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Ostomias: Aberturas Artificiais em Órgãos

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Ostomias 
Ostomias ou Estomias são aberturas artificias em 
órgãos ou estruturas ocas (palavra derivada do grego 
que significa “BOCA” ,”ABERTURA”),com a finalidade 
de respiração, excreção ou de introduzir alimentos e 
fluidos. 
Elas se classificam em : 
• Respiratórias 
• Digestivas 
-Alimentar 
-Excretora 
• Urinárias 
Também podem ser classificadas quanto ao tempo: 
• Temporárias 
• Permanentes 
 
Ostomias Respiratórias 
 
TRAQUEOSTOMIA 
São aberturas artificias realizadas na parede do trato 
respiratório superior com a função de possibilitar uma 
via alternativa de ventilação. 
Sua indicação é : 
• Obstrução de vias aéreas superiores [Trauma 
• Edemas relacionados a queimadura,infecção 
ou anafilaxia 
• Uso prolongado de tubo orotraqueal → 
causa estenose subglótica 
• Cirurgias bucofaringolaringológicas 
 
O acesso cirúrgico pode ser realizado em diferentes 
níveis: 
Traqueostomia média ocorre na 
altura do 2º e 3º anéis traqueais, as 
mais utilizadas na prática clínico-
cirúrgica. A traqueostomia baixa seria 
na altura do 4º e 5º anéis, 
procedimento esporádico devido à 
probabilidade de acidentes 
transoperatórios, pela proximidade 
de grandes vasos e da pleura. 
Técnica Cirúrgica 
 
PASSO 1: 
 
Antes de iniciar devem ser avaliados 
os fatores que podem implicar em 
adversidades : 
Transtornos de coagulação 
Obesidade (devendo observar 
circunferência do pescoço) 
Pescoço Curto 
Aumento da glândula tireoide 
Infecção de tecidos moles no 
pescoço→ impossibilitando a 
extensão cervical 
História prévia de cirurgia cervical 
OBS: A presença de malignidades 
como carcinomas na região da laringe 
indica cautela e uma análise mais 
criteriosa. 
 
PASSO 2: 
 
 Deverá ser verificada então a 
presença de fatores como iluminação, 
material cirúrgico, monitorização da 
respiração do paciente e escolha 
prévia do tipo de cânula que será 
utilizada. 
A posição do paciente consiste num 
elemento essencial para a segurança 
e resultado esperado. Com a cabeça 
sustentada e em decúbito dorsal, o 
paciente deve adotar hiperextensão 
cervical, de modo a auxiliar o 
procedimento por aumentar a 
exposição da traquéia. Considerando 
que essa posição pode ser 
desconfortável por aumentar a 
dispneia, ela deve ser adotada após 
anestesia local e o mais próximo 
possível do momento da incisão 
 
OBS: Situações em que há dificuldade de extensão 
cervical podem impedir tal posicionamento e 
dificultar o procedimento 
antibioticoprofilaxia contra bactérias que fazem 
parte da flora da pele, no intuito de reduzir o risco 
de infecção da ferida cirúrgica. 
Após realizar a assepsia da região submentoniana a 
supraclavicular, devem ser posicionados os campos 
estéreis e realizado a palpação, identificando as 
estruturas presentes: 
 Porção inferior da cartilagem tireóide 
 Membrana cricotireoidea 
Cartilagem cricóide 
Fúrcula externa 
OBS: o uso de ultrassonografia pode melhorar a 
segurança do cirurgião e reduzir o tamanho da 
incisão. 
A anestesia, se possível, deve ser geral, devido ao 
maior conforto que proporciona ao paciente e maior 
proteção das vias aéreas. A anestesia local, por sua 
vez, é realizada através da infiltração da pele e 
tecidos profundos com vasoconstritor, de modo a 
inibir hemorragias e otimizar a visualização, por isso, 
essa prática é recomendada inclusive em pacientes 
com anestesia geral. 
 
