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Trabalho de fisiologia renal - Restrição hídrica 6

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – ICBS 
FISIOLOGIA E BIOFÍSICA II 
 
 
 
 
 
ANDRESSA HARUE INOUE 
FRANCIELLY SOUZA MANGUEIRA 
NICOLAS MONTEIRO DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA RENAL 
Restrição hídrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maceió/AL 
2018 
 
 
ANDRESSA HARUE INOUE 
FRANCIELLY SOUZA MANGUEIRA 
NICOLAS MONTEIRO DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA RENAL 
Restrição hídrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maceió/AL 
2018 
Trabalho realizado ao curso de 
Farmácia da Universidade Federal de 
Alagoas (UFAL) como obtenção de 
nota da disciplina de Fisiologia e 
Biofísica II, orientada pela professora 
Luíza A. Rabelo. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A elaboração do trabalho do Sistema Renal não teria sido possível sem a 
colaboração, o estímulo e o empenho de todos os participantes. Gostaríamos, por 
isso, de agradecer a todos aqueles que contribuíram para que esta aula prática fosse 
realizada com êxito. 
À professora Luíza A. Rabelo, docente da disciplina de Fisiologia e Biofísica, 
que orientou à turma desde o início em todos os procedimentos que seriam realizados, 
bem como no preparo dos materiais, da sala, na disponibilidade em nos ajudar e no 
suporte oferecido para sanar todas as dúvidas existentes. 
Aos alunos da Farmácia 034, que se empenharam e se organizaram para que 
a aula fosse administrada com o melhor aproveitamento possível. 
E por fim, ao nosso grupo de Restrição Hídrica, pelo empenho, estudo 
constante e comprometimento para que fosse entregue um excelente e completo 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
FIGURA 1.1 – Estrutura interna do rim..........................................................................8 
FIGURA 1.2 – Estrutura do néfron................................................................................9 
FIGURA 1.3 – Funções do néfron...............................................................................12 
FIGURA 1.4 – Elucidação de estruturas do corpúsculo renal e barreira de filtração....13 
FIGURA 1.5 – Mecanismo de excreção de urina diluída.............................................16 
FIGURA 1.6 – Mecanismo do aumento da permeabilidade à água no epitélio do ducto 
coletor na presença de ADH.......................................................................................17 
FIGURA 1.7 – Mecanismo renal de concentração de urina.........................................18 
FIGURA 3.1 – Materiais utilizados..............................................................................24 
FIGURA 3.2 – Materiais utilizados..............................................................................24 
FIGURA 3.3 – Medição da glicose na urina (glicosímetro)..........................................26 
FIGURA 3.4 – Medição do pH.....................................................................................26 
FIGURA 3.5 – Medições, registros e discussões........................................................27 
FIGURA 3.6 – Volumes totais (VT) das urinas dos voluntários 1, 2 e 3........................27 
FIGURA 3.7 – pH da urina do voluntário 1...................................................................28 
FIGURA 3.8 – pH da urina do voluntário 2...................................................................28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1.1 – Filtrabilidade de substâncias pelos capilares glomerulares tendo PM 
como ponto de análise................................................................................................14 
TABELA 1.2 – Propriedades de transporte e de permeabilidade dos segmentos do 
néfron que interferem na concentração e diluição da urina.........................................19 
TABELA 3.1 – Medidas antropométricas....................................................................25 
TABELA 3.2 – Registros do voluntário 1.....................................................................25 
TABELA 3.3 – Registros do voluntário 2.....................................................................26 
TABELA 3.4 – Registros do voluntário 3.....................................................................26 
TABELA 3.5 – Resultados obtidos..............................................................................27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................7 
1.1 O rim e suas funções.........................................................................................7 
1.2 Anatomia funcional dos rins.........................................................................7 
1.2.1 Circulação renal............................................................................8 
1.2.2 A unidade funcional do rim: o néfron.............................................9 
1.3 Processos básicos funcionais no néfron....................................................10 
1.3.1 Taxa de Filtração Glomerular (TFG)...........................................10 
1.3.2 Modificações no líquido tubular ao longo do túbulo renal............12 
1.4 Membrana capilar glomerular....................................................................13 
1.5 Mecanismo renal de diluição de urina – Ingestão hídrica (diurese)............14 
1.6 Mecanismo renal de concentração de urina – Restrição hídrica 
(antidiurese)..............................................................................................16 
1.7 Furosemida e sua ação diurética..............................................................19 
1.7.1 Propriedades farmacodinâmicas................................................20 
1.7.2 Propriedades farmacocinéticas..................................................20 
1.8 Fisiologia renal e o curso de farmácia........................................................20 
2. ROTEIRO........................................................................................................22 
2.1 Materiais (preparação pré-prática).............................................................22 
2.2 Preparação pré-prática..............................................................................22 
2.3 Materiais (aula prática)..............................................................................22 
2.4 Metodologia...............................................................................................23 
3. RELATÓRIO....................................................................................................24 
3.1 Introdução..................................................................................................24 
3.2 Metodologia...............................................................................................24 
3.3 Resultados e discussões...........................................................................27 
3.4 Conclusão..................................................................................................29 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................30 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1 O rim e suas funções 
A preservação das concentrações normais de íons e água no sangue pelos 
rins, por meio do equilíbrio da ingestão dessas substâncias com a sua eliminação na 
urina, obedece ao princípio do balanço de massas (SILVERTHORN, 2017). Assim, 
procurando enfatizar a importância da função renal sobre o controle da homeostase, 
tem-se que: 
Os rins realizam suas funções mais importantes pela filtração do plasma e 
posterior remoção de substâncias do filtrado em taxas variáveis, dependendo 
das necessidades do corpo. Portanto, os rins “limpam” as substâncias 
indesejáveis do filtrado por excretá-las através da urina, enquanto devolve assubstâncias que são necessárias à corrente sanguínea (GUYTON, 2006, p. 
307). 
Além da função de excreção de produtos indesejáveis do metabolismo e de 
substâncias químicas estranhas, regulação do equilíbrio de água e eletrólitos, os rins 
são responsáveis também pelo ajuste da osmolalidade dos líquidos corporais, ajuste 
da pressão arterial, regulação do equilíbrio ácido-base, função metabólica hormonal e 
gliconeogênese (GUYTON, 2006). 
Ainda segundo Silverthorn (2017), os rins, assim como tantos outros órgãos do 
corpo, atuam como grandes reservatórios. Muitas estimativas demonstram que a 
homeostasia só começa a ser afetada quando um indivíduo perde em torno de três 
quartos das funcionalidades do rim, como ocorre em um em cada 1000 nascimentos 
ou com pessoas que passaram por transplante, em que passam a viver apenas com 
um rim. 
Sobre a perda de função renal devido a doença, Berne (2009) afirma que um 
número elevado de doenças é capaz de prejudicar a função renal, resultando em 
insuficiência renal. Em algumas situações, o prejuízo funcional (déficit) é transitório, 
porém em outras a função declina gradativamente. Para entender melhor estas 
funções e os mecanismos que as envolvem com os prejuízos renais é necessário 
entender sobre a normalidade das funções renais. 
1.2 Anatomia funcional dos rins 
Os rins são órgãos em par localizados na parede posterior do abdome, atrás 
do peritônio, em ambos os lados da coluna vertebral. No humano adulto, cada rim 
pesa em torno de 115 e 170 gramas, tendo por volta de 11 cm 
 
