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FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA PROF. DR. GUILHERME COLLARES PARASITOSES DE CÃES E GATOS HELMINTOSES PATOGENIA • Espoliação do hospedeiro • Abrem portas de entrada – infecções secundárias • Obstrução • Vermes intestinais • Filárias - ductos e gânglios linfáticos, levando a acúmulo de linfa e edema dos tecidos. Dirofilaria – artéria pulmonar. • Compressão de órgãos – cisto hidático no fígado, cisticerco cerebral PATOGENIA • Diarréia – perda de líquidos, menor absorção de nutrientes • Anemia • Grau de severidade depende de: • Carga infestante e tipo de parasita • Idade do hospedeiro • Estado imune do hospedeiro • Susceptibilidade genética do hospedeiro • Localização do parasita DANOS • Debilitação dos animais • Maior suscetibilidade a doenças • Retardo do crescimento • Prejuízos indiretos – vermifugações, manejo mais complexo • ZOONOSES – Animais de companhia CESTÓDEOS ESPÉCIE HD SÍTIO TAMANHO HI SÍTIO FORMA LARVAL Dipylidium caninum Canídeos Felídeos ID Até 50 cm Pulgas (C. felis, C. canis, P. irritans) e piolhos (T. canis) Cavidade geral Cysticercoide Multiceps multiceps Canídeos ID 0,4 – 1 m Bovino, ovino, caprino, suíno, homem (raro) Encéfalo Coenurus cerebralis Taenia hydatigena Canídeos ID Até 5 m Ovinos, bovinos e suínos Fígado, peritônio, pleura, pericárdio Cysticercus tenuicollis Echinococcus granulosus Canídeos Felídeos ID Até 6 mm Ovinos, bovinos, caprinos, suínos, cervídeos, primatas e coelhos Pulmões, fígado, peritônio Cisto Hidático ou Hidátide Taenia ovis Canídeos ID Até 2 m Ovinos Músculos Cysticercus ovis PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS ■ Pequeno número de cestódeos não causa alteração nos HD – geralmente assintomático ■ Infecções por muitos cestódeos causa inflamação da mucosa intestinal e até obstrução, diarréia, cólica, alteração do apetite e emagrecimento exagerado ■ Podem ocorrer manifestações nervosas, com ataques epileptiformes e rábicos e também a coceira no ânus pode determinar o “andar sentado” ou arrastando-se CONTROLE ■ Canídeos silvestres – controle pouco viável ■ Cães – Tratamento preventivo periódico (3 – 3 meses) – Impedir acesso às vísceras (abatedouro cercado) – Destruição das vísceras parasitadas ■ Humanos - educação sanitária e medidas de higiene COMPLEXO HIDATIDOSE ■ Até os anos 90, o estado do RS possuía a mais alta taxa de prevalência dessa enfermidade no país e uma das mais altas do mundo ■ Com o declínio do rebanho ovino a partir dos anos 90 e das sucessivas campanhas de saúde pública, os índices decresceram ■ Poucos trabalhos tem descrito sobre a hidatidose humana no RS: – BENETTI (1983) realizou levantamento sorológico em nossa região, encontrando alta prevalência em humanos; – LEOVEGILDO (1984), apresentou dados conforme Tabela 1: – Projeto “Borba Gato” – Tabela 2: Hidatidose Hoje ■ Com o declínio do rebanho ovino, a partir da década de 90 e com as deficientes políticas públicas de saúde – Hidatidose – “doença esquecida” ■ Aumento do rebanho ovino a partir de 2000 – Incremento das raças de carne – Aquecimento do mercado da carne ovina Atualidade da Hidatidose ■ Trabalho realizado no município de Bagé – Compilação de dados dos hospitais da cidade – Cirurgias realizadas de 1986 a 2011 ■ 219 cirurgias de extirpação de cistos hidáticos ■ 90,05% fígado – 9,50% pulmão – 0,5% ósseo ■ Frequência dos casos – Tabela 3 Tabela 3 Ano Nº cirurgias % 1986 - 1989 77 35,16 1990 - 1999 54 24,66 2000 - 2011 88 40,18 TOTAL 219 100 Cirurgias de extirpação de Cisto Hidático realizadas nos hospitais de Bagé, RS, no período de 1986 a 2011. 