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Adenomegalia na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 1 Adenomegalia na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO INTRODUÇÃO DEFINIÇÕES ADENOMEGALIA Aumento de 1 ou + linfonodos LINFADENITE Aumento do linfonodo com sinais de inflamação LINFADENOPATIA Tamanho, nº e características RESPOSTA FISIOLÓGICA Resposta transitória à patologia local ou generalizada Linfonodos palpáveis são comuns na infância (44% das crianças) Linfonodos normais Pequenos, móveis, fibroelásticos e indolores Occipital, submandibular, auricular e axilar = 0,3 a 0,5 cm Cervical e inguinal = 1 a 1,5 cm Ocorrem a partir da 6ª semana de vida CLASSIFICAÇÃO DURAÇÃO Aguda = < 2 semanas Subaguda = 2 a 6 semanas Crônica = > 6 semanas ACOMETIMENTO LINFONODOMEGALIA GENERALIZADA Aumento de 2 ou + grupos de linfonodos em regiões não contíguas 25% dos casos Adenomegalia na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 2 LINFONODOMEGALIA LOCALIZADA 1 único linfonodo ou grupos de linfonodos responsáveis pela drenagem de uma área anatômica 75% dos casos CARACTERÍSTICAS REACIONAL TUMORAL PROCESSO BACTERIANO Secundário a processos infecciosos virais ou bacterianos Duro Únicos 2-3 cm > 4 cm Pouco aderidos Causas: IVAS, Tonsilites, Otites e Infecções Dentárias Endurecido e aderido a planos profundos Dolorosos Indolor Generalizado Sem sinais flogísticos Fibroelástico Unilateral - Sem sinais flogísticos Coalescentes - ETIOLOGIA LINFOADENOPATIA CERVICAL LINFADENOMEGALIA IVAS Infecções de pele, como celulite e impetifo Síndrome mono-like LINFADENITE BACTERIANA Aguda e unilateral Submandibular (50 a 60% dos casos) Sinais flogísticos < 5 anos = S. aureus e S. pyogenes Doença dentária ou periodontal ADENOMEGALIAS INGUINAIS Picada de insetos Celulite Impetigo Erisipela Dermatites alérgicas ADENOMEGALIAS AXILARES Adenomegalia na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 3 Traumas Piodermites Hidroadenites Imunizações Doença da arranhadura do gato Artrite idiopática juvenil ADENOMEGALIAS SUPRACLAVICULARES Linfomas Leucemias Tuberculose Doença da arranhadura do gato ADENOMEGALIAS EPITROCLEARES Traumas de MMSS Doença da arranhadura do gato Mononucleose Linfomas Leucemias EXAMES COMPLEMENTARES LABORATORIAIS 1. Hemograma a. Leucocitose b. Neutrofilia c. Desvio à esquerda d. Pancitopenia 2. Mielograma 3. VHS 4. PCR 5. Sorologia a. Mononucleose infecciosa b. HIV c. Prova tuberculínica 6. LDH a. Aumento Adenomegalia na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 4 7. Ácido úrico IMAGEM 1. TC de abdome a. Padrão ouro para avaliar processo inflamatório abdominal 2. USG a. Kawasaki e mononucleose = cachos de uva 3. Punção aspirativa 4. Biópsia do linfonodo/ganglionar a. Padrão-ouro CRITÉRIOS ULTRASSONOGRÁFICOS PARÂMETRO LINFONODO BENIGNO LINFONODO MALIGNO Forma Ovoide, elíptica, fusiforme ou alongada Globosa, arredonda, em conglomerado Contorno Regular, liso, bem definido, com planos gordurosos adjacentes Bocelado, irregular, espiculado, mal definido Córtex Afilada Espessada, medindo mais que o dobro do eixo transversal do hilo Índice L/C Alto > 2 Baixo < 2 Ecogenicidade Isoecoico, homogêneo Hipoecoico, heterogêneo, com áreas de liquefação, microcalcificações Hilo Presente, central, hiperecoico Excêntrico, fino ou ausente Vascularização Região hilar, vasos regulares, pouca vascularização Periférica, na região subcapsular, desordenada, hipervascularizado, vasos irregulares, com shunts arteriovenosos Índice de resistência vascular (IR) Baixo < 0,8 Alto > 0,8 Índice de pulsatilidade (IP) < 1,5 > 1,5 CONDUTA BIOPSIAR 1. Linfonodomegalia localizada em que a pesquisa clínica e laboratorial (incluindo aspirado de medula óssea) foi inconclusiva, e o linfonodo continue aumentando de tamanho após duas semanas de observação, ou não apresente regressão em 4 a 6 semanas 2. Tamanho: linfonodos supraclaviculares aumentados devem ser sempre prontamente avaliados, pois estão associados a um alto risco de malignidade 3. Linfonodomegalia com características sugestivas de malignidade: linfonodo aderido a planos profundos ou à pele, de crescimento rápido, coalescente e endurecido 4. Linfonodomegalia em região cervical inferior ou supraclavicular e/ou associada a linfonodomegalia profunda 5. Linfonodomegalia associada à sintomatologia sugestiva de doença grave (presença de sinais/sintomas sistêmicos persistentes e inexplicados) 6. Linfonodomegalia associada a anormalidades radiológicas ou alterações no hemograma inexplicadas pela avaliação de medula óssea 7. Linfonodomegalia generalizada associada a hepatomegalia e/ou esplenomegalia inexplicada 8. Linfonodomegalia sem sinais de involução após tratamento específico FÁRMACOS 1. Azitromicina a. Linfadenopatias > 6 meses b. Dose inicial de 10 mg/kg Adenomegalia na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 5 c. Dose de seguimento de 5 mg/kg/dia por 3 a 4 dias 2. Cefuroxima 20 - 30 mg/kg /dia, 12/12 horas 3. Cefalexina 25 - 50 mg/kg/dia, 6/6 horas 4. Claritromicina 15 mg/kg/dia, 12/12 horas 5. Clindamicina 10-20 mg/kg/dia, 6/6 horas 6. Eritromicina 30- 50 mg/kg/dia, 6/6 horas REFERÊNCIA Sociedade Brasileira de Pediatria. Linfonodomegalia periférica na criança e no adolescente: quando pensar em câncer. Depto. Científico de Pediatria Geral e Infectologia. 2018.