 
de comprimento, 6 cm de largura e 3 cm de espessura (BERNE, 2009). A figura 1 
representa a estrutura interna de um rim aberto. 
Figura 1.1 – Estrutura interna do rim 
 
Fonte: Berne (2009) 
Ainda de acordo com Berne (2009), o lado medial de cada rim possui uma 
reentrância, em que passam as artérias, veias, nervos e a pelve renal. A visualização 
do rim cortado ao meio torna possível a visualização de duas regiões: externa, 
chamada córtex e interna, denominada medula. O córtex e a medula são formados 
por néfrons (as unidades funcionais do rim), vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. A 
medula do rim humano se divide em massas cônicas, chamadas pirâmides renais. A 
base de cada pirâmide termina na papila que se encontra situada no cálice menor. Os 
cálices menores recolhem a urina de cada papila e, assim, aumentam de tamanho 
promovendo a formação de duas ou três bolsas abertas, os cálices maiores. Estes 
cálices drenam para a pelve, que constitui a região superior e expandida do ureter, 
que propele a urina da pelve para a bexiga urinária, por meio da contração da 
musculatura lisa que forma o ureter. 
1.2.1 Circulação renal 
Referente à circulação sanguínea encontrada nos rins, é possível afirmar que 
é única e faz parte dos sistemas porta encontrados no organismo. O fluxo sanguíneo, 
para os dois rins, é dado da seguinte forma: 
A arteríola renal entra no rim pelo hilo e então se divide progressivamente 
para formar artérias interlobares, artérias arqueadas, artérias interlobulares e 
arteríolas aferentes, que terminam nos capilares glomerulares, onde grandes 
quantidades de líquido e de soluto são filtradas para iniciar a formação da 
urina. As extremidades distais dos capilares de cada glomérulo coalescem 
para formar a arteríola eferente, que forma uma segunda rede de capilares, 
os capilares peritubulares, que circundam os túbulos [...] os capilares 
 
 
peritubulares esvaziam-se nos vasos do sistema venoso, os quais correm 
paralelos aos vasos arteriolares e progressivamente formam a veia 
interlobular, veia arqueada, veia interlobular e veia renal, que deixa o rim pelo 
hino paralelo à artéria renal e ureter (GUYTON, 2006, p. 310). 
1.2.2 A unidade funcional do rim: o néfron 
Segundo Aires (2008) cada néfron é formado pelo corpúsculo renal e uma 
estrutura tubular, conforme figura 2. As quatro porções que formam a estrutura tubular 
são na sequência denominadas de túbulo proximal, alça de Henle, túbulo distal e ducto 
coletor. Referente ao corpúsculo renal pode-se destrinchar informações e estrutura: 
O néfron inicia em uma estrutura oca globular, chamada de cápsula de 
Bowman, a qual envolve o glomérulo. O endotélio do glomérulo é unido ao 
epitélio da cápsula de Bowman, de modo que o líquido filtrado dos capilares 
passa diretamente para dentro do lúmen tubular. O conjunto formado pelo 
glomérulo e pela cápsula de Bowman é chamado de corpúsculo renal 
(SILVERTHORN, 2017, p. 594). 
Figura 1.2 – Estrutura do néfron 
 
Fonte: Silverthorn (2017) 
Aires (2008) ainda afirma que o túbulo proximal é composto por um segmento 
torcido e outro reto, podendo ou não atingir a medula. A alça de Henle começa de 
forma súbita no final da porção reta do túbulo proximal e, em geral, possui uma alça 
fina descendente e outra fina ascendente. Sabe-se também que o segmento fino da 
alça descendente nos néfrons corticais é curto e, nos néfrons justamedulares, é longo. 
Posteriormente, aparece a porção grossa ascendente da alça de Henle, sendo que 
nos néfrons corticais, inicia-se antes da curvatura da alça. 
Silverthorn (2017) diz que o néfron se torce e se dobra para trás sobre si 
mesmo, de tal forma que a parte final do ramo ascendente da alça de Henle passa 
entre ambas as arteríolas: aferente e eferente. Essa região é denominada aparelho 
justaglomerular. A característica marcante desta região é a proximidade do ramo 
 
