Buscar

Relatório de experiência em laboratório fisiologia - Diuréticos

Prévia do material em texto

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA – DIURÉTICOS 
 
INTRODUÇÃO 
 
O organismo humano é composto por aproximadamente 70% de água, 
podendo variar com a idade, sexo, grau de obesidade, genética, entre outros 
fatores. Esta água está distribuída em dois compartimentos líquido extra-celular e 
líquido intra-celular. 
Os rins, são os principais órgãos excretores e são de suma importância 
para o balanço destes líquidos, possuindo várias características funcionais, todas 
relacionadas ao seu papel homeostático regulador do meio interno. Entre essas 
funções, tem-se como fundamentais: endócrina e urinária. 
O rim forma a urina e, enquanto a esta formando, regula, ao mesmo 
tempo, a concentração da maioria dos constituintes do meio extra-
celular. Isto é realizado pela remoção do plasmado excesso, 
conservando aquelas substancias presentes em concentrações normais 
ou diminuídas. (GUYTON, 1988, p. 288). 
 
Embora os rins não sejam precisamente glândulas endócrinas, eles 
cumprem funções secretoras de substancias com características hormonais como, 
por exemplo, a secreção de renina, que não tem comportamento hormonal, mas 
age sobre a angiotensina I que tem como função produzir um efeito hipotalâmico, 
aumentando a liberação de A-VP, e a sensação de sede. A angiotensina II, retem 
sódio e a água, aumentando assim a volemia e a pressão arterial. A secreção de 
prostaglandinas, controla o fluxo renal. 
A função homeostática dos rins é realizada através da formação de urina, 
que é o mecanismo no qual ocorre a regulação do meio interno. Para 
desempenhar esta função urinária, os rins apresentam suas estruturas funcionais. 
 
A unidade funcional dos rins é o néfron. Cada rim humano contém 
aproximadamente 1,2 milhão de néfrons, que são ocos compostos por 
camada celular única. O néfron consiste em corpúsculo renal (capilares 
glomerulares e cápsula de Bowman), túbulo proximal, alça de Henle, 
túbulo distal e sistema de ductos coletores (BERNE, 2000, p. 640-641). 
 
A cápsula de Bowman coleta os líquidos orgânicos que passam a ser 
chamados de filtrado glomerular, a medida que o filtrado passa pelo sistema 
tubular, os conteúdos que são necessários ao organismo principalmente, os 
nutrientes, como a glicose e os aminoácidos, a água e a maioria dos íons, são 
reabsorvidos pelos túbulos. Os produtos finais como a uréia, ácido úrico, 
creatinina, fosfatos, são todos eliminados através da urina. 
Num adulto em repouso, os rins recebem por média 1,2 a 1,3 litros de 
sangue por minuto, sendo 25% menos que o débito cardíaco, esse fluxo 
sanguíneo é determinado por medidores de fluxo eletromagnéticos. Assim como o 
rim filtra o plasma, o fluxo plasmático iguala a substância excretada, desde que a 
quantidade de hemácias não se altere durante a passagem pelo rim consome 
aproximadamente 18 litros de oxigênio por minuto, na qual é correlacionado ao 
transporte ativo de sódio, já no córtex consome em cerca de 9ml/100g/min. 
A intensidade normal de formação do filtrado glomerular, nos dois rins do 
ser humano, é de 125 ml/min, o que corresponde a cerca de 180 litros a 
cada dia. Isso representa cerca de 4,5 vezes a quantidade total de 
líquido no corpo, o que demonstra a magnitude do mecanismo renal 
para a purificação dos líquidos corporais. (GUYTON, 1988, p. 291) 
 
Felizmente, para todos nós, do montante de líquidos que passam pelos rins, 
apenas uma pequena fração, correspondente a menos de 1% é eliminado como 
urina, de modo que segundo GUYTON (1988, pág. 291) “[...] 179 litros do total de 
180 litros são reabsorvidos pelos túbulos, de modo que pouco mais de 1 litro do 
total que é filtrado é eliminado como urina.” 
Quando não se tem uma diurese espontânea e abundante pode ser 
necessária à intervenção com o uso de medicamentos diuréticos. 
Os principais usos de diuréticos são no tratamento do edema devido a 
insuficiência cardíaca congestiva, doenças renais, na cirrose hepática e 
na hipertensão arterial [...]. existem algumas diferenças importantes 
entre os diversos diuréticos que podem ser exploradas pelo médico 
terapêutico. (LIMA, 2004, p. 613) 
 
