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afecções neurológicas epilepsia É uma condição de tornar-se dominado, apanhado ou atacado, nada mais é do que uma tendência para ter crises. CRISES CONVULSIVAS • Constituem um dos distúrbios neurológicos mais comuns da primeira infância é muito frequente abaixo de 14 anos de idade • É uma desordem crônica do cérebro • Não é doença mental nem sinal de pouca inteligência • Não é contagiosa IMPORTANTE! • A maioria dos epilépticos e saudável • Convulsão não significa epilepsia • Crise epiléptica pode ser causada por: febre alta, infecção, batidas na cabeça, envenenamento, excesso de medicamentos. CLASSIFICAÇÃO DAS EPILEPSIAS 1) Crises parciais a) Parciais simples - não ocorre comprometimento da consciência; anteriormente eram chamadas de crises epilépticas focais. Podem ser: - Motoras - Sensoriais - Autonômicas - Psíquicas b) Parciais complexas - ocorre comprometimento da consciência; anteriormente eram denominadas de crises epilépticas psicomotoras. • Simples seguidas de alteração de consciência (motoras) • Simples com alteração de consciência desde o início CARACTERÍSTICAS • Tônica - crise caracterizada pela presença de contração muscular intensa e sustentada, ficando só membros estirados, geralmente com desvio lateral dos olhos e da cabeça. • Clônica - contrações rítmicas de grupos musculares. • Tônico-clônica – tipo mais frequente de crise generalizada, iniciada por perda súbita da consciência, sem sinais premonitórios concomitante a movimentos convulsivos clônicos alternando-se com períodos de contração tônica. Segue-se um período variável de inconsciência após a cessação da crise. Anteriormente eram denominadas crises epiléptica tipo Grande Mal. convulsão x epilepsia 1) Convulsão - manifestações motoras com ou sem perda da consciência que em geral cessam espontaneamente, concomitantes com descargas neuronais anormais resultantes de distúrbio transitório. 2) Epilepsia - manifestação neurológica paroxística (acontece várias vezes), em geral, afetando a consciência, com ou sem convulsões resultantes de descargas neuronais anormais causadas por distúrbios permanentes. Não tem cura, apenas controle. O QUE FAZER? 1) Ficar calmo e anotar a duração da crise 2) Abrir um espaço livre em torno da pessoa 3) Afrouxe as roupas em torno do pescoço 4) Proteja a cabeça com algum tipo de almofada, virar a pessoa ou o rosto dela para o lado 5) Cessadas as convulsões, coloque-a numa posição para recuperar-se 6) Oferecer seu apoio durante a recuperação O QUE NÃO FAZER? 1) Não mover a pessoa, a menos que esteja em perigo ou se a crise se prolongar por mais de 5 min 2) Não restringir seus movimentos 3) Não tentar levantar a pessoa 4) Não colocar nada entre seus dentes 5) Não dar nada para beber 6) Não interferir desnecessariamente durante o período de recuperação após a crise AVC (acidente vascular cerebral) • Representa até 70% das doenças neurológicas em idosos, sendo mais comum em pctes com hipertensão arterial e diabetes mal controlados • Também pode ser chamado de Derrame cerebral • Há 2 tipos de AVC: o isquêmico e o hemorrágico O AVC é a perda repentina da função do cérebro resultante de um distúrbio na circulação para uma parte do cérebro. Este comprometimento pode estar vinculado a: a) Fluxo sanguíneo insuficiente b) Pressão arterial baixo c) Alterações da parede e do calibre do vaso d) Aumento da viscosidade sanguínea com aumento da permeabilidade FISIOPATOLOGIA O tecido nervoso é desprovido de reservas sendo totalmente dependendo do aporte circulatório, pois é graças a este que as células nervosas se mantêm ativas, no qual o seu metabolismo depende de oxigênio e glicose. A interrupção deste aporte numa determinada área do cérebro tem por consequência uma diminuição ou paragem da atividade funcional dessa área. • Interrupção inferior a 3 min – alteração reversível • Interrupção superior a 3 min – alteração funcional poderá ser irreversível, originando necrose do tec. nervoso. CAUSAS Pode ser causado por 2 mecanismos diferentes: 1. Oclusão de um vaso provocando isquemia e infarto do território dependente desse vaso 2. Ruptura vascular originando uma hemorragia intracraniana SINAIS