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SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO Conteúdo Pedagógico: 1. Anatomia do viscerocrânio e do neurocrânio. 2. Conceitos de acidentes de trabalho típico, de trajeto; doenças relacionadas ao trabalho e doenças ocupacionais. 3. Deveres e direitos dos empregados. 4. Epidemiologia e Vigilância à Saúde do Trabalhador: promoção, proteção e recuperação da saúde; fatores de risco; indicadores e situação epidemiológica; notificação compulsória; ações de promoção da saúde e prevenção de doenças e acidentes; órgãos, serviços e sistemas de informação. 5. Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. 6. Dever médico nas situações de acidentes/doenças no ambiente de trabalho em diferentes cenários e contextos de recepção do trabalhador: empresa, médico do trabalho; emergência, médico plantonista; outra unidade de saúde, médico que realizou o atendimento. 1.Diferenciar o viscerocrânio do neurocrânio quanto aos ossos componentes, principais acidentes anatômicos e suas funções. A cabeça é a parte superior do corpo que está fixada ao tronco pelo pescoço. É o centro de controle e comunicação, bem como a “plataforma de carga” do corpo. A cabeça abriga o encéfalo e é, portanto, o local de nossa consciência: ideias, criatividade, imaginação, respostas, tomada de decisões e memória. Contém também receptores sensitivos especiais (olhos, orelhas, boca e nariz), dispositivos para transmissão da voz e expressão, além de portais para a entrada de nutrientes, água e oxigênio e a saída de dióxido de carbono. CRÂNIO O crânio é o esqueleto da cabeça, constituído por 22 ossos. Dois conjuntos de ossos formam suas duas partes: neurocrânio e viscerocrânio. NEUROCRÂNIO O neurocrânio é a caixa óssea do encéfalo e das membranas que o revestem, as meninges cranianas. Também contém as partes proximais dos nervos cranianos e a vascularização do encéfalo. O neurocrânio em adultos é formado por oito ossos: quatro ossos ímpares centralizados na linha mediana (frontal, etmoide, esfenoide e occipital) e dois pares de ossos bilaterais (temporal e parietal); O neurocrânio tem um teto abobadado, a calvária, e um assoalho ou base do crânio. Os ossos que formam a calvária são basicamente planos (frontal, temporal e parietal) e formados por ossificação intramembranácea do mesênquima da cabeça a partir da crista neural. Os ossos da base do crânio são basicamente irregulares e têm grandes partes planas (esfenoide e temporal) formadas por ossificação endocondral da cartilagem (condrocrânio) ou por mais de um tipo de ossificação. O etmoide é um osso irregular que forma uma parte mediana pequena do neurocrânio, mas faz parte principalmente do viscerocrânio. são ossos curvos, com faces externas convexas e faces internas côncavas. A maioria dos ossos da calvária é unida por suturas entrelaçadas fibrosas; Durante a infância, alguns ossos (esfenoide e occipital) são unidos por cartilagem hialina (sincondroses – articulações cartilagíneas). A medula espinal mantém a continuidade com o encéfalo através do forame magno, uma grande abertura na base do crânio. SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO VISCEROCRÂNIO O viscerocrânio (esqueleto facial) compreende os ossos da face que se desenvolvem principalmente no mesênquima dos arcos faríngeos embrionários. O viscerocrânio forma a parte anterior do crânio e consiste nos ossos que circundam a boca (maxila e mandíbula), nariz/cavidade nasal, e a maior parte das órbitas (cavidades orbitais); O viscerocrânio é formado por 15 ossos irregulares: três ossos ímpares centralizados ou situados na linha mediana (mandíbula, etmoide e vômer) e seis ossos pares bilaterais (maxilas; conchas nasais inferiores; e zigomáticos, palatinos, ossos nasais e lacrimais); A maxila e a mandíbula abrigam os dentes; As maxilas representam a maior parte do esqueleto facial superior, formando o esqueleto do arco dental maxilar (superior), que está fixada à base do crânio. A mandíbula forma o esqueleto do arco dental mandibular (inferior), que é móvel porque se articula com a base do crânio nas articulações temporomandibulares São ossos pneumáticos: (frontal, temporal, esfenoide, etmoide e maxila) contendo espaços aéreos (células aéreas ou seios grandes), provavelmente para reduzir seu peso. O volume total dos espaços aéreos nesses ossos aumenta com a idade. VISTA FRONTAL DO CRÂNIO A vista frontal (facial) ou anterior do crânio é formada pelos ossos frontal e zigomático, órbitas, região nasal, maxila e mandíbula. O frontal, especificamente sua escama (parte plana), forma o esqueleto da fronte, articulando-se na parte inferior com o osso nasal e o zigomático; em alguns adultos pode haver a sutura frontal, que é denominada SUTURA METÓPICA. A interseção dos ossos frontal e nasal é o násio que, na maioria das pessoas, está relacionada a uma área visivelmente deprimida (ponte do nariz); é um dos muitos pontos craniométrico; SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO Em alguns crânios, a margem supraorbital do osso frontal, o limite angular entre a escama e a parte orbital, tem um forame ou incisura supraorbital que dá passagem ao nervo e aos vasos supraorbitais. Logo acima da margem supraorbital existe uma crista, o arco superciliar, que se estende lateralmente a partir da glabela. Em geral, essa crista, situada profundamente aos supercílios, é mais proeminente nos homens; Os ossos zigomáticos, que formam as proeminências das bochechas, situam-se nas paredes inferior e lateral das órbitas, apoiados sobre as maxilas; Um pequeno forame zigomaticofacial perfura a face lateral de cada osso. Os zigomáticos articulam-se com o frontal, o esfenoide, o temporal e a maxila. Inferiormente aos ossos nasais está a abertura piriforme, a abertura nasal anterior no crânio septo nasal ósseo pode ser observado através dessa abertura, dividindo a cavidade nasal em partes direita e esquerda. Na parede lateral de cada cavidade nasal há lâminas ósseas curvas, as conchas nasais; As maxilas formam o esqueleto do arco dental superior. Seus