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Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto Objetivos de Aprendizagem: 1. Verificar quais as principais espécies de serpentes, aranhas e escorpiões de importância médica, sua distribuição geográfica e a morbimortalidade dos acidentes na Bahia. 2. Diferenciar a fisiopatologia dos envenenamentos pelas principais espécies causadoras de acidentes na Bahia. 3. Identificar as formas de classificação quanto à gravidade dos acidentes e soroterapia recomendada. 4. Descrever o protocolo de atendimento de emergência dos AAP a partir dos seguintes critérios: tempo decorrido entre a picada e a chegada para atendimento, gravidade na avaliação clínica inicial, local da picada, idade e condição de saúde do paciente antes do acidente, tipo de agente etiológico. 5. Apresentar as funções do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA) – antigo CIAVE - na orientação, diagnóstico clínico e laboratorial, tratamento e prevenção de intoxicações. Animais Peçonhentos são aqueles que produzem veneno (peçonha) e têm condições naturais para injetá-lo através de estruturas como dentes inoculadores (serpente), aguilhão ou ferrão (escorpião, peixe -niquim, abelha, etc.) ou quelícera (aranha). Acidentes humanos causados por animais peçonhentos, é incluso na lista de doenças tropicais negligenciadas; É de notificação compulsória de doenças; (Portaria MS\GM 204/2016); A maioria dos atendimentos realizados pelo CENTRO DE INFORMAÇÕES ANTIVENENO (CIAVE), órgão da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e centro de referência estadual em Toxicologia, é decorrente desse agravo. Na Bahia, o Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos (PNCAAP) é coordenado pelo Ciave, que promove a: orientação da população para a prevenção de acidentes; a capacitação de profissionais de saúde para o diagnóstico e tratamento das vítimas de envenenamento; realiza a vigilância dos acidentes por animais peçonhentos e o: planejamento de distribuição dos soros antivenenos no Estado. O CIAVE avalia as ocorrências, detecta problemas nas notificações e identifica as questões onde o Centro precisa atuar junto aos profissionais e serviços de saúde. Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia – CIATox-BA (antigo Ciave) atua na assistência a pacientes intoxicados através de tele orientação e atendimento presencial, auxiliando no diagnóstico e tratamento, acompanhamento ambulatorial de pacientes que tentaram o suicídio ou com depressão grave com risco de atentar contra a própria vida, além de realizar análises toxicológicas de urgência, identificação de animais peçonhentos e plantas venenosas e manutenção e distribuição de antídotos e de soros antipeçonhentos para a rede pública estadual de saúde. Criado em agosto de 1980, o CIATox-BA foi o segundo dos 37 centros implantados pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SNITF), hoje SINITOX. Único na Bahia, o CIATox atende anualmente cerca de 9.000 ocorrências tóxicas e monitora, através do SINAN, em torno de 32.000 notificações de acidentes por animais peçonhentos e intoxicações exógenas. Além da assistência, o CIATox-BA também realiza atividades de vigilância à saúde, buscando identificar, investigar e prevenir os riscos tóxicos em todos os níveis, visando o controle destes riscos nas comunidades, através da Toxicovigilância. No Brasil, em razão da elevada frequência e gravidade dos casos, o Ministério da Saúde os incorporou na Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública. Na Bahia, o Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos (PNCAAP) é coordenado pelo CiaTox- BA (antigo CIAVE), que promove a orientação da população para a prevenção de acidentes, a capacitação de profissionais de saúde para o diagnóstico e tratamento das vítimas de envenenamento, realiza a vigilância dos acidentes por animais peçonhentos e o planejamento de distribuição dos soros antivenenos no Estado. Através da vigilância destes eventos, o CIATOX avalia as ocorrências, detecta problemas nas notificações e identifica as questões onde o Centro precisa atuar junto aos profissionais e serviços de saúde. O CIAVE ATENDE A QUATRO TIPOS DE CLIENTELA: 1. Pacientes intoxicados que procuram espontaneamente assistência especializada ou que são referenciados por Hospitais e Serviços de Saúde da Capital e Interior, sendo atendidos presencialmente pela equipe do CIAVE nas dependências do HGRS (Hospital Geral Roberto Santos). 