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Criptococose e Paracoccidioidomicose → Eucariotos “primitivos” → Mais de 100 mil espécies identificadas e 1,5 milhão de espécies estimadas → Reino Fungi → Imóveis, aeróbicos ou anaeróbios facultativos → Reprodução sexuada ou assexuada → Unicelulares (leveduras) ou pluricelulares (bolores e cogumelos) → Células bem definidas, com organelas revestidas por membrana, núcleo verdadeiro → Saprófitas → se nutrem de matéria orgânica em decomposição → liberam enzimas no ambiente extracelular e fazem a decomposição → Simbiontes (micorrizas) ou Comensais → benefício → Parasitas → doenças → Parede celular: diferencia de outras células eucariontes → formada por: Quitina – maioria dos fungos Manana – leveduras → Reserva energética Glicogênio → polissacarídeo (C6H10O5)n → Membrana celular contendo ergosterol → alvo dos antifúngicos → É o ramo da Microbiologia Médica, que estuda os fungos (geralmente microscópicos), agentes de infecções conhecidas como micoses → Embora se conheçam mais de 100 mil diferentes espécies de fungos, apenas cerca de duas centenas deles foram identificados pelo menos uma vez em processo patológico humano ou animal. → Como agentes infecciosos Causando as micoses (colonização de cavidades do corpo) → Como agentes sensibilizantes Causando manifestações alérgicas. → Como agentes de intoxicações Micetismo: quadro agudo devido à ingestão de cogumelos tóxicos não comestíveis - Inicia-se com quadro gastrointestinal Micotoxicose: quadro crônico devido à ingestão repetida de alimentos contaminados com micotoxinas - Aflatoxinas, ocratoxinas, patulina, tricotecenos, zearalenona, etc → Existem milhões de espécies de fungos, mas apenas algumas centenas deles podem deixar as pessoas doentes. → Os fungos podem causar muitos tipos diferentes de doenças, incluindo: Asma ou alergias. Erupções cutâneas ou infecções na pele e unhas Infecções pulmonares (pneumonia), com sintomas semelhantes aos da gripe ou tuberculose Infecções da corrente sanguínea Meningite → Micoses superficiais: acomete as camadas superficiais da pele e pelos → Micoses cutâneas ou dermatofitoses: acomete a epiderme mais profunda e invade pelos e unhas → Micoses subcutâneas: acomete a derme, tecido subscutâneo, músculos e fascias → Micoses sistêmicas: acometem órgãos e sistemas internos → Micoses oportunistas: acomete indivíduos debilitados → Infecções oportunistas → Aumento de pacientes HIV+ → Transplantados de MO e órgãos sólidos → rejeição (uso de fármacos imunossupressoras para evitar/retardar esse processo) → Uso de substâncias imunossupressoras → Neoplasias → Quimioterapia → Uso de instrumentos médicos invasivos – UTI (cateter, sondas, respirador, próteses...) → Aumento prematuridade e longevidade → Uso de antibióticos de amplo espectro → Qualquer pessoa pode contrair uma infecção fúngica, mesmo pessoas saudáveis. → São causadas por fungos que, normalmente, não são infectantes e se aproveitam de alterações nas condições imunológicas e/ou fisiológicas do hospedeiro para causarem as doenças. Criptococose → Sinonímia: Torulose, blastomicose europeia e doença de Busse-Buschke → Cryptococcus spp. Cryptococcus neoformans e o Cryptococcus gattii → patogênica humanos Imunocomprometidos (C. neoformans) ou não (C. gatti) → Pertence a classe dos basidiomicetos → Contém mais de 30 espécie diferentes → Distribuição global e cosmopolita (Urbano e rural) → Causa doença e humanos e animais → Variabilidade antigênica: Cápsula polisssacarídica 5 sorotipos: A, B, C, D e AD 8 tipos moleculares → A mortalidade por criptococose é estimada em 10% nos países desenvolvidos chegando a 43% nos países em desenvolvimento como a Tailândia em um tempo médio de sobrevida de 14 dias → Mortalidade - 41% a 