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Indaial – 2022
da Natação
Prof. Alcides Pereira de Brito
1a Edição
Prescrição e 
treiNameNto
Elaboração:
Prof. Alcides Pereira de Brito
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. BRITO, Alcides Pereira de.
Prescrição e Treinamento da Natação. Alcides Pereira de Brito. Indaial - SC: 
Arqué, 2022.
189p.
ISBN 978-65-5466-208-6
ISBN Digital 978-65-5466-205-5
“Graduação - EaD”.
1. Treinamento 2. Natação 3. Brasil 
CDD 797.21
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
O ato de nadar nada mais é do que ação de se locomover no meio líquido, 
com alavancas do nosso próprio corpo. Sendo assim, a natação está muito além do 
esporte e dos quatro estilos de nado, ou seja, a natação é multifatorial, e vai estar 
inserida em diversos ambientes, com diversos públicos. Então, o conhecimento sobre o 
ensino, desempenho e outras diversas áreas onde a natação pode atuar é de extrema 
importância, e não apenas um conteúdo isolado. Por isso, deve ser desenvolvida nos 
profissionais de Educação Física uma variedade de conhecimentos e experiência sobre 
a natação.
Na Unidade 1, abordaremos o conhecimento-base para desenvolvimento de todo 
o conteúdo trabalhado neste livro didático, como estratégias para introdução ao meio 
líquido, conhecendo partes da hidrodinâmica dos nados e conceitos de aprendizagem, o 
desenvolvimento da técnica e hidrodinâmica de cada nado em específico, conhecendo 
sequências pedagógicas para aprendizagem de cada estilo de nado, além de propormos 
exercícios educativos específicos para cada nado. 
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos aspectos fisiológicos no desempenho 
da natação, relacionados com o sistema muscular, sistema cardiorrespiratório e 
metabolismo energético, e aplicaremos esse conhecimento fisiológico no princípio 
de treinamento, avaliação e controle para planejamento de treino para nadadores, 
conhecendo riscos como overtraining e overreaching.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos natação e suas diversidades, no patamar 
do lazer, propondo o ambiente aquático como promotor da saúde, fazendo um papel 
importante na prevenção e tratamento de doenças. Olhando para natação como o 
promotor de lazer, trazendo dimensões e definições relacionado o lazer com a natação 
nesse contexto. Compreendendo como a natação é agente de saúde, atendendo 
nosso corpo com a promoção e o tratamento de doenças crônicas não transmissíveis. 
Apresentaremos a paranatação como ferramenta de inclusão no esporte, analisando a 
classificação de atletas e tipos provas. 
Por último, mais não menos importante, devemos sempre tentar compreender 
e questionar com um olhar clínico todo conteúdo disponibilizado, pois sabemos que a 
ciência está em constante movimento.
Prof. Alcides Pereira de Brito
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - HIDRODINÂMICAS DA NATAÇÃO, NADOS E VIRADAS ................................... 1
TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO ÀS CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS 
 E DE APRENDIZAGEM DA NATAÇÃO ..................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 INTRODUÇÃO ÀS CARATERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS DA NATAÇÃO ..........................3
3 INTRODUÇÃO À APRENDIZAGEM DA NATAÇÃO ...............................................................5
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 13
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................14
TÓPICO 2 - CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS DOS NADOS ..................................... 17
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 17
2 CARACTERÍSTICA HIDRODINÂMICAS DO NADO CRAWL ............................................... 17
2.1 POSICIONAMENTO DO CORPO, MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES NO 
 NADO CRAWL ....................................................................................................................................... 18
2.1.1 Posicionamento do corpo no nado crawl ............................................................................ 18
2.1.2 Braçada do nado crawl ........................................................................................................... 18
2.1.3 Pernada do nado crawl .............................................................................................................212.1.4 Coordenação de braços e pernas do nado crawl .............................................................21
2.1.5 Respiração do nado crawl ......................................................................................................22
3 CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS DO NADO COSTAS ......................................... 23
3.1 POSICIONAMENTO DO CORPO, MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES NO NADO 
 COSTAS .................................................................................................................................................23
3.1.1 Posicionamento do corpo no nado costas .........................................................................23
3.1.2 Braçada do nado costas .........................................................................................................24
3.1.3 Pernada do nado costas ......................................................................................................... 27
3.1.4 Coordenação de braços e pernas no nado costas ...........................................................28
3.1.5 Respiração no nado costas ...................................................................................................28
4 CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS DO NADO BORBOLETA .................................. 28
4.1 POSICIONAMENTO DO CORPO, MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES NO NADO 
 BORBOLETA ..........................................................................................................................................29
4.1.1 Posicionamento do corpo no nado borboleta .....................................................................29
4.1.2 Braçada do nado borboleta ....................................................................................................29
4.1.3 Pernada do nado borboleta ....................................................................................................33
4.1.4 Coordenação de braços e pernas no nado borboleta ......................................................34
4.1.5 Respiração no nado borboleta ...............................................................................................34
5 CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS DO NADO PEITO ............................................. 35
5.1 POSICIONAMENTO DO CORPO, MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES NO NADO PEITO ..........35
5.1.1 Posicionamento do corpo no nado peito .............................................................................36
5.1.2 Braçada do nado peito .............................................................................................................36
5.1.3 Pernada do nado peito ............................................................................................................. 37
5.1.4 Coordenação de braços e respiração do nado peito ......................................................38
5.1.5 Coordenação de pernas e respiração do nado peito .......................................................38
5.1.6 Filipina do nado peito ..............................................................................................................39
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 40
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 41
TÓPICO 3 - APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DOS NADOS, SAÍDAS E VIRADAS ......... 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 43
2 APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DO NADO CRAWL ......................................... 44
2.1 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA PERNADA DO 
 NADO CRAWL .......................................................................................................................................44
2.2 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA BRAÇADA DO 
 NADO CRAWL .....................................................................................................................................45
2.3 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA RESPIRAÇÃO DO 
 NADO CRAWL ....................................................................................................................................46
2.4 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA COORDENAÇÃO DE PERNA, BRAÇO E 
 RESPIRAÇÃO NO NADO CRAWL ....................................................................................................46
3 APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DO NADO COSTAS ........................................47
3.1 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA PERNADA NO 
 NADO COSTAS .................................................................................................................................. 48
3.2 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA BRAÇADA NO 
 NADO COSTAS ................................................................................................................................. 48
3.3 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA COORDENAÇÃO DE PERNA, BRAÇO E RESPIRAÇÃO 
 NO NADO COSTAS ...........................................................................................................................49
4 APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DO NADO BORBOLETA ................................. 50
4.1 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA PERNADA DO 
 NADO BORBOLETA .............................................................................................................................50
4.2 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA BRAÇADA NO 
 NADO BORBOLETA ..............................................................................................................................51
4.3 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA RESPIRAÇÃO NO
 NADO BORBOLETA .............................................................................................................................51
4.4 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA COORDENAÇÃO DE PERNA, BRAÇO E 
 RESPIRAÇÃO NO NADO BORBOLETA ............................................................................................51
5 APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DO NADO PEITO ............................................ 52
5.1 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA PERNADA NO 
 NADO PEITO .........................................................................................................................................52
5.2 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA BRAÇADA NO 
 NADO PEITO .........................................................................................................................................53
5.3 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA RESPIRAÇÃO NO 
 NADO PEITO ........................................................................................................................................54
5.4 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA COORDENAÇÃO DE PERNA, BRAÇO E 
 RESPIRAÇÃO DO NADO PEITO .......................................................................................................54
6 APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DAS SAÍDAS E VIRADAS .............................. 55
6.1 SAÍDAS NO NADO CRAWL, PEITO E BORBOLETA .......................................................................55
6.2 SAÍDAS DO NADO COSTAS ...............................................................................................................55
6.3 VIRADAS E CHEGADAS ....................................................................................................................55
6.3.1 Virada do nado crawl e costas ...............................................................................................56
6.3.2 Virada do nado peito e borboleta ........................................................................................56
6.3.3 Chegadas ..................................................................................................................................56LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................57
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 62
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 63
UNIDADE 2 — CONCEITOS FISIOLÓGICOS E PLANEJAMENTO PARA DESEMPENHO 
 DA NATAÇÃO ................................................................................................ 65
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS FISIOLÓGICOS E PLANEJAMENTO 
 PARA DESEMPENHO DA NATAÇÃO ................................................................67
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................67
2 CONCEITOS FISIOLÓGICOS E METABÓLICOS LIGADO AO EXERCÍCIO ........................67
3 CONCEITOS DE PLANEJAMENTO E PRESCRIÇÃO LIGADOS AO EXERCÍCIO .............. 69
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................72
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................73
TÓPICO 2 - RESPOSTAS FISIOLÓGICAS NO DESEMPENHO DA NATAÇÃO ......................75
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................75
2 SISTEMA MUSCULAR .......................................................................................................75
2.1 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS MÚSCULOS .............................................................. 76
2.2 FIBRAS MUSCULARES DO TIPO 1 E TIPO 2 .................................................................................78
2.3 SUBDIVISÃO DE FIBRAS MUSCULARES DO TIPO 2 .................................................................. 79
2.3.1 Relação de tipos de fibras musculares com o desempenho ......................................... 80
3 SISTEMA CIRCULATÓRIO ................................................................................................81
3.1 FREQUÊNCIA CARDÍACA .................................................................................................................83
3.1.1 Frequência cardíaca de repouso ...........................................................................................83
3.1.2 Frequência cardíaca máxima ............................................................................................... 84
3.2 VOLUME SISTÓLICO .........................................................................................................................85
3.3 DÉBITO CARDÍACO ..........................................................................................................................85
3.3.1 Volume sanguíneo e glóbulos vermelhos ..........................................................................86
3.3.2 Capilares ....................................................................................................................................87
3.3.3 Distinção de oxigênio arterial e venoso .............................................................................87
3.4 PRESSÃO SANGUÍNEA ..................................................................................................................... 88
4 SISTEMA RESPIRATÓRIO ............................................................................................... 88
4.1 CONSUMO DE OXIGÊNIO E RENDIMENTO NA NATAÇÃO ............................................................90
4.2 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO OU VO
2MÁX ...........................................................................90
4.2.1 Métodos de aferição do VO2máx .......................................................................................... 91
5 METABOLISMO ENERGÉTICO NA NATAÇÃO .................................................................. 93
5.1 POTENCIAL ENERGÉTICO E SUAS FONTES .................................................................................93
5.2 ARMAZENAMENTO DE ENERGIA NO CORPO ..............................................................................94
5.2.1 Adenosina trifosfato ................................................................................................................94
5.2.2 Fosfato de creatina .................................................................................................................95
5.2.3 Glicose ........................................................................................................................................96
5.2.4 Gordura ......................................................................................................................................96
5.2.5 Proteínas ..................................................................................................................................... 97
5.3 SISTEMAS BIOQUÍMICOS DO METABOLISMO ENERGÉTICO ................................................... 97
5.3.1 Sistema imediato ou ATP-CP ................................................................................................. 97
5.3.2 Sistema anaeróbico ou glicolítico .......................................................................................98
5.3.3 Sistema aeróbico ......................................................................................................................99
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 101
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................102
TÓPICO 3 - PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO, AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO 
 DO TREINAMENTO DA NATAÇÃO ..................................................................105
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................105
2 PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO ....................................................................................105
2.1 PRINCÍPIO DA ADAPTAÇÃO ...........................................................................................................105
2.2 PRINCÍPIO DA SOBRECARGA ........................................................................................................106
2.3 PRINCÍPIO DA PROGRESSÃO ........................................................................................................106
2.4 PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE .................................................................................................106
2.5 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE ............................................................................................... 107
2.6 PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE ............................................................................................. 107
3 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE NADADORES .....................................................108
3.1 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE PARÂMETROS SANGUÍNEOS .....................................108
3.2 MÉTODOS NÃO INVASIVOS DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO COM RELÓGIO ............108
3.3 MÉTODOS NÃO INVASIVOS DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO COM A FREQUÊNCIA
 CARDÍACA ..........................................................................................................................................109
3.4 MÉTODOS NÃO INVASIVOS DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO COM PERCEPÇÃO 
 SUBJETIVAS DE ESFORÇO ...........................................................................................................109
4 PLANEJAMENTO DE TREINAMENTO PARA NADADORES............................................110
4.1 MACROCICLOS, MESOCICLOS, MICROCICLOS E COMPONENTES TREINÁVEIS ..................110
5 OVERTRAINING E OVERREACHING ............................................................................... 112
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 113
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 119
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................120
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 121
UNIDADE 3 — NATAÇÃO NAS SUAS DIVERSIDADES: LAZER, SAÚDE E BEM-ESTAR 
 E PARADESPORTO ..................................................................................... 127
TÓPICO 1 — NATAÇÃO PARALÍMPICA E ADAPTADA ........................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................129
2 INCLUSÃO AO ESPORTE ................................................................................................129
3 INTRODUÇÃO À NATAÇÃO PARALÍMPICA ..................................................................... 131
3.1 NATAÇÃO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL ............................................................ 132
3.1.1 Classificação funcional para pessoas com deficiência visual ....................................... 135
3.1.2 Recursos adaptativos ao treinamento e às provas ........................................................ 136
3.2 NATAÇÃO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ...............................................138
3.2.1 Classificação funcional para pessoas com deficiência Intelectual ..............................141
3.2.2 Recursos adaptativos ao treinamento e às provas ........................................................141
3.3 NATAÇÃO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICO-MOTORAS ....................................... 142
3.3.1 Amputação ................................................................................................................................ 143
3.3.2 Paralisia cerebral ....................................................................................................................144
3.3.3 Lesados medulares ................................................................................................................144
3.3.4 Classificação funcional para pessoas com deficiências físico-motoras ..................146
3.3.5 Recursos adaptativos ao treinamento e às provas ....................................................... 147
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................150
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 151
TÓPICO 2 - A PRÁTICA DA NATAÇÃO COMO SAÚDE E BEM-ESTAR ...............................155
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................155
2 A IMPORTÂNCIA DA NATAÇÃO PARA A SAÚDE .............................................................155
2.1 O QUE É SAÚDE? .............................................................................................................................. 155
2.2 RECOMENDAÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA ................................................................................... 156
2.2.1 Crianças e adolescentes (5 a 17 anos de idade) .............................................................. 156
2.2.2 Adultos (18 a 64 anos de idade) .......................................................................................... 157
2.2.3 Idosos (65 anos de idade ou mais) ..................................................................................... 159
2.2.4 Mulheres grávidas e no pós-parto ......................................................................................161
2.3 A NATAÇÃO COMO ALTERNATIVA DE MELHORA DA SAÚDE ................................................. 163
2.3.1 Natação como alternativa de melhora da saúde para crianças e adolescentes 
 (5 a 17 anos de idade) ............................................................................................................ 163
2.3.2 Natação como alternativa de melhora da saúde para adultos 
 (18 a 64 anos de idade) .........................................................................................................164
2.3.3 Natação como alternativa de melhora da saúde para idosos 
 (65 anos de idade ou mais) .................................................................................................164
2.3.4 Natação como alternativa de melhora da saúde para mulheres grávidas e 
 no pós-parto ............................................................................................................................ 165
3 A IMPORTÂNCIA DA NATAÇÃO PARA PREVENÇÃO E AUXÍLIO EM DOENÇAS 
 CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) ...................................................................165
3.1 EVIDÊNCIAS DA NATAÇÃO NO COMBATE ÀS DCNTS ............................................................... 166
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................168
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................169
TÓPICO 3 - PRÁTICA DA NATAÇÃO COMO LAZER ........................................................... 173
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 173
2 A IMPORTÂNCIA DO LAZER ........................................................................................... 173
2.1 LAZER COMO NECESSIDADE HUMANA E PERSPECTIVA CULTURAL ................................. 175
2.1.1 Lazer e ludicidade ....................................................................................................................176
2.1.2 Lazer e manifestações culturais .........................................................................................177
2.1.3 Lazer no ambiente social........................................................................................................177
3 A NATAÇÃO COMO LAZER .............................................................................................178
3.1 A NATAÇÃO COMO DIMENSÃO DE LAZER EM UM AMBIENTE SOCIAL ................................ 178
3.1.1 Natação e lazer em uma concepção lúdica ...................................................................... 178
3.1.2 Natação e lazer nas manifestações culturais .................................................................. 179
3.1.3 Natação e lazer em um ambiente social .......................................................................... 179
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 181
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................185
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................186
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................187
1
UNIDADE 1 -
HIDRODINÂMICAS DA 
NATAÇÃO, NADOS E 
VIRADAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer caraterísticas específi cas do meio aquático e questões hidrodinâmicas 
dos nados crawl, costas, peito e borboleta;
• elaborar sequências pedagógicas de aprendizagem dos nados crawl, costas, peito, 
borboleta e saídas e viradas;• utilizar sequências pedagógicas dos nados crawl, costas, peito, borboleta e saídas 
e viradas;
• conhecer exercícios de aperfeiçoamento dos nados crawl, costas, peito, borboleta 
e saídas e viradas;
• aplicar sequências específi cas de aperfeiçoamento dos nados crawl, costas, peito, 
borboleta e saídas e viradas.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS E DE 
APRENDIZAGEM DA NATAÇÃO
TÓPICO 2 – CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS DOS NADOS 
TÓPICO 3 – APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DOS NADOS, SAÍDAS E VIRADAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
INTRODUÇÃO ÀS CARACTERÍSTICAS 
HIDRODINÂMICAS E DE APRENDIZAGEM DA 
NATAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos caraterísticas hidrodinâmicas e de 
aprendizagem da natação, conhecendo definições da hidrodinâmica e correlacionado 
com a natação, formas de aprendizagem e adaptação ao meio líquido, sempre partindo 
do mais simples para o mais complexo. 
A natação se diferencia pelo seu ambiente de prática, por seu ambiente líquido, 
pois a água chega a ser 800 vezes mais densa do que o ar. Portanto, as caraterísticas da 
hidrodinâmica se referem à natação com clareza, pois se trata de um corpo submerso em 
meio líquido. A hidrodinâmica, conhecida também como dinâmica dos fluidos, refere-se 
ao corpo com seu posicionamento e suas alavancas (pernas e braços) se locomovendo 
submerso ao fluido (água), considerando conceitos da física como força, velocidade e 
aceleração. A hidrodinâmica conceitua totalmente a natação ou ato de nadar, pois sua 
definição é conhecida como o ato de se locomover dentro do meio líquido sustentando-
se sobre ele usando membros do seu próprio corpo.
A aprendizagem é um fenômeno que ocorre com estímulo e resposta a esse estí-
mulo que foi dado. Segundo Vygotsky, a aprendizagem são experiências que conduzem a 
um comportamento diferente do indivíduo, tendo, assim, uma concepção de que o indiví-
duo deve ter um contato com outros indivíduos e com o meio (FERRACIOLI, 1999). Na na-
tação, a aprendizagem ocorre por meio da interação entre professor, aluno e o meio, que 
é totalmente diferente do tradicional, pois esse meio é líquido, e para nos locomovermos 
dentro desse meio, precisamos de certas habilidades que devem ser aprendidas por meio 
de experiências, tendo uma sequência pedagógica para uma aprendizagem favorável.
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
2 INTRODUÇÃO ÀS CARATERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS 
DA NATAÇÃO 
O aprimoramento da técnica de nado tem como objetivo principal o aumento 
do nível de aproveitamento de velocidade do nadador e melhora do gasto de recurso 
energético pela diminuição da resistência oposta ao deslocamento determinado pelo 
meio líquido, chamado de arrasto, pela melhora da capacidade propulsiva e maior 
deslocamento com menos ciclos de gesto motor.
4
A progressão no meio líquido se dá por interação de forças propulsivas e 
restivas. O desempenho de um indivíduo na natação pode ser melhorado com aumento 
de forças propulsivas ou diminuído forças resistivas que atuam no corpo com uma 
determinada velocidade. A capacidade propulsiva consiste em uma das habilidades 
essenciais do nadador, na qual se conectam com as capacidades técnicas e fisiológicas 
que sustentam o aspecto mecânico da força. Ainda assim, a capacidade de minimizar 
o arrasto hidrodinâmico não é menos importante, ainda que se considere que o 
arrasto hidrodinâmico relacionado à propulsão é menos dependente da técnica e mais 
relacionado aos parâmetros morfológicos e antropométricos, sendo, assim, mais estável.
O arrasto hidrodinâmico é caraterizado por ser uma força externa que age sobre 
o corpo do nadador, com a mesma direção, porém com sentidos diferentes do vetor 
de deslocamento. Assim, quanto menor for a sua intensidade, maior a velocidade de 
deslocamento se as outras variáveis se mantiverem constantes. Nesse contexto, a 
diminuição do arrasto hidrodinâmico deve ter uma atenção primária em programas de 
treinamento para nadadores.
Uma variedade de fatores pode afetar a intensidade do arrasto hidrodinâmica, 
como fatores morfológicos do nadador, materiais esportivos, caraterísticas do meio e 
técnica do nado. Normalmente, o arrasto hidrodinâmico aumenta quando o nadador 
se encontra mais na posição vertical e faz movimentos laterais. Por isso, os nadadores 
devem manter uma posição horizontal ao se deslocar no meio líquido, tendo, assim, uma 
quantidade menor de correntes de fluido. 
Os nadadores, durante o nado, encaram três tipos de arrasto: arrasto de fricção, 
arrasto de onda e arrasto de pressão. O arrasto de fricção corresponde ao arrasto 
hidrodinâmico gerado como produto da fricção da água com a superfície do corpo do 
nadador em movimento. Quanto maior sua velocidade, maior o arrasto de fricção. O 
arrasto de onda é causado pela oscilação das partículas de água quando o nadador se 
desloca na superfície da água, e de ar – dois meios fluidos com densidades diferentes 
causado oscilação no meio líquido. O arrasto de pressão é causado com a separação 
da camada-limite, tendo como fator um distúrbio no fluido potencial, o que gera uma 
conversão de velocidade de deslocamento em pressão. Então, a velocidade de nado é o 
fator principal para esses componentes de arrasto. 
Os estilos de nado têm suas técnicas específicas, e em cada estilo tem-se uma 
posição corporal e uma sequência de movimento diferentes. Esse posicionamento 
hidrodinâmico é de difícil definição, pois temos nados simultâneos e descontínuos 
(borboleta e peito) e nados alternados e contínuos (crawl e costas), com cada um desses 
nados com sua especificidade de técnica e fases de ciclos gestual, tanto de membros 
superiores quanto inferiores.
5
3 INTRODUÇÃO À APRENDIZAGEM DA NATAÇÃO
Antes de falarmos de processo de aprendizagem, temos que entender a memória. 
O processamento da memória acontece desde a infância, e para o andamento desse 
mecanismo, temos a plasticidade cerebral como essencial para o desenvolvimento. 
O ser humano, chegando na fase adulta, tem na memória uma função importante, 
permitindo a obtenção de habilidades, criando memórias para responder a mudanças 
ao meio em que está inserido. 
Ao analisarmos a plasticidade durante a vida, não há mudanças significativas 
nos neurônios, pois eles são responsáveis por guardar as informações por meio das 
sinapses. Fisiologicamente, as sinapses são produzidas por uma modificação no meio, 
podendo ser um acontecimento externo que conduz essas informações obtidas, 
podendo fornecer outros meios de transmissão, ou um meio prévio de transmissão 
facilitador dos circuitos neurais do encéfalo. Sendo assim, uma vez criados esses meios, 
eles podem ser usados para reproduzir a memória (ANDRADE et al., 2021).
A organização da memória envolve estágios de aquisição, armazenamento e 
evocação. No estágio de aquisição, acontece uma escolha, levando em consideração 
o que realmente chama sua atenção, o que é relevante e o que provoca reações 
emocionas no indivíduo.
O desempenho da memória envolve variados componentes neurais que intervêm 
no dia a dia do indivíduo. Dentro desse processo, chega uma variedade de informações 
ao encéfalo, impulsionado redes neurais e favorecendo, como consequência da 
repetição, um maior acúmulo de informações. 
A evocação é quando adquirimos a memória e já a temos armazenada, e 
agora precisamos usá-la. O uso dessas memórias já guardadas pode ser voluntário ou 
involuntário. O fator emocional pode interferir no processo de evocação das memórias. 
Por exemplo, as memórias adquiridas em situações com fatores emocionais dentro de 
uma aula de natação, sendo elas boas ou ruins, tornarão a evocação mais rápida quando 
o aluno estiver em situações parecidas.A existência de memórias de longo prazo e de curto prazo tem diferenças 
neurofisiológicas distintas. As memórias de curto prazo são consequência dos sinais 
elétricos gerados e dissipados pelos neurônios por meio das sinapses. Por isso, têm 
caraterística rápida, sendo a informação perdida após a utilização. Já as memórias de 
longo prazo produzem mudanças estáveis nas estruturas morfológicas do sistema 
neural, o que possibilita que a memória se mantenha por um longo período.
As memórias de longo prazo incluem as memórias declarativas ou explícitas, 
que se referem à habilidade de guardar acontecimentos, pronunciar palavras, cenas, 
histórias, dentre outros estímulos. A memória explícita é fragmentada em episódica e 
6
semântica. A episódica se refere à memória específica de cada indivíduo, e a semântica 
é um saber sobre acontecimentos universais, em que o contexto sociocultural pode ser 
fator determinante.
Outro tipo de memórias de longo prazo são as memórias não declarativas ou 
implícitas que, diferentemente das anteriores, são manifestadas na execução, não de 
palavras, mas, sim, de movimentos. É dividida em: memória de representação, referindo-
se uma apresentação, antes mesmo da sua compreensão; memórias de procedimentos, 
definidas por hábito e habilidades de uma forma geral; memória associativa e não 
associativa, relacionadas à manifestação de alguns comportamentos. 
A relação existente entre a memória e aprendizagem é complexa e fundamental 
para compreensão de ambas. A memória é uma das funções cognitivas mais importantes 
para a aprendizagem de novos assuntos, tendo impacto positivo no sistema nervoso, 
sendo esses dois processos envolvidos no desenvolvimento do indivíduo, já que ele 
é caraterizado por aquilo que aprende e por suas lembranças (BATISTA DE SOUSA; 
MISKINIS SALGADO, 2015).
Dessa maneira, entendemos que a relação entre memória e aprendizagem é 
existente, sustentando a concepção de que ambos os processos atuam simultaneamente.
No processo de aprendizagem da natação, devemos ter todas essas concepções, 
vistas até aqui como bem distintas, pois esse novo meio onde o indivíduo será inserido 
é, nada mais, nada menos do que mil vezes mais denso do que o ar. Dentro da 
aprendizagem da natação, os primeiros passos são os mais importantes, pois é dentro 
dessa iniciação que o aluno escolhe se vai prosseguir ou não.
Olhando para o aprendizado da natação, vamos observar três movimentos 
diferentes de ensino, que são: idealização global, analítica e sintética. A concepção 
global não tem como objetivo a abordagem de sequências estruturais, mas, sim, visa 
ao instinto de sobrevivência e necessidade de experiência com esse novo meio. A 
concepção analítica tem como objetivo desestruturar os movimentos, transmitindo-o 
em parcelas até chegar ao seu todo. Olhando, agora, para concepção sintética, ela traz 
sua coerência do todo para as partes, ou seja, traz sequências mais objetivas (ZULIETTI; 
LUCIANA; SOUSA, 2002). 
A natação, como qualquer outra disciplina ou qualquer conteúdo a ser aprendido, 
deve sempre partir do mais simples para o mais complexo. Seguindo uma sequência 
evidente, primeiro vem a adaptação ao meio líquido, em segundo lugar, flutuação, 
terceiro, respiração, quarto, propulsão e mergulho elementar.
Na adaptação ao meio líquido, o aluno deve sentir o meio em que está inserido, 
tentando, assim, se sentir mais adaptado a esse meio. Atividades que podem ser 
desenvolvidas para essa adaptação incluem locomoção pela borda da piscina, imersão 
com bloqueio da respiração e movimentação com auxílio de materiais flutuantes.
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Figura 1 – Deslocamento na borda da piscina
Figura 2 – Flutuação em decúbito dorsal com auxílio
Figura 3 – Flutuação em decúbito ventral com auxílio
Fonte: o autor
Fonte: o autor
Fonte: o autor
A flutuação é uma das habilidades mais difíceis de serem desenvolvidas, pois o 
aluno deve estar com sua musculatura bem relaxada para que ela aconteça. A flutuação 
é a capacidade de permanecer com o corpo na superfície da água. Atividades que podem 
ser elaboradas, tendo como objetivo a flutuação, incluem ficar em decúbito dorsal com 
auxílio do professor ou colega. O mesmo pode ser proposto em decúbito ventral e, ainda, 
a flutuação com uma diversidade de materiais que flutuam.
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Figura 4 – Flutuação com auxílio de materiais
Figura 5 – Soltar o ar pela boca
Fonte: o autor
Fonte: o autor
A respiração no meio líquido é essencial para que o aluno consiga se desenvolver 
dentro do aprendizado, pois ela consegue dar uma sensação de bem-estar. Porém a 
respiração no meio líquido é diferente da respiração desenvolvida no dia a dia, pois os 
seus orifícios para inspirar e expirar (boca e nariz) encontrão a água como barreira. No 
meio líquido, a inspiração é feita pela boca, pois tem uma maior capacidade de captação 
de oxigênio. A expiração é feita tanto pelo nariz como pela boca, ou ambos, porém 
preferencialmente pelo nariz, pois se tem, assim, um controle maior da respiração. A 
respiração é primordial para que se dê início aos estilos de nados. Atividades que podem 
ser desenvolvidas tendo como objetivo a respiração são: soprar a água como se fosse 
uma vela, aproximar a boca o mais próximo da água e expirar o ar, expirar com a boca 
com a face submersa, depois, o nariz e, finalmente, ambos.
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Figura 6 – Soltar o ar pela boca e nariz
Figura 7 – Soltar o ar pela boca e nariz com o rosto submerso
Fonte: o autor
Fonte: o autor
A propulsão, que é a capacidade de se locomover no meio líquido com alavancas 
do próprio corpo, envolve ação simultânea de membros inferiores e superiores. Essa 
habilidade é essencial no aprendizado dos nados posteriormente. A noção de propulsão 
deve ser iniciada com noções básicas de impulso com progressões simples. Quando 
focada em membro inferiores, devem ser inseridos deslocamentos específicos de 
movimentos com esses membros. Da mesma forma, nos membros superiores, com 
objetivo específico nesses membros, pois a maior propulsão de nado vem deles. 
Atividades que podem ser desenvolvidas incluem deslizar com impulso da parede 
da piscina, gerando propulsão de ambos os membros com materiais, e travessia de 
obstáculos submersos.
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Figura 8 – Propulsão simultânea dos membros
Figura 9 – Travessia de obstáculos submersos
Fonte: o autor
Fonte: o autor
O mergulho elementar envolve a compreensão das várias formas de entrada 
no meio líquido. Atividades que podem ser desenvolvidas: mergulho em pé, mergulho 
sentado apontando a cabeça para o fundo da piscina, mergulho com os joelhos na 
borda apontando a cabeça para o fundo da piscina, mergulho com um dos joelhos na 
borda e outro sem flexionado com o pé na borda apontando a cabeça para o fundo 
da piscina, mergulho em pé com os pés juntos apontando a cabeça para o fundo da 
piscina, mergulho em pé com os pés alternados apontando a cabeça para o fundo da 
piscina, podendo utilizar uma estratégia de alvo com algum material.
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Figura 10 – Mergulho em pé na posição vertical
Figura 11 – Mergulho sentado
Figura 12 – Mergulho de joelhos com mãos unidas e braços estendidos
Fonte: o autor
Fonte: o autor
Fonte: o autor
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Figura 13 – Mergulho em pé com mãos unidas e braços estendidos
Fonte: o autor
A variedade de intervenções de ensino e aprendizagem será abordada nos 
próximos tópicos, onde entraremos no conceito dos quatro estilos: crawl, costa, peito e 
borboleta. Porém entendemos que nadar é muito mais do que apenas executar esses 
quatro estilos, pois sabemos que sua prática não é datada, se perde no próprio conceito 
de humanidade, muitas vezes sendo uma questão de sobrevivência. Nadar também 
tinha sua questão com a sociedade, com a formação do cidadão. O filósofo Platão falava 
que todo homem culto deve saber ler, escrever e nadar. Devido a sua função primordial, 
a natação deve ser explorada desde essa fase de adaptação ao meio líquido. 
13
Neste tópico, você aprendeu:
• A física, especificamente a hidrodinâmica, influenciao corpo inserido no meio líquido. 
Assim, conhecemos o arrasto hidrodinâmico e conceituamos suas caraterísticas, 
entendendo que a hidrodinâmica deve ser trabalhada dentro do ambiente da 
natação para um melhor desempenho.
• A compreensão do posicionamento hidrodinâmico dos nados é de suma relevância, 
pois todo nado tem suas técnicas específicas, e em cada estilo se tem uma posição 
corporal e uma sequência de movimentos diferentes, com nados simultâneos e 
descontínuos (borboleta e peito) e nados alternados e contínuos (crawl e costas).
• Estratégias de aprendizagem como recursos que permitem exercitar e vivenciar 
experiências que proporcionam a evocação, repetição e possível consolidação 
da memória. Dessa maneira, tal associação depende da inter-relação de células 
neuronais e a maturação do indivíduo, assim como de suas vivências com o meio, 
em conjunto com habilidades como sensação e percepção, relacionadas à memória, 
que contribuem para o desenvolvimento integral da aprendizagem.
• A natação, como qualquer outra disciplina ou qualquer conteúdo a ser aprendido, 
deve sempre partir do mais simples para o mais complexo, seguindo uma sequência 
evidente: primeiro, adaptação ao meio líquido, depois, flutuação, respiração, 
propulsão e mergulho elementar.
RESUMO DO TÓPICO 1
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AUTOATIVIDADE
1 Para que o deslocamento do nadador aconteça no meio aquático, é necessário que, 
a cada movimento dos membros, produza uma força propulsiva igual ou maior do 
que a força de arrasto hidrodinâmico. Os nadadores, durante o percurso de nado, 
enfrentam três tipos de arrasto hidrodinâmicos. Assinale a alternativa CORRETA que 
os apresenta:
 
a) ( ) Arrasto de fricção, arrasto de onda e arrasto de pressão.
b) ( ) Arrasto de fração, arrasto de pêndulo e arrasto de pressão.
c) ( ) Arrasto de fricção, arrasto de pêndulo e arrasto de palmar.
d) ( ) Arrasto de onda, arrasto de volta e arrasto de pressão.
2 Todo estilo de nado tem suas técnicas específicas, e em cada estilo se tem uma 
posição corporal diferente e uma sequência de movimentos diferenciados, por isso 
esse posicionamento hidrodinâmico é de difícil definição. Temos nados simultâneos e 
descontínuos e nados alternados e contínuos. Quais estilos de nados são simultâneos 
e descontínuos e quais são alternados e simultâneos?
a) ( ) Os nados simultâneos e descontínuos são crawl e peito, e os nados alternados e 
contínuos são borboleta e costas.
b) ( ) Os nados simultâneos e descontínuos são costas e crawl, e os nados alternados 
e contínuos são borboleta e peito.
c) ( ) Os nados simultâneos e descontínuos são borboleta e peito, e os nados alternados 
e contínuos são crawl e costas.
d) ( ) Os nados simultâneos e descontínuos são cachorrinho e peito, e os nados 
alternados e contínuos são crawl e borboleta.
3 A relação existente entre a memória e aprendizagem é complexa e fundamental para 
a compreensão de ambas. A memória é uma das funções cognitivas mais importantes 
para a aprendizagem de novos assuntos, tendo impacto positivo no sistema nervoso. 
A organização da memória envolve três estágios. Quais são esses estágios? 
a) ( ) Memória de curto prazo, memória de longo prazo e evocação.
b) ( ) Aquisição, armazenamento e evocação.
c) ( ) Aquisição, memória de curto prazo e memória de longo prazo.
d) ( ) Memória de curto prazo, memória de médio prazo e memória de longo prazo.
4 O aprendizado da natação é de extrema complexidade, pois o indivíduo vai ser 
imerso em um ambiente não comum, mil vezes mais denso do que o ar, e para nos 
locomovermos nesse meio, precisamos de habilidades não desenvolvidas durante o 
cotidiano de um indivíduo que não pratica natação. Dentro dessa adaptação a esse 
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meio líquido e desenvolvimento dessas habilidades não convencionais, devemos 
entender que essa aprendizagem deve sempre partir do mais simples para o mais 
complexo. Nesse contexto, disserte sobre as principais estratégias para que possam 
ser desenvolvidas essas habilidades.
5 Há uma sequência de fatores com mudanças moleculares que incluem estágios 
de obtenção e estabelecimento da aprendizagem. Tais mudanças acontecem de 
maneira definitiva a partir de estímulos e experiências deferidas. Porém, antes de 
falarmos sobre o processo de aprendizagem, temos que entender a memória. O 
processamento da memória acontece desde a infância, quando há a existência de 
memórias de longo prazo e de curto prazo. Dentro desse contexto, disserte sobre as 
principais caraterística de memórias de longo prazo e de curto prazo.
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CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS DOS 
NADOS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, trataremos dos aspectos hidrodinâmicos dos nados, 
em cada nado, separadamente, conhecendo os posicionamentos do corpo em cada 
fase e entendendo cada gesto motor especificamente. 
Abordaremos o nado crawl, pois é quase sempre o primeiro nado a se 
aprender e o mais veloz dentre os quatro estilos. O significado do seu nome é “rastejar”. 
Conheceremos sua posição corporal, principais técnicas de propulsão de braços e 
pernas e coordenação de sequência de movimentos.
 Fundamentaremos o nado costas, quase sempre o segundo nado a se aprender, 
uma sequência bem parecida com a do nado crawl, porém o nadador fica em decúbito 
dorsal (por isso o nome do nado é costas). Conheceremos sua posição corporal, principais 
técnicas de propulsão de braços e pernas e coordenação de sequência de movimentos.
Desenvolveremos o nado peito, de alta complexidade de movimentos, contendo 
movimentos simultâneos e particularidades que apenas esse estilo tem. Já foi chamado 
de nado clássico, e hoje, no processo de aprendizagem, é sempre o terceiro ou quarto 
nado a ser aprendido. Conheceremos sua posição corporal, principais técnicas de 
propulsão de braços e pernas e coordenação de sequência de movimentos.
Trataremos, finalmente, do nado borboleta, um nado considerado, por muitos, de 
alta complexidade de aprendizagem. O seu nome faz jus às caraterísticas do nado, pois 
seus movimentos são muito parecidos com os de uma borboleta. Conheceremos sua 
posição corporal, principais técnicas de propulsão de braços e pernas e coordenação de 
sequência de movimentos. 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
2 CARACTERÍSTICA HIDRODINÂMICAS DO NADO CRAWL
O nado crawl tem uma origem inglesa, com a característica de executar 
braçadas alternadas com movimentos circulares sobre os ombros. O crawl também e 
conhecido como nado livre, porque há uma preferência entre os nadadores em executar 
o nado crawl nas provas de nado livre, pois ele é o mais rápido dos quatro. O nado 
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Crawl é realizado na superfície da água, por movimentos alternados dos membros 
superiores, de maneira que o nadador possa respirar enquanto os membros superiores 
se movimentam alternadamente.
Consequentemente, há uma variedade de trabalhos existentes sobre o nado 
crawl na contemporaneidade, a maior parte reproduzindo o nado de forma semelhante 
e complementar, para que o entendimento da sua execução possa ser ideal (VAN 
HOUWELINGEN et al., 2017).
O nado Crawl é constituído por seus principais movimentos: braçada, pernada e 
respiração. Esses movimentos serão bem detalhados, particularmente fundamentados 
nos relatos da literatura pertinente ao posicionamento do corpo, ações dos braços, ação 
das pernas, sincronização de movimentos de braços e pernas e a respiração.
2.1 POSICIONAMENTO DO CORPO, MEMBROS SUPERIORES 
E INFERIORES NO NADO CRAWL 
A localização do nadador na água, com um olhar da hidrodinâmica no nado 
crawl, consiste na melhora do desempenho do nado, ou seja, melhora de deslize ou 
menos arrasto na água, com o objetivo de reduzir a força de arrasto hidrodinâmico. 
Durante os movimentos de membros inferiores, o objetivo é propulsão e estabilidade, e 
durante os movimentos de membros superiores, o objetivo é de propulsão, dividido em 
três parte principais: tração recuperação e finalização. Olhado para força de propulsão, 
a literatura nos afirma que os membros superiores geram75% mais força propulsiva do 
que membros inferiores (GONJO et al., 2021; SAMSON et al., 2017). 
2.1.1 Posicionamento do corpo no nado crawl
O posicionamento do corpo referente ao nado crawl consiste no corpo do 
nadador em decúbito ventral na superfície da água em posicionamento horizontal, 
com a cabeça em extensão, com a coluna voltada para o fundo da piscina, evitando 
movimentos laterais com a cabeça e o tronco (VAN HOUWELINGEN et al., 2017).
2.1.2 Braçada do nado crawl 
A braçada no nado crawl é dividida em duas fases: aérea e aquática. Durante 
a fase aquática, tem-se uma subdivisão: entrada e alongamento. A entrada da mão 
na água é feita adiante da cabeça, ofertando sempre as ponta dos dedos para entrar 
na água. O alongamento representa a extensão do cotovelo, já embaixo da água 
(GUIGNARD et al., 2017; NARITA; NAKASHIMA; TAKAGI, 2017). 
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Figura 14 – Entrada da mão e alongamento
Figura 15 – Varredura para baixo
Figura 16 – Varredura para dentro
Fonte: o autor
Fonte: o autor
Fonte: o autor
A partir da posição do alongamento, acontecem a varredura para baixo, onde 
acontecem os movimentos pra trás, para baixo e para dentro, até a posição de agarre. 
O posicionamento de agarre, representa na flexão parcial do cotovelo, tendo como 
principal caraterística o cotovelo acima da mão.
A partir da posição de agarre, acontece a varredura para dentro, que é constituída 
pelos movimentos para trás, para dentro e para cima. Corresponde a um movimento circular 
chegando em um posicionamento inferior ao corpo do nadador, e que deve estar na linha 
média ou ultrapassada até que chegue a uma inclinação para dentro e para cima. 
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Ao final da varredura para dentro, inicia-se a varredura para cima, que 
é constituída pelos movimentos para trás, para fora e para cima, que corresponde 
ao segundo movimento propulsivo da braçada do nado crawl. O movimento é um 
deslocamento semicircular da mão, apartado do momento final da varredura para 
dentro, até perto da superfície da água. 
Figura 17 – Varredura pra cima
Figura 18 – Liberação
Fonte: o autor
Fonte: o autor
A segunda parte da braçada do nado crawl, chamada de fase aérea, é subdividida 
em duas partes: liberação e recuperação. O movimento de liberação condiz com o 
rompimento da superfície da água por meio do cotovelo antes da mão. A palma da 
mão deve estar voltada para dentro, de maneira que possa se mover até a superfície. O 
cotovelo rompe a superfície da água. Sequencialmente, vem o antebraço e a palma da 
mão, finalizando o movimento de rompimento com a mão próxima à coxa. 
O movimento de recuperação consiste em direcionar o braço por cima da água 
após o movimento de liberação, sustentando-o relaxado e posicionando-o para o 
próximo movimento de entrada na água. A recuperação ocorre em ritmo único, sendo 
flexionada a articulação do cotovelo, com movimento leve por cima da água.