2. Profissionais de saúde da Rede Pública e Privada Estadual que necessitam de orientação diagnóstica e terapêutica especializada. 3. Estudantes e profissionais de saúde que buscam informações toxicológicas e realizam estágios e pesquisas em Toxicologia nas suas diversas áreas. Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto 4. População em geral que solicita orientação para situações de emergências tóxicas e medidas preventivas contra envenenamentos. Ofídicos - Cobras No Brasil, a fauna ofídica de interesse médico está representada pelos gêneros: − Bothrops (incluindo Bothriopsis e Porthidium) − Crotalus − Lachesis − Micrurus − E por alguns da Família Colubridae Características dos gêneros de Serpentes Peçonhentas no Brasil: − Fosseta Loreal Presente: órgão sensorial termorreceptor, é um orifício entre o olho e a narina, “serpente de quatro ventas”. Indica com segurança que a serpente é peçonhenta, possuem nas Bothrops, Crotalus e Lachesis. Não apresenta nas cobras corais (Micrurus) dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis situados na porção anterior do maxilar. triangular da cabeça, a presença de uma pupila elíptica, a estrutura da cauda e a presença de presas são características úteis, porém inconsistentes; Um espécime individual pode não se ajustar à descrição clássica, dependendo da idade da cobra, da época do ano e da condição da cauda e aparelho bucal do animal. Nem a cor nem os padrões de pele são um método confiável de identificar víboras com fosseta; Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto Na Bahia, classificados quanto à gravidade de suas manifestações clínicas em 2018, destes considerados moderados ou graves. Os escorpiões contribuíram com 1.661 (55,9%) dos casos não leves (graves + moderados) e as serpentes com 936 (31,5%); Em 2017, 27 óbitos por acidentes por animais peçonhentos na Bahia, sendo 14 por serpentes (51,8%), 10 (37%) por escorpiões e 3 (11,1%) por abelhas. Acidentes por Serpentes Epidemiologia: Sexo: Masculino; Idade: 15 a 49 anos; Sazonalidade: Março, abril e maio (2009-2018); Janeiro – 2019; áreas rurais; acidentes de trabalho; Local: Pé e Perna; Mão e Antebraço. Fauna ofídica de interesse médico no Brasil: Bothrops (Jararaca); (Atrox, Asper) Crotalus (Cascavel); Lachesis; Micrurus (Coral-verdadeira); Distribuição de acidentes na Bahia: X JARARACAS: Itabuna (210) X Cascavel: Itabera (14) X Corais: Feira de Santana X Surucucu: Ilheus X Não peçonhentas: Irece; Identificação: Dispensa imediata de pacientes picados por serpentes não peçonhentas; Dados epidemiológicos; Indicação precisa do antiveneno a ser administrado. É importante saber identificar serpentes peçonhentas; Acidente Ofídico Os acidentes mais comuns são por Bothrops (jararaca ou botrópico) 70%, Crotalus (cascavel ou crotálico) com 6%, Lachesis(surucucu ou laquético) em torno de 1%, e Micrurus (coral ou elapídico) com menos de 1%. Óbitos: 0,5%, maior em acidentes crotálicos. Quanto maior o tempo de picada e o atendimento médico, maior o risco de complicações: 40% têm intervalo de até 6h. após 6h do evento maior mortalidade e complicações. A faixa etária 15-29 anos, com prevalência no sexo masculino 70% Locais de picadura: 70% pés e pernas e 15% mãos e antebraços; Quanto à letalidade, o pioré o acidente crotálico, seguido dos acidentes laquético, botrópico e elapídico; O diagnóstico de certeza do acidente ofídico é feito pelo reconhecimento do animal causador. O diagnóstico presumível é feito pela história, pelo exame físico e pela avaliação dos efeitos do veneno no paciente e na maioria dos casos deve ser suficiente para determinação do soro antiofídico correto. TIPOS DE ACIDENTE • Botrópico: conhecidas popularmente por jararaca, ouricana, jararacuçu, urutu-cruzeira, jararaca-do-rabo- branco, malha-de-sapo, patrona, surucucurana, combóia, caiçara, e outras denominações. • Laquético: Lachesis muta com duas subespécies. São popularmente conhecidas por surucucu, surucucu-pico-de- jaca, surucutinga, malha-defogo. É a maior das serpentes peçonhentas das Américas, atingindo até 3,5m. • Crotálico: espécie Crotalus durissus. Popularmente são conhecidas por cascavel, cascavel-quatroventas, boicininga, maracambóia, maracá; • Elapídico: O gênero Micrurus compreende animais de pequeno e médio porte, com tamanho em torno de 1,0m, Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto conhecidos popularmente por coral, coral verdadeira ou boicorá. Apresentam anéis vermelhos, pretos e brancos em qualquer tipo de combinação. As falsas-corais são serpentes não peçonhentas, porém sem dentes