1986 - 1989 1990 - 1999 2000 - 2011 Casos 77 54 88 0 20 40 60 80 100 Casos Conclusões ■ Aumento gradativo no número de casos ■ Necessidade de implementação de políticas públicas de prevenção e controle ■ Retomada do extensionismo – Controle da verminose canina e felina – Abatedouros sanitários – Medidas de higiene – Provas sorológicas de triagem diagnóstica da população exposta NEMATÓDEOS NEMATÓDEOS ■ Nematoda – (do Grego: nema = fio) – são os vermes redondos ■ Classificações existentes (não há consenso): – Filo Aschelminthes, classe Nematoda – Filo Nematoda ■ São possivelmente os mais importantes metazoários associados com o parasitismo humano e animal ASCARÍDEOS ■ Vermes grandes e encorpados, com 3 lábios proeminentes e asas cervicais ■ Adultos parasitam o intestino delgado de vertebrados ■ Em animais jovens, normalmente ocorre migração hepato-traqueal, com PPP de cerca de 2 – 2,5 meses ■ Em animais adultos, pode haver ciclo somático, com encistamento de larvas ESPÉCIES ■ Toxocara canis – cães e gatos ■ Toxocara cati – gatos ■ Toxascaris leonina – cães e gatos SINAIS CLÍNICOS ■ Desconforto abdominal intenso, especialmente em filhotes ■ Filhotes choram e gritam de modo contínuo ■ Vermes imaturos podem aparecer em fezes e vômitos ■ Obstrução ou ruptura intestinal pode levar à morte ■ Pode haver obstrução intestinal quando da morte dos vermes por tratamento antihelmíntico ■ Falha no desenvolvimento do animal – tamanho menor, pelagem opaca, abdome distendido CONTROLE ■ Os ovos podem permanecer infectantes por anos no ambiente ■ Animais de canis devem ficar em pisos de concreto higienizados regularmente ■ Cadelas transmitem a doença, durante a prenhêz, para os fetos ou mesmo na amamentação ■ Medicação anti-helmíntica específica periódica (mesmo em adultos) ANCYLOSTOMA ■ Ancylostoma braziliense ■ Ancylostoma caninum CARACTERÍSTICAS ■ São parasitas hematófagos ■ Adultos, machos e fêmeas, habitam o intestino delgado, a nível, principalmente de duodeno ■ Em áreas endêmicas, a doença é mais comum em cães e gatos com menos de 1 ano de idade ■ A epidemiologia está associada sobretudo à infecção transmamária em filhotes lactentes e percutânea ou oral através do ambiente ■ Cães adultos de áreas endêmicas, desenvolvem resistência etária gradual, tornando menos provável a doença clínica SINAIS CLÍNICOS ■ Em infecções agudas ocorre anemia, apatia e pode ocorrer dispneia ■ Em filhotes, a anemia é geralmente grave e acompanhada de diarréia mucosa ou sanguinolenta ■ A sintomatologia respiratória é oriunda da migração larval pelos pulmões e dos efeitos anóxicos da anemia ■ Em infecções crônicas, os animais ficam abaixo do peso, com perda de apetite e com pelagem feia e escassa. Podem ocorrer sinais de dificuldade respiratória, lesões cutâneas e claudicação CONTROLE ■ Higiene regular dos animais e das instalações ■ Pisos de canis não devem conter frestas, devem estar sempre secos e as camas descartadas diariamente ■ As áreas livres devem ser de cimento ou concreto e mantidas limpas e secas ■ As fezes devem ser removidas diariamente e aplicar no local, jatos de água com desinfetantes que matem larvas ■ Terapia anti-helmíntica de 3 – 3 meses ■ Os filhotes devem ser tratados a partir das 2 semanas de vida com anti-helmínticos apropriados para filhotes TRICHURIS ■ Conhecidos como vermes “chicote” (extremidade posterior mais grossa que se afila abruptamente e a anterior tipicamente fina) ■ Ciclo direto ■ Ovos muito resistentes ao ambiente, podem sobreviver por anos no solo ■ Não fazem migração visceral ■ Todas as espécies são parasitas do ceco e tem distribuição mundial PATOGENIA SINAIS CLÍNICOS ■ Infecções geralmente são leves e assintomáticas ■ Grandes quantidades: inflamação da mucosa cecal devido à localização subepitelial do parasita e do movimento contínuo da extremidade anterior do parasita em busca de sangue e líquido. ■ Destruição da parede intestinal – nódulos, hemorragias, inflamação ■ Efeitos nos Cães – dores abdominais, diarréia ou constipação, vômitos, anemia, eosinofilia DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS PARASITÁRIAS DE CÃES E GATOS CESTÓDEOS ■ Sinais clínicos Presença das proglotes nas fezes dos cães Aplicação nos cães