processos alveolares incluem as cavidades (alvéolos) dos dentes e constituem o osso que sustenta os dentes maxilares. As duas maxilas são unidas pela sutura intermaxilar no plano mediano; possui forame infraorbital, inferior a cada órbita, que dá passagem ao nervo e aos vasos infraorbitais SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO A mandíbula é um osso em formato de U que tem uma parte alveolar que sustenta os dentes mandibulares. Consiste em uma parte horizontal, o corpo, e uma parte vertical, o ramo. Inferiormente aos segundos dentes pré- molares estão os forames mentuais para os nervos e vasos mentuais. A protuberância mentual, que forma a proeminência do mento, é uma elevação óssea triangular situada em posição inferior à sínfise da mandíbula, a união óssea onde se fundem as metades da mandíbula do lactente. VISTA LATERAL DO CRÂNIO Formada pelo neurocrânio e viscerocrânio. Os principais constituintes do neurocrânio são a fossa temporal, o poro acústico externo e o processo mastoide do temporal. Os principais constituintes do viscerocrânio são a fossa infratemporal, o arco zigomático e as faces laterais da maxila e mandíbula. Os limites superior e posterior da fossa temporal são as linhas temporais superior e inferior; o limite anterior é representado pelo frontal e pelo zigomático; e o limite inferior é o arco zigomático. A margem superior desse arco corresponde ao limite inferior do hemisfério cerebral. O arco zigomático é formado pela união do processo temporal do zigomático com o processo zigomático do temporal. Na parte anterior da fossa temporal, 3 a 4 cm acima do ponto médio do arco zigomático, há uma área clinicamente importante de junções ósseas: o ptério. Em geral, ele é indicado por suturas que formam um H e unem o frontal, o parietal, o esfenoide (asa maior) e o temporal.Menos comum é a articulação de frontal e temporal. Às vezes há um ponto de encontro dos quatro ossos. O poro acústico externo é a entrada do meato acústico externo, que leva à membrana timpânica (tímpano). O processo mastoide do temporal situa-se póstero inferiormente ao poro acústico externo. Antero medialmente ao processo mastoide se encontra o processo estiloide do temporal, uma projeção fina, pontiaguda, semelhante a uma agulha. A fossa infratemporal é um espaço irregular situado inferior e profundamente ao arco zigomático e à mandíbula e posteriormente à maxila. VISTA OCCIPITAL DO CRÂNIO A vista occipital ou posterior do crânio é formada pelo occipício, por partes dos parietais e partes mastóideas dos temporais. Em geral, a protuberância occipital externa é palpada com facilidade no plano mediano. No entanto, às vezes (sobretudo nas mulheres), é imperceptível. Um ponto craniométrico definido pela extremidade da protuberância externa é o ínio. A crista occipital externa desce da protuberância em direção ao forame magno, a grande abertura na parte basilar do osso occipital. A linha nucal superior, que forma o limite superior do pescoço, estende-se lateralmente a partir de cada lado da protuberância occipital externa. A linha nucal inferior é menos evidente. No centro do occipício, o lambda indica a junção das suturas sagital e lambdóidea. SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO VISTA SUPERIOR (VERTICAL) DO CRÂNIO ovalada, alarga-se em sentido póstero lateral nos túberes (eminências) parietais. A sutura coronal separa o frontal e os parietais, a sutura sagital separa os parietais e a sutura lambdóidea separa os parietais e temporais do occipital. O bregma é o ponto de referência craniométrico formado pela interseção das suturas sagital e coronal. O vértice, o ponto mais altos da calvária, está perto do ponto médio da sutura sagital. O forame parietal é uma abertura pequena e inconstante localizada na região posterior do parietal, perto da sutura sagital. VISTA INFERIOR DA BASE DO CRÂNIO A base do crânio é a parte inferior do neurocrânio (assoalho da cavidade do crânio) e viscerocrânio menos a mandíbula. É constituída pelo arco alveolar da maxila, pelos processos palatinos das maxilas; e pelo palatino, esfenoide, vômer, temporal e occipital. A parte anterior do palato duro (palato ósseo) é formada pelos processos palatinos da maxila e a parte posterior, pelas lâminas horizontais dos palatinos. A margem posterior livre do palato duro projeta-se posteriormente no plano mediano como a espinha nasal posterior. Posteriormente aos dentes incisivos centrais está a fossa incisiva, uma depressão na linha mediana do palato duro na qual se abrem os canais incisivos. Na região posterolateral estão situados os forames palatinos maior e menor. Superiormente à margem posterior do palato há duas grandes aberturas: os cóanos (aberturas nasais posteriores), separados pelo vômer, um osso plano ímpar trapezoide que constitui uma grande parte do septo nasal ósseo. Encaixado entre o frontal, o temporal e o occipital está o esfenoide, osso ímpar irregular formado por um corpo e três pares de processos: asas maiores, asas menores e processos pterigoides; Os processos pterigoides, formados pelas lâminas lateral e medial, estendem-se em sentido inferior, de cada lado do esfenoide, a partir da junção do corpo e das asas maiores; A parte posterior da base do crânio é formada pelo occipital, nas partes laterais do occipital há duas grandes protuberâncias, os côndilos occipitais, por intermédio dos quais o crânio articula-se com a coluna vertebral. A grande abertura entre o occipital e a parte petrosa do temporal é o forame jugular; SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO O forame estilomastóideo, que dá passagem ao nervo facial (NC VII) e à artéria estilomastóidea, situa-se posteriormente à base do processo estiloide. VISTA SUPERIOR DA BASE DO CRÂNIO tem três grandes depressões situadas em diferentes níveis: as fossas anterior, média e posterior do crânio, que formam o assoalho côncavo da cavidade do crânio. A fossa anterior do crânio está situada no nível mais alto, e a fossa posterior está no nível mais baixo. FOSSA ANTERIOR DO CRÂNIO As partes inferior e anterior dos