inoculadores, e os anéis que, em alguns casos, não envolvem toda a circunferência do corpo. A ação do veneno pode provocar as seguintes reações: − Proteolítica: necrose tecidual devido à decomposição das proteínas. Inflamação aguda, coagulante e hemorrágica; − Neurotóxica: ação no SN causando queda palpebral; formigamento no local afetado, alterações de consciência e perturbações visuais. − Hemolítica: destruição das hemácias no sangue. − Coagulante: causa deficiência na coagulação sanguínea. -Miotóxica: lesões nas fibras musculares esqueléticas; FATORES PROGNOSTICOS NOS ACIDENTES OFIDICOS Fatores relacionados a serpente: -comprimento; -idade -especie causadora do acidente -variabilidade dos venenos de serpente da msm espécie; Tempo decorrido entre a picada e o inicio da soroterapia: Pacientes atendidos muitas horas após a picada tem maior probabilidade de complicações locais ou sistêmicas e de evolução a óbito; 6 horas após. Qualidade da assistência: Condutas inadequadas da soroterapia; e no manejo das complicações. Peso e idade do paciente: Parecem influenciar na gravidade; menores de 10 anos tem maior probabilidade de desenvolverem complicações. Região anatômica onde ocorreu a picada: picadas nos dedos levam a maior chance de necrose; cabeça e pescoço também surgem mais complicações. Uso de torniquete: esta contra indicado Venenemia Outros fatores: terra, esterco e outros colocados em cima do local da picada. Acidente Botrópico São encontradas em todo território nacional, sendo Responsáveis por 90% dos acidentes e com letalidade de 0,31%. JARARACAS Ações do veneno: PROTEOLÍTICA, COAGULANTE E HEMORRÁGICA. O estudo do veneno da jararaca permitiu descobrimento da BRADICININA por Mauricio Rocha e Silva et al. Em 1949. O CAPTOPRIL também. 3 ações básicas: INFLAMATORIA AGUDA, COAGULANTE E HEMORRAGICA! VARIABILIDADE NA COMPOSIÇÃO DOS VENENOS 1. Idade do animal; 2. Distribuição geográfica; 3. Caráter individual; Manifestações locais: dor, edema e equimose na região da picada. As marcas de picada e sangramento nem sempre são visíveis nos pontos de introdução das presas. Bolhas com conteúdo seroso ou sero-hemorrágico podem surgir e originar áreas de necrose que, juntamente à infecção secundária, constituem as principais complicações locais e podem levar à amputação e/ou ao deficit funcional do membro. Manifestações sistêmicas: sangramentos em pele e mucosas são comuns (gengivorragia, equimoses a distância do local da picada); hematúria, hematêmese e hemorragia. Hipotensão, insuficiência renal aguda. COMPLICAÇÕES As principais complicações descritas no Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, 2001), decorrentes de acidentes ofídicos no Brasil, são: ACIDENTE BOTRÓPICO • Síndrome compartimental • Abscesso, celulite e Erisipela • Necrose • Choque • Injúria renal aguda (IRA) ACIDENTE CROTÁLICO • Parestesias locais duradouras. • IRA. ACIDENTE LAQUÉTICO As complicações locais descritas no acidente botrópico também podem estar presentes no acidente laquético. ACIDENTE ELAPÍDICO A paralisia flácida da musculatura respiratória compromete a ventilação, podendo haver evolução para insuficiência respiratória aguda e apneia. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GRAVIDADE 1. Parâmetros vitais: pressão arterial, FC, e respiratória; 2. Locais de sangramento: hemorragia no local da picada, gengivorragia, epistaxe, hematúria... 3. Estado de hidratação, coloração e volume urinário; 4. Intensidade e extensão do edema; Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto 5. Presença de complicações como bolhas, necrose, abcesso, síndrome compartimental. No exame inicial do paciente picado deverão ser avaliados alguns parâmetros clínicos, no sentido de se determinar a gravidade do acidente. No caso moderado o edema não se restringe a picada. Nos acidentes localizados em membros que constituem a maioria dos casos, ocorre em extensão do edema para outros segmentos. Hemorragias sistêmicas podem ser observadas, gengivorragia, hematúria macroscópica, púrpuras, epistaxe, hipermenorragia etc., porém não causam repercussão hemodinâmica. Sangramento do sistema nervoso central, assim como distúrbios cardiovasculares, alterações da função renal são condições clínicas observadas em casos graves por acidente botrópico. DIAGNÓSTICO É clínico-epidemiológico; Nos acidentes botrópicos, laquéticos e crotálicos, exames de coagulação, e avaliação da eficácia da soroterapia; Para as áreas onde há superposição na distribuição geográfica de serpentes do grupo Bothrops e do gênero