cultura e filosofia de atuação. 5.2.2 ANÁLISE AMBIENTAL Objetiva avaliar a situação da empresa relativamente aos ambientes interno e externo, consiste na: Identificação dos fatores-chave de sucesso: representa um atributo do qual a entidade deve dispor para ser bem-sucedida em seu ramo de negócios. Análise das variáveis ambientais críticas: uma variável ambiental crítica representa um fator interno ou externo à entidade, cujo comportamento impacta de forma positiva ou negativa um ou mais fatores-chaves, conforme apresentado no Quadro 6. Quadro 6 – Análise das variáveis ambientais críticas Variáveis ambientais críticas externas: Variáveis ambientais críticas internas: Ameaças: definida como uma situação desfavorável oriunda do ambiente externo existente, que poderá prejudicar de forma quantitativa ou qualitativa o desempenho da entidade em relação a um ou mais fatores-chave. Pontos fortes: definidos como características intrínsecas à empresa que a colocam em posição estrategicamente favorável para um desempenho eficaz relativamente a um ou mais fatores-chave. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/34 Oportunidade: consiste numa situação favorável decorrente do ambiente externo que a entidade poderá aproveitar de forma eficaz para melhorar quantitativa ou qualitativamente seu desempenho relativamente a um ou mais fatores-chave. Pontos fracos: consistem em características existentes na organização que a colocam em posição estrategicamente desfavorávelpara um desempenho eficaz em relação a um ou mais fatores-chave. Fonte: Oliveira; Perez; Silva, 2015. 5.2.3 ESTABELECIMENTO DE DIRETRIZES E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS As diretrizes e objetivos estratégicos constituem benefícios tangíveis e mais duradouros da análise da situação. Ambos são formulados com base no quadro referencial resultante da avaliação dos ambientes interno e externo da empresa: Quadro 7 – Diretrizes e objetivos estratégicos Diretrizes estratégicas: Objetivos estratégicos desenvolver produtos que permitam a racionalização dos procedimentos e a desburocratização da administração, visando à redução da mão de obra envolvida; racionalizar o processo de gestão interna, com ênfase na redução de gastos e no aumento da produtividade, melhorando a relação “custo- benefício”; descentralizar as atividades da empresa, enfatizando o replanejamento do ativo fixo e a adoção de tecnologias adequadas às necessidades do mercado; desenvolver uma sistemática de planejamento empresarial a fim de permitir melhor visão do futuro, maior flexibilidade de ações e rapidez nas decisões. São estabelecidos com o intuito de alcançar ou conservar níveis de desempenho pelo menos satisfatórios em relação a cada fator-chave de sucesso identificado na empresa (Oliveira et al., 2015). Devem: representar uma necessidade real, coerente com a missão da entidade; representar uma prioridade dentro do conjunto de necessidades; ser claro, definido, concreto e viável técnica e economicamente; ser desafiador. Fonte: Oliveira; Perez; Silva, 2015. 5.2.4 DETERMINAÇÃO DE ESTRATÉGIAS 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/34 São determinadas de acordo com a característica ambiental e mercadológica de cada produto ou serviço, alinhada as metas e objetivos estabelecidos. Considerando as abordagens estratégicas já estudadas, Oliveira, Perez e Silva (2015) citam exemplos: Estratégia de penetração de mercado: diz respeito à busca de maiores volumes de vendas para os atuais produtos da empresa, nos mesmos mercados em que ela vem atuando. Estratégia de desenvolvimento de produto: voltada à exploração de novos canais de distribuição dos produtos da empresa, ou seja, à descoberta de novas utilizações para os produtos e entrada em novos segmentos de mercado. Estratégia de desenvolvimento de mercado (segmentação): Este método de expansão de empresas é secular, sendo o exemplo mais típico de sua adoção a expansão geográfica dos mercados interno e externo. 5.2.5 AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA Compreende a fase do controle, avaliação, acompanhamento e aprimoramento da estratégia empresarial. Corresponde à fase na qual os gestores e controllers verificam se a estratégia, tal como foi implementada, está proporcionando o alcance dos objetivos, desafios e metas da empresa. É uma fase de controle, revisão e ajustes do planejamento estratégico (Oliveira, 2014). Nesse contexto, o planejamento estratégico deve ser uma atividade contínua na organização. Ao implementar uma estratégia, todos as suas fases devem ser acompanhadas por seus executivos, sendo de fundamental importância para atingir as metas e objetivos traçados. Desse modo, o processo de planejamento estratégico não deve tornar-se um fim em si mesmo, tão burocrático e desinteressante que os participantes somente se envolvam por obrigação funcional. 5.3 A CONTROLADORIA NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO A participação da Controladoria no planejamento estratégico das organizações é de fundamental importância. Sua atuação no apoio ao processo de gestão subsidia e influencia os gestores no processo decisórios. Portanto, a informação estratégica valida-se como a máxima da controladoria estratégica,visto que tem como função produzir informações assertivas e tempestivas para a análise dos dados e a formulação de diagnósticos precisos e atuais, subsidiando a criação de estratégias (Oliveira; Perez e Silva, 2015). 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 28/34 A controladoria tem todas as condições de participar de todas as etapas do processo de gestão. De acordo com Padoveze (2016), para cada etapa do processo de gestão, a ciência da controladoria desenvolveu e continua desenvolvendo os instrumentos de gestão necessários para apoiar todos os responsáveis pelo processo decisório da empresa, conforme ilustrado na Figura 8: Figura 8 – Controladoria no planejamento estratégico Fonte: Padoveze, 2016. Os instrumentos de gestão de controladoria consagram-se por meio de sistemas ou subsistemas de informação, que devem conter todos os atributos das teorias contábeis da decisão, mensuração e informação para, com isso, permitir a otimização dos resultados empresariais, alcançando a eficácia empresarial (Padoveze, 2016). Nesse contexto, torna-se imperativa a participação dos controllers nos processos de elaboração do planejamento estratégico, uma vez que o sistema de informação da controladoria estratégica deverá estar alinhado com as estratégias organizacionais e de negócios. 5.4 EXEMPLO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Estudamos os aspectos conceituais da controladoria estratégica, sob os enfoques dos sistemas de informação gerencial, criação das estratégicas e vantagem competitiva, sendo esses elementos essenciais para que uma empresa elabore o planejamento estratégico e as diretrizes norteadoras da gestão para o cumprimento dos objetivos e missão da empresa. Mas como as empresas traduzem as estratégias no planejamento estratégico? Veja o exemplo a seguir: Saiba mais Exemplo de plano estratégico 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 29/34 A Empresa PlanEstrategic Ltda estabeleceu as diretrizes para o planejamento estratégico, para lançamentos de novos produtos, apontando para um crescimento de vendas, apoiadas nas atuais conjunturas do cenário nacional, que indica crescimento no setor. Análise do cenário A empresa apostará num crescimento das vendas, decorrente das possibilidades de crescimento do país, tanto das possibilidades dos países compradores, como para aproveitar as atuais debilidades dos concorrentes nacionais. Mercado externo: buscará um distribuidor na Europa, onde há possibilidades maiores de crescimento das exportações, com os produtos de menor conteúdo tecnológico, pois os concorrentes europeus os estão abandonando em troca de produtos mais complexos. É um nicho de mercado a ser aproveitado. O objetivo é conseguir uma participação de 2% no mercado europeu. Para os demais países, os atuais produtos, sempre com atualização tecnologia, são suficientes para manter o volume de exportação, podendo a empresa crescer até 3% ao ano, em razão do crescimento normal da economia mundial. Mercado interno: desenvolverá uma linha de produtos, com custos competitivos, para fazer face aos produtos similares importados, buscando suprir pelo menos 10% das importações medias atuais. Se lançará no mercado dos produtos substitutos: Para competir com esses produtos, serão criados centros tecnológicos específicos, com o intuito de absorver sua tecnologia, bem como os processos e meios de produção, já́ que são produtos substancialmente diferentes dos atuais, em conjunto com a universidade com que já tem trabalhado atualmente. Para uma rápida absorção de tecnologia, buscará parceiros nos principais centros desses produtos no exterior, preferencialmente com licença de tecnologia e fabricação, de forma que nos antecipemos aos concorrentes nacionais em dois anos e comecemos a competir com os importados. Diretrizes estratégicas e operacionais 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 30/34 De início, se propõe em fazer acordos de revenda desses produtos substitutos para o processo de aprendizagem dos mercados e de sua força de comercialização. Investirá US$ 25 milhões para aumentar sua capacidade para 6.000 unidades, bem como para atualizar seus meios de produção, hoje em situação apenasrazoável, dentro da melhor tecnologia de fabricação. Não haverá́ necessidade de novas plantas fabris; será́ buscado um ganho de produtividade de 2% ao ano. Investirá US$ 