lobos frontais do encéfalo ocupam a fossa anterior do crânio, a mais superficial (superior) das três fossas do crânio. A parte maior da fossa é formada pelas partes orbitais do frontal, que sustentam os lobos frontais do encéfalo e formam os tetos das órbitas. Essa superfície tem impressões sinuosas (impressões encefálicas) dos giros (cristas) orbitais dos lobos frontais; A crista frontal é uma extensão óssea mediana do frontal. Em sua base está o forame cego do frontal, que dá passagem a vasos durante o desenvolvimento fetal, mas se torna insignificante depois do nascimento. A crista etmoidal é uma crista óssea mediana e espessa, situada posteriormente ao forame cego, que se projeta superiormente a partir do etmoide. De cada lado dessa crista está a lâmina cribriforme do etmoide; FOSSA MÉDIA DO CRÂNIO Forma de borboleta, tem uma parte central formada pela sela turca no corpo do esfenoide e grandes partes laterais deprimidas de cada lado; As cristas esfenoidais são formadas principalmente pelas margens posteriores salientes das asas menores dos esfenoides, que se projetam sobre as partes laterais das fossas anteriormente; A sela turca é a formação óssea em formato de sela situada sobre a face superior do corpo do esfenoide; A sela turca tem três partes: 1. O tubérculo da sela: uma elevação mediana, que varia de pequena a proeminente e forma o limite posterior do sulco préquiasmático e o limite anterior da fossa hipofisial. 2. A fossa hipofisial: uma depressão mediana no corpo do esfenoide que acomoda a hipófise. 3. O dorso da sela: uma lâmina quadrada de osso que se projeta superiormente a partir do corpo SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO do esfenoide. Forma o limite posterior da sela turca, e seus ângulos superolaterais proeminentes formam os processos clinoides posteriores. De cada lado do corpo do esfenoide, quatro forames, que formam uma meia-lua, perfuram as raízes das faces cerebrais das asas maiores dos esfenoides são eles: 1. Fissura orbital superior: Situada entre as asas maior e menor, abre-se anteriormente para o interior da órbita. 2. Forame redondo: Situado posteriormente à extremidade medial da fissura orbital superior, segue um trajeto horizontal até uma abertura na face anterior da raiz da asa maior do esfenoide para a fossa pterigopalatina, uma estrutura óssea entre os ossos esfenoide, maxila e palatinos. 3. Forame oval: Um grande forame posterolateral ao forame redondo; abre-se inferiormente na fossa infratemporal. 4. Forame espinhoso: Situado posterolateralmente ao forame oval e se abre na fossa infratemporal perto da espinha do esfenoide. O forame lacerado não faz parte da meia-lua de forames. Situa-se posterolateralmente à fossa hipofisial e é um artefato de um crânio seco; FOSSA POSTERIOR DO CRÂNIO A fossa posterior do crânio, a maior e mais profunda (inferior) das três, aloja o cerebelo, a ponte e o bulbo. É formada principalmente pelo occipital, mas o dorso da sela do esfenoide marca seu limite anterior central. a fossa posterior do crânio é parcialmente dividida pela crista occipital interna em grandes impressões côncavas bilaterais, as fossas cerebelares. A crista occipital interna termina na protuberância occipital interna formada em relação à confluência dos seios, uma fusão dos seios venosos durais. 2. COMPARAR ACIDENTES DE TRABALHO TÍPICO, DE TRAJETO; DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS. ACIDENTE DE TRABALHO É compreendido como evento súbito e inesperado devido a causas não naturais, como acidentes e violências, que ocorrem com o trabalhadorno ambiente de trabalho ou durante o exercício das atividades laborais ou, ainda, a serviço do empregador ou representando seus interesses, causando prejuízos à saúde, tais como lesões corporais ou perturbações funcionais que podem causar perda ou redução temporária ou permanente da aptidão para o trabalho, e até mesmo o óbito do trabalhador. Para a Previdência Social, com base no artigo 19 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991 (BRASIL, 2012a), “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”. Pode causar desde um simples afastamento, perda ou redução da capacidade para o trabalho, até a morte do segurado. MORBIDADE: acidentes de trabalho e intoxicações agudas. Doenças profissionais-não ocorrem na população geral, são totalmente evitáveis; Doenças relacionadas ao trabalho-trabalho é fator contributivo ou provocador/agravador e distúrbios ou de doenças pré-existentes. MORTALIDADE: Componente Direto: causa básica foi um acidente de trabalho ou doença profissional. Componente Indireto: trabalho influenciou a ocorrência do óbito. SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO PODEM SER: Típico: quando ocorrem durante a execução de atividades relacionadas à sua função ou a serviço do empregador; ou De trajeto: que são aqueles ocorridos no percurso entre a residência e o trabalho. Doença profissional, assim entendida como aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade; Doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e que com ele estejam diretamente relacionadas. DOENÇA OCUPACIONAL OU PROFISSIONAL: a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelos Ministerio do Trabalho e da Previdencia Social. Ex: Saturnismo( intoxicação provocada pelo chumbo), Silicose (sílica), e Trabalhador de MINAS (câncer). FATORES DE RISCO PARA A OCORRÊNCIA DO ACIDENTE Podem ser decorrentes da ação ou da omissão humana e se apresentarem de diversas formas, como instalações que ofereçam riscos de acidentes, máquinas e equipamentos com defeitos ou sem devida manutenção; tecnologias e operações inadequadas para realização da atividade; má organização e gestão do trabalho, entre outros fatores. É importante destacar que os acidentes de trabalho geralmente são eventos preveníveis. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Lesões corporais, como: cortes, fraturas, luxações, traumatismos e politraumatismos, amputações de tecido ósseo, esmagamentos, traumatismo cranioencefálico, fratura de coluna, lesão da medula espinhal, trauma com lesões viscerais, eletrocussão, asfixia, queimaduras, perda de consciência provocada por asfixia, choque elétrico ou outra causa externa; aborto; aceleramento do parto; perda ou inutilização de membro, sentido ou função; deformidade permanente; lesões que causam hipotermia, doença induzida pelo calor ou pela inconsciência, que necessita de ressuscitação ou hospitalização. DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO Os sintomas mais comuns estão relacionados a queixas musculoesqueléticas (como tendinite, LERs, DORTs- movimentos repetitivos), sintomas de pele (agentes químicos, alérgenos, biológicos ou físicos), sintomas auditivos (perda auditiva induzida por ruído – PAIR e químicos), queixas respiratórias (sílica, asma ocupacional, fibras, asbesto, carvão mineral) e queixas mentais (Bournout, químicos, estresse pós-traumático, desemprego, ritmo e políticas produtivas). ASSEDIO SEXUAL, VIOLENCIA MORAL, DENTRE OUTROS LEVAM A ESTADO MENTAL DE CONFUSAO SENDO TB ACIDENTE DE TRABALHO. Todos tb estão na referência! Doença ocupacional é todo e qualquer processo de prejuízo à saúde, caracterizado por um diagnóstico médico, relacionado direta ou indiretamente com o trabalho. Por exemplo, acidentes de trabalho em que, durante o expediente, o colaborador se envolve em algum tipo de trauma e lesão, podem suscitar doenças ocupacionais. Não só os acidentes ocorridos no horário e no local de trabalho são considerados acidentes de trabalho, mas também aqueles em que o empregado está a serviço do empregador, ainda que fora da empresa, e também aqueles ocorridos na ida e volta da casa para o trabalho. SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO Por isso, é dever da empresa realizar exames médicos no início (admissional), durante (periódicos) e ao fim (demissional) do Contrato de Trabalho. Em caso de acidente, o empregador deve entregar ao empregado a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Se a empresa se recusar, o empregado deve procurar o Sindicato ou o INSS. Se o empregado receber licença médica, o empregador pagará o salário dos primeiros 15 dias. Daí em diante, o INSS pagará o benefício enquanto durar a incapacidade do trabalhador. Na hipótese de o empregado ficar incapaz de trabalhar, ele poderá se aposentar por invalidez. Mas, se ele se recuperar, deverá voltar a trabalhar, e a lei garante sua permanência no emprego por um ano (art. 118, da Lei n° 8.213/91). MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS E DE AGRAVOS RELACIONADOS AO TRABALHO E PROTEÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR Eliminação dos riscos. • Substituição dos riscos: substituição de produtos, de partes ou processos inteiros, maquinaria e equipamentos por outros que ofereçam menos risco para a saúde. • Controle de engenharia: controle das exposições existentes no local de trabalho, isolamento, restrição do contato com o perigo, instalação de dispositivos de proteção que melhorem as condições gerais dos ambientes. • Controle administrativo: mudança no modo e na organização do trabalho, redesenho da tarefa ou do trabalho, adoção de práticas alternativas de trabalho, combinação de medidas técnicas e administrativas, buscando a proteção da saúde dos trabalhadores. • Equipamentos de proteção individual (EPIs): apesar de necessários para redução potencial de danos, não evitam totalmente a exposição do trabalhador a fatores de risco e são menos efetivos por não removerem a causa ou a fonte do problema, além da possibilidade de uso de forma incorreta (NIOSH, 2015) 3. DEVERES E DIREITOS DOS EMPREGADOS REFERENCIA EXTERNA PQ NÃO SE TEM NA REFERENCIA DADA! Alguns DEVERES DOS EMPREGADOS SÃO: • Trabalhar com dedicação, zelo, atenção e boa-fé; • Acatar e cumprir as ordens do serviço; • Não faltar ao trabalho: ser assíduo e pontual; • Fazer exames médicos e usar medidas de proteção, evitando danos e acidentes pessoais ou com colegas de serviço. • Respeitar os chefes e os colegas; • Ser fiel aos segredos da empresa; • Manter sempre limpos os ambientes que utilizar; • Não estragar o material de trabalho; • Utilizar os Equipamentos de Proteção Individual. DIREITOS CARTEIRA DE TRABALHO; CONTRATO DE TRABALHO; FGTS; ADICIONAL DE INSALUBRIDADE; SALARIO MINIMO; 13º SALARIO; ABONO SALARIAL; LICENÇA MATERNIDADE\PATERNIDADE; FÉRIAS, ADICIONAL NOTURNO; 4. CARACTERIZAR A SAÚDE DO TRABALHADOR E OS PROCESSOS DE INVESTIGAÇÃO DO RISCO LABORAL. SAÚDE DO TRABALHADOR Segundo o dicionário organizado por Bueno (1996), trabalho associa-se a “esforço, fadiga, tarefa ou aplicação de atividade física ou intelectual”; Para o Ministério da Saúde: A Saúde do Trabalhador constitui uma área da Saúde Pública que tem como objeto de estudo e intervenção as relações entre o trabalho e a saúde. Tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada,no SUS – Sistema Único de Saúde (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001, p. 17). De acordo com Oliveira & Vasconcellos (2000), a área da saúde do trabalhador deve envolver: • a dimensão da abordagem, inserindo o trabalhador como ser social no processo de produção e na sociedade produtiva, na perspectiva do conceito ampliado de saúde; SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO • o profundo comprometimento e envolvimento do trabalhador no planejamento, desenvolvimento e execução das ações, considerando-o elemento atuante e central em todas as etapas do processo; • a ruptura com a hegemonia tecnocorporativa e a abordagem interdisciplinar das diversas questões, na perspectiva de uma lógica de atuação técnica a favor dos trabalhadores; • a proposição de soluções a partir do conhecimento empírico do trabalhador acerca dos riscos no ambiente de trabalho e de sua subjetividade na percepção desses riscos; • o princípio da transparência das ações e de todas as informações, na perspectiva da negociação igualitária, entre trabalhadores e empregadores; • a transformação das bases técnicas e organizacionais dos postos, das condições e do ambiente de trabalho, na perspectiva da democratização das decisões e do controle social