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SESSAO 3 DRAMA Tbl- THAIS

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Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
Objetivos de Aprendizagem: 
 1. Verificar quais as principais espécies de serpentes, 
aranhas e escorpiões de importância médica, sua 
distribuição geográfica e a morbimortalidade dos 
acidentes na Bahia. 
2. Diferenciar a fisiopatologia dos envenenamentos pelas 
principais espécies causadoras de acidentes na Bahia. 
3. Identificar as formas de classificação quanto à 
gravidade dos acidentes e soroterapia recomendada. 
4. Descrever o protocolo de atendimento de emergência 
dos AAP a partir dos seguintes critérios: tempo decorrido 
entre a picada e a chegada para atendimento, gravidade 
na avaliação clínica inicial, local da picada, idade e 
condição de saúde do paciente antes do acidente, tipo de 
agente etiológico. 
5. Apresentar as funções do Centro de Informação e 
Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA) – antigo 
CIAVE - na orientação, diagnóstico clínico e laboratorial, 
tratamento e prevenção de intoxicações. 
 
Animais Peçonhentos 
são aqueles que produzem veneno (peçonha) e têm 
condições naturais para injetá-lo através de estruturas 
como dentes inoculadores (serpente), aguilhão ou ferrão 
(escorpião, peixe -niquim, abelha, etc.) ou quelícera 
(aranha). 
Acidentes humanos causados por animais peçonhentos, 
é incluso na lista de doenças tropicais negligenciadas; 
É de notificação compulsória de doenças; (Portaria 
MS\GM 204/2016); 
A maioria dos atendimentos realizados pelo CENTRO DE 
INFORMAÇÕES ANTIVENENO (CIAVE), órgão da Secretaria 
da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e centro de 
referência estadual em Toxicologia, é decorrente desse 
agravo. 
Na Bahia, o Programa Nacional de Controle de 
Acidentes por Animais Peçonhentos (PNCAAP) é 
coordenado pelo Ciave, que promove a: 
 orientação da população para a prevenção de 
acidentes; 
a capacitação de profissionais de saúde para o 
diagnóstico e tratamento das vítimas de envenenamento; 
realiza a vigilância dos acidentes por animais 
peçonhentos e o: 
 planejamento de distribuição dos soros antivenenos no 
Estado. 
O CIAVE avalia as ocorrências, detecta problemas nas 
notificações e identifica as questões onde o Centro precisa 
atuar junto aos profissionais e serviços de saúde. 
 
Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia 
– CIATox-BA (antigo Ciave) 
 atua na assistência a pacientes intoxicados através de 
tele orientação e atendimento presencial, auxiliando no 
diagnóstico e tratamento, acompanhamento 
ambulatorial de pacientes que tentaram o suicídio ou com 
depressão grave com risco de atentar contra a própria vida, 
além de realizar análises toxicológicas de urgência, 
identificação de animais peçonhentos e plantas 
venenosas e manutenção e distribuição de antídotos e de 
soros antipeçonhentos para a rede pública estadual de 
saúde. 
Criado em agosto de 1980, o CIATox-BA foi o segundo 
dos 37 centros implantados pelo Sistema Nacional de 
Informações Tóxico-Farmacológicas (SNITF), hoje 
SINITOX.  Único na Bahia, o CIATox atende anualmente 
cerca de 9.000 ocorrências tóxicas e monitora, através do 
SINAN, em torno de 32.000 notificações de acidentes por 
animais peçonhentos e intoxicações exógenas. 
Além da assistência, o CIATox-BA também realiza 
atividades de vigilância à saúde, buscando identificar, 
investigar e prevenir os riscos tóxicos em todos os níveis, 
visando o controle destes riscos nas comunidades, através 
da Toxicovigilância. 
No Brasil, em razão da elevada frequência e gravidade 
dos casos, o Ministério da Saúde os incorporou na Lista 
Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos 
e Eventos de Saúde Pública. Na Bahia, o Programa Nacional 
de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos 
(PNCAAP) é coordenado pelo CiaTox- BA (antigo CIAVE), 
que promove a orientação da população para a prevenção 
de acidentes, a capacitação de profissionais de saúde para 
o diagnóstico e tratamento das vítimas de envenenamento, 
realiza a vigilância dos acidentes por animais peçonhentos 
e o planejamento de distribuição dos soros antivenenos no 
Estado. Através da vigilância destes eventos, o CIATOX 
avalia as ocorrências, detecta problemas nas notificações 
e identifica as questões onde o Centro precisa atuar junto 
aos profissionais e serviços de saúde. 
O CIAVE ATENDE A QUATRO TIPOS DE CLIENTELA: 
1. Pacientes intoxicados que procuram espontaneamente 
assistência especializada ou que são referenciados por 
Hospitais e Serviços de Saúde da Capital e Interior, sendo 
atendidos presencialmente pela equipe do CIAVE nas 
dependências do HGRS (Hospital Geral Roberto Santos). 
 2. Profissionais de saúde da Rede Pública e Privada 
Estadual que necessitam de orientação diagnóstica e 
terapêutica especializada. 
3. Estudantes e profissionais de saúde que buscam 
informações toxicológicas e realizam estágios e pesquisas 
em Toxicologia nas suas diversas áreas. 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
4. População em geral que solicita orientação para 
situações de emergências tóxicas e medidas preventivas 
contra envenenamentos. 
 