 
ascendente e das arteríolas, permitindo a comunicação parácrina entre essas duas 
estruturas, uma característica imprescindível na autorregulação do rim. 
Aires (2008) completa afirmando que a região do aparelho justaglomerular é o 
local fundamental de controle do ritmo da filtração glomerular e do fluxo sanguíneo 
renal. Células especializadas aí existentes secretam a enzima renina que se envolve 
diretamente na regulação da pressão arterial sanguínea. Após o aparelho 
justaglomerular, existem três segmentos corticais: túbulo distal final, segmento de 
conexão e ducto coletor cortical. Os ductos coletores se deslocam do córtex para a 
medula e drenam o líquido na pelve renal. O líquido filtrado e modificado, a partir deste 
momento chamado de urina, flui da pelve renal para o ureter no seu caminho rumo à 
excreção. 
1.3 Processos básicos funcionais no néfron 
Sobre os eventos que ocorrem no néfron é possível observar três processos 
básicos no néfron: filtração, reabsorção e secreção. A figura 3 mostra a ação dos três 
processos nas várias porções do túbulo renal. 
Assim, segundo Silverthorn (2017), filtração é o fluxo de líquido do sangue para 
o lúmen do néfron. O único local em que a filtração ocorre é apenas no corpúsculo 
renal, onde as paredes dos capilares glomerulares e da cápsula de Bowman são 
diferenciadas justamente para possibilitar o fluxo do líquido. O líquido filtrado é 
chamado de filtrado glomerular. Além disso, tudo que é filtrado nos néfrons é enviado 
à excreção na urina, a não ser que seja reabsorvido para o corpo. Depois de o filtrado 
deixar a cápsula de Bowman, este filtrado é modificado pelos processos de 
reabsorção e secreção. A reabsorção é um processo de transporte de substâncias 
localizadas no filtrado, do lúmen tubular de volta para o sangue através dos capilares 
peritubulares. A secreção retira, de maneira seletiva, moléculas do sangue e as inclui 
junto ao filtrado no lúmen tubular. Embora a secreção e a filtração glomerular 
desloquem substâncias do sangue para o interior do túbulo, a secreção é um processo 
mais seletivo que, geralmente, utiliza proteínas de membrana para transportar as 
moléculas por meio do epitélio tubular. 
1.3.1 Taxa de Filtração Glomerular (TFG) 
Como resultado da interação entre as várias pressões no glomérulo e na 
cápsula de Bowman, é gerada uma filtração resultante do plasma com uma respectiva 
Taxa de Filtração Glomerular (TFG) que pode ser entendida e caracterizada como:A TFG é determinada pela soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas 
através da membrana glomerular que fornecem a pressão líquida de filtração 
e pelo coeficiente de filtração capilar glomerular Kf [...] a pressão líquida de 
filtração representa a soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas que 
tanto favorecem como se opõem a filtração através dos capilares 
glomerulares. Essas forças incluem a pressão hidrostática no interior dos 
capilares glomerulares (PG), que promove a filtração; a pressão hidrostática 
na cápsula de Bowman (PB) fora dos capilares, que se opõe à filtração e a 
pressão coloidosmótica das proteínas na cápsula de Bowman, que promove 
a filtração (GUYTON, 2006, p. 317). 
Ainda de acordo com Tortora (2000), a TFG é diretamente dependente de 
vários fatores. Por exemplo, as mudanças no tamanho das arteríolas glomerulares 
aferentes e eferentes podem alterar a TFG. A constrição da arteríola aferente diminui 
o fluxo sanguíneo no glomérulo, reduzindo a TFG. Já a constrição da arteríola 
eferente, que conduz o sangue para fora do glomérulo, aumenta a TFG. 
Além disso, Tortora (2000) comenta que existem três mecanismos de regulação 
da TFG: autorregulação renal, regulação hormonal e regulação neural. O primeiro 
mecanismo, autorregulação renal, é a habilidade dos rins de manter uma pressão 
sanguínea e uma TFG constantes, mesmo com as alterações na pressão sanguínea 
sistêmica. Quando a TFG está diminuída devido à presença sanguínea baixa, o 
filtrado com teor diminuído de íon sódio (Na+), íon cloreto (Cl-) e água flui à mácula 
densa. Esta região detecta a baixa quantidade de Na+, Cl- e água do filtrado e faz com 
que as células justaglomerulares reduzam a secreção de uma substância que 
promove a vasoconstricção. Isto promove a vasodilatação das arteríolas glomerulares 
aferente, permitindo que mais sangue flua nos capilares glomerulares, o que aumenta 
a TFG, reestabelecendo a homeostase. 
Em relação ao segundo mecanismo, regulação hormonal, tem-se a contribuição 
de dois hormônios: angiotensina II e peptídeo natriurético atrial (PNA). Na situação 
em que a pressão sanguínea e, por conseguinte, a TFG diminuem, as células 
justaglomerulaes e da mácula densa detectam a tensão diminuída e diminuição da 
quantidade de Na+, Cl- e água que chegam nessa porção do túbulo renal. Assim, como 
mecanismo de ajuste, ativa-se o sistema renina-angiotensina aldosterona: 
inicialmente, as células justaglomerulares secretam uma enzima denominada renina 
que atua numa proteína plasmática produzida no fígado, o angiotensinogênio, 
convertendo-a em angiotensina I. Quando esta substância formada passa através dos 
 
 
pulmões ocorre a conversão no hormônio ativo angiotensina II, por meio da ação da 
Enzima Conversora de Angiotensina (ECA). As principais funções da angiotensina II 
sobre o sistema renal, em comunicação com outros sistemas, são: vasoconstricção 
de arteríolas, estimulação da secreção de aldosterona pela medula adrenal, 
estimulação do centro da sede no hipotálamo e, em especial, estimulação da secreção 
de ADH pela neuro-hipófise. 
Sobre a regulação neural, os rins, assim como outros órgãos, são inervados, 
principalmente, pela divisão simpática do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) que, 
quando estimulada, promove a vasoconstricção das arteríolas aferente e eferente, 
diminuindo, assim, o fluxo de sangue que passa através delas. 
1.3.2 Modificações no líquido tubular ao longo do túbulo renal 
As modificações das concentrações de soluto e água do líquido tubular, pelos 
processos de reabsorção e secreção ao longo do túbulo, promovem a formação de 
uma urina mais ou menos concentrada em determinadas substâncias. 
 Segundo Silverthorn (2010), a formação da urina é o resultado final dos três 
processos, anteriormente elencados, que ocorrem nos rins e o processo e é 
caracterizado pela expressão: excreção = filtração – reabsorção + secreção. Ao 
chegar na porção mais distal do néfron, mantém mínima semelhança com o filtrado 
iniciado na cápsula de Bowman, onde glicose, aminoácidos e metabólitos importantes 
desaparecem, pois foram absorvidos para o sangue. 
A reabsorção e, num grau menor, a secreção determinam a composição final 
do filtrado. A figura 3 abaixo elucida os processos de reabsorção e secreção que 
ocorrem ao longo de todo o túbulo renal, sofrendo variações relativas em cada porção 
deste túbulo. 
Figura 1.3 – Funções do néfron 
 
Fonte: Silverthorn (2017) 
 
