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Didática no Ensino 1 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Didática no Ensino 1 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Souza, Tiago Lobato, 2020. TIC e Educação a Distância - Belém, PA: Faculdade Estratego. 29 páginas. Palavras-chave: 1. EAD 2. Tecnologias 3. Educação 4. Ensino. Didática no Ensino 2 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos s SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................3 1 - CONCEITOS DE EAD ..............................................................................................................................4 1.2 LDB - 1996 .........................................................................................................................................5 1.3 PRIMEIRA ATUALIZAÇÃO - 2005 ......................................................................................5 1.4 SEGUNDA ATUALIZAÇÃO – 2017 .......................................................................................5 1.5 ACESSO À EDUCAÇÃO ...........................................................................................................6 1.6 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) .......................7 2 - ENSINO HÍBRIDO ...................................................................................................................................8 2.1 TD E MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO ...................................................................................8 2.2 FLIPPED CLASSROOM ...........................................................................................................9 2.3 A SALA DE AULA ESTENDIDA .............................................................................................10 2.4 ROTATION MODEL ....................................................................................................................10 2.5 FLEX MODEL .................................................................................................................................10 2.6 A LA CARTE MODEL .................................................................................................................11 2.7 ENRICHED VIRTUAL MODEL ..............................................................................................11 3 - GERAÇÕES DE TECNOLOGIA EM EAD ....................................................................................11 3.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ..............................13 3.2 MARCOS HISTÓRICOS DA EAD NO BRASIL ..............................................................14 4 - AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM .........................................................................15 5 - RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS ...................................................................................17 5.1 O QUE SÃO REAS? ......................................................................................................................18 5.2 O QUE SÃO LICENÇAS ABERTAS? ..................................................................................19 5.3 BENEFÍCIOS E LIBERDADES EM RECURSOS COM LICENÇA ABERTA ..19 6 - ENSINO ONLINE ABERTO ................................................................................................................20 6.1 MOOCS ..............................................................................................................................................20 7 - DESIGN DE CURSOS PARA EAD ....................................................................................................21 7.1 O DESIGN EDUCACIONAL ....................................................................................................21 8 - AUTOINSTRUÇÃO E MATERIAL INSTRUCIONAL ..............................................................23 8.1 AUTOINSTRUÇÃO E INSTRUÇÃO CONVENCIONAL ...........................................24 8.2 POSSIBILIDADES DA AUTOINSTRUÇÃO .....................................................................24 8.3 EXEMPLO PRÁTICO DE AUTOINSTRUÇÃO ...............................................................25 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................27 * * A navegação deste e-book por meio de botões interativos pode variar de funcionalidade dependendo de cada leitor de PDF. Didática no Ensino 3 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos INTRODUÇÃO Vivemos hoje no mundo das redes sociais, da inteligência artificial em ascensão e da Inteligência coletiva tão citada por Pierre Lévy, que aumenta a cada segundo, a cada instante nas redes de computadores conectadas à internet. Talvez, quando você terminar de ler esta introdução, milhões de novos outros dados e informações já estejam disponíveis em servidores espalhados no mundo todo e que podem ser acessados na “palma da sua mão”. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nunca dormem, nunca param de funcionar e estão mudando a nossa realidade e a nossa educação. Algumas pessoas podem não entender a relevância de todo esse avanço tecnológico e digital em nossas vidas e o impacto que ele causa no nosso cotidiano, mas ele está lá presente, na forma como nos comunicamos, na maneira como consumimos serviços e produtos e no processo de ensino e aprendizagem, e esse último, como você já deve ter percebido pelo tema desse e-book, será o contexto estudado e discutido ao longo das próximas páginas. “Como as tecnologias de informação e comunicação estão envolvidas com a educação?” será a principal pergunta que tentarei responder junto com você nessa leitura. Será abordada de maneira mais específica a Educação a Distância (EAD): como ela é promovida através dessas tecnologias, quais as metodologias utilizadas nessa modalidade de ensino, como criar