10 milhões para aumentar sua capacidade de vendas, distribuição e logística, com a abertura de três novas filiais nas regiões em que está havendo um maior crescimento das vendas. Os canais de distribuição e o atual sistema de vendas poderão ser mantidos. As promoções deixarão de ser feitas pelo pessoal interno e será́ terceirizada para especialistas, para alavancar vendas. Promoverá uma revisão da sua cadeia de fornecedores, orientando-se para aquisição de materiais com maior conteúdo de submontagens, ao mesmo tempo em que deverá haver uma reclassificação qualitativa, objetivando redução do número de fornecedores. Buscará um acordo com o Banco Nacional do País, para criar uma linha de financiamento das vendas, principalmente para pequenas e médias empresas. Com essas medidas, ela objetiva um crescimento de mais 7% de participação no mercado interno. A atualização do parque fabril e o aumento pretendido do volume deverão melhorar a margem de lucro em 2,5% e a rentabilidade dos acionistas em 4,5% ao ano. Para fazer face aos investimentos e preparar a empresa para um menor endividamento, ela buscará financiamentos de longo prazo, de forma que renove os atuais financiamentos com alongamento da dívida. Ao mesmo tempo, 50% dos resultados auferidos serão retidos para reinvestimento como capital próprio. Fonte: Padoveze, 2012. Da leitura do exemplo do plano estratégico da Empresa PlanEstrategic Ltda, podem-se observar as claras intenções da empresa e as orientações de como proceder em cada uma das diretrizes propostas, traduzindo e formalizando as estratégias da organização. Após essa etapa, a empresa poderá dar prosseguimento à elaboração do plano operacionais (por exemplo, o orçamento empresarial) e posteriormente à análise de desempenho. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 31/34 TROCANDO IDEIAS Tomando como base empresas que você conhece, verifique como trabalham e administram as questões estratégicas. Procure, de acordo com a literatura estudada, identificar qual é a estratégia que melhor se enquadra com a empresa. Debata com seus colegas sobre as razões e as vantagens da escolha identificada. Saiba mais Veja o exemplo do grupo MM de 2012: LOJAS MM. Projeto Engrenagem 2012. Grupo Mercado Móveis, 2012. Disponível em: <htt p://www.grupomercadomoveis.com.br/public/arquivos/projeto_engrenagem_old.pdf>. Acesso em: 9 fev. 2019. NA PRÁTICA 1. A estratégia de uma empresa consiste nas iniciativas e abordagens desenvolvidas pela administração para atrair clientes e agradá-lós, conduzir as operações, promover o crescimento dos negócios e atingir os objetivos de desempenho. De acordo com os pressupostos teórico, existem pelo menos três fontes teóricas para orientar a elaboração das estratégias de uma empresa, são elas: I. Estratégias de Porter; II. Estratégias de Miles e Snow; III. Estratégias de Mintzberger. De acordo a teoria, relacione as teorias para as seguintes sentenças: ( ) Estratégia elaborada das variáveis ambientais internas e externas da organização, promovendo o alinhamento com as dinâmicas dos processos organizacionais, ou seja, ao mesmo tempo que busca novos mercados, procura manter o equilíbrio com ênfase na eficiência organizacional. ( ) Estratégia elaborada como uma linha de ação coerente que conduz a resultados importantes e desejáveis pela organização, tenha ela sido planejada e formalizada com http://www.grupomercadomoveis.com.br/public/arquivos/projeto_engrenagem_old.pdf 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 32/34 antecedência ou não. ( ) Estratégia elaborada com base na escolha de variáveis de decisão-chave, como preço, promoção, quantidade e qualidade, objetivando reforçar o posicionamento estratégico e a vantagem competitiva da empresa no mercado. Assinale a resposta correta: a. I, II e III b. II, III e I c. III, I e II d. III, II e I FINALIZANDO Nesta aula aprendemos sobre a importância das estratégias e como estas podem criar vantagem competitiva e melhorar o desempenho das organizações. Por fim, verificamos os delineamentos e a participação da Controladoria estratégica para elaboração planejamento estratégico de uma empresa. Tema 1 – Aspectos conceituais de controladoria estratégica. Abordamos a controladoria sob o aspecto da sua função mais básica: apoiar a gestão, desenvolver e incorporar instrumentos e técnicas de projeção e exploração futura das variáveis ambientais, tais como a técnica dos cenários. Tema 2 – Utilização do sistema de informação gerencial para a criação de estratégias. Estudamos a importância dos sistemas de informações contábeis e gerenciais na geração de informações para a Controladoria no nível da estratégia. Tema 3 – Definição de estratégia empresarial. Aprendemos sobre o que é a estratégia e como são definidas, entendemos a diferença entre estratégia e planejamento estratégico. Tema 4 – Criação de vantagem competitiva. Estudamos como as ações estratégicas podem criar vantagem competitiva sustentável para as empresas. Tema 5 – Metodologia de elaboração do planejamento estratégico. Aprendemos sobre as metodologias para elaboração do planejamento estratégico, na construção dos cenários, premissas e diretrizes organizacionais. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 33/34 REFERÊNCIAS ANSOFF, I. Implanting strategic management. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall International, 1984. ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: McGraw-Hill, 2008. ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade gerencial: informação para tomada de decisão e execução da estratégia, 4. ed. São Paulo: Atlas, 2015. CATELLI, A. (Coord.). Controladoria: uma abordagem da gestão econômica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. GAMBLE, J. E.; THOMPSON JR., A. A. Fundamentos da administração estratégica. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2013. FISCHMAN, A.; ALMEIDA, M. I. R. Planejamento estratégico na prática. São Paulo: Atlas, 1995. FREZATTI, F. et al. Controle gerencial: uma abordagem da contabilidade gerencial não fundamentada no econômico, comportamental e sociológico. São Paulo: Atlas, 2011. MARTIN, N. C. Da contabilidade à controladoria: a evolução necessária. Revista Contabilidade & Finanças, v. 13, n. 28, p. 7-28, 2002. MILES, R.; SNOW, C. Organizational Strategy, Structure, and Process. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. NUNES, A. A. B.; SELLITTO, M. A. A Controladoria como suporte à estratégia da empresa: estudo multicaso em empresas de transporte. RAM – Revista de Administração Mackenzie, v. 17, n. 1, p. 135-164, 2016. OLIVEIRA, D. P. R. Estratégia empresarial e vantagem competitiva: como estabelecer, implementar e avaliar. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2014. OLIVEIRA, L. de; PEREZ JR.; J. H.; SILVA, C. A. S. Controladoria estratégica: textos e casos práticos com solução. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 34/34 MINTZBERG, H. The design school: reconsidering the basic premises of strategic management. Strategic Management Journal, v. 11, n. 3, p. 171–195, 1990. MOSIMANN, C. P.; FISCH, S. Controladoria: seu papel na administração de empresas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica aplicada: conceitos, estrutura e sistema de informações. São Paulo: Cengage Learning Editores, 2016. PORTER, M. E. The Contributions of Industrial Organization To Strategic Management. Academy of Management Review, v. 6, n. 4, p. 609–620, 1981. PORTER, M. Vantagem competitiva. Rio de Janeiro : Campus, 1989. SANTOS, A. R. P.; PADOVEZE, C. L. Contribuição à estruturação de sistemas de informações de controladoria estratégica. Revista Brasileira de Contabilidade, n. 163, p. 82-97, 2007. Resposta Correta Letra b) II, IIIe I II. Estratégias de Miles e Snow III. Estratégias de Mintzberger I. Estratégias de Porter 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/36 CONTROLADORIA AULA 3 Profª Edenise Aparecida dos Anjos 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/36 SISTEMA DE PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO OPERACIONAL CONVERSA INICIAL Em aula anterior, estudamos o papel e a importância da controladoria estratégica na elaboração do planejamento estratégico. Nesta aula, vamos estudar os sistemas de planejamento e execução operacional, por meio da estrutura e análise de capital da empresa, reconhecendo a importância da controladoria na elaboração e execução de planos orçamentários. CONTEXTUALIZANDO O sistema de planejamento e execução operacional consiste na adequação dos recursos exigidos para executar as atividades operacionais e os investimentos da empresa. Nesse contexto, Hoji (2014) defende que é fundamental analisar, entre outras providências, a estrutura de capital da empresa, bem como sua capacidade de gerar resultados nas atividades operacionais e na obtenção de fontes de financiamentos dos ativos. Nesse entendimento, a empresa, sob o enfoque sistêmico, busca maximizar os recursos investidos. Isso posto, a controladoria assume um papel relevante nos processos decisórios, no planejamento estratégico e operacional. Veremos que, entre suas principais funções, está o planejamento e execução operacional. Bons estudos! TEMA 1 – ATUAÇÃO DA CONTROLADORIA NA DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA DO ATIVO 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/36 A controladoria, em conjunto com a alta administração, atua no apoio à tomada de decisão, na formulação e implementação de estratégias, cabendo-lhe a tarefa de traduzir o plano estratégico em medidas operacionais e administrativas (Garrison; Noreen; Brewer, 2012). Sob esse enfoque, o processo de planejamento operacional caracteriza-se como um conjunto de decisões, traduzidas em diversos planos de ações menores, com a finalidade de estruturar os sistemas físico-operacional necessários, para que as unidades de negócio entrem em operação (Padoveze, 2012). Portanto, o nível de lucro da empresa depende do sucesso que ela consegue alcançar com o uso de seus ativos. Desse modo, a lucratividade futura da empresa depende de dois fatores: primeiro, manter e ampliar a estrutura de ativos; e segundo, desenvolver uma estratégia de sucesso para essa estrutura (Figueiredo; Caggiano, 2017). Nesse contexto, o fator que mais afeta a lucratividade de uma empresa é a qualidade das decisões gerenciais, quanto ao nível de comprometimento dos recursos em novos investimentos. 