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Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato de Clínica Cirúrgica → Introdução: É a principal causa de mortes relacionadas ao câncer em todo o mundo. A neoplasia pulmonar primária é a mais frequente, e com maior número de óbitos. Estimativa de 2,2 milhões de casos novos / ano. E 1,79 milhões de mortes / ano no mundo. → Fator de risco: Tabagismo: É um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de NP. Cerca de 90% dos homens e 80% das mulheres. Carcinógenos → células pulmonares → tumorais Nicotina: inibição da apoptose de células tumorais. Fatores que influenciam: idade do início da prática, o tempo, quantos cigarros/dia, profundidade da fumaça inalada. Consideramos a pessoa de alto risco quando: 20 anos / maço. Caso a pessoa pare de fumar, o riso diminui, porém nunca será 1:1 (algumas literaturas estima-se que em 15 - 20 anos após cessação do tabagismo, esse risco quase se iguala) Asbesto: Indivíduos que trabalham com asbestos têm risco aumentado de 4 - 5 x isoladamente, maior que um indivíduo que não inala essa substância. Outros: ● Exposição a sílica / metais / radiação ionizante ● Radioterapia torácica prévia ● DPOC ● Intersticiopatia fibrosante ● Sarcoidose ● Infecção pelo HIV ● Histórico familiar de carcinoma broncogênico → Tipos Histológicos: Carcinoma Broncogênico: É o tipo mais comum, cerca de 90% dos casos; Pode ser dividido em pequenas células e não pequenas células (epidermóide, adenocarcinoma e grandes células anaplásicas) Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato de Clínica Cirúrgica Adenocarcinoma: É não pequenas células. É o subtipo mais comum, cerca de 35 - 40% dos casos do carcinoma broncogênico Evolui a partir das glândulas que revestem os alvéolos; Geralmente tem localização periférica (inicial nódulo ou massa isolados). Como é mais periférico pode invadir pleuras visceral e parietal, e levar a dor pleurítica ventilatório dependente . Tem uma menor relação com o tabagismo, cerca de 80 - 85% dos casos; Mais prevalente em mulheres não tabagistas e jovens; e indivíduos < 40 anos Padrão lepídico - disseminação por vias aéreas (pode levar a óbito por IRpA por asfixia (atapetamento) Carcinoma de Células Escamosas / Carcinoma Epidermoide: É não pequenas células. É a 2º mais comum, cerca de 25 - 30% dos casos de NP; Proveniente das células epiteliais que revestem os brônquios. Por isso sua localização é mais central (metaplasia do epitélio colunar); Tem uma alta relação com o tabagismo, cerca de 95% dos casos. Pode se manifestar com uma massa pulmonar central. E cursar com: ● Hemoptise ● Atelectasia ● Pneumonia obstrutivas ● Hipercalemia ● Necrose tumoral central (cavitação) Seu diagnóstico é feito por broncoscopia. Tem uma resposta ruim à quimioterapia. E mastatizam em menor frequência. Carcinoma de Grandes Células: É não pequenas células. Ou anaplásico Compreende aproximadamente de 5 - 10% dos casos; Localização em qualquer área do pulmão. É altamente proliferativo, ou seja, é muito agressivo. O mais comum é o neuroendócrino. Pode cursar com necrose ou invasão de estruturas por contiguidade. Se manifesta como uma grande massa tumoral com potencial de cavitação. Carcinoma de Pequenas Células: Apenas 15 - 20% dos casos dos tumores; Geralmente tem uma localização central; Tem maior relação com o tabagismo , raramente se desenvolve em não fumantes. Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato de Clínica Cirúrgica Tem uma maior velocidade de duplicação. Logo, tem um maior potencial para metástases (LN e a distâncias) Está mais associada a síndromes paraneoplásicas: ● Endócrinas (SIADH / síndrome de Cushing) / exceção Hipercalcemia (CEC) ● Osteoartropatia hipertrófica (adeno e CEC) → Quadro Clínico: ● Tosse (cerca de 8 - 75% dos casos) ● Perda de peso (0 - 68%) ● Dispneia (3 - 60%) ● Dor torácica ( 20 - 49%) ● Hemoptise ( 6 - 35%) ● Dor óssea ( 6 - 25%) ● Febre ( 0-20%) ● Fraqueza ( 0 - 10%) ● SVC superior ( 0-4%) ● Disfagia ( 0-2%) ● Sibilos e estridor ( 0-2%) Temos um quadro clínico bem diversos, pois pode estar associado ao tumor, ou a invasão torácica, ou a metástases a distância e tem indivíduos que são assintomáticos. Sintomas