cursos para EAD, etc. Nesse material você terá um parâmetro geral dos temas mais relevantes e discutidos quando se trata de TIC e EAD na atualidade. No primeiro tema, conheceremos alguns conceitos básicos de EAD, logo em seguida, falaremos sobre Ensino Híbrido e algumas formas de abordar a modalidade de ensino. Na terceira parte do e-book, você entenderá um parâmetro geral da evolução da tecnologia que envolveu a EAD ao longo da história. No quarto tema, abordaremos sobre Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA’s) e suas principais características. Posteriormente, você entenderá o que são Recursos Educacionais Abertos e como usá-los. Em seguida, continuaremos com o tema Design de Cursos para EAD e, como complemento, terminaremos a leitura ao falar sobre Autoinstrução e material instrucional e como inserir essas características na criação de produtos educacionais, como materiais e cursos para EAD. Esse material foi desenvolvido para ser um complemento das videoaulas do módulo disponível para você. Assim, é possível acompanhar as aulas junto com o e-book aberto em outra aba do computador, impresso ou até mesmo aberto em um PDF, no seu celular, enquanto você assiste às aulas em outra tela. Didática no Ensino 4 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Espero que você goste da leitura, que consiga achar aplicabilidade prática do conteúdo disposto com a sua realidade e aprenda ainda mais sobre esse universo vasto e rico da Educação a Distância e das tecnologias envolvidas em todo o seu processo de construção. Bons estudos! 1 - CONCEITOS DE EAD Se você pudesse descrever o conceito de Educação a distância, quais seriam as principais características que você destacaria para essa modalidade de ensino? Acredito que ao se fazer essa pergunta, você pode pensar em aspectos como: “ser virtual”, “acontece através da internet”, “precisa deum computador”, “videoaulas”, “envio de material pelo correio”, “tutoria”, etc. Existe hoje uma série de características que podem vir à tona na sua mente de acordo com o conhecimento ou experiência que possui com o assunto. Neste tópico serão abordados alguns desses aspectos, segundo alguns autores e a legislação brasileira, para que seja entendido de maneira mais clara como podemos definir EAD e como ela se aplica em diferentes contextos. 1.1 O QUE É EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA? Segundo Moore & Kearsley (2008), alunos e professores estão em locais diferentes em todo ou grande parte do tempo em que aprendem e ensinam. Se estão em lugares distintos, dependem de algum tipo de tecnologia para transmitir informações e proporcionar um meio para interagir. Dito isto, os autores reforçam: “Educação a distância é o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local do ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais “. (MOORE & KEARSLEY, 2008, p 2) Figura 1: Ilustração para EAD Fonte: Freepik.com Didática no Ensino 5 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Outra fonte de definição de EAD seria a legislação através de leis e decretos que descrevem um pouco mais seu conceito e aplicação em cada país. Em seguida, serão citadas as primeiras aparições da normatização da Educação a Distância na lei brasileira. 1.2 LDB - 1996 A primeira vez em que a Educação a Distância foi citada como uma das modalidades oficiais no Brasil foi em 1996, através da Lei 9.394, que estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), prometendo incentivar seu desenvolvimento em certos contextos educacionais: “Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada” (BRASIL, 1996). 1.3 PRIMEIRA ATUALIZAÇÃO - 2005 Após a citação da EAD na LDB, em 1996, o primeiro decreto que, de fato, descreveu como essa modalidade de ensino poderia ser executada com suas normas e regras foi em 2005 no Decreto nº 5.622. Nas disposições gerais do primeiro capítulo do decreto, é possível encontrar o seguinte artigo: Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professo- res desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL, 2005). A partir desse decreto foi possível visualizar um pouco melhor como a EAD era definida pelo MEC e por diretrizes brasileiras e quais normas deveriam ser seguidas para se alcançar um padrão mínimo de qualidade na oferta de cursos e materiais. 1.4 SEGUNDA ATUALIZAÇÃO – 2017 A próxima atualização sobre EAD acontece em 2017, no Decreto nº 9.057, que insere outras características que definem a modalidade e que são exigidas para que ela ocorra. Está destacado em negrito, no parágrafo seguinte, o que foi acrescentado e alterado, comparado com o decreto anterior: Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios Didática no Ensino 6 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatí- veis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos (BRASIL, 2017). De acordo com que foi lido até o momento, podemos resumir nos seguintes tópicos: • ● A primeira vez que a educação obteve uma diretriz específica na lei foi em 1996; • ● Segundo a LDB, a EAD pode estar presente em várias modalidades e níveis de ensino; • ● Os decretos seguintes descreveram, de maneira mais detalhada, como a EAD poderia ser aplicada. 