1.1 DECISÃO DE INVESTIMENTOS EM ATIVOS Para desenvolver atividades, as empresas necessitam de uma variedade infindável de ativos. Esses ativos são decorrentes da tomada de decisões de investimentos, quando as empresas adquirem ativos, com a expectativa de que resultem em benefícios econômicos futuros, ou seja, que sejam conversíveis em fluxos de caixa, tanto no curto como no longo prazo (Brealey; Myers; Allen, 2018). Nesse sentido, Padoveze (2012) reconhece os investimentos, analisando-os com o conceito de fluxos de caixa, quando a decisão deve ser tomada com base no valor do dinheiro no tempo, com retornos e riscos esperados. Portanto, as decisões de investimentos, também denominada investimentos de capital, determinam, além do rendimento, a combinação e o tipo de ativo constantes no balanço patrimonial. Sob esta ótica, as ativos são classificadas em ativos reais e ativos de financiamento. Os ativos reais, ou ativos fixos, são utilizados na produção de bens e serviços. São investimentos associados a atividades de longo prazo. São responsáveis pela criação da riqueza material, gerados pela capacidade produtiva da economia, e decorrentes da produção de bens ou serviços (Brealey; Myers; Allen, 2018). Por exemplo: os terrenos, os prédios, os equipamentos e os conhecimentos que podem ser utilizados para produzir bens e serviços. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/36 Por outro lado, os ativos financeiros são reinvindicações sobre os ativos reais ou a renda gerada por eles, e não contribuem diretamente para a capacidade produtiva. Por exemplo, ações, títulos de renda fixa, derivativos, entre outros (Brealey; Myers; Allen, 2018). Em síntese, enquanto os ativos reais geram renda líquida, os ativos financeiros definem a alocação de renda ou riqueza entre os investidores. Assim, no balanço patrimonial, os investimentos são agrupados em duas classes, capital de giro e ativos fixos, conforme apresentado na Tabela 1. Tabela 1 – Estrutura de ativos ATIVOS R$ Em % Capital giro Estoques; Fornecedores; Clientes 119.000 47,41% Ativo Fixo Imóveis; Equipamentos; (-) depreciação 132.0000 52,59% TOTAL DO ATIVO 251.000 100% Investimentos em capital de giro: São investimentos de curto prazo. Representam a dinâmica do ciclo operacional da empresa, correspondendo aos ativos de funcionamento, representado por ativos circulantes menos passivos circulantes. Por exemplo: contas de estoques, clientes e fornecedores, na Tabela 1, correspondem a 47,41% dos ativos totais da empresa. Investimentos em ativo fixo: São associados a atividades de financiamento. Caracterizam-se como investimentos de longo prazo. Apresentam um forte grau de imutabilidade, ou fixidez, sendo representados por imóveis, equipamentos, utensílios, intangíveis (depreciação, amortização ou exaustão), No exempla da Tabela 1, representam 52,59% dos ativos totais da empresa. A tomada de decisão de investimento de capital, além da determinação da composição e estrutura do ativo, é importante para a definição das fontes de financiamento. Assim, na análise das possibilidades de investimentos e financiamentos, a empresa deve considerar os aspectos da lucratividade de longo prazo e o cálculo do total das saídas de caixa necessárias para efetivar o 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/36 investimento e as taxas de retorno. Neste entendimento, Figueiredo e Caggiano (2017, p. 80) listam os tipos de investimentos mais comuns nas atividades empresariais: 1. Aquisição de ativos de longa duração, como imóveis ou maquinários; 2. Investimento em outros fundos, dos quais as receitas serão derivadas; 3. Um projeto especial, que afetará a capacidade futura de ganho da firma, com projetos de pesquisa ou uma campanha promocional; 4. Ampliação do leque de atividades da firma, que envolva saídas de capital, como uma nova linha de produção ou mesmo um novo produto; 5. Desenvolvimento de projetos de capacitação de pessoal de alto nível para as empresas prestadoras de serviço, como universidades, empresas de pesquisa, consultorias, alta tecnologia de gestão etc. Vejamos um exemplo proposto por Figueiredo e Caggiano (2017). A Cia. SP Ltda. tem a oportunidade de selecionar entre dois investimentos. Cada um deles trará um retorno anual de $ 500.000: O investimento “A” requer um total de investimento de caixa de $5.000.000. Assim, promete um nível de retorno de 10%. O investimento “B” requer um total de investimento de caixa de $50.000.000 e oferece um nível de retorno de 1% ao ano apenas. Nesse caso, verifique que, ao analisar o nível de retorno, a empresa deverá dar preferência ao investimento A, com taxa de retorno de 10%. Entretanto, se a firma tem um nível mínimo de retorno aceitável de 15%, nenhum dos projetos será aceitável. Ressalta-se, portanto, que independentemente do tipo de investimento, na análise de viabilidade devem ser considerados: as taxas internas de retorno (TIR), valor presente líquido (VPL) e os períodos e quantidade de fluxos de caixa, para análise da viabilidade do investimento. Na visão de Assaf e Lima (2016, p. 173) “o valor de um bem não deve estar vinculado à forma como ele é financiado”;o seu valor econômico depende da capacidade futura de geração de resultados operacionais esperados. Nesse entendimento, a determinação da estrutura do ativo nos leva a identificar a quantidade e a qualidade do investimento. Para Padoveze (2012, p. 148) a determinação da estrutura do ativo 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/36 pode ser definida “como a decisão de investimento que é tomada na obtenção da combinação ideal de ativos em relação ao negócio proposto, objetivando a menor estrutura de capital.” Ou seja, busca- se o equilíbrio ideal entre ativos fixos e capital de giro do negócio ou empresa a ser constituída. Por fim, no processo de tomada de decisão de investimentos de capital, cabe à empresa tomar duas importantes decisões. Primeiro: que investimento deve fazer? Segundo, como deve financiar esse investimento? Ou seja, a tomada de decisão de investimentos é atrelada à tomada de decisão de financiamentos. 1.2 MODELO DE DECISÃO PARA DEFINIÇÃO DA ESTRUTURA DO ATIVO A elaboração do modelo de decisão, mensuração e informação ligados à determinação da estrutura de ativos e passivos de uma empresa é de responsabilidade da controladoria (Padoveze, 2018). Para definir a estrutura do ativo, é necessária antes a definição de uma série de outras variáveis, processo que se inicia pela definição do produto ou produtos a serem fornecidos dentro do negócio que vai ser explorado, considerando cadeia produtiva e tecnologias. Ou seja, é um Modelo de Decisão. De acordo com Padoveze (2012), um modelo de decisão para determinar a estrutura dos ativos, requer cinco etapas: 1. Etapa: Definição do negócio e missão da empresa: Um negócio é caracterizado por produtos similares que são oferecidos ao mercado consumidor. Por exemplo: Uma indústria de café é caracterizada por diversos produtos ofertados aos consumidores: torrado, em grãos, em pó, solúvel, a granel etc. 2. Etapa: Definição do(s) produto(s) ou serviço(s), mercado, volume e preço(s) de venda. 3. Etapa: Definição do segmento da cadeia produtiva e tecnologia do produto. 4. Etapa: Definição ou criação das tecnologias essenciais da empresa. 5. Etapa: Detalhamento e definição das variáveis básicas das tecnologias essenciais da empresa e eficiência de recursos. Em síntese, o modelo de decisão de investimento de capital, para a determinação da estrutura do ativo, contempla determinados elementos, como a estrutura de capital da empresa e suas 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/36 referidas fontes de financiamento. Também orienta as decisões de investimentos e financiamentos, com vistas a propor uma estrutura ótima de capital. TEMA 2 – ATUAÇÃO DA CONTROLADORIA NA DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA DO PASSIVO No tema anterior, estudamos sobre a estrutura do ativo, que envolve principalmente atividades de investimentos. Agora, vamos aprender um pouco mais sobre como o passivo é estruturado, sob a perspectiva das decisões de financiamento, com vistas a compreender como a estrutura de capital é composta. 