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1 DEFINIÇÃO Compostos heterogêneos entre si – insolúveis em água Todos são solúveis em solventes orgânicos apolares (clorofórmio, bezeno, éter e acetona). Apresentam cadeias que variam de 4 a 36 carbonos. Constituem a fração etérea das rações (método de Soxlet – Extrato etéreo – solúvel em éter) *o estrato etéreo é a referência do que se tem de lipídeos no alimento *sempre que falar de extrato etéreo é a quantidade total de lipídeos que tem no alimento FUNÇÕES • Forma de armazenamento de energia (9,4 kcal/g) (CHO 4,15 kcal/g; PRO 5,65kcal/g) • Elementos estruturais (membranas) • Precursores de várias substâncias essenciais à vida. Ex. hormônios • Melhora a absorção de vitaminas lipossolúveis • Maciez e apetibilidade da carne. Ex. picanha • Tornam rações mais aceitáveis e menos pulverulentas • Papel isolante • Fornecem água no seu catabolismo • Maior energia da ração Qualidades organolépticas: São influenciadas pelo sabor e odor dos lipídios dos alimentos LIPÍDEOS: • Glicerídios ou gorduras: - Compostos por 1 a 3 moléculas de ácidos graxos (AG) estereficado + Glicerol Formando mono, di ou triglicerídeos • Fosfolipídeos: DG + Base nitrogenada com ponte de ácido fosfórico • Glicolipídeos: DG + CHO • Cerídios ou Ceras: AG + álcoois de cadeia mais longa do que o glicerol (cetílico) – não atacados por enzimas animais • Terpenoides (unidade isoprenoide que se repete): Carotenos, vitamina A, E, K • Esteróides: lipídeos cujo álcool estrutural é o colesterol Ex. testosterona, estrógeno e a vitamina D GLICERÍDEOS Os glicerídeos são formados por uma cadeia de ácido carboxílico + álcool. A ligação estereficada é a ligação que o ácido carboxílico vai fazer com o álcool liberando um H2O (água). No caso, dos triglicerídeos terá como o álcool, o glicerol e nele vão estar ligados um, dois ou três compostos de ácidos graxos. Dependendo do tipo desse ácido graxo haverá uma molécula mais saturada ou mais insaturada... ÁCIDOS GRAXOS • São os principais componentes dos lipídios • Apresentam cadeia hidrófoba (parafínica) e hidrofílica (carboxílica) 2 • AG dos alimentos naturais compreendem um número par de átomos de carbono • Saturados (sem ligações duplas) • Insaturados (com duplas ligações) – mono ou polinsaturados. • Ácidos graxos voláteis (C2 a C6) – solúveis na água, diminuindo a solubilidade à medida que a cadeia se alonga. São cadeias curtas de dois a seis carbonos Ex. acético, propiônico, butírico, valérico • Ácidos graxos (cadeia > C10): insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos *a insaturação diminui a quantidade de energia liberada pelo ácido graxo *quanto maior a cadeia, mais energético • Quanto maior a cadeia de ácidos graxos com o mesmo número de insaturações, mais o ponto de fusão aumentada (comparação entre mirístico e o esteárico) Quanto maior a cadeia, maior o ponto de fusão; • A insaturação reduz o ponto de fusão (comparação entre esteárico, oleico e linoleico); • A geometria da ligação trans aumenta a estabilidade e, portanto, o ponto de fusão (comparação entre o oleico e o vacênico). *quanto mais insaturado, menor o ponto de fusão. Quanto mais saturado, maior o ponto de fusão *ácidos graxos insaturados e de cadeia menor apresentam menor ponto de fusão que é a temperatura na qual eles ficarão líquidos. Então, os ácidos graxos insaturados são mais líquidos à temperatura ambiente PONTO DE FUSÃO: • AG insaturados e de cadeia menor apresentam diminuição do ponto de fusão Temperatura à partir da qual ficará líquido – mais líquidos à temperatura ambiente. Saturação: C18:0> C18:1 > C18:2 Cadeia: C20:0> C16:0 > C14:0 3 Outra questão avaliada nos ácidos graxos é o índice de Iodo. O índice de Iodo é uma forma no laboratório de avaliar o grau de saturação. O iodo vai se ligar a gordura