1.5 ACESSO À EDUCAÇÃO A Educação a Distância também é conhecida por ser uma modalidade de ensino que democratiza o acesso à educação por pessoas que não conseguem se deslocar até um centro urbano ou qualquer outra região onde seja possível encontrar uma instituição que ofereça o ensino presencial. A EAD também proporciona outras opções mais adaptáveis e flexíveis de ensino para quem não consegue achar um contexto do ensino presencial que se encaixe na sua realidade. Sobre esse assunto, Santos (2011) diz: Também foi possível um crescimento no acesso à educação em vários níveis de ensino, mas o maior crescimento e impacto tem acontecido no ensino superior. O trecho a seguir foi retirado de uma pesquisa realizada pela Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância) e descrito pela revista eletrônica da Forbes (2019) que mostra o alcance da educação a distância no ensino superior comparado ao ensino presencial: “Considerado como uma modalidade de ensino em crescente expansão, a EAD é vista como uma das possibilidades de promover o desenvolvimento da educação nacional. Com o advento da internet e dos avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação o ensino a distância torna-se também hoje em dia um meio propício para a democratização do terceiro grau no Brasil. (...) Essas políticas de diversificação de modalidades de ensino no setor público têm propósitos democratizantes” (SANTOS, 2011,p.1). Didática no Ensino 7 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos O preconceito contra a educação a distância (ou EAD) parece estar com os dias contados no país. De acordo com o censo EAD.BR, feito pela Asso- ciação Brasileira de Ensino a Distância (Abed), 2017 registrou um número recorde de matriculados: 7.773.828. Os cursos que têm ampliado seu nú- mero de alunos são os de nível superior e de pós-graduação lato sensu, segundo o relatório. O Censo da Educação Superior, realizado pelo Insti- tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), confirma a tendência: enquanto o ensino presencial apresentou queda nas matrículas, a EAD registrou um crescimento de 17,6% de 2016 para 2017. Os alunos dessa modalidade são quase 1,8 milhão, ou 21,2% do total de matriculados em todo o Ensino Superior (FORBES, 2019). Essa democratização do acesso à educação traz à tona a relevância e importância social da EAD por ajudar na formação de indivíduos, no crescimento de pessoas que conseguem entrar no ensino superior e que impacta diretamente no desenvolvimento emocional do país. 1.6 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) Em todo o processo de criação e transmissão de cursos em EAD é possível encontrar a presença do uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s). Nos modelos mais comuns e disseminados usados hoje, diria que é impossível fazer EAD sem essas tecnologias. Destaco em negrito, abaixo, o trecho do decreto de 2005 que já citava a presença das TIC’s no conceito e aplicação de EAD: A Educação a Distância é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Esta definição está presente no Decreto 5.622, de 19.12.2005 (que revoga o Decreto 2.494/98), que regulamenta o Art. 80 da Lei 9.394/96 (BRASIL, 2005). Ao longo do e-book você perceberá que as TIC’s e outras tecnologias serão abordadas em quase todos os temas, pois é importante entender a importância e presença indispensável dessas ferramentas para execução de cursos em EAD atualmente. O Ensino Híbrido ou Blended Learning (em inglês), de maneira simples e resumida, seria o uso do ensino presencial e do ensino a distânciano mesmo contexto educacional, para ministrar uma disciplina ou curso inteiro. Segundo Bacich et.al. (2015): Didática no Ensino 8 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos “A expressão ensino híbrido está enraizada em uma ideia de educação híbrida, em que NÃO existe uma forma única de aprender e na qual a aprendizagem é um processo contínuo, que ocorre de diferentes formas, em diferentes formas, em diferentes espaços.” (BACICH et.al., 2015) 2 - ENSINO HÍBRIDO Essa modalidade permite a personalização do ensino e possui a tecnologia como aliada do processo de ensino e aprendizagem. Hoje, é muito comum que as Tecnologias Digitais (TD’s) auxiliem na inversão do modelo tradicional de ensino e aprendizagem e ajudem os professores a incentivarem uma postura mais ativa dos alunos em sala de aula. Segundo Lilian Bacich et.al. (2015), a escola atual, estruturalmente, é semelhante à escola do século passado, porém os estudantes de hoje não aprendem da mesma forma que os do século anterior. Crianças e jovens estão cada vez mais imersos em tecnologias digitais e a integração nas escolas quanto às tecnologias digitais precisa ser feita de modo que desperte nos alunos o lado criativo e crítico. As TD’s também devem ser utilizadas com o objetivo de buscar desenvolver a autonomia e reflexão dos alunos. 2.1 TD E MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO O uso das tecnologias digitais como o computador, a internet, os jogos digitais, os smartphones vai muito além da ludicidade e uso de uma ferramenta moderna, que é objetivo de muitas instituições ao utilizá-las. Elas podem ressignificar o conceito de ensino e de aprendizagem quando proporcionam mais conteúdo do que pode ser aprendido com aulas extremamente expositivas, por exemplo. Nesse caso, o papel de professor e de aluno se transformam e o primeiro se torna um mediador, orientador dos caminhos que o segundo pode traçar através dos meios tecnológicos rumo à construção de uma aprendizagem. Essa “As tecnologias digitais modificam o ambiente no qual estão inseridas, trans- formando e criando novas relações entre os envolvidos no processo de apren- dizagem: professor, estudantes e conteúdos.” (BACICH et.al., 2015) Você sabia? Didática no Ensino 9 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos é uma das principais características de metodologias ativas que podem ser utilizadas em sala de aula. 2.2 FLIPPED CLASSROOM A seguir, há algumas características em tópicos que descrevem um exemplo de um tipo de metodologia ativa, que é a Flipped Classroom: • ● Tradução do termo: Sala de aula invertida; • ● Nessa metodologia não há aulas expositivas; • ● Acontece estudo prévio em outros locais que não sejam em sala de aula. O professor, geralmente, utiliza mídias e arquivos como: vídeos, textos, apostilas; • ● São feitos, em sala de aula, exercícios, assim como outras atividades coletivas que realmente aproveitem o máximo do ambiente da sala de aula e da presença de outros estudantes, como projetos e discussões, por exemplo. Figura 