 
1.4 Membrana capilar glomerular 
De acordo com Guyton (2006), a membrana capilar glomerular é similar à 
encontrada em outros capilares, com a exceção de possuir três camadas: endotélio 
capilar, membrana basal e uma camada de células epiteliais - os podócitos – em torno 
da superfície externa da membrana capilar. Conjuntamente, estas camadas formam 
uma barreira de filtração que, mesmo que com as três camadas filtra muitas centenas 
de vezes mais água e solutos do que uma membrana capilar normal. Apesar desta 
alta taxa de filtração, a membrana capilar glomerular, em condições normais, não filtra 
proteínas plasmáticas. A figura 4 mostra a disposição das camadas da barreira de 
filtração e outras estruturas, como os pedicelos dos podócitos. 
Figura 1.4 – Elucidação de estruturas do corpúsculo renal e barreira de filtração 
 
Fonte: Silverthorn (2017) 
Silverthorn (2017) completa o tópico descrevendo as características de cada 
camada desta membrana. A primeira barreira é o endotélio capilar. Os capilares 
glomerulares são capilares fenestrados com poros de diâmetro relativamente grande, 
que promovem que a maior parte dos componentes plasmáticos seja filtrada por meio 
do endotélio. Os poros são reduzidos o bastante, entretanto, para impedir que as 
células do sangue saiam do capilar. Proteínas carregadas negativamente, localizadas 
na superfície dos poros, também auxiliam a repelir as proteínas plasmáticas 
carregadas negativamente. A segunda barreira de filtração é a lâmina basal e consiste 
numa camada acelular de matriz extracelular que segrega o endotélio do capilar do 
epitélio da cápsula de Bowman. A lâmina basal é formada por glicoproteínas 
carregadas negativamente, colágeno e outras proteínas. Ela age como uma peneira 
grossa, eliminando a maioria das proteínas plasmáticas do líquido que é filtrado 
através dela. 
Guyton (2006) finaliza afirmando que a terceira e última parte da membrana 
glomerular é uma camada de células epiteliais – os podócitos - que reveste a 
 
 
superfície externa do glomérulo. Tais células não são ininterruptas, mas tem longas 
projeções semelhantes a pés – os pedicelos. Estas projeções recobrem os capilares 
glomerulares e se enlaçam uns com os outros, deixando pequenas fendas de filtração 
fechadas por uma membrana semiporosa. As células epiteliais, que possuem, assim 
como as outras, células negativas, fornecem restrições adicionais para a filtração de 
proteínas plasmáticas. 
A tabela 1 organiza informações referentes a filtrabilidade de certas substâncias 
pelos capilares glomerulares baseada no Peso Molecular (PM). 
Tabela 1.1 – Filtrabilidade de substâncias pelos capilares glomerulares tendo PM como 
ponto de análise 
Filtrabilidade de substâncias pelos capilares glomerulares baseada no Peso 
Molecular 
Substância Peso Molecular Filtrabilidade 
Água 18 1,0 
Sódio 23 1,0 
Glicose 180 1,0 
Inulina 5.500 1,0 
Mioglobina 17.000 0.75 
Albumina 69.000 0,005 
Fonte: Guyton (2006) 
As próximas sessões tratarão sobre os mecanismos renais de diluição e 
concentração de urina mediante a ação do hormônio antidiurético (ADH). 
1.5 Mecanismo renal de diluição de urina – Ingestão hídrica/diurese 
Philiphs et al. (2008) menciona que a ingestão de água é controlada pela 
sensação de sede. O centro de controle da sede, que se situa no hipotálamo, é ativado 
com a elevação da pressão osmótica dos fluidos corpóreos e, no momento em que há 
uma diminuição do volumedo líquido extracelular, a sensação de sede acontece 
quando o organismo precisa de mais fluido. A média diária de ingestão oral de água, 
pelo adulto, é de 1.500 a 2.000 mL ou em volta de 30 a 40ml/kg de peso corpóreo. 
De acordo com Guyton (2006), em situações em que existe água em excesso 
no corpo e a osmolaridade dos líquidos corporais encontra-se reduzida, o rim é capaz 
de excretar urina com baixa osmolaridade, da ordem de 50 mOsm/litro, ou seja, uma 
concentração que é apenas cerca de um sexto da osmolaridade do líquido extracelular 
normal. Dessa forma, o mecanismo feedback, que atua por meio da regulação da 
excreção renal de água, é inibido por meio da diminuição da secreção do ADH pela 
 
 
hipófise posterior reduzindo, assim, a permeabilidade dos túbulos distais e ductos 
coletores à água, resultando na excreção de grandes quantidades de urina diluída. 
Os seis passos do mecanismo renal de diluição da urina, segundo Berne 
(2009), são os que se seguem: 
1) Inicialmente, ocorre à entrada do fluido no segmento descendente fino da alça de 
Henle, proveniente do túbulo proximal. Este fluido é isosmótico em relação ao 
plasma refletindo, assim, na natureza isosmótica da reabsorção de água e do 
soluto no túbulo proximal; 
2) Posteriormente, verifica-se a reabsorção de água à medida que o fluido desce pelo 
ramo descendente fino, situado mais profundamente na medula hiperosmótica, 
sendo isso resultante do gradiente osmótico criado pelo NaCl e pela ureia, 
presentes em concentrações elevadas no fluido intersticial. Como resultado, o 
fluido tubular na alça tem osmolalidade igual à do fluido intersticial ao seu redor; 
3) O segmento ascendente fino é impermeável à água, porém é permeável ao NaCl. 
Por isso, conforme o fluido tubular se move para cima pelo segmento ascendente, 
o NaCl é reabsorvido passivamente, porque a concentração de NaCl no fluido 
tubular é maior do que no fluido intersticial. Assim, resulta desta etapa, um volume 
de fluido tubular que permaneceu inalterado, ao longo do comprimento do ramo 
ascendente fino, porém diminuído em relação a concentração do NaCl; 
4) O líquido continua pelo segmento ascendente espesso da alça de Henle que é 
impermeável à água e ureia. Essa porção do néfron reabsorve, de forma ativa, o 
NaCl do fluido tubular e, assim, promove sua diluição. A diluição procede de tal 
forma, que esse segmento é, muitas vezes, referido como segmento diluidor do 
néfron. O fluido que parte do ramo ascendente espesso é hipo-osmótico quando 
comparado ao plasma; 
5) Também são impermeáveis à ureia o túbulo distal e a parte cortical do ducto coletor 
que reabsorve ativamente NaCl. Na falta do ADH esses segmentos não são 
permeáveis à água. Dessa forma, quando o ADH está ausente ou presente em 
baixas quantidades, a osmolalidade do fluido do túbulo nesses segmentos é 
reduzida ainda mais, pois o NaCl é reabsorvido sem a água. Nessa situação, o 
fluido que sai da porção cortical do ducto coletor é hipo-osmótico com relação ao 
plasma; 
 