PASSO 3: 
A incisão da traqueostomia pode ser 
vertical ou transversal. A técnica 
longitudinal é tradicionalmente 
utilizada na traqueostomia 
percutânea, e é realizada a partir da 
porção inferior da cartilagem 
cricóide, medialmente e em direção 
caudal. Há menor probabilidade de 
lesão na vasculatura lateral cervical 
ou de outras estruturas adjacentes, e 
permite a movimentação da cânula 
no plano mediano para o melhor 
posicionamento. A técnica 
transversal, por sua vez, consiste na 
incisão caudalmente à porção inferior 
da cartilagem cricóide que é feita 
paralelamente às linhas de tensão da 
pele do pescoço. Apesar da incisão 
longitudinal permitir o acesso à 
traqueia com quantidade inferior de 
dissecação de tecidos, as incisões 
transversais apresentaram menores 
índices de complicações como úlceras 
no local da traqueostomia (FIGURA 1) 
 
Após a incisão, é realizada então a 
dissecação do músculo platisma, e 
controlada a hemorragia com pinças 
hemostáticas ou com 
eletrocauterização. 
A seguir, as estruturas submusculares 
são dissecadas no plano mediano, 
paralelamente ao eixo da traqueia, 
até que seja visualizado o istmo da 
tireóide. Em casos em que a 
localização do istmo se dá 
superiormente ao terceiro anel 
traqueal, ele pode ser retraído com a 
finalidade de permitir acesso à 
traqueia. No entanto, caso o istmo se 
localize entre o segundo e terceiro 
anel traqueal, deve ser realizada a 
istimectomia ou o mesmo deve ser 
deslocado em sentido cranial e 
lateral, permitindo então acesso à 
traqueia. É recomendado evitar o 
acesso através do primeiro anel 
traqueal, para prevenir estenoses, 
assim como também não é indicado o 
acesso abaixo do quarto anel, pois há 
maior risco de comprometer 
estruturas como vasos importantes
 
 
Na determinação do tipo de cânula a ser utilizada, é 
importante levar em consideração as dimensões da 
traqueia do paciente, a resistência das vias aéreas, 
se existe necessidade de ventilação mecânica e se 
estão presentes secreções ou alterações na 
deglutição . Para colocar a cânula, também devem 
ser tomados cuidados para evitar lesões nas 
estruturas das vias aéreas ou adjacentes, além de 
assegurar que o trajeto e o orifício são adequados, e 
verificar a compatibilidade entre o diâmetro da 
cânula e da traquéia . 
 
Complicações das traqueostomias 
As complicações podem ser divididas, de acordo com o 
tempo de ocorrência, em três fases distintas: 
Intra-operatórias 
• Obstrução prematura de vias aéreas (edema de glote 
reflexo); 
• Falso trajeto da cânula traqueal; 
• Hemorragia; 
• Broncoaspitação de sangue; 
• Lesão do nervo laríngeo recorrente; 
• Lesão do esôfago; 
• Pneumotórax. 
Pós-operatórias precoces 
• Hematoma, hemorragias; 
• Colonização bacteriana; 
• Infecção; 
• Enfisema subcutâneo; 
• Edema agudo de pulmão pós-
obstrutivo; 
• Obstrução da cânula; 
• Deslocamento da cânula; 
• Apnéia pós-traqueostomia; 
• Distúrbios de deglutição; 
• Penumonia aspirativa. 
Pós-operatórias tardias 
• Hemorragias; 
• Infecção; 
• Formação de tecido de granulação; 
• Estenose subglótica e traqueal; 
• Fístula traqueo-esofágica; 
• Fístula traqueo-cutânea; 
• Cicatriz hipertrófica do estoma; 
• Traqueomalácia; 
• Distúrbios de deglutição, pneumonia 
aspirativa; 
• Ulcera e erosão do traqueostoma 
(fixação inadequada, traumatismo da 
traquéia e laringe). 
Pleurostomia 
É o procedimento de abertura da cavidade pleural 
quando existe necessidade frente a infecções 
pulmonares, com o objetivo de drenagem de epiemas 
pleurais. 
 