2: Ilustração de sala de aula sem aula expositiva Fonte: bernas.id Pesquise e tente encontrar quais outras metodologias ativas existem. Pesquisa https://www.youtube.com/watch?v=E8NlU_07XRI&t=27s Didática no Ensino 10 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 2.3 A SALA DE AULA ESTENDIDA Umas das principais características do ensino híbrido é o entendimento do ambiente de estudo para além da sala de aula ou dos muros da escola. O ensino e aprendizagem podem ocorrer em qualquer lugar e ambiente onde seja possível estudar, aprender com o outro ou através de algum meio de comunicação, principalmente digital. Sobre isso, Moran (2015) diz: Não são dois mundos ou espaços, mas um espaço estendido, uma sala de aula ampliada, que se mescla, hibridiza constantemente. Por isso, a educação formal é cada vez mais blended, misturada, híbrida, porque não acontece só no espaço físico da sala de aula, mas nos múltiplos espaços do cotidiano, que incluem os digitais (Moran, 2015, p. 15). Algumas das principais características das metodologias que podem ser utilizadas dentro desse contexto e que são modelos de ensino híbrido estão presentes, a seguir, em um breve resumo em tópicos. 2.4 ROTATION MODEL • ● Tradução: Modelo de rotação; • ● Modelo tradicional de ensino e educação online; • ● Rotação por estações: atividade online e atividades específicas (discussões, projetos, exercícios) em que os alunos se revezam em rodízio em cada atividade; • ● Laboratório Rotacional: sala de aula e laboratório de informática. Um grupo permanece na sala enquanto o outro está na atividade no laboratório, logo depois há uma troca de ambiente dos grupos; • ● Sala de aula invertida: metodologia citada anteriormente e que faz parte desse modelo de ensino híbrido; • ● Rotação individual: estudo de temas conforme o tempo de aprendizagem de cada aluno. O roteiro de estudo é feito em conjunto com o professor, ou seja, trilhas de estudo personalizadas. 2.5 FLEX MODEL • ● Aprendizagem online como principal meio de ensino; • ● Nova organização metodológica para toda a escola, com uma organização de ritmo personalizado de estudo dos alunos de diferentes níveis; Didática no Ensino 11 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos • ● Envolve, também, a criação de roteiro de estudo para séries/anos e para cada aluno; • ● Ritmo personalizado de estudo. 2.6 A LA CARTE MODEL • ● Aprendizagem online como principal meio de ensino; • ● Nova organização metodológica para toda a escola e com uma organização de ritmo personalizado de estudo dos alunos de diferentes níveis; • ● Objetivos traçados pelo professor e estratégia de estudo estabelecido pelo aluno, com ajuda do professor. 2.7 ENRICHED VIRTUAL MODEL • ● Tradução: Modelo Virtual Enriquecido; • ● Aprendizagem online como principal meio de ensino; • ● Atividades online e presencial; • ● Dinâmicas de estudo que envolvem toda a escola em uma determinada disciplina. 3 - GERAÇÕES DE TECNOLOGIA EM EAD Nesse tema você entenderá alguns detalhes relacionados com as tecnologias que acompanharam a evolução da EAD no Brasil e no mundo ao longo da história. Abaixo, encontra-se um gráfico que demonstra as seis gerações da Educação a Distância e quais as TIC’s que marcaram cada etapa dessa evolução. Gráfico 1: Evolução da EAD e suas tecnologias. Fonte: Alves 2011 Didática no Ensino 12 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos A Primeira geração que consta no gráfico foi marcada pela utilização da correspondência de cartas, revistas e jornais para disponibilizar materiais completos, principalmente relacionados ao ensino de línguas estrangeiras, literatura e datilografia. A segunda geração utilizou os meios de comunicação de massa, como os aparelhos de TV e rádio, para alcançar um grande número de pessoas. As programações poderiam ser das mais diversas possíveis, desde cursos livres até disciplinas do ensino básico. Na terceira geração, a comunicação bidirecional estava mais presente pelo uso dos telefones e fax, onde era possível receber feedback e uma orientação mais direcionada no processo de ensino e aprendizagem. Na quarta geração já era possível a realização de aulas mais interativas, com a possibilidade de estar em uma sala de aula e acompanhar o professor a distância, mas com um mediador que pudesse fazer suas perguntas ao professor e respondê-las nas conferências via satélite. Na próxima geração, já conseguimos perceber uma realidade de EAD mais próxima da qual vivemos hoje com o uso de computadores e a internet. Já a última geração, presente no gráfico, é mais atual e está em fase de desenvolvimento em relação ao uso de simuladores, smartphones e outros dispositivos para promover a educação online de maneira mais interativa e adaptável. Apesar das mudanças em relação aos meios utilizados ao longo do tempo, isso não significa que abandonamos as primeiras tecnologias utilizadas, como a correspondência,por exemplo. A EAD ainda é feita por meio de todas essas tecnologias e, algumas vezes, com utilização de várias em paralelo, mas o ideal é sempre escolher o melhor meio de acordo com o contexto em que os alunos e professores estão inseridos. Antes de ler sobre o parágrafo da próxima geração, que tal pesquisar um pouco sobre como eram os cursos por telefone e fax na internet na terceira geração? Pesquisa https://www.youtube.com/watch?v=WyEV8ixyf-w&t=36s Didática no Ensino 13 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 3.