2.1 DECISÕES DE FINANCIAMENTO E ESTRUTURA DO PASSIVO As decisões de financiamentos decorrem naturalmente dos processos de investimentos. Ou seja, se a empresa vai investir, quais são as fontes de financiamentos? Assim define-se a estrutura do passivo, com a participação relativa aos diversos tipos de fontes de capital remuneradas que estão sendo utilizadas para financiar os investimentos do ativo da empresa. Essa estrutura também é chamada de estrutura de capital. Importante ressaltar que, na composição da estrutura do passivo, não são considerados os passivos circulantes ou de funcionamento, decorrentes das atividades do ciclo operacional (estoques, fornecedores e clientes, salários, impostos a recolher), pois elas fazem parte do que se denomina como capital de giro. Portanto, para a estrutura dos passivos, são considerados os passivos remunerados por juros, ou seja, os passivos de financiamento. Na determinação da estrutura do passivo, há maior grau de liberdade dos gestores para a determinação da dívida, com relação a prazos e taxas de juros. Padoveze (2012) considera-se como parâmetros norteadores da estrutura dos passivos: Grau de aversão ao risco: Indica como a empresa vê o risco financeiro que é evidenciado na sua estrutura de passivo. Por exemplo: quanto mais uma empresa utiliza fontes de capital de terceiros, menos aversão ao risco ela tem. Dilema liquidez versus rentabilidade: As fontes externas (capital de terceiros) são remuneradas por juros ou outro tipo de remuneração pagos aos fornecedores. Assim, entende- 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/36 se que, quanto menores os custos das fontes de capital, mais lucro a empresa pode conseguir. Nesse contexto, se a empresa utiliza fontes externas muito intensamente, pode comprometer a liquidez e não vai obter a rentabilidade desejada. Mensuração do endividamento: Indica o grau de endividamento: quanto maior o grau, maior o risco financeiro da empresa. A estrutura de capital de uma empresa refere-se à composição de suas fontes de financiamento, oriundas de capitais de terceiros (exigível) e de capitais próprios (patrimônio líquido), sendo fundamental para as decisões financeiras (Assaf Neto; Lima, 2014). 2.2 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO E CAPITAL DE TERCEIROS A empresa, na busca de maximizar suas riquezas, deve selecionar uma composição das fontes de financiamento que apresente o menor custo médio possível. Desse modo, no estudo do custo de capital, é necessário inicialmente conhecer o custo de cada fonte de recursos (própria e de terceiros), e então mensurar-se a partir desses valores a taxa de retorno desejada para as decisões de investimentos (Assaf Neto; Lima, 2014). O capital de terceiros é definido como os passivos onerosos identificados nos empréstimos e financiamentos. O custo de capital de terceiros é a remuneração exigida pelos credores de dívidas da empresa. Já para sua mensuração, deve ser observada a relação capital de terceiros (dividas) e capital próprio (patrimônio líquido), que compõe a estrutura de capital da empresa (Assaf Neto; Lima, 2014). Assim, Ki (capital de terceiros), diante da dedutibilidade fiscal permitida aos encargos financeiros ( juros, IOF, etc.), pode também ser apurado após a respectiva provisão para Imposto de Renda, reduzindo seu custo final. Veja a fórmula: Ki (após IR) = Ki (antes IR) × (1 – IR) Vejamos um exemplo adaptado de Assaf Neto e Lima (2014). Uma empresa considera a proposta de um novo financiamento, no qual serão utilizados recursos de capital de terceiros, no valor de $100.000,00, com uma taxa de juros simples de 12% ao ano. Considere, para o cálculo do custo do capital de terceiros, como 34% a alíquota de Imposto de Renda. Para o cálculo, considere: 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/36 Custos do Capital (Juros) = $ 100.000,00 x 12%= $ 12.000,00 Imposto de renda = 12.000,00 x 34% =$ 4.080,00 Despesas financeira líquidas (12.000,00 – 4.080,00) =$ 7.920,00 Aplicando a fórmula: Ki = 12% × (1 – 0,34) = 7,92% a.a. Logo, o custo do capital de terceiros do investimento após o IR corresponde a 7,92% ao ano. Veja-se uma redução dos juros de 12% para 7,92%, determinada pelo benefício fiscal promovido pelos encargos financeiros. Por outro lado, o capital próprio é representado pelos recursos próprios da empresa, disponibilizados por sócios, proprietários e/ou acionistas. Já o custo do capital próprio é o retorno mínimo que os acionistas exigem do capital investido na empresa. Equivale ao rendimento mínimo que a empresa deve obter para remunerar seus acionistas e manter o preço de mercado de suas ações (Assaf Neto; Lima, 2014). O cálculo do custo do capital próprio pode ser obtido por meio dos métodos de fluxos de caixa descontados o modelo de precificação dos ativos, CAPM (Capital Asset Pricing Model). O método mais utilizado éo modelo CAPM. que prevê, em sua fórmula, a taxa de retorno requerida pelo investidor, a taxa livre de risco da economia, mais um prêmio que remunere o risco sistemático apresentado pelo ativo em avaliação, e representado pelo coeficiente beta (Assaf Neto; Lima, 2014). Vejamos a fórmula: Ke = RF + β(RM – RF) Ke = taxa mínima de retorno requerida pelos acionistas: custo de capital próprio; RF = taxa de retorno de ativos livres de risco; β = coeficiente beta: medida do risco sistemático; RM = rentabilidade da carteira de mercado (índice do mercado de ações); (RM – RF) = prêmio pelo risco de mercado. Considere o exemplo. Uma empresa apresenta um beta de 1,2, refletindo um risco sistemático acima de todo o mercado, seus investidores devem exigir, admitindo um RF = 7% e RM = 16%, calcule o custo do capital próprio. Aplicando a fórmula: 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/36 Ke = RF + β(RM – RF) Ke = 7% + 1,2 ×(16% – 7%) Ke = 7% + 10,8% Ke = 17,8% Essa é a taxa de retorno que deve ser requerida, diante do nível de risco do ativo (ação) em avaliação, por seus investidores, constituindo o custo de capital próprio da empresa. Determinadas as fontes de capital, a empresa trabalha para identificar o custo médio ponderado das suas fontes de recursos, denominado Custo Total de Capital (WACC – Weighted Average Capital Cost). O custo total representa a taxa de atratividade da empresa, ou seja, o quanto a empresa deve exigir de retorno de seus investimentos visando maximizar seu valor de mercado. WACC = custo médio ponderado de capital. Ki = custo específico de cada fonte de financiamento (capital próprio e capital de terceiros); Wi = participação relativa (proporção) de cada fonte de capital no financiamento total. Por exemplo, considere a estrutura de capital da tabela abaixo. Tabela 2 – Estrutura de capital Fonte de capital Montante Proporção de cada fonte Custo após o IR Remuneração exigida Ações 800.000,00 80% 22,5 % a.a. 180.000,00 Financiamentos 200.000,00 20% 16 % a.a. 32.000,00 Total 1.000.000,00 100% 212.000,00 Aplicando a fórmula, teremos: 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/36 WACC = (22,5% X 0,80) + (16% X 0,20) WACC = 18 + 3,2 WACC = 21,2% ao ano A remuneração mínima exigida do capital representa 21,2% do volume total de recursos colocados à disposição da empresa: Nota-se que o desempenho operacional de uma empresa deve ser observado por meio de sua estrutura de capital e de sua capacidade de criar valor por meios das suas atividades de investimentos e financiamentos, analisando as taxas de atratividade do negócio e a remuneração adequada do capital investido. 2.3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Quando uma empresa faz uso de recursos de terceiros em sua estrutura de capital, promete fazer uma série de pagamento de juros como remuneração do capital financiado. A tendência é de que seus lucros aumentem, e os credores recebam pagamentos regulares, de modo que todos os ganhos vão para os acionistas. No entanto, o inverso também pode ocorrer, como uma queda nos lucros. Nesse caso, os acionistas suportam a maior parte da carga. Se os tempos são suficientemente difíceis, uma organização que tenha se endividado muito talvez não seja capaz de pagar suas dívidas; ela então vai à falência, e os acionistas perdem a maior parte ou todo o seu investimento (Brealey; Myers; Allen, 2018). A alavancagem financeira parte do pressuposto de que os juros são custos fixos; portanto, permitem o fenômeno da alavancagem. De acordo com Padoveze (2012), o fato de os juros serem 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/36 considerados como custos fixos permite duas possibilidades de alavancagem. A primeira decorre do fato de a obtenção de custos de financiamentos de capital de terceiros apresentar percentual inferior à rentabilidade oferecida pelos ativos; a segunda decorre da possibilidade de a empresa aumentar o nível das atividades de vendas e lucros operacionais, alavancando a rentabilidade dos acionistas, por manterem fixos os valores pagos ao capital de terceiros. A alavancagem é medida pelo Grau de Alavancagem Financeira (GAF): Vejamos um exemplo de alavancagem financeira, adaptado de Assaf Neto e Lima (2012). Os acionistas de uma empresa decidem promover algumas simulações para financiar seu negócio, considerando a hipótese de 70% do capital investido através de recursos de terceiros. A estrutura patrimonial simulada é apresentada da seguinte forma, Tabela 3 – Estrutura patrimonial ATIVO $ (EM MIL) PASSIVO $ (EM MIL) Ativo Circulante 20.000 Financiamentos 35.000 Ativo Imobilizados 30.000 Patrimônio Líquido 15.000 Total dos Ativos 50.000 Total do Passivo 50.000 O resultado operacional líquido (após as despesas financeiras) é apresentado como segue. Tabela 4 – Demonstração de resultados DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS $ Lucro Operacional gerados pelos Ativos 8.000 Despesas financeiras, considerando um custo de capital de terceiros Ki= 12% 4.200 Lucro após as despesas financeiras 3.800 Aplicando as fórmulas, temos: 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/36 Calculando a rentabilidade dos ativos Calculando a rentabilidade do Capital próprio Calculando o grau de alavancagem financeira Nesse exemplo, observe que os ativos da empresa produzem um retorno de 16%, mas as acionistas estão ganhando 25,33%. Entende-se, nesse caso, que a empresa tem um alto grau de alavancagem financeira, pois se a empresa fosse financiada apenas por capital próprio, os acionistas seriam remunerados em 16%. Explicando de outra forma, para cada $1,00 de recursos de terceiros, os acionistas ganharam $1,583 pela taxa de aplicação, ou um incremento de 58,3% pela participação do capital de terceiros. TEMA 3 – CICLOS OPERACIONAL, ECONÔMICO E FINANCEIRO Tendo entendido como funciona a estrutura de capital da empresa, nas atividades de investimentos e financiamentos, vamos estudar agora sobre a gestão operacional ou gestão do capital de giro das empresas. 