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Metabolismo de ácidos nucleicos Ácidos nucleicos – estrutura: Digestão de ácidos nucleicos: - O pH ácido do estômago ajuda a desenovelar um pouco da molécula de DNA. - As ribonucleases e as desoxirribonucleases pancreáticas vão sendo liberadas no intestino, fazendo a degradação de moléculas grandes (DNA e RNA) em moléculas menores (oligonucleotídeos). As ribonucleases e desoxirribonucleases são endonucleases: elas vão fazer a quebra da estrutura pelo meio dela, gerando pedaços menores. - As fosfodiesterases (exonucleases) pancreáticas vão liberando monodesoxirribonucleotídeos ou monorribonucleotídeos. As exonucleases vão fazendo a quebra de ligações pela parte mais externa, liberando estruturas formadas apenas por um nucleotídeo. As mononucleotidases (fosfatases) intestinais vão liberar desoxirribonucleosídeos e ribonucleosídeos. Os nucleosídeos não têm fosfato, portanto podem ser absorvidos pelos enterócitos. Isso porque o fosfato impede a passagem pela membrana. - As purinas e as pirimidinas, quando vão sendo degradadas, já serão degradadas para serem excretadas depois, ou seja, não necessariamente elas serão absorvidas. Ou seja, as purinas e pirimidinas podem ser degradadas completamente sem necessariamente serem incorporadas junto com a pentose. Dessa forma, é possível ter a degradação das purinas e pirimidinas isoladamente, e também é possível ter a absorção da pentose com a base nitrogenada (o grupo fosfato já foi perdido) e depois a degradação. - Na degradação, a purina e a pirimidina serão separadas da ribose ou da desoxirribose. Componentes nitrogenados não são armazenados: eles são ou utilizados ou excretados. Catabolismo das purinas: - A molécula liberada a partir dessa degradação é o ácido úrico. - Bases púricas: adenina e guanina. - A base nitrogenada vem de uma AMP (adenosina monofosfato). Ela perde o fosfato, virando adenosina, que liberará o grupamento amina, virando inosina. A inosina irá perder a pentose, liberando a hipoxantina. Hipoxantina e xantina são metabolizadas por uma enzima chamada xantina-oxidase. A xantina-oxidase vai converter hipoxantina em xantina e xantina em ácido úrico. - A GMP (guanosina monofosfato) perde o fosfato, virando guanosina, que liberará ribose, virando guanina. Se há muito ácido úrico sendo liberado, o metabolismo está mais acelerado, precisando liberar mais ácido úrico. Se há muito mais ácido úrico do que pode ser liberado, ele tende a se acumular, formando cristais. Eles formam cristais porque são poucos solúveis. Esses cristais costumam se acumular mais nas articulações, porque elas têm uma estrutura mais lipídica, sendo menos hidrofílica. - Gota: acúmulo de acido úrico na forma de cristais nas articulações. Alimentação rica em ácidos nucleicos e ação excelente da xantina-oxidase. - Um medicamento para tratar a gota deve inibir a enzima xantina-oxidase, para inibir a liberação de ácido úrico. Com isso, ele irá diminuir a formação de ácido úrico e aumentar os níveis que irão ser liberados de hipoxantina e xantina, que são mais solúveis, tendo assim maior facilidade para serem liberados na urina. - A hipoxantina e a xantina são mais hidrossolúveis do que o ácido úrico. Como o ácido úrico não é tão hidrossolúvel, ele forma cristais e se acomoda em locais que tenha maior concentração lipídica. - Pesquisar mecanismo de ação do alopurinol e qual a doença relacionada à deficiência de adenosina desaminase. Rota de salvação das purinas: - Nesse caso, em sua maioria, as purinas livres serão reaproveitadas nessa rota. - No caso da adenina, a adenina irá se associar ao PRPP, que será catalisado pela adenosina-fosforribosil- transferase, e a adenina será convertida em AMP. - No caso da guanina e hipoxantina, são reaproveitadas com a mesma enzima, que é a HPRT (hipoxantina-guanina fosforribosil transferase), nessa reação da guanina haverá a participação do PRPP que é adicionado a estrutura da