Ofídicos - Cobras 
No Brasil, a fauna ofídica de interesse médico está 
representada pelos gêneros: 
− Bothrops (incluindo Bothriopsis e Porthidium) 
− Crotalus 
− Lachesis 
 − Micrurus − E por alguns da Família Colubridae 
 
 
 
 
Características dos gêneros de Serpentes Peçonhentas no 
Brasil: 
− Fosseta Loreal Presente: órgão sensorial termorreceptor, 
é um orifício entre o olho e a narina, “serpente de quatro 
ventas”. Indica com segurança que a serpente é 
peçonhenta, possuem nas Bothrops, Crotalus e Lachesis. 
Não apresenta nas cobras corais (Micrurus) 
 dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis 
situados na porção anterior do maxilar. 
 triangular da cabeça, a presença de uma pupila elíptica, 
a estrutura da cauda e a presença de presas são 
características úteis, porém inconsistentes; Um espécime 
individual pode não se ajustar à descrição clássica, 
dependendo da idade da cobra, da época do ano e da 
condição da cauda e aparelho bucal do animal. Nem a cor 
nem os padrões de pele são um método confiável de 
identificar víboras com fosseta; 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
 
 
Na Bahia, classificados quanto à gravidade de suas 
manifestações clínicas em 2018, destes considerados 
moderados ou graves. 
Os escorpiões contribuíram com 1.661 (55,9%) dos casos 
não leves (graves + moderados) e as serpentes com 936 
(31,5%); 
Em 2017, 27 óbitos por acidentes por animais 
peçonhentos na Bahia, sendo 14 por serpentes (51,8%), 10 
(37%) por escorpiões e 3 (11,1%) por abelhas. 
Acidentes por Serpentes 
Epidemiologia: 
  Sexo: Masculino; 
 Idade: 15 a 49 anos; 
 Sazonalidade: Março, abril e maio (2009-2018); Janeiro – 
2019; áreas rurais; acidentes de trabalho; 
  Local: Pé e Perna; Mão e Antebraço. 
Fauna ofídica de interesse médico no Brasil: 
 Bothrops (Jararaca); (Atrox, Asper)  Crotalus (Cascavel); 
 Lachesis;  Micrurus (Coral-verdadeira); 
Distribuição de acidentes na Bahia: 
X JARARACAS: Itabuna (210) X Cascavel: Itabera (14) 
X Corais: Feira de Santana X Surucucu: Ilheus 
X Não peçonhentas: Irece; 
Identificação: Dispensa imediata de pacientes picados por 
serpentes não peçonhentas; Dados epidemiológicos; 
Indicação precisa do antiveneno a ser administrado. 
É importante saber identificar serpentes peçonhentas; 
 
Acidente Ofídico 
Os acidentes mais comuns são por Bothrops (jararaca ou 
botrópico) 70%, Crotalus (cascavel ou crotálico) com 6%, 
Lachesis(surucucu ou laquético) em torno de 1%, e 
Micrurus (coral ou elapídico) com menos de 1%. 
 Óbitos: 0,5%, maior em acidentes crotálicos. 
Quanto maior o tempo de picada e o atendimento 
médico, maior o risco de complicações: 40% têm intervalo 
de até 6h.  após 6h do evento maior mortalidade e 
complicações. 
 A faixa etária 15-29 anos, com prevalência no sexo 
masculino 70% 
Locais de picadura: 70% pés e pernas e 15% mãos e 
antebraços; 
Quanto à letalidade, o pioré o acidente crotálico, 
seguido dos acidentes laquético, botrópico e elapídico; 
O diagnóstico de certeza do acidente ofídico é feito pelo 
reconhecimento do animal causador. 
O diagnóstico presumível é feito pela história, pelo 
exame físico e pela avaliação dos efeitos do veneno no 
paciente e na maioria dos casos deve ser suficiente para 
determinação do soro antiofídico correto. 
TIPOS DE ACIDENTE 
• Botrópico: conhecidas popularmente por jararaca, 
ouricana, jararacuçu, urutu-cruzeira, jararaca-do-rabo-
branco, malha-de-sapo, patrona, surucucurana, combóia, 
caiçara, e outras denominações. 
• Laquético: Lachesis muta com duas subespécies. São 
popularmente conhecidas por surucucu, surucucu-pico-de-
jaca, surucutinga, malha-defogo. É a maior das serpentes 
peçonhentas das Américas, atingindo até 3,5m. 
 • Crotálico: espécie Crotalus durissus. Popularmente são 
conhecidas por cascavel, cascavel-quatroventas, 
boicininga, maracambóia, maracá; 
• Elapídico: O gênero Micrurus compreende animais de 
pequeno e médio porte, com tamanho em torno de 1,0m, 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
conhecidos popularmente por coral, coral verdadeira ou 
boicorá. Apresentam anéis vermelhos, pretos e brancos em 
qualquer tipo de combinação. As falsas-corais são 
serpentes não peçonhentas, porém sem dentes 
inoculadores, e os anéis que, em alguns casos, não 
envolvem toda a circunferência do corpo. 
 