Existem três grandes grupos de medicamentos diuréticos, que são 
classificados de acordo com a eliminação de Na+: 
• os de alta eficácia, que têm um grau de eliminação de Na+ maior que 
15%, atuando na inibição do sistema contra-corrente, inibindo a 
reabsorção de íons na alça de Henle. Também conhecidos por 
diuréticos de alça. Ex: furosemida, bumetanida. 
• os de média eficácia, que tem um grau de eliminação de Na entre 5 e 
10%, tendo seu mecanismo de ação baseado na diminuição da 
reabsorção de Na+ e aumentando a reabsorção de K+. Tem sua ação 
principal no túbulo coletor distal, e são conhecidos por tiazídicos. Ex: 
hidroclorotiazida, clortiazida. 
• os de fraca eficácia, tendo um grau de eliminação de Na+ em 5%, estão 
aqui classificados os osmóticos, que tem mecanismo de ação baseado 
na absorção e não excreção deles por constituírem partículas muito 
grandes e absorvendo mais água para tentar diluí-los, e os antagonistas 
da aldosterona, que fazem um antagonismo competitivo pela 
aldosterona. Ex: manitol e espironolactona respectivamente. 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
O grupo foi subdividido em quatro integrantes por bancada para realização do 
experimento a seguir. Foram apresentados estes seis fármacos: 
Furosemin® - Furosemida 40 mg 
Aldoctone® - Espironolactona 25 mg 
Natrilix® – Indapamida 2,5 mg 
Diurix® – Hidroclorotiazida 25 mg 
Diureflux® – Clortalidona 25 mg 
Diasec® – Cloridrato de Ioperamida 2 mg 
Cada um destes foram triturados, diluídos em 2ml de água e administrados 
através de uma seringa e sonda em seis cobaias (ratos), previamente 
selecionadas, após a administração as cobaias foram colocadas em gaiolas de 
dosagem, para serem avaliadas por determinado tempo. Para ser construída a 
tabela de excreção as cobaias foram enumeradas de 1 a 6 conforme numeração 
descrita abaixo: 
1 - Furosemin® - Furosemida 40 mg 
2 - Aldoctone® - Espironolactona 25 mg 
3 - Natrilix® – Indapamida 2,5 mg 
4 - Diurix® – Hidroclorotiazida 25 mg 
5 - Diureflux® – Clortalidona 25 mg 
6 - Diasec® – Cloridrato de Ioperamida 2 mg 
 
 
A avaliação se deu por duplas que mediram a eliminação de urina nos tempos 
determinados de 30, 60, 90, 120, 150 min. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
No experimento foram administrados os seguintes fármacos: 
Furosemida: atua na alça de Henle e são de alta eficácia, atuam estimulando a 
excreção de íons Na+, Cl- e HCO3, principais eletrólitos do fluido extra-celular, são 
empregados no alívio do edema e como coadjuvante no controle da hipertensão. 
Hidroclorotiazida: atua no túbulo coletor distal são de média eficácia, utilizado no 
tratamento de edema, diversas formas de disfunção renal e hipertensão. 
Clortalidona: suas ações, usos e efeitos são similares aos do clorotiazida, usado 
também como hipertensivo e no tratamento de edemas. 
Indapamida: diurético tiazídico, atua eficazmente controlando a hipertensão 
arterial por meio de um mecanismo vascular. Atua logo na primeira hora após sua 
ingestão e a sua ação dura por 24 horas. 
Espironolactona: seu efeito ocorre pela ação de bloqueio do intercâmbio de sódio 
por potássio no túbulo distal renal, o que provoca um aumento na secreção de 
água e sódio e a retenção de potássio. A espironolactona é um inibidor 
competitivo da aldosterona. 
Cloridrato de Loperamida: indicações em diarréias de um modo geral, agudas ou 
crônicas, caracterizadas por hiperperistaltismo, hipertonia, cólicas intestinais e 
perda líquida fecal. Nas ileostomias e colostomias hiperfuncionantes, com 
javascript:get_decs_tree('C14.907.489')
excessiva perda de água e eletrólitos. Nas diarréias crônicas espoliativas 
associadas a doenças inflamatórias, tais como, doenças de Crohn e retocolite 
ulcerativa. Nas enterocolites funcionais secretoras e hipermotoras, tais como, o 
colo irritável e diarréias pós-irradiação(colorretites actínicas). Não indicado na 
diarréia aguda ou persistente da criança. 
O resultado obtido destes fármacos foram os seguintes: 
Cobaia Fármaco 30 min 60 min 90 min 120 min 150 min 
01 Furosemida - - - - - 
02 Espironolactona - - - - - 
03 Indapamida - - - - - 
04 Hidroclorotiazida 4 5 6 7 7 
05 Clortalidona 1 1 1 5 5 
06 Loperamida - - 0,5 3 3 
 
Conforme resultados obtidos, verificou-se que o fármaco Hidroclorotiazida que 
segundo Lima (2004, pág. 1526) “[...] tem indicação no tratamento da hipertensão 
arterial, quer isoladamente ou em associação com outros fármacos anti-
hipertensivos. [...] edemas [...] disfunções renais”, foi o medicamento que agiu de 
forma mais eficaz entre todos os fármacos administrados, e que a cobaia 
permaneceu viva, pois apresentou maior eliminação urinária no decorrer do 
tempo. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Concluiu-se que a administração de fármacos realmente auxilia na 
excreção urinária de forma muito aparente e rápida. 
Observou-se a diurese das cobaias em um curto período de tempo e sem 
administração de líquidos, mesmo assim obtiveram-se resultados satisfatórios. 
Estes e outros fármacos diuréticos são de extrema importância clínica, pois 
o acúmulo de líquidos no organismo levam a diversos problemas, como os já 
citados. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BERNE, R. M.; LEVY, M. N. Fisiologia. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2000. 
 
GUYTON, A. C. Fisiologia Humana. 6 ed., Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 1988. 
 
AIRES, M. M. Fisiologia. 2 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 
 
LIMA, D. R. Manual de Farmacologia Clínica, Terapêutica e Toxicologia. 
Rio de Janeiro: MEDSI, 2004.

Continue navegando