guanina, nesse caso, será adicionado fosfato e ribose a essa guanina que se transformará em GMP. - Enquanto que na reação da hipoxantina, haverá a adição do PRPP, catalisada pelo HPRT, que irá produzir IMP. - Essa rota salva bases nitrogenadas (guanina, adenina e hipoxantina), que voltam a sua estrutura de monofosfato. - O PRPP será uma molécula aceptora da base nitrogenada, assim, fornece a pentose e o grupo fosfato. A molécula PRPP: - O PRPP pode ser obtido da ribose-5-fosfato. - A ribose-5-fosfato será liberada quando há a separação da base nitrogenada da pentose, quando ela é uma ribose, havendo uma reação catalisada pela enzima fosfomutase que converte ribose e fosfato em ribose-5-fosfato. Essa pentose também pode ser obtida pela via das pentoses, então sempre terá ribose-5-fosfato disponível. - A ribose-5-fosfato será convertido em PRPP com a ajuda da enzima PRPP sintetase, que irá utilizar ATP, liberando AMP. Essa utilização de ATP vai permitir que tenha uma molécula trifosfato, liberando uma molécula monofosfato, ou seja: em algum lugar ficará 2 fósforos: eles irão para o PRPP (5- fosforibosil-1-pirofosfato). - Na ribose-5-fosfato, há um fosfato no carbono 5. O PRPP continua tendo um fosfato no carbono 5, mas o carbono 1 ganha um pirofosfato. - O PRPP é importante para a rota de salvação e na via de síntese de purinas e pirimidinas. - Salvação de hipoxantina: há excesso de hipoxantina e é desejado salvá-la. A hipoxantina vai ser salva com a ação da enzima HPRT, entrando no carbono 1 do PRPP. Guanina + PRPP = GMP + pirofosfato Hipoxantina + PRPP = IMP + pirofosfato - Na rota de salvação, a PRPP será uma molécula aceptora da base nitrogenada, porque ele irá fornecer a pentose e o grupo fosfato. Catabolismo das pirimidinas: - Pirimidinas: citosina, uracil e timina. - A citosina não tem uma rota de degradação exclusiva: ela primeiro é convertida a uracil. - Essa degradação, seja uracil ou seja timina, vai ser utilizada para rota de degradação. - Uracil e timina são degradadas, citosina é convertida a uracil ou a timina. - Na conversão de citosina em uracil, é removido um grupamento amina e adicionado um oxigênio. - Na conversão de citosina em timina, é removido um grupamento amina e adicionado um oxigênio e um CH3 (grupo metil). - A degradação de uracil e timina vai ocorrer até que tenha uma beta-alamina sendo oriunda da uracila, e uma beta- aminoisobutirato sendo oriunda da timina. - Uracil sofre uma redução, sendo convertida em dihidrouracil (adiciona-se hidrogênio para quebrar a ligação dupla). A dihidrouracil recebe água para ter seu anel aberto, sendo convertida em beta-ureidopropionato, que liberará CO2 e NH3, sendo finalmente convertida em beta-alamina. - Timina sofre uma redução, sendo convertida em dihidrotimina (adiciona-se hidrogênio para quebrar a ligação dupla). A dihidrotimina recebe água para ter seu anel aberto, sendo convertida em beta- ureidoisobutirato, que irá perder CO2 e NH3, sendo finalmente convertida em beta-aminoisobutirato. - Nas duas rotas tem-se: redução -> hidratação -> desaminação e descarboxilização. - Os produtos finais desse catabolismo é o beta-alanina e o beta-alaninaisobutirato, porém, esses produtos podem ser metabolizados pelo nosso organismo, não precisando de excreção, diferente do catabolismo das purinas que tem como produto final o ácido úrico, que é excretado. - A beta-alanina pode ser convertida em malonil-S-CoA, que será convertida em acetil-CoA, e a beta- alaninaisobutirato em metilmalonil-S-CoA, que será convertida em proponil-CoA. Síntese de novo (primeira vez) de purinas: Para produzir inosina 5’monofosfato (IMP): 5 moléculas de ATP 2 moléculas de glutamina 1 molécula de glicina 1 molécula de CO2 1 molécula de aspartato 2 moléculas de formato (carreados pelo THF) - No caso das purinas, a estrutura só começa a ser formada quando o PRPP está disponível. O PRPP vai dar a ribose e o fosfato para a base nitrogenadainosina, que será transformada em