61%, especialmente em pacientes com infecção pelo HIV. Tempo de internação hospitalar de mediana de 18 a 39 dias, predominantemente relatados para pacientes HIV-positivos. → No tecidos humano → levedura globosa ou ovalada 5-10 μm de diâmetro Brotamento único ou múltiplo Cápsula polissacarídicas - não sofre coloração Mesófilo → tolera temperatura corporal Produz lacase - formação de melanina In vitro / Ambiente → filamentoso → C. neoformans Distribuição cosmopolita Relacionado a habitats de pombos em ambientes urbanos - Aves de cativeiro: canário e periquito - Fezes seca, tronco de árvore e no solo - Viável por 2 anos Indivíduos imunodeprimidos: sexo masculino, 30-60 anos 90% das infecções: pacientes com AIDS → C. gattii Distribuição regiões tropicais e subtropicais → Austrália, Ásia e África Brasil: Norte, Nordeste e centro-oeste Áreas de plantações de eucalipto de várias espécies e outras árvores Sem evidência de imunodepressão Crianças e jovens → Parede celular com duas camadas compostas por: α-1,3-glucana, β-1,3 e β-1,6-glucana, quitina, quitosana, manoproteínas e outras proteínas GPI Camada interna: β-glucanas e quitina dispostas como fibras paralelas à membrana Camada externa: α-glucana e β- glucana → Cápsula composta de glucuronoxilomanano (90%; GXM) e glucuronoxilomanogal actano (GXMGal) - Fator de virulência → Cápsula Barreira antifagocitária Inibe a produção de citocinas pró- inflamatórias - reduz migração de leucócitos para os sítios de inflamação Depleta o sistema complemento Citototóxica A temperatura corporal e a presença de CO2 faz com que haja o seu espessamento → Melanina Sintetizada a partir da dopamina pela lacase Tropismo pelo SNC Protege da preoxidação da RI Diminui a permeabilidade da parede celular – resistência aos antifúngicos → Proteína antifagocítica (App1) Proteína secretada que inibe o reconhecimento e ingestão → Urease e fosfolipase Ajudam na invasão tecidual e na resistência a fagocitose → Esporos ou pequenas células de levedura são inaladas → macrófagos alveolares fazem fagocitose → resposta imunológica rápida para evitar a formação da cápsula (imunocomprometidos sofrem aqui) → infecção pulmonar primária → Fungo em forma de latência → reativação (pode ou não acontecer) → infecção pulmonar secundária → Estudos de soroepidemiologia indicam que a maioria das pessoas em áreas onde o fungo é endêmico é exposta a ele em idade jovem, no entanto, em hospedeiros imunocompetentes, infecções por C. neoformans são minimamente sintomáticas e rapidamente eliminadas. → Depende de: Resposta imune do hospedeiro Virulência da cepa Tamanho do inóculo → quanto maior, mais evolui → Assintomáticas (30%) → Cutânea → Pneumônicas → Miliar (neurológica) → Os achados clínicos associados à criptococose são geralmente causados por anormalidades pulmonares e neurológicas, embora Cryptococcus sp. tenha a capacidade de disseminar-se para a maioria dos órgãos do corpo, inclusive a pele, ossos, próstata e olhos → Debilidade orgânica provocada por doenças, tais como: mal de Hodgkin, sarcoide de Boeck, timoma, miastenia grave, AIDS, uso de esteróide e imunossupressores Forma pulmonar → Forma primitiva e habitual da doença Curso agudo ou crônico 30% é assintomático → Sintomas: tosse, pontadas, expectoração mucóide, perda de peso, febre branda, raras hemoptises (sg), dores pleuríticas, dispnéia, suores noturnos, mal-estar → Surgimento de sintomas ocorre entre 2 semanas e 3 meses antes da internação hospitalar → Visualização exclusiva da radiografia 1. Lesão solitária com pouco ou nulo enfartamento hilar. 2. Infiltração pneumônica difusa. 