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ESPONDILOARTRITES CONCEITOS: Grupo de doenças inter-relacionadas com superposição de manifestações clínicas e compartilhamento de marcadores genéticos NOVO CONCEITO Patologia única com expressão clínica heterogênea e distribuição espectral ESPONDILITE ANQUILOSANTES ARTRITE PSORIÁSICA ARTRITE REATIVA ARTRITE DAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS ESPONDILOARTRITES INDIFERENCIADAS (pcte com sintomas, rnm de espondiloartrite mas rx normal) Predomínio masculino Classifica como axial x periférica (onde é predominante e não exclusivo) Anquilosante (simétrico – bilateral) – fusão fina Psoriatica – fusão grosseira (alça de jarra), assimétrica Dentro das manifestações extra-articulares a principal é a uveíte – pcte com uveíte anterior aguda e recorrente pensar em espondiloartrite CARACTERÍSTICAS COMUNS: Acometimento tanto do esqueleto axial quanto periférico Frequente acometimento inflamatório das enteses (local onde o tendão entra no osso) Negatividade para pesquisa FR (soronegativas) Associação com HLA-B27 Tendência a superposição entre diversas enfermidades HLA-B27 Receptor de membrana responsável por pegar proteína e apresentar para o linfócito Quem tem esse subtipo, produz HLA com defeito, estimula sistema inflamatório sem ter estimulo (vírus, bacteria). DOENÇA AUTOINFLAMATORIA E NÃO AUTOIMUNE Subtipo do gene responsável pela produção do MHC de Classe I MHC é responsável pela apresentação de antígenos à linfócitos CD8 HLA-B27 pode ativar linfócitos T a reagirem de forma cruzada com antígenos próprios FISIOPATOLOGIA Reação cruzada do HLA-B27 com Linfócitos T CD8 levando à perda do reconhecimento ‘’self’’ ERAP1: enzima responsável pela manipulação e clivagem de peptídeos – que ‘’corta’’ errado e ativa cascata de inflamação ESTRESSE MECÂNICO: - Êntese: sítio onde se iniciam as alterações fisiopatológicas das EpA - Estresse mecânico na entese atua como iniciador de uma resposta pouco propensa à resolução - Formação de entesófitos acomete principalmente áreas sujeitas à tensão, enquanto as erosões ocorrem nas áreas sujeitas à compressão DIAGNÓSTICO: 1º Classificar se é Axial x Periférica AXIAL PACIENTE COM DOR LOMBAR ≥ 3 MESES E IDADE DE INÍCIO <45 ANOS SACROILIÍTE NA IMAGEM* + ≥1 CARACTERÍSTICA EpA HLA-B27 + ≥ 2 CARACTERÍSTICAS EpA CARACTERÍSTICAS EpA: - dor lombar inflamatória - artrite - Entesite - Uveíte - Dactilite - Psoríase / Crohn / Colite ulcerativa - Boa resposta a AINEs - Hist. familiar de EpA - HLA-B27 - PCR elevada PERIFÉRICA ARTRITE OU ENTESITE OU DACTILITE + ≥1 característica EpA - Uveíte - Psoríase / Crohn / Colite ulcerativa - Infecção precedente - HLA-B27 - Sacroiliíte pela imagem ≥2 características EpA - Artrite - Entesite - Dactilite - Dor lombar de ritmo inflamatório - Historia famíliar de EpA *Sacroiliíte na imagem* Inflamação ativa (aguda) na RNM, altamente sugestiva de sacroileite associado a EpA Sacroiliíte radiológica definida, de acordo com os critérios modificados de New York [grau II bilateral ou 3 e 4 unilateral] OU OU ESPONDILITE ANQUILOSANTE CONCEITOS: Protótipo das Espondiloartrites – forma mais frequentemente observada EPIDEMIOLOGIA: Predomínio em homens 2 a 4:1 Início dos sintomas entre os 20 e 35 anos Acomete cerca de 0,1 a 0,2 da população geral, chegando 1% no norte europeu CARACTERÍSTICA: Afeta esqueleto axial, as enteses e, ocasionalmente articulações periféricas PRINCIPAL CARACTERÍSTICA: DOR LOMBAR INFLAMATÓRIA + SACROILEÍTE RADIOGRÁFICA Manifestações extra-articulares: uveíte (anterior) , doença cardíaca (alterações de condução), pulmonar (fibrose apical) e renal (nefropatia por aine – amiloidose) CLÍNICA Queixa mais comum: dor lombar e/ou nas articulações sacroilíacas Dor pode irradiar para MMII, em geral bilateral ou unilateral alternante sem sintomas parestésicos Exame físico: retificação da lordose lombar Quadril: deformidade em flexão e eventualmente, destruição articular acometimento de quadril – MARCADOR DE DOENÇA