referenciado ao processo de trabalho e ao ambiente de trabalho em sua relação com a saúde. SAÚDE DO TRABALHADOR: NOVOS DESAFIOS EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO E REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA [...] vantagens comparativas que lhes permitiriam manter a competitividade num mercado mundializado: legislações ambientais e trabalhistas menos rigorosas; políticas públicas de proteção do trabalho, do ambiente e da saúde inexistentes, frágeis ou com poucas condições para serem efetivamente implementadas; população e trabalhadores fragilizados pelas precárias condições de vida e dispostos a “aceitar qualquer coisa” em troca de uma fonte de renda; sociedade civil insuficientemente informada e organizada para defender seus interesses (RIGOTTO, 2004, p. 186). Essas alterações nas “condições sociais nas quais as pessoas vivem e trabalham” (AKERMAN et al., 2011, p. 5) ou nos processos de reprodução social (BREILH, 2006) determinam a vulnerabilidade e a saúde-doença dos grupos populacionais. Assim, esses macroprocessos incidem sobre os territórios e atingem os trabalhadores e suas famílias nos locais de trabalho, de moradia, de circulação ou de vida. TRABALHO E RISCO: INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO Partindo do princípio de que a epidemiologia é a ciência que se destina à produção de conhecimento acerca da ocorrência, magnitude e distribuição das doenças e agravos à saúde na população e identificação dos fatores relevantes para sua determinação e controle, é necessário definir indicadores para avaliar e monitorar o perfil epidemiológico da saúde-doença dos trabalhadores com vistas a estabelecer o gerenciamento de riscos, as políticas e ações de vigilância em saúde (ROUQUAYROL & ALMEIDA FILHO, 2003). Trabalhadores são todos os homens e mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou informais da economia. Estão incluídos nesse grupo os indivíduos que trabalharam ou trabalham como empregados assalariados, trabalhadores domésticos, trabalhadores avulsos, trabalhadores agrícolas, autônomos, servidores públicos, trabalhadores cooperativados e empregadores – particularmente, os proprietários de micro e pequenas unidades de produção. São também considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades não remuneradas – habitualmente, em ajuda a membro da unidade domiciliar que tem uma atividade econômica, os aprendizes e estagiários e aqueles temporária ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença, aposentadoria ou desemprego (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001, p. 17). AGRAVOS À SAÚDE RELACIONADOS AO TRABALHO Em 1999, o Ministério da Saúde publicou, em acordo com o Ministério da Previdência Social, a Portaria/MS 1.339, que institui a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (BRASIL, 2001). Composta de 210 entidades nosológicas, classificadas de acordo com a CID-10, a lista incorpora 27 agentes de risco presentes nos ambientes de trabalho e apresenta as patologias a eles relacionáveis; Os agentes de risco são de natureza química, incluindo as seguintes substâncias e seus compostos: arsênio, asbesto ou amianto, benzeno, berílio, bromo, cádmio, carbonetos metálicos de tungstênio, chumbo, cloro, cromo, flúor, fósforo, hidrocarbonetos alifáticos ou aromáticos, iodo, manganês, mercúrio, substâncias asfixiantes (monóxido de carbono, cianeto de hidrogênio, sulfeto de hidrogênio), sílica livre, sulfeto de carbono ou dissulfeto de carbono, alcatrão, breu, betume, hulha mineral e parafina. Instrumentos para investigação das relações saúde- trabalho-doença: Matriz de Corvalán: A matriz permite ainda indicar um conjunto de ações sobre os diversos níveis de determinação do problema necessárias na perspectiva da saúde (CORVALÁN et al., 1996). Territorialização em saúde: As relações entre a saúde, o trabalho e o ambiente se expressam concretamente na dinâmica dos territórios e devem ser contempladas nos processos de territorialização em saúde já previstos para a atenção primária no SUS, especialmente na Estratégia Saúde da Família (MONKEN & BARCELLOS, 2005). SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO Mapa de riscos: A elaboração do mapa de riscos orienta- se pelas Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho (NR) do Ministério do Trabalho, especificamente a NR 5 (BRASIL, 2012b), que trata da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e que estabelece como uma de suas funções “identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver”. As normas regulamentadoras NR, relativas a segurança e saúde do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e publicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciario, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho acarretara ao empregador as penalidades previstas na legislação pertinente. NR4: SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO – SESMT NR5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA NR6: Equipamentos de Proteção Individual (EPI) NR7: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – o PCMSO NR9: PROGRAMA DE PREVENCAO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA NR17: ERGONOMIA Anamnese Clínico-Ocupacional: A abordagem clínica dos trabalhadores e trabalhadoras pelos profissionais de saúde deve incluir a investigação de sua história ocupacional e ambiental. Para tanto, a história ocupacional deve incluir, para as ocupações anteriores e a atual, informações relacionadas com: • Identificação da atividade e do local de trabalho. • Descrição do processo produtivo. • Descrição da função. • Descrição das condições ambientais de trabalho. • Relações e organização do trabalho. • Atenção à saúde e dados epidemiológicos. •História pregressa de adoecimentos e acidentes. Enquete coletiva: Ela consiste em valorizar as práticas, as experiências e os conhecimentos técnicos dos trabalhadores sobre seus ambientes de trabalho e, após entrevistas coletivas por grupos homogêneos de locais de trabalho com riscos semelhantes, é feita uma validação consensual das