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CARBOIDRATOS (Parte 2) BROMATOLOGIA ANIMAL Prof. Adj. José Laerte Nörnberg DTCA-NIDAL/CCR/UFSM Carboidratos na alimentação de ruminantes FIBRA Parede Celular Conteúdo Celular Conteúdo celular Proteínas, Lipídeos, Ácidos orgânicos Açúcares, Amido Frutanas ParedeParede celularcelular HemiceluloseHemicelulose CeluloseCelulose LigninaLignina Intermediária Pectina Beta-glucanas ImportânciaImportância da fibra da fibra - Estímulo para a motilidade ruminal Mistura de substratos e microorganismos - Estímulo para ruminação Regurgitação Remastigação Reinsalivação Redeglutição - Formação de uma rede ruminal de fibras longas Soporte para partículas pequenas para melhor utilização EstratificaçãoEstratificação Ruminal.....Ruminal..... GasesGases VolumosoVolumoso do do diadia GrãosGrãos e e VolumosoVolumoso do día anteriordo día anterior Fibra Fibra físicamente físicamente efetivaefetiva Fibra Fibra efetivaefetiva.......... - Estímulo para motilidade ruminal e ruminação - Manutenção da % de gordura no leite - Formação de uma rede ruminal de fibras longas Insuficiente fibra Insuficiente fibra efetivaefetiva.......... - Pouco estímulo para motilidade ruminal e ruminação - Diminuição da % de gordura no leite - Não há formação de uma rede ruminal de fibras longas - Diminuição do pH do líquido ruminal - Diminuição da produtividade DistribuiDistribuiççãoão de partde partíículas de culas de volumososvolumosos:: Ingrediente FDN (% de MS) Fração retida em peneira de 1.18 mm Feno de pastagem Feno de leguminosas Silagem de leguminosas, picada de forma grosseira Silagem de leguminosas, picada de forma fina Silagem de milho 65 50 50 50 51 0.98 0.92 0.82 0.67 0.81 DistribuiDistribuiççãoão de partde partíículas de culas de subprodutossubprodutos considerados como considerados como fontesfontes de fibra de fibra nãonão volumosovolumoso Ingrediente Tamanho médio mm Fração retida em peneira de 1.18 mm Polpa de citros Milho moído Farelo de milho Farelo de trigo Grãos de cervejaria Casca de amendoim moída Grãos secos de destilaria Casca de soja moída 2.59 1.23 0.96 0.86 0.69 0.59 0.49 0.45 0.76 0.56 0.36 0.33 0.18 0.12 0.04 0.03 Qualidade do Volumoso • Tentar sempre utilizar volumosos da maior qualidade possível, pois é o aspecto que mais afeta o desempenho e saúde do animal, através da disponibilidade de nutrientes e fibra que permitam manter o funcionamento normal do rúmen. • A utilização de volumosos de baixa qualidade não pode ser compensada por uma maior utilização de concentrados. Produtividade em função de dietas baseadas em diferentes volumosos com o mesmo teor de FDN (36%) Parâmetros Alfafa Silagem de milho Bermuda Concentrado (% da dieta) 30 45 60 EL da dieta (Mcal/kg) 1,50 1,61 1,53 Consumo (kg/dia) 24 20 19 Consumo de EL (Mcal/dia) 35,75 31,31 29,16 Produção de leite corrigida (kg/dia) 23 20 18 FDN: Alfafa= 46%; Silagem de milho=55%; Bermuda=70% Fonte:Van Soest (1994) Estágio de Maturação Efeito da maturidade da planta no consumo e digestibilidade da forragem. Fig. 3 Understanding forage quality Efeito da qualidade da forragem no consumo de MS em ruminantes Adaptado de Mertens (1985): Pioneer Forage Manual %FDN (MS) Consumo de MS em % do PV 38 3,16 40 3,00 42 2,86 44 2,73 46 2,61 48 2,5 50 2,4 52 2,31 54 2,22 FDN está inversamente correlacionada com o consumo. Com redução no consumo diminui a produção. Padrões de qualidade para plantas forrageiras Padrões de qualidade PB (%) FDA (%) FDN (%) DMS (%) CMS (% do PV) >65 58-65 53-57 <53 Excelente >19 <31 <40 >3,0 Bom 14-19 32-40 41-53 2,3-3,0 Médio 8-13 41-45 54-65 1,8-2,2 Baixo <8 >45 >65 <1,8 Adaptado de Linn e Martin (1991) Metabolismo Energético:Vacas em Lactação Intestino Energia Dieta/Ração Rúmen Açúcares Simples Carboidratos Não Fibrosos (CNF) Amido Carboidratos Fibrosos (FDN) Celulose Hemicelulose Absorvido no sangue Ác. Propiônico Ác. Butírico Ác. Acético % Gordura no leite Triglicerídeos (Gordura) Energia (Mantença gestação, lactação, etc.) Glicose