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA No tópico anterior você estudou um pouco das gerações que marcaram a EAD e, como pode perceber, essas gerações foram divididas conforme os meios e tecnologias utilizadas para sua propagação. Essas tecnologias podem ser classificadas de acordo com a comunicação entre quem ensina e quem aprende acontece, conforme descrição abaixo: • ● Tecnologias Unidirecionais – Comunicação de Um para Muitos; • ● Tecnologias Bidirecionais – Comunicação de Um para Um; • ● Tecnologias Multidirecionais – Comunicação de Muitos para Muitos. Um exemplo que caracteriza uma TIC unidirecional, por exemplo, seria o rádio, que é um meio de transmissão de massa que não permite uma comunicação direta entre interlocutor e ouvinte. Para exemplificar uma tecnologia bidirecional, podemos citar o telefone utilizado na segunda geração da EAD, que possibilitou a comunicação direta entre aluno e professor, mesmo a distância. Já os telefones celulares ou smartphones possuem uma comunicação de muitas pessoas entre si através das redes sociais, fóruns de discussão, chats e outros meios. Pergunte-se: “Por quantas gerações a EAD passou e qual delas teve maior abrangência em público e estudantes até hoje?” Reflexão Didática no Ensino 14 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 3.2 MARCOS HISTÓRICOS DA EAD NO BRASIL A seguir, encontra-se uma tabela com os principais acontecimentos que marcaram o surgimento e avanço da EAD no Brasil, conforme os avanços das gerações e surgimento de novas tecnologias. Como você acredita que surgiu a Educação a Distância no Brasil? Reflexão Didática no Ensino 15 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 4 - AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM AVA’s são espaços na internet, plataformas construídas para favorecer o ensino e a aprendizagem. Grande parte do processo de ensino e aprendizagem acontece dentro desses espaços. Existem vários ambientes virtuais disponíveis para a educação, alguns disponíveis com licença aberta, disponíveis para utilização gratuita. Outros já possuem licença proprietária, paga e necessitam de um contrato de utilização. Sobre um AVA, Machado & Teruya (2009) dizem que: Um bom ambiente de aprendizagem compreende várias dimensões que vão desde a integração de diferentes materiais didáticos até a relação en- tre professores, alunos, metodologias e estratégias de ensino. Essas di- mensões devem ter a finalidade única de desenvolver a construção do conhecimento no aluno (MACHADO & TERUYA, 2009, p.1728). Vamos conhecer um pouco sobre as principais características que definem um AVA e ver alguns exemplos de plataformas que são bastante utilizadas para promoção do ensino a distância. 4.1 PECULIARIDADES DOS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM Segundo Machado & Teruya (2009), nos AVA’s os recursos didáticos encontram-se dispostos em contextos diferentes, permeados pela dinâmica do virtual, caracterizados principalmente pela separação (espaço e tempo) entre aquele que ensina e aquele que aprende. A tecnologia dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem é muito importante para o processo de ensino e aprendizagem online, mas o sucesso na aprendizagem está relacionado à qualidade do envolvimento das pessoas inseridas nesses espaços. Figura 4: Ilustração para Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Fonte: Alves 2011 O que são Ambientes Virtuais de aprendizagem (AVA’s)? Didática no Ensino 16 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos 4.2 EXEMPLOS DE AVA’S Cada uma das plataformas abaixo possui uma característica geral que a define como um AVA e aspectos específicos que a distingue uma das outras. O Moodle, por exemplo, é uma plataforma muito utilizada no ensino superior por ser um software livre de fácil adaptação e possui uma série de ferramentas disponíveis, como chats, fóruns, possibilidade de upload de arquivos pelos alunos e uma série de outras vantagens. O Coursera é um AVA proprietário que precisa ser pago para a utilização de alguns de seus recursos. Essa plataforma possui centenas de cursos disponíveis postadas por professores e instituições do mundo todo e pode ser utilizada como recurso para vários níveis de ensino. Figura 7: Coursera Fonte: coursera.org Didática no Ensino 17 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos O SAV (Sala de Aula Virtual) é a plataforma proprietária da Estratego, foi criada pela faculdade e só pode ser utilizada por ela. Nela são cadastrados cursos de graduação e pós-graduação para alunos de todo o Brasil e é possível ter acesso a várias ferramentas administrativas e pedagógicas para facilitar a aprendizagem dos alunos e tudo o que for relacionado a serviços para a conclusão dos estudos. Figura 8: SAV Fonte: do autor 5 - RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS Para que você entenda, de fato, o que são Recursos Educacionais Abertos (REA’s), preciso te explicar o significado de um recurso ser “Aberto”. Esse termo possui algumas características básicas: ser gratuito, livre e de fácil acesso, e dificilmente possui muitas restrições de uso. Ou seja, você conseguiria ter um maior acesso a recursos, maior transparência de uso e não precisaria pagar para utilizá-lo. Na figura 9, você encontra um resumo do que significa um recurso ser aberto. Didática no Ensino 18 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Figura 9: Características de Recursos Educacionais Abertos. Fonte: do autor A seguir, você pode verificar alguns pontos importantes que definem um REA através de tópicos para facilitar o seu entendimento sobre esse tipo de recurso educacional. 5.1 O QUE SÃO REAS? • ● Tudo que pode ser utilizado para ajudar no ensino ou na aprendizagem: um vídeo, um plano de aula, uma anotação de aula, um livro ou capítulo de livro, uma imagem, etc; • ● “Aberto” - relacionado à gratuidade e acesso livre. Sem limitações na forma de usá-lo; • ● Recurso Educacional Aberto (REA) – A licença desse recurso informa a permissão para uso sem a necessidade de pedir autorização ao autor; • ● A permissão dada por meio de uma licença aberta indica como o usuário pode reutilizar o referido recurso. Didática no Ensino 19 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Figura 10: Representação de recurso livre. Fonte: freepik.com Existem diferentes tipos de licença que um recurso pedagógico ou didático pode possuir. Recursos com licenças fechadas são mais difíceis de serem utilizados, pois precisam da autorização de uso ou pagamento de alguma taxa pelos direitos autorais. Os tópicos abaixo descrevem um pouco melhor a diferença. 