insaturada, então nas duplas ligações irá se ligar o iodo (2 moléculas de iodo por dupla) Quanto maior grau de insaturação, maior a capacidade de absorção de iodo e maior o índice de iodo. LIGAÇÃO CIS e TRANS Trans: formadas a partir de ácidos graxos insaturados por um processo de hidrogenação natural ou industrial As gorduras trans apesar de insaturadas apresentam uma estrutura linear, semelhantes às saturadas. *cis e trans é uma notação para os ácidos graxos insaturados *a ligação A de ácidos graxos saturados ou de trans. Enquanto do B no meio que é um ácido graxo insaturado ou de ligação cis (é mais instável e mais fácil de ser quebrado porque as enzimas conseguem entrar ali dentro). Se estiver nesse formato do A que está um ligado no outro e as ligações são fortes, bem aderidas é mais estável, portanto, há mais dificuldade de penetrar. RESPOSTA – TRANS • Ponto de fusão mais elevado • Melhor qualidade de estocagem • Melhor palatibilidade e textura • Maior vida de prateleira • Maior problemas cardiovasculares *um alimento que possui a gordura trans terá o ponto de fusão mais elevado, será mais sólido à temperatura ambiente *os ruminantes que recebem ácidos graxos insaturados, no rúmen, esses ácidos graxos insaturados são transformados em ácidos graxos saturados pelo processo de biohidrogenação. Então, os ruminantes possuem uma gordura em leite, manteiga mais saturada porque passou pelo o processo de hidrogenação. 4 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS • Série ômega 6 – Linoleico e araquidônico • Série ômega 3 – linoleico • AG ômega-3 e ômega-6 NÃO são sintetizados pelo organismo • AG de uma série não pode ser convertido em ácido graxo de outra série • O n-3, ácido alfa-linolênico (ALA) é desaturado e alongado para produção de ácido EPA e DHA • O n-6, ácido graxo linoleico (AL) é metabolizado através de desaturação e elongação para a produção de ácido araquidônico (AA) *gatos – deficiência na enzima dessaturase. Os gatos não conseguem chegar do linoleico até o araquidônico. Então, é preciso fornecer o ácido araquidônico FUNÇÕES DOS ÁCIDOS GRAXOS • Formação, desenvolvimento e funcionamento do cérebro e da retina • Predominante na maioria das membranas celulares • Precursores dos eicosanoides -> compostos chaves nos processos inflamatórios e imunes • Papel importante na secreção e regulação dos hormônicos hipotalâmicos e da pituitária. 5 OMEGA 3: ácido eicosapentaenoico (EPA), ácido docosahexaenoico (DHA) e ácido alfa-linolênico (ALA). • Ações reduzir a inflamação no organismo, a obesidade, a artrite reumatoide e doenças cardiovasculares. Equilibra os níveis de colesterol e de triglicérides no sangue. Melhora dos sintomas de depressão, Alzheimer e distúrbios de comportamento, como hiperatividade e déficit de atenção • o ALA pode ser convertido em EPA e DHA, e é usado pelo corpo principalmente como energia OMEGA 6: ácido linoleico (AL) que, depois de ingerido, é convertido em ácido araquidônico (AA) • Crescimento celular.... em proporções apropriadas, preserva os neurônicos e permite uma transmissão nervosa adequada. Prevenção do Alzheimer. Se consumido em excesso, o ômega 6 intensifica processos inflamatórios – forma de hipertensão, aumento da dor nos casos de artrite e até doenças inflamatórias intestinais. Estimular a produção de cortisol, enfraquecimento do sistema imunológico, ao diabetes, elevação do colesterol LDL (o ‘’ruim’’) e redução do HDL (o ‘’bom’’). ALIMENTOS • Ômega 3: óleo de peixe marinho (truta, salmão) e algumas plantas terrestres tal como a semente de linhaça • Ômega 6: açafrão, soja, milho, canola e gordura animal n-6 e n-3 competem pelas enzimas dessaturases • Importante manter razão n-6 : n-3 Organizaçãomundial da saúde recomenda 5:1 – 10: 1 SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA • Pelos finos e