 
6) O ducto coletor medular reabsorve, de forma ativa, NaCl. Mesmo em carência de 
ADH, tal segmento é parcialmente permeável à água e à ureia. 
A urina produzida, numa situação de ingestão hídrica, tem osmolalidade em 
torno de 50 mOsm/kg H2O ou mais baixa e possui mínimas concentrações de NaCl e 
ureia. A figura 5 mostra o esquema do mecanismo de excreção de urina diluída. 
Figura 1.5 – Mecanismo de excreção de urina diluída 
 
Fonte: Berne (2009) 
Berne (2009) observa que a ingestão de água também é motivada por fatores 
sociais e culturais. Portanto, indivíduos beberão água mesmo na falta da sensação de 
sede. Em condições normais, os rins são capazes de eliminar este excesso de água 
porque a sua capacidade máxima de excreção de urina é de 18L/dia. Entretanto, em 
algumas circunstâncias, o volume de água ingerido ultrapassa a capacidade dos rins 
de eliminar água, especificamente, acima de curtos períodos. Quando este fato 
acontece, os fluidos corpóreos tornam-se hipo-osmóticos. 
1.6 Mecanismo renal de concentração da urina – Restrição hídrica/antidiurese 
Quando a desidratação é leve uma das primeiras consequências é a 
dificuldade na evacuação e diminuição do volume de urina. Algum tempo depois, 
a pele, os cabelos e os olhos ficam ressecados. O próximo sinal de que o corpo 
precisa de água é o aumento do cansaço e da sonolência, a redução no poder de 
concentração, apresentando também uma queda no fluxo de oxigênio. Segundo 
Silverthorn (2017), na desidratação grave, existem mecanismos que compensam e 
ajudam a reestabelecer a pressão normal do sangue, o volume do líquido extracelular 
(LEC) e a osmolalidade por meio de retenção do líquido para impedir perdas 
adicionais; provocação de reflexos cardiovasculares para aumentar a pressão arterial; 
 
 
e a estimulação da sede para que o volume normal de líquido e a osmolalidade 
possam ser reestabelecidos. 
De acordo com Berne (2009), os passos de 1-4 anteriormente referidos para 
diluição da urina são semelhantes aos para produção de urina concentrada. Assim, 
segue os dois outros passos que detalham o que é verificado para a concentração da 
urina (passos 5 e 6): 
5) O fluido que alcança o ducto coletor é hipo-osmótico em relação ao fluido 
intersticial a sua volta, devido a reabsorção de NaCl pelo segmento ascendente da 
alça de Henle. Dessa forma, é definido um gradiente osmótico no ducto coletor. 
Na presença de ADH, que eleva a permeabilidade da última metade do túbulo 
distal e do ducto coletor, a água se movimenta por difusão para fora do lúmen 
tubular e a osmolalidade do fluido tubular sobe. Essa difusão de água para fora do 
lúmen do ducto coletor inicia o processo de concentração da urina. A osmolalidade 
máxima que o fluido no túbulo distal e na parte cortical do ducto coletor pode 
chegar é aquela do fluido intersticial e do plasma no córtex do rim. Mesmo que o 
fluido nesse ponto possua a mesma osmolalidade que o fluido que se deslocou 
pelo ramo descendente fino, sua composição foi bastante modificada. Devido à 
reabsorção do NaCl pelo segmento anterior do néfron, o NaCl representa 
quantidade muito menor na osmolalidade do fluido tubular. A osmolalidade do 
fluido tubular representa a presença de ureia e outros solutos. Na figura 6 é 
demostrado o mecanismo e passo a passo do aumento da permeabilidade à água 
no ducto coletor na presença de ADH; 
Figura 1.6 – Mecanismo do aumento da permeabilidade à água no epitélio do ducto 
coletor na presença de ADH 
 
Fonte: Silverthorn (2017) 
 
 
6) Gradativamente ocorre o aumento da osmolalidade do fluido intersticial da junção 
entre o córtex renal e a medula. Portanto, existe gradiente osmótico entre o fluido 
tubular e o fluido intersticial ao longo de toda a extensão do ducto coletor medular. 
Em presença de ADH, que eleva a permeabilidade do ducto coletor medular à 
água, a osmolalidade do fluido tubular aumenta conforme a água é reabsorvida. 
Visto que as partes iniciais do ducto coletor são impermeáveis à ureia, ela continua 
no fluido tubular e sua concentração sobe. Além disso, em presença de altas 
concentrações de ADH, a permeabilidade da última porção do ducto coletor 
medular para a ureia é aumentada. Levando em conta que, no córtex e fora da 
medula, a concentração da ureia no fluido tubular foi aumentada pela reabsorção 
de água, ocorre que a concentração no fluido tubular torna-se superior a sua 
concentração no fluido intersticial e alguma ureia se movimenta para fora do lúmen 
tubular, para o interstício medular. A osmolalidade máxima que o fluido no ducto 
coletor medular pode alcançar é igual à do fluido intersticial ao seu redor. 
A urina produzida quando os níveis do ADH estão elevados tem osmolalidade 
de 1.200 mOsm/kg H2O e contém elevadas concentrações de ureia e outros solutos 
não reabsorvidos. Como a ureia no fluido tubular equilibra-se com a ureia no fluido 
intersticialmedular, sua concentração na urina é semelhante à do interstício. Diante 
de tais condições, o volume de urina pode ser tão baixo quanto 0,5 L/dia. A figura 7 
mostra o esquema do mecanismo renal de concentração de urina. 
Figura 1.7: Mecanismo renal de concentração de urina
 