GRAVE Ombro estreitamento do espaço articular e alterações erosivas no aspecto súperolateral da cabeça do úmero ACOMENTIMENTO PERIFÉRICO Oligoartrite assimétrica predominantemente em extremidades inferiores Acometimento – dor, edema, calor e limitação Mais comum nas grandes articulações – coxofemorais, joelhos, ombros e tornozelos ENTESITE: mais comum fáscia plantar MANIFESTAÇÃO EXTRA-ARTICULAR: - Ocular: 25% = 90% uveíte anterior (iridociclite) com hiperemia ocular intensa, visão borrada, dor, fotofobia e lacrimejamento de início súbito - Cardíacas (0,9-10%)= aortite, regurgitação aórtica e anomalias de condução - Pulmonares (0,9-3%) = espessamento pleural, apneia obstrutiva do sono e até fibrose pulmonar apical - Renal (0,9-3%) = amiloidose secundária, nefropatia por AINE - Osteoporose: dx complicado por falsos aumentos da DMO na coluna em decorrência da ossificação EXAME FÍSICO: TESTE DE SCHOBER TESTE DE SCHOBER MODIFICADO - Paciente em pé, traça uma linha imaginária ligando as duas espinhas ilíacas póstero-superiores - No meio dessa linha, 10 cm acima (na vertical) traça outra linha paralela - Pede para o paciente fletir o tronco ao máximo com os joelhos bem estendidos (tocar os pés com as mãos) - Medir a distância entre as duas marcas – NORMAL deve ultrapassar 15 cm AVALIAÇÃO DA INCLINAÇÃO LATERAL – flexão axial lateral DISTANCIA TRAGUS-PAREDE / DISTÂNCIA OCCIPITO-PAREDE AVALIAÇÃO DA EXPANSABILIDADE TORÁCICA Mãos repousam sobre/atrás da cabeça Medida no 4ºEIC anteriormente Diferença entre inspiração máxima (1) e expiração (2) é anotada Registrar melhor valor de duas tentativas DISTANCIA INTERMALEOLAR Afastar o máximo possível pernadas com joelhos estendidos e artelhos apontando para cima Distância entre os maléolos mediais é a medida ROTAÇÃO CERVICAL AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA: CRITÉRIOS DE NEW YORK PARA SACROILEÍTE GRAU 0: NORMAL GRAU I: NÃO HÁ ALTERAÇÕES DEFINIDAS [esclerose subcondral] GRAU II: SACROILEÍTE MÍNIMA GRAU III: SACROILEÍTE MODERADA A AVANÇADA [mais do que 2/3 acometidos] GRAI IV: ANQUILOSE Raio x na Incidência de Ferguson Raio x de coluna Lombar Raio x de coluna Dorsal Raio x de Cervical TRATAMENTO: NÃO FARMACOLÓGICO: Orientações sobre a doença, prática de atividade física regular e correção postural Cessar tabagismo Suporte psicossocial Fisioterapia FARMACOLÓGICO: ACOMETIMENTO AXIAL *AINES - indicado para todos que não possuem contraindicação - avaliar eficácia após 2-4 semanas - 70-80% funcionam em monoterapia caso não responda *Anti-TNF = - Contraindicação = infecção ativa / TB latente / doença desmielinizante / IC NYHA III / Neoplasias *Anti-IL-17 ARTRITE PSORIÁSICA Doença inflamatória que acomete os portadores de psoríase 6-42% dos pacientes portadores de psoríase desenvolvem APs Acomete indivíduos de 20-40 anos, sem predomínio de sexo *a lesão articular pode preceder a cutânea PADRÃO ARTICULAR: Espondilite Psoriásica (5%): clínica semelhante à EA, porém com acometimento assimétrico Oligoartrite assimétrica: envolve joelhos e pequenas articulações das mãos e pés associado à Entesite e Dactilite Poliartrite: simétrica ou assimétrica ‘’AR like’’ Artrite de IFD: exclusivamente IFD, sendo comum a presença de psoríase ungueal Artrite mutilante: forma mais grave. Manifesta-se por destruições ósseas e reabsorção de falanges, além de anquilose óssea. MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES - Entesites são comuns, sendo o tendão do calcâneo e a fáscia plantar os locais mais acometidos - Dactilite - Uveíte anterior DIAGNÓSTICO: TRATAMENTO: AXIAL: AINEs, ANTI-TNF e ANTI-IL17 PERIFÉRICA: Corticoide orais, MTX, ANTI-TNF... PELE: MTX, corticosteroides tópicos ou orais ARTRITE ENTEROPÁTICA Espondiloartrite que acomete portadores de DoençaInflamatória Intestinal (Chron e RCU) Os sintomas articulares são considerados manifestações extra- intestinais das DII Axial ou Poliarticular simétrica periférica Tratamento: AINE (com cuidado), sulfassalazina (SSZ), MTX, ANTI- TNF