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Figura 19 – Recuperação
Figura 20 – Movimentos das pernas
Fonte: o autor
Fonte: o autor
2.1.3 Pernada do nado crawl
A pernada do nado crawl é fundamentada em movimentos para cima e para 
baixo, alternado os movimentos de ambas as pernas. O movimento da primeira perna 
começa durante a recuperação da outra perna, tendo uma flexão do quadril e, em 
seguida, uma extensão do joelho. O movimento da segunda perna deve ser para cima, 
com a extensão do quadril.
2.1.4 Coordenação de braços e pernas do nado crawl 
A sincronização de braços e pernas é de extrema importância para o 
desenvolvimento do nado crawl, pois temos que pensar no nado com ambas as 
alavancas propulsoras, tendo em mente uma coordenação com gestos rítmicos entre 
essas alavancas, em que se tem um ritmo entre os membros inferiores e superiores 
intimamente relacionados, ou seja, uma complexa sinfonia de movimentos para o nado.
O ritmo de pernada consiste nos números de movimento das pernas por ciclo de 
braçadas. Contemporaneamente, os nadadores utilizam diversos ritmos de pernadas, ten-
do, como exemplo, pernadas de seis, quatro e dois tempos, dependendo do estilo da prova. 
Há nadadores capazes de utilizar variados ritmos de pernadas em uma mesma prova.
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 No que se refere à sincronização de braço direito e esquerdo, os dois mantêm 
uma ligação necessária um com o outro, sendo fundamentada pela coordenação do 
ciclo dos braços e passagens discretas de uma fase de braçada para outra.
A coordenação dos braços no nado crawl pode ser calculada pela diferença de 
tempo do começo da ação propulsora de um dos braços e o final da ação propulsora 
do outro braço, intitulada de índice de coordenação. Esse índice de coordenação é 
subdivido em três padrões com caraterísticas bem diferenciadas, que são: coordenação 
por oposição, coordenação por deslizamento e coordenação por sobreposição (NARITA; 
NAKASHIMA; TAKAGI, 2017; TAKAGI et al., 2016). A caraterística da coordenação por 
oposição é ter uma ação propulsiva constante entre os braços, sendo conhecida como 
braçada alternada. Quanto à coordenação por deslizamento, a sua principal característica 
é o atraso entre a ação propulsiva entre os braços. Já a coordenação por sobreposição 
tem como caraterística principal a ação propulsiva de ambos os braços.
Tais estilos de índices de coordenação variam em função da velocidade do nado, 
se é um atleta de fundo ou de raso, distância da prova e nível técnico de habilidades do 
nadador, tendo como padrões: iniciante, intermediário e avançado.
Figura 21 – Início da respiração e finalização da respiração
Fonte: o autor
2.1.5 Respiração do nado crawl 
A respiração no nado crawl acontece entre a coordenação dos braços, funda-
menta-se na realização da inspiração no decorrer da segunda varredura propulsiva, em 
seguida, o retorno do rosto do nadador à água antes da segunda fase de recuperação. A 
expiração deve ser feita ao longo do período restante de ciclo de braçada. O movimento 
da cabeça na respiração é realizado em conjunto com a propulsão, devendo ser realiza-
do pela boca e nariz num tempo indefinido.
Inicialmente, a inspiração é realizada de forma padronizada pela boca e, logo em 
seguida, a expiração pela boca e nariz. O ciclo respiratório conclui-se com a expiração 
severa do ar pela boca ou nariz no instante que a boca se libera da água para iniciar uma 
nova inspiração. O padrão mais comum da respiração é unilateral, no qual se inspira 
apenas de um lado, e há o bilateral, no qual se inspira em ambos os lados.
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O uso da respiração bilateral se dá quando se tem a partir de três ou mais 
braçadas, em um número ímpar, para uma respiração, que é usada para melhora da 
simetria dos braços durante o nado. Além disso, é uma estratégia para que o nadador 
possa olhar seus adversários em ambos os lados.
3 CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS DO NADO 
COSTAS 
O nado costas progrediu do nado peito, como todos os nados, sofrendo 
modificações, como cachorrinho de costas, nado de peito invertido, nado de costas 
com a braçada dupla, nado para salvamento e outras maneiras de se sustentar na água 
em decúbito dorsal ao longo da história. Considerado o terceiro nado mais rápido, atrás 
apenas do crawl e borboleta, tem um tom energético bem parecido com o nado crawl, 
quando nadado em alta velocidade.
O nado costas tem um papel significativo na saúde, sendo recomendado por 
profissionais da área da saúde para correções posturais e tratamento e prevenções de 
patologias. Recomenda-se nadar o estilo costa para contribuição na recuperação de 
músculos e tendões, introduzido entre séries grandes dos estilos crawl e borboleta.
Dentro da literatura científica encontram-se variedades de definições sobre o 
nado costas. Nosso intuito é apresentar a maior parte dessa literatura para compreensão 
de cada fase do nado e utilização das técnicas, independentemente do nome dado a 
cada movimento em meio ao material científico que futuramente se venha a ter contato. 
3.1 POSICIONAMENTO DO CORPO, MEMBROS SUPERIORES 
E INFERIORES NO NADO COSTAS
 
O posicionamento do nadador na água, com um olharda hidrodinâmica no nado 
costas, consiste na melhora do desempenho do nado, ou seja, melhora de deslize ou 
menos arrasto na água, com o objetivo de reduzir a força de arrasto hidrodinâmico. 
Durante os movimentos de membros inferiores, o objetivo é propulsão e estabilidade, e 
durante os movimentos de membros superiores, o objetivo é propulsão. O nado costas 
pode ser caraterizado por posição corporal, respiração, braçada, sincronia dos braços, 
sentido do movimento das pernas e sincronização de braços e pernas.
3.1.1 Posicionamento do corpo no nado costas 
O posicionamento no nado costas consiste no corpo do nadador em decúbito 
dorsal e em relação à superfície da água em posicionamento horizontal. Os ombros 
servem de referência para que o quadril e membros inferiores fiquem dentro de uma 
24
linha imaginária no decorrer de todo o nado. A cabeça deve ficar dentro da água e a 
face deve ficar fora da água, e o olhar deve se manter fixo para trás e para cima (VAN 
HOUWELINGEN et al., 2017). 
A movimentação dos braços no nado costas é alternada – enquanto um 
braço se movimenta para baixo, o outro se movimenta para cima, fazendo com que o 
nadador tenha deslocamentos laterais. Para que o corpo não perca seu alinhamento, é 
necessário o rolamento: o nadador tem que rolar seu corpo no mesmo sentido em que 
o braço está se movimentando. O rolamento tem que ter cerca de 45° para ambos os 
lados, e a cabeça é a única que não se move durante o nado (GUIGNARD et al., 2017).
3.1.2 Braçada do nado costas 
Os movimentos dos braços são alternados, com a fase propulsiva semelhante à 
letra “S”, que também é chamada de fase aquática, na qual os braços se movimentam 
submersos. Temos também a fase de recuperação, com os cotovelos estendidos e 
alinhados com os ombros, e que também é chamada de fase aérea, na qual os braços 
se movimentam fora da água.
A sequência da braçada do nado costas iniciam-se pela fase aquática, quando 
a primeira varredura para baixo acontece. O braço penetra na água com o cotovelo 
estendido e à frente do ombro, com a palma da mão virada para a mão que está com o 
sentido para fora. No momento da penetração, há uma rotação até ficar pendente para 
baixo e para trás, viabilizando o início do agarre.
Figura 22 – Primeira varredura para baixo e início do agarre
Fonte: o autor
Os cotovelos têm de flexionar aos poucos no decorrer de toda a varredura para 
baixo. Essa primeira fase é relevante para o posicionamento do nadador, porém não é a 
fase mais propulsiva.
A primeira varredura para cima é uma fase significativamente propulsiva da 
parte aquática da braçada, que começa no momento que acontece o agarre. O cotovelo 
segue a se flexionar no decorrer de toda essa fase da braçada, tendo como sequência a 
25
Figura 23 – Primeira varredura para cima
Figura 24 – Segunda varredura para baixo
Fonte: o autor
Fonte: o autor
palma da mão virada pra cima até que se encontre inclinada para cima e para dentro, até 
concluir o movimento, no qual a mão deve ficar alinhada com o antebraço no decorrer de 
toda a movimentação. Essa fase se encontra totalmente relacionada com o movimento 
de rolamento de ombro.
A segunda varredura para baixo é iniciada quando a primeira varredura para 
cima está chegando a sua finalização. No momento que a mão passa pelo seu ponto 
máximo da varredura para cima, ou seja, a linha do ombro, o braço faz tração para 
baixo e para trás, até que o cotovelo esteja estendido com a mão na parte inferior da 
coxa. A palma da mão deve estar voltada para baixo, na direção do fundo da piscina, na 
finalização do movimento.
A segunda varredura para cima é iniciada após a finalização da segunda 
varredura para baixo, quando a mão se movimenta para trás, para dentro e para cima, 
partindo no sentido da superfície. Essa varredura para cima é finalizada quando a mão 
fica próxima à parte posterior da coxa, tendo que permanecer com o cotovelo estendido 
no decorrer de todo o movimento.
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Figura 25 – Segunda varredura para cima
Fonte: o autor
A fase aérea se inicia quando termina a última fase aquática, quando a primeira 
parte de recuperação acontece, conhecida como liberação. Na liberação, a palma da 
mão deve ficar voltada para dentro, na direção do corpo do nadador, e movimentar-se 
para a superfície, rompendo a água com a mão, tendo o polegar voltado para cima, para 
reduzir a área de contato com a água.
 A fase de recuperação é iniciada após a finalização da liberação. A 
movimentação do ombro ajuda a elevar o braço para a superfície da água com o mínimo 
de gasto energético. Na recuperação, deve-se manter o cotovelo estendido e bem 
próximo da linha medial do corpo, reduzindo, assim, qualquer predisposição da braçada, 
de desalinhar o quadril e as pernas do nadador. Na primeira parte da recuperação, o 
nadador deve manter a palma da mão voltada para dentro e, na segunda parte, a palma 
da mão deve estar voltada para fora. O nadador deve usufruir dessa fase para poupar 
energia, executando-a com velocidade, mas sem uso de força excessiva.
Figura 26 – Liberação e recuperação
Fonte: o autor
A fase de entrada é iniciada após a finalização da recuperação, quando a palma 
da mão deve estar voltada para fora e a frente do ombro, com o cotovelo estendido. 
O braço e o antebraço chegam à água antes da mão, ofertando o dedo mínimo para 
penetração da superfície da água.
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Figura 28 – Pernada
Fonte: o autor
Figura 27 – Entrada
Fonte: o autor
A coordenação dos braços é intercalada com as fases aquática e aérea: 
quando um dos braços está na fase de recuperação e entra na água, o outro braço está 
terminado a fase propulsiva e saindo na superfície da água. Sendo assim, os braços não 
se encontram. 
3.1.3 Pernada do nado costas 
A pernada no nado costas corresponde a impulsos alternados diagonais 
das pernas, chamados de pernadas para cima e pernadas para baixo. A pernada para 
cima é iniciada quando o pé atravessa a parte de baixo da linha do corpo do nadador 
simultaneamente a uma flexão do quadril, flexão do joelho, com os pés em flexão 
plantar e inversão. Em continuação, com extensão do joelho, e finalizando com a flexão 
segmentária dos pés.
Tendo em vista a pernada para baixo, que é iniciada quando a finalização da 
pernada para cima está próxima, uma modesta extensão do quadril conserva a perna 
em movimento até que obtenha um plano inferior à linha do corpo. Nesse momento, é 
possível que a perna não gere propulsão.
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A pernada do nado costas desempenha papéis importantes, como propulsão e 
alinhamentos lateral e horizontal do nadador por meio de seus movimentos diagonais. 
Esses movimentos propulsivos e diagonais das pernas são conhecidos, também, como 
pernadas de adejamento. 
3.1.4 Coordenação de braços e pernas no nado costas
A coordenação de braços e pernas no nado costas, em sua maior parte, usa 
uma sincronização de seis tempos de batimentos de perna para um ciclo de braçada. 
Essa cadência de pernas tem como razão o fato de as provas do nado costa serem 
curtas, tendo como maior distância 200 metros. No entanto, não há regra para isso. O 
nadador pode usar ritmos diferentes de pernadas para cada ciclo de braçada. 
3.1.5 Respiração no nado costas 
A respiração é dividida em inspiração e expiração. A inspiração deve ser realizada 
pela boca, pois é o orifício maior, tendo uma maior captação de oxigênio e uma menor 
probabilidade de entrada da água nas cavidades do nariz. Já expiração deve ser feita ou 
pelo nariz ou pela boca. É mais recomendado pelo nariz, pois no momento de expiração 
pela boca, pode-se expelir gotículas de água que entram na cavidade nasal. É orientado 
que a inspiração aconteça no decorrer da recuperação de um dos braços e a expiração 
no decorrer da recuperação do outro. 
4 CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS DO NADO 
BORBOLETA 
O nado borboleta é o mais novo nado dentre os quatro estilos. Esse estilo nasceu 
em decorrência de falhas nas regras da Federação Internacional de Natação (Fina). A Fina 
não tinhauma definição clara das regras do nado peito, deixando uma lacuna para saída 
dos braços fora da água, sem que nenhuma regra fosse desrespeitada. Sendo o segundo 
nado mais rápido, só fica atrás do nado crawl. É o nado com maior gasto energético.
O nado borboleta é bem parecido com o nado crawl, tendo como principal 
diferença a ação simultânea e descontínua. No decorrer do nado, há uma fase de 
pernada, na qual o movimento é realizado somente pelas pernas, e outra fase com 
braçadas e pernadas ao mesmo tempo. Assim, realizam-se duas pernadas para uma 
braçada (OPTIMIZATION; COE, 2000). 
Dentro da literatura científica, encontram-se variedades de definições sobre 
o nado borboleta. O intuito é apresentarmos a maior parte dessa literatura para 
compreensão de cada fase do nado e utilização das técnicas, independentemente do 
nome dado a cada movimento em meio ao material científico com o qual, futuramente, 
você venha a ter contato. 
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4.1 POSICIONAMENTO DO CORPO, MEMBROS SUPERIORES 
E INFERIORES NO NADO BORBOLETA 
O posicionamento do nadador na água, com um olhar da hidrodinâmica no nado 
borboleta, consiste na melhora do desempenho do nado, ou seja, melhora de deslize 
ou menos arrasto na água, com o objetivo de reduzir a força de arrasto hidrodinâmico 
(OPTIMIZATION; COE, 2000). Durante os movimentos de membros inferiores, o objetivo 
é propulsão e estabilidade, e durante os movimentos de membros superiores, o objetivo 
é de propulsão. O nado borboleta pode ser caraterizado por ter um maior tempo de 
propulsão, pois ocorrem braçadas e pernadas simultâneas. Conhecido também como 
nado golfinho, pois tem uma movimentação ondulante do corpo semelhante à do animal.
4.1.1 Posicionamento do corpo no nado borboleta
O posicionamento do corpo referente ao nado borboleta consiste no corpo do 
nadador em decúbito ventral, com movimentos ondulantes, sem rolamentos, cabeça 
submersa e queixo perto do peito, olhando para baixo e para a frente.
A posição do corpo no nado borboleta é modificada durante o nado. Há três po-
sições que o corpo do nadador manifesta no decorrer de cada ciclo de braçadas, que 
têm função importante no desempenho do nado. A primeira posição é de alinhamento, 
na qual o corpo tem que ficar o mais alinhado possível durante as fases de propulsão do 
braço. A segunda posição é do quadril para cima, na qual o quadril do nadador deve se 
mover para cima e para frente por cima da água durante a primeira pernada para baixo. 
A terceira posição é quadril para baixo, na qual o quadril não deve subir à superfície da 
água na segunda pernada para não atrapalhar a fase de recuperação (TAÏAR et al., 1999). 
Figura 29 – Posição de alinhamento, quadril para cima e quadril para baixo
Fonte: o autor
4.1.2 Braçada do nado borboleta
Os movimentos dos braços no nado borboleta são em circundação simultânea, 
com movimentos de propulsão e recuperação bem parecidos com o do nado crawl, com 
duas fases bem distintas: fase aérea e fase aquática. Na fase aérea, os braços estão fora 
30
da água. Isso significa que, nesse momento, não há propulsão com participação dos bra-
ços. Na fase aquática, os braços estão submersos na água. Isso significa que, nesse mo-
mento, há propulsão gerada pelos braços (OPTIMIZATION; COE, 2000; TAÏAR et al., 1999).
A sequência de braçadas no nado borboleta vai ser abordada inicialmente pelo 
ataque, movimento não propulsivo que tem início com os braços fora da água, ou 
seja, fase aérea, tendo partida da linha do ombro até o momento da entrada da mão 
na água, com as mãos próximas à medida dos ombros. É realizado com os cotovelos 
estendidos e com os dedos polegares apontando para baixo. O ataque pode ser dividido 
em entrada e deslize (TAÏAR et al., 1999). Na entrada, as mãos devem atingir a água à 
frente da cabeça do nadador, com os braços na largura do ombro e com os cotovelos 
estendidos. No deslize, os cotovelos ficam estendidos, deslocando-se para baixo e à 
frente da cabeça, a 30 cm de começar a varredura para fora.
Figura 30 – Ataque, entrada e deslize
Figura 31 – Varredura para fora
Fonte: o autor
Fonte: o autor
A varredura para fora é considerada um movimento menos propulsivo, com 
início logo ao término do ataque. As mãos se deslocam para frente e para fora até que se 
encontrem longe do alinhamento dos ombros, quando as palmas das mãos devem virar 
para fora e para trás quando os braços chegarem próximos do final da varredura para 
fora. Essa fase é denominada momento “Y”, em razão de que os braços do nadador, no 
final dessa fase, se parecem com a letra Y. 
31
Figura 32 – Agarre
Figura 33 – Varredura para dentro
Fonte: o autor
Fonte: o autor
O agarre, também chamado de catch, é constituído por uma flexão palmar 
de 45°. Durante a braçada submersa, tem início a propulsão e chega-se ao final da 
varredura para fora. 
A varredura para dentro é iniciada logo após o agarre, quando o nadador sai da 
posição Y e impõe força sobre a água para baixo e para dentro, aumentando a velocidade 
do braço, tendo uma flexão gradativa dos braços com início, aproximadamente, em 50°, 
até uma flexão perto de 90° a 100°, quando há uma proximidade das mãos abaixo do 
nadador, chegando em uma posição chamada “diamante”.
A varredura para cima é iniciada logo após a varredura para dentro, sendo a 
fase mais propulsiva do nado, quando o desempenho máximo do nado acontece. Há 
uma extensão do cotovelo para dentro e para fora, a 45°, acontecendo movimentos 
semicirculares para fora, para trás e para cima no sentido da superfície da água. As 
mãos devem virar para fora e permanecer na posição até o final dessa fase.
32
Figura 34 – Varredura para cima
Figura 35 – Liberação
Fonte: o autor
Fonte: o autor
A liberação é iniciada logo após a varredura para cima, sendo uma fase não 
propulsiva, que deve ser executada antes que as mãos cheguem à superfície e os 
cotovelos estejam totalmente estendidos. O nadador deve virar as palmas das mãos 
para dentro, no sentido das pernas, para que as mãos possam deslizar para cima e para 
fora da superfície da água com pouca agitação. 
A recuperação é iniciada logo após a liberação, sendo uma fase não propulsiva, 
na qual os braços emergem e perdem o contato com a água, com o dedo mínimo 
apontado para cima, deslocando-se para cima e para frente, o mais perto da água 
possível, até que se encontram à frente dos ombros para dar início à fase de ataque. 
A recuperação pode ser executada de maneiras diferentes, como com os cotovelos 
estendidos ao decorrer de todo o movimento, com os cotovelos estendidos na primeira 
metade e flexionados na segunda metade ou flexionados no decorrer de toda a fase.
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Figura 36 – Recuperação
Fonte: o autor
Durante toda a fase aquática, as mãos são apontadas sempre para a direção 
em que a água precisa ser deslocada. Melhor dizendo, se a água tem que ser movida 
para fora, a mão tem que estar voltada para fora. Se a água tem que ser movida para 
dentro, a mão tem que estar voltada para dentro. A mão tem ação dinâmica em toda a 
fase aquática do nado.
4.1.3 Pernada do nado borboleta
A pernada do nado borboleta, também conhecida como golfinhada ou pernada 
do golfinho, fundamenta-se em uma pernada dupla para cima (fase ascendente) e uma 
pernada dupla para baixo (fase descendente).
A pernada para baixo prove um movimento de flexão plantar e inversão dos 
pés, com joelhos pouco flexionados no começo do movimento. A água se desloca para 
trás com a parte de cima do pé, havendo uma extensão gradual dos joelhos, e também 
um afastamento entre os joelhos no começo da pernada. Em razão do posicionamento 
dos pés para dentro, logo se juntam novamente no final da extensão (TAÏAR et al., 1999). 
A movimentação é semelhante ao chute no caratê, porém realizada com as pernas 
unidas e simultaneamente.
Figura 37 – Pernada para baixo
Fonte: o autor
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A pernada para cima é executada com extensão de joelhos e pernas unidas, 
com os pés bem próximos e sem estarem virados para dentro. A extensãoconstante 
dos quadris e dos joelhos permanece até que cheguem acima do nível do corpo do 
nadador, onde a musculatura anterior da coxa deve se manter relaxada, assim como os 
pés (TAÏAR et al., 1999). 
Figura 38 – Pernada para cima
Fonte: o autor
4.1.4 Coordenação de braços e pernas no nado borboleta
Durante a coordenação de braços e pernas no nado borboleta, são executados 
dois ciclos de pernada para um ciclo de braçada. A primeira pernada é para baixo e tem 
que ser executada no decorrer da entrada, e a varredura para fora, sendo a mais longa e 
com uma elevação maior do quadril. É vista como a pernada principal, pois tem o papel 
de gerar propulsão para o ganho de velocidade.
A segunda pernada é para baixo e tem que ser simultânea com a varredura para 
cima. Também vista como pernada secundária, sendo mais curta e mais rápida, tem o 
papel de estabilizar o corpo durante o nado.
4.1.5 Respiração no nado borboleta
A respiração no nado borboleta acontece de duas maneiras: frontal e lateral. 
Havendo a elevação da cabeça, haverá a respiração frontal. Havendo a rotação da 
cabeça, haverá a respiração lateral, com a boca o mais perto da água possível. O rosto 
deve romper a superfície da água no decorrer da varredura para cima (OPTIMIZATION; 
COE, 2000). A inspiração acontece entre a fase de propulsão dos braços, quando as 
mãos estão submersas. O retorno da face à água ocorre durante a segunda metade da 
fase de recuperação, ou seja, antes que as mãos do nadador retornem à água.
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Figura 39 – Iniciação da respiração e finalização da respiração
Fonte: o autor
No momento em que não houver a respiração, a cabeça do nadador deve ser 
levada para a superfície, porém seu rosto deve permanecer submerso no decorrer de 
todo o ciclo de braçada. Algumas frequências de respiração são comuns para o nado 
borboleta: 1 por 1, na qual se tem um ciclo de braçada para uma respiração; 2 por 1, na 
qual se tem dois ciclos de braçadas para uma respiração; e 3 por 1, na qual se tem três 
ciclos de braçadas para uma respiração.
5 CARACTERÍSTICAS HIDRODINÂMICAS DO NADO PEITO 
O nado peito tem um papel importante para natação, pois os nados foram 
desenvolvidos a partir dele. Sendo assim, o primeiro nado a ser utilizado em competições, 
chamado de nado peito inglês ou nado clássico, era caraterizado pela movimentação 
muito ampla dos braços e das pernas e uma intercadência entre os membros. É o nado 
que mais teve alterações nas regras e técnicas e passou por várias fase e nomes.
O nado peito, como o nado borboleta, tem ação simultânea e descontínua. O 
nado é caraterizado pela ação forte das pernas e um deslize de braço à frente, sendo 
obrigatória a saída da cabeça da água a cada ciclo de braçada. 
Dentro da literatura científica, encontram-se variedades de definições sobre o 
nado peito. O intuito é apresentar a maior parte dessa literatura para compreensão de 
cada fase do nado e utilização das técnicas, independentemente do nome dado a cada 
movimento na literatura disponível.
5.1 POSICIONAMENTO DO CORPO, MEMBROS SUPERIORES 
E INFERIORES NO NADO PEITO
O nado peito é considerado o mais lento em relação aos outros nados, pois o 
seu posicionamento oferece uma maior resistência da água. Sendo assim, é um nado 
simultâneo, porém o movimento das pernas é totalmente diferente do movimento dos 
outros nados, e os braços só têm fase aquática. 
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Dentro do nado peito, também temos o movimento de filipina, um deslize 
submerso nas saídas e viradas do nado peito. A regra contemporânea permite uma 
golfinhada antes do início do nado. A maioria dos atletas da atualidade está adotando 
movimentos mais ondulantes durante todo o nado (CHAINOK et al., 2021).
5.1.1 Posicionamento do corpo no nado peito
O posicionamento do corpo no nado peito consiste em permanecer em decúbito 
ventral, tendo uma pequena inclinação em que a cabeça fica mais alta que as pernas. 
A cabeça deve ficar levemente submersa e inclinada. O posicionamento do corpo do 
nadador é radicalmente mudado no momento da respiração, quando se tem uma 
posição bem diagonal do corpo do nadador.
5.1.2 Braçada do nado peito
Os movimentos dos braços no nado peito são simultâneos e submersos, 
havendo uma subdivisão em quatro etapas: pegada, puxada, finalização e recuperação. 
Na fase da pegada, com os cotovelos estendidos à frente dos ombros e com as mãos 
viradas para fora, há movimentos para a lateral e para baixo; na fase da puxada, os 
braços empurram a água para baixo e para as laterais; a fase finalização é o momento 
em que os cotovelos ficam perto da linha do ombro; na fase de recuperação, ocorre 
a extensão total dos cotovelos à frente da cabeça do nadador (CHAINOK et al., 2021; 
NAEMI; EASSON; SANDERS, 2010; SANDERS et al., 2015).
Figura 40 – Pegada e puxada
Fonte: o autor
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Figura 41 – Finalização e recuperação
Fonte: o autor
5.1.3 Pernada do nado peito
O movimento das pernas no nado peito corresponde à ação simultânea das 
pernas, tendo um afastamento lateral e deslocando a água para trás, para baixo e 
lateralmente. É subdividido em três fases de pernada: fase de impulso, na qual as 
articulações coxofemorais se encontram flexionadas em um ângulo aproximado de 
130°, as pernas ficam bem abaixo da superfície da água, os pés apontam para a lateral e 
os joelhos ficam separados, aproximadamente, a uma distância do tamanho da cintura 
pélvica; fase da deslize ou pausa, a qual tem início ao término do impulso, com a 
musculatura dos membros inferiores relaxada sobre a superfície da água, voltando à 
posição hidrodinâmica; e fase de apoio, que é a fase inicial do movimento, na qual as 
pernas e os pés em relaxamento vão em sentido da superfície da água, ficando próximos 
da pélvis. Após essa movimentação, os pés do nadador ficam apontados para a lateral 
e passam, agora, para o momento de impulso (CHAINOK et al., 2021; NAEMI; EASSON; 
SANDERS, 2010; SANDERS et al., 2015).
Figura 42 – Impulso e pausa
Fonte: o autor
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Figura 43 – Apoio e volta para fase de impulso
Fonte: o autor
5.1.4 Coordenação de braços e respiração do nado peito 
O nado peito, diferentemente dos outros nados, não tem uma ligação de 
movimentos entre braços e pernas. Porém essa coordenação se liga diretamente com 
a respiração. A inspiração do nado peito ocorre no momento em que houver elevação 
frontal da cabeça, feita pela boca, e a expiração é feita com a cabeça já submersa, com 
a boca, nariz ou ambos.
A coordenação entre braços e respiração acontece quando a projeção da cabeça 
é feita para inspiração, no mesmo momento em que tem início a puxada. Ao concluir a 
inspiração, a cabeça volta para a água juntamente com os braços, acontecendo a expiração.
Figura 44 – Sincronização de braços e respiração
Fonte: o autor
5.1.5 Coordenação de pernas e respiração do nado peito
A coordenação entre pernas e respiração ocorre quando se inicia a subida 
da cabeça, simultaneamente com a flexão dos joelhos. Com a propulsão gerada pela 
pernada do nado peito, a volta da cabeça para a água acontece com a expiração.
A fases da coordenação do nado peito são: preparação, em que o corpo deve ficar 
em uma posição totalmente hidrodinâmica e, logo em seguida, a fase de execução, na 
qual se tem a elevação da cabeça simultaneamente com os calcanhares para cima, pés 
flexionados e virados lateralmente. No decorrer do movimento, a cabeça abaixa, as pernas 
se estendem e impulsionam o nadador para frente, quando acontece o deslize e a expiração. 
39
Figura 45 – Sincronização de pernas e respiração
Fonte: o autor
5.1.6 Filipina do nado peito 
A filipina é o nome dado a um conjunto de movimentos submersos que 
complementam o nado peito. Com esse movimento, se tem uma melhora na velocidade 
das provas de nado peito, pois sabemos que esse estilo não é o mais veloz. A filipina 
diminui a resistência da água sobre o nadador, pois o nado peito se trata de movimentos 
com alta resistência da água, até pelo seu posicionamento. 
A filipina pode ser dividida em três fasesde deslize: o primeiro deslize ocorre 
logo após a saída e virada, quando se tem o impulso do bloco de partida ou da borda da 
piscina; o segundo deslize ocorre após a puxada longa com os braços, acarretando 
uma grande propulsão; o terceiro deslize acontece quando se tem a recuperação dos 
braços e a pernada de finalização, onde se inicia o ciclo do nado peito (NAEMI; EASSON; 
SANDERS, 2010; SANDERS et al., 2015). 
Figura 46 – Primeiro, segundo e terceiro deslize
Fonte: o autor
40
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Principais diferenças, técnicas e caraterísticas hidrodinâmicas de cada estilo 
de nado, como movimentação de membros inferiores e superiores, respiração e 
coordenação de ambos os nados sequencialmente.
• A compreensão hidrodinâmica do nado crawl, como posicionamento corporal, 
principais técnicas de propulsão de braços e pernas e coordenação de sequência 
de movimentos, sendo também um dos primeiros nados a se aprender e o mais 
rápido entre os estilos. 
• A compreensão hidrodinâmica do nado costas, como posicionamento corporal, 
principais técnicas de propulsão de braços e pernas e coordenação de sequência 
de movimentos, sendo quase sempre o segundo nado a ser aprendido e o único 
nado em que o nadador fica em decúbito dorsal. 
• A compreensão hidrodinâmica do nado peito, como posicionamento corporal, prin-
cipais técnicas de propulsão de braços e pernas e coordenação de sequência de 
movimentos, tendo uma complexidade de movimentos simultâneos e particulari-
dades que apenas o estilo peito tem.
• A compreensão hidrodinâmica do nado borboleta, como posicionamento corporal, 
principais técnicas de propulsão de braços e pernas e coordenação de sequência 
de movimentos, e que seu nome faz jus às caraterísticas do nado, com movimentos 
que são muitos parecidos com os de uma borboleta.
41
AUTOATIVIDADE
1 O estilo crawl é composto por braçada, pernada, posição corporal e respiração e pela 
interação entre esses componentes e subdivisões. Analisado a divisão e subdivisão 
das fases de braçada, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Fase terrena: entrada, alongamento, varredura para baixo, agarre, varredura pra 
dentro e varredura pra cima. Fase aérea: liberação e recuperação.
b) ( ) Fase aérea: entrada, alongamento, varredura para baixo, agarre, varredura pra 
dentro e varredura pra cima. Fase aquática: liberação e recuperação.
c) ( ) Fase aquática: entrada, alongamento, varredura para baixo, agarre, varredura pra 
dentro e varredura pra cima. Fase aérea: liberação e recuperação. 
d) ( ) Fase aquática: recuperação, liberação, varredura para baixo, agarre, varredura pra 
dentro e varredura pra cima. Fase aérea: entrada e alongamento.
2 O estilo costas é composto por braçada, pernada, posição corporal, respiração e a 
interação entre esses componentes e subdivisões. Analisando a divisão e subdivisão 
das fases da braçada, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Fase aérea: primeira varredura para baixo, primeira varredura para cima, segunda 
varredura para baixo e segunda varredura para cima. Fase aquática: recuperação 
e entrada.
b) ( ) Fase aquática: primeira varredura para baixo, primeira varredura para cima, 
segunda varredura para baixo e segunda varredura para cima. Fase aérea: 
liberação, recuperação e entrada.
c) ( ) Fase de entrada: primeira varredura para baixo, primeira varredura para cima, 
segunda varredura para baixo e segunda varredura para cima. Fase aquática: 
liberação, recuperação e aérea.
d) ( ) Fase aquática: primeira varredura para baixo, liberação, segunda varredura para 
baixo e recuperação. Fase aérea: primeira varredura para cima, segunda varredura 
para cima e entrada.
3 O posicionamento referente ao nado borboleta consiste no corpo do nadador em 
decúbito ventral, com movimentos ondulantes, sem rolamentos, a cabeça submersa 
e queixo perto do peito, olhando para baixo e para frente. O posicionamento do 
corpo no nado borboleta é modificado durante o nado. Há três posições que o corpo 
do nadador manifesta no decorrer de cada ciclo de braçadas. Quais são essas três 
posições que o corpo assume no nado borboleta?
a) ( ) Posição do corpo alinhado, posição do quadril para cima e posição do quadril para 
baixo. 
42
b) ( ) Posição do quadril para lateral, posição do quadril para cima e posição do quadril 
para baixo.
c) ( ) Posição do corpo desalinhado, posição do quadril para lateral e posição do quadril 
para baixo.
d) ( ) Varredura para dentro, posição do corpo alinhado e posição do quadril para cima.
4 O nado peito tem um papel importante para a natação, pois os nados foram 
desenvolvidos a partir dele. Sendo assim, o primeiro nado a ser utilizado em 
competições, chamado de nado peito inglês ou nado clássico, era caraterizado pela 
movimentação muito ampla dos braços e das pernas e uma intercadência entre os 
membros. Foi o nado que mais teve alterações nas regras e técnicas e passou por 
várias fase e nomes. Tendo o entendimento dos movimentos utilizados, defina o estilo 
do nado peito.
5 Os movimentos dos braços no nado borboleta são de circundação simultânea, com 
movimentos de propulsão e recuperação bem parecidos com os do nado crawl, com 
duas fases bem distintas, fase aérea e fase aquática. Na fase aérea, os braços estão 
fora da água. Isso significa que, nesse momento, não há propulsão com participação 
dos braços. Na fase aquática, os braços estão submersos na água. Isso significa 
que, nesse momento, a propulsão é gerada pelos braços. Dentro de cada fase há 
subdivisões, e dentre as subdivisões, há uma que é o ápice do desempenho. Disserte 
sobre essa subdivisão, falando sobre suas caraterísticas. 
43
TÓPICO 3 - 
APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DOS 
NADOS, SAÍDAS E VIRADAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, trataremos dos processos de aprendizagem referentes 
a cada estilo de nado, sequências pedagógicas específi cas para cada movimento e 
educativos para coordenação de cada valência e exercícios que podem ser utilizados 
dentro de uma aula. 
Abordaremos algumas sequências pedagógicas para o ensino do nado crawl, 
trazendo sugestões de educativos, tendo como objetivo a interação dos componentes 
desse nado. Apresentaremos variadas sequências pedagógicas para o ensino do nado 
costas, oferecendo orientações sobre educativos como forma de interação dos com-
ponentes desse estilo. Trataremos de sequências pedagógicas para o ensino do nado 
borboleta, concebendo ideias de educativos com o intuito de começar ou aumentar a 
interação dos componentes desse nado. Desenvolveremos certas sequências pedagó-
gicas para o ensino do nado peito, oferecendo ideias de educativos, tendo como propó-
sito a interação dos componentes do estilo.
Compreenderemos exercícios com o intuito de ajudar nos planejamentos das 
aulas, usando-os como estratégias de ensino e como forma de estimular os alunos a 
perceberem a execução de movimentos dos nados crawl, costas, borboleta e peito.
Abordaremos, também, algumas sequências pedagógicas para ensino das 
saídas e viradas de cada nado, descrevendo educativos e mostrando exercícios a serem 
desenvolvidos, como proposta de aprendizado e melhora dessas saídas e viradas, tendo 
essas estratégias como forma de estimular os alunos a vivenciarem e perceberem a 
sequência de movimentos das saídas e viradas.
UNIDADE 1
Existem diferentes metodologias para aprendizagem da natação, porém o 
objetivo é o mesmo: a possibilidade de o aluno aprender os quatro estilos, 
saídas e viradas.
ATENÇÃO
44
2 APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DO NADO 
CRAWL 
 
A comunicação entre diferentes gestos motores de membros inferiores e 
superiores e as variadas formas de respiração são capazes de gerar diversas formas 
complexas de deslocamento no meio líquido, tendo como exemplo o nado crawl.
Com o objetivo de que todo esse processo de aprendizagem seja viável e tenha 
sentido, cabe uma atenção singular à comunicação e às variedades de componentes do 
nado crawl, em quese deve ter estímulo e conscientização dos gestos motores. 
2.1 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA PERNADA DO NADO CRAWL 
No período de aprendizagem do nado crawl, é de extrema importância destacar 
a propulsão das pernas, visto que a pernada não representa apenas propulsão, mas, 
também, equilíbrio e sustentação. Diversos nadadores aumentam o trabalho de pernas 
no final da prova, tendo uma maior sustentação do corpo e uma queda na resistência 
frontal que o nadador sofre em relação à água. 
No período de ensino da pernada do nado crawl, vários alunos apresentam 
dificuldades na propulsão das pernas, devido a esses movimentos serem muito 
específicos e somente desenvolvidos dentro da água (PALMER, 1990; MAGLISCHO, 
1999). A seguir, vamos acompanhar exercícios para desenvolver essa coordenação e 
propulsão do nado crawl (SEIFERT; CHOLLET; BARDY, 2004; TOUSSAINT; BEEK, 1992).
O primeiro exercício para aprendizagem da pernada no crawl é na posição 
vertical. O aluno segura na borda ou na raia fazendo movimentos alternados entre as 
pernas, iniciando com movimentos lentos e com maior amplitude entre as pernas e, 
pouco a pouco, aumenta a velocidade e diminui a amplitude.
O segundo exercício para aprendizagem da pernada no crawl é na posição 
horizontal. O aluno, com os braços estendidos e uma mão sobre a outra, na posição de 
flecha ou foguete, faz movimentos de pernas alternados. Quando não consegue segurar 
mais a respiração, coloca os pés no chão da piscina e faz uma pausa para respirar. 
Prossegue com o exercício até completar o percurso estipulado.
O terceiro exercício para aprendizagem da pernada no crawl também é feito na 
posição horizontal. O aluno usa a prancha ou espaguete para sustentar a parte superior 
do corpo, porém o rosto deve ficar fora da água, para que o aluno tenha consciência da 
perna naquele momento e não tenha necessidade de parar para respirar.
45
O quarto exercício é bem parecido com o terceiro, porém o aluno deve ficar com 
o rosto na água e, no momento que achar necessário, deve fazer uma respiração frontal, 
com o rosto voltado para a água, até o final do percurso.
O quinto exercício segue o mesmo padrão do terceiro e do quarto, porém o aluno 
deve segurar a prancha com apenas um braço e deixar o outro estendido próximo ao 
corpo, fazendo uma respiração lateral. No final de cada percurso, ele faz a troca de braço.
2.2 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA BRAÇADA DO NADO CRAWL 
A aprendizagem dos braços no nado crawl é sempre mais desenvolvida após a 
aprendizagem das pernas, pois tem uma complexidade mais elevada de movimentos, 
destacando que a propulsão dos braços é bem maior do que a das pernas. Atletas da na-
tação fazem treinamento de foça nos membros superiores para melhoria de desempenho. 
No processo de ensino do braço do nado crawl, temos variedades de movimentos 
muito específicos, como o uso da mão com entrada e deslizes dentro da água, o ombro 
que faz o rolamento e possibilita um maior alcance da braçada e, até mesmo, uma melhor 
respiração. A seguir, vamos acompanhar exercícios para desenvolver essa coordenação 
e propulsão do nado crawl (GONJO et al., 2020; JERSZYNSKI et al., 2013).
No primeiro exercício para aprendizagem da braçada do nado crawl, o aluno fica 
em posição diagonal com auxílio do espaguete, que deve ficar debaixo da axila. Deve 
realizar movimentos à frente com fases aéreas e aquáticas, porém sem a finalização da 
braçada do nado crawl. Esse exercício também é chamado de cachorrinho.
No segundo exercício para aprendizado da braçada no crawl, o aluno deve ficar 
em pé na piscina, fazendo a movimentação do braço crawl parado e alternado, com a 
cabeça fora da água e com a cabeça dentro da água.
No terceiro exercício para aprendizagem da braçada no crawl, o aluno usa uma 
prancha, segurando com apenas uma das mãos e girando a outra, trocando a mão a 
cada percurso concluído. Se necessário, o professor deve auxiliar o aluno durante o giro 
do braço e sustentação na água.
No quarto exercício para a aprendizagem da braçada no crawl, o professor 
deve auxiliar o aluno fazendo a movimentação correta dos braços, e o aluno deve fazer 
a movimentação das pernas. O professor deve segurar na mão do aluno em todo o 
percurso.
46
2.3 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA RESPIRAÇÃO DO NADO CRAWL 
A aprendizagem da respiração no nado crawl é importantíssima, pois é o primeiro 
nado a ser aprendido e deve dar andamento aos outros estilos, já que a sequência é a 
mesma: inspiração pela boca e expiração pelo nariz e boca. 
A respiração é adaptada para que não se passe muito tempo sem respirar, pois 
a não inspiração de oxigênio faz com que a troca gasosa nos pulmões, ou hematose, 
não aconteça, fazendo com que o CO2 fique em uma concentração maior na corrente 
sanguínea, acarretando dores de cabeça na maioria das vezes (MEZÊNCIO et al., 2020). 
Adota-se estratégia para uma aprendizagem bilateral da respiração, em que 
o aluno tem uma consciência corporal, e estratégias de nados diferenciadas, pois a 
respiração bilateral pode auxiliar a ver o adversário durante as provas e, ainda, prevenir 
dores no pescoço.
O primeiro exercício da respiração abordado, já pensando no nado crawl 
propriamente dito, deve ser executado com as mãos para trás do corpo do nadador, 
na posição vertical, com o tronco inclinado, os pés no fundo da piscina, rosto na água. 
Contando até três, faz-se um giro lateral e inspira-se ar pela boca. Voltando com o rosto 
para a água, solta-se o ar e repete-se o ciclo.
O segundo exercício da respiração do nado crawl deve ser feito com o braço 
estendido, segurando na borda da piscina, com o tronco inclinado, tendo um giro lateral 
do pescoço para tirar o rosto da água, usando o braço estendido como escora da cabeça. 
2.4 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA COORDENAÇÃO DE 
PERNA, BRAÇO E RESPIRAÇÃO NO NADO CRAWL 
As sequências diversas de exercício de coordenação no nado crawl podem ser 
realizadas de forma específica para cada caso ou faixa etária, sempre respeitando o nível 
de habilidades do aluno e suas dificuldades. Essas sequências de exercícios devem ser 
executadas com aumento progressivo de suas complexidades, porém usando sempre 
a criatividade do professor. Dessa forma, esses educativos podem ser realizados com o 
braço direito e esquerdo, apenas com propulsão de pernas, apenas com propulsão de 
braços, com material ou sem material, com bloqueio da respiração, dentre outras variáveis. 