Lachesis, o diagnóstico diferencial somente é possível por meio da identificação do animal, ou, no caso de acidente laquético, pela possibilidade de desenvolvimento de manifestações vagais; EXAMES LABORATORIAIS -teste de coagulação; -hemograma; -dosagem de veneno sérico TRATAMENTO antiveneno (soro) específico para cada tipo de acidente, de acordo com a gravidade do envenenamento. Os quatro antivenenos utilizados no tratamento dos acidentes ofídicos fazem parte do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica, da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: Rename 2020 (BRASIL, 2020). Antibioticoterapia: cloranfenicol, amoxicilina assoaciada com clavulonato; se evolução com erisipela: usar penicilina. Celulite: cefalosporina. Heparina e reposição de fatotes de coagulação Debridamento cirúrgico Fasciotomia: descompressão cirúrgica. Profilaxia do tétano O membro é dividido em 5 segmentos: 1. pé/mão 2. ½ distal da perna/antebraço 3. ½ proximal da perna/ antebraço 4. ½ distal da coxa/ braço 5. ½ proximal da coxa/braço Devido à natureza heteróloga, a administração dos antivenenos pode causar reações adversas precoces ou tardias, porém são raras. No entanto, testes de sensibilidade cutânea não são recomendados!! Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto MEDICAÇÃO PRÉ-SORO 10 a 15 min antes de iniciar a soroterapia: Drogas anti-histamínicas: Antagonistas H1 e H2 via parenteral. ( prometazina; dexclorfeniramina; cimetidina; ranitidina) Hidrocortisona IV Dentro das possibilidades, é conveniente deixar preparado: • Laringoscópio com lâminas e tubos traqueais adequados para o peso e idade. • Frasco de soro fisiológico (SF) e/ou solução de Ringer lactato. • Frasco de solução aquosa de adrenalina (1:1000) e de aminofilina (10 ml = 240 mg). SOROTERAPIA intravenosa (IV); Diluição pode ser feita na razão de 1:2 a 1:5, em soro fisiológico ou glicosado 5%,com velocidade de infusão de 8 a 12 ml/min, Infusão em 20 a 60minutos, sob estrita vigilância médica e da enfermagem. A dose para adultos É IGUAL A dose para crianças Objetivo: neutralizar a maior quantidade possível de veneno circulante, independentemente do peso do paciente. - ATENÇÃO: possível sobrecarga de volume em crianças e em insuficiência cardíaca congestiva. • Mesmo em período superior a 72h, a soroterapia deve ser instituída, principalmente se houver alterações clínicas ou de coagulação. • Controle com nova coleta de coagulograma em 6 e 12h após término da soroterapia. • Se após 12h, o tempo de coagulação (TC) incoagulável ou em 24h não houver normalizado, administrar mais 2 ampolas de antiveneno. Acidentes Laquéticos As manifestações locais e sistêmicas são indistinguíveis do quadro botrópico. A diferenciação clínica se faz quando, nos acidentes laquéticos, estão presentes alterações vagais (náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia, hipotensão, choque). SURUCUCU. Os acidentes laquéticos se restringem praticamente à região Norte, onde são notificados 90% desses acidentes. A surucucu também está presente nos remanescentes da Mata Atlântica. Todo acidente laquético deve ser considerado grave. Independentemente do tamanho do animal. São indicadas de 12 a 20 ampolas do soro antilaquético ou soro bivalente antibotrópico e laquético independentemente das horas de evolução do quadro. O veneno laquético é caracterizado por ação proteolítica, coagulante e neurotóxica. A composição se assemelha à do veneno botrópico com MPVS, serina protease e fosfolipases A2. Além disso, também apresenta o peptídeo potenciador de bradicinina. O veneno laquético tem propriedades que ativam o plasminogênio, coagulantes, hemorrágica, inflamatória, proteolítica, miotóxica, hemolítica, hipotensiva e neurotóxica. Possui a fosfolipase A2 LmTx-1 que induz in vitro bloqueio neuromuscular irreversível. Especificamente para o acidente laquético deve-se monitorizar o paciente e solicitar eletrocardiograma (ECG) seriado, pois pode haver bradicardia, alterações do segmento ST e onda T e bloqueio atrioventricular. O acidente laquético se apresenta em 15 a 30 minutos com dor local intensa, edema, sangramento profuso no local da picada, sudorese profusa, dor abdominal intensa e rebaixamento de nível de consciência. Em trinta minutos após o acidente, já são constatadas alterações na coagulometria (TS, TC e TP). Assim como no acidente botrópico, ocorre intensa reação local. O tratamento inicial deve focar, além da administração do soro antiveneno, na estabilidade hemodinâmica do paciente com infusão de