de Bromidrato de Arecolinaa 1,5%, na dose 1ml/kg PV, VO – parassimpaticomimético – provoca a expulsão dos parasitas pelo aumento da motilidade intestinal ■ Sedimentação Fecal – MÉTODO DE DÊNIS STONE E SWANSON – utiliza-se esta técnica para pesquisa de ovos de trematódeos, cestódeos e acantocéfalos. ■ Pesquisa das cápsulas ovígeras de Dipylidium caninum NEMATÓDEOS ■ Sinais clínicos ■ Métodos qualitativos de flutuação fecal – WILLIS MOLLEY ou Flutuação Simples ■ Pesquisa dos ovos de cada espécie Cápsula ovígera de D. caninum Ovo de T. vulpis Ovo de Ancylostoma spp. Ovo de Toxocara canis TRATAMENTO DAS DOENÇAS HELMÍNTICAS DOS CÃES E GATOS FARMACOS ANTI-HELMÍNTICOS ■ BENZIMIDAZÓIS – Mebendazol, febantel, fembendazol, oxfendazol – largo espectro ■ TETRAIDROPIRIMIDINAS – Pamoato de Pirantel – largo espectro ■ AVERMECTINAS – Ivermectina, moxidectina, doramectina - nematodicida FARMACOS ANTI-HELMÍNTICOS ■ ANTI-HELMÍNTICOS VARIADOS – Praziquantel ■ Apresenta alta eficácia contra os parasitas cestódeos a uma taxa de dosagem relativamente baixa, mas nenhum efeito contra nematódeos – Piperazina ■ O espectro de atividade da piperazina ocorre consideravelmente contra os parasitas ascarídeos em todas as espécies. Ocorre uma atividade variável contra os ancilóstomos e os estrôngilos, e pouco efeito contra Trichuris ou os vermes chatos. ■ A margem de segurança é larga. ASSOCIAÇÕES ANTI-HELMÍNTICAS ■ Nematódeos + Cestódeos – Praziquantel...................................................... 50 mg – Pamoato de Pirantel ..................................... 144 mg – Febantel .............................................................. 150 mg – Veículo q.s.p. ...................................................... 660 mg – Dose – 1 comp. VO para cada 10 kg PV – Dosificar todos os animais do mesmo local, de 3 em 3 meses ESQUEMAS PARA FILHOTES ■ Utilização de formulações específicas: – Aplicação a partir de 2 semanas de idade, de 2 em 2 semanas, até 2 meses; – Vermifugação da mãe antes da concepção e depois do desmame dos filhotes PARASITOSES DE CÃES E GATOS ECTOPARASITOSES SARNA SARCÓPTICA Morfologia ■ Pernas curtas e grossas ■ Abertura genital forma uma fenda estreita e comprida paralela às estriações do corpo ■ Estriações dorsais quebradas por grande escamas pontiagudas ■ Setas dorsais fortes parecendo espinhos ■ Ânus terminal ■ Hospedeiros - mamíferos Ciclo Biológico Sinais Clínicos ■ Os parasitas não mordem e sugam sangue. Alimentam-se de fluidos intercelulares ■ As escavações provocam reações inflamatórias, prurido, espessamento da pele, alopecia, aumento da descamação e formação de crostas ■ O prurido intenso pode levar a escoriações, hemorragias e infecções secundárias Tratamento e Controle ■ Banhos de Amitraz com o seguinte protocolo: – 1 banho por semana, por no mínimo 4 semanas; – Utiliza-se a diluição de 0,05% ■ Podem ser utilizadas as ivermectinas e milbemicinas (dose sem recomendação terapêutica oficial): – Ivermectinas e Doramectina – 200 - 400 µg/kg SC, 1x/sem, em 3 a 4 aplicações; – Milbemicinas – 200 – 250 µg/kg (0,2 - 0,25 mg/kg) SC, 1x/sem, em 3 a 4 aplicações; ■ Atualmente são utilizadas as ISOXAZOLINAS (Afoxolaner; Sarolaner; Lotilaner e Fluralaner) – Normalmente é necessária apenas 1 dose; ■ Cuidado com a introdução de animais - quarentena e tratamento acaricida ■ Ficar atento em relação aos animais que retornam de feiras e exposições agropecuárias ■ Separar os animais infestados ■ Por ser altamente contagiosa, deve-se tratar todos os animais SARNA OTODÉCICA Características ■ Causada pelo Otodectes cynotes ■ Pernas longas e não grossas ■ Abertura genital transversa ■ Quarto par de pernas muito curtas ■ Infestam as orelhas de cães e gatos Tratamento ■ São utilizadas aplicações tópicas para esse tipo de enfermidade: – Natalene® - diazinon + primaricina + neomicina + dexametasona; – Sempre proceder à limpeza do conduto auditivo externo com álcool