Fonte: Berne (2009) 
Já a tabela 2 apresenta as duas propriedades preponderantes dos segmentos 
do néfron envolvidos na concentração e na diluição da urina: transporte e 
permeabilidade. É necessário ressaltar que a permeabilidade é proporcional ao 
 
 
número de sinais positivos utilizados: +, baixa permeabilidade; +++, alta 
permeabilidade; 0, impermeável. 
Tabela 1.2 – Propriedades de transporte e de permeabilidade dos segmentos do néfron que 
interferem na concentração e diluição da urina 
Segmento 
tubular 
Transporte 
Ativo 
Permeabilidade 
Passiva 
Efeito de ADH 
 NaCl Ureia H2O 
Alça de Henle 
Ramo descendente 
fino 
 
0 
 
+ 
 
+ 
 
+++ 
 
Ramo ascendente 
fino 
0 +++ 0 0 
Ramo ascendente 
espesso 
 
+++ 
 
+ 
 
0 
 
0 
Aumento da 
reabsorção de 
NaCl 
Túbulo distal 
 
++ 
 
+ 
 
0 
 
0 
Aumento da 
permeabilidade 
(apenas porção 
final) 
Ducto coletor 
Córtex + + 0 0 
Aumento da 
permeabilidade 
de H2O 
Medula + + ++ + 
Aumento da 
permeabilidade 
de H2O e ureia 
Fonte: Berne (2009) 
1.7 Furosemida e sua ação diurética 
A furosemida é um fármaco que possui rápida ação diurética. Inibe a 
reabsorção de eletrólitos (Na e Cl), principalmente no ramo ascendente da alça de 
Henle e, por conseguinte, diminui a reabsorção de água, desencadeando um aumento 
da diurese. Sabe-se também que possui ação vasodilatadora, que pode estar ligada 
com a diminuição da retenção de sódio e aumento na produção de prostaglandinas 
(FRANKLIN; et al., 2013). 
De acordo com a bula da Diuremida da ANVISA (2015), a ação diurética é 
consequência da inibição da reabsorção de cloreto de sódio nesta porção da alça de 
Henle. Dessa forma sabe-se que a excreção fracionada de sódio pode alcançar 35% 
da filtração glomerular de sódio. Os efeitos secundários do aumento da excreção de 
sódio são excreção urinária aumentada e elevação da secreção tubular distal de 
potássio. A excreção de íons cálcio e magnésio também é elevada. A furosemida 
 
 
interrompe o mecanismo de retorno – feedback - do túbulo glomerular da mácula 
densa, com o resultado de não redução da atividade salurética. A furosemida provoca 
estimulação dose-dependente do sistema renina-angiotensina-aldosterona. A eficácia 
anti-hipertensiva da furosemida é imputada ao aumento da excreção de sódio, 
diminuição do volume sanguíneo e da resposta do musculo liso vascular ao estímulo 
vasoconstritor. 
1.7.1 Propriedades farmacodinâmicas 
Ainda conforme traz a Bula Diuremida ANVISA (2015), o efeito diurético da 
furosemida ocorre em torno de após 15 minutos após a administração da dose 
intravenosa e dentro de 1 hora após a administração da dose oral. O aumento dose-
dependente da diurese e natriurese foi comprovado em indivíduos sadios utilizando 
doses de furosemida de 10mg até 100mg. A duração da ação é por volta de 3 horas 
depois de uma dose intravenosa de 20mg e de 3 a 6 horas após uma dose oral de 
40mg em indivíduos sadios. O efeito da furosemida é diminuído, caso ocorra redução 
da secreção tubular ou da ligação da albumina intratubular ao fármaco. 
1.7.2 Propriedades farmacocinéticas 
Em relação às propriedades farmacocinéticas do fármaco tem-se que: 
A furosemida é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal. O Tmáx é de 
1 a 1,5 horas para os comprimidos de 40mg. A absorção do fármaco 
demonstra grande variabilidade intra e interindividual. A biodisponibilidade da 
furosemida em voluntários sadios é de aproximadamente 50% a 70% para os 
comprimidos. Em pacientes, a biodisponibilidade do fármaco é influenciada 
por vários fatores incluindo doenças de base, e pode ser reduzida a 30% (por 
exemplo, na síndrome nefrótica) [...] a influência da administração 
concomitante de alimentos na absorção da furosemida depende da forma 
farmacêutica. O volume de distribuição de furosemida é de 0,1 a 0,2 litros por 
kg de peso corpóreo. O volume de distribuição pode ser maior dependendo 
da doença de base (BULA DIUREMIDA ANVISA, 2015, p. 3). 
1.8 Fisiologia renal e o curso de farmácia 
Compreender a fisiologia renal e aplicá-la ao curso de farmácia é uma das 
grandes vantagens em mesclar diferentes conteúdos na disciplina de Fisiologia e 
Biofísica II: o sistema renal é dependente de muitos outros sistemas, como 
cardiovascular, endócrino e nervoso; assim, é estudando este sistema onde se é 
possível perceber a tamanha integração entre os vários sistemas em nosso 
organismo. 
 
 
É de abismar que a função primária dos rins de excreção de resíduos do corpo 
demanda tanta complexidade e união de conhecimentos por parte dos estudantes da 
área da saúde e biológicas para tentar compreender a beleza da anatomia e 
funcionalidade deste órgão e do sistema como um todo. Mas, qual a verdadeira 
importância deste sistema para o curso de farmácia? Por que estes estudantes 
precisam compreender tão a fundo o que se passa dentro rins? 
De acordo com Durão (1979), a classe de fármacos dos diuréticos modifica os 
fenômenos normais de reabsorção e secreção tubular de água e sal em vários 
segmentos do néfron, através de diferentes mecanismos de ação. Jacobson; Kokko 
(1976) complementa afirmando que estes podem inibir direta ou indiretamente os 
processos iônicos de transporte ativo, modificar o equilíbrio das forças físicas 
tubulares e peritubulares, mudar a hemodinâmica renal, inibir enzimas das células 
tubulares ou se opor aos efeitos de hormônios endógenos. Assim, percebe-se que 
estes fármacos são potentes em modular a ação do hormônio endógeno ADH e, por 
conseguinte, modular a função renal de formação da urina. É essencial o 
conhecimento do estudante e do profissional farmacêutico sobre esta classe de 
fármacos, tendo em vista a disseminação destes e os efeitos colaterais que podem 
causar. 
Segundo Oliveira (2008), a remoção de um fármaco do organismo humano se 
procede por meio de várias vias: renal, biliar, intestinal, pulmonar, além do suor, saliva, 
secreção nasal, e, leite em mães que amamentam, sendo a via renal a mais 
importante. Compreende-se, assim, que a função principal dos rins de excreção de 
substâncias estende-se também para a excreção de muitos fármacos após atuação 
no organismo. Outro ponto que é necessário ressaltar é sobre a toxicidade de muitos 
fármacos. Os rins são responsáveis por eliminar também estas substâncias tóxicas 
ao corpo e isto se torna ainda mais relevante em pessoas idosas. Assim, são 
necessários os ajustes posológicos de certas drogas que, dependendo da dose, 
podem se tornar tóxicas. 
Diante disto, explica-se o porquê da tamanha importância do conhecimento 
sobre este sistema, em especial para a rotina e profissão do farmacêutico, sendo 
inclusive fundamental na assistência farmacêutica, visto que este profissional deve 
estar preparado para orientar sobre a utilização de medicamentos, em especial os 
diuréticos, a devida ingestão de líquidos e o perigo da prolongada restrição de líquidos. 
 