A ação do veneno pode provocar as seguintes reações: 
 − Proteolítica: necrose tecidual devido à decomposição 
das proteínas. Inflamação aguda, coagulante e 
hemorrágica; 
− Neurotóxica: ação no SN causando queda palpebral; 
formigamento no local afetado, alterações de consciência 
e perturbações visuais. 
− Hemolítica: destruição das hemácias no sangue. 
− Coagulante: causa deficiência na coagulação sanguínea. 
-Miotóxica: lesões nas fibras musculares esqueléticas; 
 
FATORES PROGNOSTICOS NOS ACIDENTES OFIDICOS 
Fatores relacionados a serpente: 
-comprimento; -idade -especie causadora do acidente 
-variabilidade dos venenos de serpente da msm espécie; 
Tempo decorrido entre a picada e o inicio da soroterapia: 
Pacientes atendidos muitas horas após a picada tem maior 
probabilidade de complicações locais ou sistêmicas e de 
evolução a óbito; 6 horas após. 
Qualidade da assistência: Condutas inadequadas da 
soroterapia; e no manejo das complicações. 
Peso e idade do paciente: Parecem influenciar na 
gravidade; menores de 10 anos tem maior probabilidade 
de desenvolverem complicações. 
Região anatômica onde ocorreu a picada: picadas nos 
dedos levam a maior chance de necrose; cabeça e pescoço 
também surgem mais complicações. 
Uso de torniquete: esta contra indicado 
Venenemia 
Outros fatores: terra, esterco e outros colocados em cima 
do local da picada. 
 
Acidente Botrópico 
São encontradas em todo território nacional, sendo 
Responsáveis por 90% dos acidentes e com letalidade de 
0,31%. JARARACAS 
Ações do veneno: PROTEOLÍTICA, COAGULANTE E 
HEMORRÁGICA. 
 O estudo do veneno da jararaca permitiu 
descobrimento da BRADICININA por Mauricio 
Rocha e Silva et al. Em 1949. O CAPTOPRIL 
também. 
 3 ações básicas: INFLAMATORIA AGUDA, 
COAGULANTE E HEMORRAGICA! 
VARIABILIDADE NA COMPOSIÇÃO DOS VENENOS 
1. Idade do animal; 
2. Distribuição geográfica; 
3. Caráter individual; 
Manifestações locais: dor, edema e equimose na região da 
picada. As marcas de picada e sangramento nem sempre 
são visíveis nos pontos de introdução das presas. Bolhas 
com conteúdo seroso ou sero-hemorrágico podem surgir 
e originar áreas de necrose que, juntamente à infecção 
secundária, constituem as principais complicações locais 
e podem levar à amputação e/ou ao deficit funcional do 
membro. 
Manifestações sistêmicas: sangramentos em pele e 
mucosas são comuns (gengivorragia, equimoses a 
distância do local da picada); hematúria, hematêmese e 
hemorragia. Hipotensão, insuficiência renal aguda. 
COMPLICAÇÕES 
As principais complicações descritas no Manual de 
Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais 
Peçonhentos (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, 2001), 
decorrentes de acidentes ofídicos no Brasil, são: 
ACIDENTE BOTRÓPICO 
 • Síndrome compartimental • Abscesso, celulite 
e Erisipela 
• Necrose • Choque • Injúria renal aguda (IRA) 
ACIDENTE CROTÁLICO 
• Parestesias locais duradouras. 
• IRA. 
ACIDENTE LAQUÉTICO 
 As complicações locais descritas no acidente botrópico 
também podem estar presentes no acidente laquético. 
ACIDENTE ELAPÍDICO 
A paralisia flácida da musculatura respiratória compromete 
a ventilação, podendo haver evolução para insuficiência 
respiratória aguda e apneia. 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GRAVIDADE 
1. Parâmetros vitais: pressão arterial, FC, e 
respiratória; 
2. Locais de sangramento: hemorragia no local da 
picada, gengivorragia, epistaxe, hematúria... 
3. Estado de hidratação, coloração e volume 
urinário; 
4. Intensidade e extensão do edema; 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
5. Presença de complicações como bolhas, necrose, 
abcesso, síndrome compartimental. 
 
No exame inicial do paciente picado deverão ser 
avaliados alguns parâmetros clínicos, no sentido de se 
determinar a gravidade do acidente. No caso moderado o 
edema não se restringe a picada. Nos acidentes 
localizados em membros que constituem a maioria dos 
casos, ocorre em extensão do edema para outros 
segmentos. Hemorragias sistêmicas podem ser 
observadas, gengivorragia, hematúria macroscópica, 
púrpuras, epistaxe, hipermenorragia etc., porém não 
causam repercussão hemodinâmica. 
Sangramento do sistema nervoso central, assim como 
distúrbios cardiovasculares, alterações da função renal 
são condições clínicas observadas em casos graves por 
acidente botrópico. 
DIAGNÓSTICO 
É clínico-epidemiológico; 
Nos acidentes botrópicos, laquéticos e crotálicos, 
exames de coagulação, e avaliação da eficácia da 
soroterapia; 
Para as áreas onde há superposição na distribuição 
geográfica de serpentes do grupo Bothrops e do gênero 
Lachesis, o diagnóstico diferencial somente é possível por 
meio da identificação do animal, ou, no caso de acidente 
laquético, pela possibilidade de desenvolvimento de 
manifestações vagais; 
EXAMES LABORATORIAIS 
-teste de coagulação; -hemograma; 
-dosagem de veneno sérico 
TRATAMENTO 
 antiveneno (soro) específico para cada tipo de acidente, 
de acordo com a gravidade do envenenamento. 
Os quatro antivenenos utilizados no tratamento dos 
acidentes ofídicos fazem parte do Componente Estratégico 
da Assistência Farmacêutica, da Relação Nacional de 
Medicamentos Essenciais: Rename 2020 (BRASIL, 2020). 
Antibioticoterapia: cloranfenicol, amoxicilina 
assoaciada com clavulonato; se evolução com erisipela: 
usar penicilina. Celulite: cefalosporina. 
Heparina e reposição de fatotes de coagulação 
Debridamento cirúrgico 
Fasciotomia: descompressão cirúrgica. 
Profilaxia do tétano 
 