5.2 O QUE SÃO LICENÇAS ABERTAS? • ● Servem, primeiramente, para indicar quem fez o material/recurso; • ● Dão instruções claras sobre como e em que contexto o criador gostaria que o material fosse reutilizado; • ● Copyright – Tipo de licença que possui todos os direitos reservados ao autor da obra; • ● Creative Commons (CC) - licenças específicas, com diferentes tipos de instruções ou permissões, mas que atribuem mais liberdade de reutilização, recriação e alterações na obra do que a licença Copy Right. 5.3 BENEFÍCIOS E LIBERDADES EM RECURSOS COM LICENÇA ABERTA • ● Conservar – o direito de criar, possuir e controlar cópias do conteúdo; • ● Reutilizar – o direito de usar o conteúdo de uma ampla gama de maneiras (por exemplo, em aulas, em grupos de estudo, em site); • ● Revisar – o direito de adaptar, de ajustar, de modificar ou de alterar o conteúdo em si (porexemplo, traduzir o conteúdo para outro idioma); Didática no Ensino 20 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos • ● Remixar – o direito de combinar o conteúdo original ou revisado com outros conteúdos abertos para criar algo novo; • ● Redistribuir – o direito de compartilhar cópias do conteúdo original, suas revisões ou suas remixes com outras pessoas (por exemplo, dar uma cópia a um amigo). 6 - ENSINO ONLINE ABERTO O ensino online aberto está relacionado ao termo abordado acima quando se fala de um ensino gratuito, de livre acesso e que promove a democratização do acesso ao conhecimento e seu compartilhamento. A promoção do ensino online gratuito e sem limitações aproveita a sabedoria coletiva da comunidade virtual para construir um sólido compartilhamento de informações entre as pessoas. A maioria dos cursos presentes na internet nesse formato são disponibilizados através de AVA’s e existe um tipo específico de plataformas que dissemina vários cursos online abertos. Essas plataformas são conhecidas como MOOCs (Massive Open Online Courses). Veja algumas características a seguir. 6.1 MOOCS • ● MOOCs - Massive Open Online Courses ou Cursos Online Abertos; • ● Um AVA que disponibiliza centenas de cursos livres e gratuitos para qualquer pessoa que tenha acesso à internet e consiga acessá-los; • ● Para ter acesso aos cursos dos MOOC’s, basta ter acesso à Internet e um Computador, ou qualquer outro dispositivo que tenha acesso à internet, como smartphones e tablets; • ● Feitos para alcançar um número massivo de pessoas; • ● Não possuem uma personalização específica a um público alvo, mas os assuntos são específicos e variados; • ● Cursos criados e organizados para serem autoinstrucionais, sem auxílio de professor ou tutor. https://www.youtube.com/watch?v=MTrUZfTwy_c Didática no Ensino 21 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Para que você possa verificar na prática como funciona um MOOC e até realizar um curso na plataforma para entender como ela funciona, você pode acessar o MOOC criado pela UFRGS chamado Lúmina. Essa plataforma possui uma série de cursos com temas interessantes e organizados para qualquer pessoa que tenha interesse em cursá-los. 7 - DESIGN DE CURSOS PARA EAD Para iniciarmos esse tema, vamos analisar brevemente o termo “Design”. Esse termo pode ser interpretado em diferentes sentidos. Design pode ser um modo de pensar dos profissionais que trabalham com resolução de problemas à adaptação de um produto ou serviço para uma necessidade de um público específico. Design também pode ser interpretado como um processo, etapas que devem ser seguidas para amadurecer uma ideia, uma solução, para que ela evolua do papel, para um protótipo e depois se torne algo mais concreto e menos abstrato. Design também pode ser considerado um projeto ou desenho de como um serviço ou produto deve ser executado, criado ou usado. O Design também possui o seu significado e aplicação influenciado pelo avanço tecnológico, pelo contexto histórico e pelas mudanças sociais e culturais. Hoje o design é um processo voltado ao ser humano e suas necessidades. Mais do que a forma e aparência, os produtos e serviços são criados a partir do pensamento do design e devem ter uma função clara, objetiva e adaptada ao problema ou necessidade de alguém. 7.1 O DESIGN EDUCACIONAL Já o Design Educacional ou Instrucional é um ramo específico da área do Design que envolve a criação de projetos didáticos, materiais didáticos ou qualquer outro produto ou serviço que possa ser considerado educacional. São soluções pedagógicas criadas para um contexto onde existe uma necessidade ou problema de aprendizagem para um público de aprendizes específico. “O design didático é um sistema de procedimentos para o desenvolvimento consistente e confiável de programas de educação e treinamento. Trata-se de um processo complexo, por ser criativo, ativo e interativo.” (GUSTAFSON & BRANCH, 2002, apud SOUZA et. al., 2011, sem paginação) https://lumina.ufrgs.br/ Didática no Ensino 22 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos O processo de Design Educacional para se desenvolver precisa de equipes multidisciplinares. Um dos principais papéis no controle das etapas é o Designer Educacional, o responsável pela entrega final do produto que será desenvolvido. Os outros especialistas variam conforme o objetivo e tipo de material que será produzido. Em um contexto geral de produção de cursos em EAD, por exemplo, são necessários profissionais da área audiovisual, designers gráficos, revisores pedagógicos e ortográficos, fotógrafos, ilustradores e uma série de outros. Já o Designer educacional também é responsável por nortear a concepção pedagógica do curso ou produto para que não fuja dos seus pressupostos