47
Quadro 1 – Sugestões de exercícios com o objetivo de coordenação no nado crawl
Fonte: o autor
Capacidades ou valências Sugestões de exercício
Força/respiração Nado cachorrinho com respiração lateral ou bilateral
Braços/respiração Nadar crawl com propulsão apenas dos braços
Braços/pernas/respiração
Nadar crawl com um braço, havendo a troca a cada 
meia chegada
Força/pernas/braços Nadar crawl com a cabeça fora da água
Braços/pernas/respiração
Nadar crawl fazendo a recuperação da braçada 
passando os dedos na água
Força Nadar crawl com roupa
Velocidade Nadar crawl em variadas velocidades
Velocidade Nadar crawl em câmera lenta
Força Nadar crawl submerso
Força/braços Nadar crawl com palmar
Força/braços Nadar crawl com flutuador
Força/pernas Nadar crawl com prancha
Força/pernas Nadar crawl com nadadeira
Força/pernas/braços Nadar crawl com pernas rápidas e braços lentos
Força/braço/pernas Nadar crawl com pernas lentas e braços rápidos
Pernas
Nadar crawl com uma perna havendo a troca a cada 
meia chegada
Respiração Nadar crawl em apneia até o máximo que conseguir
Braços Nadar crawl com um braço estendido e outro flexionado
Braços/mãos Nadar crawl com a mão fechada
Braços/mãos Nadar crawl abrindo e fechando as mãos
Respiração Nadar o crawl variando a respiração, unilateral e bilateral
3 APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DO NADO 
COSTAS 
O nado costas deve começar antes mesmo de se iniciar a nadar, pois a questão 
de o aluno fazer a flutuação na posição dorsal deveser trabalhada de imediato na 
adaptação ao meio líquido, como foi visto na primeira parte do material, tornando-o, 
assim, um nado confortável para o aluno. É um nado bem parecido com o nado crawl, 
porém em decúbito dorsal, com diferenciados gestos motores de membros superiores 
e inferiores (GONJO et al., 2020). 
Com o objetivo de que todo esse processo de aprendizagem seja viável e tenha 
sentido, cabe uma atenção singular à comunicação e às variedades de componentes do 
nado costas, em que se deve ter estímulo e conscientização dos gestos motores. 
48
3.1 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA PERNADA NO NADO COSTAS 
O domínio de movimentos de pernas é de suma importância, pois a sua 
propulsão faz com que seu corpo se mantenha em uma posição mais horizontal, além 
de aumentar a velocidade do nado. Por isso, sua aprendizagem deve ser desenvolvida 
logo no início do aprendizado do nado costas (PALMER, 1990; MAGLISCHO, 1999).
O primeiro exercício para aprendizagem da pernada no costas é partindo do 
meio terrestre para o meio líquido, onde o aluno fica sentado na borda piscina, fazendo 
movimentos alternados de flexão e extensão do quadril com os joelhos estendidos.
No segundo exercício a ser trabalhado como aprendizagem e desenvolvimento 
de propulsão das pernas, o aluno já deve estar inserido no meio líquido totalmente, em 
decúbito dorsal, com os braços estendidos ao longo do corpo, fazendo a movimentação 
das pernas do nado costas.
O terceiro exercício segue a mesma linha do segundo: na mesma posição, o 
aluno deve estender os braços à frente da cabeça na posição de flecha.
O quarto exercício a ser desenvolvido tem uma ação corretora de movimentos, 
pois o aluno, com os braços estendidos ao longo do corpo, segura a prancha em cima 
dos joelhos, tentando diminuir a flexão e extensão de joelhos.
3.2 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA BRAÇADA NO NADO COSTAS 
O aprendizado da braçada para o nado costas é bem complexo porque, nesse 
nado, quando o aluno começa a fazer o braço, ele tende a afundar. Por isso o trabalho 
de pernas deve ser bem desenvolvido e trabalhado primeiro. O braço deve seguir uma 
linha de aprendizagem em que primeiro se faz uma pegada dupla, e depois, alternada, 
pois a pegada dupla é de mais fácil entendimento. Após isso, passamos para a pegada 
alternada, que, de fato, é a braçada do nado costas. A entrada na água é feita com o 
dedo mínimo e saída com o dedo polegar.
O primeiro exercício a ser desenvolvido para aprendizagem do braço no nado 
costas deve ser feito apenas com movimentos dos braços, podendo ser em pé, dentro 
ou fora da piscina. Porém, como o aluno passou por todo um processo de adaptação até 
aqui, ele também pode ficar na horizontal, com os pés na raia ou na borda piscina, e ser 
auxiliado pelo professor.
49
No segundo exercício, o aluno vai nadar o costas propriamente dito, porém 
a movimentação do braço deve ser auxiliada pelo professor e corrigida durante a 
aprendizagem e execução da braçada.
A respiração também deve ser desenvolvida no nado costas, lembrando que ela 
também é muito parecida com a dos outros nados, pois a inspiração é feita pela boca 
e a expiração pela boca e nariz, tentando sempre fazer a inspiração quando os braços 
estiverem na fase aquática, evitando inspirar água.
3.3 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA COORDENAÇÃO DE 
PERNA, BRAÇO E RESPIRAÇÃO NO NADO COSTAS 
 
As sequências diversas de exercício de coordenação do nado costas podem 
ser realizadas de forma específica para cada caso ou faixa etária, sempre respeitando 
o nível de habilidades dos alunos e suas dificuldades. Essas sequências de exercícios 
devem ser executadas com aumento progressivo de suas complexidades, porém 
usando sempre a criatividade do professor. Dessa forma, esses educativos podem ser 
realizados com o braço direito e esquerdo, apenas com propulsão de pernas, apenas 
com propulsão de braços, com material ou sem material, com bloqueio da respiração, 
dentre outras variáveis.
Quadro 2 – Sugestões de exercícios com o objetivo de coordenação no nado costas
Capacidades ou valências Sugestões de exercício
Força/braços Nadar costas apenas com a fase aquática da braçada 
Braços/pernas Nadar costas apenas com a fase aérea da braçada
Braços/pernas/respiração
Nadar costas girando os dois braços simultâneos (costas 
duplo)
Força/pernas/braços
Nadar costas com um braço, havendo a troca a cada 
meia chegada
Braços/pernas/respiração Nadar costas alternado os braços, direito, esquerdo e duplo
Braços/pernas
Nadar costas com pegada dupla acima da cabeça em 
posição de flecha
Velocidade Nadar costas o mais rápido possível 
Velocidade Nadar costas alternando a velocidade 
Velocidade Nadar costas em câmera lenta 
Força/pernas
Pernas de costas com prancha acima da cabeça, 
causando resistência da água
Força/braços Nadar costas com palmar
Força/braços Nadar costas com flutuador
Força/braços Nadar palmar e flutuador
Força/pernas Nadar costas com nadadeira 
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Força/ombro/pernas Nadar costas apenas com o rolamento do ombro
Pernas
Nadar costas com uma perna, havendo a troca a cada 
meia chegada
Equilíbrio/pernas/braços Nadar costas com objeto na testa
Braços/mãos Nadar costas com as mãos fechadas
Braços/mãos
Nadar costas com uma mão fechada, havendo a troca a 
cada meia chegada
Braços/mãos Nadar costas abrindo e fechando a mão 
Força/braço Nadar costas puxando a raia
Fonte: o autor
4 APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DO NADO 
BORBOLETA
O aprendizado do nado borboleta é de alta complexidade e há uma demanda 
enorme de energia para desenvolvê-lo, sendo o segundo nado mais rápido. Porém, 
o professor deve ter sempre um olhar diferenciado, pois além de ser cansativo, ele 
também comove toda a estrutura da coluna vertebral (CHAINOK et al., 2021; CHOLLET 
et al., 2006; TOUSSAINT; BEEK, 1992). 
Com o objetivo de que todo esse processo de aprendizagem seja viável e tenha 
sentido, cabe uma atenção singular à comunicação e às variedades de componentes 
do nado borboleta, em que se deve ter estímulo e conscientização dos gestos motores. 
4.1 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA PERNADA DO NADO BORBOLETA
No aprendizado do nado borboleta, devemos dar uma importância significativa 
para a propulsão das pernas, pois sua propulsão não só é necessária para alavancar o 
nadador para frente, mas também para a sustentação do corpo do nadador no momento 
da respiração. Durante o período de aprendizagem da pernada do nado borboleta, é 
preciso chamar a atenção para o relaxamento do quadril e concentração da força nos 
pés, pois são os pés que empurram a água.
O primeiro exercício pode ser desenvolvido submerso ou na superfície da água. 
O aluno faz ondulação do corpo com os braços estendidos ao longo do corpo. Quando 
não conseguir segurar mais a respiração, coloca os pés no chão da piscina e faz uma 
pausa para respirar. Prossegue com o exercício até completar o percurso estipulado.
O segundo exercício segue a mesma linha do primeiro, porém tem que ser 
executado na superfície da água, com os braços estendidos à frente da cabeça, com as 
mãos na posição de flecha.
51
O terceiro exercício deve ser feito com material flutuante. O aluno deve realizar 
ondulação segurando o material à frente da cabeça com os braços estendidos, podendo 
respirar frontalmente, sem necessidade de colocar os pés no chão da piscina.
4.2 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA BRAÇADA NO NADO BORBOLETA
O aprendizado da braçada no nado borboleta deve ser desenvolvido logo após a 
pernada. A propulsão gerada pelo braço do nadador é simultânea e se assemelha muito 
à braçada do nado crawl, porém o momento de propulsão do braço deve ser aproveitado 
para fazer a respiração, pois essa propulsão da braçada impulsiona o nadador para 
frente e para cima.
O primeiro exercício para aprendizagem da braçada do nado borboleta deve 
ser desenvolvido da forma menos complexa possível, e pode ser feito dentro ou fora da 
piscina. O alunodeve ficar na posição vertical, com os pés no fundo piscina, e fazer todo 
o gesto motor da braçada do nado borboleta.
O segundo exercício é bem parecido com o primeiro, porém o aluno deve fazer 
em deslocamento, ou seja, andando dentro da piscina e fazendo a respiração.
4.3 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA RESPIRAÇÃO NO NADO BORBOLETA
A respiração no nado borboleta não é regulamentada em provas, mas ela é 
feita no momento mais propulsivo da braçada. Então, nos exercícios desenvolvidos 
para aprendizagem da braçada, deve ser incrementada a respiração, inspirando pela 
boca e expirando pelo nariz e boca, variando entre respiração frontal e lateral, sempre 
respeitando o estilo do nadador.
4.4 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA COORDENAÇÃO DE 
PERNA, BRAÇO E RESPIRAÇÃO NO NADO BORBOLETA
As sequências diversas de exercício de coordenação do nado peito podem ser 
realizadas de forma específica para cada caso ou faixa etária, sempre respeitando o 
nível de habilidades dos alunos e suas dificuldades. Essas sequências de exercícios 
devem ser executadas com aumento progressivo de suas complexidades, porém 
usando sempre a criatividade do professor. Dessa forma, esses educativos podem ser 
realizados com o braço direito e esquerdo, apenas com propulsão de pernas, apenas 
com propulsão de braços, com material ou sem material, com bloqueio da respiração, 
dentre outras variáveis. O aluno chega ao nado borboleta com um repertório bem maior 
de movimentos, pois já desenvolveu pelo menos o nado crawl e costas.
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Quadro 3 – Sugestões de exercícios com o objetivo de coordenação no nado borboleta 
Fonte: o autor
Capacidades ou valências Sugestões de exercício
Força/braços Nadar borboleta apenas com a fase submersa da braçada 
Braços/pernas Nadar borboleta apenas coma fase aérea da braçada 
Braços/pernas Nadar borboleta alternado os braços 
Braços/pernas
Nadar borboleta com braços alternados e simultâneos 
(direito, esquerdo e os dois)
Braços/pernas Nadar borboleta em decúbito dorsal
Braços/pernas Nadar com pernas de crawl e braçada de borboleta 
Velocidade Nadar borboleta o mais rápido possível 
Velocidade Nadar borboleta em câmera lenta 
Velocidade Nadar borboleta alternado os braços 
Força/pernas Nadar o borboleta com nadadeira 
Força/braços Nadar o borboleta com flutuador 
Força/braços Nadar borboleta com palmar
Força/braços Nadar borboleta com flutuador e palmar 
Força/pernas/braços Nadar borboleta submerso 
Respiração Nadar borboleta em apneia 
Pernas Nadar borboleta com a prancha 
5 APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DO NADO PEITO
O nado peito, com um alto índice de complexidade, é quase sempre o terceiro 
ou quarto nado a ser aprendido. Com movimentos simultâneos de braços e pernas 
bem parecidos com os de um sapo, deu origem ao nado costas e borboleta a partir do 
seu estilo. Há grande diversificação de movimentos e suas particularidades de gestos 
motores (SANDERS, 2007; TAKAGI et al., 2016; VAN HOUWELINGEN et al., 2017).
Com o objetivo de que todo esse processo de aprendizagem seja viável e tenha 
sentido, cabe uma atenção singular à comunicação e às variedades de componentes do 
nado peito, com estímulo e conscientização dos gestos motores. 
5.1 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA PERNADA NO NADO PEITO 
O desenvolvimento da pernada no nado peito tem um potencial muito importante, 
pois sabemos que o braço de todos os estilos de nados gera mais propulsão do que as 
pernas. Porém, o nado peito, diferentemente de todos os outros estilos, mostra-se com 
uma propulsão bem próxima do braço. Sendo assim, o aprendizado da sua técnica correta 
pode levar a um maior desempenho durante o nado (PALMER, 1990; MAGLISCHO, 1999).
53
O primeiro exercício a ser desenvolvido para aprendizagem da perna do nado 
peito deve ser desenvolvido fora do meio líquido com o intuito de conhecer o movimento 
que vai ser desenvolvido dentro da água. O professor segura o aluno pelo pé e faz todo 
o movimento com ele.
O segundo exercício deve ser desenvolvido dentro da água, com o aluno 
segurando na borda da piscina ou raia. O professor segura o pé do aluno, ajudando-o a 
realizar todo o ciclo de pernada do nado peito. 
O terceiro exercício deve ser feito em movimento. O aluno faz uso da prancha, 
segurando-a com as duas mãos, e o professor pode auxiliá-lo ou não.
O quarto exercício deve ser desenvolvido em decúbito dorsal, partindo do 
princípio de que o aluno já sabe nadar costas, fazendo, assim, a perna do nado peito, 
podendo visualizar o movimento.
O quinto exercício a ser realizado, já na posição do nado peito, é feito com os 
braços na posição de flecha e ciclo completo da perna.
5.2 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA BRAÇADA NO NADO PEITO 
O aprendizado da braçada do nado peito deve ser desenvolvido sequencialmente 
após a perna. A propulsão gerada pelo braço do nadador não só o leva para frente, mas, 
também, leva o nadador para cima, com o intuito de que o nadador faça a respiração. 
É o único nado em que a braçada tem apenas fase aquática e, por isso, tem uma maior 
resistência a ser vencida pelo braço.
O primeiro exercício pode ser desenvolvido na raia com auxílio do professor, na 
posição vertical, com os pés firmes no fundo da piscina. O professor segura no punho 
do aluno, desenvolvendo juntamente com ele o movimento da braçada do nado peito.
No segundo exercício, é necessário o uso do espaguete, colocado embaixo das 
axilas. O aluno faz todo o movimento com o braço, ainda na posição vertical, porém com 
deslocamento, tendo sempre a orientação do professor.
No terceiro exercício, ainda é necessário o uso do espaguete, porém na posição 
horizontal. Partimos do pressuposto de que o aluno já aprendeu a pernada do crawl, 
pois ele deve fazer esse movimento com o braço do nado peito, ainda com o espaguete 
embaixo das axilas, com o rosto na água. Após um ciclo completo da braçada do nado 
peito, o aluno faz a respiração.
54
5.3 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVIMENTO 
DA RESPIRAÇÃO NO NADO PEITO
A respiração nas provas de nado peito é obrigatória a cada ciclo de braçada 
e pernada, e deve ser desenvolvida sempre na parte propulsiva da braçada do estilo. 
Por isso, os exercícios desenvolvidos para aprendizagem da braçada devem incluir a 
respiração, sempre inspirando pela boca e expirando pelo nariz e boca.
5.4 ESTRATÉGIAS E EXERCÍCIOS PARA COORDENAÇÃO DE 
PERNA, BRAÇO E RESPIRAÇÃO DO NADO PEITO
 
As sequências diversas de exercício de coordenação do nado peito podem ser 
realizadas de forma específica para cada caso ou faixa etária, sempre respeitando o 
nível de habilidades dos alunos e suas dificuldades. Essas sequências de exercícios 
devem ser executadas com aumento progressivo de suas complexidades, porém 
usando sempre a criatividade do professor. Dessa forma, esses educativos podem ser 
realizados com o braço direito e esquerdo, apenas com propulsão de pernas, apenas 
com propulsão de braços, com material ou sem material, com bloqueio da respiração, 
dentre outras variáveis. 
Quadro 4 – Sugestões de exercícios com o objetivo de coordenação no nado peito
Fonte: o autor
Capacidades ou valências Sugestões de exercício
Braços/respiração Nadar com pernas de crawl e braço de peito
Braços/respiração Nadar o peito com braços alternados 
Braços/pernas/respiração
Nadar o peito com braços alternados e simultâneos 
(direito, esquerdo e os dois)
Pernas/força Nadar com pernas de peito e braço de crawl
Respiração Nadar peito em apneia 
Respiração Nadar peito fazendo duas braçadas para uma respiração 
Velocidade Nadar peito o mais rápido possível 
Velocidade Nadar peito em câmera lenta 
Velocidade Nadar peito alternado a velocidade 
Força/pernas Nadar com as pernas de peito e braço de crawl
Força/braços Nadar peito com o palmar
Força/braços Nadar peito com flutuador
Força/braços Nadar peito com flutuador e palmar 
Força/pernas Nadar peito com as pernas alternadas
Força/ombro/pernas
Nadar com as pernas alternadas esimultâneas (direita, 
esquerda e as duas)
Pernas Pernas com a prancha 
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6 APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO DAS SAÍDAS E 
VIRADAS 
 
As saídas e viradas são movimentos que dão início e continuidade aos nados. As 
saídas de provas de nado crawl, costas e borboleta são feitas no bloco ou borda piscina 
após o sinal de partida. No nado borboleta, o nadador deve fazer a saída de dentro da água, 
segurado na borda da piscina ou no bloco. As viradas e chegadas são o modo que cada 
nadador deve chegar e dar continuidade ao seu nado (PALMER, 1990; MAGLISCHO, 1999).
6.1 SAÍDAS NO NADO CRAWL, PEITO E BORBOLETA 
As saídas no nado crawl, peito e borboleta são feitas da mesma maneira, 
porém temos alguns métodos diferentes. Os métodos abordados serão saída de agarre 
e saída de atletismo, que passam pelas mesmas etapas: posição inicial, desequilíbrio, 
empurrada, voo e deslize. No nado peito, temos a filipina logo após a saída, e no nado 
borboleta, ondulação submersa, que pode ser feita a até quinze metros para começar 
o nado. Os exercícios que podem ser desenvolvidos para aprendizagem das saídas já 
foram vistos no Tópico 1.
Na saída de agarre, o nadador coloca os pés paralelos e as mãos seguram no 
bloco de saída ou na borda da piscina. Os pés devem ficar de uma maneira que os dedos 
possam agarrar o bloco de partida, para evitar algum deslize durante a saída.
Na saída de atletismo, os pés ficam alternados, assemelhando-se à saída de 
corridas de atletismo. O pé da frente é posicionado como na saída de agarre. Os dedos 
dos pés seguram o bloco, e os braços seguram o bloco exercendo força para trás e 
jogando o corpo do nadador diretamente para frente.
6.2 SAÍDAS DO NADO COSTAS
A saída do nado costas é bem diferenciada, pois é a única efetuada de dentro 
da água. O nadador se posiciona em frente ao bloco, segurando na barra de saída ou na 
borda da piscina com a cabeça baixa, joelhos e cotovelos flexionados. Essa saída passa 
por etapas bem distintas: posição inicial, impulso, voo e deslize. 
6.3 VIRADAS E CHEGADAS 
As viradas do nado crawl e costas são bem parecidas, pois em ambas há a 
execução de uma cambalhota para frente. Nos nados peito e borboleta, as viradas são 
idênticas, sempre com o intuito de mudar o sentido do nado, pois a distância da piscina 
já acabou e deve-se se continuar nadando.
56
6.3.1 Virada do nado crawl e costas
A virada começa pela aproximação, quando o nadador está chegando próximo 
da borda, faltando aproximadamente uma braçada. Logo após, começa a fase da virada, 
quando acontece a cambalhota, jogando os braços para trás, perto do quadril, até que 
o giro seja finalizado e os pés toquem na parede da piscina, passando para a fase de 
impulso, em que a extensão dos joelhos acontece gerando impulso para o sentido do 
nado (no caso do crawl, girando para posição de decúbito ventral e indo para fase final 
de deslize). 
A diferença da virada no nado costas está na fase de aproximação, na qual 
acontece o giro para a posição de decúbito ventral, e na fase de deslize, na qual não 
acontece o giro, pois o nadador já está na posição de nado.
6.3.2 Virada do nado peito e borboleta 
Na virada do nado peito e borboleta, as mãos devem tocar a parede da piscina 
ao mesmo tempo e no mesmo nível. É a chamada fase de contato com as mãos. Após 
o contato com as mãos, acontece o contato com os pés e, sequencialmente, o impulso 
e o deslize. 
6.3.3 Chegadas 
A chegada é o toque de finalização na parede da piscina, onde no nado crawl 
e costas é executado com apenas um dos braços estendidos deve tocar a borda da 
piscina, no nado peito e borboleta, a regra pede que, a chegada deve ser feita com 
ambas as mãos tocando a parede simultaneamente.
Finalizando a Unidade 1, o aluno já consegue compreender a diversidade de 
movimentos desenvolvidos com o intuito de se locomover no meio líquido, entendendo 
a técnica e hidrodinâmica de cada nado, conhecendo processos de aprendizagem e 
exercícios para aperfeiçoamento dos nados.
57
APONTAMENTOS PARA O ENSINO DO NADO COSTAS 
Guilherme Tucher
Daniel Oliveira Furlani
Emerson Filipino Coelho
O nado Costas é realizado em decúbito dorsal, com braçadas e pernadas 
alternadas no plano vertical, o que tende a garantir uma propulsão contínua durante o 
seu desenvolvimento (VILAS-BOAS, 1991). 
Devido à posição assumida durante o nado, em que o rosto se encontra fora da 
água, o ar é expirado naturalmente através da boca ou da boca e do nariz, de maneira 
meio explosiva, durante a recuperação de um dos braços, enquanto o outro braço se 
encontra em sua fase de tração (PALMER, 1990, p. 117). 
Para garantir um ritmo perfeito e harmônico do nado, é recomendado que para cada 
ciclo completo de braços (duas braçadas) sejam realizados cerca de seis batimentos de 
perna. Outra grande importância da pernada consiste em garantir um bom posicionamento 
corporal, facilitando assim o desenvolvimento do nado (MAGLISCHO, 1999). 
O nado costas, por ser realizado em decúbito dorsal, é o único que tem sua 
saída realizada já dentro da piscina. Dessa maneira, os competidores devem se colocar 
dentro da água, voltados para parede, com as mãos segurando nos suportes específicos 
localizados nos blocos de saída. Não é permitido que os pés se encontrem fora da água 
(PALMER, 1990, p. 176; CATTEAU; GAROFF, 1990 p. 89). 
Haljand (2002) apresenta as seguintes fases para o entendimento da saída do 
nado costas: (1) fase de reação e pré-flexão, (2) fase do empurrão, (3) fase de voo, (4) 
fase da entrada e deslize, (5) fase da pernada subaquática, (6) fase de saída para o nado, 
e (7) fase de nado após a saída. 
Ao sinal do apito realizado pelo juiz de partida, o atleta deve lançar as duas 
mãos para trás, por cima da cabeça ou pela lateral do corpo, buscando olhar para a 
borda oposta, o que irá facilitar o arqueamento do corpo e estender vigorosamente as 
pernas. Após o balanceio das mãos para trás, elas devem se encontrar e manter as 
palmas voltadas para cima, garantindo uma boa entrada na água (PALMER, 1990, p. 176; 
MAGLISCHO, 1999).
LEITURA
COMPLEMENTAR
58
 O atleta deve tentar realizar a saída buscando um bom posicionamento corporal 
dentro da água de tal maneira que não aumente as resistências ao seu avanço. Antes 
mesmo do término do impulso gerado pela própria saída, devemos buscar o momento 
de saída para o nado, sabendo que ao se realizar a primeira braçada, o atleta ainda se 
encontra um pouco submerso, e ao término desta, deve se encontrar na superfície, 
pronto para a continuação do nado. 
Em piscinas onde a distância a ser nadada, supere sua metragem total, será 
necessário que o atleta realize o movimento de virada para a continuação do nado. 
A virada pode ser dividida, segundo Haljand (2002), em oito fases. Durante a 
aproximação, o atleta deve ter noção da sua distância exata da borda, e a virada deve 
ser realizado sem perda de velocidade. Esta noção pode ser adquirida através da 
referência das bandeirolas, que estão a 5 metros da borda (FERNANDES, 2000). A virada 
é semelhante à virada do nado crawl. Através de uma cambalhota, o atleta deve apoiar 
as duas pernas na parede e realizar a impulsão.
 
Por ser um nado alternado, é até coerente que a chegada seja realizada com 
apenas uma das mãos. O corpo deve se manter em decúbito dorsal, ou até mesmo 
um pouco lateralmente. Porém, mais uma vez, se faz importante o domínio desta 
aproximação da borda, para que a chegada seja realizada com o braço estendido e no 
momento oportuno (DOMINGOS, 2004; MAGLISCHO, 1999). 
Nas provas de Medley individual, o costas é o nado que é realizado na segunda 
fase: borboleta, costas, peito e crawl. Nas provas de Medley revezamento, o costas é 
realizado na primeira fase: costas, peito, borboleta e crawl (PALMER, 1990, p. 167). Nesse 
tipo específico de prova, é necessário que se tenha o domínio das viradas de transição 
entre os nados, muito importante para o conjunto do estilo.
 
Após a realização da saída, quando os dois braços se encontramunidos acima 
da cabeça, devemos dar início à realização da braçada. Um erro muito comum nesta 
fase é a realização de uma braçada dupla, principalmente se a da tiver sido realizada 
com grande profundidade. Devemos desencorajar esta ação nos principiantes. Por ser 
um nado com movimentação alternada dos membros superiores, a primeira braçada 
deve levar para frente e para a superfície (HALJAND, 2002a,c,d), enquanto a outra 
permanece em sua posição inicial, acima da cabeça. Quando este braço chegar próximo 
à coxa, o nadador deve ter alcançado a superfície e os braços devem buscar o início de 
sua movimentação alternada. 
Segundo Palmer (1990, p. 114), é durante a realização da braçada que os principais 
movimentos propulsivos serão desenvolvidos. Podemos dividi-la em fase subaquática 
ou movimento propulsivo e recuperação, quando os braços se encontram fora da água. 
Para uma análise mais detalhada, muitos autores dividem estes movimentos em fases. 
59
Como nosso objetivo principal está no ensino da braçada, talvez uma menor 
divisão das fases facilite este processo. A realização da braçada deve estar em perfeita 
harmonia com todos os outros componentes técnicos do nado, ou seja, a pernada, a 
respiração e o rolamento do tronco (PUSSIELDI, 2005). 
Determinar o momento exato do ensino da braçada vai depender da evolução 
do aluno e do planejamento realizado pelo professor. Porém, devido à posição corporal 
assumida na água e o desconforto inicial que os aprendizes apresentam, principalmente 
por não terem noção visual do seu deslocamento, alguns componentes, principalmente 
de pernada, devem ter sido desenvolvidos. 
Para um entendimento geral do movimento, Pável (1994) caracteriza a braçada 
em uma fase funda – rasa – funda. Sabendo do movimento alternado da braçada, 
devemos ter a ideia da relativa oposição entre os braços. Enquanto um está entrando na 
água, com a palma da mão voltada para fora, o outro está iniciando sua saída da água, 
geralmente com o polegar para cima. Ou seja, durante a saída até o momento em que o 
braço entrar na água novamente, ele deve realizar uma leve rotação medial, voltando a 
palma da mão para fora, para que a mão entre na água com o dedo mínimo.
A entrada da mão é funda e na linha do ombro (PÁVEL, 1994; BRANCACHO, 1995), 
podendo haver uma variação de 25 a 40 cm (MAKARENKO, 2001). Após a entrada do 
braço na água, alguns autores consideram crucial a fase denominada de agarre ou apoio 
(PALMER, 1990; VILAS-BOAS, 1991; PÁVEL, 1994; MAGLISCHO, 1999 e MAKARENKO, 2001). 
Nesse momento, o braço oposto já saiu da água em um movimento iniciado pelos ombros 
e auxiliado pelo rolamento do tronco. A sugestão geralmente utilizada para passar essa 
ideia aos alunos é a de utilizar este braço como se fosse uma espingarda e fazendo a mira. 
Uma vez que a mão e o antebraço tenham atingido este posicionamento ideal 
para o agarre, o ângulo de flexão no cotovelo aproxima-se do 90º a 100º no final do 
apoio, passando para a fase de impulso no instante que a mão chega à linha dos ombros 
(MAKARENKO, 2001).
 
Durante essa fase de impulso, a mão e o antebraço continuam os movimentos de 
apoio até a extensão completa do braço na articulação do cotovelo (MAKARENKO, 2001). 
Esse movimento assemelha-se com uma queda de braços realizada contra o apoio da 
água. Ao final do movimento, com a extensão do braço em nível do cotovelo, a mão 
deverá estar abaixo da coxa, em aproximadamente 30 centímetros. Nesse momento, o 
braço oposto está iniciando sua entrada na água, com o rolamento do tronco tendendo 
para este lado (BRANCACHO, 1995; MAGLISCHO, 1999; PUSSIELDI, 2002; 2005). 
Esse braço que acabou de realizar sua fase propulsiva irá realizar a fase de 
recuperação. Durante essa fase, o cotovelo dever estar estendido – muitos aprendizes 
realizam esta flexão de forma indevida, em um movimento parecido com o de pentear os 
60
cabelos –, e realizar uma transição polegar-dedo mínimo, geralmente quando a mão está 
apontada para cima, para realizar sua entrada novamente no prolongamento do ombro. 
A recuperação do braço deve respeitar o mesmo ritmo da ação do braço oposto, com o 
ímpeto de garantir sua movimentação alternada (MAGLISCHO, 1999; MAKARENKO, 2001).
Fonte: https://www.faminasbh.edu.br/upload/downloads/200910151754188169.pdf. Acesso em: 30 jun. 
2020. 
61
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• Sequência de aprendizagem do nado crawl, exercícios e estratégias que podem ser 
desenvolvidas para ensino de cada gesto motor específico e exercícios usados para 
aperfeiçoamento do estilo crawl.
• Sequência de aprendizagem do nado costas, exercícios e estratégias que podem 
ser desenvolvidas para ensino de cada gesto motor específico e exercícios usados 
para aperfeiçoamento do estilo costas.
• Sequência de aprendizagem do nado borboleta, exercícios e estratégias que podem 
ser desenvolvidas para ensino de cada gesto motor específico e exercícios usados 
para aperfeiçoamento do estilo borboleta.
• Sequência de aprendizagem do nado peito, exercícios e estratégias que podem ser 
desenvolvidas para ensino de cada gesto motor específico e exercícios usados para 
aperfeiçoamento do estilo peito.
• As viradas específicas de cada nado, entendendo a diferença de saídas do crawl, 
peito e borboleta do nado costas, compreendendo as chegadas do crawl, costas, 
peito e borboleta. 
62
AUTOATIVIDADE
1 Todo estilo de nado tem suas caraterísticas específicas, porém a respiração de todos 
os nados tem uma caraterística em comum. Qual é essa caraterística? 
a) ( ) A caraterística em comum na respiração nos nados é que a inspiração é feita pela 
boca, e a expiração é feita pela boca e nariz.
b) ( ) Em todos os nados, a respiração é feita frontalmente.
c) ( ) A caraterística em comum na respiração nos nados é que a inspiração é feita pelo 
nariz, e a expiração, pela boca. 
d) ( ) Em todos os nados, a respiração é feita frontalmente.
2 Educativos podem ser realizados para melhora de braçada, propulsão de pernas, 
respiração e até mesmo a coordenação geral do nado, porém devemos respeitar 
alguns parâmetros para aplicação desses educativos. Quais são esses parâmetros?
a) ( ) Propulsão de braços e pernas.
b) ( ) Não devemos respeitar nenhum parâmetro.
c) ( ) Respeito ao professor.
d) ( ) Faixa etária, nível de habilidades e dificuldades.
3 A chegada dos nados crawl e costas tem uma diferença pontual em relação à chegada 
dos nados peito e borboleta. Qual é essa diferença?
a) ( ) No crawl e costas, a chegada é feita com as duas mãos simultaneamente, e no 
peito e borboleta, é feita apenas com uma mão.
b) ( ) No crawl e borboleta, a chegada é feita apenas com uma mão, e no costas e 
peito, é feita com as duas, simultaneamente.
c) ( ) No crawl e costas, a chegada é feita apenas com uma mão, e no peito e borboleta, 
é feita com as duas, simultaneamente.
d) ( ) No crawl e peito, a chegada é feita apenas com uma mão, e no costas e borboleta, 
é feita com as duas, simultaneamente.
4 Dentro do que abordamos até aqui, elabore uma aula específica para aprendizagem do 
nado crawl com o intuito de desenvolver movimentos de braço, pernas e respiração, 
lembrando que devemos sempre partir do mais simples para o mais complexo.
5 Dentro do que abordamos até aqui, elabore uma aula específica para aprendizagem do 
nado costas, com o intuito de desenvolver movimentos de braço, pernas e respiração, 
lembrando que devemos sempre partir do mais simples para o mais complexo.
63
REFERÊNCIAS
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Ciências Biológicas e de Saúde Unit., v. 6, n. 3, p. 66–73, 2021. 
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ZULIETTI, L. F.; LUCIANA, I.; SOUSA, R. A Aprendizagem da Natação do Nascimento aos 
6 Anos – Fases de Desenvolvimento. Revista Univap, v. 9, n. 17, p. 12–17, 2002. 
65
CONCEITOS FISIOLÓGICOS 
E PLANEJAMENTO PARA 
DESEMPENHO DA NATAÇÃO
UNIDADE 2 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer caraterísticas fi siológicas para o bom desempenho do treinamento da 
natação; 
• analisar predominâncias metabólicas durante o treinamento;
• identifi car sistemas fi siológicos utilizados durante o treinamento da natação;
• conhecer princípios do treinamento;
• reconhecer o overtraining e overreaching;
• aplicar avaliação, monitoramento e planejamento de treinamento para nadadores;
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS FISIOLÓGICOS E PLANEJAMENTO PARA 
DESEMPENHO DA NATAÇÃO 
TÓPICO 2 – RESPOSTAS FISIOLÓGICAS NO DESEMPENHO DA NATAÇÃO 
TÓPICO 3 – PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO, AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DO 
TREINAMENTO DA NATAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
66
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 2!
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67
TÓPICO 1 — 
INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS FISIOLÓGICOS 
E PLANEJAMENTO PARA DESEMPENHO DA 
NATAÇÃO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos, inicialmente, as bases de respostas 
fisiológicas e metabolismo energético aplicados na natação, com a finalidade de fazê-
los compreender os pilares científicos para atuais e futuras aplicações dos métodos de 
treinamento, avaliações e monitoramento de treinamento.
Dentro da variedade de sistemas dentro da fisiologia, abordaremos o sistema 
muscular, em que conheceremos os tipos de músculos e suas funções. Apresentaremos 
o sistema circulatório e sistema respiratório, em que estão intimamente ligados, pois o 
sistema circulatório tem a função de transportar o sangue, oxigênio e nutrientes para 
todo o organismo, e o sistema respiratório a função de captar oxigênio e liberar o gás 
carbônico (CO2).
Abordaremos o metabolismo energético, que é de suma importância, pois toda 
máquina precisa de um consumo de combustível. Dessa forma, o corpo também usa 
energia para se locomover, seja no meio terrestre ou no meio aquático.
Todos esses fatores fisiológicos terão uma grande importância na hora de 
prescrever, avaliar e monitorar o treinamento de nadadores, pois a aplicabilidade dos 
conceitos fisiológicos no treinamento aumenta sua probabilidade de acertar no maior 
desempenho do nadador.
2 CONCEITOS FISIOLÓGICOS E METABÓLICOS LIGADO AO 
EXERCÍCIO 
A fisiologia do exercício pode ser compreendida como diversos processos 
fisiológicos que acontecem no organismo, no decorrer do esforço (GARBER et al., 
2011). Esses processos fisiológicos necessitam de uma demanda energética cerca 
de 15 vezes a mais do valor de repouso. Não só apenas demanda energética, temos 
também mudanças na frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e 
alterações metabólicos como parte desse processo. Dessa forma, o corpo humano deve 
ser adaptado ligeiramente ao aumento da demanda em pequeno período de tempo. 
68
Essa necessidade em curto período de tempo faz com que o nosso organismo converta 
alguns desses mecanismos fisiológicos e bioquímicos mais competentes ao longo do 
tempo (HAWLEY et al., 2014). 
Tanto os efeitos agudos que são as respostas rápidas do exercício ao organismo 
quanto os efeitos crônicos que são os processos fisiológicos e bioquímico melhorado 
durante um período maior da prática do exercício estão relacionados ao tipo de esforço 
realizado. Dentro dessas categorias de esforços podemos definir três, atividade física, 
exercício e esporte. A atividade física é capaz de ser definida como qualquer contração 
muscular que eleve o gasto energético acima do nível de repouso. Desse modo, 
podemos entender que qualquer contração muscular que tenha movimento provoca 
gasto calórico acima do nível de repouso, tendo como exemplo atividades feitas dentro 
de casa, como limpar a casa, lavar roupa e cozinhar, exigindo uma demanda de energia 
acima do nível de repouso. Todavia, quando falamos em atividade física, constantemente 
a relacionamosao exercício. Apesar disso, mediante definição, exercícios são atividades 
programadas, sistematizadas com objetivos anteriormente estabelecidos. Já o esporte 
tem objetivos mais específicos em relação ao exercício, e um dos maiores interesses é o 
seu alto desempenho durante as provas (KRAEMER; FLECK; DESCHENES, 2016).
A fim de sustentar a demanda energética apropriada para o movimento, seja 
atividade física, exercício ou esporte, o nosso organismo usa vários alimentos que 
fornecem nutrientes com funcionalidades biológicas que devem ser transformados em 
substratos energéticos para o desempenho celular (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016). 
Dessa maneira, conseguimos identificar o trabalho celular como o metabolismo de 
ambas as células em conjunto. O nosso organismo usufrui de material orgânico, como 
carboidratos, proteínas e gorduras e modifica ou metaboliza seus substratos, como 
glicose, aminoácidos e triacilglicerol, para que a energia química seja utilizada pela célula 
sempre que necessário, como para realizar contrações musculares no dia a dia, seja na 
atividade física, exercício ou esporte, ou simplesmente para manter funcionamento do 
nosso organismo durante o período de homeostase.
Todos os alimentos que consumimos e seus substratos energéticos são 
modificados pelo nosso organismo em apenas uma moeda energética, chamada de 
adenosina trifosfato – ATP (KRAEMER; FLECK; DESCHENES, 2016; MCARDLE; KATCH; 
KATCH, 2016). O nosso organismo é muito complexo e simples ao mesmo tempo, pois 
o motivo para que o nosso corpo tenha apenas uma moeda energética é bem simples: 
se organismo tivesse uma variedade de moedas, ele seria muito lento, pois teria que 
processar uma diversidade de moedas energéticas. Podemos tomar como exemplo uma 
padaria, em que diversos estrangeiros viriam comprar pão, mas cada um quisesse pagar 
com a moeda do seu país. O padeiro teria que ter uma diversidade de moedas de vários 
países para devolver o troco correto.
69
3 CONCEITOS DE PLANEJAMENTO E PRESCRIÇÃO 
LIGADOS AO EXERCÍCIO 
Quando falamos em atingir metas e objetivos dos exercícios, seja para a melhora 
da saúde, ganho de força, emagrecimento, hipertrofia ou alto rendimento no esporte, 
estamos falando indiretamente da prescrição, que pode ser definida como utilização 
das variáveis de volume e intensidade a fim de atingir objetivos pré-estipulados.
Por exemplo, temos um aluno que precisa nadar em uma prova de travessia em 
águas abertas, porém, esse indivíduo está acima do peso, e para que esse indivíduo 
possa ter um melhor desempenho na prova, é necessário reduzir o seu peso corporal. 
Assim, seu objetivo é reduzir 8 kg. Dessa forma, devemos manusear de maneira correta 
as variáveis de volume e intensidade para alcançarmos o objetivo do indivíduo.
É aparente uma falsa facilidade na hora da prescrição do exercício, pois agora 
sabemos onde o aluno quer chegar, mas qual treino devemos passar? Com material ou 
sem material? A resposta parece ser bem simples: todos os treinos com ou sem material 
podem ser prescritos para chegar ao objetivo, a não ser por questões patológicas. A 
causa para essa resposta parece simples. É o fato de que todos os treinos podem ser 
prescritos, pois o importante nesse momento não é o tipo de material utilizado ou treino 
executado. O que determina a prescrição é a dose-resposta, e não o tipo de treino. A 
dose-resposta do treino pode ser determinada, como o manuseio das variáveis (volume, 
intensidade e frequência) para atingir um determinado objetivo (LOPES et al., 2017; 
SCHOENFELD et al., 2014; SCHOENFELD; OGBORN; KRIEGER, 2017).
Por exemplo, quando um indivíduo vai até o médico e se queixa de dor no ouvido, 
o médico, ao examinar, percebe uma infecção no ouvido e prescreve o tratamento. Por 
exemplo, 250mg de antibiótico de 12 em 12 horas durante 14 dias. O médico acabou de 
realizar uma prescrição de dose-resposta a uma infecção, para a qual 250mg representa 
a intensidade do medicamento, 12 em 12 horas a frequência e 14 dias a duração do 
tratamento, ou seja, intensidade, frequência e volume (JOÃO; JUNIOR, 2019).
Diante disso o Professor de Educação Física (treinador), quando um indivíduo 
está acima do peso corporal, deve então prescrever treinos, mas o treino em si não é 
o fator determinante para alcançar os objetivos estipulados. O fator determinante será 
a dose e a resposta que será aplicada ao aluno. Nesse contexto, os treinos podem ser 
diferentes com relação а sua execução, ao material utilizado e até ao seu objetivo, mas, 
por outro lado, podem estabelecer processos fisiológicas iguais.
Por exemplo, nadar crawl, costas, peito ou borboleta, são estilos de nado com 
características de movimentos diferentes, mas geram ajustes fisiológicos semelhantes 
caso sejam realizados com a mesma dose e para os mesmos objetivos pré-estabelecidos. 
Portanto, quando falamos em treinos, temos que levar em conta suas variáveis de 
volume, frequência e intensidade (JOÃO; JUNIOR, 2019).
70
Dessa forma, um indivíduo pode perder peso realizando frequência de 
treinamento de três vezes na semana, nadado crawl а seis km/h durante uma hora, mas 
também pode realizar a mesma frequência semanal de três vezes por semana, mas, ao 
invés de nadar crawl, ele nadar borboleta а 12 km/h durante 30 minutos. A pergunta 
é: qual dessas prescrições podem levar o aluno a conquistar seus objetivos mais 
rapidamente? Obviamente, muitos devem pensar na segunda opção (nadar borboleta 
a 12km/h durante 30 minutos), comparando-a com a primeira opção (nadar crawl a 
seis km/h durante uma hora). Então, surpreendam-se, pois ambas as prescrições têm 
a mesma dose-resposta.