 
 
 
 
 
 
Ostomias Digestivas 
 Alimentar 
Procedimento realizado no trato digestório, 
abrindo uma via de alimentação por sonda 
Indicação: 
Traumatismo 
Cirurgia bucofacial ou em trato digestório 
superior 
Disfunções do trato digestivo 
Pacientes psiquiátricos e idosos 
Pacientes com necessidade permanente de 
manter essa via de alimentação . 
• Esofagostomia 
• Gastrostomia 
• Jejunostomia 
O nível é definido com a necessidade do paciente. 
 
Esofagostomia 
 
 
Gastrostomia 
 Na gastrostomia, um tubo (sonda ou cateter) é 
colocado no estômago e fica acessível através da 
pele do abdome (implantação percutânea). 
 
A GTT é útil por permitir a nutrição à longo prazo, 
em pacientes com redução da capacidade de 
permanecer alerta e/ou dificuldades para engolir 
(disfagia). 
Jejunostomia 
 
 
Excretora 
Abertura artificial na porção final do 
trato digestório para drenagem fecal 
Indicação: 
• Procedimentoscirúrgicos na 
parte distal da estrutura 
• Obstruções intestinais 
• Traumatismo com lesão 
visceral 
• Perfurações infecciosas 
• Polipose adenomatosa 
• Doenças Inflamatórias 
Intestinais 
As ostomas intestinais podem ser 
temporários (transitórios) ou 
definitivos (permanentes) 
Quanto ao modo de exteriorização na 
parede abdominal, pode-se fazê-los 
de duas maneiras: 
 1 - em alça (duas bocas), há 
exteriorização de toda a alça e 
abertura apenas de sua parede 
anterior, ficando duas bocas unidas 
pela parede posterior; 
Ocorre a exteriorização de toda a alça 
e abertura apenas de sua parede 
anterior, ficando duas bocas. 
A alça proximal é funcionante e a 
distal tem função de eliminar muco. 
Pontos positivos: Reconstituição precoce e 
mantem o peristaltismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2- terminal (uma boca), nessa 
situação exterioriza-se a alça já 
seccionada com apenas uma boca. 
Apenas uma boca exposta e aderida a 
parede abdominal.A outra parte do 
instestino fica fechada, não 
funcionante, dentro do abdome 
permanentemente ou 
temporariamente 
 
 
Ostomia dupla: 
Duas bocas funcionantes ,porem uma 
com eliminação intestinal e outra é 
um fístula mucosa, abertura apenas 
para eliminação de muco 
Anastomose pouco mais tardia do 
que as ostomia em alça. 
 
 
 
 
Na ileostomia ou colostomia em alça, 
ao se exteriorizar a alça ileal ou 
colônica, faz-se a abertura na face 
antimesentérica e sutura-se as bordas 
das duas bocas na pele (Figuras 1, 2). 
Na colostomia ou ileostomia terminal, 
o íleo ou cólon é exteriorizado com 
uma única boca que é suturada à pele 
(Figuras 3,4). 
 
Ileostomia 
Conteúdo liquido 
Porção final do intestino delgado 
Mais utilizado em colectomia total 
Fácil anastomose 
Conteúdo muito ácido 
 
Colostomia 
Pode ser realizado em qualquer parte do cólon, a 
depender da necessidade 
Quanto mais próximo da porção final, mais sólido 
e menos ácido é o conteúdo 
Ostomia Urinária 
 
Pielostomia cutânea- oferece drenagem direto do 
trato urinário sem interferir com a vascularização 
uretral 
 
 
 
 
Uretrostomias- Fixação dos ureteres na parede 
abdominal diretamente ou intermediada por uma 
porção seccionada do íleo 
 
 
 
 
Apendicovesicostomia de 
mitranoffutiliza: Utiliza o apêndice 
cecal para formar um esfíncter direto 
da bexiga urinária,podendo ser 
esvaziado com a técnica limpa do 
cateterismo vesical intermitente 
 
 
Cistotomia – Abertura artificial da 
bexiga através da parede abdominal, 
tendo uso de sonda para eliminação 
de urina 
 
 
Complicações das ostomias 
digestivas e urinarias: 
Ulceração 
Necrose 
Isquemia intestinal 
Sangramento 
Retração 
Prolapso 
Infecções 
Edema 
Dermatite perístoma 
Fistulas 
Herniação parostomal

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