pedagógicos e educacionais. Toda a equipe também deve estar atenta se o conteúdo desenvolvido está, de fato, de acordo com o público-alvo. Na figura 12 você pode visualizar quais as etapas de um dos processos mais clássicos de Design Instrucional para produção de matérias e cursos. As etapas do processo não são exatamente lineares e podem se repetir. Além disso, ao fazer a avaliação do produto educacional, todas as outras etapas voltam a acontecer para melhoria dos resultados alcançados. Para o processo de análise, que é a primeira etapa, algumas questões são fundamentais e devem ser consideradas em todo o processo de design instrucional: • ● Quais são as necessidades para o programa educacional? • ● Quais são as metas e objetivos? • ● Quem serão os alunos? • ● Qual será o conteúdo (mensagem)? • ● Quais os métodos de ensino e mídia (tecnologia) serão usados? • ● Como os alunos serão avaliados? • ● Como o curso ou aula será avaliado com uma perspectiva de melhoria? Figura 12: Elementos que compõem um processo de Design Didático Fonte: do autor. Didática no Ensino 23 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Existe uma característica dos materiais produzidos em EAD que é muito importante ser levada em consideração na produção de materiais, que é a autoinstrução. No próximo tema, você poderá descobrir alguns detalhes de como identificá-la e reproduzi-la em seus materiais didáticos. 8 - AUTOINSTRUÇÃO E MATERIAL INSTRUCIONAL A autoinstrução tem um papel indispensável em materiais produzidos para serem usados na EAD, principalmente em contextos onde há baixo ou nenhum acompanhamento por tutores e professores, pois a autoinstrução proporciona um guia de aprendizado mais claro, possui informações dispostas de maneira mais objetiva e direta. Em um sistema de educação a distância, o material de aprendizado, os meios tecnológicos, o currículo e os conteúdos são projetados e produzi- dos levando-se em conta, desde o começo, a realidade da separação físi- ca entre aluno e professor, bem como a natureza adulta do primeiro. Como consequência, um curso de educação a distância virtual deve ter características intrínsecas de ser autoinstrutivo, isto é, ‘deve ser acessível ao estudo individual sem o apoio de um professor. Pode ser completo ou pode ser um guia para o estudo de textos determinados ou sugeridos (HOLMBERG apud TRINDADE, 1992: 10)’. (VIEIRA, 2005, sem pagina- ção). Figura 13: Ilustração para estudo em Educação a Distância. Fonte: freepik.com Didática no Ensino 24 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Para produção de materiais autoinstrucionais é importante levar os seguintes tópicos em consideração: ● Separação física entre aluno e professor; ● Natureza adulta dos alunos; ● Acessível ao estudo individual dos alunos. 8.1 AUTOINSTRUÇÃO E INSTRUÇÃO CONVENCIONAL Segundo Vieira (2005), existe a diferença entre autoinstrução e instrução convencional: • ● Instrução Convencional: aprendizado baseia●se em um material preexistente que pode, ou não, ser utilizado por professores e por alunos. Ex.: Vídeos do youtube, livros em geral, artigos científicos, brinquedos, jogos em geral.• ● Autoinstrução: material de ensino é projetado e produzido como fonte maior de aprendizado para o grupo de indivíduos definido como população alvo. Ex.: Livros didáticos, jogos educacionais, apostilas, simuladores, plataformas virtuais de aprendizagem. 8.2 POSSIBILIDADES DA AUTOINSTRUÇÃO Quando criamos um material com aspetos autoinstrucionais, conseguimos criar novas oportunidades de aprendizagem em um material ao proporcionar aos alunos as seguintes vantagens: • ● Atendimento ao ritmo próprio de aprendizagem do aluno; • ● Disponibilizar conteúdo através de pequenos passos; • ● Estudo de acordo com a disponibilidade de tempo e local; • ● Autoavaliação contínua no progresso dos estudos; • ● Elaboração de plano individualizado de estudo, considerando as necessidades pessoais; • ● Oportunidade de aplicação imediata do aprendizado; • ● Desenvolvimento da autonomia de pensamento e ação; ● Realização de estudos sem interferir nas atividades profissionais e pessoais. Segundo Vieira (2005), este processo baseia●se na ideia de que não há “uma melhor maneira de aprender” para todos os alunos, e sim, que há “melhores Didática no Ensino 25 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos maneiras” para cada aluno, pois o ensino individualizado é um meio eficiente do aluno alcançar os objetivos da aprendizagem e de se preparar para tornar●se um estudante independente. No ensino tradicional, o professor tenta fazer com que todos os alunos alcancem os objetivos da aprendizagem já elaborados, levando em conta as necessidades da classe como um todo. Já no ensino individualizado, o professor diagnostica o nível de aprendizagem de cada aluno, ou seja, verifica o que ele sabe e o que lhe falta aprender, indicando as atividades que melhor atendam às suas necessidades e interesses. 8.3 EXEMPLO PRÁTICO DE AUTOINSTRUÇÃO Alguns materiais autoinstrucionais possuem como função reproduzir algumas situações que os professores exercem na sala de aula presencial para instigar os seus alunos e buscar sua atenção: fazer perguntas, reflexões, elogiar, mostrar diferentes tipos de mídia sobre um mesmo conteúdo, motivar, guiar, etc. Nas figuras a seguir, você poderá ter uma percepção visual de como uma página de e-book sobre um tópico de Didática no Ensino foi desenvolvida para o ensino superior. Analise os pontos destacados e tente encontrar os aspectos de autoinstrução citados até aqui. Didática no Ensino 26 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Figura 14: Exemplo 1 – Elemento de material autoinstrucional, reflexão do aluno. Fonte: do autor. Figura 15: Exemplo 2 – Elemento de material autoinstrucional, questionamento sobre o assunto abordado. Fonte: do autor. Nas imagens anteriores, foi possível perceber algumas