IMP. - A primeira reação envolve o PRPP, na qual a glutamina fornece o primeiro grupamento nitrogenado, liberando glutamato e pirofosfato. Basicamente, há adição de grupamento amina proveniente da glutamina na estrutura do PRPP. - Várias vezes nessa síntese há a entrada de um aminoácido e a saída, ou de um outro aminoácido ou de um esqueleto carbônico, pois ele deixará seu grupo amina disponível para formar a base nitrogenada. - Na segunda etapa, a glicina vai fornecer nitrogênio e dois carbonos para a glicinamidaribonucleotídeo (GAR), essa etapa envolve a utilização de energia, pois não é só apenas remoção de uma cadeia lateral, mas é a quebra da estrutura do aminoácido, assim é necessário de energia para abrir essa estrutura, sendo a glicina de uma estrutura simples e sua cadeia lateral é um H. - Na terceira etapa, o formil vai ser carreado pelo tetrahidrofolato. Agora será formado um anel cíclico. - Na quarta etapa, o FGAR será convertido a formilglicinamidina-ribonucleotídeo (FGAM), haverá remoção de oxigênio e a glutamina irá doar o nitrogênio, essa conversão torna a molécula estável para que ocorra o seu fechamento na etapa 5. Vale ressaltar que haverá uso de energia nessa conversão. - Na quinta etapa, o FGAM será convertido em 5-aminoimidazol-ribonucleotídeo (AIR), há uso de energia e perda de H2O. A perda de água é importante para que haja o fechamento do anel. - Na sexta etapa, o AIR é convertido em N5-CAIR (N5-carboxiaminoimidazol-ribonucleotídeo), nessa etapa há presença do HCO3 e uso de energia. Na etapa 7, há conversão do N5-CAIR em CAIR. Em casos de eucariotos superiores, há conversão de AIR em CAIR, apenas com a presença de CO2, proveniente do ciclo do carbono. - Na oitava etapa, o CAIR é convertido em SAICAR (N-succinil-5-aminoimidazol-4- carboxiamidaribonucleotídeo), com uso de energia e envolvimento do aspartato que fornece nitrogênio e uma cadeia carbônica. - Na nona etapa, ocorrerá a retirada dessa cadeia carbônica já que a molécula não precisa dela, assim, o SAICAR é transformado em AICAR (5-aminoimidazol-4-carboxiamida-ribonucleotídeo), com a saída da cadeia, haverá liberação de fumarato. - Na décima etapa, haverá envolvimento do N10-formil H4 folato, que irá carrear o formil que é acrescentado a estrutura do AICAR que passará a ser FAICAR 9N-formilaminoimidazol-4-carboxiamida- ribonucleotídeo), o formil, nessa etapa, é colocado no segundo anel que ainda está se formando. - Na décima primeira etapa, o FAICAR se converte em inosinato (IMP), havendo uma liberação de H2O, para que haja o fechamento do segundo anel. - A enzima da primeira etapa (glutamina-PRPP-aminotransferase) é um ponto de regulação da via de síntese de novo das purinas. Essa enzima será inibida para que o grupo amina não seja adicionado ao PRPP, a fim de que não haja continuação na síntese. - O primeiro nucleotídeo a ser produzido nesse processo é um IMP. IMP precursor do AMP e GMP: - O IMP vai ser utilizado para obter AMP e GMP. - O AMP é precursor do ATP, assim o organismo vai produzir muito AMP. - Para produzir AMP, é necessário um aspartato, para fornecer o nitrogênio, com a cadeia carbônica junto. Há uma segunda etapa só para quebrar essa cadeia e liberar o fumarato. O IMP produz adenilossuccinato através da catálise por uma enzima chamada adenilossuccinato-sintetase, utilizando aspartato como fornecedor de nitrogênio e de um esqueleto carbônico, com o uso de energia liberada pelo GTP. Através do adenilossuccinato, uma nova reação é catalisada pela adenilossuccinato-liase, que provoca uma quebra que libera o esqueleto carbônico (fumarato), a fim para obter o adenilato (AMP). - Para produzir GMP, é preciso que o IMP ganhe um grupamento amina. Primeiro é feita uma oxigenação do IMP, com a entrada de água e do NAD+, que irá remover o hidrogênio da água (NADH + H+). Isso é catalisado pela enzima IMP-desidrogenase. Com isso, tem-se o xantilato (XMP). Esse oxigênio vai ser trocado por nitrogênio. O