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SEMANA 9 - Veneno das serpentes

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SEMANA 9 – Veneno das serpentes 
Quais as diferenças de ação clínica dos venenos das serpentes 
encontradas no país? 
De acordo com o Guia de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde, o 
acidente ofídico consiste no envenenamento provocado pela inoculação de toxinas 
através das presas de serpentes que é o aparelho inoculador, podendo ocasionar 
alterações sistêmicas e alterações na região da picada. Nas serpentes, há a fosseta 
loreal, um órgão termorregulador que fica entre o olho e a narina, esse órgão 
caracteriza um grupo de serpentes peçonhentas com importância medica no país. O 
tratamento é feito de acordo com o soro especifico para cada tipo de envenenamento 
e a quantidade de ampolas depende da classificação clínica. 
Esse grupo é composto pelos gêneros Crotalus (cascavel), Bothrops 
(jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca) e Lachesis (surucucu, pico-de-jaca). Existe 
também uma exceção de serpente peçonhenta, que é o gênero Micrurus (coral 
verdadeira) e elas não possuem fosseta loreal. Os acidentes causados por essas 
serpentes podem ser divididos em quatro grupos: acidente botrópico (causado pelo 
gênero Bothrops), acidente crotálico (causado pelo gênero Crotalus), acidente 
laquético (causado pelo gênero Lachesis) e o acidente elapídico (causado pelo 
gênero Micrurus). 
O veneno botrópico possui ação proteolítica, coagulante e hemorrágica. O 
acidente botrópico apresenta dor e inchaço na região da picada, podendo ter 
manchas arroxeadas, sangramento nos pontos de inoculação das presas e em 
gengivas, pele e urina. Pode ocorrer complicações como hemorragia em regiões 
vitais, infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal. Outros sinais 
clínicos são a hematúria, hematêmese, hipotensão ou hipovolemia. O tratamento é 
realizado com o antiveneno SABrB, SABLC ou SABCD, se a manifestação clinica for 
leve pode ser utilizada de 2 a 4 ampolas, se for moderada de 4 a 8 e se for grave, são 
usadas 12 ampolas. 
O veneno crotálico possui ações neurotóxicas, através de uma neurotoxina 
de ação pré-sináptica que tua nas terminações nervosas inibindo a liberação de 
acetilcolina. O acidente crotálico é caracterizado pela sensação de formigamento 
no local da picada, sem dor ou lesão evidente em muitos casos. Pode ocorrer ptose 
 
palpebral, oftalmoplegia e trurvação visual, conhecida como fácies miastênica. E com 
o decorrer do tempo, pode surgir ptose mandibular distúrbios de olfato e paladar, 
sialorreia, mialgia e urina escurecida. Para o tratamento é utilizado o antiveneno 
SACrE ou SABC, se a manifestação for leve são usadas 5 ampolas, se for moderada 
são 10 ampolas e se for grave são 20 ampolas. 
O veneno laquético possui ação proteolítica, coagulante, hemorrágica e 
neurológica. O acidente laquético possui manifestações parecidas ao quadro do 
veneno botrópico. Mas existem alguns sinais que podem diferencia-los, como 
náuseas, vômitos, diarreia, cólicas abdominais, hipotensão e choque. O tratamento 
consiste na utilização do antiveneno SABL, se for um quadro de manifestação 
moderada são usadas 10 ampolas e na grave são usadas 20 ampolas. 
O veneno elapídico é composto por neurotoxinas, ele produz bloqueio 
neuromuscular. O acidente elapídico possui um quadro com dor e parestesia na 
região da picada, sem lesões evidentes. Pode ocorrer dor com uma intensidade 
variável, visão dupla ou visão borrada, aspecto sonolento e pálpebras caídas. Pode 
ocorrer complicações decorrentes da paralisia dos músculos respiratórios. O 
tratamento é realizado pela aplicação do antiveneno SAElaF, são usadas 10 ampolas, 
pois é necessário que todos os casos sejam considerados graves pelo risco de 
insuficiência respiratória. 
Referencias: 
Guia de vigilância epidemiológica. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em 
Saúde. 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: 
https://cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201611/03110835-1402342405-guia-de-
vigilancia-epidemiologica-7ed-anipec.pdf. Acesso em: 05/10/2022. 
 
AZEVEDO-MARQUES, Marisa M.; CUPO, Palmira; HERING, Sylvia Evelyn. 
Acidentes por animais peçonhentos: serpentes peçonhentas. Medicina (Ribeirão 
Preto), v. 36, n. 2/4, p. 480-489, 2003. Disponível em: 
https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/777. Acesso em: 05/10/2022. 
 
PINHO, F. M. O.; PEREIRA, I. D. Ofidismo. Revista da Associação Médica 
Brasileira, v. 47, p. 24-29, 2001. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/ramb/a/PsGWFbY5RwdZdQSMJmHxpSN/?lang=pt&format=ht
ml. Acesso em: 05/10/2022. 
https://cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201611/03110835-1402342405-guia-de-vigilancia-epidemiologica-7ed-anipec.pdf
https://cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201611/03110835-1402342405-guia-de-vigilancia-epidemiologica-7ed-anipec.pdf
https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/777
https://www.scielo.br/j/ramb/a/PsGWFbY5RwdZdQSMJmHxpSN/?lang=pt&format=html
https://www.scielo.br/j/ramb/a/PsGWFbY5RwdZdQSMJmHxpSN/?lang=pt&format=html

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