3.1 GESTÃO OPERACIONAL 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/36 A gestão operacional, ou capital de giro, é considerada como uma atividade de extrema importância no contexto organizacional. A responsabilidade da controladoria na gestão operacional está no apoio aos gestores em busca da eficiência e eficácia da aplicação dos recursos operacionais em todos os seus aspectos (Padoveze, 2012). Tem como função apoiar, coordenar e monitorar o desempenho e os fluxos resultantes dessas atividades, constantes no modelo de decisão. Para entender como funcionam os ciclos da gestão operacional, vamos tomar como exemplo uma empresa fabril ou de transformação. Considere que, em suas atividades de funcionamento, compra insumos, produz ou transforma os insumos no processo produtivo; ao finalizá-los, faz a transferência para os estoques de produtos acabados, vende, e o processo se repete sucessivamente. No entanto, se essa empresa investir excessivamente em ativos, ela terá uma grande demanda de capital para financiá-los, o que pode acarretar impactos negativos para a gestão. Em contrapartida, se ela mantiver poucos recursos disponíveis em ativos, como por exemplo estoques reduzidos de insumos ou produtos acabados, poderá ver prejudicado o processo produtivo, e consequentemente ver prejudicadas as vendas. Ou seja, pode perder vendas por falta de insumos ou por falta de produtos, comprometendo entradas de caixa. Nesse contexto, a gestão do capital de giro constitui um processo de planejamento e controle dos recursos financeiros aplicados no ativo circulante das organizações (Borinelli; Pimentel, 2017). Assim, para estudar a gestão operacional ou do capital de giro, precisamos entender como funcionam as políticas e prazos médios de compras, estocagem, vendas, recebimentos das vendas e pagamentos de fornecedores, por meio dos índices de gestão e prazosmédio, para então estabelecer qual o ciclo operacional, econômico e financeiro de uma empresa. 3.2 ÍNDICES DE GESTÃO E PRAZOS MÉDIOS Os índices de gestão, também conhecidos como índices operacionais, medem a eficiência da organização em administrar seus ativos e passivos de curto prazo. “Esses indicadores mostram se o montante alocado de recursos em cada ativo (ou passivo) está razoável com os níveis de produção e vendas, bem como em relação aos prazos médios de pagamentos e recebimentos” (Borinelli; Pimentel, 2017, p. 433). Assim, para uma gestão adequada do capital de giro, as informações são extraídas das demonstrações contábeis, para estabelecer a partir desses os prazos médios de cada atividade. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/36 Prazo Médio de Renovação dos Estoques: O prazo médio de renovação dos estoques (PMRE) expressa a velocidade com que os estoques se renovam. É uma medida do número de dias que, em média, os produtos e mercadorias ficam em estoque até serem vendidos (Borinelli; Pimentel, 2017). Prazo Médio de Recebimento das Vendas: Deve-se utilizar, como valor de vendas realizadas, o montante de vendas brutas, descontando-se devoluções e abatimentos que, em algumas entidades, são montantes relevantes (Borinelli; Pimentel, 2017). Prazo Médio de Pagamento das Compras: O valor de compras de mercadorias ou materiais (inclui apenas as compras de mercadorias para estoques ou de materiais para transformação) não é evidenciado nos demonstrativos contábeis; assim, uma forma arbitrária seria calcular o valor de compras com base em custo das mercadorias vendidas ou custo dos produtos vendidos, nos estoques iniciais e finais (Borinelli; Pimentel, 2017). Nesse entendimento, os prazos médios indicam o tempo que uma empresa leva, em dias, para comprar, renovar, manter e vender seus estoques. Incluem os prazos médios concedidos aos clientes para recebimento das vendas a prazo e os prazos médios recebido dos fornecedores para pagamento das compras. O quadro abaixo apresenta as fórmulas e o modo que devem ser interpretados os índices. Quadro 1 – Fórmulas de prazos médios ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO Prazo Médio de Renovação dos Estoques Quantos dias, em média, a entidade leva para vender os seus estoques. Quanto menor, melhor. Prazo Médio de Recebimento das Vendas Quantos dias, em média, a entidade espera para receber dos seus clientes. Quanto menor, melhor. Prazo Médio de Pagamento das Compras Quantos dias, em média, a entidade leva para pagar seus fornecedores. Quanto maior, melhor. Fonte: Borinelli; Pimentel, 2017. * Vendas realizadas são as vendas brutas menos devoluções e abatimentos (pode-se utilizar venda bruta como proxy). 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/36 ** Para facilitar cálculos, considerar custo das mercadorias vendidas como proxy para compras, ou utilizar: CMV = estoque inicial + compras – estoque final. Conhecendo os prazos médios operacionais, vamos agora estudar e mensurar os ciclos operacionais, econômicos e financeiros, para entender melhor a gestão e a necessidade do capital de giro das empresas. 3.3 CICLO OPERACIONAL, ECONÔMICO E FINANCEIRO A gestão do capital de giro de uma empresa é de fundamental importância para a sua manutenção. Evidencia a capacidade de manter-se financeiramente ou a necessidade de investimentos de curto prazo. Pode ser expressa em três importante ciclos: Ciclo operacional: Corresponde a todas as ações necessárias e exercidas para o desempenho de cada atividade. É o processo de gestão de cada atividade, e inclui planejamento, execução e controle (Padoveze, 2012). Ciclo econômico: evidencia os eventos econômicos no momento em que eles acontecem, bem como a sua mensuração econômica. Corresponde fundamentalmente a toda base de produção da empresa, ou seja, estocagem de matéria-prima, fabricação e venda. É o período verificado entre as entradas de insumos adquiridos e a venda do produto final (Assaf Neto; Lima, 2014). Ciclo financeiro: Corresponde ao processo de efetivação financeira de cada evento econômico em termos de fluxo de caixa, compreende os prazos de pagamentos e recebimentos (Padoveze, 2012). Figura 1 – Gestão do Capital de giro 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/36 Nesses termos, na mensuração contábil, as informações são extraídas dos demonstrativos, para composição dos indicadores, considerando o inter-relacionamento com os índices de gestão. As fórmulas e o modo de interpretação são apresentados no quadro 2. Quadro 2 – Fórmulas de ciclo operacional e financeiro Índice Fórmula Indica Interpretação Ciclo Operacional CO= PMRE + PMRV Quantos dias, em média, a entidade leva para vender seu estoque e receber de seus clientes. Quanto menor, melhor. Ciclo Financeiro CF= CO - PMPC Quantos dias, em média, a entidade precisa para arrumar financiamento para suas operações. Quanto menor, melhor. Fonte: Borinelli; Pimentel, 2017. Vamos a um exemplo adaptado de Borinelli e Pimental (2017). Determinada empresa apresentou os seguintes prazos médios em dias em X6 e X7. Leva-se em conta que em X5 não ocorreram transações a movimentar as contas de resultado. Assim, para o cálculo, considera-se: Do custo das vendas considerou-se o valor total do custo dos serviços prestados e das mercadorias vendidas; Das vendas realizadas considerou-se o valor das receitas brutas, uma vez que não ocorreram devoluções ou abatimentos; Das compras considerou-se a fórmula: custo das mercadorias vendidas e dos serviços prestados = estoque inicial + compras – estoque final. Os índices são apresentados foram os seguintes. Tabela 5 – Índices ÍNDICE 31-12-X6 31-12-X7 Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE) 28 24 Prazo Médio de Recebimento das Vendas (PMRV) 68 96 Prazo Médio de Pagamento das Compras (PMPC) 0 63 Ciclo Operacional (CO) 96 120 Ciclo de Caixa (CC) ou Ciclo Financeiro (CF) 96 57 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/36 Na análise da gestão operacional dessa empresa, pode-se observar que a empresa tem um ciclo operacional de 96 dias em X6, e de 120 dias em X7, ou seja, o período de giro dos estoques é baixo (porém a margem de lucratividade é alta). Como a empresa não utilizou financiamento com fornecedores em X6 (PMPC=0), o ciclo de caixa é exatamente o mesmo que o ciclo operacional. Porém, em X7, mesmo tendo aumentado de 68 para 96 dias, o prazo médio de recebimento dos clientes conseguiu reduzir o ciclo financeiro de 96 para 57 dias, uma vez que se utilizou de financiamento de fornecedores, conseguindo, em média, 63 dias para pagar suas contas. Em síntese, a gestão operacional do capital de giro da empresa corresponde ao ativo circulante da empresa, representando o valor total dos recursos demandados pela empresa para financiar seu ciclo operacional, que engloba, por exemplo, para uma empresa industrial, as necessidades circulantes identificadas desde a aquisição de matérias-primas até́ a venda e o recebimento dos produtos elaborados. Desse modo, destaca-se a importância de controles e