nitrogênio vai ser fornecido pela glutamina (Gln), que sairá como glutamato (Glu), o que irá precisar de energia (ATP), sendo liberado AMP + PPi (pirofosfato), sendo assim uma reação muito energética. Essa reação é catalisada pela enzima XMP-glutamina-amidotransferase. - Aminoácidos usados nesses processos: aspartato e glutamina. Se o paciente apresentar deficiência de ácido fólico haverá deficiência na formação de DNA e RNA. Por exemplo, na etapa 3, há presença do formil que tem como carreador o tetrahidrofolato (H4 folato), da mesma forma que o H4 folato será carreador em outros momentos dessa síntese de novo de purinas, assim, sem a sua presença essa síntese será afetada, ou seja, não será possível formar purina e, muito menos, o nucleotídeo, e tudo isso afeta a formação do DNA. Então, no caso do desenvolvimento do feto, se a mãe apresentar a deficiência em ácido fólico, haverá uma deficiência na formação dos folatos também, assim, além de outros mecanismos que serão afetados, a síntese de novo de purinas também será extremamente afetada. Regulação: Etapa de Síntese de PRPP Inibidor – ADP Enzima – PRPP sintetase Etapa de Síntese de 5-fosforribosilamina Inibidores – IMP, GMP e AMP Enzima – glutamina-PRPP amidotransferase Etapa de Síntese de XMP Inibidor - GMP Enzima – IMP desidrogenase Etapa de Síntese de adenilosuccinato Inibidor – AMP Enzima – Adenilosuccinato sintase De baixo para cima, o GMP inibe a IMP desidrogenase e o AMP inibe a adenilsuccinato sintetase, mas quando é o AMP e o GMP que estão em quantidades suficientes, o IMP vai aumentar de quantidade e vai inibir a glutamina-PRPP- amidotransferase. Da mesma forma que se houver uma alta produção de AMP e de GMP, a inibição da adenilsuccinato-sintetase (pela AMP) e da IMP desidrogenase (pelo GMP) vai ocorrer, além da inibição da glutamina-PRPP-amidotransferase, e, consequentemente, haverá acúmulo de IMP, com isso, o IMP também irá inibir essa enzima. Se houver uma quantidade maior de GMP sendo produzido, mas a quantidade de AMP está normal (até porque nosso organismo tem uma maior demanda pelo AMP, já que é o precursor do ATP), o GMP irá inibir a IMP desidrogenase e a glutamina-PRPPamidotransferase, com isso, a produção de IMP é diminuída já que só irá precisar ser utilizada na conversão em AMP. Quando a quantidade de AMP produzida for o suficiente, haverá inibição da adenilsuccinato-sintetase e da glutamina-PRPP-amidotransferase, o que vai aumentar a quantidade de IMP que também vai inibir a glutamina-PRPP-amidotransferase. Síntese de novo (primeira vez) de pirimidinas: Para produzir CTP: 1 molécula de CO2/HCO3- 2 moléculas de ATP 2 molécula de glutamina 1 molécula de aspartato 3 ATP para conversão de UMP a CTP 1 molécula de CO2/HCO3- e 2 moléculas de ATP formam carbamoil fosfato. - Diferente da síntese de novo de purinas, a síntese de novo de pirimidinas não começa a partir do PRPP. A base nitrogenada começa a ser formada, e só depois é que ela vai ser adicionada à estrutura do PRPP. Nessa adição, há a liberação do pirofosfato (PPi). - A primeira etapa desse processo é uma etapa na qual há a formação do carbamoil-fosfato, que será importante, pois usará uma glutamina como aminoácido. A glutamina irá doar seu grupamento amina, saindo como glutamato da reação. A glutamina irá reagir com o bicarbonato, sendo uma reação catalisada pela enzima carbamoil-fosfato sintetase II (CPS II) que irá liberar carbamoil-fosfato e glutamato. Essa reação terá uso de energia, tendo a utilização de 2 ATP e a liberação de 2 ADP + Pi. - Na segunda etapa, une-se a carbomoil-fosfato uma molécula de aspartato, um aminoácido que fornecerá um grupamento amina. Essa reação é catalisada pela enzima aspartato-trans-carbomoilase. Nessa reação, há a união do grupamento amina do aspartatocom a estrutura do carbamoil-fosfato, liberando fosfato inorgânico (Pi) e resultando no N- carbamoil-aspartato. - Na terceira etapa, necessita ser feito a ligação entre o carbono e o