Consequentemente, ambos os resultados serão de seis km percorridos e a longo 
prazo a relutância será a mesma relacionado à perda de peso e gasto calórico do aluno. 
Agora, é possível que ainda haja questionamentos: como podem duas prescrições tão 
diferentes relacionados à volume e intensidade apontarem os mesmos resultados? Da 
maneira que foi mencionado inicialmente, o importante não é o treinamento, nem o 
material, pois não devemos olhar para uma variável isolada, e sim a junção de todas as 
variáveis, apontando o produto final.
Dessa forma, nadar a 6km/h durante uma hora ou nadar com o dobro de 
velocidade na metade do tempo trará os mesmos resultados. Qual o melhor exercício 
para melhorar a força muscular do ombro dos nadadores? A maioria vai responder que 
o melhor exercício é desenvolvimento de ombros. Então, qualquer pessoa fazendo 
o exercício de desenvolvimento de ombro sem nenhum peso, apenas com o peso 
da gravidade, desenvolverá a musculatura do ombro? A resposta é não, pois se faz 
necessária uma sobrecarga apropriada para tais adaptações nesse grupo muscular. Por 
consequência, o tipo de exercício não é o fator que determina o alcance do objetivo.
O desempenho na natação ou em qualquer outo esporte é considerado 
multifatorial. Em outras palavras, o desempenho esportivo deriva de muitos aspectos 
técnicos (coordenação de gestos motores), táticos (estratégias adotadas dentro da 
competição), fisiológicos (força, velocidade e resistência), psicológicos (motivação, 
ansiedade e convívio com familiares e atletas) e fatores externos (clima, altitude e até 
o habitat da prova), que podem afetar todos os outros fatores já mencionados. Apesar 
de o desempenho físico ter uma forte relação com o aspecto genético, a prescrição e 
distribuição de treinamento ao decorrer de um período de tempo ou temporada também 
desempenha uma influência direta na atuação da performance do atleta.
O planejamento de exercícios com objetivos tem um nome bem comum 
no esporte e na educação física, chamado de periodização. Assim, a periodização é 
vista como fundamental para potencializar a performance dos alunos e atletas, pois 
permite mudanças em determinados períodos de tempo, com mudanças das variáveis 
(sobrecarga, volume, frequência e recuperação), que proporciona adaptações fisiológicas 
em determinados momentos específicos de objetivosdo aluno e em temporadas 
competitivas do atleta. A periodização envolve o manejo e controle das cargas do 
treinamento, métodos e estratégias em períodos específicos, com metas bem definidas.
71
Dentro desse planejamento, encontramos, popularmente, dos tipos de 
periodização. Uma delas é a periodização tradicional, também conhecida como 
periodização linear, em que o professor ou treinador procura planejar as cargas de 
treinamento, com a intenção de que seu atleta alcance a melhor performance. A 
periodização linear começa com grande volume e pouca intensidade, e, no decorrer 
do planejamento, avança para um baixo volume e alta intensidade, sempre alternando 
períodos de descanso entre o treinamento. Vemos também a periodização não linear, 
também conhecida como como periodização ondulatória, em que existe a possibilidade 
de alterar diariamente ou semanalmente as cargas de treinamento. Ao inverso da 
periodização linear, a periodização ondulatória concede uma maior versatilidade na 
manipulação do volume e intensidade. Dessa forma, ocorre a distribuição do treinamento 
diária ou semanalmente, não seguindo um padrão linear. Assim, a periodização 
ondulatória aceita que a intensidade do treino possa aumentar no decorrer do tempo, 
ante que haja aumento no volume do treino. No entanto, a periodização linear ainda é a 
mais adotada dentro do âmbito da natação. 
72
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• Aspectos fisiológicos relacionados ao exercício e capacidades que podem ser 
trabalhadas com esses parâmetros.
• Como funciona o metabolismo energético e a necessidade do corpo em manter 
uma moeda única para uso de energia. 
• A conveniência da prescrição objetiva a respeito do treinamento, sabendo que não 
podemos olhar apenas para uma variável isolada, mas sim para todo o contexto da 
prescrição.
• A necessidade do planejamento do treinamento, seja para atleta ou não.
73
AUTOATIVIDADE
1 Tendo compreendido a fisiologia do exercício e a importância que ela traz para 
o desenvolvimento do treinamento, vemos que seu estudo é necessário para que 
posamos entender como aplicar e essa ciência ao treinamento. Dessa forma, qual é a 
definição correta da fisiologia do exercício?
a) ( ) A fisiologia do exercício pode ser compreendida como um processo fisiológico 
que acontece no organismo no decorrer do esforço.
b) ( ) A fisiologia do exercício não pode ser compreendida como diversos processos 
fisiológicos, pois ela apenas acontece em alguns órgãos.
c) ( ) A fisiologia do exercício pode ser compreendida como diversos processos 
fisiológicos que acontecem no organismo no decorrer do esforço.
d) ( ) A fisiologia do exercício não pode ser compreendida, pois ela não muda com o 
esforço físico. 
2 Considerando o metabolismo energético, uma ação do nosso organismo é fornecer 
energia para nosso corpo realizar movimento em diversas atividades, inclusive nadar. 
O nosso organismo transforma todos os substratos energéticos em apenas uma 
moeda de troca de energia para ter uma maior facilidade na hora da utilização. Qual é 
essa moeda de troca?
a) ( ) A moeda energética é chamada de dose-resposta – DR.
b) ( ) A moeda energética é chamada de adenosina trifosfato – ATP.
c) ( ) A moeda energética é chamada de glicose – ATG.
d) ( ) A moeda energética é chamada aminoácidos – ATA
3 Na prescrição do exercício, temos uma diversidade de variáveis que podem ser 
manipuladas durante o período de treinamento. Sobre o exposto, classifique V para 
as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O que determina a prescrição do treinamento é a dose-resposta. 
( ) O desempenho na natação ou em qualquer outro esporte é considerado apenas 
por uma variável isolada.
( ) O que determina a prescrição do treinamento é o exercício realizado e o material 
que vai ser utilizado durante o treinamento.
( ) O desempenho na natação ou em qualquer outo esporte é considerado multifatorial.
74
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) V – F – V – V.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – F.
4 O Planejamento esportivo ou planejamento de exercícios é usado para aumento 
do desempenho ou até mesmo para melhorar de capacidades físicas, chamada 
de periodização. Acerca da periodização linear, que também é conhecida como 
periodização tradicional, disserte sobre quais as suas principais caraterísticas.
5 O planejamento deve ser realizado, seja para o atleta ou para o aluno iniciante, pois 
com objetivos preestabelecidos e planejamentos, conseguimos ter mais assertividade 
dentro da prescrição e alcançar as metas. Sabemos que esse planejamento é chamado 
de periodização, em que temos a periodização linear e ondulatória, ou seja, há uma 
diferença de caraterísticas entre esses dois tipos. Disserte sobre quais as principais 
diferenças entre essas periodizações. 
75
RESPOSTAS FISIOLÓGICAS NO DESEMPENHO 
DA NATAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos as respostas fisiológicas acerca do de-
sempenho, englobando todos os sistemas fisiológicos e relacionando esses sistemas 
em conjunto com parâmetros energéticos de respostas fisiológicas. Trataremos de con-
ceitos do sistema muscular, principalmente do músculo estriado esquelético, que é de 
suma importância para o movimento. Apontaremos suas estruturas e funções, abor-
dando as principais características dos tipos de fibras musculares e suas predominân-
cias metabólicas.
Vamos compreender o sistema circulatório e respiratório, pois ambos trabalham 
juntos e sequencialmente, visto que o sistema respiratório faz a captação de oxigênio 
e o sistema circulatório, além de levar uma variedade de nutrientes, também leva o 
oxigênio para células.
Compreenderemos mais a fundo o metabolismo energético, pois é a forma de o 
corpo humano gerar trabalho. Aprofundaremos a moeda energética (ATP) e como o corpo 
a usa para produzir movimento e entenderemos como o nosso organismo transforma 
todo esse material orgânico (carboidratos, gorduras e proteínas) que consumimos em 
apenas uma moeda.
UNIDADE 2 TÓPICO 2 - 
2 SISTEMA MUSCULAR 
O corpo humano realiza vários movimentos, como contração e relaxamento, um 
papel importante realizado pelos músculos, em que desfrutamos de três músculos: o 
músculo liso, que está na maioria dos órgãos; músculo estriado cardíaco, encontrado 
no coração; e músculo estriado esquelético, que é ligado aos ossos e realiza contrações 
para movimentar essa estrutura. Vamos focar no músculo estriado esquelético, pois ele 
é fundamental na movimentação em qualquer esporte ou exercício, não sendo diferente 
na natação. 
A contração muscular gera força, possibilitando ao nadador realizar movimentos 
das suas várias alavancas dentro do meio líquido. Esse conhecimento é de suma 
importância para professores e treinadores de natação, pois apresenta o entendimento 
das funções e desenvolvimentos no que diz respeito ao esporte. 
76
2.1 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS MÚSCULOS
Para que a contração muscular aconteça, é necessário que a fibra muscular 
receba uma mensagem do sistema nervoso central. A mensagem chega no formato de 
impulso, que percorre as fibras nervosas em alta velocidade, até alcançarem o ponto de 
encontro da fibra muscular, fazendo com que essa fibra se contraia. Os músculos são 
conjuntos de fibras musculares lidados aos ossos, geralmente ligados a uma articulação. 
Assim, ao se contrair, acontece um encurtamento do músculo tracionado na inserção, 
em que o músculo está preso ao osso, na direção da origem em que a outra extremidade 
do músculo está ligada, preso a outro osso.
Figura 1 – Estrutura funcional do músculo estriado esquelético 
Fonte: Mcardle, Katch e Katch (2016, p. 573)
A maioria das vezes se fala em uma contração total dos músculos, porém, 
apenas algumas fibras se contraem em determinados momentos. Na ocasião de 
carga elevadas, uma grande quantidade de fibras deve ser acionada para vencer essa 
resistência. No entanto,quando a carga é menor, apenas uma pequena quantidade de 
fibras precisa ser acionada para vencer a resistência.
Os músculos são compostos por várias células musculares, também chamadas 
de fibras musculares, tendo uma espessura aproximada de um fio de cabelo. A estrutura 
muscular é constituída por feixes de células musculares envolvidos por tecidos 
conjuntivos, em que encontramos miofilamentos na fibra muscular, que é composto 
principalmente das proteínas actina e miosina. Tendo um estímulo nervoso para reagir 
com a fibra muscular, com a liberação de agentes químicos para gerar energia, faz com 
que a cabeça da miosina se conecte com o filamento de actina, que é tracionado para 
dentro, fazendo com que aconteça a contração muscular. 
77
Figura 2 – Fibra muscular e suas miofibrilas
Fonte: Mcardle, Katch e Katch (2016, p. 573)
Dentro de um músculo ficam dispostas várias fibras musculares em unidades 
motoras. Um nervo motor separado responde a uma unidade motora por ramificações que 
se destinam até todas as fibras existentes no interior da unidade. Consequentemente, 
toda fibra muscular tem uma terminação nervosa que conduz informações do sistema 
nervoso central até a fibra, dizendo quando deve contrair. Seja qual for o impulso 
transmitido por meio do nervo e seus ramos, este exercerá uma ação de contração 
de todas as fibras musculares que fazem parte dessa unidade motora, tendo como 
fenômeno chamado de lei do tudo ou nada. 
A quantidade de unidades motoras que realizarão a contração é determinada pela 
demanda de necessidade. Um nadador de fundo, por exemplo, necessita de um baixo re-
crutamento de fibras, pois os seus movimentos não necessitam de uma grande quantidade 
de força, porém, em uma prova de 50 metros livre, se tem uma alta demanda de recruta-
mento muscular e um maior uso de força. Assim, o sistema nervoso estimula a quantidade 
necessária de unidades motoras para que a atividade possa ser executada. A maioria dos 
pesquisadores dessa área acreditam que nunca conseguiremos recrutar todas as unidades 
motoras, pois o sistema nervoso central inibiria essa ação, uma vez que a força exercida 
nessa contração seria tão absurda que poderia quebrar algum osso. Vale lembrar que as 
fibras musculares devem ser usadas, pois, se não as usarmos, elas atrofiarão. 
Figura 3 – Unidade motora
Fonte: Mcardle, Katch e Katch (2016, p. 605)
78
O nadador deve trabalhar o exercício de força de variadas intensidades, pois um 
padrão regular de recrutamentos de fi bras musculares pode desenvolver um melhor nado, e, 
consequentemente, um melhor desempenho, sendo trabalhado em cima do recrutamento 
necessário de fi bras musculares para desenvolver os gestos motores dos nados. 
O vídeo a seguir mostra a sequência bem detalhada da contração muscular. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BVcgO4p88AA.
DICA
2.2 FIBRAS MUSCULARES DO TIPO 1 E TIPO 2 
O músculo estriado esquelético possui dois tipos de fi bras musculares. As fi bras 
tipo 1, também é conhecida como fi bras vermelhas ou contração lenta. As de tipo 2, 
também conhecidas como fi bras brancas e contração rápida. No entanto, nestas 
argumentações, adotaremos os termos fi bras do tipo 1 e fi bras do tipo 2.
As fi bras musculares do tipo 2 tem uma contração muito rápida, se contraindo 30 
a 50 vezes por segundo, tendo um encurtamento das suas fi bras em alta velocidade e se 
reduzindo até seis vezes de comprimento de fi bra por segundo. Já as fi bras musculares 
do tipo 1 tem uma contração lenta, e se contraem de 10 a 15 vezes por segundo, tendo 
um encurtamento bem lento e se reduzindo apenas duas vezes de comprimento de 
fi bra por segundo. Outra caraterística bem diferente e importante entre os dois tipos 
fi bras musculares encontra-se na capacidade resistência e desempenho da potência. 
As fi bras do tipo 1 possuem uma demanda maior do metabolismo aeróbico, por isso ela 
tem mais resistência. O interior de dessas fi bras é rica em substâncias essenciais para 
o metabolismo aeróbico, além de possuírem mais estruturas onde esse metabolismo 
ocorre. Estas fi bras são ricas em mioglobinas, uma proteína que transporta oxigênio no 
músculo, por isso as fi bras do tipo 1 tem uma coloração avermelhada. Consequentemente, 
as fi bras do tipo 2, por não ter uma concentração tão grande de mioglobina, são 
chamadas de fi bras brancas, pois tem sua coloração menos avermelhada. 
Outra caraterística que deixa as fi bras do tipo 1 mais resistentes é o fato de 
terem um maior número de mitocôndrias, organelas presentes no interior das células 
musculares, local em que acontece o metabolismo aeróbico. Além disso, as fi bras do 
tipo 1 tem uma maior concentração de enzimas aeróbicas, que catalisam a liberação de 
energia no decorrer dos processos no metabolismo aeróbico.
Independentemente das fi bras do tipo 1 terem uma maior capacidade de fornecer 
energia aeróbica, sua capacidade para fornecer energia anaeróbica é bem reduzida, 
pois elas possuem menos enzimas anaeróbicas, que desenvolvem energia quando não 
79
há presença de oxigênio. Semelhantemente, quando recrutadas para o fornecimento de 
energia de forma anaeróbica, essas fibras não podem fazer com o mesmo desempenho 
das fibras do tipo 2.
Olhado por outro lado, as fibras do tipo 2 tem uma menor capacidade para o 
metabolismo aeróbico, possuindo menos mioglobina, uma quantidade menor de 
mitocôndrias, menos acúmulo gorduras e enzimas aeróbicas. Tais fibras concebem uma 
maior quantidade de ácido lático do que as fibras do tipo 1, quando submetido a um 
esforço com necessidade do seu recrutamento, assim, entram em fadiga muito mais 
rápido e utilizam o seu glicogênio estocado aceleradamente. 
Em sua maioria, o músculo estriado esquelético contém ambas as fibras, porém, 
alguns músculos têm predominância de fibras do tipo 1 e em outros tem predominância 
de fibras do tipo 2.
2.3 SUBDIVISÃO DE FIBRAS MUSCULARES DO TIPO 2 
Pesquisadores constataram uma subdivisão dentro do grupo das fibras de tipo 
2 na musculatura dos seres humanos. No meio desse grupo, algumas fibras parecem 
ter um potencial com maior intensidade para o metabolismo aeróbico do que as demais, 
apesar de que a sua capacidade aeróbica não aconteça na mesma similaridade do 
que as fibras do tipo 1. A divisão desses subgrupos das fibras do tipo 2 ocorre quando 
as que tem maior capacidade aeróbica do que as demais são chamadas de tipo 2a, 
com contração rápida a glicolíticas oxidativas rápidas. O outro grupo é denominado 
de fibras do tipo 2b, por ter uma menor capacidade aeróbica do que as fibras do tipo 
2a. Os termos comumente utilizados para identificação dessa subdivisão são: Fibra do 
tipo 2b, contração rápida b, glicolítica rápida. Ainda se fala em um terceiro subgrupo, 
chamado fibras do tipo 2c, ou podemos considerá-las como não classificadas, por não 
se encaixarem nos grupos de contração rápida nem de contração lenta. No entanto, 
alguns pesquisadores não aceitam esse termo, pois estudos longitudinais mostram que 
não há nem mesmo uma mudança de fibras.
As propriedades dos grupos e subgrupos tem o seu potencial, e, considerando 
todos os tipos de fibras musculares, devemos notar que elas trabalham em conjunto. 
No entanto, não conseguimos usar apenas fibras do tipo 1 ou do tipo 2 se a uma 
predominância de uso de fibras e caraterísticas que são utilizadas ao decorrer são 
requisitadas. O Quadro 1 vai mostrar as propriedades dos grupos e dos subgrupos das 
fibras muscular.
80
Quadro 1 – Propriedades das fibras musculares do tipo 1 e tipo 2
Fonte: o autor
Propriedades Fibras do tipo 1 Fibras do tipo 2a Fibras do tipo 2b
Velocidade de contração Lenta Rápida Rápida
Metabolismo anaeróbico Menor Maior Maior
Metabolismo aeróbico Maior Médio Menor
Tamanho Menor Maior Maior
Potência Menor Maior Maior
Mitocôndrias Maior Médio Menor
Capilares Maior Médio Menor
ATPase Menos Mais Mais
CPK Menos Mais Mais
Gordura Mais Menos Menos
Proteína Menos Mais Mais
Glicose Sem alteração Sem alteraçãoSem alteração
Mioglobina Mais Médio Menos 
2.3.1 Relação de tipos de fibras musculares com o 
desempenho
Os músculos estriados esqueléticos têm uma quantidade de fibras, tanto do tipo 
1, quanto do tipo 2, proporcionalmente igual em humanos. Todavia, algumas pessoas têm 
uma maior quantidade de uma determinada fibra, podendo afetar o seu desempenho, tanto 
positiva, quanto negativamente, em provas de natação ou até exercícios do dia a dia.
Olhando dessa perspectiva, podemos afirmar que a predominância da fibra 
muscular pode nos dizer que o aluno ou atleta vai se sair melhor em provas de velocidade 
ou de resistência. Alunos com predominância de fibras musculares do tipo 2 tendem a 
se sair melhores em provas ou exercícios de velocidade, pois sua contração é rápida e 
muito forte. Por outro lado, esses alunos se encontram em desigualdade quando são 
submetidos a provas e exercícios de resistência, pois possuem um número reduzido 
de fibras do tipo 1, assim, sua capacidade de energia aeróbica é muito baixa, levando à 
fadiga com a liberação de ácido lático no músculo. 
O contrário também acontece, quando um aluno tem uma quantidade elevada de 
fibras musculares do tipo 1, está bem amparado em provas e exercício de resistência, porém, 
para exercícios e provas de velocidade, terá mais dificuldade, visto que tem menor quantidade 
de fibras do tipo 2, e, por isso, quando necessita de energia de forma rápida, não consegue.
Independentemente de as fibras musculares terem relação como tipo de prova, 
pesquisas evidenciaram que em nadadores isso não é predominante. Melhor dizendo, 
nadadores com uma predominância em fibras do tipo 2 nem sempre irão bem em provas 
81
de velocidade, e nem sempre nadadores com um maior percentual de fibras do tipo 1 
irão bem em provas de resistência. As caraterísticas de prova na natação são diferentes 
de outros esportes. Ao analisarmos um atleta que não tem uma predominância de fibras 
do tipo 1, porém, se sai bem em uma prova de resistência, deve-se levar em conta o 
fator técnico, que abrange uma série de pontos, como respiração, gesto motor correto, 
posicionamento hidrodinâmico, percepção do momento da prova, entre outros. 
Devemos analisar também que temos apenas uma predominância, pois o 
músculo se contrai em conjunto, não apenas as fibras musculares do tipo 1 ou tipo 2, e 
sim uma predominância em recrutamentos em cada exercício, prova ou treinamento. 
3 SISTEMA CIRCULATÓRIO 
O desígnio do sistema circulatório é fazer o transporte de sangue por todo o 
organismo. Essa função é fundamental, pois o sangue faz o transporte de uma variedade 
de nutrientes, como glicose, aminoácidos e ácidos graxos, além de levar oxigênio para 
o interior de todos os tecidos, fazendo o transporte de ácido lático, dióxido de carbono 
e íons de hidrogênio para fora dos tecidos. Dessa forma, o sistema circulatório faz a 
entrega de nutrientes que o corpo precisa para desempenhar alguma atividade e retirará 
o que já não tem mais utilidade naquele momento.
Fundamentalmente, o nosso corpo precisa de nutrientes e de oxigênio para 
manter-se, como também necessita de dispersar alguns substratos. Olhando para esse 
sistema, devemos pensar que o coração é a bomba que impulsiona o sangue, as artérias 
e veias são as tubulações, onde esse sangue impulsionado deve passar. O sangue, rico 
em oxigênio e nutrientes, é impulsionado e passa pelas tubulações chamadas de artérias. 
Quando a carga de nutrientes e oxigênio já chegou às células, devem ser recolhidos 
substratos que não vão servir naquele momento. Agora, as tubulações usadas para o 
transporte são as veias.
82
Figura 4 – Sistema circulatório
Fonte: https://bit.ly/3g1yUsV. Acesso em: 14 jul. 2022.
A banda esquerda do coração bombeia o sangue para os músculos e tecidos de 
todo corpo humano por meio das artérias e arteríolas. Elas são conjuntos de ramificações 
de tubos. Sua espessura vai ficando cada vez menor até chegar no seu objetivo, que é o 
tecido. As artérias são as primeiras ramificações com um diâmetro maior, já as arteríolas 
são as ramificações subsequentes da artéria com um diâmetro menor. Dando sequência, 
após as arteríolas, se tem os capilares, os menores elementos vasculares. Cada capilar 
envolve individualmente cada fibra muscular.
O sangue transporta oxigênio, glicose e alguns outros nutrientes até chegar nos 
capilares. Nessa fase, o sangue fica mais próximo possível dos músculos, e algumas dessas 
substâncias necessárias para os músculos saem dos capilares, que estão envolvidos por 
estes vasos. No mesmo período, os subprodutos da contração muscular, ácido lático, 
dióxido de carbono e íons de hidrogênio se difundem, sendo levados para fora das células 
e sequencialmente para dentro dos capilares. Logo depois, o sangue sai dos tecidos 
por meio dos mesmos capilares, voltando por outro grupo de tubos sequencialmente 
maiores, tendo por nome vênulas e veias, voltando para banda direta do coração. Dando 
seguimento, o sangue é bombeado pelo coração para os pulmões, por meio de artérias e 
arteríolas pulmonares, chegando até os capilares pulmonares, que envolvem pequenas 
bolsas que existem nos pulmões, chamados de alvéolos pulmonares. Quando o sangue 
chega próximo aos alvéolos, é liberado o dióxido de carbono, sendo transportado para 
dentro dos alvéolos pulmonares, e assim sendo expirado. No mesmo período, o oxigênio 
é inspirado até chegar nos pulmões, passando pelos capilares, transportado pelo sangue 
até as vênulas e veias, chegando o sangue rico em oxigênio até a banda esquerdo 
coração. Com a chegada do sangue rico em oxigênio no coração, ele é bombeado para os 
músculos e tecidos, em que um novo ciclo se inicia.
83
O ácido lático, que é um subproduto do metabolismo, é coletado nos músculos 
e será destruído em diferentes lugares pelo percurso do sangue, até chegar ao coração. 
Será distribuído parte para outras fi bras musculares e no fígado, onde deve ser convertido 
em glicogênio para ser usado posteriormente como fonte de energia. Uma boa parte 
será absorvida pelo músculo estriado cardíaco, em que será utilizado como fonte de 
energia ou guardado como glicogênio para posteriormente.
Os aspectos fundamentais de transporte de sangue para os tecidos no sistema 
respiratório são: frequência cardíaca, volume sistólico e débito cardíaco. Nos próximos 
tópicos, abordaremos mais a fundo cada um desses assuntos.
A animação a seguir demostra uma sequência bem detalhada do sistema 
circulatório em funcionamento. Acesse: https://bit.ly/3eri7iQ.
DICA
3.1 FREQUÊNCIA CARDÍACA 
A frequência cardíaca nada mais é do que a quantidade de contração do mús-
culo estriado cardíaco por minutos. Tanto o ventrículo do lado de direito, quanto o do 
lado esquerdo, se contraem simultaneamente, sendo considerada essa contação si-
multânea como um batimento. A cavidade esquerda, chamada de ventrículo esquerdo, 
se enche com o sangue rico em oxigênio vindo do pulmão no seu período de relaxa-
mento. Quando acontece a contração, o sangue é bombeado para as artérias, mandan-
do, assim, sangue para os tecidos e sistema muscular. A cavidade direita, chamada de 
ventrículo direito, se enche com sangue rico em dióxido de carbono, vindo do sistema 
muscular no seu período de relaxamento. Quando acontece a contração, o sangue é 
bombeado para os pulmões.
3.1.1 Frequência cardíaca de repouso 
A maioria das pessoas tem sua frequência cardíaca de repouso entre 60 e 
80 batimentos por minuto. Isso para pessoas não treinadas. Em atletas, a frequência 
cardíaca de repouso fi ca em torno de 30 a 50 batimentos por minuto, tendo como 
fator primordial que ela diminui com o treinamento. Um dos benefícios do treinamento 
é que os músculos cardíacos aumentam e fi cam mais fortes, e podem contrair com 
uma maior precisão, bombeando mais sangue para os músculos em cada contração. 
Posteriormente, o coração necessitará de menos contrações para atingir a demanda de 
sangue do organismo.
84
Para uma maior exatidão, a frequência cardíacade repouso deve ser aferida em 
um período de 60 segundos. É viável executar a aferição tocando a artéria carótida do 
pescoço, no punho, na artéria radial, ou apenas colocando a mão sobre o coração.
3.1.2 Frequência cardíaca máxima 
A frequência cardíaca máxima é o máximo de vezes que o coração bate em 
um minuto, e cada indivíduo tem a sua frequência cardíaca máxima. Normalmente, a 
frequência cárdica fica em torno de 180 a 220 batimentos por minuto. É possível que 
a individualidade biológica do indivíduo possa ser determinante da sua frequência 
cardíaca máxima, independente do treinamento ou não.
Com o passar do tempo, a frequência cardíaca máxima tende a declinar, com 
uma queda aproximada de um batimento por ano, tendo início aproximadamente aos 
12 anos de idade, próximo à maturidade motora. Um dos procedimentos mais utilizados 
é o de subtrair a idade em um valor de 220, dando, assim, um valor aproximado da 
frequência cardíaca máxima. No entanto, a frequência cardíaca máxima varia muito 
com o envelhecimento. Na teoria, uma pessoa com 40 anos teria uma frequência 
cardíaca máxima de 180 batimentos por minuto, no entanto, para pessoas nessa faixa 
etária, o valor oscila entre 156 e 204 batimentos por minuto (MCARDLE; KATCH; KATCH, 
2016). Consequentemente, essa estimativa de frequência cardíaca máxima não tem 
uma clareza considerável para aplicação nas aulas e nos treinamentos de natação. 
Ocasionalmente, a frequência cardíaca máxima deve ser estipulada individualmente 
para cada aluno ou atleta.
 Um método mais direto e assertivo para calcular esse parâmetro consiste em 
nadar uma distância de 100 metros algumas vezes com intervalos de 5 a 15 segundos. 
O aluno deve começar com uma velocidade moderada, para promover uma frequência 
cardíaca regular, e aumentar a velocidade do nado sequencialmente, até que atinja a 
frequência cardíaca máxima, sem que ele próprio tenha percebido. O seguinte método 
consiste em contar a frequência cardíaca no decorrer de inúmeros trajetos de exercícios 
de velocidade máxima no período de alguns dias. A maior frequência cardíaca será 
considerada. Com intuito de minimizar os erros desse teste, o aluno ou atleta deve 
ter atingido essa frequência cardíaca máxima mais de uma vez, pois essa frequência 
atingida apenas uma vez pode não ser o esforço máximo do aluno.
Com toda a evolução do treinamento e tecnologias envolvidas com o exercício, 
temos disponibilidade de monitores cardíacos, que dão uma maior precisão na aferição 
da frequência cardíaca máxima do que métodos que aferem os batimentos segundos 
após o esforço. Em indivíduos bem treinados, a frequência cardíaca começa a baixar 
logo após o esforço máximo, então, a frequência tirada alguns segundos após o esforço 
será sempre menor do que valor real.
85
Não podendo usufruir de monitores cardíacos, a frequência cardíaca deve ser 
aferida o mais rápido possível após o esforço máximo, tendo o objetivo de chegar o mais 
próximo do valor real da frequência cardíaca máxima, contando apenas os batimentos 
ocorrentes em 10 segundos e multiplicando por 6, para ser o mais assertivo possível.
3.2 VOLUME SISTÓLICO 
A quantidade de sangue bombeado pelos ventrículos do coração é denominada 
de volume sistólico, tendo como valores normais de repouso uma zona entre 60 e 130 
mL por batimento, podendo ser aumentado com o exercício para cerca de 150 a 180 
por batimento. Os valores mencionados se referem apenas ao sangue bobeado pelo 
ventrículo esquerdo, assim, o ventrículo direito bombeia uma quantidade similar de 
sangue (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016).
O treinamento de resistência aumenta o volume sistólico, e uma série de fatores 
contribuem para isso, incluindo uma quantidade maior de força exercida pelo músculo 
estriado cardíaco, o aumento da cavidade cardíaca e a menor viscosidade sanguínea. 
Pessoas fisicamente ativas tem o volume sistólico maior após o treinamento do que valores 
iniciais. Isso evidencia uma menor frequência cardíaca em repouso. Dessa forma, o coração 
fornece a mesma quantidade de sangue com apenas um batimento, e sem uma necessidade 
de batimentos rápidos. Pelos mesmos motivos, a frequência cardíaca de diminui com o 
treinamento, entre 10 e 15 batimentos por minuto, durante esforços submáximos e aumento 
do volume sistólico máximo. Os valores máximos ficam em torno de 120 a 140 mL por batimento 
em uma pessoa não ativa, porém, após os períodos de treinamento, pode se ter um aumento 
significativo, entre 150 e 180 mL por batimento (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016).
3.3 DÉBITO CARDÍACO 
 
É considerado o débito cardíaco a quantidade de sangue bombeada em um 
período de um minuto pelo músculo estirado cardíaco. Além disso, para o débito cardíaco, 
é considerado apenas o volume de sangue bombeado pelo ventrículo esquerdo, porém, já 
sabemos que ventrículo direito bombeia a mesma quantidade de sangue ao mesmo tempo.
Para calcular o débito cardíaco, devemos multiplicar o volume sistólico pela 
frequência cardíaca. Normalmente, o débito cardíaco de uma pessoa em repouso é 
cerca de 5 a 6 litros por minuto. O corpo humano tem em média 4 a 6 litros de sangue, 
consequentemente, em uma pessoa treinada em repouso, um glóbulo vermelho demora 
aproximadamente um minuto para dar uma volta completa no sistema circulatório, 
desde os pulmões até os músculos.
Pessoas não treinadas podem aumentar quatro vezes mais o seu débito 
cardíaco no decorrer do exercício, cerca de 20 litros por minuto, o que é atingido pelo 
aumento da frequência cardíaca e o volume sistólico durante o esforço (MCARDLE; 
86
KATCH; KATCH, 2016). Em indivíduos treinados, durante o exercício, se tem um aumento 
significativo referente a pessoas não treinadas, pois o volume sistólico em pessoas 
treinadas é bem maior. Indivíduos treinados em exercícios máximos podem aumentar o 
seu débito cardíaco seis ou sete vezes mais do que o débito cardíaco em repouso. Assim, 
o glóbulo vermelho, que demorava um minuto para fazer o percurso, agora vai fazer o 
percurso entre seis e sete vezes em um minuto. Esse aumento no débito cardíaco é 
fundamental, pois se tem um aumento significativo de oferta em oxigênio e glicose, e 
também eliminado uma maior quantidade de dióxido de carbono e lactato, em função 
dessa maior velocidade de transporte sanguíneo.
No que se refere ao débito cardíaco em repouso, não se tem alteração com o 
treinamento, mas o músculo estriado cardíaco fica mais eficiente na tarefa de manter o 
organismo abastecido com sangue. Como já foi mencionado anteriormente, o volume 
sistólico aumenta e a frequência cardíaca diminui, dessa forma, quando o indivíduo está 
em repouso, o músculo estriado cardíaco tem que contrair uma menor quantidade de 
vezes para bombear o mesmo volume necessária para o organismo a cada minuto.
Assim, o treinamento também não altera o débito cardíaco em indivíduos 
fisicamente ativos em esforços submáximos do mesmo modo, porque não se tem 
necessidade. A necessidade de oxigênio é a mesma em indivíduos treinados ou não 
treinados, assim, não há necessidade de um aumento no débito cardíaco. Já volume 
sistólico tem um aumento significativo em indivíduos fisicamente ativos, durante 
o esforço submáximo, pois o músculo estriado cardíaco não tem necessidade de se 
contrair tantas vezes por minuto. Por esse motivo, a frequência cárdica de indivíduos 
fisicamente ativo e menor em esforço submáximo.
A ligação de volume sistólico, frequência cardíaca e débito cardíaco podem 
determinar com que velocidade o sangue circula pelo organismo. No entanto, outros 
aspectos da função circulatória são fundamentais para o abastecimento de oxigênio e 
nutrientes, para eliminação de dióxido de carbono e ácido lático durante o movimento, 
quantidade de sangue no organismo, quantidade de glóbulos vermelhos, quantidade 
de capilares em volta dos músculos e dos pulmões e distinção de natureza do oxigênio 
entre artéria e veias em volta das fibras musculares em atividade.
3.3.1 Volume sanguíneo e glóbulos vermelhosO sangue é composto de parte líquida, chamado de plasma, e substâncias 
sólidas, glóbulos vermelhos, glóbulos branco e plaquetas, sendo o plasma em sua 
maioria constituído por água, que representa mais de 50% do volume sanguíneo, o 
restante constituído por glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. A maior 
parte das substâncias sólidas do sangue é constituída pelos glóbulos vermelhos, sendo 
que os glóbulos brancos e plaquetas representam menos de 1% do seu valor absoluto. 
Os glóbulos vermelhos são de fundamental importância, pois contém hemoglobina, 
uma proteína composta por ferro que transporta o oxigênio no sangue.
87
3.3.2 Capilares 
O músculo estriado esquelético manda sangue através das artérias, que são 
ramificadas em tubulações menores, chamadas de arteríolas. No decorrer do trajeto, 
as arteríolas chegam em terminas chamadas capilares. Os capilares circundam tecidos 
do organismo, os que envolvem as fibras musculares são chamados de capilares 
musculares. Os mesmos capilares que trazem o oxigênio também recolhem o dióxido 
de carbono e ácido lático, transportando das células musculares para outros destinos. 
Os capilares que envolvem as bolsas aéreas, ou alvéolos, nos pulmões são chamados 
de capilares pulmonares, em que se tem a terminação dos brônquios, pelo meio que 
o ar e oxigênio entram nos pulmões. O oxigênio é difundido para fora dos alvéolos em 
sentido ao sangue, em seguida, mandado para o coração, para que ele o bombeie para 
os tecidos do organismo. Já o dióxido de carbono é mandado para fora dos capilares e 
disperso para os alvéolos, e posteriormente expelido.
A prática de exercício pode aumentar a quantidade de capilares em volta das 
fibras musculares. Os capilares têm um tamanho bem reduzido, permitindo a passagem 
de apenas um nutriente de cada vez. Consequentemente, o aumento de capilares em 
volta das fibras musculares, possibilitará uma maior liberação de oxigênio e glicose, como 
também a remoção de dióxido de carbono e ácido lático existentes nas fibras musculares.
3.3.3 Distinção de oxigênio arterial e venoso 
De acordo com o que foi apontado, uma parte do oxigênio no sangue se dispersa 
durante o percurso para as fibras musculares, das arteríolas até as vênulas, por meio dos 
capilares que ficam envolta destas fibras. No momento que o sangue é bombeado pelo 
músculo estriado cardíaco, sua quantidade de oxigênio é de 20mL por 100 mL de sangue em 
situação de repouso. Normalmente, esse sangue perde 4 a 5 mL de oxigênio para as fibras 
musculares no percurso pelo organismo. Dessa maneira, o volume de oxigênio venoso fica 
apenas um pouco reduzido, com 15 a 16 mL por 100mL de sangue. Esse volume reserva que 
fica disponível no sangue pode ser requisitado pelo organismo à medida que for submetido 
ao esforço. O indivíduo submetido ao esforço pode usar até 15 mL de oxigênio, deixando sua 
reserva bem baixa, com apenas 5mL de oxigênio no sangue venoso. 
O exercício de resistência pode acarretar uma melhora promissora no oxigênio 
liberado para as fibras musculares. Os motivos para essa melhoria de desempenho 
abrangem tanto um aumento nos capilares musculares, como também uma maior 
demanda de volume de sangue rico em oxigênio para as fibras musculares recrutadas. 
88
3.4 PRESSÃO SANGUÍNEA
A pressão sanguínea, também chamada de pressão arterial, que acontece 
quando o sangue avança pelos vasos sanguíneos, exerce uma pressão pelas paredes 
desses vasos. A pressão pode ser aferida por milímetros de mercúrio. Se tem duas 
medidas de pressão, para que essa força desse fluxo seja identificada. A primeira é 
quando a contração do músculo estriado cardíaco e a segunda é quando músculo 
estriado cardíaco relaxa. A pressão nos vasos quando acontece a contração é chamada 
de pressão sistólica, porque o nome apropriado cientificamente para um batimento 
cardíaco é sístole. A pressão quando acontece o relaxamento é chamado de diastólica, 
pois o período de relaxamento do coração é chamado de diástole. A pressão considerada 
em níveis normais, tanto sistólica quanto diastólica em níveis de repouso, fica em torno 
de 120 sistólica e 80 diastólica em mmHg.
Exercícios de resistência reduzem a pressão arterial tanto sistólica quanto 
diastólica. Essa redução acontece em níveis de repouso ou de esforço submáximo. Esta 
redução na pressão arterial certamente se dá pela elasticidade dos vasos sanguíneos, 
com o aumento de pressão durante o exercício.
Apesar de ser uma variável importante para saúde, não tem sido de confiança 
para o exercício. A pressão arterial oscila muito de indivíduo para indivíduo, sendo assim, 
não tem revelado indicadores promissores para o desempenho. 
4 SISTEMA RESPIRATÓRIO 
As principais funções da respiração são abastecer oxigênio e eliminar o dióxido 
de carbono do nosso organismo. O desenvolvimento desse processo proporciona a 
vida, pois o nosso organismo não consegue sobreviver sem oxigênio, é a função menos 
falada, mas de importância igual, da respiração e regulação do equilíbrio do ácido-base 
do corpo.
O sistema respiratório fundamenta-se nos pulmões e em um grupo de tubos 
ramificados que movimentam ar e oxigênio do exterior do organismo até a corrente 
sanguínea. No decorrer da inspiração, pegamos o ar que está fora do organismo pelo nariz 
e boca. O ar prossegue pela faringe, chegando até os pulmões pelos tubos chamados 
brônquios. Dentro dos pulmões, o ar decorrer por tubulações cada vez menores e mais 
ramificada, chamados de bronquíolos. Chegando ao final dos tubos, se tem pequenas 
bolsas chamadas alvéolos, que são envolvidos por capilares.
89
Figura 5 – Anatomia do sistema respiratório 
Fonte: Mcardle, Katch e Katch (2016, p. 427)
Na primeira fase de inspiração, o oxigênio é absorvido como parte do ar que 
é captado pelo organismo. Parte desse oxigênio fica no nosso organismo quando 
expiramos o ar. Na fase de expiração, o ar é expelido com dióxido de carbono e gotículas 
de água produzidas pelo organismo. 
Então, a sequência do ar inspirado pelo nariz e pela boca é: decorre pela faringe 
e pelos brônquios, bronquíolos e, chegando, finalmente, nos alvéolos, enchendo essas 
pequenas bolsas elásticas. Nesta localidade, uma parcela do oxigênio que está no ar 
inspirado dissemina dos alvéolos para a corrente sanguínea pelos capilares pulmonares. 
No mesmo momento, o dióxido de carbono produzido nas células musculares dissemina 
na direção contrária, ou seja, para o fora dos capilares e para dentro dos alvéolos. 
Logo em seguida, o dióxido de carbono é movimentado pelos bronquíolos, chegando, 
finalmente, à expiração, em que é expelido pela boca e nariz para o ambiente externo.
O volume corrente é o volume de ar trocado por respiração, tendo também o 
volume minuto, que é o volume de ar trocado por minuto. O volume corrente tem uma 
média entre a faixa de 500 a 700 mL de ar por respiração, e se tem uma média de 12 a 15 
respirações por minuto, assim, o volume minuto tem uma faixa de 6 a 10 L de ar.
Os nadadores adotam como estratégia a frequência respiratória que lhes 
proporciona o maior volume minuto corrente com exercício submáximo. Os nadadores 
naturalmente se ajustam com relação sua frequência respiratória e o volume corrente 
com o exercício, dominam principalmente essa habilidade, porque necessitam ajustar 
sua respiração com o seu ritmo de braçadas.
90
A animação a seguir demostra anatomia do sistema circulatório e o seu 
funcionamento durante ciclo respiratório. Acesse: https://bit.ly/3T2ATMn.
DICA
4.1 CONSUMO DE OXIGÊNIO E RENDIMENTO NA NATAÇÃO
O consumo de oxigênio é a quantidade de oxigênio utilizada durante o exercício. 
Essa quantidade é igual ao volume de oxigênio inspirado durante o exercício, subtraindo 
o volume expirado. Normalmente, o consumo de oxigênio é composto por equivalências 
com o número de litros ou mililitros de oxigênio utilizados durante o exercício pelo 
organismo. Por exemplo, um nadador inspira 12 L de oxigênio e inspira 6L em um minuto, 
ou seja, o consumo de oxigêniofoi de 6 L por minuto.
O volume de oxigênio gasto pelos músculos a cada minuto está intimamente 
ligado à intensidade do exercício, em que se chega a um pico desse consumo, que fica 
em torno de 2 e 3 L por minuto. Esse valor se refere a homens e mulheres não ativos, 
podendo chegar com esse valor entre 4 e 6 L por minuto para nadadores de alto nível. 
O nome dado para o volume máximo de oxigênio que uma pessoa utiliza durante um 
minuto de exercício é consumo máximo de oxigênio, comumente chamado de VO2máx. 
Os volumes do VO2máx são a representação sincera da capacidade individual de 
abastecimento de energia para contração muscular através do metabolismo aeróbico. 