 
2. ROTEIRO 
Para a preparação da aula prática, foi necessário a realização de reuniões para 
confecção do embasamento teórico e para o planejamento da aula. Dessa forma, o 
grupo reuniu-se na biblioteca da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em três 
dias divergentes para o estudo acerca de Fisiologia Renal e, principalmente, sobre 
restrição hídrica, além da elaboração de resumos e a organização da referida aula. 
Além disso, houveram discussões sobre a preparação pré-prática, diante da 
necessidade da confecção de material para a aula prática. 
2.1 Materiais (preparação pré-prática): 
• Água; 
• Álcool 70%; 
• Canetas marcadoras; 
• Fitas coloridas; 
• Garrafa PET de 2,5L; 
• Proveta; 
2.2 Preparaçãopré-prática 
Graduação da garrafa PET de 2,5L 
Para a realização dessa prática, é necessário fazer a graduação de uma garrafa 
PET. Para isso, utiliza-se uma proveta para fazer as medidas de 50 mL, para serem 
marcadas na garrafa PET com as canetas marcadoras, até um volume de 700 mL. 
Além disso, a garrafa PET deve ser lavada antes da graduação e esterilizada após da 
graduação (utilizando álcool 70%) e destacar com fita colorida, para diferenciá-la das 
garrafas dos outros voluntários. 
2.3 Materiais (aula prática): 
• Álcool 70%; 
• Cálices farmacêuticos; 
• Fitas de glicose (glicosímetro); 
• Fitas de pH; 
• Fita métrica; 
• Garrafa PET graduada; 
• Luvas; 
• Máscaras; 
• Papel toalha; 
 
 
• Pipetas; 
• Tubo de 1,5 mL. 
2.4 Metodologia 
1) Os voluntários devem, juntamente, descansar durante 15 minutos, iniciando o 
processo de restrição hídrica. 
2) Obtenção das medidas antropométricas do voluntário: 
a. Idade; 
b. Peso; 
c. Altura; 
d. Circunferências (pescoço, quadril, cintura e abdômen); 
e. Perfil alcoólico (bebe ou não). 
3) Realizar as medições de urina excretada na garrafa PET graduada, por um período 
de tempo específico. 
4) Registrar todos os acontecimentos ocorridos durante a prática, bem como a 
sintomatologia de cada voluntário; 
5) Ao final, medir o pH e a taxa de glicose na urina de cada voluntário 
6) Finalizar fazendo comparações com os resultados dos outros grupos (volume, pH, 
glicose). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. RELATÓRIO 
3.1 Introdução 
A aula prática, realizada no dia 27 de março de 2018, foi elaborada pelos alunos 
da turma de Farmácia (Farm034) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), sob a 
orientação da professora Luíza A. Rabelo, no laboratório de aulas práticas de 
Farmacologia da UFAL, como o tema de ingestão hídrica, restrição hídrica e uso da 
furosemida. 
Os alunos foram previamente divididos em 3 grupos, em que cada um ficou 
responsável por um tema. Além disso, cada grupo continha ao menos 1 “macho”, que 
foram os voluntários da referida aula, devido à maior facilidade da coleta de urina nas 
garrafas PETs graduadas, maior estabilidade fisiológica (hormonal, temperatura 
corpórea, etc.), além de possuírem a mesma faixa etária. 
3.2 Metodologia 
Na quinta-feira (27/04) às 17h, os alunos se reuniram para dar início a prática, 
em que os voluntários descansaram por alguns minutos antes do começo das 
atividades, enquanto que os materiais foram colhidos e dispostos no laboratório. 
Figura 3.1: Materiais utilizados 
 
Fonte: elaborada pelos autores 
Figura 3.2: Materiais utilizados 
 
Fonte: elaborada pelos autores 
 
 
A prática deu início às 17h25, quando todos já estavam presentes, os 
voluntários haviam descansado e os materiais prontos. Assim, os voluntários 
começaram a ingestão hídrica, restrição hídrica e uso da furosemida no mesmo 
horário. 
As medidas antropométricas foram aferidas alguns minutos após o início da 
prática (com exceção do peso que foi registrado na balança do Hospital Universitário 
Prof. Alberto Antunes – HUPAA, algumas horas antes), o que pode acarretar 
alterações nos resultados, visto que deveria ser feito anteriormente ao início da 
atividade, durante os minutos de repouso. As medidas estão listadas abaixo: 
Tabela 3.1 – Medidas antropométricas 
Medidas 
Voluntário 1 Voluntário 2 Voluntário 3 
Ingestão 
hídrica 
Restrição 
hídrica 
Furosemida 
Altura 174 cm 174 cm 172 cm 
Circunferência da 
cintura 
81 cm 100 cm 74 cm 
Circunferência do 
quadril 
88 cm 99 cm 95 cm 
Circunferência do 
pescoço 
37 cm 39 cm 41 cm 
Idade 22 anos 19 anos 21 anos 
Peso 65 kg 81 kg 68 kg 
Perfil alcoólico Não bebe Não bebe Bebe 
Fonte: elaborada pelos autores 
 Além disso, é importante ressaltar que a temperatura ambiente era de cerca de 
20ºC, gerada através do uso do condicionador de ar. 
 Ademais, foram registrados os momentos de cada ação e sintoma de cada 
voluntário durante o período de 17h25 (início da prática) até 18h50 (fim da primeira 
parte da atividade). Os registros podem ser observados nas tabelas abaixo: 
Tabela 3.2 – Registros do voluntário 1 
Voluntário 1 (Ingestão hídrica) 
Hora Registro 
17:25 Começo da ingestão hídrica 
17:55 Ingestão de 1,5L de água 
18:02 Urinar (350 mL) 
18:20 Urinar (250 mL) 
18:39 Urinar (150 mL) 
Fonte: elaborada pelos autores 
 