volume, uso de atropina e inotrópicos com o objetivo de evitar a instalação de choque. O paciente deve ser monitorizado obrigatoriamente por 72 horas. O paciente pode apresentar hipotensão tardia (após a décima-sexta hora), hemorragia digestiva, trombose mesentérica ou acidente vascular cerebral Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto Acidentes Elapidicos O acidente elapídico é o mais raro dos acidentes ofídicos no Brasil. A coral é a única das serpentes peçonhentas de importância no Brasil que não possui a fosseta loreal (orifício termossensível entre o olho e narina). O veneno elapídico contém proteínas com estruturas de três dígitos, denominadas "three finger toxins" (3Ftx) que são as mais abundantes (40% da composição do veneno). O veneno elapídico é caracterizado por ação neurotóxica. O paciente apresenta, em 45 a 75 minutos, náuseas, vômitos, sudorese, ptose palpebral (uni ou bilateral), fácies miastênica, oftalmoplegia, dificuldade de deglutição, paralisia muscular e respiratória. No local da picada pode haver dor e parestesia discreta, mas não há lesão evidente. O soro é produzido a partir da inoculação de uma mistura da dose de venenos das serpentes Micrurus frontalis e Micrurus corallínus. Especificamente para o acidente elapídico deve-se preparar para a insuficiência respiratória com oferecimento de oxigênio, ventilação não invasiva e invasiva. O aparecimento dos sintomas pode ser tardio, portanto, o paciente deve ser mantido em observação por 24 horas. Se não houver soro antielapídíco imediatamente disponível e o paciente apresentar insuficiência respiratória, o paciente tem indicação de receber neostigmina. − Aplicar neostigmina EV, 0,05 mg/kg em crianças ou até no máximo 2-5 mg no adulto. − Cada ampola de neostigmina deve ser precedida de 0,01- 0,02 mg/kg de atropina (0,25 mg de atropina para cada 0,5 mg de neostigmina). − Deve-se observar um aumento de pelo menos 20 bpm na frequência cardíaca (FC). − Depois continuar com neostigmina (repetir a mesma dose) a cada 4 horas até a infusão do soro antielapídico Manifestações locais: dor e parestesia na região da picada são discretos, não havendo lesões evidentes. • Manifestações sistêmicas: fácies miastênica ou neurotóxica (comum ao acidente crotálico). As possíveis complicações são decorrentes da progressão da paralisia da face para músculos respiratórios. A paralisia flácida da musculatura respiratória compromete a ventilação, podendo haver evolução para insuficiência respiratória aguda e apneia. Todo acidente elapídico é considerado grave e o paciente deve receber de 5 a 10 ampolas de soro antielapídico. Acidentes Crotálicos Acidente por Cascavel Responsável por 7,7% dos acidentes. Letalidade de 1,87%. Ações do veneno: NEUROTÓXICA, MIOTÓXICA E COAGULANTE. • Manifestações locais: não se evidenciam alterações significativas. Dor e edema são usualmente discretos e restritos ao redor da picada. Eritema e parestesia são comuns. • Manifestações sistêmicas: manifestações neuroparalíticas progressão craniocaudal, iniciando-se por ptose palpebral, turvação visual e oftalmoplegia. A “fáceis miastênica” ou “cara de bêbado” associada a oftalmoplegia é uma manifestação clínica decorrente da atividade neurotóxica encontrada nos acidentes crotálicos, sendo representado em maior diversidade no Brasil pelo gênero Crotalus ou cobra cascavel. Distúrbios de olfato e paladar, ptose mandibular e sialorreia. Raramente, insuficiência respiratória aguda. Essas manifestações neurotóxicas regridem lentamente, Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto porém são reversíveis. Também raramente gengivorragia e outros sangramentos discretos. Progressivamente, surgem mialgia generalizada e escurecimento da cor da urina (cor de Coca-Cola ou de chá preto). A insuficiência renal aguda é a principal complicação e causa de óbito. IRA: ocorre com necrose tubular, geralmente de instalação nas primeiras 48 horas. Exames complementares: tempo de coagulação, hemograma e exame de urina. ELISA TRATAMENTO Soro anticrotálico → em caso leve, 5 ampolas; em caso moderado, 10 ampolas; em caso grave, 20 ampolas. Controle gasométrico com possível administração de bicarbonato. *Manter pH urinário acima de 6,5 para evitar a precipitação tubular de mioglobulina. Complicações: • Locais: raros pacientes evoluem com parestesias locais duradouras, porém reversíveis após algumas semanas. • Sistêmicas: a principal complicação do acidente crotálico, em nosso meio, é a insuficiência renal aguda (IRA), com necrose tubular geralmente