nitrogênio do N-carbamoil-aspartato, fechando o anel, liberando água (desidratação) e resultando na L-Di-hidro-orotato. - Na quarta etapa, há a remoção de dois hidrogênios da L-Di-hidro- orotato, o que ocorre no (CH2-CH), estabelecendo uma ligação dupla e resultando no orotato, que caracteriza o anel pirimídico. - Na quinta etapa, o orotato irá se ligar ao PRPP, liberando PPi e resultando na estrutura orotidilato. - Na sexta etapa, há uma adequação dessa estrutura, removendo um CO2, resultando em uridilato (UMP). Esse uridilato nada mais é do que a estrutura de um uracil (base nitrogenada). - Na sétima etapa, o uridilato (UMP) recebe dois grupamentos fosfatos, virando uridina 5’trifosfato (UTP). Essa adição vai ser importante, pois a partir daí teremos o UTP alterando a sua estrutura. - Na oitava etapa, há uma troca de um oxigênio da uridina 5’trifosfato (UTP) por um grupamento amina. Esse grupamento amina vem da glutamina, que sai como glutamato. - Na nona etapa, é usado ATP como energia, liberando ADP + Pi, finalmente trocando a estrutura do oxigênio por NH2. Isso resulta em citidina-5’- trifosfato (CTP), o produto final. Regulação: Etapa de Síntese de N-carbamoilaspartato Inibidor – CTP Enzima – Aspartato transcarbamoilase O CTP inibe a enzima aspartato transcarbamoilase, fazendo com que essa via não seja utilizada a partir do momento em que há muito CTP. - Há UTP, UMP, CTG, mas ainda falta a timina, para que possamos produzir o DNA. As células irão sempre estar produzindo RNA, necessitando de adenina, citosina, uracil e guanina. A timina só é necessária para a replicação de DNA. É necessário fazer algumas alterações para produzir moléculas que irão ser adicionadas ao DNA: é preciso produzir timina e mudar a estrutura da molécula, porque, ao invés de uma ribose, precisa-se ter uma desoxirribose. - O CTP perde um grupamento fosfato (desforilação), o que é feito por uma nucleosideo difosfato quinase, então o CTP vira CDP. - O CDP pode ser reconhecido para o processo de redução, que é catalisado pela enzima ribonucleotídeo redutase. Essa enzima pode, a partir da análise da molécula, trocar a estrutura de uma ribose por uma desoxirribose. Essa redução vai fazer a troca de uma hidroxila por um hidrogênio, originando dCDP. - A dCDP (dois fosfatos) vira dCTP (desoxicitidina trifosfato), com a ajuda de uma nucleosídeo difosfato quinase, que adiciona um grupamento fosfato que ela removeu anteriormente (fosforilação). - A síntese de timina é completamente diferente de outras pirimidinas, porque é necessário ter o anel completamente pronto, uma base estruturada para que essa mudança ocorra, e essa estruturação passa por converter uma ribose em uma desoxirribose. - Para produzir DNA é necessário dTTP (produzida de forma mais complexa para prevenir altas concentrações de dUTP). - Isso pode acontecer com a CTP ou com a UTP, originando dCTP ou dUTP. - Se é uma uridina, ela precisa ser aminá-la, porque ela tem um oxigênio, para ter uma citidina. Se é uma citidina, é preciso desaminá-la, para ter uma uridina. - Para produzir a timina como base, é preciso remover a estrutura de fosfato, ou seja, remover grupamentos fosfatos, de forma que o que era trifosfato (dUTP) vira monofosfato (dUMP). - A dUMP pode ser convertida em dTMP. Para obter dTMP: - Para obtenção de uma timina no modelo deoxitimidina monofosfato, ela já irá estar ligada a sua pentose (desoxirribose) e o fosfato. - A base do tipo citosina se parece muito menos com uma base do tipo timina, por isso a dCTP é convertida em dUTP. - Na conversão de dUMP em dTMP, há a adição de um radical metil (CH3), que será carreado pelo tetrahidrofolato. - O tetrahidrofolato vai pegar um hidroximetil da serina, que é catalisado pela serina-hidroximetil-transferase. - O N5,N10-Metileno-tetra-hidrofolato vai ser a molécula junto com a timidilato-sintase, que irá catalisar a reação de transferência da estrutura metil para a dUMP, que vira dTMP. - O