estratégias organizacionais que possibilitem aos gestores observar e ajustar a manutenção dos objetivos de curto prazo da empresa, como políticas e prazos para a manutenção dos fluxos de caixa decorrentes das atividades normais da empresa, principalmente com referência ao giro dos ativos. TEMA 4 – ANÁLISE DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL Caro aluno, já estudamos como as empresas compõem sua estrutura de capital, por meio das atividades de investimentos, de curto prazo (capital de giro) e de longo prazo (ativo fixo) e suas referidas fontes de financiamentos, capital próprio e capital de terceiros. Agora vamos estudar como esses investimentos são analisados nas organizações e quais são os métodos que se utilizam para avaliar as diferentes possibilidades de investimentos. Periodicamente, as empresas precisamdestinar parte de seus recursos para os investimentos de capital. São decisões estratégicas; é necessário sacrificar o bem-estar do presente para tornar a empresa mais competitiva no futuro, com comprometimento de capital, para fazer investimentos de modo durável, visando manter ou melhorar a sua situação econômica e financeira (Oliveira; Perez; Silva, 2015) 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/36 De acordo com Oliveira, Perez e Silva (2015), isso acontece devido à necessidade de as empresas expandirem seus negócios, conquistar novos mercados e inovar. Portanto, as empresas precisam administrar os recursos disponíveis para acompanhar os novos desafios mercadológicos, com vistas à maximização dos lucros, e gerar novas oportunidades de sobrevivência e crescimento. Nesse contexto, o planejamento e o controle são instrumentos vitais para a manutenção dos negócios, destacando-se assim para análise de investimento de capital (o orçamento de capital). 4.1 ORÇAMENTOS DE CAPITAL Os investimentos de capital são expressos habitualmente no Orçamento de Capital, apresentado no plano orçamentário da empresa, que normalmente está sob a responsabilidade da controladoria. Esse instrumento de controle operacional permite à empresa avaliar e comparar os resultados planejados com os realizados. Além da função de controle, permite a correção dos planos, estratégico e operacional, objetivando o alcance das metas pré-estabelecidas no planejamento geral. O orçamento de capital é o processo de planejar investimentos significativos em projetos que têm implicações de longo prazo, como a compra de novos equipamentos ou a introdução de um novo produto. São decisões típicas de orçamento de capital (Garrison; Noreen; Brewer, 2012 p. 599): Decisões de redução de custos. Novos equipamentos devem ser comprados para reduzir custos? Decisões de expansão. Uma nova fábrica, um novo armazém ou outras instalações devem ser adquiridos para aumentar a capacidade e as vendas? Decisões de seleção de equipamentos. Quais das várias máquinas disponíveis devem ser compradas? Decisões de alugar ou comprar. Novos equipamentos devem ser alugados ou comprados? Decisões de substituição de equipamentos. Equipamentos antigos devem ser substituídos agora ou mais tarde? As decisões de investimento de capital são classificadas em duas categorias: decisões de seleção e decisões de preferência. As decisões de preferência são relacionadas a uma escolha dentre várias alternativas aceitáveis, ao passo que as decisões de seleção estão relacionadas à aceitação ou não de um projeto mediante análise das taxas de retorno exigidas e do fluxo de caixa descontado. Por exemplo, se o custo médio do capital for de 20%, essa passa a ser a taxa de retorno 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/36 mínima exigida para a aprovação do projeto. Na sequência, vamos estudar os métodos para análise de investimentos de capital. 4.2 MÉTODOS PARA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS Os métodos para análise econômica de investimentos podem ser classificados em dois grandes grupos: os que não levam em conta o valor do dinheiro no tempo; os que consideram essa variação por meio do critério de fluxo de caixa descontado. Em razão do maior rigor conceitual e da importância para as decisões de longo prazo, dá-se atenção preferencial para os métodos que compõem o segundo grupo: taxa interna de retorno (IRR) e valor presente líquido (VPL). (Assaf Neto; Lima, 2014). Quando tratamos do valor do dinheiro no tempo, considera-se que investimentos de capital, na maior parte das vezes, geram retornos que se estendem por períodos de tempo razoavelmente longos. Como consequência, é importante reconhecer o valor do dinheiro no tempo ao avaliar propostas de investimento (Garrison; Noreen; Brewer, 2012). As técnicas de orçamento de capital que reconhecem o valor do dinheiro no tempo envolvem descontar fluxos de caixa, pelo cálculo do Valor Presente Líquido. O Valor Presente Líquido significa descontar o valor dos fluxos futuros a uma determinada taxa de juros, de tal forma que esse fluxo futuro apresente-se a valores de hoje ou ao valor atual (Padoveze, 2018). Considera em sua formulação: FCt= fluxo (benefício) de caixa de cada período i = taxa de desconto do projeto, representada pela rentabilidade mínima requerida t = tempo FC0= Investimento Inicial Ou seja, o valor atual dos fluxos futuros, confrontado com o valor atual do investimento a ser feito, indica a decisão a ser tomada. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/36 Quadro 3 – Decisão Se o valor presente líquido é Então o projeto é Positivo Aceitável, porque seu retorno é maior do que a taxa de retorno exigida Zero Aceitável, porque seu retorno é igual à taxa de retorno exigida. Negativo Não aceitável, porque seu retorno é menor do que a taxa de retorno exigida. Tabela 6 – Exemplo Investimento a ser feito (Ano 0 ou T0) $ 1.000.000 Rentabilidade mínima exigida (taxa de juros) 12% Fluxo futuro de benefícios Ano 1 (T1) $ 500.000 Ano 2 (T2) $ 500.000 Ano 3 (T3) $ 500.000 Total $ 1.500.000 Fonte: Padoveze, 2018. Considere para o Cálculo do valor presente líquido – VPL a Tabela 7. Tabela 7 – Cálculo do VPL Fluxo Futuro ($) Taxa de desconto Valor atual do fluxo de caixa ($) A B C = (A/B) Ano 1 500.000 *1,12 446.429 Ano 2 500.000 1,2544 398.597 Ano 3 500.000 1,404928 355.890 Total 1.500.000 1.200,916 Taxa de desconto: 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/36 Período (anos) Fórmula Usando calculadora simples Taxa de desconto Ano 1 1,12 1,12 Ano 2 (1,12 x 1,12) 1,2544 Ano 3 (1,12 x 1,12 x 1,12) 1,404928 Fonte: Padoveze, 2018. Assim, temos: VPL = Valor atual dos fluxos de caixa – Investimento inicial VPL = $ 1.200.916 – $1.000.000 VPL = $ 200.916. Logo, o investimento deverá ser aceito, uma vez que a soma do valor atual dos fluxos dos próximos três anos, descontados à taxa de 12% a.a., é de R$ 1.200.916,00, superior ao valor de R$ 1.000.000,00 a ser investido. A Taxa Interna de Retorno – TIR representa a taxa de desconto que iguala, em determinado momento (geralmente usa-se a data de início do investimento – momento zero), as entradas com as saídas previstas de caixa. Nesse modelo, em vez de se buscar o VPL do fluxo futuro, busca-se a taxa de juros que iguala o total dos fluxos futuros, descontado o valor do investimento inicial (Padoveze, 2018). A fórmula é a seguinte: I (0) = Investimento inicial no período 0 FF = Fluxos futuros dos períodos 1 a n 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/36 i = taxa de juros que iguala a equação Usando o mesmo exemplo do VPL, teremos como resultado a tabela abaixo. Tabela 8 – Resultada da TIR - Excel A B 1 Taxa Interna de Retorno 2 Investimento a ser feito (Ano 0 ou T0) – $ (1.000.000) 3 Fluxo futuro de benefícios 4 Ano 1 (T1) 500.000 5 Ano 2 (T2) 500.000 6 Ano 3 (T3) 500.000 7 Total 1.500.000 8 TIR = (B2:B6) 23,3752% Fonte: Padoveze, 2018. Para o cálculo da TIR, utilizou-se a planilha do Excel. O Excel exige que o investimento inicial esteja com sinal negativo. Esse valor está́ na célula B2, enquanto os três fluxos futuros estão nas células B4, B5 e B6. A fórmula exigida pelo Excel para calcular a TIR com essas células é = TIR (B2:B6). O resultado é imediato, 23%; aumentando casas decimais para até quatro casas tem se: 23,7352%, que é a taxa anual. Utilizando essa taxa para descontar os fluxos futuros, aplicados no modelo de VPL, temos que o valor atual dos fluxos futuros, descontados 23,752% ao ano, é de R$ 1.000.000,00, comprovando a TIR. Tabela 9 – Valor Presente Líquido dos fluxos futuros com taxa de 23,3752% Fluxo Futuro Taxa de desconto Valor atual do fluxo de caixa A B C= (A/B) 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/36 Ano 1 500.000 1,233752 405.268 Ano 2 500.000 1,5221438 328.484Ano 3 500.000 1,8779479 266.248 TOTAL 1.500.000 1.000.000 Taxa de desconto: Período (anos) Fórmula Usando calculadora simples Taxa de desconto Ano 1 1,233752 1,233752 Ano 2 (1,233752 x 1,233752) 1,522143998 Ano 3 (1,233752 x 1,233752 x 1,233752) 1,877948201 Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2018. Para avaliação de propostas de investimento, o cálculo TIR requer, basicamente, o conhecimento dos montantes de dispêndio de capital (ou dispêndios, se o investimento prevê mais de um desembolso de caixa) e dos fluxos de caixa líquidos incrementais gerados pela decisão. Já os períodos de payback consistem na determinação do tempo necessário para que o investimento inicial seja recuperado pelas entradas de caixa promovidas pelo investimento. Indica às empresas que aceitam projetos de alto risco quando podem recuperar seu investimento. Além disso, informa àquelas com recursos limitados com que rapidez os fundos investidos em dado projeto