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SESSAO 6 RESUMO TBL

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SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
Objetivos educacionais: 
1. Descrever a Tríade Epidemiológica (HND) no contexto 
das doenças associadas à falta de saneamento básico. 
 2. Caracterizar os níveis de prevenção de acordo com o 
modelo da HND no contexto das doenças associadas à 
falta de saneamento básico. 
3. Exemplificar estratégias e medidas assistenciais em 
saúde para vigilância e controle de doenças associadas à 
falta de saneamento básico, tais como leptospirose e 
rotavírus. 
4. Relatar etiologia, epidemiologia, profilaxia e controle 
da leptospirose e do rotavírus. 
5. Aplicar os modelos de saúde e doença na explicação da 
ocorrência de doenças virais e bacterianas associadas à 
ausência de saneamento 
 
Modelos de Saúde-Doença 
Modelo Biomédico 
Para Christopher Boorse ( 1975 ), eminente filósofo da 
Biologia, "doença" compreende o estado interno do 
organismo biológico resultante do funcionamento 
subnormal de alguns dos seus órgãos ou subsistemas. 
Algumas doenças podem evoluir para enfermidades caso 
provoquem consequências psicológicas e sociais, 
limitações ou incapacidades, que preencham os seguintes 
critérios: 
1- sejam indesejáveis para o sujeito; 
2- sejam consideradas elegíveis para intervenções; 
3- constituam justificativa para comportamentos 
sociais normalmente reprováveis. 
O conceito biomédico de doença pode ser definido co1no: 
"desajustamento ou falha nos mecanismos de adaptação 
do organismo ou uma ausência de reação aos estímulos a 
cuja ação está exposto, processo (que) conduz a uma 
perturbação da estrutura ou da função de um órgão, de um 
sistema ou de todo o organismo ou de suas funções vitais". 
No modelo biomédico, portanto, o conceito de doença se 
aplica indiferentemente a organismos de todas as espécies 
e por isso deve ser analisado em termos biológicos. 
Do ponto de vista clínico, os problemas de saúde podem 
ser classificados - sob o aspecto de duração das alterações, 
disfunções e sintomas- como agudos ou crônicos. Crônicas 
são as doenças que se desenrolam a longo prazo, agudas 
são aquelas de curta duração. 
Por outro lado, do ponto de vista da etiopatogenia, as 
doenças podem ser classificadas em duas categorias: 
infecciosas e não-infecciosas. 
Segundo a OPS/OMS, 1992, doença infecciosa é a 
"doença do homem ou dos animais que resulta de uma 
infecção". 
O modelo biomédico de patologia foi desenvolvido 
privilegiando-se as doenças infecciosas (Barreto, 1998). 
Nesse modelo, doenças não-infecciosas são definidas por 
exclusão. Trata-se daqueles estados mórbidos que não 
resultam de processos infecciosos, como, por exemplo: 
silicose, hidrargirismo, doença coronariana ou diabetes. 
Os agentes etiológicos das doenças não-infecciosas em 
geral são de natureza inanimada. Aí classificam-se 
radiações, poluentes químicos do ar, da água, do solo, dos 
alimentos, álcool, fumo, drogas usadas como remédios ou 
por dependência química, aditivos de alimentos e 
pesticidas, entre outros. 
 