A ligação entre consumo de oxigênio e performance em provas de resistência é tão 
fundamental que há necessidade de um aprofundamento maior sobre o assunto.
4.2 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO OU VO2MÁX
O VO2máx é calculado pela medição do consumo de oxigênio durante o exer-
cício, com intervalos repetidos e velocidade gradativamente maiores, até que o atleta 
chegue a um limite, em que mesmo aumentando a velocidade, não haverá alteração no 
consumo de oxigênio. Neste momento, o atleta atingiu a sua capacidade máxima de 
consumo de oxigênio.
A situação comum, tendo uma maior dificuldade de entendimento sobre o 
VO2máx, é que os atletas atingem esse platô quando nadam abaixo da sua velocidade 
máxima, mas continuam aumentando a sua velocidade de nado, mesmo após ter 
atingido a sua capacidade máxima de consumo de oxigênio, tendo como explicação 
a sua capacidade anaeróbica, na qual seu corpo continua a fornecer energia para os 
músculos, mesmo com baixa quantidade de oxigênio. No entanto, essa situação não 
pode ter um período extenso para esse fornecimento de energia, pois agentes químicos 
91
que não foram metabolizados por completos, como ácido lático e íons de hidrogênio, 
acumulam no músculo essas substâncias, mudando assim drasticamente o pH. Como 
consequência, tem-se a queda da velocidade e da foça de contração muscular, perdendo 
velocidade e técnica do nado.
Olhando para a Figura 6, vemos um padrão específico do consumo de oxigênio 
no decorrer do exercício. Iniciado o exercício, o volume de oxigênio consumido aumenta 
durante os primeiros minutos de atividade muscular até atingir um ponto que abasteça 
de uma quantidade ideal para que o atleta continue com a atividade muscular. A figura 
também apresenta o déficit de oxigênio que ocorreu no decorrer desses minutos. 
A reposição do déficit de oxigênio gerada durante o exercício está evidenciada, 
parcialmente, pelo volume adicional de consumido após o exercício, que por enquanto, 
corresponderá como dívida de oxigênio.
Figura 6 – Déficit e dívida de oxigênio 
Fonte: https://bit.ly/3TdAiam. Acesso em: 20 set. 2022.
4.2.1 Métodos de aferição do VO2máx 
Para uma maior assertividade nos testes de VO2máx, eles devem ser realizados 
conforme a sua especificidade esportiva. Assim, nadadores devem fazer esse teste dentro 
da água, nadando. Testes que não são específicos podem dar falsas medidas do VO2máx.
A aferição desse parâmetro não é simples para os nadadores, por terem que usar 
aparelhos dentro da água. O nadador usa uma máscara cobrindo a boca e o nariz. Essa 
máscara está acoplada a uma válvula de duas vias, de maneira que o nadador inspire 
o ar da atmosfera e o expire para um tubo coletor. Quando aplicado em uma piscina 
normal, o nadador perde alguns padrões de nados, como não poder virar a cabeça, nem 
fazer virada olímpica, viradas simples com pouco impulso, para que não saia os tubos, 
nem enrole as tubulações.
92
O vídeo a seguir mostra uma aplicação de teste de VO2máx em piscina. 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=5r12YWbqO2Y.
DICA
Todavia, um método de mais fácil aplicabilidade, em que o equipamento e o 
nadador fi cam parados em um aparelho, é denominado swim fl ume, o que facilita muito 
a coleta do oxigênio durante o nado, mas é de difícil acesso por custo elevado.
Figura 7 – Défi cit e dívida de oxigênio
Fonte: https://in.pinterest.com/pin/803611127231897021/. Acesso em: 20 set. 2022.
Outro método bem utilizado com menos interferência de toda essa aparelhagem 
durante o nado, é a coleta de oxigênio logo a após o término dele. Assim, esse método 
não tem necessidade de máscara ou tubos. Com isso, os nadadores podem manter 
padrões de respiração e de viradas durante todo o nado. Logo após o término do nado, o 
atleta coloca uma máscara no seu rosto, prendendo a respiração. Em seguida, expira em 
recipiente de coleta por 20 segundos. Esse teste pode ser repetido diversas vezes com 
uma variedade de velocidade de nados, até que possa determinar o consumo máximo 
de oxigênio do atleta.
O VO2máx e a intensidade do exercício estão altamente relacionados, e, assim, 
têm uma aplicabilidade bem maior entre professores e treinadores de natação, dando 
como equivalência de comparação de VO2máx e sensação subjetiva de esforço. O 
Quadro 2 mostra essa relação entre os parâmetros.
93
Quadro 2 – Relação de esforço com VO2MÁX
Fonte: o autor
Percepção subjetiva de esforço Volume de oxigênio máximo
30 a 40% 50 a 60 %
60 a 80% 70 a 90 %
80 a 90% 100%
90 a 100% 110 a 130%
Apesar de uma pessoa poder aumentar o seu VO2máx através do treinamento, 
investigações mostram que sucessivamente estabelece limites para esse volume 
alcançado. No entanto, durante anos, a capacidade máxima de oxigênio foi considerada 
a medida mais confiável da capacidade desempenho dos atletas de resistência. 
Entendia-se que um atleta que pudesse fornecer mais oxigênio ao seu organismo por 
minuto de exercício seria apto a fornecer mais energia subsequente do metabolismo 
aeróbico. Assim, ficaria um período bem maior para chegar à fadiga, tendo uma menor 
contribuição do metabolismo anaeróbico. É realidade que o aumento do VO2máx se 
tem um ganho no desempenho, porém, o VO2máx não é um fator isolado, mas se tem 
uma variedade de fatores fisiológicos que se desenvolvem em cima do desempenho do 
atleta. Outros fatores estão diretamente envolvidos e serão discutidos posteriormente.
5 METABOLISMO ENERGÉTICO NA NATAÇÃO 
O nosso corpo, para se locomover, seja ele no meio terrestre ou no meio 
líquido, necessita de contrações musculares. A disponibilização de energia existente 
em componentes químicos no interior das células musculares é o que proporciona a 
contração muscular. Essa energia possibilita ao nadador a competência de nadar. Não 
tendo a disponibilidade dessa energia, as fibras musculares não vão contrair. 
O emaranhado processo de fornecimento de energia no interior das células é cha-
mado de metabolismo. No decorrer dos últimos anos, as investigações científicas sobre o 
metabolismo energético têm sido aprofundadas e relacionadas cada vez mais com os mé-
todos de treinamento. Consequentemente, todos que estão relacionados com o treinamen-
to e prescrição de exercício devem entender o processo do metabolismo energético.
5.1 POTENCIAL ENERGÉTICO E SUAS FONTES 
Popularmente, a energia é definida como a capacidade de realizar movimento 
mecânico ou biomecânico. Existem muitos tipos de energias distintas no universo. As 
fundamentais são a energia mecânica, a energia térmica, a energia radiante, a energia 
luminosa e a energia química. Como nada se perde, tudo se transforma, como é 
94
conceituado para primeira lei da termodinâmica, isso também acontece com a energia, 
quando necessário a energia é transformada em outra forma de energia (MCARDLE; 
KATCH; KATCH, 2016).
A maior fonte de energia do nosso planeta é o Sol, que irradia sua energia para 
a Terra. No momento que essa energia chega até as plantas, para elas é atribuída e, 
logo após, armazenada como energia química por intermédio da fotossíntese. No 
momento em que comemos os vegetais ou animais que já comeram esses vegetais, 
retemos a energia no nosso corpo, estocando-a para uso futuro. Por tanto, animais 
e vegetais estocam energia em forma de carboidratos, gordura, proteínas e diversas 
substância químicas.A energia tem forte potencial para vários mecanismos fisiológicos 
ao se desligarem desses agentes químicos e são transformadas em outras formas. No 
organismo, acontece a transformação da energia química em energia elétrica para a 
transmissão de impulsos nervosos, acontecendo com que essa energia se transforma 
novamente em energia mecânica para que aconteça a contração muscular. A intensidade 
e volume de nado estão intimamente ligados à capacidade desse atleta liberar energia 
química e transformá-la em energia mecânica para realização de trabalho.
Levando em conta que a velocidade e o ritmo dos nadadores dependem 
intimamente da disponibilidade de energia, a função do treinamento será a 
disponibilização de mais energia química às células musculares em um tempo menor 
e a reposição desses agentes químicos em uma maior velocidade. O treinamento é 
capaz de proporcionar isso por meio de um processo chamado adaptação. No momento 
em que os nadadores utilizam continuamente um grande volume de energia em altas 
intensidades no decorrer do treinamento, seus organismos estocam mais substâncias 
que contêm energia e a liberam mais rápido, quando há necessidade durante o esforço. 
Assim, o nosso organismo aprende a restituir a energia mais rapidamente, após o uso. 
Ou, melhor dizendo, os mecanismos fisiológicos sofrem adaptações com o treinamento 
para atender à demanda energética durante o esforço de maneira ideal.
5.2.1 Adenosina trifosfato 
O ATP equivale a uma molécula de proteína, denominada de adenosina, e três 
moléculas de fosfato. As ligações entre as moléculas de ATP são fontes de energia 
química a disposição para uso do organismo.
5.2 ARMAZENAMENTO DE ENERGIA NO CORPO 
O armazenamento de energia nos nossos corpos acontece com associação 
dos seguintes agentes químicos: adenosina trifosfato (ATP), fosfato de creatina (CP), 
carboidratos, gorduras e proteínas. Uma junção de moléculas compõe todas essas 
substâncias químicas. 
95
Figura 8 – Estrutura química adenosina trifosfato
Fonte: o autor
As enzimas são pequenas proteínas com papel essencial no organismo. Cada enzi-
ma está associada ao seu processo bioquímico que acontece no corpo. As enzimas acele-
ram essas respostas químicas, sem serem modificadas ou consumidas durante o processo.
O ATP não pode ser conduzido de outro lugar do organismo para as fibras 
musculares em atividade. Consequentemente, quando a quantidade de ATP nas fibras 
musculares declina na quantidade de energia e fosfato, é necessário que outras formas 
de energia no interior das células musculares reponha o ATP o mais rápido possível, ou 
a contração não será mais possível. 
A quantidade de ATP muscular é muito pequena, que podem sofrer depleção 
já nos primeiros segundos de esforço se essa substância não for reposta rapidamente. 
Todavia, a ressíntese de ADP para ATP tem dependência de outras formas de energia, 
para que posam doar o fosfato e energia, são eles: fosfato de creatina (CP), carboidratos, 
gordura e proteínas.
5.2.2 Fosfato de creatina 
A CP é a mais rápida fonte de energia e de fosfato para ressíntese do ATP. 
Olhando para o seu nome, já identificamos que a CP é formada por uma molécula 
de creatina e por um fosfato. A energia liga uma molécula a outra. A enzima creatina 
quinase (CK) quebra a molécula de CP, gerando energia. Logo após, a energia e o fosfato 
se ligam ao ADP para ressíntese do ATP. Todo o processo da ressíntese de do ATP por 
meio CP só depende de apenas duas etapas: a quebra do CP e a combinação de seu 
fosfato e energia com o ADP.
Figura 10 – Estrutura química do fosfato de creatina
Fonte: o autor
96
Figura 11 – Ressíntese de ATP por meio da quebra do fosfato de creatina 
Fonte: o autor
Essas duas etapas podem ocorrer com tanta velocidade, que não haverá demora 
na liberação de energia do ATP. No entanto, os nadadores podem manter pelo curto 
período de tempo, enquanto houver CP no músculo, para que tenha restauração do ATP, 
relembrando que a as fibras de tipo 2 tem uma maior quantidade de CP do que as do tipo 1.
5.2.3 Glicose 
A glicose é proveniente da maioria de alimentos que comemos, e fornecem 
energia para o nosso organismo, funções cerebrais e até mesmo se exercitar. É o 
açúcar simples usado fundamentalmente para a ressíntese do ATP. A glicose, estando 
no organismo, pode ser usada rapidamente para aquisição de energia ou guardada no 
músculo ou no fígado para ser usada futuramente.
A glicose guardada no músculo é chamada de glicogênio muscular, que formado 
por uma cadeia de moléculas de glicose, é essencial fonte de energia e de fosfato para 
a ressíntese de ATP na maioria das competições de natação, tendo ela disponível nas 
fibras musculares e não exige tempo de transporte pelo sangue.
O fígado e o sangue têm estoques de glicose que podem ser movidas e 
transferidas até as fibras musculares quando estas necessitem de energia. No entanto, 
tanto o glicogênio hepático, que é a glicose do fígado, como a glicose sanguínea, podem 
fornecer quantidades limitadas de energia durante as provas de natação.
5.2.4 Gordura 
As gorduras são fontes de energia importantes para ressíntese de ATP durante a 
natação. Uma maior quantidade de ATP pode ser restituída com a gordura do que a glicose, 
uma molécula de gordura pode ressintetizar quase 13 vezes mais do que uma molécula 
97
de glicose. Todavia, o processo de metabolização da gordura é integralmente aeróbico, 
ou seja, isso significa que a energia tem que ser liberada lentamente. Em consequência, 
praticamente, nenhum nadador usa energia do metabolismo da gordura durante as provas.
5.2.5 Proteínas
As proteínas são elementos estruturais base do nosso organismo e estão 
intimamente envolvidos no reparo tecidual do nosso organismo. Inclusive, o nosso 
próprio músculo estriado esquelético é constituído de proteína, até mesmo componentes 
envolvidos no processo de metabolismo aeróbico, como as mitocôndrias, hemoglobinas 
e mioglobinas. As enzimas que aceleram processos metabólicos têm uma base proteica, 
não sendo diferente para os hormônios. As proteínas também têm papel fundamental 
no equilíbrio de alcalinidade e acidez dos fluidos corporais durante o nado.
É coerente que os nadadores mantenham um estoque adequado de glicose e 
glicogênio muscular durante as provas e treinamento, para que não utilize em excesso 
as proteínas como fonte de energia. Caso, eventualmente, isso aconteça, seus músculos 
podem perder parte da sua estrutura proteica, assim, sua força e resistência diminuem.
5.3 SISTEMAS BIOQUÍMICOS DO METABOLISMO ENERGÉTICO 
Os principais sistemas do metabolismo energético para ressíntese de ATP no 
nosso organismo são: sistema ATP-CP, sistema anaeróbico e sistema aeróbico. Dois 
desses sistemas são anaeróbicos, pois não há necessidade de que o oxigênio esteja 
presente durante esse metabolismo, mas um produz ácido lático e outro não. O terceiro 
necessita de oxigênio e é chamado de metabolismo aeróbio.
Cada um desses ciclos ressintetiza ATP em uma velocidade diferente. Esta 
velocidade de ressíntese pode ser determinada em parte pela quantidade de etapas 
que esse processo leva para restaurar o ATP. A sequência de velocidade de ressíntese 
é essa: primeiro, lugar ATP-CP, logo em seguida, a glicose anaeróbica, e o mais lento de 
todos, o metabolismo anaeróbico.
5.3.1 Sistema imediato ou ATP-CP
O Sistema ATP-CP é o mais rápido, pois ele está disponível para ressintetizar 
o ATP no momento do uso, pela quebra do fosfato de creatina. No momento em que 
um impulso nervoso estimula a fibra muscular a se contrair, sucede combinações dos 
filamentos grossos e finos: actina e miosina. Esses filamentos ativam a enzima ATPase, 
fazendo com que o ATP perca o fosfato e libere a energia e transforme em energia 
mecânica, utilizando para contração muscular. Esse processo é muito veloz. As fibras 
musculares se contraem muito rápido com a maior força possível.
98
O vídeo, a seguir, apresenta a explicação do funcionamento do sistema 
imediato ATP-CP.Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=BhJtogLY0e4
DICA
5.3.2 Sistema anaeróbico ou glicolítico 
Cerca de cinco segundos após o começo de uma atividade muscular, o glicogênio 
passa a ser a principal fonte de energia para ressíntese de ATP. Um conjunto de enzimas 
catalisa a glicose e controla sua velocidade. O treinamento de alta velocidade pode 
otimizar a atividade enzimática, para que essa reação possa ser mais rápida. 
O processo se inicia com a conversão de glicogênio em glicose, em que se 
tem um procedimento por enzimas catalizadoras fosforilase. Após esta etapa inicial, 
o metabolismo da glicose passa por 10 reações bioquímicas, chegando até o ácido 
pirúvico. Nesta etapa, pode ser transformado em acetil-CoA e seguir para o metabolismo 
aeróbico ou ácido lático e depois lactato, mandando para corrente sanguínea. O sistema 
anaeróbico tem um saldo positivo de produção de 2 ATPs. Produzimos 4, mas são 
utilizados 2 ATPs para o metabolismo da glicose. 
O vídeo a seguir demonstra a sequência do sistema glicolítico, de maneira 
simples. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=uCmNQQWlrc0.
DICA
99
Figura 12 – Metabolismo anaeróbico (glicólise anaeróbica)
Fonte: o autor
5.3.3 Sistema aeróbico
No momento em que os produtos fi nais da glicólise anaeróbica entram na fase 
aeróbica, quando podem ser metabolizados para obtenção de energia para reposição 
de ATP, é necessária a presença de oxigênio. Os íons de hidrogênio fornecem energia 
quando prosseguem para cadeia de transporte de elétrons. Já o piruvato pode fornecer 
fosfato ao ser metabolizado pelo ciclo de Krebs. O sistema aeróbico é mais efi ciente para 
ressíntese de ATP porque não promove produto algum para causa da fadiga. Além do 
mais, a porção de reciclagem de ATP é bem maior do que no metabolismo anaeróbico. 
A maior desvantagem do sistema aeróbico é que o decorrer do processo é muito mais 
longo do que o sistema anaeróbico e por isso é mais lento.
O sistema aeróbico corresponde a dois processos: cadeia de transporte de 
elétrons e ciclo de Krebs. Os íons de hidrogênio e seus elétrons são metabolizados até a 
água na cadeia de transporte de elétrons, e, no ciclo de Krebs, o piruvato é metabolizado 
até dióxido de carbono. Ambos os processos liberam um grande volume de energia e 
fosfato para ressíntese de ATP.
Os vídeos a seguir demostram o ciclo de Krebs e a cadeia de elétrons de 
uma forma bem simples de compreender. Acesse: https://bit.ly/3D06t83 e 
https://bit.ly/3evBB5E.
DICA
100
Figura 13 – Ciclo de Krebs e a cadeia de transporte de elétrons
Fonte: https://bit.ly/3esDOit. Acesso em: 20 set. 2022.
Todos os nadadores de elite têm uma capacidade maior de metabolizar piruvato 
íons de hidrogênio, tendo como parâmetro a determinação da capacidade máxima de 
oxigênio (VO2máx). Eles têm melhora significativa no tempo de nado sem sofrer acidose, 
maior eficiência nas braçadas e pernadas, reduzindo, assim, o custo energético do nado.
É de suma importância sabermos todos os sistemas energéticos e a interação 
com eles, como também o sistema muscular, sistema circulatório e sistema respiratório, 
olhando para um conjunto que forma o todo, nosso aluno, atleta e nadador. 
101
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Acerca do sistema muscular, vendo as caraterísticas do músculo estriado 
esquelético, conhecendo particularidades de diferentes tipos de fibras musculares. 
• A importância do sistema circulatório, olhando o seu papel de transporte de oxigênio 
e também de remoção de dióxido de carbono no corpo humano.
• Como o sistema circulatório funciona e a importância da captação de oxigênio em 
parâmetros para o desempenho.
• Os sistemas metabólicos e suas predominâncias, conhecendo a moeda energética 
usada no nosso corpo e como é essa interação com o sistema metabólico. 
102
AUTOATIVIDADE
1 Com base no que estudamos até o momento, podemos dizer que o nosso organismo 
trabalha integrado com vários sistemas. O oxigênio é fonte de vida, e sem ele 
não podemos viver. No desempenho, ele tem um potencial muito importante, 
principalmente o volume máximo de oxigênio (VO2máx). Sobre como pode ser definido 
o volume máximo de oxigênio, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A maior quantidade de oxigênio obtida durante o esforço. 
b) ( ) A menor quantidade de oxigênio obtida durante o esforço.
c) ( ) A maior quantidade de oxigênio obtida durante o repouso.
d) ( ) A menor quantidade de exercício obtida durante o repouso. 
2 O sistema circulatório faz todo o sistema de transporte de nutrientes para o nosso 
corpo, além de levar o oxigênio para as células, pelas artérias e veias. Sobre esses 
vasos sanguíneos, quais principais funções das arteiras e veias?
a) ( ) As artérias transportam nutrientes e dióxido de carbono e as veias transportam 
oxigênio.
b) ( ) As artérias e veias não fazem transporte.
c) ( ) As artérias transportam oxigênio e nutrientes bombeados pela banda esquerda 
do coração e as veias, na maioria das vezes, transportam dióxido de carbono e 
outros subprodutos.
d) ( ) As artérias e veias transportam dióxido de carbono o tempo todo.
3 O músculo estriado esquelético possui dois tipos de fibras musculares. As fibras tipo 1 
e tipo 2. Ambas têm características bem peculiares. Quais são elas?
a) ( ) As fibras do tipo 2 tem uma coloração mais a vermelhada e uma contração mais 
lenta, já as fibras do tipo 1 tem uma coloração mais branca e uma contração mais 
rápida.
b) ( ) As fibras do tipo 1 tem uma coloração mais a vermelhada e uma contração mais 
lenta, já as fibras do tipo 2 tem uma coloração mais branca e uma contração mais 
rápida.
c) ( ) As fibras do tipo 1 tem uma coloração mais branca e uma contração mais lenta, já 
as fibras do tipo 2 tem uma coloração mais avermelhada e uma contração mais 
rápida.
d) ( ) As fibras do tipo 1 tem uma coloração mais a vermelhada e uma contração mais 
rápida, já as fibras do tipo 2 tem uma coloração mais branca e uma contração 
mais lenta.
103
4 O armazenamento de energia nos nossos corpos é composto por diversos agentes 
químicos, como: adenosina trifosfato (ATP), fosfato de creatina (CP), carboidratos, 
gorduras e proteínas. Disserte um pouco sobre esses compostos. 
5 O metabolismo energético é responsável pela ressíntese de ATP no nosso organismo, 
e é dividido em três: sistema ATP-CP, sistema anaeróbico e sistema aeróbico. Sobre 
esses sistemas e o que já foi abordado até agora, disserte sobre eles. 
104
105
TÓPICO 3 - 
PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO, AVALIAÇÃO 
E MONITORAMENTO DO TREINAMENTO DA 
NATAÇÃO 
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos os princípios de treinamento, mostrando 
cada um conforme a sua interação com sistemas fisiológicos e energéticos do nosso or-
ganismo, ou seja, tudo que vimos no Tópico 2 vamos utilizar para aplicação do treinamento.
Veremos como avaliação do nadador é importante para se ter uma maior 
assertividade do treino prescrito, avaliando parâmetros fisiológicos, morfológicos e 
psicofisiológicos antecipadamente, para que não se tenha nenhum desvio inadequado 
durante a prescrição do treinamento. Aprenderemos formas de monitorar o treinamento 
com a intenção de sabermos onde estamos com nosso atleta e onde podemos chegar. Da 
mesma maneira, analisaremos parâmetros fisiológicos, morfológicos e psicofisiológicos.
Verificaremos também o planejamento dos nadadores, associando aos seus 
objetivos, sejam eles apenas de nadar melhor ou de competir em diversas provas, 
sempre ponderando a questão do supertreinamento, conhecido como overtraining e 
overreaching.
UNIDADE 2
2 PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO 
 
Olhando para o treinamento, nuca devemos pensar em um método isolado, pois 
estamos de um organismo multifatorial, com diversos sistemas funcionado simultanea-
mente, para que esse todo aconteça. No entanto, para que um programa de treinamen-
to seja satisfatório, devem respeitar estes princípios: adaptação; sobrecarga; progres-
são; especificidade; reversibilidade.2.1 PRINCÍPIO DA ADAPTAÇÃO 
O objetivo dos programas de treinamento é proporcionar mudanças fisiológicas, 
metabólicas e psicológicas que concedam aos nadadores uma melhora no desempenho 
do seu nado, ou seja, adaptação são as mudanças que acontecem como resposta ao 
programa de treinamento.
106
As adaptações ao decorrer do treinamento podem ser separadas em duas 
partes, entre agudas e crônicas, ou seja, as agudas podem acontecer durante ou logo 
após o exercício, mas as adaptações crônicas levam um tempo para ser vistas, em uma 
amplitude maior de adaptação. Algumas mudanças fisiológicas e enzimáticas podem 
levar anos para acontecer na sua totalidade. 
Dentro do processo de adaptação a uma sequência mínima de pelo menos três 
estágios: gerar a demanda específica de adaptação com o programa de treinamento; 
possibilitar nutrientes para o desenvolvimento de reparo dos tecidos; possibilitar repouso 
necessário para que ocorra desenvolvimento e reparo dos tecidos.
2.2 PRINCÍPIO DA SOBRECARGA 
A essência do princípio da sobrecarga é que as demandas de treinamento 
estejam acima dos habituais, recrutando dos sistemas fisiológicos, seja ele circulatório, 
respiratório ou muscular, no intuito de haver uma melhora do organismo como um 
todo, para que da próxima vez possa suportar a sobrecarga. Quando há um aumento 
desproporcional sobre o organismo, podemos ter problemas em determinados sistemas 
e sobrecarregando.
Apesar da descrição simples, o princípio da sobrecarga é complexo em sua 
aplicabilidade, pois da mesma maneira que a demanda de treinamento pode estimular a 
melhora do desempenho com adaptações benéficas, estas não devem ser excedentes, 
ou a dose de treinamento pode levar a lesões ou perda do objetivo. 
2.3 PRINCÍPIO DA PROGRESSÃO 
O princípio da progressão é dependente dos princípios vistos até aqui, ou seja, 
sem aumento na sobrecarga e sem adaptações, não haverá progressão. Tendo visto 
que os nadadores não podem nadar na mesma velocidade ao longo do tempo, achando 
que suas capacidades fisiologias e metabólicas devam melhorar, ou seja, para que haja 
melhora no desempenho, é necessário um aumento progressivo da sobrecarga do 
treinamento no decorrer das temporadas, para que possa estimular futuras melhoras.
2.4 PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE 
No princípio da especificidade, olhamos para a necessidade da modalidade e 
do atleta, ou seja, se a natação é um esporte realizado dentro da água, devemos dar 
uma ênfase maior para exercícios executados dentro da água. Olhando para o nadador, 
vemos que em determinada prova ele precisa de uma maior quantidade de força em 
um determinado grupo muscular, assim, vamos trabalhar com esse nadador esse grupo 
muscular em específico.
107
Devemos considerar pelo menos quatro caraterísticas da especificidade, 
durante um programa de treinamento para nadadores: atividade para qual o nadador 
está treinado; qual nado será desenvolvido na competição; a intensidade da competição; 
os sistemas metabólicos que serão utilizados predominantemente. Tendo olhado 
para o princípio da especificidade no nadador, devemos priorizar movimentos, grupos 
musculares, sistemas fisiológicos e metabólicos que são utilizados na natação.
2.5 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE 
Este princípio é bem óbvio, ou seja, ninguém é igual e nem está na mesma 
condição que minguem o princípio da individualidade, parte de que pessoas respondam 
diferentes ao mesmo programa de treinamento. Olhado para dois fatores importantes 
como: o estado atual de condicionamento do nadador e sua individualidade biológica.
Com relação ao nível de condicionamento, sabemos que atletas melhoram 
rapidamente se forem iniciantes, porém, não podemos compará-los com atletas mais 
experientes em questão de técnica e conhecimento das provas e em questões psicológicas.
Acerca da individualidade biológica, todos somos diferentes em questões 
fisiológicas e morfológicas. Se um atleta tem uma quantidade maior de fibras musculares 
do tipo 2, ele responderá mais favoravelmente ao treinamento de força, velocidade e 
potência, e em capacidade aeróbica não terá um desempenho favorável. Por outro lado, 
atletas com uma maior quantidade de fibras do tipo 1 responderam favoravelmente aos 
treinamentos de resistência, mas com muita dificuldade em treinamentos de força, 
velocidade e potência.
Temos respostas diferentes ao treinamento em questão de idade e sexo, 
comumente a razão para isso, que esse público tem uma menor quantidade de tecido 
muscular com o qual os sistemas têm que responder. 
2.6 PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE 
Da mesma maneira que o treinamento bem desenvolvido oferece adaptações que 
melhoram o desempenho dos nadadores, a ausência de treinamento leva à perda dessas 
adaptações, causado a reversibilidade delas. A queda no desempenho começa a aparecer 
entre as duas primeiras semanas sem treinamento. O declínio pode ser um pouco aliviado se 
o treinamento não tiver parada total, porém, ainda se tem perda de rendimento. Reduções 
de intensidade no treinamento virão acarretar um declínio rápido das adaptações.
Com a pausa do treinamento, vários fatores fisiológicos têm perda em seu 
padrão, como: queda de atividade de enzimas aeróbicas; perda de glicogênio muscular; 
redução do volume sistólico e débito cardíaco; declínio no VO2máx; diminuição do 
número de mitocôndrias.
108
3 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE NADADORES 
Para uma prescrição mais assertiva de um programa de treinamento para 
nadadores ou qualquer outra modalidade, é necessária avaliação e monitoramento 
de parâmetros fisiológicos. Para que tenhamos conhecimento sobre o nosso atle-
ta (aluno), ou seja, antes de começar qualquer programa de treinamento devemos 
avaliar, para sabermos o ponto de partida, e durante o processo devemos monitorar, 
para sabermos se o efeito dose-resposta está acontecendo nos níveis esperados e 
sempre reavaliar. Na atualidade, os testes sanguíneos são os métodos mais asserti-
vos, para avaliar e monitorar o treinamento. No entanto, é um teste de difícil acesso, 
pois dependem, de aparelhos e experiência de aplicabilidade. Por essa consequ-
ência, é necessário o uso de testes de avaliação e monitoramento indiretos e não 
invasivos do treinamento. Por isso, temos alternativas de testes que envolvem séries 
de nado, frequência cardíaca e percepção subjetiva de esforço (PSE). 
3.1 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE PARÂMETROS 
SANGUÍNEOS 
Os testes sanguíneos são fundamentais para identificação dos limiares 
aeróbicos e anaeróbico. A maioria dos testes relacionam a velocidade do nado com o 
lactato sanguíneo. Ao decorrer de uma série de repetições em velocidade, a coleta de 
sangue e feita do lóbulo da orelha ou da ponta do dedo, após o nado, que é inserido 
em um aparelho que mede o volume de ácido lático sanguíneo. Os testes devem ser 
repetidos de períodos em períodos para que haja uma comparação com resultados 
anteriores, avaliando mudanças no metabolismo aeróbico e anaeróbico.
3.2 MÉTODOS NÃO INVASIVOS DE AVALIAÇÃO E 
MONITORAMENTO COM RELÓGIO
Os testes não invasivos com cronômetro ou relógio, é simplesmente um dos 
melhores, pois o seu custo-benefício, é muito viável para professores e treinadores. 
Temos alguns testes bem utilizados, que são: T-3.000; T-2.000; T-1.000; séries de 
repetições padronizadas; velocidade crítica.
O T-3.000 pode ser realizado de duas formas. Na primeira maneira, pode-se 
nadar 30 minutos e marcar a distância nadada nesse tempo; a segunda forma é nadar 
3000 metros e anotar o tempo levado para nadar essa distância. Em ambas as formas, 
o ritmo de nado tem que ser bem próximo do máximo suportado para quantidade de 
tempo e de distância. Os testes T-2.000 e T-1.000 são uma adaptação do T-3.000.
109
Examinado agora para o lado mais anaeróbio, temos o teste de velocidade 
crítica, em que podemos marcar o tempo em uma distância determinada, nadando o 
mais rápido possível. Já foram usadas diversas distâncias, como 50, 100, 200 e 400 
metros. Já o teste de séries padronizadastem como intuito que o nadador faça séries 
longas com um curto período de descanso entre elas.
3.3 MÉTODOS NÃO INVASIVOS DE AVALIAÇÃO E 
MONITORAMENTO COM A FREQUÊNCIA CARDÍACA 
A aferição da frequência cardíaca é amplamente usada pelos professores e 
treinadores para monitoração de intensidade do treinamento e avaliação das mudanças 
no condicionamento físico. As frequências cardíacas podem ser aferidas facilmente, 
com contagem relativamente simples.
As quaro frequências cardíacas aferidas para o treinamento são: frequência 
cárdica de repouso, que tem que ser aferida antes do esforço físico; frequência 
cardíaca máxima, que tem que ser aferida no seu esforço máximo; frequência cardíaca 
submáxima, em que é aferida próximo ao esforço máximo; e frequência cárdica de 
recuperação que é aferida logo após o esforço.
3.4 MÉTODOS NÃO INVASIVOS DE AVALIAÇÃO E 
MONITORAMENTO COM PERCEPÇÃO SUBJETIVAS DE ESFORÇO 
A percepção subjetiva de esforço (PSA) é a maneira mais simples de monitorar 
o esforço durante o treinamento. Com esse método os nadadores avaliam o seu esforço 
utilizado para desenvolver o treinamento. A escala de Borg é de fácil uso para prescrição 
de intensidades de treinamento, dependendo apenas de um conhecimento prévio da 
escala. Ela vai de 6 a 20, tendo como mais próximo de 6 as intensidades leves e mais 
próximos de 20 as intensidades mais vigorosas.
Quadro 4 – Escala de Borg
Pontuação Esforço percebido
6 Nenhum esforço
7 Extremamente leve
8 Muito leve
9 Muito leve
10
11 Leve
12 Leve a moderado
13 Moderado
14
110
15 Moderado a vigoroso
16
17 Vigoroso
18
19 Extremamente vigoroso
29 Esforço máximo
Fonte: o autor
4 PLANEJAMENTO DE TREINAMENTO PARA NADADORES
Para que o seu aluno ou atleta atinja o seu objetivo dentro de uma competição, 
é de extrema importância que haja um planejamento assertivo, o que pode ocorrer ao 
longo de muito tempo. Evidentemente, esse grande planejamento deve ser fracionado 
em pequenas programações, para que se tenha um controle melhor do todo. 
Esse planejamento é comumente chamado de periodização. Temos uma 
variedade de periodizações, porém, as mais comumente vistas e conhecidas são a 
linear, que tem uma progressão de volume e intensidade durante a periodização, e a 
ondulatória, que consiste em variação entre volume e intensidade durante a periodização. 
No entanto, o nosso objetivo, é que haja conhecimento dos ciclos, e, conhecendo, essas 
categorias de ciclos, o profissional possa aplicar em qualquer periodização. Os ciclos são 
popularmente chamados de macrociclos, mesociclos e microciclos.
4.1 MACROCICLOS, MESOCICLOS, MICROCICLOS E 
COMPONENTES TREINÁVEIS
Os macrociclos são os períodos maiores dentro dos ciclos. É planejado o 
desenvolvimento de aspectos fisiológicos específicos, como capacidade aeróbica e 
anaeróbica, resistência muscular, força e potência. Pode ser planejado de acordo com 
competições e temporadas. Os mesociclos são fases menores dentro do macrociclos, 
em que ocorrem progressão nas variáveis de treinamento, tanto no volume, quanto na 
intensidade. Os microciclos são planejamentos semanais de treinamento inseridos no 
mesociclos, em que são trabalhados componentes treináveis em cada dia de treino. 
111
Fonte: o autor
Quadro 5 – Componentes treináveis
Fonte: o autor
Figura 14 – Macrociclo, mesociclo e microciclo 
Os componentes treináveis que devem compor todo o planejamento dentro do 
macrociclo, mesociclo e microciclo, são: componentes metabólicos do treinamento; 
melhora da técnica dos nados; frequência e comprimento de braçadas; capacidades 
musculares; nutrição adequada.
Componentes treináveis que devem fazer parte de todos os planejamentos
Capacidade aeróbica 
Potência anaeróbica 
Resistencia aeróbica e anaeróbica 
Mecânica do nado
Frequência e comprimento de braçadas com parâmetros ideais 
Treinamento de foça e potência no solo
Treinamento de flexibilidade 
Treinamento de potência na água 
Saídas e viradas 
Ritmo e estratégias 
Preparação psicológica 
Nutrição
Controle do tempo 
Na maioria das preparações para uma temporada, o planejamento é separado 
em quaro partes: preparação geral, preparação específica, preparação para prova e 
período de descanso. O principal objetivo da preparação geral é preparar o corpo do atleta 
para a carga de treinamento que ele vai receber logo mais. Os objetivos da preparação 
112
específi ca são: o aprimoramento da resistência básica, resistência muscular anaeróbica 
e anaeróbica, potência muscular e velocidade. O objetivo da preparação para as provas é 
deixar os atletas no seu melhor desempenho para competir. No período de descanso, se 
tem menos tempo de treinamento, mas mantem-se um nível razoável de aptidão física. 
5 OVERTRAINING E OVERREACHING
O overtraining ou supertreinamento é uma condição que surge quando os 
atletas apresentam um desempenho menor do que o satisfatório por motivos do 
treinamento. O overtraining está associado a mudanças do sistema neuromuscular, 
sistema endócrino e imunológico que limitam a resistência do treinamento no nadador. 
Os principais fatores que podem levar a um overtraining, são: má alimentação; falta de 
sono; recuperação inadequada; demanda emocional; enfermidades.
Overreaching é uma condição que antecede o overtraining, ou seja, é uma 
condição aguda, em que a perda desempenho pode ser percebida logo após um treino 
muito intenso, ou um período de descanso não tão proveitoso. A possibilidade do 
overreaching deve ser moderada, pois se o atleta fi car muito tempo nessa condição, ele 
pode desenvolver uma condição crônica chegando até o overtraining.
Em nadadores, overtraining pode ser causado por: períodos de treinamento 
intenso e volumoso, que não tenha um balanceamento correto com períodos de baixas 
cargas de treinamento e treinamento recuperativo; aumento de volumoso de estres, 
com redução de tolerância do atleta ao treinamento, até um período de desadaptação; 
e treinamento intenso com recuperação inadequada.
O vídeo a seguir mostra uma diversifi cação do treinamento e das periodizações 
aplicados a diversas faixas etárias. Acesse: https://bit.ly/3T3NTBr
DICA
113
EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA NO DESEMPENHO DE PRATICANTES DE 
NATAÇÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DESCRITIVA
Alcides Pereira de Brito
Francisco Jeci de Holanda 
INTRODUÇÃO 
A natação é amplamente prática da em todo o mundo por pessoas de todas 
as idades e essa prática pode ser tanto recreativa, para melhora da saúde, quanto 
competitiva de alta performance (SADOWSKIS et al., 2012). O desempenho na natação 
é influenciado por uma relação complexa de parâmetros morfológicos, metabólicos, 
neuromusculares e biomecânicos (WALKER, 2000). Em todo esporte ou exercício físico, 
tem-se a necessidade de um planejamento, também conhecido como periodização. 
Dentre os trabalhos sobre periodização, os modelos mais analisados são 
os tradicionais ou lineares e o de periodização ondulatória ou não linear (OLIVEIRA; 
SEQUEIROS; DANTAS, 2005). A periodização linear é apresentada pela contínua adição da 
carga e simultânea redução do volume de treinamento, estendendo-se durante os ciclos de 
treinamento. A ondulatória tem a presença de alterações com muita frequência no volume e 
intensidade dos treinamentos, tanto em mesociclos quanto em microciclos ou até mesmo 
com alterações na sessão de treinamento (PIRES; PIRES; FIGUEIRA JUNIOR, 2017). 
Dentro de todo esse planejamento da periodização, é inserido o treinamento 
de força (TF) que é de suma importância para o desempenho do esporte, inclusive a 
natação, pois o corpo humano usufrui da força produzida por contrações musculares 
para movimentar-se na água (HARTMANN et al., 2017). Essa força é aplicada na direção 
que se quer deslocar, gerando movimentos natatórios, os quais utilizam diversos grupos 
musculares dos membros superiores e inferiores (SUZUKI; VIEIRA, 2019). 
O TF tem sido considerado um dos fatores importantes para melhora do 
desempenho físico, mostrando que a potênciamuscular é crucial no desenvolvimento 
de nadadores. Há uma transferência significativa que ocorre quando o treinamento de 
força aumenta a ativação muscular para movimentos desenvolvidos na execução dos 
nados (CARROLL; RIEK; CARSON, 2001), portanto, a inserção do TF específico do esporte 
dentro da periodização do nadador é primordial. É indispensável atentar-se ao fato 
de que todas as adaptações de treinamento são específicas para o estímulo aplicado 
LEITURA
COMPLEMENTAR
114
– ou chamado de dose resposta – e essas adaptações são estabelecidas por vários 
componentes, tais como o grupo muscular estimulado, a velocidade do movimento ou 
a amplitude do movimento (ACSM, 2009). 
Na natação, a força muscular gerada para propulsão de movimentos natatórios 
é, em maior parte, produzida pelos membros superiores, tendo cerca de 75% da energia 
para produção de força, enquanto os membros inferiores contribuem apenas com 
uma pequena parte, com forças para movimentos natatórios (SANTOS et al., 2012). 
No entanto, um dos assuntos mais questionáveis na prática do TF para nadadores são 
as influências desse método de treinamento, sua transferência no desempenho e se 
realmente ele é eficaz para o nadador (MUNIZ-PARDOS et al., 2019). 
A melhora da força para o desempenho de nadadores é indispensável, pois 
adaptações neuromusculares e morfológicas ocasionam uma melhora significativa da 
performance do nado, por isso a importância do TF em indivíduos praticantes de natação. 
Os principais ganhos dos mecanismos fisiológicos com TF são evidentes nas adaptações 
neurais com o aumento da capacidade de recrutamento das unidades motoras. Nas 
morfológicas, nota-se um aumento da secção transversa do músculo ou aumento da 
estrutura muscular nas fibras do tipo 2 (hipertrofia) (MUNIZ-PARDOS et al., 2020). 
Observando-se as poucas evidências do treinamento de força aplicado a 
nadadores, o presente estudo tem como objetivo analisar a literatura na busca por 
evidências quanto à eficácia do TF na natação.
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
O desempenho na natação depende de uma série de fatores, incluindo, entre 
outros, o desenvolvimento de grupos musculares relevantes. O estudo de Gola et 
al. (2014) teve como objetivo esclarecer a relação entre força muscular e velocidade 
de nado e a função dos grupos musculares no nado crawl. Os resultados indicaram 
a necessidade de TF desses músculos, identificados como tendo uma relação 
estatisticamente significativa com velocidade de natação para uma determinada 
distância, além disso, mostraram deficiências na força de outro grupo de músculos 
responsáveis por gerar força propulsora. O aumento do desempenho de praticantes de 
natação envolve alinhamento biomecânico do corpo no meio líquido, habilidade técnica, 
biótipo dos atletas e a capacidade de desenvolver força propulsiva. 
O estudo de Santos et al. (2012) teve como objetivo analisar as relações entre 
força propulsiva durante a natação e a secção transversa do músculo do braço, além 
disso, propôs uma equação para estimativa da força propulsiva em jovens nadadores 
por meio da medição da área muscular do braço. Participaram 28 nadadores do 
sexo masculino, nos quais a área muscular do braço foi aferida por antropometria e 
medidas de dobras cutâneas, e a força propulsiva do braço foi avaliada pelo teste de 
nado amarrado. O trabalho conclui-o que existe uma relação entre os níveis de força 
115
propulsiva e massa muscular, no entanto, essa relação fica mais evidente quanto mais 
longa for a área muscular do braço, o que permite o seguimento de uma equação para 
estimar a força propulsiva. 