NEUROLÓGICOS NEGATIVO DE INÍCIO SÚBITO 1) Na artéria cerebral anterior • Distúrbio do comportamento • Distúrbio da consciência • Desvios oculares conjugados • Altamente sugestivo de trombose de carótida 2) Na artéria cerebral média • Hemiparesia direita com distúrbio de fala • Hemiparesia esquerda sem distúrbio de fala • Sem confusão mental e sem sonolência • Pode ter hemianopsia/distúrbios sensitivos 3) Na circulaçao posterior • Paresias, hemianopsias, pares cranianos, cerebelo, distúrbio de consciência • Hemiparesia esquerda com disartria • Ataxias, desvios oculares, visão dupla, disfagia SINTOMAS - Perda de sensibilidade - Hemiplegia - Perda de consciência - Formigamentos - Cefaleia intensa e súbita - Perda da coordenação motora e equilíbrio CLASSIFICAÇÃO 1) AVC isquêmico – causado por uma oclusão vascular localizada, levando a interrupção do fornecimento de O2 e glicose ao tecido cerebral, afetando, consequentemente, os processos metabólicos. a) Insuficiência vascular cerebral intermitente (IVCI) – acomete geralmente pessoas idosas portadores de arteriosclerose cerebral. Seu mecanismo principal é a queda da PA, levando a uma diminuição do fluxo sanguíneo cerebral. Posteriormente ocorre normalização da PA e consequentemente, do fluxo sanguíneo. b) Trombose cerebral – consiste na formação de um trombo. Há presença de sinais prodômicos (sinais prenunciadores do ataque), sendo os mais comuns as hemiplegias, a confusão mental, as dormências localizadas, cegueira unilateral, vertigens, cefaleia, diplopia. c) Embolia cerebral – é a oclusão de um vaso cerebral por um pequeno coágulo sanguíneo, tumor, gordura, ar ou aglomerado de bactérias. - Ocorre em todas as idades - Incide igualmente nos 2 sexos - A sintomatologia desaparece quase completamente - É mais benigno que a trombose 2) AVC hemorrágico – é causado pela ruptura de artérias cerebrais. Pode ser causado por: PA, ruptura de um aneurisma, ruptura de angioma (tumor benigno de vasos), embolia séptica, encefalopatia hipertensiva, trauma. Pode ser de 2 tipos: • Hemorragia cerebral ou intracerebral – sangramento dentro do tecido cerebral, causado por hipertensão. - Difícil ocorrência, sendo observado nos traumas em que o agente penetrante seja bala, punhal - A incidência é muito maior em homens, raça negra • Hemorragia subaracnóidea ou meníngea – sangramento em volta do cérebro, causado normalmente por ruptura de um aneurisma cerebral. - Ocorre mais frequentemente em pctes jovens 3) Hematoma subdural – ocorre no espaço subdural (abaixo da dura-máter) e localiza-se preferenciamente na região parietal, podendo ser: • Agudo – aparecimento dos sintomas ocorre no momento do traumatismo. Assemelha-se ao hematoma extradural na evolução e sintomatologia, mas se difere na localização. • Crônico – o doente apresenta uma história de trauma após intervalo latente de algumas semanas ou meses. Evolui bem a recuperação e depois de um tempo, queixa- se de cefaleia, vômitos, náuseas, distúrbios de conduta. 4) Hematoma extradural – ocorre por lesão arterial, por exemplo, ruptura da artéria meníngea. Causa cefaleia, vômitos, obnubilação (alteração do estado de consciência que faz com que não se consiga reagir a certos estímulos externos, responder perguntas, falando com muita lentidão ou não), hemiparesia. SEQUELAS - Doenças vasculares cerebrais representam a segunda causa de demência, ocorrendo com frequência alterações de memória, raciocínio e atenção - Alterações comportamentais, da fala, depressão e limitação física para atividades de vida diária também são sequelas e resultamde dependência do pcte. EXAME FÍSICO – HEMORRAGIA CEREBRAL • Fundoscopia normal ou sinais de hipertensão e/ou diabetes • Exame vascular (carótica/aorta/membros) • Exame cardíaco (25% dos infartos cerebrais são embólicos e tem indicação de anticoagulação) TRATAMENTO IMEDIATO - Controle da PA, viscosidade sanguínea e estado geral - Excelente ventilação pulmonar - Correção de situação cardíaca - Prevenção de agitação COMO EVITAR? - Acompanhamento médico regular - Controle do peso - Consultar médico antes de iniciar qualquer atividade física - 30 a 60min de caminhada de 4 a 3x por semana reduz a chance de derrame cerebral - Não