O membro é dividido em 5 segmentos: 1. pé/mão 2. ½ 
distal da perna/antebraço 3. ½ proximal da perna/ 
antebraço 4. ½ distal da coxa/ braço 5. ½ proximal da 
coxa/braço 
 
 
 
Devido à natureza heteróloga, a administração dos 
antivenenos pode causar reações adversas precoces ou 
tardias, porém são raras. No entanto, testes de 
sensibilidade cutânea não são recomendados!! 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
 
MEDICAÇÃO PRÉ-SORO 
10 a 15 min antes de iniciar a soroterapia: 
Drogas anti-histamínicas: Antagonistas H1 e H2 via 
parenteral. ( prometazina; dexclorfeniramina; cimetidina; 
ranitidina) 
Hidrocortisona IV 
Dentro das possibilidades, é conveniente deixar 
preparado: 
 • Laringoscópio com lâminas e tubos traqueais 
adequados para o peso e idade. 
 • Frasco de soro fisiológico (SF) e/ou solução de Ringer 
lactato. 
• Frasco de solução aquosa de adrenalina (1:1000) e de 
aminofilina (10 ml = 240 mg). 
SOROTERAPIA 
 intravenosa (IV); Diluição pode ser feita na razão de 1:2 
a 1:5, em soro fisiológico ou glicosado 5%,com velocidade 
de infusão de 8 a 12 ml/min, 
 Infusão em 20 a 60minutos, sob estrita vigilância médica 
e da enfermagem. 
 A dose para adultos É IGUAL A dose para crianças 
Objetivo: neutralizar a maior quantidade possível de 
veneno circulante, independentemente do peso do 
paciente. 
- ATENÇÃO: possível sobrecarga de volume em crianças e 
em insuficiência cardíaca congestiva. 
• Mesmo em período superior a 72h, a soroterapia deve 
ser instituída, principalmente se houver alterações clínicas 
ou de coagulação. 
• Controle com nova coleta de coagulograma em 6 e 12h 
após término da soroterapia. 
• Se após 12h, o tempo de coagulação (TC) incoagulável ou 
em 24h não houver normalizado, administrar mais 2 
ampolas de antiveneno. 
 
Acidentes Laquéticos 
As manifestações locais e sistêmicas são indistinguíveis do 
quadro botrópico. A diferenciação clínica se faz quando, 
nos acidentes laquéticos, estão presentes alterações 
vagais (náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia, 
hipotensão, choque). SURUCUCU. 
Os acidentes laquéticos se restringem praticamente à 
região Norte, onde são notificados 90% desses acidentes. A 
surucucu também está presente nos remanescentes da 
Mata Atlântica. 
Todo acidente laquético deve ser considerado grave. 
Independentemente do tamanho do animal. São 
indicadas de 12 a 20 ampolas do soro antilaquético ou 
soro bivalente antibotrópico e laquético 
independentemente das horas de evolução do quadro. 
O veneno laquético é caracterizado por ação 
proteolítica, coagulante e neurotóxica. A composição se 
assemelha à do veneno botrópico com MPVS, serina 
protease e fosfolipases A2. Além disso, também apresenta 
o peptídeo potenciador de bradicinina. 
O veneno laquético tem propriedades que ativam o 
plasminogênio, coagulantes, hemorrágica, inflamatória, 
proteolítica, miotóxica, hemolítica, hipotensiva e 
neurotóxica. Possui a fosfolipase A2 LmTx-1 que induz in 
vitro bloqueio neuromuscular irreversível. 
Especificamente para o acidente laquético deve-se 
monitorizar o paciente e solicitar eletrocardiograma (ECG) 
seriado, pois pode haver bradicardia, alterações do 
segmento ST e onda T e bloqueio atrioventricular. O 
acidente laquético se apresenta em 15 a 30 minutos com 
dor local intensa, edema, sangramento profuso no local 
da picada, sudorese profusa, dor abdominal intensa e 
rebaixamento de nível de consciência. 
Em trinta minutos após o acidente, já são constatadas 
alterações na coagulometria (TS, TC e TP). Assim como no 
acidente botrópico, ocorre intensa reação local. 
 