descorados • Pele escamosa • Hipertrofia das glândulas sebáceas • Capilares cutâneos frágeis • Aumento da perda transepidérmica de água • Reduzida taxa de crescimento, falhas na ovulação e lactação • Degeneração testicular • Cicatrização deficiente • Queda na reatividade imunológica • Baixa prostaglandinas • E outros... LIPÍDEOS – RUMINANTES x MONO: • Principal alimento -> forragens verdes – baixa concentração de lipídeos • Forragens verdes -> alta % de AGI (oléico, linoléico e linolênico) No rúmen MO transformam AGI -> AGS (apenas 10%-20% dos insaturados chegam no ID) • Utilização da gordura pelos ruminantes e monogástricos é diferente: - Monogástricos: Dieta óleo -> gordura corporal + insaturada Dieta sebo -> gordura corporal + saturada - Ruminantes Dieta óleo -> gordura corporal + saturada Dieta sebo -> gordura corporal + saturada *quando oferece para um animal monogástrico uma gordura mais insaturada em óleo, ele vai produzir uma gordura corporal mais insaturada porque ele vai quebrar e utilizar esses AG insaturados que estavam na alimentação, se oferecer uma dieta com mais gordura saturada, o animal vai produzir uma gordura corporal mais saturada. No caso dos ruminantes não, eles absorvem pouca gordura 6 insaturada porque ela é transformada em saturada, portanto, os ruminantes vão produzir uma gordura mais saturada. • A absorção é semelhante à dos monogástricos ALIMENTAÇÃO RUMINANTES • Ruminantes selvagens – aproximadamente 5% de gordura corporal – domesticados: 20-40% de gordura • Vaca de leite – maior concentrado da dieta, menor gordura do leite • Rações com mais de 7% de gordura deprimem o apetite • Maior aumenta da gordura, menor digestão das fibras • Maior aumenta da gordura, menor ação das bactérias (AGI) • Solução: - Adição de gordura protegida: óleo vegetal + sais de cálcio = espécie de sabão (sólida ToC ambiente) Molécula passa pelo rúmen praticamente sem sofrer degradação, sendo ‘’quebrada’’ no abomaso e tornando-se disponível para ser absorvida no intestino. *excesso de lipídeos para os ruminantes é tóxico para as bactérias do rúmen. Além disso, quando se dá muito óleo e gordura para os ruminantes, esses lipídeos envolvem a fibra da dieta e essa fibra acaba sendo menos digerida pelos microrganismos do rúmen. RAÇÃO DE ALTA ENERGIA E DE ALTA DENSIDADE • ALTA ENERGIA: pela adição de óleo ou gordura eleva-se o valor energético da ração (os demais nutrientes permanecem iguais). – aumento ESPECIALMENTE do valor energético • ALTA DENSIDADE: a energia e os outros nutrientes também são elevados. – aumento de outros nutrientes também, então, aumenta a energia, proteína... ALTERAÇÕES DA MATÉRIA GRAXA Rancificação -> oxidação completa ou incompleta ou a hidrólise de gorduras e óleos Oxidativa: fixação de O2 na dupla ligação formando peróxido que se transforma em aldeído – mudanças no odor e sabor. Destruição de nutrientes, vitaminas A, E, D, metionina etc • Fatores físicos que favorecem a rancificação - Relação superfície-volume (quanto maior o volume maior rancificação - Temperatura (quanto maior, mais rápido o processo) - Luz (efeito acelerador) • Fatores químicos que favorecem a rancificação: - Necessidade de O2 - Natureza dos triglicerídeos - Substâncias estranhas (metais, Cu e enzimas) Hidrolítica: processo de hidrólise realizado microrganismos liberando AG, DIG, MOG + Glicerol (não altera qualidade nutricional) 7 Hidrogenação: converte os óleos vegetais líquidos e insaturados em gorduras sólidas e mais estáveis à temperatura ambiente, produzindo um tipo de gordura conhecida como ‘’ácidos graxos trans’’ ou ‘’gordura trans’’ - Os vínculos duplos dos ácidos graxos apreendem hidrogênio - Produz gorduras mais saturadas e duras Gordura menos reativa, impedindo as alterações oxidativas da rancidez
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