do Tumor: Tosse está presente em cerca de 75% dos casos. Pode estar associado a uma invasão da mucosa brônquica, ou pneumonite pós-obstrutiva, ou atelectasia. Hemoptise está presente em cerca de 35% dos casos. E pode estar associada a necrose do tumor, ulceração da mucosa, erosão dos vasos ou tromboembolismo pulmonar. Chiado localizado está presente em 5% dos casos. E pode estar associado à invasão do tumor na via aérea. Sinais de Invasão Intratorácica: Dor torácica está presente em cerca de 30% dos casos. E pode estar associada à invasão da pleura parietal, ou da parede toracica ou mediastino. Dispneia está presente em 40% dos casos. E pode estar associada a obstrução das grandes vias aéreas pela massa tumoral, derrame pleural ou disseminação tumoral. Rouquidão está presente em 15% dos casos. E pode estar associada ao comprometimento do trajeto intratorácico do nervo laríngeo recorrente, invasão da pleura parietal, ou parede torácica e mediastino. Síndrome da veia cava superior está presente em cerca de 5% dos casos. Apresentando sinais e sintomas de congestão como: ingurgitamento de face, edema de MMSS, circulação colateral, dispneia e tosse. Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato de Clínica Cirúrgica A Síndrome de Pancoast-Tobias pode estar presente em cerca de 5% dos casos. É quando há um tumor no lobo superior do pulmão. Tendo como sintoma dor no ombro e / ou escápula ipsilateral, com parestesia e dor na distribuição do nervo ulnar, por compressão do plexo braquial. Síndrome de Claude Bernard-Hornen pode estar presente em 5% dos casos. Cursa com: miose, enoftalmia (consiste no aprofundamento do olho na órbita) , ptose palpebral e anidrose ipsilateral, devido a uma compressão do simpático cervical por tumor no ápice pulmonar (sulco da passagem da artéria subclávia) Sinais de Metástase à Distância: Dor Óssea . Pode estar associado a metástases ósseas osteolíticas, que comprometem costelas, corpos vertebrais e ossos longos. Cefaleia / Náuseas e Vômitos / Déficit neurológico focal. Pode estar associado a metástases em SNC: hemisférios cerebrais, cerebelo e meninges, incluindo metástases ósseas comprometendo medula espinhal. Dor em hipocôndrio direito / Icterícia. Pode estar associado à metástase hepática. Assintomáticos: Achados de nódulos pulmonares em raio-x, em cerca de 15% dos casos. Síndromes Paraneoplásicas: S. paraneoplasia é um distúrbio causado pelo tumor. Que tem efeitos a distâncias e não por proximidade. Não indicam metástases. E são mais comuns em pequenas células. Osteoartropatia hipertrófica. Com sinais de baqueteamentodigital, que é muito confundido com artrite reumatoide. E é mais comum no adenocarcinoma. Hipercalcemia. São mais comuns na epidermóide. Tem substância com o mesmo efeito do PTH. SIADH. Ocorre quando o tumor produz ADH. Levando a retenção de agua livre → hiponatremia grave. Devemos afastar Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato de Clínica Cirúrgica outras causas. É comum em pequenas células. Síndrome de Cushing. Tumor de pulmão é a causa mais comum, e produz ACTH, levando um hipercortisolismo crônico. Tem um mau prognóstico, e é mais comum em pequenas células. → Exames Complementares: Vamos realizar testes para avaliar a função pulmonar, que analisa a tolerabilidade da cirurgia. Espirometria + Medida de difusão. Método menos invasivo → conforme apresentação do paciente. Suspeita de metástase → biópsia local +a avançado Derrame pleural → toracocentese (+ biópsia pleural) / guiado por USG (> taxa de sucesso e menos complicações) Radiografia de Tórax: Apenas 2% dos pacientes com neoplasia apresentam raio x de tórax normal. Biópsia pulmonar: É mandatória na maioria dos casos ● Broncoscopia ● Biópsia transtorácica ● Biópsia cirúrgica Tomografia: Tem uma definição de imagem melhor, para análise e extensão da patologia. É ótimo para diagnóstico, estadiamento e seguimento da conduta. Tomografia por PET-CT (emissão de pósitrons): Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato de Clínica Cirúrgica Ressonância Magnética: Pedimos mais quando há alteração neurológica. Cintilografia óssea: É um método padrão para procura de metástases ósseas. Mediastinoscopia Invasivo Padrão