Força máxima e força explosiva são fatores fundamentais que podem determinar 
o desempenho dos nadadores, juntamente com melhora das saídas e viradas do nado, 
podendo alterar diretamente o desempenho geral do nadador. A força máxima dos 
membros superiores e inferiores e altura de salto foram fortemente associadas ao 
desempenho da velocidade na natação (KEINERK et al., 2019). Portanto, o agachamento 
e o supino devem ser incluídos nos testes de força e os nadadores devem incorporar 
a força da parte inferior e da parte superior do corpo e incrementar o treinamento de 
potência em sua periodização. 
O TF é utilizado há bastante tempo nos esportes, dentro da natação não seria 
diferente, com objetivos específicos de proporcionar melhora de propulsão nos nados, 
melhora das viradas e das saídas. O estudo de Cuenca-Fernández, López-Contreras e 
Arellano (2015) compara os efeitos de dois protocolos de potenciação pós-ativação no 
desempenho de saída na natação. Nessa pesquisa, 14 nadadores treinados, sendo 10 
homens e 4 mulheres, ofereceram-se para o estudo e foram avaliados com medições 
repetitivas aleatórias. Ademais, foi aplicado um teste de saída anterior, após um 
aquecimento padrão, e dois métodos de potenciação pós-ativação foram aleatoriamente 
adicionados ao aquecimento padrão: no grupo 1, três repetições de afundo a 85% 
de uma repetição máxima e, no grupo 2, quatro repetições no dispositivo de volante 
Agachamento YoYo. Os nadadores foram testados nas saídas na natação oito minutos 
após os aquecimentos de potenciação pós-ativação. Os dados obtidos da análise de 
vídeo mostram que a velocidade horizontal média do voo do nadador melhorou após 
ambos os métodos, com uma performance maior para o grupo que fez o agachamento 
YoYo, o qual levou menos tempo para cobrir uma área de 5 e 15 m, alcançando maior 
velocidade angular média da extensão dos joelhos e redução do tempo no bloco. 
Os resultados mostraram que o desempenho dos grupos musculares na 
execução de uma saída na natação foi otimizado após um aquecimento específico de 
TF. Outros estudos examinaram a potência pós-ativação sobre provas de curta distância 
do estilo livre em atletas de natação, os quais apresentaram resultados significativos 
com o aquecimento, estimulando a força, o que pode ser uma ferramenta valiosa para 
melhorar o desempenho em eventos de sprint, especialmente em nadadores do sexo 
masculino (MCGOWAN et al., 2016; SARRAMIAN; TURNER; GREENHALGH, 2015). 
Analisando o TF para membros inferiores e o seu desempenho em nadadores, 
o trabalho de Ramos et al. (2015) examinou a correlação de diferentes testes de força e 
potência em terra firme com o desempenho da saída na natação. Nesse estudo, nadadores 
internacionais executaram saídas do estilo livre e também realizaram agachamentos, 
saltos e saltos com agachamento com aumento de intensidade progressiva, contrações 
voluntarias isométricas de flexão e extensão de joelhos e quadris. Foram encontradas 
correlações significativas entre os parâmetros do agachamento e dos saltos com 
116
tempos de 5 e 10 m da natação, e nenhum com as variáveis isométricas. O pico de 
velocidade atingido durante os saltos com cargas externas em relação ao peso corporal 
foi considerado um bom indicador de desempenho na largada de natação. 
Embora o TF seja uma prática usual no cotidiano da natação, existem inúmeras 
dúvidas sobre os seus efeitos no desempenho de nadadores de várias faixas etárias. O 
trabalho de Amaro et al. (2016) investigou TF em terra firme no desempenho de nadadores 
do sexo masculino com idade de 12 a 60 anos, os quais foram aleatoriamente divididos 
em três grupos: o primeiro foi o grupo controle, que apenas nadou; o segundo realizou 
exercícios seguindo uma série e metodologia de repetições sem restrições sobre o tempo 
de execução; e o terceiro grupo seguiu uma metodologia explosiva, na qual os sujeitos 
tiveram que realizar quantas repetições pudessem em um determinado tempo. Os grupos 
2 e 3 executaram uma sequência de 5 exercícios diferentes: lançamento de medicine ball, 
salto de contra movimento, halteres flys, toque russo e flexões. Ambos tiveram melhora, 
só que o terceiro grupo teve uma melhora maior na performance do nado. No entanto, 
em todas as idades, houve melhora significativa com TF para o desempenho na natação. 
Ocasionalmente, em nadadores, a quantidade de repetiçõesde braçadas e força 
gerada da parte superior do corpo é grande, o que torna o ombro vulnerável a lesões, le-
vando, assim, a uma mecânica do nado não tão eficiente. Um estudo examinou os efeitos 
de uma intervenção em terra firme de seis semanas, em que 32 nadadores do ensino 
médio foram divididos em dois grupos, um controle e outro intervenção. Foram aferidas 
medidas de força do ombro, força do core e os tempos de nado. O grupo intervenção fez 
TF três vezes por semana, durante seis semanas. Após esse período, fez-se uma compa-
ração pré e pós dos grupos. Os testes revelaram uma melhora significativa na força central 
no grupo de intervenção e que um programa de exercícios em terra seca de seis semanas 
foi eficaz na melhora da força central (SAWDON-BEA; BENSON, 2015). 
Outro estudo analisou um programa de TF para o ombro em terra firme, com 
intuito de ampliar a força e diminuir a dor na articulação do ombro de jovens nadadores. 
Assim, em dois grupos, um controle e outro intervenção, foi aferida a força do ombro 
nos movimentos de abdução, rotação externa, rotação interna e extensão, sendo que o 
grupo intervenção completou 12 semanas de TF em terra firme, realizado três vezes por 
semana. O grupo intervenção aumentou relativamente a força de rotação externa em 
comparação ao grupo controle, já a dor no ombro não foi relativamente diferente entre 
os grupos. Concluiu-se que os adolescentes que realizaram treinamento de força para 
o ombro aumentaram consideravelmente sua força na rotação externa em comparação 
aos adolescentes que apenas nadaram regularmente (MANSKE et al., 2015). 
O treinamento pliométrico trata-se de exercícios que têm como objetivo utilizar 
e valorizar o ciclo ao longo do encurtamento, maximizando, assim, a produção de 
força ou a melhoria no desempenho na execução de um movimento que necessita de 
força explosiva (CHMIELEWSKI et al., 2006). Um estudo realizado nessa temática teve 
como objetivo analisar as mudanças que ocorrem dentro de parâmetros cinemáticos 
selecionados na saída da natação, após realização de um treinamento pilométrico (força) 
117
de seis semanas, revelando, assim, que o TF de decolagem melhora sua eficiência. 
O treinamento pliométrico contribuiu para um tempo de saída e planeio mais curto 
e as mudanças nos parâmetros selecionados da largada de natação e seus valores 
mostraram as áreas suscetíveis ao treinamento pliométrico e sugeriram que o programa 
de treinamento pliométrico deve ser aplicado com o objetivo de aumentar a força de 
decolagem e aumentar a eficácia da largada da natação (REJMAN et al., 2016).
O estudo de Dingley et al. (2015) avaliou a eficácia do TF em nadadores parao-
límpicos para aumento da potência na natação e como essas mudanças afetam o de-
sempenho desses atletas. Sete atletas paraolímpicos de natação realizaram, no período 
de seis semanas, um programa de TF com exercícios direcionados para os principais 
movimentos da natação, tais como largadas e viradas, controle postural no meio líquido, 
puxar e chutar, membros inferiores e tronco. Foram realizados testes de força de mem-
bros inferiores e superiores e 50 metros de natação pré e pós durante as seis semanas 
do programa de treinamento. Depois da intervenção de treinamento de força, o tempo 
da prova de 50 metros melhorou consideravelmente, revelando um aumento de potên-
cia e aceleração. Nesse sentido, a intervenção de TF resultou em uma correlação entre 
a velocidade de início do mergulho e o salto. Os resultados mostraram uma melhora 
considerável na performance de atletas de natação paraolímpicos após o TF. 
Girold et al. (2012) realizaram uma pesquisa para comparar os efeitos do TF e 
eletroestimulação em nadadores. Nessa pesquisa, 24 nadadores foram divididos em 
três grupos. O grupo 1 realizou TF em terra firme, o grupo 2 realizou eletroestimulação e 
o grupo 3 foi o controle, que só participou dos treinos de natação cotidianos. O estudo 
teve uma duração de quatro semanas, nas quais os sujeitos foram avaliados pré e pós 
o programa de treinamento. Notou-se um aumento significativo na velocidade do nado 
e pico de torque no grupo 1 e 2, porém, o grupo 3 não apresentou melhora. Observou-
se que o TF ou a eletroestimulação combinada à natação proporciona um ganho no 
desempenho em relação ao fato de apenas nadar. 
Outro trabalho avaliou o treinamento de força em terra firme sobre a força de 
nado. Também houve a divisão dos participantes em dois grupos, o experimental e 
o controle. O grupo experimental praticou natação e TF simultaneamente, já o grupo 
controle praticou apenas natação. O grupo experimental que participou do TF teve uma 
melhora no desempenho de natação, embora também tenha sido notada uma tendência 
de melhora no desempenho do nado amarrado (SADOWSKIS et al., 2012). 
Para a parte central do corpo, o TF também tem sido adotado na natação, 
sugerindo que esses exercícios são eficazes na prevenção de lesões e auxiliam na 
melhora do desempenho do nado. Um estudo investigou o efeito dos exercícios para a 
parte central do corpo na fase inicial do desempenho do nado. Nove nadadores do sexo 
masculino executaram a saída na natação e foram analisadas as variáveis como tempo 
de voo, tempo de entrada da mão na água e tempo dos cinco metros. As medidas foram 
118
realizadas pré e pós-exercícios. Os resultados mostraram que o tempo para atingir os 
cinco metros diminuiu significativamente, reforçando a ideia de que exercícios para a 
parte central do corpo podem ajudar no despenho dos nadadores (IIZUKA et al., 2016). 
Outro estudo examinou os efeitos de oito semanas de TF em terra firme 
combinados com o treinamento de natação no desenvolvimento da força superior e 
inferior do corpo. Nessa pesquisa, 20 nadadores universitários de nível nacional foram 
divididos, aleatoriamente, em dois grupos: grupo experimental e grupo controle. Além 
do treinamento usual de natação, o grupo experimental realizou oito semanas de 
TF, que incluiu supino, agachamento completo, salto de contra movimento, salto de 
contra movimento com movimento do braço livre e arremesso de medicine ball. Foi 
avaliado o comprimento da braçada, a frequência da braçada, o índice da braçada e a 
velocidade de natação durante 50 e 100 metros contra o relógio pré e pós em ambos os 
grupos. Os resultados mostraram uma melhora significativa no desempenho de Sprint 
no grupo experimental. O treinamento de natação com o TF demonstra ser relevante 
para melhorar a força da parte superior do corpo e o desempenho da natação de 50 e 
100 metros, adaptado à especificidade da natação (LOPES et al., 2020). Há correlações 
significativas entre avaliações de terra firme e natação, por isso, treinadores são 
encorajados a implementar estratégias capazes de aumentar a força em nadadores de 
velocidade (LOTURCO et al., 2015). 
Embora este estudo seja limitado, devido à escassez de publicações e estudos 
do tema aqui descrito, na base desta pesquisa, foram incluídos trabalhos nacionais 
e internacionais. O presente estudo, portanto, torna-se relevante para a área e foi 
produzido de maneira densa, a fim de demostrar as contribuições do TF para a melhoria 
do desempenho dos praticantes de natação.
CONCLUSÃO 
Este trabalho analisou como o TF pode ajudar no desempenho de praticantes 
de natação. Como resultado desta pesquisa, feita a partir do levantamento de artigos da 
área, ficou evidenciado na literatura científica que o TF vem sendo muito utilizado nos 
programas de treinamento da natação para melhora do desempenho, fazendo com que 
resultados efetivos e significantes para o despenho dos praticantes de natação possam 
ser alcançados. 
Por fim, a literatura atual mostra que o TF pode melhorar o desempenho dos 
nadadores em resposta a vários tipos de faixas etárias e condições do indivíduo, 
propondo que o TF tem uma transferência positiva ao desempenho na natação.
Fonte: https://revistaeletronica.unicruz.edu.br/index.php/biomotriz/article/view/429/348. Acesso em: 9 
ago. 2022. 
119RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• Os princípios de treinamentos: adaptação; sobrecarga; progressão; especificidade; 
individualidade; reversibilidade.
• A importância de avaliar e monitorar o treinamento, com o intuito de ter mais 
assertividade em atingir os objetivos pré-estipulados.
• Os componentes treináveis e a importância de planejar o treinamento com o intuito 
de melhora desses componentes, sendo extremamente importante na preparação 
dos atletas.
• O overtraining e overreaching, as principais causas e como tentar prevenir que 
ambos não ocorram com os nossos nadadores. 
120
AUTOATIVIDADE
1 Sabemos que não existe método de treinamento perfeito, e corpo humano é 
multifatorial, com vários sistemas interligados, para que o treinamento possa atendê-
lo de uma maneira efetiva, devemos olhar para todos os princípios de treinamento. 
Sobre os princípios de treinamento, assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) Princípio da adaptação; princípio do sossego; princípio da progressão; princípio 
da especificidade; princípio da individualidade; princípio da reversibilidade.
b) ( ) Princípio da sorte; princípio da sobrecarga; princípio da progressão; princípio da 
especificidade; princípio da individualidade; princípio da reversibilidade.
c) ( ) Princípio da adaptação; princípio da sobrecarga; princípio da progressão; princípio 
da especificidade; princípio da inviabilidade; princípio da reversibilidade.
d) ( ) Princípio da adaptação; princípio da sobrecarga; princípio da progressão; princípio 
da especificidade; princípio da individualidade; princípio da reversibilidade.
2 A avaliação e o monitoramento de desempenho aeróbico e anaeróbico é essencial 
para verificar se os atletas estão tendo alteração no seu desempenho. Assim, pode 
se adequar o seu treinamento para que ocorram as adaptações desejadas. Sobre a 
avaliação e o monitoramento, quais são os testes comumente usados natação?
a) ( ) Testes para HIV; testes com relógio ou cronometro; frequência cardíaca.
b) ( ) Testes sanguíneos; testes visual; frequência cardíaca.
c) ( ) Testes sanguíneos; testes com relógio ou cronometro; frequência cardíaca.
d) ( ) Testes sanguíneos; testes com relógio ou cronometro; frequência passos.
3 O planejamento é de suma importância para o sucesso do treinamento. Dentro de 
planejamentos em ciclos, encontramos subdivisões, ou seja, uma organização de 
períodos maiores até chegar em semanas de treino. Quais são essas categorias de ciclos?
a) ( ) Pequeno, médio e grande.
b) ( ) Macrociclos, mesociclos e microciclos.
c) ( ) Rápido e vagaroso.
d) ( ) Leve, moderado e vigoroso.
4 O Planejamento esportivo ou planejamento de exercícios é usado para aumento 
do desempenho ou até mesmo para melhorar de capacidades físicas, chamada 
de periodização. Acerca da periodização linear, que também é conhecida como 
periodização tradicional, disserte sobre quais as suas principais caraterísticas.
5 O overtraining e overreaching são adaptações negativas ao treinamento, ocorrendo uma 
perda drástica no desempenho. Disserte sobre o conceito do overtraining e overreaching.
121
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126
127
NATAÇÃO NAS SUAS 
DIVERSIDADES: LAZER, 
SAÚDE E BEM-ESTAR E 
PARADESPORTO
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer a importância da natação adaptada para inclusão ao esporte;
• identifi car a classifi cação de atletas e de provas na natação paralímpica;
• assinalar a infl uência da natação na saúde humana;
• conhecer a relevância da natação do âmbito do lazer;
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar 
o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – NATAÇÃO PARALÍMPICA E ADAPTADA
TÓPICO 2 – A PRÁTICA DE NATAÇÃO PARA SAÚDE E BEM-ESTAR 
TÓPICO 3 – PRÁTICA DA NATAÇÃO COMO LAZER
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
128
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
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129
TÓPICO 1 — 
NATAÇÃO PARALÍMPICA E ADAPTADA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos um pouco sobre a natação paralímpica e adaptada, 
relacionando com os diferentes tipos de defi ciência que podem participar, de forma 
competitiva, dessa modalidade. Nesse sentido, serão apresentados a iniciação, o 
aperfeiçoamento e o treinamento da natação para pessoas com defi ciência, tentando 
quebrar falas capacitistas de que a condição de defi ciência está atrelada à ideia de 
incapacidade e de restrição de atividades.
Apresentaremos as principais características adaptativas, os recursos e 
as metodologias de treinamento que podem ser utilizados nos diferentes tipos de 
defi ciência, além de compreender um pouco sobre a classifi cação funcional e a divisão 
de provas na natação paraolímpica, conhecendo as provas ofi ciais dos eventos.
Além disso, serão apresentados os conceitos basilares sobre as características, 
as etimologias e as terminologias, a divisão e as categorias das principais defi ciências 
físicas, multissensoriais e neurocognitivas encontradas na natação paralímpica.
Os materiais selecionados, como vídeos e reportagens, servem como 
suporte extras na construção desse conhecimento tão abrangente!
GIO
2 INCLUSÃO AO ESPORTE 
A origem do movimento paralímpico teve início em 1948, no momento em que a 
neurocirurgião alemão Sir Ludwig Guttmann promoveu uma competição esportivaentre 
homens e mulheres cadeirantes, afetados pela Segunda Guerra Mundial, no jardim do 
hospital em que trabalhava, em Stoke Mandeville, na Inglaterra (FINA, 2017).
130
Figura 1 – Idealizador do movimento paralímpico Sir Ludwig Guttmann
Fonte: https://bit.ly/3fdLOUS. Acesso em: 2 set. 2022.
Olhando a reabilitação dos pacientes, o neurocirurgião idealizador do evento 
possibilitou uma disputa de tiro ao alvo com arco e dardos, com intuito de usar as práticas 
esportivas como propulsor para recuperação física e da autoestima dos ex-soldados. 
Quatro anos após o evento, competidores de outros países também se juntaram à 
prática, iniciando, assim, o primeiro movimento internacional esportivo, voltado para 
pessoas com deficiência física.
Em 1960, Roma sediou a primeira Paralimpíada, que teve a presença de cerca 
de 400 atletas cadeirantes de 23 países. Nessa oportunidade, fizeram parte dos jogos 
as modalidades de tiro com arco, atletismo com provas de lançamento, pentatlo e 
arremesso, tiro com dardo, sinuca, natação, tênis de mesa, basquetebol e esgrima em 
cadeira de rodas. Entretanto, o termo “Jogos Paralímpicos” só foi realmente aceito, 
pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), a partir de 1984, chamados de Olimpíadas dos 
Portadores de Deficiência.
Em 1972, deficientes visuais passaram a participar das provas como uma 
demonstração, ou seja, só no evento seguinte, tiveram o direito de concorrer à medalha. O 
ano de 2012 foi marcante, pois as paralimpíadas foram permanentemente incrementadas 
às Olimpíadas, contendo a mesma infraestrutura e organização. Atualmente, o evento 
comporta atletas com deficiência visual, intelectual e motora.
131
Figura 2 – Abertura dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016
Fonte: https://bit.ly/3zpKKUK. Acesso em: 2 set. 2022.
Os Jogos Paralímpicos, sediados no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, 
em sua 15ª edição, contou com a participação de 4.500 atletas de 176 países, que 
disputaram os 526 eventos das 23 modalidades. Esses números representam o avanço 
e expressividade no crescimento do movimento paralímpico na última década (COSTA; 
SOUSA, 2004). Atualmente, a natação paralímpica é a segunda modalidade que mais 
medalhas conquistou nos jogos paralímpicos pelo Brasil, atrás apenas do atletismo, 
tendo conquistado 102 medalhas (32 de ouro, 34 de prata e 36 de bronze) (CPB, 2022).
3 INTRODUÇÃO À NATAÇÃO PARALÍMPICA
A natação é considerada um esporte adaptado, e a sua “adaptação” ao meio líqui-
do permite a experiência de, práticamente, todos os tipos de deficiências sensoriais. Des-
sa forma, essas adaptações são pensadas e refletidas, especificamente, a partir do tipo de 
deficiência, comprometimento e funcionalidade de cada indivíduo. Algumas deficiências 
sensoriais, como a auditiva, necessitam de um baixo grau de adaptação à modalidade, 
possibilitando que deficientes auditivos, como surdos, disputem competições conven-
cionais, inserindo, por exemplo, um sinal visual junto ao sinal sonoro na largada. Por isso, 
a natação paralímpica é dividida em categorias, formadas pelas deficiências visuais, físi-
co-motoras e intelectuais, as quais serão mais bem detalhadas mais adiante (IPC, 2022).
No Brasil, a natação paralímpica é organizada, administrada e gerenciada pelo 
Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que, em tese, além de organizar o calendário 
esportivo da modalidade, implementa as regras internacionais do Comitê Paralímpico 
Internacional, trazendo modificações às regras convencionais da natação, aperfeiçoando 
a realidade do público praticante, como a criação de adaptações nas largadas, viradas 
e chegadas, utilização de materiais físicos para a orientação de atletas cegos, baterias 
ajustadas e separadas, conforme o grau de deficiência e classificação funcional, entre 
outras (CPB, 2022).
132
A seguir, apresentaremos um pouco sobre as possibilidades, as características, 
as peculiaridades e as adaptações que podem ser realizadas em um treinamento 
específico para cada tipo de deficiência, focado na modalidade da natação. Além disso, 
para cada deficiência, serão apresentados os tipos de provas, as nomenclaturas, os 
conceitos e as classificações funcionais.
3.1 NATAÇÃO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Iniciaremos com a natação para pessoas com deficiência visual, sendo 
apresentados os tipos de provas, as nomenclaturas, os conceitos e as classificações 
funcionais dessa modalidade esportiva.
BREVE CONCEITO DE DEFICIÊNCIA VISUAL
A deficiência visual, mais especificamente a cegueira, sempre foi tratada pela 
humanidade com preocupação. Conforme Silva (2013), os povos bárbaros tratavam 
as doenças dos olhos com uso de drogas ou exorcismo, eram atribuídos aos cegos 
sentimentos ambíguos, pois, ao mesmo tempo em que eram considerados frágeis e 
indefesos, também se acreditava que possuíam poderes místicos.
O sentido da visão é primordial na interação com outras pessoas e com 
o mundo dos objetos e é revestido de importantes significados, Amiralian (2009) 
defende que as concepções populares e literárias sobre cegueira abordam os 
conceitos metafóricos e simbólicos relacionados à incompreensão e às visões 
superiores, às energias positivas e negativas transmitidas pelo olhar, e principalmente, 
o sentimento de perda e castração das capacidades como uma punição merecida 
por algum pecado inconsciente.
 A construção da identidade destas pessoas não acontece pautada na 
deficiência, para elas, conforme defende Winnicott (1975), elas se sentem normais 
como são e só se percebem deficientes no contato com outro. Nesse sentido, 
segundo Nuernberg (2008), Vygotsky traz importantes contribuições ao afirmar 
que em contraposição à deficiência há um fortalecimento do potencial humano, 
privilegiando as características da pessoa, ao dizer que:
A cegueira, ao criar uma formação peculiar de personalidade, 
reanima novas fontes, muda as direções normais do 
funcionamento e, de uma forma criativa e orgânica, refaz e forma 
o psiquismo da pessoa. Portanto, a cegueira não é somente um 
defeito, uma debilidade, senão também em certo sentido, uma 
fonte de manifestação das capacidades, uma força. (Por estranho 
que seja, semelhante a um paradoxo) (NUERNBERG, 2008, p. 33 
apud VYGOTSKY, 1997, p. 99)
133
Dessa forma, o ser humano se constitui e se constrói ao longo da vida, e 
quando entra em contato com o outro é que se percebe “deficiente” e há um 
fortalecimento da deficiência, pois fogem da normalidade aceita pela sociedade. 
De acordo com Nuernberg (2008), é preciso considerar a diversidade, é preciso se 
preocupar com o ser humano, levando em consideração sua situação de sujeito 
complexo, e é necessário “ensinar a condição humana” e saber conviver com ela.
“Nas pessoas que nascem ou venham a adquirir uma deficiência visual, a 
constituição do seu ser e sua identidade perpassa por sentimentos ambíguos e muitos 
conflitos compreensíveis” (AMIRALIAN, 2009, p. 35). Afinal, é na interação com o outro 
que acontece a percepção da deficiência e o ser humano se constrói a partir disso. 
Na cultura em que vivemos, de acordo com Amiralian (2009), as pessoas com quem 
convivemos são o substrato sobre o qual os indivíduos se constituem, conforme 
a autora supracitada, e para que possamos entender as pessoas com deficiência 
visual, buscando a inclusão delas na sociedade, é de fundamental importância 
refletirmos sobre a nossa cultura, pois na nossa sociedade essas pessoas tendem 
a suscitar nos outros sentimentos de medo, de dúvida, repulsa, piedade, caridade e 
uma outra gama de sentimentos confusos.
 Esse olhar culturalmente instituído tem origem na questão do conceito de 
deficiência construído, conforme mencionado acima, pautado no modelo médico, onde 
a proposta de atendimento era centrada na restauração das funções para que a pessoa 
se tornasse o mais possível semelhante aos videntes, conforme Amiralian (2009). 
Para Silva (2013), a deficiência visual pode ser conceituada a partir de duas 
perspectivas, a médica e a pedagógica.Na perspectiva médica, de acordo com o autor, 
a cegueira se define como a capacidade visual das pessoas que são portadoras de 
deficiência no órgão da visão, e a medida que é utilizada para determinar a cegueira 
é a acuidade visual. 
 
[...]
A deficiência visual, de acordo com Torres e Santos (2015), compreende as 
pessoas cegas e com baixa visão, ou seja, deficiência visual não é sinônimo de cego 
nem de baixa visão. Ambos os termos possuem suas definições e características 
próprias. Ventavoli (2012) afirma que deficiência visual é caracterizada por cegueira. 
A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que 
compõem o grupo de visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da resposta 
visual (cegueira).
De acordo com dados obtidos pela Organização Mundial da Saúde, estima-se 
que no Brasil existem mais de 750 mil pessoas com deficiência visual, neste número 
incluem-se portadores de: 
134
Cegueira (ausência total de visão e luminosidade): definida como 
falta do sentido da visão, podendo ser total ou parcial. Existem 
vários tipos de cegueira e seu diagnóstico depende do grau e tipo 
de perda de visão, como visão reduzida, cegueira parcial (de um 
olho) ou daltonismo. Classifica-se dependendo do dano que im-
pede a visão, podendo ser: nas estruturas transparentes do olho, 
na retina, no nervo óptico ou mesmo no cérebro. Pode afetar des-
de o bebê até a pessoa adulta, ocorrendo por diversos motivos:
• Pode ser congênita ou adquirida. 
• Questões hereditárias - incompatibilidade sanguínea. 
• Doenças infecciosas: sífilis, toxoplasmose, herpes vaginal, 
glaucoma, diabetes, rubéola, tumores, entre outros. 
• Ferimentos. 
• Envenenamento. 
• Problemas durante o parto. 
• Prematuridade e acidentes traumáticos, entre outros 
acometimentos. 
• Apesar de não enxergar, o indivíduo tem a chance de poder 
vir a ler e a escrever.
Visão Parcial: têm limitações da visão à distância, mas são 
capazes de ver objetos e materiais quando estão a poucos 
centímetros ou no máximo a meio metro de distância.
Baixa Visão ou Visão Subnormal (condição de visão que vai 
desde a capacidade de indicar projeção de luz até a redução 
da acuidade visual, grau que exige atendimento especializado): 
é considerado portador de baixa visão aquele que apresenta a 
capacidade de perceber luz, até o grau em que a deficiência visual 
limita seu desempenho, que pode ter seu problema corrigido por 
cirurgias ou pela utilização de lentes (VENTAVOLI, 2012, p. 36-37, 
grifo nosso).
Fonte: SANTOS, A. P. S.; LUEDERS, J. Deficiência visual: fundamentos e metodologias. Indaial: UNIAS-
SELVI, 2019. p. 6-7; 40-41.
A natação paralímpica baseou a sua classificação funcional nas classificações das 
limitações visuais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), conforme o Quadro 1.
Quadro 1 – Classificação da perda de visão
Fonte: adaptada de https://bit.ly/3W6fwMd. Acesso em: 2 set. 2022.
Classificação da 
 deficiência visual
Acuidade visual com a melhor correção possível
  Máximo inferior a Mínimo igual ou melhor que
Baixa visão
1 3/10 (0,3) 1/10 (0,1)
2 1/10 (0,1) 1/20 (0,05)
 Cegueira 
3 1/20 (0,05) 1/50 (0,02)
4 1/50 (0,02) conta dedos a 1 m Percepção de luz
5 Sem percepção de luz
135
3.1.1 Classificação funcional para pessoas com deficiência 
visual
Uma das principais ferramentas para assegurar, nivelar e legitimar a competição 
esportiva de pessoas com deficiência é a classificação funcional. De maneira analítica, 
realizada por uma equipe multidisciplinar da saúde, permite classificar atletas de 
diferentes deficiências em classes funcionais, dentro de uma modalidade, assegurando 
que as qualidades e as capacidades físicas, intelectuais e sensoriais remanescentes 
desses atletas sejam inseridas em grupos semelhantes de disputa (CPB, 2022).
Figura 3 – Fabiana Sugimori, medalhista na para natação na categoria S11
Fonte: https://bit.ly/3zoy2W8. Acesso em: 8 set. 2022.
Os nadadores com deficiência visual são classificados, segundo a International 
Blind Sports Federation (IBSA), como B1, B2 e B3, porém, para jogos paralímpicos, a 
classificação muda para S11, S12 e S13, ressaltando que classificação é feita de forma 
que, quanto menor a visão, menor é o número de classificação. Nesse sentido, na 
natação paralímpica, os atletas assumem os números de 11 a 13, de acordo com o grau 
de sua deficiência, antecedidos do prefixo “S” ou “SB”, que representam os e classes 
desportivas (IPC, 2022):
• S: livre, borboleta e costas.
• B: peito.
• SM: medley individual – o prefixo “SM” é dado aos atletas que competem em eventos 
medley individuais.
• S/SB11: atletas cegos, que têm uma acuidade visual muito baixa e/ou nenhuma 
percepção de luz.
• S/SB12: atletas que têm uma acuidade visual maior do que os atletas anteriores, 
enxergam até 2/60 metros e possuem um campo visual menor que 5 graus de raio.
• S/SB13: atletas que têm a deficiência visual menos grave elegível para o esporte 
paralímpico. Eles têm a acuidade visual mais alta (2/60 – 6/60 metros) e/ou um 
campo visual menor que 20 graus de raio.
136
Você sabia que, para garantir uma competição justa, os atletas da classe 
esportiva S/SB11 são obrigados a usar óculos escuros, porque alguns 
possuem o resquício de percepção de luz, o que poderia lhes dar vantagem 
sobre aqueles que não possuem.
DICA
3.1.2 Recursos adaptativos ao treinamento e às provas
Como vimos anteriormente, a defi ciência visual pode ser compreendida como a 
ausência ou a insufi ciência de resposta visória, de maneira irreversível em relação aos 
parâmetros de normalidade visual; nesse sentido, o treinamento deve ser direcionado 
a partir dos resquícios sensoriais que o indivíduo possui ou, ainda, de acordo com a 
funcionalidade apresentada.
Figura 4 – Identifi cação das bengalas para as diferentes classifi cações
Fonte: https://bit.ly/3DeZTsZ. Acesso em: 8 set. 2022.
Uma das principais adaptações nas regras das competições, ou, ainda, no 
treinamento da natação adaptada, é a utilização do “tapper” (CPB, 2022). O tapper
nada mais é que um bastão com ponta de espuma, com a função de orientar/avisar o 
atleta da proximidade com a borda, seja para o momento de chegada ou ainda virada. 
Além disso, existem alguns pontos que devem ser ajustados de acordo com o grau de 
comprometimento de cada pessoa.
• Grau de mobilidade: cada pessoa é única e procura recursos 
adaptativos diferentes para enfrentar os problemas gerados 
pela defi ciência visual. Além disso, indivíduos com baixa visão 
podem apresentar um grau de mobilidade maior que indivíduos 
137
cegos, assim como indivíduos com deficiência visual adquirida, 
que enxergavam anteriormente, podem possuir um programa 
motor, mais estabelecido em relação a sujeitos que possuem 
deficiência visual congênita. Para facilitar a locomoção desses 
indivíduos até o banheiro/vestiário-piscina, procura-se preservar 
sempre as portas totalmente fechadas ou abertas, de acordo 
com a possibilidade do local (portas de correr facilitam), não 
deixando implementos, acessórios ou equipamentos no corredor 
de acesso a esses locais. Verifica-se, com o atleta, se existe a 
necessidade de alguma adaptação em algum ponto desses 
locais. Estar consciente de que o programa motor de indivíduos 
com deficiência visual pode ser tão desenvolvido ou restringindo 
quanto o de um sujeito com a visão, e essa relação está 
intimamente ligada às experiências que foram proporcionadas a 
esse sujeito, durante a fase de desenvolvimento motor.
• Nível de orientação: nem todos os atletas que possuem 
deficiência visual utilizam de instrumentos, como a bengala, 
para a locomoção, mas, se usarem, deve-se ficar atento às 
cores da bengala, pois, no caso de baixa visão, a identificação 
de placas em tamanhos maiores e cores vibrantes pode ser uma 
boa ferramenta na adaptação e na orientação desses atletas. 
Além disso, cada atleta cria um mapa mental do espaço que 
utiliza, contando o número de passos, portas, janelas, objetos e 
direções, apartir de um ponto específico; por isso, caso alguma 
coisa seja mudada de lugar durante o treino, não se deve 
esquecer de avisar e, se possível, promover a compreensão (por 
meio do tato, ou, aproximação) do objeto/obstáculo. Na piscina, 
a principal orientação se dá pelo contato com as raias – por isso, 
com atletas iniciantes, a diminuição do espaço é boa ferramenta, 
além da escolha por raias mais centrais, que possuem menor 
ondulação. Os sinais sonoros são bem-vindos, mas podem gerar 
um certo grau de desconforto e confusão em aulas com muitos 
alunos, por isso a atenção deve ser constante.
• Conhecimento corporal: aprimorar os aspectos relacionados a 
psicomotricidade é algo primordial no treinamento com pessoas 
com deficiência, como o conhecimento corporal. A ampliação 
do programa motor, a ampliação da mobilidade e a motricidade 
fina implicam diretamente sobre o domínio e o conhecimento 
do esquema corporal, assim como a ampla possibilidade de 
movimentos que um sujeito é capaz de fazer. Nessa fase, o 
profissional deve compreender o nível de habilidades físicas 
que o atleta possui, a fim de desenvolver e refinar os gestos e as 
habilidades de maneira mais complexa.
• Noção espacial: um dos principais sistemas sensoriais, respon-
sáveis pelos ajustes de controle espacial, é a visão. Nesse sentido, 
além de reforçar o conhecimento corporal, como citado anterior-
mente, a utilização de recursos adaptativos, que estimulem ou-
tros sentidos, como sons, ou objetos de contatos, como as raias e 
o tapper, proporcionam uma zona de segurança mínima para que 
o atleta possa evoluir e aprimorar tal princípio. A quebra do espa-
ço físico de segurança da pessoa com deficiência visual pode ser 
algo muito traumático, então, é importante ter cuidado para que 
outros atletas não invadam a raia dessa pessoa com deficiência 
(PCD) e vice-versa, evitando possíveis choques e acidentes.
• Recursos adaptativos: além de todos os objetos citados, 
nos casos de pessoas com baixa visão, uma boa sugestão é 
aumentar dimensões dos objetos e utilizar cores contrastantes, 
com materiais que possam ser utilizados tanto na piscina quanto 
138
fora dela. Sempre que possível, introduzir materiais sonoros, 
como músicas próximas às bordas, para facilitar o entendimento 
de limite entre o começo e final da piscina; além disso, é possível 
utilizar de esguichos superiores sempre nos 5 m finais ou, ainda, 
bandeirinhas aéreas de cores vibrantes e intensas, para facilitar 
a localização do ajuste para a virada. Por fim, é possível acolchoar 
as limitações de borda em aulas com iniciantes.
As provas reconhecidas como oficiais em ambas as classes podem ser vistas 
no Quadro 2.
Quadro 2 – Provas oficiais de natação para deficientes visuais
Fonte: O autor
PROVAS 
Provas masculinas Provas femininas Revezamento
Estilo livre: 50 m; 100m; 
200 m; 400 m; 1.500 m.
Estilo livre: 50 m; 100 m; 
200 m; 400 m; 800 m.
Estilo livre: 4 × 50 m; 
4 × 100 m.
Costas: 50 m; 100 m; 
200 m.
Costas: 50 m; 100 m; 
200 m.
Medley: 4 × 50 m; 4 × 
100 m.
Peito: 50 m; 100 m; 200 m. Peito: 50 m; 100 m; 200 m.
Borboleta: 50 m; 100 m; 
200 m.
Borboleta: 50 m; 100 m; 
200 m.
Medley individual: 200 
m; 400 m.
Medley individual: 200 
m; 400 m.
3.2 NATAÇÃO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
INTELECTUAL
A seguir, veremos um breve conceito de deficiência intelectual. Historicamente, 
a compreensão sobre deficiência intelectual tem sofrido grandes modificações, 
sobretudo na questão etiológica.
No contexto apresentado, Pessotti (2004) destaca que o termo deficiência 
mental foi utilizado pelo modelo médico para classificar, denominar e conceituar 
os sujeitos que possuíam problemas em seu desenvolvimento mental e cognitivo. 
Problemas estes que influenciavam na autonomia, independência e adaptação social.
No entanto, a partir das definições expostas na Convenção sobre os Direitos 
das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006), a qual foi ratificada pelo Decreto nº 
6.949/2009 (BRASIL, 2009, s. p.), ocorrendo reflexões sobre o conceito de deficiência. 
O referido Decreto em seu Artigo 1º define as pessoas com deficiência como “[...] 
139
aquelas que tem impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial 
permanentes, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em bases iguais com as demais pessoas”.
Com base na definição exposta na Convenção sobre os Direitos das Pessoas 
com Deficiência (ONU, 2006), a Associação Americana de Retardo Mental (AAMR) inicia 
pesquisas sobre a deficiência mental. As pesquisas da referida associação definiram 
conceitos, classificações, modelos teóricos e orientações em diversas áreas. No 
contexto que abarcou as pesquisas, emergiu a ressignificação do termo deficiência 
mental, para o termo deficiência intelectual, o qual segundo Pessotti (2004) surgiu 
para ampliar a conotação de termos como “débil mental”, “idiota”, “retardado mental”, 
“excepcional”, “incapaz mentalmente” – termos que foram utilizados por médicos em 
determinados períodos históricos da sociedade.
Ao nos referirmos à deficiência intelectual, ressaltamos Sassaki (2005, s.p.), 
que faz um comentário sobre os termos deficiência mental e deficiência intelectual:
A partir da década de 80, o termo utilizado tem sido ‘Deficiência 
Mental’. Antes disso, muitos outros termos já existiram. E, 
atualmente, há uma tendência mundial (brasileira também) de se 
usar ‘Deficiência Intelectual’, termo com o qual concordo por duas 
razões. A primeira razão tem a ver com o fenômeno propriamente 
dito. Ou seja, é mais apropriado o termo ‘intelectual’ por referir-
se ao funcionamento do intelecto especificamente e não ao 
funcionamento da mente como um todo.
Assim, a deficiência intelectual, segundo a American Association on 
Intellectual and Developmental Disabilities (AAIDD, 2018, s.p.), “é uma incapacidade 
caracterizada por limitações significativas tanto no funcionamento intelectual e 
no comportamento adaptativo, que abrange habilidades conceituais, sociais e 
práticas”. Segundo Smith (2008), as habilidades conceituais envolvem os aspectos 
acadêmicos, cognitivos e de comunicação; as habilidades sociais respondem às 
exigências sociais exemplificadas pela responsabilidade, autoestima, habilidades 
interpessoais, observância de regras, normas e leis; e as habilidades práticas 
remetem ao exercício da autonomia, como: alimentar-se, arrumar a casa, deslocar-
se de maneira independente e utilizar meios de transporte.
O autor nomeia essas habilidades de habilidades adaptativas, como mostra 
a figura a seguir:
140
Figura – Áreas das habilidades adaptativas
Fonte: adaptada de Smith (2008); Lopes (2016)
No contexto da figura apresentada, vale destacar que o déficit nas habilidades 
adaptativas resulta em fracasso somente quando o domínio do funcionamento 
adaptativo (conceitual, social e/ou prático) está extremamente prejudicado, sendo 
necessário apoio contínuo, o que pode impedir a pessoa de agir independentemente. 
No entanto, o domínio das habilidades adaptativas depende das oportunidades e das 
experiências vivenciadas (LOPES, 2016).
Em consonância com o anunciado pelos autores, vale destacar que 
a AAIDD anuncia que a deficiência se origina antes dos 18 anos de idade. Nesse 
contexto, ressaltam-se algumas premissas que estão na base da AAIDD, sendo 
elas: a) as limitações no funcionamento individual devem ser consideradas nos 
contextos comunitários típicos da faixa etária e da cultura da pessoa; b) a avaliação 
da deficiência intelectual deve considerar a diversidade linguística e cultural, além 
dos fatores comunicativos, sensoriais e motores da pessoa; c) limitações coexistem 
com capacidades; d) as limitações são identificadas objetivando a oferta de apoios 
necessários; e) os apoios têm efeito positivo no funcionamento da pessoa com 
deficiência intelectual, considerando sua aplicação nos aspectos, intensidade e 
duração necessários (AAID, 2018).
Frente ao anunciadopelos autores e o evidenciado pela AAIDD (2018), cabe 
destacar a importância da compreensão dos contextos nos quais a pessoa com 
deficiência intelectual está inserida, bem como a identificação dos apoios que ela 
necessita. A compreensão desses aspectos contribui para o desenvolvimento para 
141
a aprendizagem, para a qualidade de vida e a participação social, porém, a utilização 
dos apoios requer os domínios de aplicação, os quais necessitam ser catalizadores 
de funções em diversos ambientes, promovendo o desenvolvimento humano; a 
aprendizagem; a vida em sociedade; a participação escolar; a qualidade de vida; as 
relações interpessoais, entre outros.
Fonte: SANTOS, A. P. S.; LUEDERS, J. Deficiência visual: fundamentos e metodologias. Indaial: UNIAS-
SELVI, 2019. p. 24-26.
3.2.1 Classificação funcional para pessoas com deficiência 
Intelectual
Diferentemente das outras deficiências, na classificação funcional, a deficiência 
intelectual é representada por apenas um número (14), ou seja, todas os diferentes 
tipos de deficiência intelectual competem entre si, em categoria única, na natação 
paralímpica: S/SB14 – Deficiência intelectual.
Uma das principais características dessa categoria é a dificuldade em seguir 
padrões e sequências de braçadas, pernadas e respiração, o que, muitas vezes, leva a 
um tempo de reação mais lento. Normalmente, atletas S/SB14 apresentam um maior 
número e velocidade de braçadas em relação a atletas convencionais de elite, o que 
influencia diretamente o desempenho esportivo (IPC, 2022).
3.2.2 Recursos adaptativos ao treinamento e às provas
Na natação paralímpica, entre a gama de características e conceitos que a de-
ficiência intelectual apresenta, estão, principalmente, paratletas com um quociente de 
inteligência (QI) inferior a 70. Desse modo, durante o treinamento, existem alguns pontos 
que devem ser ajustados de acordo com o grau de comprometimento de cada pessoa.