de instalação nas primeiras 48 horas. REAÇÕES ADVERSAS À SOROTERAPIA REAÇÕES TARDIAS: “Doença do Soro” ocorrem de 5 a 24 dias após o uso da SAV. febre, artralgia, linfoadenomegalia, urticária e proteinúria, pelo mecanismo de formação de imunocomplexos; Tratamento: corticosteróide, como a prednisona, na dose de 1 mg/kg dia (máximo de 60 mg) por cinco a sete dias. OUTRAS MEDIDAS • NÃO indicado uso de antibioticoterapia profilática. • NÃO administrar heparina ou plasma para corrigir distúrbios de coagulação decorrentes do envenenamento • Debridamento cirúrgico; aspirar líquido das bolhas devido a presença de veneno. • Debridamento após delimitação deárea necrótica • Fasciotomia: tratamento da síndrome compartimental. Manter membro abaixo no nível do coração. EVITAR • Torniquete- garroteamento reduz a perfusão, e aumenta a concentração do veneno em uma região, contribuindo para maior destruição tecidual. • Sucção- contaminação do local com flora bucal humana e aumentando isquemia. • Incisão – aumenta a via de acesso dos microrganismos ao tecido, aumentando risco de infecção, destruição tissular e sangramento local. • Substâncias sobre o local da picada – contaminação do local. Acidentes por Escorpiões Acidente causado pela inoculação de toxinas, por intermédio do aparelho inoculador (ferrão) de escorpiões, podendo determinar alterações locais e sistêmicas. Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto A ocorrência é bem parecida com a de serpentes. A maioria dos acidentes ocorre em áreas rurais; A maioria das notificações originam-se das regiões Sudoeste, Oeste e Centro-Leste, nas quais predominam o bioma Caatinga. No Sudeste, a sazonalidade é semelhante à dos acidentes ofídicos, ocorrendo a maioria dos casos nos meses quentes e chuvosos. • Local da picada: membros superiores, 65% mão e antebraço. No Brasil são espécies de importância médica: Tityus serrulatus (escorpião amarelo) distribuído da Bahia até o Paraná e adaptado ao meio urbano; T. bahiensis (escorpião marrom) presente em todo o país, exceto região Norte; e T. stigmurus (escorpião-amarelo do Nordeste), T. obscurus (escorpião-preto da Amazônia) A maioria dos casos graves decorre de picada do T. serrulatus. Podem ser encontrados em áreas secas, biotas úmidos, áreas costeiras e regiões urbanas. O hábito noturno é registrado para a maioria das espécies. Dentro do domicílio, podem se esconder em armários, calçados ou sob peças de roupas deixadas no chão, aumentando o risco de acidentes. São animais carnívoros e alimentam-se principalmente de insetos, como grilos e baratas. Seus predadores incluem lacraias, aranhas, formigas, lagartos, serpentes, sapos, aves e alguns mamíferos; A maioria dos acidentes é leve, e os quadros graves ocorrem em crianças e idosos. A principal manifestação local é a dor. Pode estar acompanhada de parestesia, eritema e sudorese. Pode durar 24 horas, mas é mais intensa nas primeiras horas. Acidentes moderados se apresentam com dor intensa local, sudorese, náusea, vômitos, taquicardia, taquipneia e hipertensão. Acidentes graves apresentam, além dos sintomas já descritos, manifestações neurológicas, miose ou midríase, priapismo, aumento de secreções (sudorese profusa, vômitos incoercíveis e rinorreia e lacrimejamento), agitação ou exaustão, bradicardia, insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão, choque, convulsões e coma. Autópsias de óbitos por acidente escorpiônico revelam edema cerebral, edema pulmonar alveolar, edema intersticial miocárdico com infiltrado inflamatório. O veneno escorpiônico também pode induzir hiperglicemia, glícogenólise, leucocitose e hipocalemia. Além disso, pode provocar miocardite com alteração de segmento e elevação de troponina. Deve-se solicitar hemograma, glicemia, potássio, sódio, amilase, creatinoquinase e eletrocardiograma. Em casos graves, solicita-se troponina e ecocardiograma. − No eletrocardiograma, pode haver bradicardia, taquicardia, extrassistolia, inversão de onda T, presença de onda U proeminente, onda Q, infra ou supradesnivelamento do segmento ST. − O ecocardiograma mostra hipocines ia difusa, que em geral é transitória. Com relação ao acidente escorpiônico confirmado, é indicado o soro antiescorpiônico (SAEsc) ou Soro antiaracnídico (SAA), se o primeiro estiver indisponível, nos casos moderados e graves. Formalmente, nos casos moderados, em crianças até 7 anos é considerado imediatamente a soroterapia. Em adultos e crianças maiores que 7 anos, tratar inicialmente a dor com analgesia e reavaliar o paciente, caso persista a dor e as manifestações sistêmicas, iniciar, então, a soroterapia. Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto TRATAMENTO Acidentes leves podem ser tratados com anestesia local com lidocaína e observados por 4 a 6 horas. Acidentes moderados têm indicação de 2 a 3 ampolas de soro antiveneno (especialmente em crianças) e acidentes graves devem receber 4 a 6 ampolas. Ambos devem ser monitorizados por pelo menos 24-48 horas. No escorpionismo, o tempo entre o acidente e o início de manifestações sistêmicas graves é relativamente mais curto do que nos acidentes ofídicos. Desse modo, em especial quanto às crianças, o diagnóstico e o tratamento oportunos são cruciais na reversão do quadro de envenenamento, sendo o suporte às condições vitais do acidentado indispensável para o sucesso do tratamento. Acidente Aracnídico Acidente causado pela inoculação de toxinas, por intermédio do aparelho inoculador (quelíceras) de aranhas, podendo determinar alterações locais e sistêmicas. No Brasil são três gêneros de aranha com relevância médica: Phoneutria (aranha-armadeira), Loxoscelees (aranha-marrom), (Latrodectus (viúva-negra). Loxosceles (aranha-marrom): podem atingir 1 cm de corpo e até 4 cm de envergadura de pernas. Teias irregulares, geralmente ao abrigo da luz. Não são agressivas e picam, em especial, quando comprimidas contra o corpo. As principais causadoras de acidentes são: L. intermedia, L. laeta e L. gaucho. Phoneutria (aranha-armadeira, aranha-macaca, aranha-da-banana): atingem 3 cm a 4 cm de corpo e até 15 cm de envergadura de pernas. Não constroem teia geométrica e são de hábito noturno. Os acidentes ocorrem, dentro das residências, ao se calçar sapatos e botas ou manusear materiais de construção, entulho ou lenha. No Brasil, ocorrem as espécies: P. nigriventer, P. bahiensis, P. keyserlingi, P. fera, P. reidyi, P. boliviensis, P. pertyi e P. eickstedtae. Latrodectus (viúva-negra): constroem teias irregulares entre vegetações arbustivas e gramíneas, podendo apresentar hábitos domiciliares e peridomiciliares. Somente as fêmeas, que apresentam corpo de 1 cm de comprimento e até 3 cm de envergadura de pernas, são causadoras de acidentes, que ocorrem normalmente quando são comprimidas contra o corpo. No Brasil, até o momento, são conhecidas duas espécies: L. geometricus e L. curacaviensis (ou L. gr. mactans). As picadas de aranhas são um evento médico raro. A preocupação particular é principalmente com as lesões necróticas que podem ser causadas por essas picadas, mas, exceto pelas aranhas do gênero Loxosceles, esse tipo de lesão não ocorre. Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto LOXOSCELISMO Manifestações locais: picada, usualmente pouco dolorosa, que pode não ser percebida. Após algumas horas: dor, eritema e edema na região da picada; equimose central e áreas de palidez (placa marmórea). Eventualmente, bolhas com conteúdo sero-hemorrágico; área endurecida à palpação. A lesão cutânea pode evoluir para necrose seca e úlcera. Manifestações sistêmicas: queixas inespecíficas (mal- estar, cefaleia, febre, exantema). A presença de hemólise intravascular caracteriza a chamada forma cutâneo- hemolítica (cutâneo-visceral) do loxoscelismo, observada na minoria dos casos, em geral nas primeiras 72 horas após a picada. Os casos graves podem evoluir para insuficiência renal aguda. Os acidentes com aranhas do gênero loxosceles apresentam se sob duas formas, o loxoscelismo cutâneo que e a mais comum descrita, sendo observada por 87-99% dos casos em nosso meio e que são geralmente indolores e pouco valorizadas pelo paciente, cerca de 24 a 36 horas ocorre a progressão da lesão, intensificando a dor, edema, evoluindo após alguns dias para necrose seca, que se desprende, deixando uma ulcera. No loxosclismo cutâneo-visceral, além dos sintomas descritos na forma cutâneo associa-se a hemólise intravascular, podendo o paciente evoluir para insuficiência renal aguda IRA e coagulação intravascular disseminada(CIVD) Complicações: Necrose, Anemia hemolítica aguda, Rabdomiolise, Injuria renal aguda (IRA), Coagulação intravascular disseminada, Infecção local. FONEUTRISMO Manifestações locais: dor irradiada e de início imediato (sintoma mais característico), que pode ser bastante intensa nas primeiras três a quatro horas após a picada. O quadro pode ser acompanhado por edema e sudorese no local e por parestesia ao longo do membro. As marcas dos pontos de inoculação podem ou não serem visualizadas. Manifestações sistêmicas: associadas ao quadro