N5,N10-Metileno-tetra-hidrofolato sai da reação como 7,8-di- hidrofolato, e será reciclado pela enzima di-hidrofolato-redutase, ganhando hidrogênio para que ela possa seguir sendo carreadora do metil. - Substratos: dUMP e N5,N10-Metileno-tetra-hidrofolato. - Catalisa: timidilato-sintase. - Produtos: dTMP e 7,8-di-hidrofolato. Câncer: - O câncer de mama pode ter 3 subtipos moleculares, que são diferenciados por moléculas que estão mais ou menos expressas nesses subtipos. Existem 3 moléculas que caracterizam o câncer de mama, que são utilizadas para diferenciar os subtipos a nível histológico: receptor de estrogênio, receptor de progesterona e um receptor chamado RAR 2. - Subtipos: Luminal: tem receptor de estrógeno e/ou de progesterona, cujo tratamento passa pelo uso do tamoxifeno, regula a expressão do receptor de estrógeno. Pode ou não ter RAR 2. Presença de RAR 2: RAR 2 é um receptor de membrana relacionado a multiplicação celular, e que uma vez ativado, inicia uma cascata intracelular que leva à multiplicação celular. A terapia envolve a inibição da ligação do estrógeno no seu receptor. Triplo negativo: não tem nenhum dos três marcadores utilizados atualmente. Normalmente o processo terapêutico passa só pelo uso de quimioterápicos. - Quimioterápicos são moléculas produzidas pela indústria farmacêutica que vão atuar em cima de processos biológicos inibindo normalmente enzimas e que vão impedir a multiplicação celular. Protocolo CMF (quimioterapia) para tratamento do câncer: - Usa 3 medicamentos: ciclofosfamida, metotrexato e 5-fluoracil. - Ciclofosfamida: agente alquilante que vai fazer com que haja ligações entre moléculas da estrutura do DNA. Essa ligação vai inibir a reação de duplicação dessa fita, ou seja, a partir do momento que essas ligações são feitas, a dupla fita não consegue ser aberta, diminuindo a eficiência do processo de replicação. - Metotrexato: molécula que vai se assemelhar à estrutura do ácido fólico, e por isso, ela pode ser uma estrutura inibidora de uma enzima que está relacionada a esse processo, como é o caso da dihidrofolato redutase. - Uma vez que se tenha a estrutura semelhante, é possível utilizar esse inibidor, e ao invés da enzima se ligar ao substrato correto ela se liga ao inibidor. - O metotrexato, a aminopterina e a trimetoprima inibem a recuperação do di-hidrofolato em tetrahidrofolato, e uma vez que não se tem tetrahidrofolato, não é possível carrear a estrutura metil para converter uracil em timina. - A 5-fluoracil vai atuar inibindo a timidilato-sintase, que se dá porque a estrutura da 5-fluoracil é muito semelhante à estrutura da uracila. Por isso, ela pode ser utilizada como inibidora devido à semelhança do seu substrato. A partir do momento que há a formação do complexo que vai catalisar a reação da 5- fluoracil junto com o N5,N10-metileno-THF e a enzima, agora terá uma ligação forte quando deveria ter apenas uma estabilização dessa ligação. A dUMP vai estabelecer uma ligação de hibridização com o metileno-H4 folato. O flúor está presente na molécula do 5-Fluoracil ligada ao carbono que deve interagir com o N5, N10-metileno-TH. Se tem 5-fluoracil como inibidor, a ligação, pela presença do flúor, vai acabar levando à uma estabilização muito forte, uma ligação covalente que não será desfeita. (inibidor suicida) O Flúor presente na molécula do 5-Fluoracil inibe a formação de dTMP. Efeitos colaterais dos quimioterápicos: Pele e cabelo: possui muitas células se multiplicando, e com o quimiterápico as células param de produzir timina, diminuindo a quantidade decélulas que conseguem se multiplicar e o cabelo vai ficando fraco e cai, e as unhas também ficam fracas. Olhos e pele amarelados: o fígado vai possui muitas células se multiplicando, que serão atacadas pelo quimioterápico, havendo morte celular, que libera componentes hepáticos no sangue, fazendo com que haja um processo de icterícia, que é a liberação de bilirubina pelas células hepáticas que estão lesionadas.