Fezes (Glicose) (Carboidratos que escapam da fermentação microbiana) (Amido) Gases Ácidos Graxos Voláteis Leite em quantidade Lactose (açúcar leite) Glicose Amônia Bactéria Proteína Bacteriana Aminoácidos Absorvido no sangue Efeito da composição da dieta nos AGVs no rúmen e na produção de leite (Wattiaux & Armentano, 2003). Efeito da proporção volumoso:concentrado sobre a fermentação no rúmen Volumoso (% MS) Concentrado (% MS) FDN (%MS) Mastigação (min./dia) pH rúmen C2 (%) C3 (%) Relação Molar 18 3,9 3,4 2,9 40 60 34 820 5,8 58 28 2,1b 20 80 24 660 5,4 48 34 1,4b 0 100 14 340 5,0 36 45 0,8b 20 22 70 67 64 100 0 65 960 7,0a 80 20 55 940 6,6a 60 40 45 900 6,2a a= faixa adequada para fermentação da celulose b= relação molar que causa redução na % de gordura do leite Fonte: Adaptado de Mühlbach et al. (2000) Concentrado versus Produção de Leite (Vacas Primíparas) 3,5 4,8 6,4 8,50 Quantidade média de concentrado oferecida durante a lactação (kg/dia) 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 Prod./Lactação (kg) Concentrados % 13 27 36 472 Volumoso, % 87 73 64 5398 1,2 kg de leite adicional por kg de concentrado 2,5 0,4 0,2 Fornecimento de Concentrado e Acidose do Rúmen • Bom apetite • Boa fermentação da fibra • Bom crescim. bacteriano • Baixo apetite • Baixa fermentação da fibra • Baixo crescim. bacterianoAcidose Rúmen R u m i n a l p H horas 5.5 6.0 6.5 5.0 7.0 24181260 Concentrado A1) “Baixa” quantidade de concentrado; Duas vezes ao dia; Separado do volumoso A2) “Baixa” quantidade de concentrado; Misturado com volumoso; Ração misturada A2 B1) “Grande” quantidade de concentrado; Duas vezes ao dia; separado do volumoso B1 B2) “Grande” quantidade de concentrado; Misturado com volumoso; Ração misturada B2 A1 Excesso de CNF: pH rúmen digestão da fibra Acidose Reduz gordura leite Saúde do rúmen Desempenho Ocorrência de acidose ruminal pós-parto em vacas 40 35 30 25 20 15 10 5 0 % d e c a s o s 0 2 4 6 8 10 12 Meses após o parto Fermentação ruminal de carboidratos EAT 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 Tempo após alimentação (h) Açúcares Pectina Amido celulose •aveia>trigo>cevada>milho>sorgo •moagem Taxa de digestão ruminal do amido do milho Milho moído fino Milho quebrado horas após alimentação 2 12 24 % d i g e s t i b i l i d a d e 90 80 60 40 20 0 A fermentação no rúmen ou no intestino grosso produz os mesmos produtos finais. Esses produtos influem na característica das fezes. Quando grande quantidade de CHOs fermentáveis chega no intestino grosso, pode ocorrer diarréia em razão da extensa fermentação neste local do TGI. Adaptado de M.B. Hall Mucina representa lesão na parede do intestino, possivelm. causada por baixo pH resultante de uma extensa fermentação no intestino grosso. Quando há lesão no intestino a vaca secreta mucina ou fibrina para cobrir a área. Adaptado de M.B. Hall O material remanescente após lavagem com água em peneira mostra claramente a presença de partículas da dieta que não foram digeridas (fezes). Grãos inteiros de milho nas fezes com silagem nas dietas, normalmente, indica que o grão não foi processado adequadamente, ou seja, trituração muito grosseira, planta colhida muito seca, ou o consumo de fibra fisicamente efetiva é insuficiente. Partículas de grãos indigeridas e fibra longa nas fezes indica rápida taxa de passagem. Pontos Importantes: Acidose 1. Acidose ruminal sub aguda (sub clínica): é um problema comum com vacas em manejo intensivo 2. Sinais clínicos: redução no CMS, diarréia, laminite, baixo teor de gordura no leite, parada dos movimentos ruminais, etc. 3. Grupos de vacas que apresentam maiores riscos (atenção especial): início da lactação(3-20d) e vacas com alto consumo de MS (30-120d) 4. Vários itens podem ser usados na avaliação do problema: fonte e tamanho da partícula do grão, % gordura no leite, relação proteína:gordura, tamanho da partícula da dieta que as vacas estão comendo, avaliação das fezes.
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