 
 
Tabela 3.3 – Registros do voluntário 2 
Voluntário 2 (Ingestão hídrica) 
Hora Registro 
17:25 Começo da restrição hídrica 
18:00 Boca seca e amarga, calor 
18:22 Boca "colando", saliva espessa, garganta seca 
18:35 Pigarros 
18:37 Urinar (< 25 mL) 
Fonte: elaborada pelos autores 
Tabela 3.4 – Registros do voluntário 3 
Voluntário 3 (Furosemida) 
Hora Registro 
17:25 Uso da furosemida + ingestão de 500 mL de água 
17:50 Vontade de urinar 
18:03 Urinar (100 mL) + vontade de urinar mais 
18:16 Ingestão de 500 mL de água 
18:25 Ingestão de 500 mL de água 
18:30 Sonolência 
16:40 Urinar (500 mL) 
Fonte: elaborada pelos autores 
Logo após, iniciou-se as medições do pH e da glicose presente na urina de 
cada voluntário, bem como as análises das cores das urinas e os volumes totais (VT) 
obtidos. Também houveram discussões acerca dos resultados obtidos. 
Figura 3.3 – Medição da glicose presente na urina (glicosímetro) 
 
Fonte: elaborada pelos autores 
Figura 3.4: Medição do pH 
 
Fonte: elaborada pelos autores 
 
 
Figura 3.5 – Medições, registros e discussões 
 
Fonte: elaborada pelos autores 
3.3 Resultados e discussões 
Os resultados obtidos dos 3 voluntários foram bem dissemelhantes, 
principalmente dos volumes e da glicemia. Os volumes totais, cor da urina, índice 
glicêmico da urina e pH podem ser observados na tabela abaixo: 
Tabela 3.5 – Resultados obtidos 
 Voluntário 1 Voluntário 2 Voluntário 3 
Cor Amarelo escuro Amarelo escuro Amarelo claro 
Glicemia 15 mg/dL Erro na leitura Não detectável 
pH 5 - 6 5 - 6 5 – 6 
VT 750 mL < 25 mL 600 mL 
Fonte: elaborada pelos autores 
 Pode-se observar que os volumes foram bem distintos e significativos, visto que 
o voluntário 2 (restrição hídrica) obteve menos que 25 mL do volume total de urina em 
85 minutos, ressaltando a retenção de líquidos em resposta às alterações fisiológicas 
momentâneas, enquanto que os volumes dos voluntários 1 e 3 (ingestão hídrica e uso 
da furosemida, respectivamente) foram bem maiores. 
Figura 3.6 – Volumes totais (VT) das urinas dos voluntários 1, 2 e 3 
 
Fonte: elaborada pelos autores 
 
 
 Apesar da ingestão da mesma quantidade de água total (1,5L), o voluntário 1 
teve um volume total excretado maior que o voluntário 2. Isso pode ter ocorrido por 
razões fisiológicas, visto que são organismos diferentes, com hábitos distintos, e/ou 
pelo fato do voluntário 1 ter ingerido logo no começo todo o volume total de água, 
enquanto que o voluntário 2 ingeriu o volume total de forma fracionada. 
 Além disso, é notório o alto índice glicêmico na urina do voluntário 1, que teve 
o teste realizado 2 vezes para ratificação. Isso ocorre devido às altas taxas de glicose 
no sangue que, ao serem filtradas pelos rins, não conseguem ser reabsorvidas devido 
à saturação das proteínas transportadoras. 
Ademais, o voluntário 2 teve como resultado o “erro 3” nas 2 tentativas 
realizadas, significando falha na leitura, e o voluntário 3 teve um resultado não 
detectado, visto que a concentração de glicose era muito baixa, o que é o ideal pois a 
glicose, em condições fisiológicas normais, é totalmente reabsorvida pelo organismo. 
 Também pode-se observar que os valores do pH estão dento do padrão ideal 
(entre 5,5 e 7,0). Com o uso da furosemida, o pH poderia ter sido menor, visto que o 
uso de diurético tem esse efeito, por uma parte ser excretada na urina. 
Figura 3.7 – pH da urina do voluntário 1 
 
Fonte: elaborada pelos autores 
Figura 3.8 – pH da urina do voluntário 2 
 
Fonte: elaborada pelos autoresPor fim, pode-se concluir que as urinas dos voluntários 1 e 2 estavam bem 
escuras (concentradas), enquanto que a urina do voluntário 3 estava bem clara 
(diluída), evidenciando que o uso da furosemida atua aumentando o volume de líquido 
excretado, por ser um diurético, tornando a urina mais diluída. 
 3.4 Conclusão 
 Em virtude dos fatos mencionados, pode-se concluir que a realização da aula 
prática sobre Fisiologia Renal foi de grande importância para os alunos da disciplina 
de Fisiologia e Biofísica II, visto que houve um nítido aprendizado sobre o assunto 
discutido, pois são essas interações dos alunos que permitem uma maior fixação do 
conteúdo. 
Assim, além da maior fixação do assunto, pôde-se observar os efeitos da 
ingestão hídrica, restrição hídrica e do uso da furosemida nos organismos dos 
voluntários, além do aprendizado da análise das urinas coletadas. 
Portando, é evidente a importância da conscientização do uso racional de 
medicamentos e da boa alimentação, evitando excessos, bem como uma correta 
ingestão de água, para um bom funcionamento do sistema renal e, assim, do 
organismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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TORTORA, G. J. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 4ª ed. 
São Paulo: Artmed, 2004. 
 
DIURIMIDA (FUROSEMIDA). CHIMITI, R. C. A. Anápolis: GeoLab Indústria 
Farmacêutica S/A, 2015. Bula de remédio.

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