fumar e não beber - Controle da glicemia e PA traumatismo cranioencefálico (TCE) É qualquer lesão decorrente de um trauma externo na região da cabeça que possa gerar alterações anatômicas do crânio, comprometimento funcional das meninges, do encéfalo ou dos seus vasos. • Importante causa de morte e deficiência física e mental, superado apenas pelo AVC • Primeira causa de óbito em < 40 anos • Predomínio em sexo masculino e jovem PRINCPAIS CAUSAS - Acidente automobilístico (50%) - Quedas (30%) - Causas violentas (20%) CLASSIFICAÇÃO Os TCEs podem ser classificados em 3 tipos, de acordo com a natureza do ferimento do crânio: 1) Traumatismo craniano fechado – caracterizado por ausência de ferimentos no crânio. Quando não há lesão estrutural macroscópica do encéfalo, o traumatismo craniano fechado é chamado de concussão. Podem acontecer nos TCF: contusão, laceração, hemorragias e edema. CONCUSSÃO – PERDA DE CONSCIÊNCIA BREVE (<6H). LESÃO AXONAL DIFUSA – PERDA DE CONSCIÊNCIA <6H CONTUSÃO – LESÃO ESTRUTURAL DO TEC ENCEFÁLIO; PRODUZEM ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS >24H LACERAÇÕES – OCORREM QUANDO HÁ FRATURAS, APESAR DE QUE MOV. BRUSCOS DE ACELERAÇÃO E DESACELERAÇÃO TAMBÉM PODEM LEVAR A PERDA DE SUBSTÂNCIAS. 2) Traumatismo craniano com fratura e com afundamento do crânio – caracteriza-se pela presença de fragmento ósseo fraturado afundado, comprimindo e lesando o tecido cerebral adjacente. 3) Traumatismo craniano aberto – fratura exposta do crânio; ocorre laceração dos tecidos pericranianos e comunicação direta do couro cabeludo com a massa encefálica através de fragmentos ósseos afundados ou estilhaçados. Esse tipo de lesão é, em geral, grave e há grande possibilidade de complicações infecciosas intracranianas. FRATURAS DO CRÂNIO Podem ser da convexidade do crânio ou da base. As convexidades podem ser: • Lineares – comuns e não requerem tratamento específico. Entretanto, são sinais de alerta, podendo ser indicativas de que o TCE teve certa gravidade. O pcte com esse tipo de fratura deve ser cuidadosamente observado por 12 a 24h. • Deprimidas – lesões provocadas por objetos de baixa velocidade. Essas fraturas podem determinar laceração da membrana de revestimento externa do cérebro ou do tecido cerebral. O tratamento cirúrgico deve ser considerado. • Compostas – caracterizada pela laceração do osso. O tto é essencialmente o mesmo das fraturas simples, lineares (tto adequado das feridas cutâneas com fechamento da laceração). Fraturas da base do crânio São as mais frequentes e são indicativas de que o TCE foi intenso, sendo fontes potenciais de meningite, abcesso e outras infecções intracranianas. Pode causar: - Equimoses na região atrás da orelha (sinal de Battle) - Hemotimpano (sangue na membrana timpânica) - Equimose periorbitárias (olhos de guaxinim) LESÕES ENCEFÁLICAS 1) Lesões primárias – são o resultado do impacto e geralmente estão presentes já no momento do acidente. 2) Lesões secundárias – são aquelas de curso progressivo, ocorrendo como consequência de hematoma, edema, isquemia ou hipóxia, podendo levar a lesões neurológicas tardias. O tecido cerebral pode ser lesado diretamente no local do impacto (lesão por golpe) ou em pontos diametralmente oposto ao impacto (lesão por contragolpe). TRATAMENTO • Preparação pré e intra-hospitalar • Exame primário – XABCDE - H: hemorragia - A: vias aéreas com proteção da coluna cervical - B: respiração e ventilação - C: circulação - D: incapacidade, estado neurológico - E: exposição e controle do ambiente • Reanimação (estabilização cardiopulmonar rápida – reposição volêmica deve usar solução salina isotônica ou ringer lactato) • Exame secundário (SAMPLA) – história clínica completa, exame físico completo, reavaliação dos SSVV, exame neurológico completo, radiografias, USG abdominal, exames específicos - A: alergia - M: medicamento de uso habitual - P: passado médico/ prenhez - L: líquidos/alimentos ingeridos recente - A: ambiente e eventos relacionados ao trauma MONITORIZAÇÃO • PIC • Oximetria do bulbo jugular • PVC contínua • PAM invasiva contínua • Capnometria contínua (medida da [ ] de dióxido de carbono no fim da expiração. O valor de referência é de 35 a 37mmHg)