O tratamento inicial deve focar, além da administração do 
soro antiveneno, na estabilidade hemodinâmica do 
paciente com infusão de volume, uso de atropina e 
inotrópicos com o objetivo de evitar a instalação de 
choque. 
O paciente deve ser monitorizado obrigatoriamente por 72 
horas. O paciente pode apresentar hipotensão tardia (após 
a décima-sexta hora), hemorragia digestiva, trombose 
mesentérica ou acidente vascular cerebral 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
 
 
Acidentes Elapidicos 
O acidente elapídico é o mais raro dos acidentes ofídicos 
no Brasil. A coral é a única das serpentes peçonhentas de 
importância no Brasil que não possui a fosseta loreal 
(orifício termossensível entre o olho e narina). 
O veneno elapídico contém proteínas com estruturas de 
três dígitos, denominadas "three finger toxins" (3Ftx) que 
são as mais abundantes (40% da composição do veneno). 
O veneno elapídico é caracterizado por ação 
neurotóxica. 
O paciente apresenta, em 45 a 75 minutos, náuseas, 
vômitos, sudorese, ptose palpebral (uni ou bilateral), fácies 
miastênica, oftalmoplegia, dificuldade de deglutição, 
paralisia muscular e respiratória. 
 No local da picada pode haver dor e parestesia discreta, 
mas não há lesão evidente. 
O soro é produzido a partir da inoculação de uma mistura 
da dose de venenos das serpentes Micrurus frontalis e 
Micrurus corallínus. Especificamente para o acidente 
elapídico deve-se preparar para a insuficiência respiratória 
com oferecimento de oxigênio, ventilação não invasiva e 
invasiva. 
O aparecimento dos sintomas pode ser tardio, portanto, o 
paciente deve ser mantido em observação por 24 horas. 
 Se não houver soro antielapídíco imediatamente 
disponível e o paciente apresentar insuficiência 
respiratória, o paciente tem indicação de receber 
neostigmina. 
− Aplicar neostigmina EV, 0,05 mg/kg em crianças ou até 
no máximo 2-5 mg no adulto. 
− Cada ampola de neostigmina deve ser precedida de 0,01-
0,02 mg/kg de atropina (0,25 mg de atropina para cada 0,5 
mg de neostigmina). 
− Deve-se observar um aumento de pelo menos 20 bpm na 
frequência cardíaca (FC). − Depois continuar com 
neostigmina (repetir a mesma dose) a cada 4 horas até a 
infusão do soro antielapídico 
 
Manifestações locais: dor e parestesia na região da picada 
são discretos, não havendo lesões evidentes. • 
Manifestações sistêmicas: fácies miastênica ou 
neurotóxica (comum ao acidente crotálico). As possíveis 
complicações são decorrentes da progressão da paralisia 
da face para músculos respiratórios. 
A paralisia flácida da musculatura respiratória 
compromete a ventilação, podendo haver evolução para 
insuficiência respiratória aguda e apneia. 
Todo acidente elapídico é considerado grave e o paciente 
deve receber de 5 a 10 ampolas de soro antielapídico. 
 
 
 
Acidentes Crotálicos 
Acidente por Cascavel Responsável por 7,7% dos acidentes. 
Letalidade de 1,87%. 
Ações do veneno: NEUROTÓXICA, MIOTÓXICA E 
COAGULANTE. 
• Manifestações locais: não se evidenciam alterações 
significativas. Dor e edema são usualmente discretos e 
restritos ao redor da picada. Eritema e parestesia são 
comuns. 
• Manifestações sistêmicas: manifestações 
neuroparalíticas progressão craniocaudal, iniciando-se 
por ptose palpebral, turvação visual e oftalmoplegia. 
A “fáceis miastênica” ou “cara de bêbado” associada a 
oftalmoplegia é uma manifestação clínica decorrente da 
atividade neurotóxica encontrada nos acidentes 
crotálicos, sendo representado em maior diversidade no 
Brasil pelo gênero Crotalus ou cobra cascavel. 
Distúrbios de olfato e paladar, ptose mandibular e 
sialorreia. Raramente, insuficiência respiratória aguda. 
Essas manifestações neurotóxicas regridem lentamente, 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
porém são reversíveis. Também raramente gengivorragia 
e outros sangramentos discretos. Progressivamente, 
surgem mialgia generalizada e escurecimento da cor da 
urina (cor de Coca-Cola ou de chá preto). A insuficiência 
renal aguda é a principal complicação e causa de óbito. 
 IRA: ocorre com necrose tubular, geralmente de 
instalação nas primeiras 48 horas. 
Exames complementares: tempo de coagulação, 
hemograma e exame de urina. ELISA 
TRATAMENTO 
Soro anticrotálico → em caso leve, 5 ampolas; em caso 
moderado, 10 ampolas; em caso grave, 20 ampolas. 
 