Doenças Infecciosas 
Nas doenças infecciosas, o agente etiológico é um ser vivo, 
correntemente referido como patógeno 
(etimologicamente: gerador de doença). Dá-se o nome de 
infecção à penetração e desenvolvimento ou multiplicação 
de um patógeno no organismo de uma pessoa ou animal. 
A infecção é um processo biológico bastante comum. Na 
luta pela sobrevivência, organismos vivos parasitam outros 
organismos vivos, às vezes espoliando-os e produzindo-
lhes enfermidades. 
Chama-se agente infeccioso um ser vivo com variado 
grau de complexidade biológica (vírus, rickétsia, bactéria, 
fungo, protozoário ou helminto) que, mediante uma das 
formas que assume no seu ciclo reprodutivo (esporo, ovo, 
cisto, larva, adulto etc.), pode ser introduzido no meio 
interno de outro ser vivo, desenvolvendo-se e/ou 
multiplicando-se. 
Dependendo das predisposições intrínsecas do 
hospedeiro, pode-se aí gerar ou não um estado patológico 
manifesto denominado doença infecciosa. 
A expressão "doença transmissível”: "qualquer doença 
causada por agente infeccioso específico, ou seus produtos 
tóxicos, que se manifesta pela transmissão desse agente ou 
de seus produtos, de uma pessoa ou animal infectados ou 
de um reservatório a um hospedeiro suscetível, direta ou 
indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, 
de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
ambiente inanimado." Cujo agente etiológico é vivo e 
transmissível. 
A designação de doença contagiosa para doenças 
infecciosas cujos agentes etiológicos se difundem através 
do contato direto com os indivíduos infectados. Tomem-se 
como exemplo o sarampo, transmitido por secreções da 
orofaringe, e as DST (doenças sexualmente transmissíveis). 
Toda doença contagiosa é infecciosa, porém o inverso 
não é verdadeiro. 
No modelo biomédico de doença infecciosa, as 
propriedades dos patógenos que mais importam são 
aquelas que regem sua relação com o hospedeiro e as que 
contribuem para o aparecimento de doença como produto 
dessa relação (OPS/ OMS, 1992). lnfectividade, 
patogenicidade, virulência e poder imunogênico são essas 
propriedades. 
lnfectividade: capacidade que certos organismos têm de 
penetrar e se desenvolver ou se multiplicar no novo 
hospedeiro, ocasionando infecção. Há agentes dotados de 
alta infectividade que facilmente se transmite às pessoas 
suscetíveis. Tome-se como exemplo o vírus da gripe. 
os fungos em geral tem baixa infectividade; 
Patogenicidade: é a capacidade do agente infeccioso de 
uma vez instalado no organismo do homem e de outros 
animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção 
entre os hospedeiros infectados. Alguns agentes, como o 
vírus do sarampo, são dotados de altíssima patogenicidade. 
Na situação oposta se encontra o vírus da pálio, dotado 
de patogenicidade muito reduzida. 
Virulência: é a capacidade de um bioagente produzir casos 
graves ou fatais. A virulência associa-se às propriedades 
bioquímicas do agente relacionadas com a produção de 
toxinas e à sua capacidade de multiplicação no organismo 
parasitado, o que o toma metabolicamente exigente, com 
prejuízo do parasitado. Alta virulência indica grande 
proporção de casos fatais ou graves. 
Isso acontece na raiva, por exemplo, em que qualquer 
caso é fatal. 
Já o vírus do sarampo pesar de altas infectividade e 
patogenicidade, é de baixa virulência. 
lmunogenicidade: poder imunogênico, é a capacidade que 
tem um dado bioagente de induzir imunidade no 
hospedeiro. Como os vírus da rubéola, sarampo, caxumba, 
varicela e outros, dotados de alto poder imunogênico. Uma 
vez infectadas por microrganismos, as pessoas ficam em 
geral imunes para o resto da vida. 
os vírus da gripe e da dengue, salmonelas e shigelas, por 
exemplo, apenas conferem imunidade temporária aos 
suscetíveis, mas tem baixo poder imunogênico. 
Uma doença manifesta é aquela que apresenta todas as 
características semiológicas que lhe são típicas. 
 Na forma abortiva ou frustra, nem todos os sinais 
clínicos da doença emergem acima do horizonte clínico. 
 A forma fulminante de doença é a que ocorre de forma 
excepcionalmente grave, com elevado coeficiente de 
letalidade. 
Na forma inaparente ou subclínica da doença o 
indivíduo não apresenta sinais ou sintomas clínicos 
manifestos, mas transmite; 
Período de incubação é o intervalo de tempo que decorre 
entre exposição a um agente infeccioso e aparecimento de 
sinais ou sintomas da doença; 
Período de transmissibilidade é o intervalo no qual o 
agente infeccioso pode ser transferido, direta ou 
indiretamente, de um indivíduo infectado a outro, ou de 
um animal infectado ao homem, ou de um homem 
infectado a um animal, inclusive artrópodes; 
A maioria das doenças infecciosas ou transmissíveis 
associa-se à pobreza e às desigualdades sociais; 
 