local. Os pacientes podem apresentar taquicardia, hipertensão arterial, agitação psicomotora e vômitos. Crianças podem apresentar manifestações graves, como sudorese profusa, sialorreia, priapismo, hipotensão, choque e edema pulmonar agudo, que ocasionalmente podem evoluir para óbito. Complicações: Os casos graves são raros e ocorrem particularmente em crianças. Podem apresentar hipertensão arterial, vômitos persistentes, diaforese extrema, priapismo, edema pulmonar agudo e choque, por provável intoxicação adrenérgica e colinérgica. A morte no acidente por Phoneutria também é excepcionalmente rara. LATRODECTISMO Manifestações locais: dor local de pequena intensidade, que evolui com sensação de queimação; pápula eritematosa e sudorese localizada. Manifestações sistêmicas: alterações motoras (dor irradiada; contrações espasmódicas dos membros inferiores; contraturas musculares intermitentes; tremores; dor com rigidez abdominal, que pode simular abdome agudo) e fácies latrodectísmica (contratura facial e trismo dos masseteres). Manifestações menos frequentes: opressão precordial, taquicardia e hipertensão arterial, náuseas, vômitos, sialorreia e priapismo. Complicações: dor local intensa irradiada, rabdomiólise, lesão miocárdica, dispneia, espasmos dos músculos da face e do tronco, cefaleia, dor abdominal, vômitos, e convulsões. A limitação ao uso de antiveneno deve-se ao diagnóstico tardio, muitas vezes realizado já com a necrose cutânea delimitada. Nesse caso, medidas de suporte, como uso de antissépticos, lavagem com permanganato de potássio (KMnO4) 1:40.000 (1 comprimido em 4 litros de água) e curativos são recomendados até ser realizada a remoção da escara. Pode ser necessário tratamento cirúrgico para o manejo da úlcera e a correção da cicatriz. Os acidentes por Phoneutria correspondem a uma das mais importantes formas de araneísmo no Brasil, tendo Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto sido responsáveis, até o início da década de 1990, pela maioria dos casos registrados no país. O envenenamento caracteriza-se por dor local intensa, de instalação imediata, e que raramente evolui com complicações. O bloqueio anestésico no tratamento do quadro doloroso representa a principal abordagem terapêutica nos acidentes por Phoneutria. O tratamento com antiveneno específico (SAAr) é indicado em pacientes que apresentem alterações sistêmicas, além do quadro local doloroso. Pacientes graves devem ser internados em unidade de terapia intensiva para melhor monitoramento e controle dos distúrbios hemodinâmicos e respiratórios. Acidentes por Animais Peçonhentos na Bahia, 2018 e 2019 A distribuição da frequência: Vitoria da conquista teve mais casos leves e moderados; O Diagrama de Controle dos acidentes por escorpiões na Bahia mostra que os meses de outubro, novembro e dezembro são os que apresentam as maiores médias dos números de notificações de acidentes. Sessão 3 TBL DRAMA Thais M. Souto Óbitos- letalidade: 1º serpentes, 2º escorpiões, 3º abelhas. Casos confirmados por acidentes por animais peçonhentos: 1º escorpiões, 2º serpentes, 3º abelhas, 4º aranhas. COMO PREVENIR ACIDENTES Evite andar descalço. Calçados com perneiras ou botas de cano alto podem contribuir para a redução dos acidentes. Atenção redobrada em matas, capinzais, locais com muitas árvores, pomares, margens de rios, lagos e lagoas. Atenção ao subir em árvores ou até mesmo ao colher frutos. Use luvas no corte de cana, colheitas, trabalhos de capinagem e limpeza de terrenos. Evite colocar a mão desprotegida em buracos na terra ou cupinzeiros, assim como ao revirar montes de terra ou lenha. Mantenha sempre limpa a área ao redor das residências, evitando o acúmulo de madeiras, tijolos ou pedras. Evite amontoar sapatos, roupas e utensílios em geral. Mantenha berços e camas afastados da parede. Limpe constantemente ralos de banheiros e cozinhas. EM CASO DE ACIDENTE, O QUE FAZER? Lave bem o local da picada com bastante água e sabão; Coloque a pessoa em repouso; Leve-a IMEDIATAMENTE para a unidade de saúde mais próxima, onde deverá receber o tratamento médico adequado; Se for possível e seguro capturar o animal, leve-o junto para ser identificado. IMPORTANTE: NÃO AMARRE, NÃO FURE, NÃO CORTE E NÃO SUGUE o local da picada; NÃO coloque alho, café, fumo, castanha, esterco, pimenta, ou qualquer produto no local da picada; Não tome bebida alcoólica, querosene, óleo diesel, chás ou remédios “milagrosos”, etc. O paciente pode beber água à vontade!
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