Controle gasométrico com possível administração de 
bicarbonato. *Manter pH urinário acima de 6,5 para evitar 
a precipitação tubular de mioglobulina. 
Complicações: 
• Locais: raros pacientes evoluem com parestesias locais 
duradouras, porém reversíveis após algumas semanas. 
• Sistêmicas: a principal complicação do acidente crotálico, 
em nosso meio, é a insuficiência renal aguda (IRA), com 
necrose tubular geralmente de instalação nas primeiras 48 
horas. 
REAÇÕES ADVERSAS À SOROTERAPIA 
 
 
 
REAÇÕES TARDIAS: “Doença do Soro” ocorrem de 5 a 24 
dias após o uso da SAV. febre, artralgia, 
linfoadenomegalia, urticária e proteinúria, pelo mecanismo 
de formação de imunocomplexos; 
 Tratamento: corticosteróide, como a prednisona, na 
dose de 1 mg/kg dia (máximo de 60 mg) por cinco a sete 
dias. 
OUTRAS MEDIDAS 
 • NÃO indicado uso de antibioticoterapia profilática. 
• NÃO administrar heparina ou plasma para corrigir 
distúrbios de coagulação decorrentes do envenenamento 
• Debridamento cirúrgico; aspirar líquido das bolhas 
devido a presença de veneno. 
• Debridamento após delimitação deárea necrótica 
• Fasciotomia: tratamento da síndrome compartimental. 
Manter membro abaixo no nível do coração. 
EVITAR 
• Torniquete- garroteamento reduz a perfusão, e aumenta 
a concentração do veneno em uma região, contribuindo 
para maior destruição tecidual. 
• Sucção- contaminação do local com flora bucal humana e 
aumentando isquemia. 
• Incisão – aumenta a via de acesso dos microrganismos ao 
tecido, aumentando risco de infecção, destruição tissular e 
sangramento local. 
• Substâncias sobre o local da picada – contaminação do 
local. 
 
 
Acidentes por Escorpiões 
Acidente causado pela inoculação de toxinas, por 
intermédio do aparelho inoculador (ferrão) de escorpiões, 
podendo determinar alterações locais e sistêmicas. 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
A ocorrência é bem parecida com a de serpentes. A 
maioria dos acidentes ocorre em áreas rurais; A maioria 
das notificações originam-se das regiões Sudoeste, Oeste 
e Centro-Leste, nas quais predominam o bioma Caatinga. 
No Sudeste, a sazonalidade é semelhante à dos 
acidentes ofídicos, ocorrendo a maioria dos casos nos 
meses quentes e chuvosos. 
• Local da picada: membros superiores, 65% mão e 
antebraço. 
 
 
No Brasil são espécies de importância médica: Tityus 
serrulatus (escorpião amarelo) distribuído da Bahia até o 
Paraná e adaptado ao meio urbano; T. bahiensis (escorpião 
marrom) presente em todo o país, exceto região Norte; e 
T. stigmurus (escorpião-amarelo do Nordeste), T. obscurus 
(escorpião-preto da Amazônia) 
A maioria dos casos graves decorre de picada do T. 
serrulatus. 
Podem ser encontrados em áreas secas, biotas úmidos, 
áreas costeiras e regiões urbanas. O hábito noturno é 
registrado para a maioria das espécies. Dentro do 
domicílio, podem se esconder em armários, calçados ou 
sob peças de roupas deixadas no chão, aumentando o risco 
de acidentes. 
São animais carnívoros e alimentam-se principalmente 
de insetos, como grilos e baratas. Seus predadores 
incluem lacraias, aranhas, formigas, lagartos, serpentes, 
sapos, aves e alguns mamíferos; 
A maioria dos acidentes é leve, e os quadros graves 
ocorrem em crianças e idosos. 
  A principal manifestação local é a dor. Pode estar 
acompanhada de parestesia, eritema e sudorese. Pode 
durar 24 horas, mas é mais intensa nas primeiras horas. 
 Acidentes moderados se apresentam com dor intensa 
local, sudorese, náusea, vômitos, taquicardia, taquipneia e 
hipertensão. 
Acidentes graves apresentam, além dos sintomas já 
descritos, manifestações neurológicas, miose ou midríase, 
priapismo, aumento de secreções (sudorese profusa, 
vômitos incoercíveis e rinorreia e lacrimejamento), 
agitação ou exaustão, bradicardia, insuficiência cardíaca, 
edema agudo de pulmão, choque, convulsões e coma. 
 Autópsias de óbitos por acidente escorpiônico revelam 
edema cerebral, edema pulmonar alveolar, edema 
intersticial miocárdico com infiltrado inflamatório. 
O veneno escorpiônico também pode induzir 
hiperglicemia, glícogenólise, leucocitose e hipocalemia. 
Além disso, pode provocar miocardite com alteração de 
segmento e elevação de troponina. 
 Deve-se solicitar hemograma, glicemia, potássio, sódio, 
amilase, creatinoquinase e eletrocardiograma. 
Em casos graves, solicita-se troponina e 
ecocardiograma. − No eletrocardiograma, pode haver 
bradicardia, taquicardia, extrassistolia, inversão de onda T, 
presença de onda U proeminente, onda Q, infra ou 
supradesnivelamento do segmento ST. − O ecocardiograma 
mostra hipocines ia difusa, que em geral é transitória. 
Com relação ao acidente escorpiônico confirmado, é 
indicado o soro antiescorpiônico (SAEsc) ou Soro 
antiaracnídico (SAA), se o primeiro estiver indisponível, 
nos casos moderados e graves. Formalmente, nos casos 
moderados, em crianças até 7 anos é considerado 
imediatamente a soroterapia. Em adultos e crianças 
maiores que 7 anos, tratar inicialmente a dor com 
analgesia e reavaliar o paciente, caso persista a dor e as 
manifestações sistêmicas, iniciar, então, a soroterapia. 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
 