estarão disponíveis para projetos futuros. É uma informação complementar ao processo decisório e eventualmente significativa quando, além do retorno do investimento, o tempo de recuperação é importante (Padoveze, 2018). Vamos manter o mesmo exemplo para aplicação do payback, conforme expresso na tabela. Tabela 10 – Cálculo do payback 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/36 Fluxo Futuro ($) Taxa de desconto Valor atual do fluxo de caixa ($) Investimento inicial $ 1.000.000 A B C = (A/B) Saldo a recuperar Ano 1 500.000 1,12 446.429 553.571 Ano 2 500.000 1,2544 398.597 154.974 Ano 3 500.000 1,404928 355.890 - Total 1.500.000 1.200.916 - Ao analisar a tabela, verificamos no ano 1 o saldo do investimento de R$ 1.000.000,00 – R$ 446.429; teremos um saldo a recuperar no ano 2 de R$ 553.571, descontando 398.597 do valor presente atual; o saldo de R$ 154.974,00 será liquidado só no ano 3. O saldo de R$ 154.974,00 equivale a 43,55% do fluxo do terceiro ano, que representa 5,2 meses (R$ 154.974,00/355.890 × 12 meses = 5,2 meses). Somando esse período aos dois primeiros anos, (2 anos + 5,2 meses) teremos um payback de 2 anos e 5,2 meses. Logo, considerando a taxa de 12% a.a., o payback médio é de 2,43 anos Em síntese, as decisões de capital levam em conta o custo do capital com suas referidas taxas de juros. Entende-se que essas decisões devem ser baseadas nos modelos decisórios para avaliação de investimentos, e concomitantemente financiamentos. Logo, as decisões de investimentos de capital devem estar previstas nos planos estratégicos, desdobrados nos planos operacionais, mais especificamente no plano de orçamento de capital, investimento e financiamento do planejamento operacional. TEMA 5 – CONTROLE ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO A controladoria utiliza-se de diversas ferramentas desenvolvidas pela contabilidade gerencial, para o pleno êxito em sua missão de colaborar efetivamente na gestão das organizações. Nesse contexto, o orçamento apresenta-se como ferramenta de controle e gestão operacional. A implantação de um processo de controle orçamentário e financeiro facilita sobremaneira a administração empresarial. Desse modo, o controller precisa dominar, além das funções tradicionais inerentes da sua função, conhecimentos teóricos e práticos dos conceitos e metodologias utilizados 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/36 na montagem, implantação e posterior acompanhamento do sistema orçamentário. (Oliveira; Perez; Silva, 2015). 5.1 PLANO ORÇAMENTÁRIO Orçar significa processar todos os dados constantes do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo os dados previstos para o próximo exercício, considerando as alterações já definidas para o próximo exercício Padoveze (2012). Segundo Oliveira, Perez e Silva (2015), o orçamento empresarial pode ser definido como sendo a quantificação do planejamento estratégico da empesa. É a tradução quantitativa das metas de receitas, ganhos, despesas e perdas, bem como os fluxos futuros de caixa e patrimônio da empresa. A elaboração de orçamentos envolve muito tempo e esforço; os resultados do processo orçamentário devem ser úteis para orientar a condução das operações reais e fazer parte do processo de avaliação de desempenho (Garrison; Noreen; Brewer, 2012). As dotações orçamentárias são previstas no planejamento estratégico da empresa, sendo criadas no início do período orçamentário, que é válido somente para o nível de atividade planejado. Assim, um plano orçamentário: É uma ferramenta para controle e planejamento de curto prazo nas empresas; Abrange pelo menos um exercício social, um ano, e determina as receitas e despesas planejadas para aquele ano. A preparação de um orçamento operacional, conforme Padoveze (2012), tem quatro objetivos principais: 1. Ajustar o planejamento estratégico; 2. Ajudar a coordenar as diversas partes da organização; 3. Designar responsabilidade aos gerentes, autorizar as quantias permitidas para gastar, e informá-los do desempenho que esperado deles; 4. Obter comprometimento, que é a base para avaliar o desempenho atual de um gerente. 5.2 ORGANIZAÇÃO E PROCESSO DE ELABORAÇÃO O sistema orçamentário compreende um conjunto de pessoas, tecnologias administrativas, sistemas de informação, recursos materiais disponibilizados e administração do sistema para 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/36 execução dos planos orçamentários. Na organização do processo orçamentário, o comitê orçamentário, formado por gestores da alta cúpula administrativa, é responsável pela aprovação do plano anual, pela definição das premissas e pelas regras que norteiam o processo e execução do plano, além do modelo do processo orçamentário (Padoveze, 2012). A elaboração, organização e execução do planejamento orçamentário é considerada, na maioria das organizações, como uma das principais atribuições do controller, responsável por: Estruturar e monitorar o sistema de informação contábil; Definir as tecnologias de informação; Definir os sistemas de apoio para execução de cálculos e lançamentos orçamentários; Preparar e emitir relatórios para acompanhamento e controle; Estabelecer um cronograma para execução do orçamento em todas as suas fases; Acompanhar o processo de elaboração previsão, re-projeção e controle. O período e o processo de elaboração do orçamento dependem de cada empresa, do seu tamanho, da sua estrutura organizacional, se é empresa única, ou se é um grupo corporativo nacional, grupo corporativo multinacional etc. Normalmente, as empresas começam a elaborar seus orçamentos nos meses de julho e agosto do ano anterior ao exercício a ser orçado (Padoveze, 2012). No entanto, não se trata de uma regra geral, pois o tipo de atividade, porte e/ou sazonalidade. Por exemplo, podem influenciar o período em que a empresa começa a planejar. Desse modo, algumas empresas podem elaborar mais de um orçamento para determinado exercício, como é o caso das indústrias têxtil, que elaboram um plano orçamentário para a moda verão e outro para a moda inverno. 5.3 ANTECEDENTES À MONTAGEM DO ORÇAMENTO A elaboração do orçamento segue a sequência do planejamento estratégico, que permite focar num horizonte menor de um exercício social, nas ações mais importantes. Assim, os antecedentes à montagem do orçamento são: Diretrizes: Correspondem ao briefing (instrução ou informação essencial) da alta administração, direcionando as ações para os vários segmentos; 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 28/36 Cenários: O cenário deve abranger, dentre outros elementos, os aspectos ambientais externos que possam afetar o negócio da organização, como o cenário político, econômico, mercadológico (clientes, fornecedores, concorrência, etc.), entre outros. A técnica da construção dos cenários procura traduzir as variáveis macroeconômicas com pelo menos três cenários prováveis para simulação do orçamento: otimista,moderado e pessimista. Premissas (ou pressupostos): São definidas antes do processo de planejamento a ser iniciado, e resultam de decisões da alta cúpula administrativa. Levam em consideração dados históricos e perspectivas futuras. Podem ser classificadas em operacionais (como programas de produção e vendas, números de funcionários) de estruturação (como moeda, taxas de câmbio) e econômico-financeiras (como inflação, juros, variação cambial e variação dos preços de insumos, mão de obra). Pré-Planejamento: Consiste em um exercício que permite antever as principais tendências esperadas. Fundamenta-se na projeção dos demonstrativos contábeis, para análise de provável desempenho. Um orçamento deve ser elaborado levando-se em conta a seguinte sequência de etapas: Lição de casa preparatória para o orçamento: princípios gerais de planejamento, diretrizes dos cenários, premissas e pré-planejamento; Plano de marketing; Plano de suprimentos, produção e estocagem (PSPE); Plano de investimentos nos ativos de longo prazo; Plano de recursos humanos; Plano financeiro. Nesse entendimento, o orçamento é uma extensão do planejamento estratégico; ou seja, compõe os planos de ação das empresas com vistas à cumprir os objetivos e metas organizacionais. 