boricado antes do tratamento; ■ Podem ser utilizadas as imidinas e as avermectinas (mesma dose para sarnas sarcópticas) – Solução para uso tópico de 1ml de ivermectina ou doramectina (injetável) em 19 ml de óleo mineral. ■ Atualmente são utilizadas as ISOXAZOLINAS (Afoxolaner; Sarolaner; Lotilaner e Fluralaner) – Normalmente é necessária apenas 1 dose; SARNA DEMODÉCICA Características ■ São ectoparasitas dos folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas e secundariamente dos nódulos linfáticos e sistema circulatório dos mamíferos ■ Geralmente não causam doença clínica ■ Em cães podem produzir a sarna demodécica ou “sarna negra” ■ A transmissão mais importante é da fêmea para os filhotes ■ Quando atingem os gânglios linfáticos, pode ocorre hipertrofia ganglionar e a infestação se torna irreversível ■ Através da corrente linfática, podem chegar à corrente sangüínea e atingir vários órgãos, tais como fígado, rins, pulmões e intestino delgado Formas clínicas – Forma localizada (escamosa): ocorre em pequenas áreas, atinge toda a cabeça do animal, os membros anteriores e o resto do corpo. Prurido leve ou inexistente. Geralmente é benigna e o animal recupera-se espontaneamente. Sua recorrência é rara. Geralmente é juvenil. – Forma generalizada (pustular): Ocorre em áreas mais generalizadas, o prurido é intenso, há eritema e alopecia. Lesões observadas ao redor do focinho, olhos, membros anteriores, podendo se espalhar por todo o corpo do animal. Comumente observada em animais adultos. Presença dos ácaros, dilatação dos canais foliculares e pilosos, transporte de bactérias para a profundidade dos poros, aparecimento de pústulas (geralmente associadas à Staphylococcus aureus). Demodicose localizada Demodicose generalizada Tratamento ■ Banhos de Amitraz com o seguinte protocolo: – 1 banho por semana, por no mínimo 4 semanas; – Utiliza-se a diluição de 0,05% ■ Podem ser utilizadas as ivermectinas e milbemicinas (dose sem recomendação terapêutica oficial): – Ivermectina e Doramectina – 300 - 600 µg/kg, VO, 24h, 3 a 6 semanas; ou 400 µg/kg SC, 1x/semana, 4 – 8 semanas; – Milbemicinas ■ Na demodicose juvenil - 11,5 mg / 22,7 kg, VO, 1x/dia, até 30 dias após raspado negativo para demodicose; ■ Na demodicose adulta generalizada crônica – 0,58 – 3,8 mg/kg, VO, 24h, até 30 dias após raspado negativo para demodicose. ■ Atualmente são utilizadas as ISOXAZOLINAS (Afoxolaner; Sarolaner; Lotilaner e Fluralaner) – Normalmente são necessárias 2 doses, com intervalo de 20 – 30 dias; Diagnóstico das Sarnas ■ Sinais clínicos ■ Raspado profundo de pele: – Feito com lâmina de bisturi, nas áreas afetadas, até que ocorra sangramento – Deve-se acrescentar à lâmina 1 – 2 gotas de potassa (KOH a 10%) para digerir as crostas – Observação ao microscópio. – Exame microscópico a fresco do pus das lesões entre lâmina e lamínula ■ Em situações especiais, biópsias de pele podem confirmar o diagnóstico ■ Com resultado negativo não se deve descartar sarna demodécica, mas sim, repetir o exame após alguns dias PIOLHOS Características ■ São insetos espécie-específicos ■ Não sobrevivem mais do que alguns dias no ambiente longe do hospedeiro ■ São transmitidos por contato direto com animais infestados, bem como com objetos tais como escovas, pentes, cama, travesseiros, etc. ■ Ocorrem dois tipos em cães e gatos: – Anoplura – sugador – Malófaga – mastigador Trichodectes canis Linognathus setosus Sinais clínicos ■ Os sugadores (Anoplura), que se alimentam de sangue e podem causar anemia e fraqueza em infestações maciças; ■ Os mastigadores (Malophaga), que se alimentam de restos celulares da pele e do pelame, podem ainda transmitir Dipylidium caninum. ■ Ambos os tipos podem causar uma dermatite alérgica caracterizada por prurido intenso (coceira), com conseqüente perda da pelagem e escoriações cutâneas. ■ O animal apresenta um odor característico “de rato” e, frequentemente, encontra-se