• Superproteção: uma das maiores barreiras que as pessoas com deficiência 
intelectual enfrentam é a barreira atitudinal, imposta historicamente pela sociedade, 
trazendo estigmas de incapacidade pelas terminologias inadequadas do passado 
como “retardado” ou “doente mental”. Esse estigma acaba gerando, muitas vezes, um 
fator de superproteção entre as pessoas que rodeiam uma pessoa com deficiência 
intelectual, o que, na maioria dos casos, acaba subestimando a inteligência e 
capacidade dessas pessoas. Procura-se valorizar as expressões de suas opiniões, 
encorajando e enaltecendo o diálogo e as perguntas. Deve-se deixar que o atleta 
realize os desafios e atividades sozinho, auxiliando somente quando for necessário.
• Atividades estimulantes: o nível de desatenção e foco nesses atletas, 
normalmente, é maior do que o comum e, por isso, procura-se realizar atividades 
diversificadas e estimulantes, com implementos diversificados. A repetição e o 
142
polimento do gesto motor são necessários, porém, o caminho para isso pode ser 
realizado de forma mais leve e encorajadora.
• Resultados e processos: durante um treinamento, os resultados são essenciais 
para a conclusão de um projeto e meta; os atletas devem ser cobrados e 
esclarecidos de tal proposta, mas não se deve esquecer de valorizar todo o processo 
e desenvolvimento, uma vez que, além de atleta, se trata de um ser humano com 
histórico de lutas contra o capacitismo.
As provas reconhecidas como oficiais para a categoria S/SB14 podem ser vistas 
no Quadro 3.
Quadro 3 – Provas oficiais de natação para deficientes intelectuais
Fonte: O autor
PROVAS 
Provas masculinas Provas femininas
Estilo livre: 100m; 200 m; 400 m; Estilo livre: 100 m; 200 m; 400 m 
Costas: 100 m; 200 m. Costas: 100 m; 200 m.
Peito: 100 m; 200 m. Peito: 100 m; 200 m.
Borboleta: 100 m; 200 m. Borboleta: 100 m; 200 m.
Medley individual: 200 m; 400 m. Medley individual: 200 m; 400 m.
3.3 NATAÇÃO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICO-
MOTORAS
BREVE CONCEITO DE DEFICIÊNCIA FÍSICA
A deficiência física é classificada conforme alteração completa ou parcial de 
um ou mais seguimentos do corpo humano no comprometimento motor. Segundo o 
Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, os principais tipos de deficiência física 
são: paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, 
triplegia, triparesia, hemiparesia, amputação, paralisia cerebral e ostomia (aberturas 
abdominais para uso de sondas).
É importante destacar que todas essas deficiências físicas com o final 
plegia significam perda total de um ou mais membro e/ou partes do corpo; quando 
aparece com o final paresia, significa perda parcial de um ou mais membro e/ou 
partes do corpo.
143
Quadro – Tipos das deficiências físicas
Fonte: https://bit.ly/3sCOPkv. Acesso em: 19 fev. 2019.
Tipos Características
Paraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores.
Paraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores.
Monoplegia
Perda total das funções motoras de um só membro (inferior ou 
posterior).
Monoparesia
Perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior ou 
posterior).
Tetraplegia
Perda total das funções motoras dos membros inferiores e 
superiores.
Tetraparesia
Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e 
superiores.
Triplegia Perda total das funções motoras em três membros.
Triparesia Perda parcial das funções motoras em três membros.
Hemiplegia
Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo 
(direito ou esquerdo)
Hemiparesia
Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo 
(direito ou esquerdo)
Amputação
Perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento 
de membro.
Paralisia 
cerebral
Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo 
como consequência alterações psicomotoras, podendo ou não 
causar deficiência mental.
Ostomia
Intervenção cirúrgica que cria um ostoma (abertura, óstio) na 
parede abdominal para adaptação de bolsa de coleta; processo 
cirúrgico que visa à construção de um caminho alternativo e novo 
na eliminação de fezes e urina para o exterior do corpo humano 
(colostomia: ostoma intestinal; urostomia: desvio urinário).
Fonte: SANTOS, A. P. S.; LUEDERS, J. Deficiência visual: fundamentos e metodologias. Indaial: UNIAS-
SELVI, 2019. p. 4.
3.3.1 Amputação
A amputação pode ser definida pela retirada de um ou mais membros, com ausência 
de fatores congênitos. No caso de uma amputação de parte de membros, a permanência 
dessa outra parte (coto) facilita a implementação de uma prótese. Uma das maiores 
preocupações para a amputação é manter sempre a maior parte do membro, deixando 
uma maior condição mecânica de movimento do indivíduo (GREGUOL, 2010). Em casos de 
amputação completa do membro, a implementação de uma prótese é quase nula.
144
A maioria dos casos de amputação está associado às doenças vasculares 
periféricas, como diabetes, traumas, tumores e malformação congênita. Já as 
condições traumáticas, na maioria das vezes, são acidentes de trânsito e de trabalho. 
As malformações podem acontecer, ainda, na gravidez, quando a gestante faz uso de 
substâncias químicas ou, até mesmo, em infeções no começo da gravidez, ocorrendo 
uma interferência na formação do feto (GREGUOL, 2010).
As amputações podem ocorrer em membros inferiores e superiores ou, até 
mesmo, em ambos. A amputação apenas em um lado é chamada de amputação 
unilateral e, em ambos os lados, de amputação bilateral – ambas as amputações geram 
mudanças no equilíbrio, no ponto de gravidade, na flutuação e, ocasionalmente, na 
postura dentro do meio líquido.
3.3.2 Paralisia cerebral
A paralisia cerebral é uma condição que resulta da lesão encefálica; geralmente, 
acontece antes ou durante o parto, causando dificuldades para o indivíduo na postura 
corporal, na inibição de reflexos e no desenvolvimento da coordenação motora. É uma 
doença eminente, que pode ocorrer até o terceiro ano de vida, porém não deve ser 
confundida com deficiência intelectual (BVSMS, 2019).A condição da paralisia cerebral pode ser classificada de maneira topográfica, ou 
seja, de acordo com os segmentos corporais afetados e também com a neuroanatomia.
• Espástica: gerada por lesão medular, nas fibras eferentes, é o caso mais comum 
em paralisia cerebral.
• Atetose: gerado por lesão dos gânglios de base, normalmente acompanhada com 
flutuação dos tônus musculares.
• Ataxia: gerada por lesão no cerebelo, é a menos comum entre as condições.
3.3.3 Lesados medulares
Uma das partes mais importantes do sistema nervoso central é a medula 
espinhal, que tem aproximadamente um centímetro de diâmetro e está protegida 
pela coluna vertebral. Uma das principais funções da medula espinhal é transmitir 
estímulos do encéfalo para os membros e dos membros para o encéfalo. Em caso de 
uma lesão medular, uma regeneração é bem difícil de acontecer, ou seja, os danos 
são práticamente permanentes, ocorrendo sequelas nas funções motoras, sensorial e 
autonômica (BRASIL, 2016).
Lesões na medula espinhal ocorrem em virtude de quatro origens, sendo 
infecciosas, cancerígenas, congênitas e, a mais comum, traumáticas – nesse caso, são 
chamadas de traumatismo raquimedular. Os danos causados na medula podem ser 
145
entendidos como totais, provocando plegia, ou seja, abaixo do nível da lesão não se 
tem mais sensibilidade ou movimentos, ou ainda parcial, provocando a paresia, ou seja, 
abaixo da lesão ainda ocorrerá sensibilidade e movimentos, mesmo que com distúrbios.
O nível em que ocorre a lesão na medula espinhal pode acarretar sequelas 
diferentes, gerando maiores ou menores restrições na vida do ser humano.
Na Figura 5, podemos ver os distúrbios que cada parte pode gerar para o 
lesionado medular, não apenas na questão do movimento, mas também nas questões 
de necessidades fisiológicas.
Figura 5 – Funções associadas ao nível da medula espinhal
Fonte: Greguol (2010, p. 67)
146
3.3.4 Classificação funcional para pessoas com deficiências 
físico-motoras
A classificação para atletas com deficiência motora é um pouco mais complexa, 
pois há uma variedade maior de patologias e deficiências nesse público. O nado de peito 
entra em uma classificação diferente, pois a sua demanda depende de uma propulsão 
maior das pernas, surgindo a classe SB. Desse modo, quanto maior a lesão, menor é o 
número da classe que esse atleta irá competir (IPC, 2022):
• S1: lesão completa abaixo de C5 ou lesão equivalente, tendo controle de cabeça e 
tronco bem afetado.
• S2: lesão medular abaixo de C6 ou C7 com restrição em algum braço e amplitude 
limitada dos membros superiores. 
• S3: lesão medular abaixo de C7 ou compatível, com propulsão limitada dos quatro 
membros ou amputação nos quatro membros.
• S4: lesão medular abaixo de C8 ou compatível, e amputação severa em três 
membros.
• S5: lesão medular entre T1 e T8 ou compatível, com problemas adicionais para 
propulsão. 
• S6: lesão medular entre T9 e L1 ou compatível, amputação moderada em três 
membros. 
• S7: lesão medular entre L2 e L3 ou compatível, amputação dupla, acima dos joelhos 
ou abaixo dos cotovelos. 
• S8: lesão medular entre L4 e L5 ou compatível, amputação dupla acima dos joelhos 
ou simples acima do cotovelo.
• S9: lesão medular entre S1 e S2, poliomielite, amputação simples acima do joelho, 
simples abaixo cotovelo ou dupla abaixo do joelho.
• S10: poliomielite com sequelas, amputação simples ou dupla nos pés.
Já para as categorias de nado de peito:
• SB1: lesão medular entre C6 e C7 ou compatível, amplitude de movimentos bem 
limitadas, amputação severa nos quatro membros. 
• SB2: lesão medula em C7 ou compatível, amputação severa em três membros. 
• SB3: lesão medular em C8 ou compatível, amputação moderada de três membros. 
• SB4: lesão medular entre T6 e T10 ou compatível, amputação leve de três membros. 
• SB5: lesão medular entre T11 e L1 ou compatível, com problemas para propulsão. 
• SB6: lesão medular entre L2 e L3 ou compatível, amputação dupla acima do joelho.
• SB7: lesão medular entre L4 e L5 ou compatível, amputação dupla acima dos 
cotovelos ou abaixo dos joelhos.
• SB8: lesão medular entre S1 e S2 ou compatível, amputação dupla abaixo do joelho, 
amputação dupla abaixo do joelho.
• SB9: poliomielite com sequelas mínimas, equivalente, amputação leve do pé ou 
mão.
147
3.3.5 Recursos adaptativos ao treinamento e às provas
Entre as deficiências encontradas na natação paralímpica, a física é a que mais 
necessita de adaptações, devido à gama de variações e especificações que cada classe 
funcional possui. Nesse sentido, muitas adequações ocorrem na saída e na chegada 
de prova, além das viradas, que são adaptadas ao contexto que o atleta apresenta em 
virtude de sua deficiência.
Figura 6 – Daniel Dias, um dos melhores atletas paralímpicos brasileiros
Fonte: https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/35569730.jpg?w=700. Acesso em: 8 set. 2022.
Além disso, alguns cuidados são necessários para atender às necessidades 
adaptativas de algumas deficiências, como proposto a seguir:
• Segurança: muitos atletas utilizam o auxílio de órteses, próteses ou cadeira de 
rodas para se locomover; além disso, algumas deficiências, como a paralisia cerebral, 
podem apresentar movimentos involuntários e descoordenados, em virtude da 
espasticidade ou atetoide característica da deficiência. Nesse sentido, todas as 
adaptações arquitetônicas, pela regra da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), devem ser seguidas, a fim de diminuir possíveis acidentes. É comum, ao 
redor da piscina, a presença de poças e, para evitá-las, uma boa sugestão é o uso 
de tapetes impermeabilizantes. Dentro da piscina, alguns flutuadores podem ser 
utilizados na iniciação de classes mais baixas, como forma de proteção.
• Redução da capacidade respiratória: uma pessoa com lesão medular cervical 
ou torácica pode ter predisposição a ter infecções respiratórias. Geralmente, por 
falta da função da musculatura respiratória e abdominal, sendo de alta dificuldade 
terminar o ciclo de respiração. Sugere-se que o professor possa evoluir aos poucos 
com esses aluno, pois, de médio a longo prazo, essas atividades na água trazem 
benefícios positivos para a saúde respiratória do indivíduo.
https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/35569730.jpg?w=700
148
• Dificuldades de regulação da temperatura corporal: a regulação de 
temperatura do organismo é controlada pelo sistema nervoso autônomo, ou seja, 
essa termorregulação é afetada por lesões medulares e, por isso, os alunos correm 
risco de hipertermia ou hipotermia. A recomendação é que a temperatura de piscinas 
para iniciantes seja de 30° e, para atletas, de 28°. Esse cuidado também deve ser 
tomado com o ambiente ao redor da piscina, recomendando-se que o ambiente 
esteja ligeiramente mais baixo que o da piscina (GREGUOL, 2010).
• Perda da capacidade de controle urinário: algumas deficiências que proporcionam 
a tetraplegia podem fazer o indivíduo ter perda de urina involuntariamente; para 
crianças, o uso de fraldas é recomendado, enquanto, para adultos, recomenda-se ir 
ao banheiro antes de iniciar a aula. Essa disfunção pode acarretar infecções, sendo 
necessário o afastamento imediato do atleta até que a infecção seja curada.
• Úlceras de pressão: as úlceras, na maioria das vezes, ocorrem pelo excessivo 
tempo que o atleta fica sentado, deitado ou em uma mesma posição. Partes do 
corpo sofrem pressão constante, o que acarreta ferimentos. A natação é um grande 
recurso na prevenção das úlcera, pois, além de o aluno sair um pouco da cadeira de 
rodas, o exercício dentro da água melhora a circulação sanguínea. Entretanto, em 
caso de identificação de um ferimento desse tipo, o treinamento deve ser cessado e 
o atleta deve procurar um médico imediatamente.
• Disreflexias autonômicas: as lesões na região torácica, acima de T7, podem levar 
a essa resposta nociva à saúde, ocorrendo cefaleias e visão borrada; em geral, esse 
estímulo acontece por falta de evacuação das fezes ou urina.
• Espasticidade:a contração exacerbada do músculo ou os espasmos repetidos 
podem ser corrigidos com medicamentos e, até mesmo, cirurgias. A espasticidade 
pode dificultar os movimentos para a atividade física, porém, algumas atividades 
ou, até mesmo, habilidades motoras podem ser adaptadas, trazendo uma melhora 
e eficiência esportiva ao atleta. É recomendado evitar piscinas com água fria, pois 
podem aumentar os espasmos, dificultando os movimentos do nado.
• Retorno venoso prejudicado: a limitação que algumas deficiências físicas 
proporcionam, principalmente nos membros inferiores, pode limitar ou diminuir 
o retorno do sangue para o coração, causando inchaços e alterações na pressão 
arterial. Nesse sentido, a natação é uma grande propulsora da melhora, pois a 
pressão hidrostática, ocorrida no meio líquido, auxilia no retorno venoso.
• Diminuição ou perda na sensibilidade: as deficiências físicas que proporcionam 
paresia ou plegia promovem a perda de sensibilidade da via aferente do sistema 
nervoso central, afetando membros, sendo um fator de risco para o indivíduo. 
O professor deve estar sempre atento, pois essa percepção pode evitar riscos, 
observando como o ambiente está afetando o seu aluno e, de maneira empática, 
sentindo a dor por ele.
• Dificuldades psicológicas e sociais: a perda de movimentos e, em alguns casos, 
o uso de cadeira de rodas pode levar o indivíduo a achar que sua qualidade de 
vida não será boa, ou seja, sua percepção de interação consigo mesmo e com a 
sociedade tende a mudar. A natação pode e deve proporcionar uma melhora 
nesse fator, introduzindo um ambiente diferente com uma maior diversidade de 
movimentos e uma maior autonomia do indivíduo.
149
As provas oficiais dos Jogos Paralímpicos para pessoas com deficiência motora 
são as mesmas para ambos os sexos.
Quadro 5 – Provas oficiais de natação para pessoas com deficiência física
Fonte: o autor
Provas 
Estilo 
livre 
Costas Peito Borboleta Medley
Revezamento 
livre
Revezamento 
medley
50 m 50 m 50 m 50 m 150 m 4 × 50 m 4 × 50 m
100 m 100 m 100 m 100 m 200 m 4 × 50 m 4 × 50 m
200 m
400 m
Todas as provas seguem as regras da Federação Internacional de Natação (FINA), 
porém sempre com adaptações para que possam ser desenvolvidas as competições – 
por exemplo, o atleta poder ser auxiliado para permanecer imóvel na saída. No entanto, 
não é permitido nenhum tipo de prótese (FINA, 2017).
Sugerimos que assista ao vídeo de uma competição da categoria S5 do nado 
costas, com a participação do brasileiro Daniel Dias: https://www.youtube.
com/watch?v=TDiY7UJqTWU.
DICA
https://www.youtube.com/watch?v=TDiY7UJqTWU
https://www.youtube.com/watch?v=TDiY7UJqTWU
150
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• A deficiência visual é uma condição de que, mesmo com a melhor correção ótica 
possível, ainda terá restrições na visão. A prática de natação para deficientes visuais 
e viável e, quando bem orientada, pode trazer benefícios para o indivíduo.
• A deficiência intelectual é um distúrbio significativo do desenvolvimento cognitivo, 
quando ocorrido antes dos 18 anos. A prática de natação pode começar desde cedo, 
para minimizar os eventuais atrasos. 
• A deficiência motora é um termo utilizado para denotar condições de origem 
neurológica ou ortopédica que, de alguma forma, afetem a motricidade do indivíduo. 
A natação pode ser benéfica em todos os fatores para essa população, inclusive nas 
questões psicológica e social.
• Existem classificações para os atletas e as provas disputadas, de acordo com as 
suas deficiências.
151
AUTOATIVIDADE
1 Podemos afirmar que a deficiência visual implica uma variedade de fatores nas 
atividades do dia a dia, porém, quando o indivíduo conhece a natação e se torna 
um atleta, ele pode e consegue se desenvolver dentro do ambiente aquático e fora 
dele. Sobre a classificação das provas para deficientes visuais, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) As classificações são: B3 e S13, que representam sem nenhuma percepção 
de ambos os olhos, porém pode ter percepção mínima de luz, mas não pode 
reconhecer nenhuma mão de qualquer distância; B2 e S12, que representam 
uma capacidade de reconhecer movimentos de uma mão em uma distância 
pequena, de ambos os olhos ou no seu melhor olho; B1 e S11, que representam 
uma capacidade maior de visão em ambos os olhos ou no seu melhor olho.
b) ( ) As classificações são: B2 e S12 que representa: sem nenhuma percepção de ambos 
os olhos, porém pode ter percepção mínima de luz, mais não pode reconhecer 
nenhuma mão de qualquer distancia; B1 e S11 que representa: Uma capacidade 
de reconhecer movimentos de uma mão em uma distância pequena, de ambos 
os olhos ou no seu melhor olho; B3 e S13 que representa: um capacidade maior 
de visão em ambos os olhos ou no seu melhor olho.
c) ( ) As classificações são: B1 e S11 que representa: sem nenhuma percepção de ambos 
os olhos, porém pode ter percepção mínima de luz, mais não pode reconhecer 
nenhuma mão de qualquer distancia; B2 e S12 que representa: Uma capacidade 
de reconhecer movimentos de uma mão em uma distância pequena, de ambos 
os olhos ou no seu melhor olho; B3 e S13 que representa: um capacidade maior 
de visão em ambos os olhos ou no seu melhor olho.
d) ( ) As classificações são: B1 e B2 que representa: sem nenhuma percepção de ambos 
os olhos, porém pode ter percepção mínima de luz, mais não pode reconhecer 
nenhuma mão de qualquer distancia; S11 e S12 que representa: Uma capacidade 
de reconhecer movimentos de uma mão em uma distância pequena, de ambos 
os olhos ou no seu melhor olho; S13 que representa: um capacidade maior de 
visão em ambos os olhos ou no seu melhor olho.
2 Considerando que a natação, para pessoas com deficiência motora, é de extrema 
importância para a saúde do indivíduo, podemos dizer que há três tipos de deficiência 
motora. Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As três deficiências motoras são: a amputação pode ser definida pela retirada de 
um ou mais membros com ausência de fatores congênitos; a paralisia cerebral, 
que, normalmente, podem ter quatro origens (infecciosas, cancerígenas, 
congênitas e, a mais comum, traumas); lesões na medula espinhal, que é uma 
152
condição que resulta da lesão encefálica e, geralmente, acontece antes ou 
durante o parto, gerando dificuldades para o indivíduo na postura corporal, na 
inibição de reflexos e no desenvolvimento da coordenação motora.
b) ( ) As três deficiências motoras são: a paralisia cerebral, que pode ser definida pela 
retirada de um ou mais membros e ausência de fatores congênitos; lesões na 
medula espinhal, que, normalmente, podem ter quatro origens (infecciosas, 
cancerígenas, congênitas e, a mais comum, traumas); a amputação, que é uma 
condição que resulta da lesão encefálica e, geralmente, acontece antes ou 
durante o parto, gerando dificuldades para o indivíduo na postura corporal, na 
inibição de reflexos e no desenvolvimento da coordenação motora.
c) ( ) As duas deficiências motoras são: lesões na medula espinhal, que, normalmente, 
podem ter quatro origens (infecciosas, cancerígenas, congênitas e, a mais comum, 
traumas); a paralisia cerebral, que é uma condição que resulta da lesão encefálica 
e, geralmente, acontece antes ou durante o parto, gerando dificuldades para o 
indivíduo na postura corporal, na inibição de reflexos e no desenvolvimento da 
coordenação motora.
d) ( ) As três deficiências motoras são: a amputação, que pode ser definida pela 
retirada de um ou mais membros, com ausência de fatores congênitos; lesões 
na medula espinhal, que, normalmente, podem ter quatro origens (infecciosas, 
cancerígenas, congênitas e, a mais comum, traumas); a paralisia cerebral, que é 
uma condição que resulta da lesão encefálica e, geralmente, acontece antes ou 
durante o parto, gerando dificuldades para o indivíduo na postura corporal, na 
inibição de reflexos e no desenvolvimento da coordenação motora.
3 Podemos afirmar que a deficiência motora implica uma variedade defatores nas 
atividades do dia a dia, porém, quando esses indivíduos conhecem a natação e 
se tornam atletas, vemos que eles podem e conseguem se desenvolver dentro do 
ambiente aquático com grande desenvoltura. Sobre a classificação das provas de 
atletas com deficiência motora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As classificações que representam atletas de deficiência motora são: SB11, para 
atletas avaliados com lesão medular abaixo de C1 ou compatível, com propulsão 
limitada dos quatro membros ou amputação nos quatro membros; S12, para 
atletas avaliados com lesão medular abaixo de C8 ou compatível, e amputação 
severa em três membros; SB5, para atletas avaliados com lesão medular entre T5 
e T6 ou compatível, com problemas para propulsão.
b) ( ) As classificações que representam atletas de deficiência motora são: S3, para 
atletas avaliados com lesão medular abaixo de C7 ou compatível, com propulsão 
limitada dos quatro membros ou amputação nos quatro membros; S4, para 
atletas avaliados com lesão medular abaixo de C8 ou compatível, e amputação 
severa em três membros; SB5, para atletas avaliados com lesão medular entre T11 
e L1 ou compatível, com problemas para propulsão.
c) ( ) As classificações que representam atletas de deficiência motora são: SB20, para 
atletas avaliados com lesão medular abaixo de C3 ou compatível, com propulsão 
limitada dos quatro membros ou amputação nos quatro membros; SB13, para 
153
atletas avaliados com lesão medular abaixo de C8 ou compatível, e amputação 
severa em três membros; SX5, para atletas avaliados com lesão medular entre T11 
e L1 ou compatível, com problemas para propulsão.
d) ( ) As classificações que representam atletas de deficiência motora são: S3, para 
atletas avaliados com lesão medular abaixo de C1 ou compatível, com propulsão 
limitada dos quatro membros ou amputação nos quatro membros; S11, para 
atletas avaliados com lesão medular abaixo de C8 ou compatível, e amputação 
severa em três membros; SB12, para atletas são avaliados com lesão medular 
entre T12 e L1 ou compatível, com problemas para propulsão.
4 A natação é apresentada ao deficiente intelectual, quase sempre, na infância, para 
prevenir ou melhorar eventuais atrasos no decorrer da vida do indivíduo, pois as práticas 
aquáticas bem desenvolvidas e aplicadas podem ser bem eficazes para melhora de 
habilidades motoras, ambientação social e caraterísticas cognitivas, contribuindo 
para a saúde em fatores epidemiológicos de doenças metabólicas. Disserte como a 
inserção da prática de natação deve ser feita na deficiência intelectual.
5 O lesionado medular sofre com diversas sequelas funcionais da lesão medular que 
influenciam diretamente nas práticas de natação, devido às diversas alterações 
fisiológicas. Quais são essas alterações fisiológicas que ocorrem na lesão medular?
154
155
A PRÁTICA DA NATAÇÃO COMO SAÚDE E 
BEM-ESTAR
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos a prática da natação como agente da saúde e bem-
estar, uma vez que a definição de saúde, anteriormente definida apenas como a falta de 
doença, já não sustenta mais essa argumentação, devendo-se observar o indivíduo de 
forma multifatorial e para cada ponto, e estruturando a sua saúde.
Conhecer as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que, na maioria das 
vezes, são frutos de um estilo de vida não ativo, com um maior tempo sentado e um 
tempo menor de atividade física. Desse modo, as DCNTs são um problema mundial e, 
no contexto de uma pandemia, quando não se tem vacina, podemos extinguir essa 
pandemia com maior tempo de atividade física (WHO, 2016).
Por isso, precisamos tomar consciência das recomendações de atividade física 
para a uma melhor qualidade de vida em todas as faixas etárias, tendo o ambiente 
aquático como auxiliador desse contexto de saúde.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 - 
2 A IMPORTÂNCIA DA NATAÇÃO PARA A SAÚDE
A natação está inserida no contexto da atividade física, do exercício físico e 
do esporte, ou seja, ela é completa, desenvolve capacidades físicas e desempenha 
melhora significativa em todos os sistemas fisiológicos do corpo. Além disso, para nadar, 
devemos contrair e relaxar várias vezes quase todos os músculos do corpo. Então, a 
natação é de suma importância para promover a saúde do ser humano.
Entretanto, antes de discutirmos a natação como promotora de saúde, devemos 
compreender qual a concepção de saúde adotada contemporaneamente e quais as 
recomendações atuais para um indivíduo se manter saudável.
2.1 O QUE É SAÚDE? 
A saúde foi compreendida, por muito tempo, como a ausência de doenças, 
porém sabemos que o ser humano é multifatorial, ou seja, só a ausência de doenças não 
quer dizer que ele está saudável completamente, pois devemos olhar para as condições 
psicológicas e sociais desse indivíduo; assim, a saúde também está ligada ao lazer.
156
A OMS tem como definição para saúde o bem-estar completo do indivíduo, 
físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidades. Trata-se de um direito 
que deve ser assegurado sem distinção de raça, religião, ideologia ou condição social, 
ou seja, a saúde é um bem coletivo.
Como promotor da saúde, o movimento corporal é essencial, havendo a 
necessidade de se manter ativo, para que possamos resguardar a nossa saúde física e, 
até mesmo, mental.
2.2 RECOMENDAÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA 
A OMS (2020) recomenda a atividade física, baseada em evidências científicas, 
para crianças, adolescentes, adultos e idosos em frequência, intensidade e duração ne-
cessárias para promover benefícios à saúde e minimizar o risco de doenças, fornecendo 
informações sobre comportamento sedentário relacionado à saúde, com recomenda-
ções para subgrupos, como mulheres grávidas e pessoas que vivem em condições crô-
nicas. Veremos as recomendações para cada público em específico a seguir.
2.2.1 Crianças e adolescentes (5 a 17 anos de idade)
A recomendação de atividade física para crianças e adolescentes possibilita 
ganhos para os seguintes parâmetros da saúde: melhora na aptidão cardiorrespiratória 
e muscular, saúde metabólica relacionada a pressão arterial, dislipidemia e resistência à 
insulina, saúde óssea, saúde mental e redução no tecido adiposo.
Então, a OMS (2020) recomenda que crianças e adolescentes devem fazer em 
torno de 60 minutos por dia de atividade física de intensidade moderada a vigorosa, 
sendo maior parte de atividades aeróbicas. Confira as recomendações da OMS na 
imagem a seguir.
Figura 7 – Recomendação de atividade física da OMS para crianças e adolescentes (5 a 17 anos de idade)
Fonte: OMS (2020, p. 3)
157
Figura 8 – Recomendação da OMS para limitar a quantidade de tempo em comportamento sedentário para 
crianças e adolescentes (5 a 17 anos de idade)
Fonte: OMS (2020, p. 3)
O comportamento sedentário, em crianças e adolescentes, pode levar a um 
aumento do tecido adiposo, pressão arterial, dislipidemia, resistência à insulina, menor 
comportamento pró-social e menor qualidade de sono. A OMS (2020) recomenda diminuir 
a quantidade de tempo de telas em comportamento sedentário e, principalmente, 
videogames sem interação motora.
É extremamente importante apresentar, às crianças e aos adolescentes, 
oportunidades e encorajar a participação em atividades físicas, desde que prazerosas 
e adequadas para a sua idade e o seu nível de habilidade motora. Fazer algum tipo de 
atividade física é melhor do que nenhuma.
2.2.2 Adultos (18 a 64 anos de idade)
Os benefícios da atividade física para adultos são impressionantes para a 
saúde, diminuindo a mortalidade por diversas causas, como hipertensão, cânceres, 
doenças cardiovasculares, incidência de diabetes tipo 2, saúde mental (tendo redução 
significativa em sintomas de ansiedade e depressão), saúde cognitiva e melhora na 
qualidade do sono.
Assim, a recomendação para os adultos é que participem regularmente de 
atividades físicas: em torno de 150 a 300 minutos por semana de atividade física 
aeróbica com intensidade moderada ou, pelo menos,75 a 150 minutos por semana 
com intensidade vigorosa. Uma combinação entre as intensidades também pode ser 
adotada, conforme mostra a recomendação da OMS (2020) na Figura 9.
158
Figura 9 – Recomendação de atividade física da OMS para adultos (18 a 64 anos de idade)
Figura 10 – Recomendação de treinamento de força da OMS para adultos (18 a 64 anos de idade)
Fonte: OMS (2020, p. 4)
Fonte: OMS (2020, p. 4)
Recomenda-se, ao adulto, praticar treinamento de força para os principais 
grupamentos musculares com moderada intensidade, para proporcionar benefícios 
adicionais à saúde.
Segundo a OMS (2020), o adulto deve aumentar o nível de atividade física de 
moderada intensidade para uma quantidade maior de 300 minutos ou realizar 150 
minutos de atividade física de intensidade vigorosa, ou uma combinação com aumento 
progressivo durante a semana, para maiores benefícios à saúde.
O comportamento sedentário em altas quantidades em adultos está associado 
a resultados inconvenientes relacionados à saúde, como mortalidade por todas as 
doenças cardiovasculares e cânceres. Dessa forma, os adultos devem limitar o período 
159
Figura 11 – Recomendação da OMS para limitar a quantidade de tempo em comportamento sedentário para 
adultos (18 a 64 anos de idade)
Fonte: OMS (2020, p. 5)
sedentário, substituindo-o por atividade física de qualquer intensidade, para um ganho 
positivo de saúde, tendo sempre como objetivo o aumento progressivo da atividade 
física e buscando que esse nível de atividade física ultrapasse o recomendado.
2.2.3 Idosos (65 anos de idade ou mais)
A atividade física realizada por idosos afeta positivamente a sua saúde e, assim 
como em adultos, diminui a mortalidade por todas as causas de doenças cardiovasculares, 
além da incidência de hipertensão e de alguns tipos de cânceres e diabetes tipo 2, saúde 
mental (tendo redução significativa em sintomas de ansiedade e depressão), saúde 
cognitiva e melhora na qualidade do sono. A composição corporal pode melhorar, com 
perda de tecido adiposo. A atividade física, em idosos, também tem o intuito de prevenir 
quedas e lesões, e perda de massa óssea e da capacidade funcional.
Todos os idosos devem participar de programas de atividade física, com 
duração em torno de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade 
moderada ou, pelo menos, 75 a 150 minutos com intensidade vigorosa, ou, até mesmo, 
uma combinação entre as intensidades, para maiores benefícios à saúde. 
160
Figura 12 – Recomendação da OMS sobre a prática de atividade física para idosos (65 anos de idade ou mais)
Figura 13 – Recomendação da OMS sobre o treinamento de força e as atividades multicomponentes para 
idosos (65 anos de idade ou mais)
Fonte: OMS (2020, p. 6)
Fonte: OMS (2020, p. 6)
É recomendado que os idosos também façam treinamento de força de 
intensidade moderada, que envolva os principais grupamentos musculares em dois 
ou mais dias da semana, para ganhos extras à saúde. Também é recomendado que 
os idosos realizem atividades físicas multifatoriais, para trabalhar equilíbrio e força, 
em moderada intensidade, em três ou mais dias na semana, tendo os benefícios de 
aumento da capacidade funcional e prevenção de quedas.
161
Figura 14 – Recomendação da OMS sobre limitar a quantidade de tempo em comportamento sedentário para 
idosos (65 anos de idade ou mais)
Fonte: OMS (2020, p. 7)
Nos idosos, assim como nos adultos, o comportamento sedentário em altas 
quantidades está associado a resultados inconvenientes relacionados à saúde, como 
mortalidade por todas as doenças cardiovasculares e cânceres. Portanto, os idosos 
devem limitar o período sedentário, substituindo-o por atividade física de qualquer 
intensidade, inclusive de baixa intensidade, para um ganho positivo na saúde, tendo 
sempre como objetivo o aumento progressivo da atividade física e buscando que esse 
nível de atividade física ultrapasse o recomendado.
2.2.4 Mulheres grávidas e no pós-parto
A recomendação de atividade física para mulheres grávidas e no pós-parto 
proporciona benefícios para a saúde da mãe e do bebê, ou seja, diminui o risco de pré-
eclâmpsia, hipertensão e diabetes gestacional, ganho excessivo de peso, complicações 
no nascimento do bebê, problemas psicológicos, como depressão pós-parto, e menores 
complicações no recém-nascido, como risco de natimortalidade.
É recomendado que todas as mulheres grávidas e no pós-parto que não tenham 
nenhuma contraindicação participem de programas de atividade física, fazendo, pelo 
menos, 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada no decorrer 
da semana, para benefícios significativos de saúde. É possível incorporar uma série de 
atividades aeróbicas, de fortalecimento muscular e de alongamento de intensidade leve 
para gerar benefícios relevantes para a saúde.
162
Figura 15 – Recomendação de atividade física para mulheres grávidas e no pós-parto
Figura 16 – Recomendação da OMS sobre limitar a quantidade de tempo em comportamento sedentário para 
mulheres grávidas e no pós-parto
Fonte: OMS (2020, p. 8)
Mulheres que, antes da gravidez, eram praticantes de atividades aeróbicas 
de intensidade vigorosa ou, anteriormente, eram fisicamente ativas podem manter as 
atividade durante a gravidez e no pós-parto. Como nos demais grupos, elas devem 
limitar a quantidade de tempo sedentário, substituindo-o por atividade física de qualquer 
intensidade, inclusive de baixa intensidade, proporcionando benefícios significativos 
para a saúde.
Fonte: OMS (2020, p. 9)
Independentemente do público, sejam crianças e adolescentes, adultos, idosos 
ou mulheres grávidas e no pós-parto, fazer qualquer tipo de atividade física é melhor do 
que nenhuma.
163
2.3 A NATAÇÃO COMO ALTERNATIVA DE MELHORA DA 
SAÚDE 
Como vimos anteriormente, a atividade física é de extrema importância para 
a saúde do indivíduo. Nesse sentido, a natação é apenas mais uma estratégia para 
conseguirmos chegar aos objetivos de melhora da saúde e da qualidade de vida do 
indivíduo. Entretanto, a natação tem benefícios adicionais, pois o indivíduo, inserido 
no meio líquido, não tem o fator impacto, ou seja, pessoas com problemas ósseos ou 
gestantes podem fazer exercícios aquáticos livremente.
A natação se destaca sobre as outras práticas de atividade física por desenvolver 
coordenação e condicionamento aeróbico, reduzir a espasticidade (lesões congênitas 
ou adquiridas no sistema nervoso central) e uma menor sensação de fadiga, quando 
comparado com outras atividades. Além disso, tem grandes contribuições para os 
processos de reabilitação, podendo diminuir o grau de complicações decorrentes 
(CIULLO; STEVENS, 1989; SNELL et al., 2014). A natação é uma das atividades físicas 
que podemos praticar desde o início até o final da vida, sem grandes restrições.
A prática da natação tem vários benefícios fisiológicos, como diminuição de 
espasmo e relaxamento muscular, alívio de dores musculares e articulares, manutenção 
e aumento da amplitude de movimento articular, fortalecimento muscular, resistência 
muscular, melhora da circulação, melhora da elasticidade da pele, melhora do equilíbrio 
estático e dinâmico, melhoria no relaxamento de órgãos de sustentação, melhora na 
postura, aumento da consciência de orientação espaço-temporal (GREGUOL, 2010). 
Portanto, a natação tem pontos positivos em diversas faixas etárias e, ainda, pode ser 
inserida e desenvolvida dentro das atividades físicas da OMS.
2.3.1 Natação como alternativa de melhora da saúde para 
crianças e adolescentes (5 a 17 anos de idade)
A prática de natação em crianças é cada vez mais comum, pois encanta a maioria 
delas. Segundo a recomendação da OMS, dentro das piscinas, podemos usufruir de 
aulas de natação todos os dias na semana, com intensidades de moderada a vigorosa, 
sempre tentando deixar as aulas e as práticas aquáticas o mais lúdicas possível, para 
que a população dessa faixa etária possa ter uma maior adesão.
Entretanto, dentro dessa faixa etária queestá em desenvolvimento, podemos 
trabalhar atividades terrestres, pois esse público tem a necessidade de desenvolvimento 
de massa muscular e massa óssea, usufruindo de atividades de impacto, pois sabemos 
que perdemos o impacto quando imersos em ambientes aquáticos.
164
2.3.2 Natação como alternativa de melhora da saúde para 
adultos (18 a 64 anos de idade)
A prática de natação para adultos, seguindo as recomendações da OMS, pode 
ser feita de várias maneiras, usufruindo de técnicas e metodologias de treinamento em 
diversos contextos, tanto para iniciantes, intermediários ou avançados.
Para o iniciante, podemos começar com a parte pedagógica, trabalhando 
com uma intensidade leve, pois esse indivíduo ainda está aprendendo e progredindo, 
começando sempre com o mínimo por semana, que são 150 minutos, e, no decorrer do 
processo, evoluindo esse tempo e a intensidade.
Para o intermediário, podemos passar treinos de intensidade moderada 
a vigorosa, sempre priorizando o aluno, com conceito de que ele ainda está em 
aperfeiçoamento, devendo ser trabalhadas as técnicas de nado, porém, mesclando 
atividades de intensidade moderada com atividades de intensidade vigorosa, tendo 
como alvo de 150 a 300 minutos semanais e, no decorrer do processo, evoluindo esse 
tempo e a intensidade.
Para o avançado, podemos trabalhar de diversas formas, alternando as 
intensidades moderadas e vigorosas dentro da aula, usufruindo de métodos como o 
treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT), ou seja, podemos diminuir o tempo e 
aumentar a intensidade, tendo uma maior liberdade para desenvolver essas atividades 
(PIMENTA et al., 2015).
Entretanto, dentro de todos os níveis dessa faixa etária, pelo menos, duas vezes 
na semana, devem-se trabalhar atividades de força, podendo ser dentro ou fora do 
ambiente aquático.
2.3.3 Natação como alternativa de melhora da saúde para 
idosos (65 anos de idade ou mais)
O público idoso já é muito visto dentro das piscinas, pois, além de todas as faixas 
etárias vistas anteriormente, o processo de envelhecimento traz muitas complicações 
articulares e ósseas, ou seja, nas piscinas, perdemos o fator impacto, então, esse 
ambiente é de extrema adesão para os idosos (CIULLO; STEVENS, 1989; PIMENTA et al., 
2015; SNELL et al., 2014).
É possível seguir a mesma sequência de níveis usada para o adulto, porém é 
essencial um olhar especial, um cuidado a mais para esse público, pois, em um ambiente 
aquático, temos lugares escorregadios e de difícil acesso, por isso a necessidade de 
atenção dobrada para idosos. 
165
Entretanto, além de trabalhar força com os idosos duas vezes por semana, 
assim como com o público adulto, devemos trabalhar exercícios multifatoriais três vezes 
por semana, ou seja, atividades que mudem o meio, podendo ser uma subida e descida 
da escada da piscina (com muito cuidado e conhecendo o aluno), para que possamos 
trabalhar capacidades funcionais para o dia a dia e prevenções a quedas, que são muito 
comuns em idosos.
2.3.4 Natação como alternativa de melhora da saúde para 
mulheres grávidas e no pós-parto
Para mulheres grávidas e no pós-parto, o ambiente aquático é excelente, 
pois não há o fator impacto, que pode afetar o bebê, minimizando o risco de quedas; 
porém, a OMS recomenda 150 minutos de atividade física semanal em uma intensidade 
moderada. Mulheres que já nadavam antes da gravidez podem continuar normalmente 
as suas práticas, mesmo que sejam de intensidade vigorosa.
No entanto, mulheres grávidas devem ser informadas por um profissional da 
saúde sobre os riscos e, se necessário, limitar ou interromper a atividade física.
3 A IMPORTÂNCIA DA NATAÇÃO PARA PREVENÇÃO E 
AUXÍLIO EM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS 
(DCNT)
As DCNTs são uma ameaça para saúde de todas as populações. A OMS estima 
que, aproximadamente, 36 milhões de pessoas morrem de DCNT por ano, sobretudo em 
países de baixa renda.
Tem-se uma maior incidência de DCNT nas últimas décadas, considerando 
alguns fatores da globalização, da urbanização desenfreada, da vida sedentária e da má 
alimentação. Esses fatores de risco do comportamento humano refletem diretamente no 
metabolismo, acarretando aumento de peso e obesidade, aumento da pressão arterial, 
elevação da glicose sanguínea e diabetes tipo 2, dislipidemia, doenças cardiovasculares 
e acidente vascular encefálico (AVE) e uma variedade de tipos de cânceres.
A inatividade física é um fator muito importante para as DCNTs, ou seja, com 
uma redução significativa na expectativa de vida. A estimativa de que a inatividade 
física seja uma das principais causas de morte no mundo.
Há inúmeras evidências dos benefícios da atividade física na redução de fatores 
de ricos das DCNTs, a partir da adoção de uma redução no tempo sedentário, ou seja, 
o setor da saúde, em conjunto com outros setores, deve incentivar práticas e políticas 
166
de promoção da atividade física, articuladas com várias áreas, havendo interação com o 
ambiente, com interação do espaço saudáveis, ciclovias, mobilidade urbana, e também 
trabalhando com ações de informação e comunicação da importância da atividade física.
Sabendo da necessidade da prática de atividade física como propulsora da 
saúde e para o combate à DCNT, a seguir, veremos a natação como mais uma ferramenta 
que o profissional de Educação Física tem na sua caixa de ferramentas.
3.1 EVIDÊNCIAS DA NATAÇÃO NO COMBATE ÀS DCNTS
No decorrer dos tempos, as pesquisas científicas cada vez mais evidenciam a 
natação como colaboradora para prevenção e tratamento das DCNTs. Essas evidências 
estão bem fundamentadas em diversas faixas etárias ou estado do indivíduo (BIELEC; 
GOZDZIEJEWSKA; MAKAR, 2021; COSTA; SOUSA, 2004; COSTA et al., 2019; THOMSON; 
KEARNS; PETTICREW, 2003; WONG et al., 2019).