caixas de texto inseridas na página como elementos textuais que quebram a leitura linear e apresentam outras formas de expor o conteúdo ao estudante, que o fazem refletir sobre o conteúdo, conversar com o material e até mesmo acessar outras mídias que vão além do texto. Todos esses aspectos são elementos que podem fazer um material ser mais autoinstrucional. CONSIDERAÇÕES FINAIS Que bom que você chegou até o final deste e-book, isso mostra o quanto está engajado com seus estudos e que gostou de estudar o tema. Depois de aprender um pouco dos oito temas abordados, é possível identificar que a educação a distância tem várias vertentes, contextos e aplicações. Didática no Ensino 27 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Foi abordado anteriormente que sua principal característica se baseia na diferença de tempo e espaço entre os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem e que é necessário um meio para que ela aconteça. É a partir deste meio que surge a aplicação das TICs como ferramentas e meio para que essa modalidade aconteça. A EAD ocorreu através de correspondências até chegarmos aos ambientes virtuais de aprendizagem, aos simuladores virtuais e às metodologias ativas, um desafio e discussão que se estabelece a cada dia entre os estudiosos e pesquisadores da área. Da concepção até a aplicação, estudamos que existem processos e modelos preexistentes para cursos em EAD, mas que podem ser adaptados conforme os objetivos de aprendizagem estabelecidos e o contexto onde será aplicado. Nesse módulo você teve um parâmetro geral sobre a discussão que envolve TIC e EAD na atualidade, mas o conteúdo é vasto e complexo e merece sua atenção e contribuição para que possamos evoluir cada vez mais nessa área e oferecer uma educação a distância com uma qualidade cada vez maior. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Lucélia. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Disponível em: <http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_ PDF_Doc/2011/Artigo_07.pdf>. Acesso em 10 fev. 2020. BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. (Org.). Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. DECRETO Nº 9.057, DE 25 DE MAIO DE 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. DECRETO Nº 5.622, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. FORBES, Educação a Distância: um modelo que só cresce. 2019. Disponível em: < https://forbes.com.br/negocios/2019/03/educacao-a- distancia-um-modelo-que-so-cresce/> Acesso em 17 fev.2020. Gustafson, K. L. & Branch, R. M. What Is Instructional design. In: Trends And Issues in instructional design and technology. Disponível em: <http:// antonioarturdesouza.blogspot.com/2011/05/design-didatico.html>. Acesso em 10 de fev. 2020. Didática no Ensino 28 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos MACHADO, S.F.,TERUYA T.K., Mediação pedagógica em ambientes virtuais de aprendizagem: a perspectiva dos alunos, 2009. Disponível em: <http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/ead/suelen.pdf>. Acesso em 10 fev. 2020. MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo: Cengage Learning, 2008. MORAN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A.; MORALES, O. E. T. (Org.). Coleção Mídias Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa: UEPG/ PROEX, p. 15- 33, 2015. Disponível em: <http://www2.eca.usp.br/moran/wp- content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf>. Acesso em: 13 fev. 2017. SANTOS, F. C. UAB como política de democratização do ensino superior via EAD. 2011. Disponível em: < http://www.anpae.org.br/simposio2011/ cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0184.pdf> Acesso em: 16 de janeiro de 2020. VIEIRA, F.M.S. Considerações Teórico-metodológicas para Elaboração e Realização de Cursos Virtuais. Disponível em <http://www.abed.org.br/site/pt/ midiateca/textos_ead/642/2005/11/consideracoes_teorico-metodologicas_ para_elaboracao_e_realizacao_de_cursos_virtuais_>Acesso em: 10 de fev. 2020. Didática no Ensino 29 Volte ao Sumário Navegue entre os capítulos Desenho Instrucional: Veronica Ribeiro Design editorial/gráfico: Lucas Pimentel Revisão pedagógica: Melyssa Romão Revisão ortográfica: Adriana Morais 2020 Sumário Introdução introdução 1 - Conceitos de EAD 1.2 LDB - 1996 1.3 Primeira atualização - 2005 1.4 Segunda Atualização – 2017 1.5 Acesso à educação 1.6 Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) 2 - Ensino Híbrido 2.1 TD e mudanças na educação 2.2 Flipped Classroom 2.3 A sala de aula estendida 2.4 Rotation Model 2.5 Flex Model 2.6 A La Carte Model 2.7 Enriched Virtual Model 3 - Gerações de Tecnologia em EAD 3.1 Tipos de comunicação na Educação a Distância 3.2 Marcos históricos da EAD no Brasil 4 - Ambientes Virtuais de Aprendizagem 5 - Recursos Educacionais Abertos 5.1 O que são REAs? 5.2 Oque são licenças abertas? 5.3 Benefícios e Liberdades em recursos com licença aberta 6 - Ensino Online Aberto 6.1 MOOCs 7 - Design de cursos para EAD 7.1 O Design Educacional 8 - autoinstrução e material instrucional 8.1 Autoinstrução e instrução convencional 8.2 Possibilidades da Autoinstrução 8.3 Exemplo prático de Autoinstrução Considerações finais Referências Bibliográficas Sumário 51: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Botão 60173: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Botão 60174: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Botão 60175: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Botão 60176: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Botão 60179: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Botão 60188: Page 1: Page 2: Page 3: Page 4: Page 5: Page 6: Page 7: Page 8: Page 9: Page 10: Page 11: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Botão 628: Botão 629: Button 637: Button 636: Button 632: Button 633: Botão 630:
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