ouro → Estadiamento: Depois do diagnóstico, devemos determinar a extensão da doença para definir um tratamento. CP pequenas Células: Doença limitada (um hemitórax) - 30% Doença extensa (bilateral ou metástase) - 70% CP não pequenas células: T1 (Nodulo) : Tumor < 3 cm - T1 a = < 1 cm - T2 b = > 1 cm e < 2 cm - T3 c: > 2 / 3 cm Tumor envolto por pulmão, ou pleura visceral, sem invasão. E pode envolver turnos endobronquiais que não ultrapassam o brônquio lobar. T2: > 3 CM < 4 cm - T2 a: > 3 cm < 4 cm - T2 b: >4 cm e < 5 cm Pode invadir a pleura visceral. Pode chegar ao brônquio principal, mas sem Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato de Clínica Cirúrgica envolver a Carina. E pode apresentar atelectasia subtotal ou pneumonia obstrutiva. T3: > 5 cm e < 7 cm Pode apresentar invasão de: ● Parede torácica ● Nervo frênico ● Pericárdio parietal ● Pleura mediastinal Nódulo tumoral no mesmo lobo T4: > 7 cm Pode apresenta invasão: ● Mediastino ● Coração ● Grandes Vasos ● Esofago ● Traqueia ● Carina ● Corpo vertebral ● Nervo laríngeo ● Diafragmática Nódulo tumoral no mesmo pulmão em lobo diferente. N: Linfonodo - N0 = linfonodos estão livres - N1 = Ipsilateral, hilar ou peribrônquico - N2 = ipsilateral mediastinal / subcarinal - N3 = contralateral, hilar, mediastinal, escaleno, supraclavicular M: Metástases - M0 = sem metástases - M1a = nódulos tumorais no lobo contralateral. Tu + nodulos pleurais ou pericardicos. Derrame pleural ou derrame pericárdico. - M1b = metástases extratorácicas única - M1c = múltiplas metástases extratorácicas em um ou mais órgãos → Rastreamento: ● Indivíduo entre 55 - 74 anos ● Fumantes (ou ex-fumantes até 15 anos) com uma carga de > 30 anos/maço ● Tomografia Computadorizada de baixa dose (TCBD) ● Manter TC anual até 74 anos ou ex-fumante há mais de 15 anos O rastreamento reduz a mortalidade em 20% no câncer de pulmão; → Tratamento: Depende do Tipo de tumor / Tamanho do tumor / localização e extensão do tumor / estado geral (ECOG / Karnofsky). Em geral são: ● Cirúrgico: ○ Lobectomia ○ Segmentectomia ○ Pneumonectomia ○ Linfadenectomia ● Quimioterapia ○ Adjuvante (após um tratamento) ○ Neoadjuvante (antes de uma cirurgia) ○ Paliativa (impacto em sintomas) Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato de Clínica Cirúrgica ● Radioterapia ○ Antes ou depois da cirurgia ○ Combinada com a QT ○ Diminuição dos sintomas CP não pequenas células: CP de pequenas celulas: → Nódulo Pulmonar Solitário: É uma lesão arrendada < 3 cm de diâmetros ao raio x. Circundado por pulmão normal ; Onde há ausência de infiltrados, atelectasias ou linfonodomegalias. Se for maior que 3 cm, ai temos uma massa pulmonar (tumor). Podendo ser Sólidos : totalmente radiopacas, impedem a visualização de outras estruturas. Ou, sub-sólidos: possuem um componente em vidro fosco Etiologias: Benignas: ● Infecciosa ● Inflamatórias ● Tumor benigno ● Alterações congênitas Malignas: ● Carcinoma pulmonar ● Metástases ● Tumor carcinóide ● Linfoma Fatores de Risco: ● História de tabagismo ● História familiar ● Sexo feminino ● Idade > 55 anos ● Enfisema pulmonar Caracterização do Nódulo: Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato de Clínica Cirúrgica Bordas: ● Regular = mais chances de benigno ● Lobulada = meio termo ● Espiculada = mais chances de malignidade Padrão de Calcificação: Benignas: ● Central ● Homogenia ● “Em alvo” (histoplasmose) ● “Casca de Ovo” (sarcoidose e silicose) ● “Pipoca” (hamartoma) ● “Em casca de cebola” (tubérculo) Malignas : ● Excêntrica ● Amorfa ● Irregular Quadro Clínico: ● Sinais consumptivos ● Linfonodos palpáveis ● Sinais de anemia ● Tosse ● Escarros hemáticos ● Dor torácica ● Dispneia Conduta: 1. Identificação na radiografia ou TC 2. Caracterização do nódulo Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato de Clínica Cirúrgica 3. Tem calcificação benigna ou estabilidade de 2 anos?? a. Sim → sem necessidade de investigação adicional, exceto se tiver opacidade 4. Não → Avaliar a possibilidade de câncer 5. Baixa probabilidade de câncer (<5%) → TC seriada em 3,6,12 e 24 meses 6. Intermediária (5 - 60%) → exames adicionais 7. Alta (> 60%) → Cirurgico
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