3. Infiltração peribrônquica 4. Disseminação miliar semelhante à da tuberculose 5. Fibrose ou calcificaçãomínima Forma disseminada (Meningo-encefálica) → É encontrado em 90% das necropsias Cefaléia occipital Náusea Vômito Vertigens Febre (rara) → Pode, também, apresentar demência, confusão mental e diminuição da acuidade visual Forma Miliar → Pode comprometer: pulmões, ossos, rins, pele e outros órgãos → Sintomas: Febre e sudorese noturna, Fraqueza, Dor no peito e cabeça, Náusea e vômito, Rigidez de nuca, Confusão mental, Alterações de visão Forma cutânea → Forma secundária → Se manifesta em 10-15% dos casos → Sintomas: Lesões cutâneas (Ulcerações), massas subcutâneas que simulam tumores, associadas a linfoadenopatia regional → Citológico → As leveduras podem ser vistas em preparações do LCR coradas com tinta da china/nanquim. → Podem também ser cultivadas (Ágar milho) → A detecção dos níveis de antígenos/ anticorpos também pode ser um recurso útil na avaliação da terapia. → Técnicas moleculares → Material: liquor - isola-se o criptococo também na urina ou na secreção purulenta Exame microscópio direto → Líquido cefalorraquidiano (LCR) Centrifugar 3 a 5 ml de LCR a 2000rpm por 10 min Reservar o sobrenadante Colocar 1 gota do sedimento sobre uma lâmina Misturar com 2 gotas de tinta da China – evidencia cápsula Cobrir com uma lamínula. Esta técnica permite visualizar a cápsula característica do Cryptococcus neoformans Cultura 1. Ágar Sabouraud dextrose (SDA) + cloranfenicol 2. Meio semente de niger + cloranfenicol – Compostos fenólicos → Produção de melanina c/ formação de colônias marrons em meio c/ extrato de semente de niger por C. neoformans e C. gattii, não ocorre em outras espécies 1 2 Imunológico → Pesquisa de antígeno capsular A cápsula do Cryptococcus é formada por um polissacarídeo contendo xilose, manose e ácido glucurônico (GXM) Técnicas moleculares → Recentes e úteis; → Estudos epidemiológicos; → Identificação variedade, sorotipo e variações individuais de cepas Histopatologia → Forma pulmonar: Fluconazol → Forma disseminada: Anfotericina Paracoccidioidomicose → Sinonímia: Blastomicose sul-americana, doença de Busse-Buschke e Micose de Lutz → Paracoccidioides spp. → Pertence à classe dos ascomicetos → Fungos termodimórficos → alterna entre diversas formas → Disperso no ambiente → Atividades rurais → Paracoccidioides brasiliensis (P. brasiliensis) e Paracoccidioides lutzii (P. lutzii) → Micose sistêmica → Descrita por Adolfo Lutz, em 1908 → América latina e do sul → Brasil 80% dos casos no mundo (4-6 mil casos anuais) 50% do total de mortes por doença fúngica no país (HIV) → A maioria dos indivíduos que adoeceram com a PCM apresenta história de atividade agrícola exercida nas duas primeiras décadas de vida → Manifestações clínicas – Homens, 30-50 anos, como reativação de foco endógeno latente → A PCM não é usualmente relacionada a doenças imunodepressoras → Tabagismo (>20cigarros/ dia por >20 anos) → Alcoolismo (>50g/dia) → Há casos raros relacionados → leucemias, diabetes, corticoterapia e cirrose hepática → Paracoccidioides brasiliensis Complexo com 5 agrupamentos geneticamente isolados Classificados como espécies filogenéticas: S1a, S1b, PS2, PS3 e PS4 → Paracoccidioides lutzii Abriga uma única espécie, distribuída no Centro-Oeste e Amazônia (Brasil e Equador) → Dimorfismo térmico → Levedura: Tecido (forma parasitária) Célula leveduriforme globosa com inúmeros brotamentos (15-30 μm) Brotos conectados por estreitas conexões → Filamentoso: Solo Produz clamidósporos e conídios → Forma de transmissão → Inalação dos conídeos: disseminado pela via hematogênica e linfática, o que caracteriza a forma sistêmica da doença → PCM também pode ser ocasionada pela inoculação de esporos na pele ou mucosas → Maiormente em regiões orais ou anais devido ao contato direto com lesões mucosas ulceradas, pertencente à forma localizada da doença. → Não