informações. Estudo in loco do processo de trabalho e ergonomia: Importante ferramenta para investigação do perfil epidemiológico de saúde-doença dos trabalhadores, o estudo in loco do processo de trabalho pode ser realizado em ocupações formais e informais. Coletando as informaçõescom os trabalhadores sobre as situações de alerta; Matriz de produção e agravos à saúde: Pignati & Machado (2011) desenvolveram metodologia com enfoque na produção global e indicadores de acidentes de trabalho e outros agravos, a que denominaram matriz de produção e agravos. Verificada a atividade produtiva predominante no território em análise, são estabelecidos indicadores de esforço produtivo (volume dos vários tipos de produtos, população envolvida direta ou indiretamente na cadeia produtiva principal etc.). INVESTIGAÇÃO DAS RELAÇOES SAÚDE E TRABALHO a investigação do processo de trabalho pressupõe a descrição da atividade, meios, organização e processo produtivo identificando os fatores e condições de risco associados, não dissociados dos objetivos de produção determinados pelas necessidades de uma sociedade, em um dado momento histórico, existindo dentro daquela estrutura social momentânea, com sua tecnologia, regras, relações e formas de divisão do trabalho. Deve se ter como base que o momento histórico de organização da sociedade e as condições de vida de uma pessoa ou grupo determinam a forma como o trabalho é realizado. Abordagem multidisciplinar, detecção precoce dos agravos a saúde, e a sua consequente notificação implementarão a rede de vigilância epidemiológica e sanitária, favorecendo a maior fiscalização e cumprimento da legislação de proteção ao trabalhador. 5. Descrever as ações de Vigilância em Saúde do trabalhador e dos órgãos e sistemas de informação competentes – CEREST, CESAT, RENAST, CAT, SINAN etc VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR O trabalho e as condições em que ele é realizado podem constituir fatores determinantes para a ocorrência de doenças, agravos e óbitos. Os riscos ocupacionais, capazes de causar danos à saúde do trabalhador, podem ser classificados em físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, psicossociais, SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO ambientais e mecânicos (de acidentes). Existindo de forma isolada ou simultânea. Nesse sentido, a Vigilância em Saúde do Trabalhador, um dos componentes do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, compreende o: conjunto de ações que visam promoção da saúde, prevenção da morbimortalidade e redução de riscos e vulnerabilidades na população trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nas doenças e agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento, de processos produtivos e de trabalho (BRASIL, 2018a). Apesar de contemplar toda a população trabalhadora, a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora preconiza a priorização de “pessoas e grupos em situação de maior vulnerabilidade”; No âmbito da saúde do trabalhador, todos os componentes da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador, tais como a Atenção Primária à Saúde, os serviços de média e alta complexidade, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador e a Vigilância em Saúde, entre outros, devem realizar ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador, de acordo com suas especificidades e a partir do conhecimento do território de abrangência. A Vigilância em Saúde do Trabalhador contempla dois grandes eixos de ações: a vigilância epidemiológica das doenças e agravos relacionados ao trabalho; e a vigilância dos ambientes e processos de trabalho. Para operacionalizar esses dois eixos, a Vigilância em Saúde do Trabalhador tem por atribuições: • Identificar os perfis sociodemográficos e de morbimortalidade da população trabalhadora, de acordo com a ocupação e a atividade econômica em que os trabalhadores estão inseridos. • Realizar análise e monitoramento da morbimortalidade dos trabalhadores e dos fatores de risco associados às doenças e aos agravos relacionados ao trabalho, de acordo com as normas vigentes. • Identificar o perfil produtivo do território, descrevendo a população trabalhadora de acordo com a ocupação, a atividade econômica e os riscos dos ambientes e processos de trabalho. • Mapear a rede de suporte social e de serviços de saúde que prestam assistência integral aos trabalhadores • Realizar a vigilância das doenças e dos agravos à saúde dos trabalhadores, compreendendo a notificação, a busca ativa, a investigação, a confirmação da relação com o trabalho e o encerramento dos casos. • Realizar a vigilância de ambientes e processos de trabalho, por meio da inspeção sanitária em saúde do trabalhador, para identificar e mapear os fatores de risco e perigos, de forma a eliminá-los ou, na impossibilidade disso, atenuá-los e controlá-los. • Realizar fiscalização conjunta e intersetorial onde houver trabalho em condições insalubres, perigosas e degradantes, conforme estabelecido na Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. • Produzir e divulgar protocolos, notas técnicas e informativas, para orientar as ações locorregionais e fornecer apoio matricial, com vistas à integralidade no cuidado. • Estabelecer relação entre o quadro clínico/diagnóstico e a atividade desenvolvida no trabalho. • Avaliar o cumprimento de normas e recomendações vigentes. • Produzir e divulgar sistematicamente informações em saúde do trabalhador, incluindo a comunicação de risco. • Promover ações de formação continuada para os técnicos e trabalhadores envolvidos nas ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador. • Propor, a partir da análise de situação de saúde no território, políticas públicas e estratégias de promoção à saúde do trabalhador. OBJETIVOS • Identificar potenciais casos de doenças e agravos relacionados ao trabalho. • Investigar a relação de doenças e agravos com o trabalho. • Notificar os casos de doenças e agravos relacionados ao trabalho. • Identificar os riscos à saúde presentes no ambiente de trabalho. • Identificar os grupos ocupacionalmente expostos a maior risco. • Identificar e descrever as principais características epidemiológicas. • Orientar medidas de prevenção e controle para impedir a ocorrência de novos casos. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE ACIDENTES DE TRABALHO Os principais objetivos da vigilância epidemiológica dos acidentes de trabalho são: identificar grupos vulneráveis e fatores de risco presentes no ambiente e no processo de trabalho; identificar e investigar os casos suspeitos; notificar todos os casos confirmados; estabelecer ou descartar a relação do acidente com o trabalho; conhecer o perfil epidemiológico dos acidentes de trabalho; produzir e disseminar informações epidemiológicas; orientar medidas de prevenção e controle para intervenção oportuna que possam evitar a ocorrência de novos acidentes. SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO ➔ NOTIFICAÇÃO - A notificação de acidente de trabalho é universal e compulsória - O preenchimento da Ficha de Investigação de Acidente de Trabalho deve ser realizado a partir da suspeição do caso. No entanto, somente serão inseridos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) os acidentes de trabalho que atendam à definição de caso confirmado; Os casos de doenças e de agravos relacionados ao trabalho devem ser notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação somente após a confirmação da relação com o trabalho, por meio da Investigação Epidemiológica; ➔ FICHAS SINAN DE DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO: LER/DORT, Pneumoconioses, Dermatoses Ocupacionais, Acidentes de Trabalho Grave, Cânceres Relacionados ao Trabalho, Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho, Acidentes de Trabalho com Exposição à Material Biológico; CEREST = CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR. Promovem ações para melhoras as condições de trabalho e a qualidade de vida do trabalhador por meio da prevenção e vigilância. -Existem dois tipos de CEREST: os estaduais e os regionais; -Apoiar investigações de maior complexidade -Assessorar a realização de convênios de cooperação técnica -Subsidiara formulação de politicas públicas; -Fortalecer a articulação entre a atenção básica, de media e alta complexidade para identificar e atender acidentes e agravos relacionados ao trabalho, em especial, mas não exclusivamente, aqueles contidos na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho ou de Notificação Compulsória; relacionada ao trabalho realizado. O CENTRO ESTADUAL DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR (CESAT) -Planejar e desenvolver ações de vigilância a saúde dos trabalhadores abrangendo formação de RH; -Fazer a comunicação e educação continuada; -Fazer a vigilância de ambientes de trabalho; -Realizar estudos especiais, produção, sistematização e divulgação de informações; -Conceder assistência especializada e normatização; -Apoiar e incentivar os municípios para o desenvolvimento destas ações. RENAST A RENAST constitui a principal estratégia para implementação da Politica Nacional de Saúde do Trabalhador no Sistema Único de Saúde (SUS). Ela articula diversas instituições e atores sociais que compõem o campo da Saúde do Trabalhador e a atuação da rede de serviços do SUS. CAT É um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional. A empresa é OBRIGADA a informar a Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, ate o 1º dia útil seguinte ao da ocorrência. Quando não realizado pode receber multa conforme disposto nos artigos 286 e 336 do decreto 3048\99. Se a empresa não emitir o CAT, o trabalhador, o medico ou o sindicato pode procurar a previdência social para sua emissão. Se o trabalhador for INFORMAL devera solicitar o preenchimento da ficha de notificação do SUS-SINAN. SINAN VIGILANCIA EPIDEMIOLOGIA EM SAUDE DO TRABALHADOR, é um sistema de informações e agravos de notificação, sistema onde são notificados todos os acidentes e agravos a saúde. SINDICATO São organizações de representação dos interesses dos trabalhadores, criadas para compensar o poder dos empregadores na relação contratual sempre desigual e reconhecidamente conflituosa entre a capital e trabalho; 6. ELENCAR OS OBJETIVOS E ESTRATÉGIAS DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA DOS OBJETIVOS I - fortalecer a Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) e a integração com os demais componentes da Vigilância em Saúde. a) identificação das atividades produtivas da população trabalhadora e das situações de risco à saúde dos trabalhadores no território; SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO b) identificação das necessidades, demandas e problemas de saúde dos trabalhadores no território; c) realização da análise da situação de saúde dos trabalhadores; d) intervenção nos processos e ambientes de trabalho; e) produção de tecnologias de intervenção, de avaliação e de monitoramento das ações de VISAT; f) controle e avaliação da qualidade dos serviços e programas de saúde do trabalhador, nas instituições e empresas públicas e privadas; g) produção de protocolos, de normas técnicas e regulamentares; e h) participação dos trabalhadores e suas organizações; II - Promover a saúde e ambientes e processos de trabalhos saudáveis. III - Garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador, que pressupõe a inserção de ações de saúde do trabalhador em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS, mediante articulação e construção conjunta de protocolos, linhas de cuidado e matriciamento da saúde do trabalhador na assistência e nas estratégias e dispositivos de organização e fluxos da rede. IV - ampliar o entendimento de que a saúde do trabalhador deve ser concebida como uma ação transversal, devendo a relação saúde-trabalho ser identificada em todos os pontos e instâncias da rede de atenção; V - incorporar a categoria trabalho como determinante do processo saúde-doença dos indivíduos e da coletividade, incluindo-a nas análises de situação de saúde e nas ações de promoção em saúde; VI - assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja considerada nas ações e serviços de saúde do SUS e que a atividade de trabalho realizada pelas pessoas, com as suas possíveis conseqüências para a saúde, seja considerada no momento de cada intervenção em saúde; e VII - assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS. DAS ESTRATÉGIAS I - Integração da Vigilância em Saúde do Trabalhador com os demais componentes da Vigilância em Saúde e com a Atenção Primária em Saúde. II - Análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores. III - Estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) no contexto da Rede de Atenção à Saúde IV - Fortalecimento e ampliação da articulação intersetorial. V - Estímulo à participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social. VI - Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos. VII - apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. IV - contemplar estratégias de articulação e de inserção de conteúdos de saúde do trabalhador nos diversos cursos de graduação das áreas de saúde, engenharias, ciências sociais, entre outros além de outros que apresentem correlação com a área da saúde, de modo a viabilizar a preparação dos profissionais desde a graduação, incluindo a oferta de vagas para estágios curriculares e extra-curriculares. 7. APRESENTAR AS NORMAS DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA PARA OS MÉDICOS QUE ATENDEM O TRABALHADOR DE ACORDO COM A RESOLUÇÃO CFM Nº 2.297/2021. RESOLUÇÃO CFM Nº 2.297, DE 5 DE AGOSTO DE 2021 Dispõe de normas específicas para médicos que atendem o trabalhador. Art. 1º Aos médicos do trabalho e demais médicos que atendem o trabalhador, independentemente do local em que atuem, cabe: I - Assistir ao trabalhador, elaborar seu prontuário médico e fazer todos os encaminhamentos devidos; II - Fornecer atestados e pareceres para o trabalhador sempre que necessário, considerando que o repouso, o acesso a terapias ou o afastamento da exposição nociva faz parte do tratamento; III - Fornecer laudos, pareceres e relatórios de exame médico e dar encaminhamento, sempre que necessário, dentro dos preceitos éticos; IV - Promover, com a ciência do trabalhador, a discussão clínica com o especialista assistente do trabalhador sempre que julgar necessário e propor mudanças no contexto do trabalho, quando indicadas, com vistas ao melhor resultado do tratamento. Art. 2º Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do trabalhador, além da anamnese, do exame clínico (físico e mental), de relatórios e dos exames complementares, é dever do médico considerar: I - A história clínica e ocupacional atual e pregressa, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo causal; II - O estudo do local de trabalho; III - O estudo da organização do trabalho; IV - Os dados epidemiológicos; V - A literatura científica; VI - A ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhadores expostos a riscos semelhantes; SESSÃO 8 - DRAMA THAIS M. SOUTO VII - A identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes e outros; VIII - O depoimento e a experiência dos trabalhadores; IX - Os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou não da área da saúde. Art. 3º Os médicos do trabalho e os demais médicos que atendem os trabalhadores de empresas e instituições, que admitem trabalhadores independentemente de sua especialidade, devem: I - Atuar visando essencialmente a promoção da saúde e a prevenção da doença, conhecendo, para tanto, os processos produtivos e o ambiente de trabalho da empresa. II - Promover o esclarecimento e prestar as orientações necessárias sobre a condição dos trabalhadores com deficiência, idosos e/ou com doenças crônico- degenerativas egestantes; e promover a inclusão destes no trabalho, participando do processo de adaptação do trabalho ao trabalhador, quando necessário. III - Dar conhecimento formalmente aos empregadores, aos trabalhadores e às comissões internas de prevenção de acidentes sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho, informações da vigilância epidemiológica e outros informes técnicos, desde que resguardado o sigilo profissional. IV - Notificar formalmente o empregador quando da ocorrência ou de sua suspeita de acidente ou doença do trabalho, para que a empresa proceda à emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho, devendo deixar registrado no prontuário do trabalhador. V - Notificar formalmente os agravos de notificação compulsória ao órgão competente do Ministério da Saúde quando suspeitar ou comprovar a existência de agravos relacionados ao trabalho, bem como notificar formalmente ao empregador a adoção dos procedimentos cabíveis, independentemente da necessidade de afastar o empregado do trabalho, devendo registrar tudo em prontuário. Art. 4º Compete ao médico do trabalho avaliar as condições de saúde do trabalhador para determinadas funções e/ou ambientes, propondo sua alocação para trabalhos compatíveis com seu atual estado de saúde, orientando-o, bem como ao empregador ou chefia imediata, se necessário, em relação ao processo de adaptação do trabalho. Art. 5ºOs médicos do trabalho, como tais reconhecidos por lei, especialmente investidos da função de Coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), estarão obrigados a fazerem-se presentes, com a regularidade que for necessária, nas empresas e em suas filiais, para coordenarem o referido programa, estando devidamente inscritos nos conselhos regionais de medicina dos estados em que estiverem atuando. Art. 6ºÉ vedado ao médico que presta assistência ao trabalhador: I - Realizar exame médico ocupacional com recursos de telemedicina, sem o exame presencial do trabalhador. II - Assinar Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) em branco. III - Emitir ASO sem que esteja familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador. IV - Deixar de registrar no prontuário médico do trabalhador todas as informações referentes aos atos médicos praticados. V - Informar resultados dos exames no ASO.
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