irritadiçoe nervoso pelo incômodo que sente. ■ Há, contudo, casos assintomáticos em que os animais apresentam apenas uma seborreia seca levemente pruriginosa. Diagnóstico e Tratamento ■ Feito mediante um exame físico detalhado, bem como o exame microscópico do material obtido do pelame. ■ No tratamento, devem ser incluídos todos os cães da propriedade bem como os contactantes, e deve-se eliminar ou tratar os travesseiros, cobertores, toalhas, pentes e escovas, simultaneamente. ■ Podem ser usados inseticidas tópicos, na forma de xampus ou “spot on” (deltametrina, permetrina, carbamatos, fipronil, imidacloprid, dentre outros), bem como sistêmicos (ivermectinas). ■ Atualmente são utilizadas as ISOXAZOLINAS (Afoxolaner; Sarolaner; Lotilaner e Fluralaner) – Normalmente é necessária apenas 1 dose; CARRAPATOS DE CÃES E GATOS Carrapatos Nativos ■ O gênero Amblyomma compreende os carrapatos nativos que parasitam os cães acidentalmente, pois seus hospedeiros naturais são animais silvestres. Portanto eles são encontrados em cães que vivem ou freqüentam áreas de mata ou áreas rurais e suburbanas. ■ Nos terrenos baldios e parques de ambientes urbanos é possível encontrar algumas espécies parasitando cães, como por exemplo a fase adulta do Amblyomma aureolatum, que é encontrada parasitando cães no campus da USP na cidade de São Paulo e Amblyomma cajennense em áreas com vegetação frequentadas por cavalos . ■ No meio rural o carrapato Amblyomma cajennense é um dos principais parasitas externos (ectoparasitas) de cavalos e todos estágios (larva, ninfa e adulto) são encontradas em cães que vivem neste tipo de ambiente. ■ Em relação à saúde-pública, esta espécie é o principal parasita de humanos no Sudeste e Centro-Oeste brasileiro e o principal vetor da Febre Maculosa, doença severa, altamente letal, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, já registrada nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Os cães também podem ser acometidos por essa bactéria. Outras espécies foram encontradas parasitando cães como Amblyomma ovale, Amblyomma brasiliense e Amblyomma tigrinum. Carrapatos Exóticos ■ O carrapato Rhipicephalus sanguineus é a única espécie do gênero que conseguiu se estabelecer nas Américas e são parasitas primários de cães. Eles são carrapatos com origem na região Afrotropical e vieram junto com os animais domésticos na época da colonização. ■ Atualmente são encontrados em todas as regiões zoogeográficas do mundo, sendo vetores naturais das doenças Babesiose canina e Erliquiose canina, causadas respectivamente pelo protozoário Babesia canis e a riquétsia Ehrlichia canis. ■ Uma das principais características dessa espécie é o hábito de permanecer constantemente nos abrigos como ninhos, tocas e buracos freqüentados pelos canídeos. ■ No ambiente urbano esses carrapatos conseguiram se adaptar perfeitamente, utilizando- se de frestas de muros, canis, casinhas e buracos em paredes para abrigar as fases não-parasitárias. No ambiente rural podem ser encontrados geralmente próximos ao local que serve de dormitório para o cão. ■ O controle dessa espécie compreende a aplicação de produto carrapaticida no animal e a aplicação de produtos domissaniantes no ambiente onde o cachorro é abrigado. A não utilização de medidas profiláticas e curativas em ambientes infestados com R. sanguineus pode propiciar, além das doenças anteriormente descritas, sérios problemas no animal, como anemia, irritação local, dermatite e coceira. http://www.dogtimes.com.br/babesiose.htm http://www.dogtimes.com.br/ehrlichiose.htm Controle do meio ■ A casa infestado e / ou canil deve ser cuidadosamente limpo, a fim de eliminar tantos carrapatos quanto possível. Aspiração é muito útil. ■ Canis, casas de cachorro, e estruturas ocupadas por animais de estimação devem ser cuidadosamente tratados para controlar carrapatos que caíram fora do cão e que residem em áreas abrigo. ■ Pulverizações de inseticidas residuais devem ser aplicados com cuidado para abranger todas as áreas habitats potenciais dos carrapato. ■ Os carrapatos gostam de residir nas porções superiores das estruturas em fendas e rachaduras ■ São recomendados para o meio inseticidas de ação residual como os piretróides Controle nos cães ■ Os cães devem ser tratados com produtos carrapaticidas (acaricidas) – Piretróides – Formamidinas (amitraz) – Avermectinas – Fipronil ■ Atualmente são utilizadas as ISOXAZOLINAS (Afoxolaner; Sarolaner; Lotilaner e Fluralaner) – Normalmente é necessária apenas 1 dose; PULGAS DE CÃES E GATOS Características ■ São insetos sem asas e com o corpo achatado lateralmente ■ Medem cerca de 1,5 a 4 mm ■ Ectoparasitas, hematófagos, holometábolos (metamorfose completa) ■ Não têm olhos compostos, mas podem ter olhos simples ■ O nono segmento abdominal apresenta uma placa dorsal chamada sensilium – função sensorial e alinhamento das genitálias ■ Pernas longas adaptadas para pular ■ Presença de cerdas projetadas para trás ■ Antenas curtas Transmissão de doenças ■ Peste bubônica (Yersinia pestis) – Xenopsylla cheopis ■ Tifo exantemático murino (Rickettsia) – fezes da pulga do rato ■ Tularemia (Francisella tularensis) – transmissão mecânica ■ Mixomatose dos coelhos – vírus é transmitido pelas peças bucais contaminadas ■ Ctenocephalides felis, C. canis e Pulex irritans são hospedeiros intermediários do cestódeo Dipylidium caninum ■ C. canis e C. felis são hospedeiros intermediários dos filarídeos Dipetalonema reconditum e Dirofilaria immitis Ctenocephalides felis ■ Conhecida como “pulga do gato” ■ Apresenta 4 subespécies parasitas de carnívoros: – C. felis felis (cosmopolita) – C. felis strongylus (África) – C. felis damarensis (África) – C. felis orientalis (Índia à Austrália) ■ Tem coloração castanho/preta ■ Fêmeas têm cerca de 2,5 mm e machos 1 mm Ctenocephalides canis ■ Coloração castanho-avermelhada ■ Cabeça alta e curta ■ Machos com aproximadamente 2 mm e fêmeas com 3 - 4 mm ■ Hospedeiros são os caninos, felinos e humanos de climas frios ■ Transmissora do cestódeo Dipylidium caninum e dos nematódeos Dirofilaria immitis e Dipetalonema reconditum Pulex irritans ■ Corpo ovalado e de coloração castanho-escura, sem ctenídeos ■ Cabeça arredondada com uma cerda anterior aos olhos e uma cerda no occipício ■ Machos medem 2 – 2,5 mm de comprimento e as fêmeas 3 – 4 mm ■ É a pulga mais comum do homem, podendo ser encontrada em outros mamíferos: porco, cabras, cão, gato ■ Distribuição cosmopolita ■ Também é HI do Dipylidium caninum Patogenia (Pulgas) ■ Infestações severas podem levar a anemia ■ Reações alérgicas na pele: – Gatos – dermatite miliar e alopecia simétrica – Cães – pápulas com crostas na região lombo sacral, abdômen, pescoço e parte interna de membros posteriores ■ Prurido, desassossego, auto-mutilação, perda de pelo, infecções secundárias ■ A maioria dos cães desenvolve algum grau de alergia – DAPP – dermatite alérgica por picada de pulga ■ Gatos infestados aumentam a lambedura - ingestão de cerca de 50% das pulgas ■ Transmissão de cestódeos (Dipylidium caninum) ESQUEMAS DE TRATAMENTO Controle Integrado de Ectoparasitas ■ Alívio imediato da infestação no animal: – Uso de um adulticida com efeito residual eficaz – Fipronil, Imidacloprid, Nitempiram, Selamectina – (Afoxolaner; Sarolaner; Lotilaner e Fluralaner) ■ Quebra do ciclo e prevenção da reprodução: – Inibidores da síntese de quitina – Lufenuron – Análogos do hormônio juvenil – Metoprene ■ Medidas de controle ambiental: – Banho e tosa; – Aspiração de carpetes e cortinas; – Lavagem da cama, roupas, cobertores e panos do animal; – Dedetização da casa - piretróides; ■ Eliminação de infestações ocasionais (originadas de passeios): – Utilização de adulticidas – Fipronil, Imidacloprid, Nitempiram, Piretróides, Carbamatos, Organofosforados
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