5.4 ESTRUTURA DO PLANO ORÇAMENTÁRIO O plano orçamentário contempla três grandes segmentos: (1) O orçamento operacional; (2) O orçamento de investimentos e financiamentos; e (3) A projeção dos demonstrativos contábeis (Padoveze, 2012). É o planejamento que contém mais peças orçamentárias, pois engloba todos os 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 29/36 orçamentos específicos da estrutura hierárquica da empresa, como áreas administrativa, comercial e de produção. O orçamento operacional compreende peças orçamentárias: orçamento de vendas (marketing); orçamento de produção; orçamento de compras de materiais e estoques; e orçamento de despesas departamentais. O orçamento de vendas é ponto chave do orçamento operacional, pois corresponde ao ponto de partida de todo o processo de elaboração das peças orçamentárias. Na maioria das empresas, é fator limitante (Padoveze, 2012). Compreende as etapas de: Previsão de vendas em quantidade para cada produto; Previsão dos preços para os produtos e seus mercados; Identificação dos impostos sobre vendas; Orçamento de vendas em moeda corrente do país Projeção do saldo final de contas a receber. Vejamos agora exemplos para a elaboração do orçamento anual. Todas as tabelas a seguir levam em consideração um ano de 360 dias para cálculos dos prazos médios. Tabela 11 – Exemplo de orçamento de vendas PRODUTO A Quantidade vendidas 6.000 Preço de venda unitário $ 21,00 Receita Líquida de Vendas (6.000 unidades x $ 21,00) = 126.000,00 Imposto sobre vendas 18% Imposto sobre vendas (126.000 x18%) = 22.680,00 Receita bruta de vendas (126.000,00 + 22.680) = 148.680,00 Prazo médio de recebimento de vendas 28 dias Saldo da conta Clientes *11.564,00 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 30/36 (Receita Bruta/360dias X28 dias) *Calculando o saldo final da conta clientes: fórmula: (Receita Bruta/360X28 dias) Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. O orçamento de produção decorre dos dados projetados no orçamento de vendas. Considera, além da demanda produtiva para atender a vendas, a política de estoques da empresa, estoques iniciais de produtos acabados, e o orçamento de produção em unidades. Na Tabela 12, entende-se por exemplo que, para vender 6.000 unidades, a empresa deve considerar que já tem em estoques 1.000 unidades de produtos acabados, e espera deixar como estoque final do mês e inicial do próximo mês um estoque de mínimo 583 unidades (informação obtida pelos prazos médios de giro do estoque, obtido da seguinte forma: 6000 unidades x 360 dias do anos x 35 dias). Assim, para atender a essa demanda, a empresa precisa produzir 5.583 unidades nesse período. Tabela 12 – Exemplo de orçamento de produção PRODUÇÃO (em unidades) Dados Produto A Vendas Orçadas Tabela 6 Unid. 6.000 Estoque Inicial – Produtos acabados Saldo do início do exercício - Balanço Unid. 1.000 Estoque Final - Produtos acabados Prazo médio de estocagem em dias do produto Dias 35 Estoque Final – Produtos acabados Saldo final desejado para início do próximo período Unid. 583 Produção Orçada em unidades (6.000 – 1.000 + 583) = Unid. 5.583 Fórmula: Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 31/36 Na sequência, temos o orçamento de compras e estoques de materiais. Tendo elaborado o orçamento de produção em unidades, podemos elaborar o orçamento de compras e estoques de materiais. Essa peça orçamentária demanda conhecimento da estrutura dos produtos, como tipos de materiais e componentes que serão utilizados para produzir cada unidade de produto acabado, e também as alíquotas de impostos. Essa peça orçamentaria comporta, conforme apresentado na Tabela 13, orçamento de estrutura do produto, consumo de materiais, compra de materiais, orçamento de impostos e o saldo da conta de fornecedores a pagar. Tabela 13 – Orçamento de estoques e consumo de materiais Ano/Mês 1 Produto A A. Orçamento de Estrutura do Produto Custo dos Materiais por Produto – Atual $10,00 Estima de Aumento de Custo (anual) 5% Orçamento de Custo dos Materiais Orçado por unidade. ($ 10,00 + ($ 10,00 x 5%) $ 10,50 B. Consumo de Materiais Quantidade de Produção Orçada Unidades 5.583 Custo de Materiais Orçado $ 10,50 Consumo de Materiais Orçado (5.583 *10,50) = $ 58. 621,50 C. Estoque Final de Materiais Prazo Médio de Estocagem de Materiais Dias 30 Estoque Inicial – Real Estoques (dados do balanço) $10.000,00 Estoque Final Orçado de Materiais (Consumo orçado/360*30) ($ 58.621,50 /360 x30) = $ 4.885.13 Orçamento de Consumo de Materiais ($ 58.621,50 -10,000+ 4885,13) ) = $ 53.506,63 Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 32/36 Tendo elaborado o orçamento de consumo e estoque final de materiais, elabora-se o orçamento de compras de materiais. Nesse exemplo, parte-se do pressuposto de que o preço dos materiais está livres de impostos; logo, na simulação o orçamento de compras parte das compras líquidas, conforme apresentado na Tabela 14. Tabela 14 – Orçamento de compras de materiais D. Orçamento de Compras D. Orçamento de Compras – Líquido $ 53.506,63 (+) Impostos sobre Compras 18% $ 9.631,19 Orçamento de Compras – Bruto ($53.506,63 + $ 9.631,19) = $ 63.137,82 Orçamento de Fornecedores Prazo Médio de Pagamento 14 Saldo Final de Duplicatas a Pagar (Compras brutas/360x14) ($ 63.137,82 /360 x14) 2,455,36 Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. Na sequência, temos o orçamento de estoque de produtos acabados e custos dos produtos vendidos. Após a elaboração do orçamento de compras e consumo, elabora-se o orçamento de produtos acabados e dos custos dos produtos vendidos, conforme exposto na Tabela 15. Tabela 15 – Orçamento de custos dos produtos vendidos Ano/Mês 1 Dados Produto A Estoque Inicial – Produtos Acabados Dados do balanço unid. 1.000 Estoque Inicial – Produtos Acabados Dados do balanço $ 10.000 Orçamento de Custos de Produção Consumo de Materiais $ 53.506,63 Produção Orçada unid. 5.583 Total – Estoque Inicial + Produção ($10.000 + $ 53.506,63) = $ 63.506,63 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 33/36 Total – Estoque Inicial + Produção (1.000 unidades + 5.583 unidades) = 6.583 Custo Médio Ponderado Orçado ($ 63.506,63 / 6.583 unidades) 9,65 Quantidade Vendida Orçamento de vendas em unidades 6.000 Do Estoque Final Estoque final em unidades. 583 Custo dos Produtos Vendidos (Unidades vendidas x Custo médio ponderado) 6.000 x 9,65 = $ 57.900 Do Estoque Final (Estoque final em unidade x custo médio ponderado)583 x 9,65 = $ 5.625,95 Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. Para finalizar, seguimos com os últimos três. Temos o orçamento de imposto a recolher. Após elaborado os orçamentos de vendas com impostos a recolher e o orçamento de compras com impostos a recuperar, elabora -se o orçamento de apuração de impostos a pagar. Então, o orçamento de despesas gerais. Uma das peças orçamentárias mais demoradas para elaboração, e mais extensas, é o orçamento de despesas gerais. Segundo Padoveze (2012), deve-se elaborar uma peça orçamentária para cada setor e departamento, seguindo a hierarquia da empresa. E por fim, o orçamento de investimentos e financiamentos. Esse segmento do plano orçamentário tem por finalidade fazer a orçamentação dos demais componentes do balanço patrimonial e da demonstração do resultado que não foram contemplados no orçamento operacional. Essa peça orçamentária se liga ao planejamento de longo prazo da empresa, decorrente das decisões de investimentos e financiamentos. 5.5 PROJEÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Elaborado o plano orçamentário operacional e de investimentos e financiamentos, elabora-se a projeção das demonstrações contábeis a partir das informações coletadas no orçamento operacional 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 34/36 e de financiamentos. Seu objetivo é o controle e a análise de desempenho. São projetados os seguintes relatórios contábeis: Demonstração projetado do fluxo de caixa: Determina o nível de caixa previsto da empresa para o período orçado. Balanço patrimonial projetado: Especifica os recursos empregados e as fontes de financiamentos. Demonstração projetada de resultados: Mostra o nível de vendas e custos e as despesas projetadas para o período, para projeção do lucro desejado. Em síntese, o planejamento e o controle financeiro consistem em adequar os recursos exigidos para executar as atividades operacionais e de investimentos da empresa, avaliando as possíveis fontes de recursos e o impacto sobre o lucro (Hoji, 2014). O orçamento tem como objetivo controlar e assegurar que as metas e objetivos previamente traçados no planejamento estratégico da empresa sejam alcançados e mensurados, por meio da avaliação de desempenho das atividades operacionais e financeiras. TROCANDO IDEIAS Estudamos nesta aula as principais atividades do sistema de planejamento e execução operacional em uma empresa. Considerando o exposto, investigue, no âmbito organizacional da cúpula administrativa, como os controllers ou gestores executam o orçamento operacional. Tome como base para discussão, a empresa em trabalha ou outra empresa que conheça e que tenha na sua cultura organizacional ferramentas de planejamento e controle para tomada de decisão. NA PRÁTICA Com base no conteúdo estudado, responda as seguintes questões: 1. Qual o papel da controladoria na estrutura de capital de uma organização empresarial? 2. Quais os principais métodos de análise de investimentos de capital? 3. Qual a função do controle orçamentário e financeiro no sistema de planejamento e execução operacional? 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 35/36 FINALIZANDO Nesta aula, estudamos de forma ordenada o papel da controladoria no sistema de planejamento e execução operacional. Figura 2 – Finalizando REFERÊNCIAS ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. Porto Alegre: AMGH, 2008. ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. _____. Fundamentos de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016. BORINELLI, M. L.; PIMENTEL, R. C. Contabilidade para gestores, analistas e outros profissionais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2017. BREALEY, R. A.; MYERS, S. C.; ALLEN, F. Princípios de finanças corporativas. Porto Alegre: AMGH, 2018. FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. Controladoria: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 24/04/2023 15:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 36/36 GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C. Contabilidade Gerencial. 14. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. HOJI, M. Administração financeira na prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2014. OLIVEIRA, L.; PEREZ JR., J. H.; SILVA, C. A. S. Controladoria estratégica: Textos e Casos Práticos com Solução. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica aplicada: conceitos, estrutura e sistema de informações. São Paulo: Cengage Learning, 2018. _____. Planejamento orçamentário. São Paulo: Cengage Learning, 2012.