TRATAMENTO 
Acidentes leves podem ser tratados com anestesia local 
com lidocaína e observados por 4 a 6 horas. 
 Acidentes moderados têm indicação de 2 a 3 ampolas 
de soro antiveneno (especialmente em crianças) e 
acidentes graves devem receber 4 a 6 ampolas. Ambos 
devem ser monitorizados por pelo menos 24-48 horas. 
No escorpionismo, o tempo entre o acidente e o início 
de manifestações sistêmicas graves é relativamente mais 
curto do que nos acidentes ofídicos. Desse modo, em 
especial quanto às crianças, o diagnóstico e o tratamento 
oportunos são cruciais na reversão do quadro de 
envenenamento, sendo o suporte às condições vitais do 
acidentado indispensável para o sucesso do tratamento. 
 
 
 
 
 
 
Acidente Aracnídico 
Acidente causado pela inoculação de toxinas, por 
intermédio do aparelho inoculador (quelíceras) de 
aranhas, podendo determinar alterações locais e 
sistêmicas. 
No Brasil são três gêneros de aranha com relevância 
médica: Phoneutria (aranha-armadeira), Loxoscelees 
(aranha-marrom), (Latrodectus (viúva-negra). 
Loxosceles (aranha-marrom): podem atingir 1 cm de 
corpo e até 4 cm de envergadura de pernas. Teias 
irregulares, geralmente ao abrigo da luz. Não são 
agressivas e picam, em especial, quando comprimidas 
contra o corpo. As principais causadoras de acidentes são: 
L. intermedia, L. laeta e L. gaucho. 
Phoneutria (aranha-armadeira, aranha-macaca, 
aranha-da-banana): atingem 3 cm a 4 cm de corpo e até 15 
cm de envergadura de pernas. Não constroem teia 
geométrica e são de hábito noturno. Os acidentes 
ocorrem, dentro das residências, ao se calçar sapatos e 
botas ou manusear materiais de construção, entulho ou 
lenha. No Brasil, ocorrem as espécies: P. nigriventer, P. 
bahiensis, P. keyserlingi, P. fera, P. reidyi, P. boliviensis, P. 
pertyi e P. eickstedtae. 
Latrodectus (viúva-negra): constroem teias irregulares 
entre vegetações arbustivas e gramíneas, podendo 
apresentar hábitos domiciliares e peridomiciliares. 
Somente as fêmeas, que apresentam corpo de 1 cm de 
comprimento e até 3 cm de envergadura de pernas, são 
causadoras de acidentes, que ocorrem normalmente 
quando são comprimidas contra o corpo. No Brasil, até o 
momento, são conhecidas duas espécies: L. geometricus e 
L. curacaviensis (ou L. gr. mactans). 
As picadas de aranhas são um evento médico raro. A 
preocupação particular é principalmente com as lesões 
necróticas que podem ser causadas por essas picadas, 
mas, exceto pelas aranhas do gênero Loxosceles, esse tipo 
de lesão não ocorre. 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
 
 
LOXOSCELISMO 
 Manifestações locais: picada, usualmente pouco 
dolorosa, que pode não ser percebida. Após algumas 
horas: dor, eritema e edema na região da picada; 
equimose central e áreas de palidez (placa marmórea). 
Eventualmente, bolhas com conteúdo sero-hemorrágico; 
área endurecida à palpação. A lesão cutânea pode evoluir 
para necrose seca e úlcera. 
Manifestações sistêmicas: queixas inespecíficas (mal-
estar, cefaleia, febre, exantema). A presença de hemólise 
intravascular caracteriza a chamada forma cutâneo-
hemolítica (cutâneo-visceral) do loxoscelismo, observada 
na minoria dos casos, em geral nas primeiras 72 horas após 
a picada. Os casos graves podem evoluir para insuficiência 
renal aguda. 
 Os acidentes com aranhas do gênero loxosceles 
apresentam se sob duas formas, o loxoscelismo 
cutâneo que e a mais comum descrita, sendo 
observada por 87-99% dos casos em nosso meio e 
que são geralmente indolores e pouco valorizadas 
pelo paciente, cerca de 24 a 36 horas ocorre a 
progressão da lesão, intensificando a dor, edema, 
evoluindo após alguns dias para necrose seca, que 
se desprende, deixando uma ulcera. No 
loxosclismo cutâneo-visceral, além dos sintomas 
descritos na forma cutâneo associa-se a hemólise 
intravascular, podendo o paciente evoluir para 
insuficiência renal aguda IRA e coagulação 
intravascular disseminada(CIVD) 
Complicações: Necrose, Anemia hemolítica aguda, 
Rabdomiolise, Injuria renal aguda (IRA), Coagulação 
intravascular disseminada, Infecção local. 
FONEUTRISMO 
Manifestações locais: dor irradiada e de início imediato 
(sintoma mais característico), que pode ser bastante 
intensa nas primeiras três a quatro horas após a picada. O 
quadro pode ser acompanhado por edema e sudorese no 
local e por parestesia ao longo do membro. As marcas dos 
pontos de inoculação podem ou não serem visualizadas. 
Manifestações sistêmicas: associadas ao quadro local. Os 
pacientes podem apresentar taquicardia, hipertensão 
arterial, agitação psicomotora e vômitos. Crianças podem 
apresentar manifestações graves, como sudorese 
profusa, sialorreia, priapismo, hipotensão, choque e 
edema pulmonar agudo, que ocasionalmente podem 
evoluir para óbito. 
Complicações: Os casos graves são raros e ocorrem 
particularmente em crianças. Podem apresentar 
hipertensão arterial, vômitos persistentes, diaforese 
extrema, priapismo, edema pulmonar agudo e choque, 
por provável intoxicação adrenérgica e colinérgica. A 
morte no acidente por Phoneutria também é 
excepcionalmente rara. 
 