Um estudo comparou a composição corporal de 46 crianças com idades entre 
11 e 12 anos, submetidas à natação em um período de 12 semanas. Foi medido o índice 
de massa corporal (IMC), apresentando resultados positivos no sentido de restringir o 
aumento do tecido adiposo (BIELEC; GOZDZIEJEWSKA; MAKAR, 2021).
Em outro estudo, 30 ratos adultos foram divididos em três grupos: grupo-
controle, grupo diabético e grupo diabético-estresse. O grupo diabético-estresse foi 
submetido à natação forçada por 7 dias; após 24 horas, o sangue dos ratos de todos 
os grupos foi coletado, em jejum, para analisar glicemia, triglicerídeos, ácidos graxos 
livres, colesterol de alta e baixa densidade. Os níveis de glicose e insulina no sangue, no 
grupo diabético-estresse, foram significativamente menores do que aqueles do grupo 
diabético. Logo, pode-se concluir que o estresse de natação de uma semana pode 
diminuir o nível de glicose no sangue e melhorar os índices de insulina (LI et al., 2020).
Em um trabalho com mulheres idosas, submetidas a um programa de natação, 
por 3 a 4 dias por semana, em um período de 20 semanas, foram analisados pressão 
arterial, força muscular e capacidade cardiorrespiratória no início e após a intervenção. 
Os resultados foram bem significativos, pois houve uma redução nas pressões sistólica 
e diastólica, e um aumento na força muscular e na capacidade cardiorrespiratória após 
a intervenção com a natação. Assim, o estudo concluiu que 20 semanas de natação 
podem reduzir a rigidez arterial, ao mesmo tempo que aumenta a força e a capacidade 
aeróbica em mulheres idosas (WONG et al., 2019). Desse modo, a natação é uma estratégia 
interessante para prevenção e tratamento de complicações cardiovasculares, quando 
relacionados à idade, à perda de força muscular e à resistência cardiorrespiratória.
O exercício regular é recomendado para o tratamento da dislipidemia, sendo 
apresentado o ambiente aquático com caraterísticas positivas para pessoas que 
sofrem de dislipidemia. O estudo de Costa et al. (2019) teve como objetivo comparar 
167
os efeitos do treinamento aeróbico aquático e do treinamento resistido aquático no 
perfil lipídico de 69 idosas dislipidêmicas, que foram divididasem três grupos: grupo-
controle, que não fez nenhuma atividade; grupo treinamento aeróbico aquático; e grupo 
treinamento resistido aquático. Os grupos intervenção fizeram duas sessões semanais 
durante 10 semanas, antes e após as intervenções, tendo sido analisados colesterol 
total, triglicerídeos, lipoproteínas de baixa densidade, lipoproteína de alta densidade. 
Os resultados mostraram que, tanto o grupo de treinamento aeróbico aquático quanto 
o de treinamento resistido aquático obtiveram diminuições semelhantes em colesterol 
total, triglicerídeos, lipoproteína de baixa densidade e aumento no HDL. Entretanto, o 
grupo-controle manteve os níveis de todos os parâmetros. O trabalho concluiu que, 
independentemente de o treinamento ser resistido aquático ou aeróbico aquático, o 
ambiente aquático pode melhorar os perfis lipídicos, representando mais uma ferramenta 
não farmacológica para o tratamento da dislipidemia.
Dessa maneira, a natação pode e deve ser praticada em indivíduos com DCNTs e, na 
maioria das vezes, sem contraindicações, para diversos tipos de patologias ou, até mesmo, 
como forma de prevenção, no sentido de não desenvolver uma DCNT durante a vida.
168
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Existem recomendações de atividade física para cada faixa etária ou estado do 
indivíduo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), com impacto positivo, 
sendo capaz de proporcionar saúde.
• Entre as recomendações de atividade física, a natação pode ser usada como 
estratégia de intervenção para uma vida mais ativa, para minimizar o tempo 
sedentário.
• As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são uma ameaça para saúde 
de toda a população mundial, uma vez que, na maioria das vezes, são frutos de 
um estilo de vida não ativo, com um maior tempo sentado e um tempo menor de 
atividade física.
• Pesquisas científicas mostram a eficiência da prática de natação como intervenção, 
para prevenir ou reduzir as doenças cardiometabólicas e DCNTs.
169
AUTOATIVIDADE
1 As Diretrizes da OMS para atividade física e comportamento sedentário, da 
Organização Mundial da Saúde (OMS, 2020), recomendam a prática de atividade fí-
sica para crianças e adolescentes (5 a 17 anos de idade), pois possibilita ganhos para 
diversos parâmetros da saúde. Assinale a alternativa CORRETA:
Fonte: OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. 
Diretrizes da OMS para atividade física e 
comportamento sedentário: num piscar de olhos. 
Tradução: Edina Maria de Camargo; Ciro Romelio Rodriguez 
Añez [S.l.]: OMS, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3U140Qa. 
Acesso em: 20 out. 2022.
a) ( ) Crianças e adolescentes devem fazer em torno de 60 minutos por dia de atividade 
física de intensidade moderada a vigorosa.
b) ( ) Crianças e adolescentes não devem fazer atividade física, pois estão em 
desenvolvimento motor e morfológico.
c) ( ) Crianças e adolescentes devem fazer em torno de 30 minutos por dia de atividade 
física de intensidade moderada a vigorosa.
d) ( ) Crianças e adolescentes devem fazer em torno de 60 minutos por dia de atividade 
física de intensidade leve.
2 Segundo as Diretrizes da OMS para atividade física e comportamento sedentário, 
da OMS (2020), os benefícios da atividade física para adultos (18 a 64 anos de idade) 
são impressionantes para a saúde, diminuindo a mortalidade por diversas causas. 
Assinale a alternativa CORRETA:
Fonte: OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. 
Diretrizes da OMS para atividade física e 
comportamento sedentário: num piscar de olhos. 
Tradução: Edina Maria de Camargo; Ciro Romelio Rodriguez 
Añez [S.l.]: OMS, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3U140Qa. 
Acesso em: 20 out. 2022.
a) ( ) Adultos devem fazer em torno de 15 a 30 minutos por semana de atividade 
física aeróbica com intensidade moderada ou, pelo menos, 5 a 7 minutos por 
semana com intensidade vigorosa, sendo recomendado praticar treinamento de 
força para os principais grupamentos musculares com moderada intensidade, 
proporcionando benefícios adicionais à saúde.
b) ( ) Adultos devem fazer em torno de 150 a 300 minutos por semana de atividade 
física aeróbica com intensidade moderada ou, pelo menos, 75 a 150 minutos 
por semana com intensidade vigorosa, porém não é recomendado praticar 
treinamento de força.
170
c) ( ) Adultos devem fazer em torno de 150 a 300 minutos por semana de atividade 
física aeróbica com intensidade moderada ou, pelo menos, 75 a 150 minutos por 
semana com intensidade vigorosa, sendo recomendado praticar treinamento de 
força para os principais grupamentos musculares com moderada intensidade, 
para proporcionar benefícios adicionais à saúde.
d) ( ) Adultos não devem fazer atividade física aeróbica, sendo recomendado apenas 
praticar treinamento de força para os principais grupamentos musculares, com 
intensidade moderada, para proporcionar benefícios para a saúde.
3 Conforme as Diretrizes da OMS para atividade física e comportamento sedentário, 
da OMS (2020), a recomendação de atividade física realizada por idosos (65 anos 
de idade ou mais) afeta positivamente a sua saúde, diminuindo a mortalidade por 
diversos tipos de doenças. Assinale a alternativa CORRETA:
Fonte: OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. 
Diretrizes da OMS para atividade física e 
comportamento sedentário: num piscar de olhos. 
Tradução: Edina Maria de Camargo; Ciro Romelio Rodriguez 
Añez [S.l.]: OMS, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3U140Qa. 
Acesso em: 20 out. 2022.
a) ( ) Idosos devem participar de programas de atividade física, com duração em torno 
de 50 a 30 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada ou, 
pelo menos, 7 a 15 minutos com uma intensidade vigorosa por semana, além 
de treinamento de força de moderada intensidade que envolva os principais 
grupamentos musculares em dois ou mais dias da semana, para ganhos extras 
à saúde. Também é recomendado que os idosos realizem atividades físicas 
multifatoriais que trabalhem equilíbrio e força, em moderada intensidade, em 
três ou mais dias na semana, tendo os benefícios de aumento da capacidade 
funcional e prevenção de quedas.
b) ( ) Idosos devem participar de programas de atividade física, com duração em torno 
de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada ou, 
pelo menos, 75 a 150 minutos com uma intensidade vigorosa por semana. Também 
é recomendado que façam treinamento de força de intensidade moderada, que 
envolva os principais grupamentos musculares em dois ou mais dias da semana, 
para ganhos extras à saúde. Também é recomendado que os idosos realizem 
atividades físicas multifatoriais que trabalhem equilíbrio e força, em moderada 
intensidade, em três ou mais dias na semana, tendo os benefícios de aumento 
da capacidade funcional e prevenção de quedas.
c) ( ) Idosos devem participar de programas de atividade física, com duração em torno 
de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada ou, 
pelo menos, 75 a 150 minutos com uma intensidade vigorosa por semana, não 
sendo recomendado o treinamento de força, devido ao risco de lesão.
d) ( ) Idosos não devem participar de programas de atividade física aeróbica de 
vigorosa intensidade, apenas de treinamento de força de moderada intensidade 
e que envolva os principais grupamentos musculares em dois ou mais dias da 
171
semana. Também é recomendado que os idosos realizem atividades físicas 
multifatoriais que trabalhem equilíbrio e força, em moderada intensidade, em 
três ou mais dias na semana, tendo os benefícios de aumento da capacidade 
funcional e prevenção de quedas.
4 A OMS (2020) recomenda atividade física, baseada em evidências científicas, para 
crianças, adolescentes, adultos e idosos em frequência, intensidade e duração 
necessárias para promover benefícios à saúde e minimizar o risco de doenças. 
Quais são os riscos que o comportamento sedentário pode trazer para a saúde dos 
indivíduos? 
Fonte: OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. 
Diretrizes da OMS para atividadefísica e 
comportamento sedentário: num piscar de olhos. 
Tradução: Edina Maria de Camargo; Ciro Romelio Rodriguez 
Añez [S.l.]: OMS, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3U140Qa. 
Acesso em: 20 out. 2022.
5 Existem muitas estratégias para a prática de atividade física. Nesse sentido, a natação 
pode ser uma das estratégias utilizadas para se chegar até o objetivo de melhora da 
saúde e da qualidade de vida dos indivíduos. Entretanto, a natação tem benefícios 
adicionais. Disserte sobre esses benefícios.
172
173
TÓPICO 3 - 
PRÁTICA DA NATAÇÃO COMO LAZER
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos como o lazer é inserido no ambiente aquático, 
conhecendo parâmetros históricos e culturais para formação do lazer e analisando 
situações que contrapõem ideais de lazer a outros pontos de atividades humanas.
Com o decorrer do tempo, predominantemente, o lazer é considerado em 
âmbito da vida social livre de obrigações ou uma ocupação em que não se trabalha ou 
estuda. Ainda abordaremos o lazer não como um momento ocioso, mas, sim, como uma 
necessidade humana.
Veremos como os profissionais e a sociedade como um todo têm olhado para a 
natação como lazer, e quais oportunidades a sociedade tem proporcionado para essa 
prática no âmbito do lazer.
Embora associada ao lazer, tendo entendimento de que o lazer é uma 
necessidade humana, a natação também é necessária como qualquer desenvolvimento 
motor e social, como andar, correr saltar e, até mesmo, no que tange às habilidades 
motoras finas de se alimentar.
UNIDADE 3
2 A IMPORTÂNCIA DO LAZER 
Nas antigas sociedades ou sociedades modernas industrializadas, o lazer 
possibilitou um pensamento reflexivo sobre a sociedade e, com o passar do tempo, uma 
diversidade de autores o considerou um ambiente de não trabalho. Essa compreensão se 
evidencia, proporcionalmente, na Inglaterra, no século XX, durante a Revolução Industrial, 
de maneira que as transformações, estimuladas nessa circunstância histórico-social, 
criaram novos parâmetros, afetando os centros urbanos, como o trabalho, a economia, 
a política, a saúde, a educação e mais uma variedade de parâmetros, assim como os 
tradicionais princípios de espaço e de tempo, até então, atuais.
O lazer, evidentemente, participou de modo ativo nesse processo. Graças às 
caraterísticas que, fundamentalmente, lhe são dadas, como falta de produtividade, prazer 
e liberdade, chamadas de tempo livre, transmite a ideia de ser oposto ao trabalho. No 
percurso do século XX, esses princípios foram influenciadores dos parâmetros do lazer e 
disseminados em todas as sociedades, mantendo-se existentes até os dias atuais.
174
No entanto, há uma interpretação europeia sobre o lazer, na medida em que 
continente europeu, com seus hábitos e instituições, é considerado fundamental e 
originador para o surgimento universal do lazer (REJOWSKI; GOMES, 2004). O conceito 
de lazer contraditório ao do trabalho industrial capitalista surgiu na Europa no século 
XIX, enfatizando essa compreensão amplamente e considerando que o lazer foi gerado a 
partir do desenvolvimento tecnológico e, exatamente por isso, é resultado da sociedade 
moderna urbana. O lazer corresponde a uma libertação recorrente de tempo no final do 
ano, da semana, do dia e do próprio trabalho, quando não há a necessidade de trabalhar 
mais (DUMAZEDIER, 1976).
Ao observarmos esses pontos, a existência do lazer estaria relacionada ao 
trabalho e à utilização de tempo livre no contexto das cidades urbanas, dos indivíduos 
que têm uma delimitação de espaço e de tempo bem dividida. Ter uma visão possível 
para compreensão e fundamentação do lazer, embora seja indispensável o seu 
conhecimento, não é o único conceito; essa compreensão dividida colabora com o 
aperfeiçoamento de uma lógica progressiva e avançada, que tem como objetivo definir 
os tempos, os históricos, as culturas, os conhecimentos e as práticas de todos os 
contextos e de todos os povos que, por sua vez, devem atingir uma progressão em um 
todo na sua concepção de lazer (REJOWSKI; GOMES, 2004).
É evidente e indispensável que haja uma maior nitidez sobre a diferença 
substancial entre uma deliberada prática social e os seus parâmetros, que são realizados 
com o propósito de qualificá-la, especificá-la e compreendê-la. Essa atividade, ainda que 
importante, terá sempre limitações, pois a realidade existente é muito mais complicada 
do que as nossas interpretações e os entendimentos sobre ela. Mesmo que tenha 
aparência de um conceito neutro e justo, toda produção teórica tem conceitos políticos 
e ideológicos, mas nem sempre isso é discutido abertamente. No entanto, é necessário 
compreender que cada conceito mostra lacunas de visões diferentes, correspondendo 
a compressões sociais, identidade, visões do mundo, projetos políticos da sociedade e 
conhecimento intelectual, de maneira que há uma particularidade em cada um deles, 
com a sua própria definição e compressão de lazer (REJOWSKI; GOMES, 2004).
 Acerca desse aspecto, é cada vez mais claro que o entendimento de lazer, como 
um ponto diferente ao trabalho, não tem conseguido sustentar os seus argumentos, 
tendo um alto padrão de complexidade e de movimentos que marcam as várias faces 
da vida social em diferentes espaços e cenários. O posicionamento de trabalho e lazer 
é cada vez mais incompatível; com a flexibilização laboral, junto à decorrente divisão 
internacional do trabalho e ao salto tecnológico, que derrubou barreiras de localização, 
fica bem evidente que os limites entre ambos são cada vez mais discretos e indefinidos 
no parâmetro social do dia a dia, podendo-se evidenciar alguns dos contextos que, 
necessariamente, apontam que certas categorias, formalmente utilizadas para 
conceituar o lazer, necessitam ser analisadas e, novamente, conceituadas.
175
As mudanças processadas na Europa, no decorrer do XIX, foram cruciais para 
motivar a produção de fundamentos teóricos que descrevem as configurações do lazer 
como tema de discussão social, associado ao trabalho industrial capitalista. Dessa 
forma, o lazer foi fundamentado, estudado e pesquisado tendo um ponto de vista bem 
específico. Entretanto, isso se tornou verdade unitária, única e absoluta, negligenciando 
não apenas outros termos sociais, mas também outras caraterísticas da vida social que 
estão além do trabalho industrial.
Além disso, essa lógica dividida deixa imperceptível outras maneiras de 
perceber e entender as várias realidades sociais existentes no mundo, contornando 
as possibilidades de que o lazer possa ser compreendido, questionado e investigado 
em uma variedade de contextos socioculturais e que apresentam características de 
diferenças indispensáveis a nossa compreensão. Com essa coerência, é fundamental 
questionar o conhecimento predominante do lazer como momento oposto ao trabalho.
Pontos de vista como esses extinguem o aprofundamento do assunto; oposições 
imprecisas do lazer, sobretudo em visões minoritárias, terminam no que Santos (2002) 
chama de produção da não existência. Assim, mesmo que haja importância nos 
ambientes locais, uma variedade de experiências de lazer, separação e industrialização 
socioeconômica, socioemocional, socioeducacional é capaz de se tornar imperceptível, 
entendidas como não existentes no ambiente mais amplo. Isso ocorre com várias 
práticas sociais não dominantes, o que leva a entender, pelo menos em parte, a diferença 
e o incômodo causados em vários estudiosos que não admitem a presença do lazer em 
ambientes minoritários, como pessoas de culturas diferentes ao padrão social adotado. 
Nesse sentido, é como se o lazer não fizesse parte daquela coletividade menor, bem 
como seus valores e convicções não correspondessem ao modelo padrão da sociedade. 
Dessa maneira, tem-se como restrito o lazer apenas para padrões a serem seguidos 
socialmente, tornando-se imperceptível o lazer em determinados ambientes.
Apesar de diferentes pontos de vistas na tentativa de compreendermos o lazer, 
discordamos que a sua existênciase torna possível somente em ambientes urbanizados 
com padrões sociais majoritários e em oposição ao trabalho, uma vez que o lazer pode 
chegar a todos, independentemente de seu âmbito social e cultural.
2.1 LAZER COMO NECESSIDADE HUMANA E PERSPECTIVA 
CULTURAL 
A compreensão do lazer como necessidade humana e dimensão sociocultural 
é necessária para darmos início à produção linear sobre o problema. Seguindo esse 
contexto de entendimento e pesquisa, o que, geralmente, é conceituado como lazer 
está fundamentado fortemente na ludicidade e construído em cima de uma prática 
social de ampla complexidade, que abrange uma variedade de evidências vividas 
culturalmente e situadas em diferentes contextos, e não apenas nas denominadas 
sociedades modernas (NASCIMENTO; INÁCIO, 2015).
176
Independentemente de serem poucos conhecidos, há uma variedade de estilos 
de vida atualmente vigentes, como quilombolas, indígenas, ciganos e estrangeiros, 
entre tantas outras que podem ser descritas. A sociedade minoritária, em específico, 
nem sempre terá uma palavra que contextualize o termo lazer, deixando, assim, de 
nomear práticas sociais vivenciadas dentro do seu âmbito, tendo como oportunidades 
de usufruir de culturas do seu cotidiano. Entretanto, reconhecer o lazer apenas por 
intermédio da existência de uma palavra ou de um fundamento seria um caminho muito 
breve e insuficiente, quando olhamos as barreiras para compreendê-lo e discuti-lo de 
forma mais simples, ou seja, considerando algumas características históricas, sociais 
e culturais que demonstram uma variedade de individualidades locais. A identificação 
dessas características demonstra grandes desafios para indivíduos que pretendem 
discutir o lazer em diversas realidades e pontos de vista.
 Dessa forma, nem sempre existe uma palavra ou um fundamento específico para 
resumir as comemorações festivas, as práticas corporais (danças, lutas, atos religiosos, 
entre outros), as músicas e as diversas experiências que a sociedade conceitua como 
lazer, que têm significado e sentidos bem parecidos para as pessoas que vivenciam essas 
práticas lúdicas. Esse parecer não significa que o lazer é fundamentado minimamente, 
por ingenuidade, como algo autêntico. Além disso, cada vez que ocorre interação e, 
como resultado, a apropriação, por parte de outros grupos, de valores, contextos e 
maneiras de impulso próprias do raciocínio humano de produção e consumo, uma 
grande parte é alcançada pelos meios invasivos da comunicação ou grande mídia. 
Essas perturbações estão presentes em diversos âmbitos e contextos, apontando para 
relevância de demonstrar outras possibilidades para se fundamentar e contextualizar o 
lazer, para que possamos ir além do conhecimento tradicional e restrito, que o define 
como mero tempo sem trabalho.
Em um sentido bem mais amplo, compreendemos o lazer como uma necessidade 
humana de dimensão cultural, formada em um ambiente de vivências com práticas 
sociais lúdicas por um indivíduo, presente no dia a dia, em diversos lugares e contextos 
sociais (REJOWSKI; GOMES, 2004). Analisando esses parâmetros, o lazer é constituído 
por três âmbitos fundamentais: ludicidade, manifestações culturais e ambiente social.
2.1.1 Lazer e ludicidade 
A ludicidade pode se manifestar de várias formas – verbal, visual e motora 
são algumas bem conhecidas – que se tem ao longo de toda a vida, e não apenas na 
infância. Dentro desse processo, é atividade fundamental, uma vez que a ludicidade 
é concebida culturalmente e envolvida por uma variedade de fatores, como regras 
educacionais, princípios morais e normas políticas e sociais, tendo, assim, tradições, 
valores e costumes como opositores atuais em cada cultura.
177
A ludicidade estimula sentidos com o simbólico e altera as emoções, com um 
emaranhado de alegria e prazer, liberando a renúncia da entrega do ser humano. Esses 
aspectos poéticos, e até filosóficos, passam no decorrer da vida de sujeito para outro. 
2.1.2 Lazer e manifestações culturais 
A manifestação cultural está inserida no lazer, sendo composta por práticas 
sociais vivenciadas com o deleite como decorrer cultural. Pode ser exemplificada com 
festas, jogos, brincadeiras, passeios, viagens, danças, teatros, música, cinema pintura, 
desenho, esportes (natação) e outras várias possibilidades. Essas e outras formas de 
lazer são fundamentais para o ser humano as vivenciam.
O lazer abrange, ainda, práticas culturais mais direcionadas para âmbitos mais 
calmos e sossegados, como meditação e relaxamento, uma vez que esses processos 
podem proporcionar experiências de lazer devido ao seu potencial de reflexão. 
Possibilidades como essas são alvos de pensamentos contrários, pois vão na contramão 
da lógica produtivista que reina em nossa sociedade desde a Revolução Industrial, 
momento que o ócio passou a ser marcado como algo que não produz, ou seja, uma 
perda de tempo (GOMES, 2010).
2.1.3 Lazer no ambiente social
Com relação ao lazer no ambiente social, devemos enfatizar a questão de tempo 
e espaço, embora, na maioria das vezes, seja negligenciado o espaço, dando uma maior 
visão para o tempo, no sentido da questão do tempo que se passa fora do trabalho ou 
da escola, o que indica a subjetividade das compreensões, que elegem o lazer como 
o tempo da não obrigatoriedade, como se a vida fosse feita de situações e momentos 
isolados. Não há uma linha delimitadora entre o trabalho e o lazer, tampouco entre as 
demais habilidades sociais vivenciadas pelo ser humano (GOMES, 2004).
O tempo/espaço social é produzido, portanto, como condição de 
possibilidade das relações sociais e da natureza, através da qual a 
sociedade, ao mesmo tempo em que produz a si mesma, transforma 
a natureza e dela se apropria (LEFEBVRE, 2008), ou melhor, com 
ela interage. Assim sendo, o tempo/espaço é um produto das 
relações sociais e da natureza e constitui-se por aspectos objetivos, 
subjetivos, simbólicos, concretos e materiais, evidenciando conflitos, 
contradições e relações de poder (GOMES, 2014, p. 15).
Essa necessidade é satisfatória em uma variedade de formas, segundo os 
valores e os interesses dos seres humanos, dos grupos sociais e das instituições, em 
âmbitos de contexto histórico, social e cultural.
178
3 A NATAÇÃO COMO LAZER 
A natação, no âmbito do lazer, tem se mostrado cada vez mais importante, não 
apenas na questão das aulas de natação serem fora do ambiente de trabalho, mas, sim, 
por serem bem simples, exemplificadas como um momento de lazer com a família e os 
amigos em um clube ou em uma piscina no fim de semana, devendo-se estar apto para 
tal. A natação não é apenas o momento de lazer, ou seja, ela pode preparar o indivíduo 
para aquele momento.
A natação não deve ser tratada apenas como uma disciplina com partes 
pedagógicas nem como apenas o treinamento para atletas, pois está relacionada com o 
lazer e pode ser trabalhada em variados contextos, como escolas, trabalho, clubes, praia 
e piscinas particulares – então, na maioria das vezes, a natação já vai estar ligada ao lazer.
3.1 A NATAÇÃO COMO DIMENSÃO DE LAZER EM UM 
AMBIENTE SOCIAL 
A natação está introduzida em um ambiente social, mas será que a natação é 
sempre uma forma de lazer? Há a prática da natação de um atleta, que tem que nadar 6 
a 7 dias por semana, até 3 treinos por dia, em que esse treinamento leva a um desgaste 
físico e emocional. Outro exemplo seria um indivíduo que necessita aprender a nadar 
para uma viagem no final do ano e faz três aulas por semana de técnicas, que ele não 
queria fazer, porém visando ao seu objetivo de aproveitar melhor a viagem, podendo ser 
considerado lazer ou uma necessidade.
Percebemos que ainda é pouco conhecido esse contexto e que gera uma 
discussão em meio ao uso da natação como ferramenta de lazer. Olhando para os 
parâmetros já abordados como ludicidade, manifestações culturais e ambiente social, 
podemos associar a natação com o lazer nesses contextos. Ao observarmos um 
ambiente de natação, podemos considerarque ele tem ludicidade ou não, percebendo 
também se aquela manifestação cultural faz parte daquela concepção de cultura e se 
esse ambiente social de tempo e espaço suporta o contexto da natação (KOÇ et al., 
2019; LENNEIS; AGERGAARD, 2018; RAMOS; ANDERSON; LEE, 2018; THOMSON; KEARNS; 
PETTICREW, 2003).
3.1.1 Natação e lazer em uma concepção lúdica
Olhando apenas para a natação, podemos considerá-la lúdica ou apenas 
mais um esporte. Analisando a natação como parte pedagógica, ou seja, apenas a 
aprendizagem, sem olharmos para o contexto lúdico do prazer, e averiguando a palavra 
179
“lúdico” na sua etimologia, que significa jogo, diversão ou gracejo, podemos dizer que 
tem muito a ver com o lazer, e nada com a natação que já foi desenvolvida até agora. A 
natação, como qualquer outra prática que possa ser disposta em um âmbito de lazer, 
deve se constituir da ludicidade, pois, como anteriormente abordado, a ludicidade não é 
apenas um contexto para criança, mas para toda a vida do indivíduo.
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento 
da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito 
cedo poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde, 
representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela 
desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem 
desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, 
a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas 
capacidades de socialização, por meio da interação, da utilização e 
da experimentação de regras e papéis sociais (LOPES, 2006, p. 110).
Assim, independentemente de o contexto ser de lazer ou não, o lúdico deve 
fazer parte da natação, para que essa sensação de prazer possa proporcionar valores 
positivos, tanto na vida social, educativa como, até mesmo, no desempenho trabalhista.
3.1.2 Natação e lazer nas manifestações culturais
A natação não faz parte da cultura apenas da atualidade, mas se perde entre 
a história, podendo ser mais antiga do que a própria humanidade; há uma frase, do 
filósofo e matemático Platão, de 428 a.C., “todo homem culto tem que saber ler, escrever 
e nadar”, ou seja, a natação faz parte da cultura mundial.
A cultura é bem ampla e abrange uma diversidade de pessoas do mundo todo, 
cada povo com suas tradições. Nesse contexto, devemos analisar se o ambiente e a 
cultura que temos hoje proporcionarão uma herança de movimentos aquáticos, para 
que possamos deixar para próxima geração, e assim por diante.
No contexto da natação como manifestação cultural no âmbito do lazer, logo 
percebemos uma grande identificação, pois vemos a natação relacionada a churrascos, 
casas de praias ou, até mesmo, em águas abertas, no contexto próprio de mar ou rio 
bem forte na nossa cultura e no nosso tempo de lazer.
3.1.3 Natação e lazer em um ambiente social 
Já a natação em um ambiente social, sabendo que esse ambiente exalta fatores 
como o tempo e o espaço, há um certo olhar mais para o tempo, porém o espaço deve 
ser considerado, principalmente no caso da natação, uma vez que, se não temos o 
espaço, não temos a natação propriamente dita. 
180
No ambiente social, logo vemos que há uma diferença social bem forte no 
hábito da natação não apenas na questão de lazer, pois podemos analisar também 
em provas e nos jogos olímpicos, em que a natação participa, quantos negros ganham 
medalhas ou mesmo competem nessas provas. Nesse sentido, vemos que tanto etnia 
como parâmetros financeiros podem influenciar na questão da natação como forma de 
lazer, porém, na maioria das vezes, ela acontece.
181
NATAÇÃO PARA INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: UMA REVISÃO 
INTEGRATIVA
Lilian Cristina Gomes do Nascimento 
 Alejandra Colmenares Pineda 
Gisélia Gonçalves de Castro 
Maria Georgina Marques Tonello
INTRODUÇÃO 
Atividades físicas e esportivas estão sendo cada vez mais utilizadas para contribuir 
com o desenvolvimento de pessoas com deficiência, entretanto, as peculiaridades e neces-
sidades para o desenvolvimento de atividades específicas para estes indivíduos continuam 
sendo um desafio para grande parte dos profissionais (RODRIGUES; LIMA, 2014).
Segundo a American Association on Intellectual and Developmental Disabilities 
(AAIDD, 2012), a pessoa com Deficiência Intelectual (DI) é caracterizada por apresentar 
“limitações significativas no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo, 
tal como se expressa nas habilidades adaptativas conceituais, sociais e práticas, 
originadas antes dos 18 anos”, sendo que estas são originadas por causas múltiplas 
e variadas (PALOMINO; PAREJA; COLL; LÁIZ, 2015). Pessoas com DI sofrem múltiplas 
desvantagens sociais e desigualdades significativas em saúde. Padrões dietéticos 
não saudáveis e baixos níveis de atividade física têm contribuído para o aumento da 
prevalência de obesidade e diabetes (BALOGH et al., 2015) em adultos com DI. Portanto, 
apoiar adultos com DI a fazer mudanças positivas no estilo de vida é uma prioridade 
para reduzir as desigualdades na saúde (EMERSON et al., 2011).
A prática esportiva, voltada para pessoas com deficiência, ganha, atualmente, 
um maior reconhecimento social, essa população vem conquistando seu espaço dentro 
das ciências do esporte, tornando essa prática reconhecida como atividade física 
adaptada (AFA) e como o esporte adaptado. Apesar desse crescimento, a contribuição 
de estudos, nesse campo de pesquisa, ainda segue sendo escassos (TEJERO; VAÍLLO; 
RIVAS, 2012; RODRIGUES; LIMA, 2014; PALOMINO; PAREJA; COLL; LÁIZ, 2015).
Os esportes aquáticos são uma forma de atividade física leve a moderada, 
que pode ser considerada apropriada para pessoas com deficiências. É uma atividade 
física em um ambiente sensorial diferenciado e pode ser adaptada para atender 
às necessidades de cada indivíduo que possa participar. A água produz respostas 
LEITURA
COMPLEMENTAR
182
sensoriais diferentes do ambiente típico e o movimento no ambiente aquático provoca 
uma resposta sensorial diferenciada. A flutuabilidade é outra característica vantajosa 
da água, pois permite maior interação com o instrutor (GETZ et al., 2007). Os esportes 
aquáticos podem incluir natação, exercícios na água e/ou sessões recreativas.
O objetivo desse estudo foi identificar estudos que abordem a natação adaptada para 
pessoas com deficiência intelectual e discutir quais principais temáticas de estudo na área.
MÉTODO 
Para a realização desse estudo, foi utilizado o método de revisão integrativa 
da literatura, foram selecionadas as seguintes bases de dados PubMed, SPORTDiscus, 
Web of Science e Biblioteca Cochrane. Buscou-se artigos científicos publicados entre 
os anos 2005 e 2015, que abordaram em seu conteúdo a utilização da natação para 
pessoas com DI. A busca foi realizada através dos termos em inglês “swimming” e 
“intellectual”, com a utilização nos campos de busca do termo boleano “AND”.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Os artigos selecionados para esta revisão serão apresentados segundo a 
temática que abordaram em seu objetivo. Das 17 publicações selecionadas, apenas uma 
retratou a natação como terapia, três utilizaram a natação como meio facilitador para 
a inclusão de pessoas com deficiência, cinco abordaram métodos adaptativos para o 
ensino de natação a população-alvo, quatro abordavam variáveis de componentes de 
adaptação fisiológica e comportamental que o treinamento de natação pode propiciar as 
pessoas com DI e quatro estudos verificaram aspectos relacionados com o desempenho 
de atletas de natação com DI.
Diante da constatação de que jovens com DI também apresentam atrasos 
no desenvolvimento motor e na capacidade de desenvolver tarefas de coordenação, 
Rodrigues e Lima (2014) utilizaram a natação como um recurso terapêutico. Os resultados 
encontrados no estudo mostraram uma melhorar a coordenação de adolescentes com 
DI e ressaltaram os benefícios da natação para a promoção da saúde dessas pessoas.
Sullivan e Glidden (2014) demonstraram em seu estudo que, após umainter-
venção trabalhando na natação inclusiva com componentes cognitivos, emocionais e 
comportamentais nos nadadores, esta metodologia pode acarretar mudanças favorá-
veis nas atitudes dos participantes sem deficiência, passando estes a apresentarem-se 
mais partidários à inclusão de pessoas com deficiência. No entanto, ainda não são co-
nhecidos o quão essas mudanças atitudinais dos participantes são duradouras.
Ninot, Billard e Delignières (2005) verificaram que não há diferença entre 
a autoestima das pessoas com DI que praticam natação integrada ou segregada, 
e sugerem que a participação de adolescentes com DI diante de práticas esportivas 
183
integradas seja um recurso favorável, mas esta prática deve ser bem controlada pelo 
profissional que coordena a atividade, a fim de se obter resultados favoráveis a inclusão.
Ninot e Maiano (2007) argumentaram que a prática esportiva deve se centrar 
em como favorecer a participação desportiva de pessoas com DI para melhorar a sua 
aceitação social. Este estudo propõe a comparar os efeitos de diferentes modalidades 
esportivas na competição atlética e aceitação social de adolescentes com DI.
Os autores verificaram que os domínios do tempo são mais sensíveis aos 
estímulos ambientais para prover a aceitação social, afirmando ainda que os professores 
de educação física são mais flexíveis no contexto social.
Portanto, tanto o trabalho, o Ninot, Billard e Delignières (2005) e Ninot e Maiano 
(2007) ressaltaram a importância da atitude do profissional que está conduzindo a prá-
tica esportiva para o sucesso da natação como um meio de inclusão de pessoas com DI.
Assim, podemos inferir que, para obter resultados favoráveis em relação a 
inclusão é de suma importância uma formação profissional adequada, sendo este fator 
primordial para os profissionais que estão envolvidos neste trabalho. Em cada curso 
de formação em esporte e ciências do exercício, pode observar um árduo processo 
pedagógico de ensino, o objetivo e um dos focos dos professores deveria ser em como 
melhorar a sua própria atuação pedagógica (ensino) e sua eficácia, ou seja, como atuar 
para assegurar uma igualdade de oportunidades para o desenvolvimento ideal para o 
desenvolvimento de todos os participantes (ZENIC; GRČIĆ-ZUBČEVIĆ, 2005).
No estudo de Freitas e Rodrigues (2007), o participante tinha concomitante 
com a DI, uma deficiência física e visual. Todos os trabalhos selecionados para compor o 
presente quadro, retrataram métodos de ensino para as crianças (com idades entre 6 e 
12 anos), ou seja, pode-se observar que nenhum trabalho abordou métodos de instrução 
de natação para adultos, embora que no trabalho de Nikolova e Treneva (2007) relatam 
que durante a sua abordagem esteve presente um jovem com DI, todavia sem maiores 
explanações apenas refere que este não foi incluído como participante da investigação. 
Foram observados em todos os estudos que com a intervenção proposta os participantes 
conquistaram um aumento em suas habilidades aquáticas e apontaram assim, a natação 
como um instrumento que pode favorecer o desenvolvimento de crianças com DI. 
Ademais, uma variável em comum foi que os estudos apontaram um atraso de tempo 
para mudar de tarefa como um fator positivo a ser incluído na metodologia adaptada.
Pessoas com DI tendem a ser 30% mais obesos e 7% mais extremamente obesas 
do que as pessoas sem deficiência (RIMMER; YAMAKI, 2006), assim, diante dessa pre-
missa, Casey et al. (2010) e Casey, Mackenzie e Rasmussen (2012) propuseram verificar, 
respectivamente, os efeitos de 16 e 13 semanas de um treino de natação no percentual 
de gordura corporal de pessoas com DI. Os pesquisadores verificaram que o treinamento 
proposto por eles não foram eficazes para efetivar a perda de gordura corporal, nem nas 
crianças tampouco nos adultos com DI participantes das pesquisas. Em contrapartida, 
184
encontraram como resultado positivo do estudo a comprovação dos níveis de segurança 
dessa atividade a níveis moderados e vigorosos para pessoas com DI. Apesar da natação 
não ter sido apontada como uma promotora dos benefícios fisiológicos para praticantes 
com DI, como previamente apurados por Jones et al. (2006), tal fato demonstra a ne-
cessidade de maiores investigações acerca dos mecanismos fisiológicos e protocolos de 
intensidade frente ao treinamento de natação para pessoas com DI.
A adaptação metodológica é fundamental para o sucesso das atividades de 
pessoas com ou sem deficiência, em particular para as pessoas com DI, pois estas 
apresentam peculiaridades que devem ser exploradas e levadas em consideração, 
como o comum atraso de desenvolvimento e a percepção de visão seletiva, na qual 
alguns estímulos do entorno podem dificultar a concentração, ou ainda, observar como 
outros estímulos são comumente ignorados (BOUTCHER, 2002).
Palomino et al. (2015) observaram que o tempo de reação a estímulos visuais 
é menor em atletas sem deficiência intelectual, quando comparado com atletas com 
deficiência; esta descoberta é um fator que deve ajudar no momento de programação 
dos exercícios, a fim de atuar para poder melhorar o tempo de reação nesse grupo, pois 
saber as peculiaridades de cada parâmetro a ser trabalho com as pessoas com DI é algo 
fundamental em todos os esportes.
CONCLUSÕES 
O melhor entendimento da relevância da natação adaptada é de suma 
importância para melhorar a saúde de pessoas com DI. As descobertas relatadas aqui 
fornecem um ponto de partida útil para desenvolver uma compreensão e destacar 
os benefícios de programas natação para pessoas com DI. Podemos concluir que a 
natação para pessoas com deficiência intelectual é uma área de grande interesse, visto 
a diversidade de temas abordados nos artigos selecionados para essa revisão. Sendo as 
áreas temáticas abordadas: reabilitação, inclusão social, aspectos do desenvolvimento, 
intervenção e investigação e estudos enfocando o alto rendimento. Todos os estudos 
apresentados apontam uma contribuição significativa da natação para a saúde 
das pessoas com deficiências intelectuais. No entanto, há a necessidade de replicar 
esses achados em outros estudos, precisamos desenvolver uma compreensão mais 
sofisticada do tema. Sugerimos também futuras pesquisas que verifiquem os efeitos 
de outras intervenções na água, como a terapia aquática, exercícios na água, andar em 
água, hidroterapia e jogos aquáticos para essa população.
Fonte: adaptada de NASCIMENTO, L. C. G. et al. Natação para indivíduos com deficiência intelectual: uma 
revisão integrativa. PODIUM Sport, Leisure and Tourism Review, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 140-150, 
jan./abr. 2019. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/podium/article/view/12940/6395. Acesso em: 
7 set. 2022.
https://periodicos.uninove.br/podium/article/view/12940/6395
185
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• As concepções de lazer em diversos parâmetros, e não apenas como um horário em 
que o sujeito não está trabalhando.
• A contextualização do que realmente é lazer e como isso importa para vida do ser 
humano. 
• Os contextos históricos, tanto do lazer quanto da natação, desenvolvendo um senso 
crítico sobre toda a discussão, pois o lazer é uma necessidade humana, enquanto 
a natação também é necessária como qualquer desenvolvimento motor e social, 
como andar, correr saltar e, até mesmo, no que tange às habilidades motoras finas 
de se alimentar.
• A natação e o lazer em âmbitos como ludicidade, a qual estimula sentidos com o 
simbólico e altera as emoções, com um emaranhado de alegria e prazer; movimentos 
culturais, compostos por práticas sociais vivenciadas com o deleite como decorrer 
cultural, exemplificados com festas, jogos, brincadeiras, passeios, viagens, danças, 
teatros, música, cinema pintura, desenho, esportes (natação) e outras várias 
possibilidades; e ambientes sociais, que enfatizam a questão de tempo e espaço, 
pois não há uma linha delimitadora entre o trabalho e o lazer tampouco entre as 
demais habilidades sociaisvivenciadas pelo ser humano.
186
AUTOATIVIDADE
1 Na concepção de lazer, podemos compreender que o seu contexto é muito mais 
amplo que o contexto minimalista trazido durante a história. Sobre a concepção de 
lazer contextualizado, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O lazer não está relacionado ao trabalho nem à utilização de tempo livre no 
contexto das cidades urbanas.
b) ( ) O lazer está relacionado ao trabalho e à utilização de tempo livre no contexto das 
cidades urbanas.
c) ( ) O lazer não está relacionado ao trabalho nem à utilização de tempo livre no 
contexto apenas das cidades rurais.
d) ( ) O lazer está relacionado ao trabalho e à utilização de tempo livre no contexto 
apenas das cidades rurais.
2 O lazer é multifatorial e não depende de um padrão isolado. Sobre os três parâmetros 
do lazer, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ludicidade, manifestações culturais e ambiente social.
b) ( ) Locomoção, manifestações culturais e ambiente social.
c) ( ) Ludicidade, manifestações culturais e ambientalista.
d) ( ) Ludicidade, manifestações de interesse e ambiente social.
3 A ludicidade pode se manifestar de várias formas bem conhecidas ao longo de toda a 
vida dos indivíduos, e não apenas na infância. Sobre algumas formas bem conhecidas 
de ludicidade, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A ludicidade não pode ser manifesta.
b) ( ) A ludicidade pode se manifestar de forma verbal, visual e motora.
c) ( ) A ludicidade pode se manifestar apenas de forma verbal.
d) ( ) A ludicidade pode se manifestar apenas de forma visual 
4 A natação não deve ser tratada apenas como uma disciplina com partes pedagógicas 
nem como apenas o treinamento para atletas, pois está relacionada com o lazer e 
pode ser trabalhada em variados contextos. Em seu conceito de lazer, disserte como 
a natação pode ser inserida e compreendida em uma concepção lúdica.
5 Olhando para o lazer inserido em um ambiente aquático, podemos considerar que 
as manifestações culturais e o ambiente social que o indivíduo está inserido têm um 
grande valor para a contextualização da inserção da natação no ambiente de lazer?
187
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