existe transmissão inter-humana do fungo, nem de animais para o homem → Resposta protetora Formação dos granulomas com controle da evolução (latência), podendo ser reativado posteriormente Padrão tipo T-helper tipo 1 Com ativação de macrófagos → granulomas Com controle da replicação Formas quiescentes → Casos graves Reposta Th1 deficiente Predomínio Th-2 → IgE LyT regulatórios → supressão da RI anti-P. brasiliensis → Pode acometer qualquer órgão → Classificação do II Consenso Brasileiro I. Infecção paracoccidioidica Presença de contato em indivíduos saudáveis (consegue controlar a infecção) II. Paracoccidioidomicose (doença) • Forma aguda/subaguda (juvenil) • Forma crônica (do adulto) III. Forma residual ou sequelas Forma aguda/subaguda (forma juvenil) → 5-25% dos casos → Criança, adolescente e adulto jovem → Estados: Maranhão, Minas Gerais, Pará, Goiás e São Paulo → Rápida disseminação do fungo → Forma mais grave e de pior prognóstico → Adenopatia cervical ou generalizada → Envolve sistema fagocítico-mononuclear, destacando-se linfadenomegalia localizada ou generalizada, que pode, na evolução, apresentar supuração, fistulização e hepatoesplenomegalia → Manifestações digestivas, lesões cutâneas (ou de mucosas), envolvimento osteoarticular e, raramente, comprometimento pulmonar. → Febre, perda de peso, anorexia e emagrecimento Forma crônica (do adulto) → Prevalência de 74 a 96%: adultos 30/60 anos e sexo masculino: 22:1 → Instala-se de forma lenta e silenciosa → 4-6 meses → Compromentimento pulmonar – 90% → Mucosa das vias aerodigestivas superiores e pele são os sítios mais acometidos Formas residuais (sequelas) → Caracterizam-se pelas manifestações clínicas decorrentes de alterações anatômicas e funcionais causadas pelas cicatrizes que se seguem ao tratamento → As sequelas são observadas em vários órgãos, com maior incidência em pulmões, pele, laringe, traqueia, glândulas adrenais, mucosa das vias aerodigestivas superiores, sistema nervoso central e sistema linfático, o que explica a diversidade do quadro clínico. → Tuberculose, → Hanseníase, → Leishmaniose tegumentar, → Sarcoidose, → Neoplasias (linfomas e câncer de laringe) → Outras micoses sistêmicas, como a histoplasmose, a criptococosee a coccidioidomicose → Exame microscópico direto – Padrão ouro Escarro, raspado de lesão e aspirado dos linfonodos → Cultivo → Citológico → A detecção dos níveis de antígenos/ anticorpos também pode ser um recurso útil na avaliação da terapia. → Técnicas moleculares Exame microscópico → Material processado com 10% de KOH → Células leveduriformes de 2 a 40 até 60 μm, de parede birrefringente, com três ou mais brotamentos, que se ligam à célula mãe por base estreita. ”Roda de leme” Cultura → Termodimorfismo Forma miceliana – 25o Inóculo clínico em ágar Sabouraud dextrose contendo ciclohexamida. Fungo de crescimento lento (25 –28ºC), sendo necessário esperar até 4 semanas. Forma levedurifome – 37o Ágar BHI Sorologia → Importante no auxílio ao diagnóstico e no acompanhamento do tratamento clínico → Reação de precipitação em gel de agarose Imunodifusão dupla e imunoeletroforese Imunodifusão dupla Intradermoreação → Extrato de exoantígenos rico em glicoproteína de 43 kDaltons (gp43), obtido de amostras de P. brasiliensis com sete dias de cultivo → É exame imunológico com aplicações em inquéritos epidemiológicos, prognóstico e controle de cura (reações de anergia) → De acordo com a forma clínica e estado imunológico do paciente são adotados diferentes esquemas terapêuticos. → Formas leves e moderadas: (SUS) 1ª escolha: itraconazol 2ª escolha: sulfametoxazol+ trimetoprim → Formas graves: Anfotericina B desoxicolato, e formulações lipídicas da anfotericina B
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