LATRODECTISMO 
Manifestações locais: dor local de pequena intensidade, 
que evolui com sensação de queimação; pápula 
eritematosa e sudorese localizada. 
Manifestações sistêmicas: alterações motoras (dor 
irradiada; contrações espasmódicas dos membros 
inferiores; contraturas musculares intermitentes; 
tremores; dor com rigidez abdominal, que pode simular 
abdome agudo) e fácies latrodectísmica (contratura facial 
e trismo dos masseteres). 
Manifestações menos frequentes: opressão precordial, 
taquicardia e hipertensão arterial, náuseas, vômitos, 
sialorreia e priapismo. 
Complicações: dor local intensa irradiada, rabdomiólise, 
lesão miocárdica, dispneia, espasmos dos músculos da 
face e do tronco, cefaleia, dor abdominal, vômitos, e 
convulsões. 
A limitação ao uso de antiveneno deve-se ao diagnóstico 
tardio, muitas vezes realizado já com a necrose cutânea 
delimitada. Nesse caso, medidas de suporte, como uso de 
antissépticos, lavagem com permanganato de potássio 
(KMnO4) 1:40.000 (1 comprimido em 4 litros de água) e 
curativos são recomendados até ser realizada a remoção 
da escara. Pode ser necessário tratamento cirúrgico para o 
manejo da úlcera e a correção da cicatriz. 
Os acidentes por Phoneutria correspondem a uma das 
mais importantes formas de araneísmo no Brasil, tendo 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
sido responsáveis, até o início da década de 1990, pela 
maioria dos casos registrados no país. O envenenamento 
caracteriza-se por dor local intensa, de instalação 
imediata, e que raramente evolui com complicações. 
O bloqueio anestésico no tratamento do quadro 
doloroso representa a principal abordagem terapêutica 
nos acidentes por Phoneutria. O tratamento com 
antiveneno específico (SAAr) é indicado em pacientes que 
apresentem alterações sistêmicas, além do quadro local 
doloroso. Pacientes graves devem ser internados em 
unidade de terapia intensiva para melhor monitoramento 
e controle dos distúrbios hemodinâmicos e respiratórios. 
 
 
 
 
 
 
 
Acidentes por Animais Peçonhentos na Bahia, 2018 e 2019 
A distribuição da frequência: 
Vitoria da conquista teve mais casos leves e moderados; 
O Diagrama de Controle dos acidentes por escorpiões na 
Bahia mostra que os meses de outubro, novembro e 
dezembro são os que apresentam as maiores médias dos 
números de notificações de acidentes. 
 
 
 
 
Sessão 3 TBL DRAMA 
Thais M. Souto 
Óbitos- letalidade: 1º serpentes, 2º escorpiões, 3º 
abelhas. 
Casos confirmados por acidentes por animais 
peçonhentos: 1º escorpiões, 2º serpentes, 3º abelhas, 4º 
aranhas. 
COMO PREVENIR ACIDENTES 
 Evite andar descalço. Calçados com perneiras ou botas de 
cano alto podem contribuir para a redução dos acidentes. 
 Atenção redobrada em matas, capinzais, locais com 
muitas árvores, pomares, margens de rios, lagos e lagoas. 
  Atenção ao subir em árvores ou até mesmo ao colher 
frutos. 
 Use luvas no corte de cana, colheitas, trabalhos de 
capinagem e limpeza de terrenos. 
 Evite colocar a mão desprotegida em buracos na terra ou 
cupinzeiros, assim como ao revirar montes de terra ou 
lenha. 
 Mantenha sempre limpa a área ao redor das residências, 
evitando o acúmulo de madeiras, tijolos ou pedras. 
 Evite amontoar sapatos, roupas e utensílios em geral. 
 Mantenha berços e camas afastados da parede. 
 Limpe constantemente ralos de banheiros e cozinhas. 
EM CASO DE ACIDENTE, O QUE FAZER? 
 Lave bem o local da picada com bastante água e sabão; 
 Coloque a pessoa em repouso; 
 Leve-a IMEDIATAMENTE para a unidade de saúde mais 
próxima, onde deverá receber o tratamento médico 
adequado; 
 Se for possível e seguro capturar o animal, leve-o junto 
para ser identificado. 
IMPORTANTE: 
 NÃO AMARRE, NÃO FURE, NÃO CORTE E NÃO SUGUE o 
local da picada; 
  NÃO coloque alho, café, fumo, castanha, esterco, 
pimenta, ou qualquer produto no local da picada; 
 Não tome bebida alcoólica, querosene, óleo diesel, chás 
ou remédios “milagrosos”, etc. 
 O paciente pode beber água à vontade!

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