DOENÇAS NÃO-INFECCIOSAS 
É aquela que não se relaciona à invasão do organismo por 
outros seres vivos parasitários. Nessa categoria 
enquadram--se acidentes, envenenamentos,mortes 
violentas e períodos de exacerbação aguda de doenças 
crônicas; 
Baixa patogenicidade constitui uma das características 
marcantes das doenças não-infecciosas, em comparação 
com doenças decorrentes de exposição a agentes 
infecciosos. 
Modelo de exposição que causam doenças não 
infecciosas: 
- Exposição aguda a fatores que se apresentam em alta 
concentração. 
- Exposição reiterada e intermitente 
 - Exposição múltipla a fatores; 
MODELO PROCESSUAL 
A noção de prevenção tem como fundamento um modelo 
processual dos fenômenos patológicos denominado 
modelo de História Natural da Doença (HND). Nas palavras 
dos principais sistematizadores desse modelo (Leavell & 
Clark, 1976), denomina-se "história natural da doença o 
conjunto de processos interativos que criam o estímulo 
patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro 
lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até 
as alterações que levam a um defeito, invalidez, 
recuperação ou morte". 
HND possui 2 domínios: MEIO EXTERNO e MEIO INTERNO 
Os domínios são: meio externo, onde interatuam 
determinantes e agentes, e meio interno, onde se 
desenvolve a doença. 
 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
 
 
Neste modelo, considera se também a evolução dos 
processos patológicos em dois períodos consecutivos que 
se articulam e se complementam. Os períodos são: pré-
patogênese, quando manifestações patológicas ainda não 
se manifestaram, e patogênese, em que processos 
patológicos já se encontram ativos. 
A história natural da doença (HDN) é o nome dado a um 
conjunto de processos interativos que compreendem as 
inter-relações do agente, suscetível e o meio ambiente. 
Desenvolve-se em períodos sequenciados: o período 
epidemiológico ou pré-patogênico e o período patológico. 
No primeiro período, o interesse de estudo está dirigido 
para as relações suscetível-ambiente e no segundo o foco 
está nas modificações que se passam no organismo vivo. 
PRÉ-PATOGENESE 
Na pré-patogênese, o conjunto resultante da estruturação 
sinérgica das condições e influências indiretas - proximais 
ou distais - constitui um ambiente gerador da doença. 
Fatores que produzem efeitos diretos sobre as funções 
vitais do ser vivos perturbando-as e assim produzindo 
doença nos sujeitos, são denominados agentes 
patogênicos. Tais agentes são de natureza física, química, 
biológica, nutricional ou genética. 
A associação de fatores pode ser sinérgica, isto é, fatores 
articulados podem aumentar o risco de doença mais do que 
faria a simples soma de seus efeitos isolados; 
O estado final desencadeador de doença resulta, portanto, 
da interação de uma multiplicidade de determinantes 
econômicos, políticos, sociais, culturais, psicológicos, 
genéticos, biológicos, físicos e químicos. 
 
 
PATOGÊNESE 
Desenvolvimento de processos patológicos no ser humano. 
Seguem se perturbações bioquímicas em nível celular, que 
continuam como distúrbios na forma e função de órgãos e 
sistemas, evoluindo para defeito permanente {ou seqüela), 
cronicidade, morte ou cura. 
Esse modelo considera quatro níveis de evolução da 
doença no período de patogênese: 
-Interação agente-sujeito; 
-Alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas; 
-Sinais e Sintomas; 
-Cronicidade. 
O modelo de HND representa um grande avanço em 
relação ao modelo biomédico clássico, na medida em que 
reconhece que saúde-doença implica um processo de 
múltiplas e complexas determinações. 
De acordo com Rouquayrol e colaboradores (2018), no 
período patogênico são considerados quatro níveis de 
evolução: (a) interação estímulo-suscetível; (b) alterações 
bioquímicas, histológicas e fisiológicas; (c) sinais e 
sintomas; e (d) cronicidade. Denomina-se de “horizonte 
clínico” a linha imaginária que separa o estágio (b) as 
alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas do (c) 
referente aos sinais e sintomas. 
 
 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
 
De acordo com o modelo da HND, a prevenção deve ser 
feita nos períodos pré-patogênese e patogênese e o 
conhecimento da história natural da doença favorece o 
domínio das ações. As medidas preventivas podem ser 
primárias, secundárias e terciárias. A primária se faz com a 
interceptação dos fatores pré-patogênicos e a secundária é 
realizada no indivíduo, já sob a ação do agente patogênico, 
no nível do estado da doença. A prevenção terciária 
consiste na adoção de medida destinadas à reabilitação 
MODELO SISTÊMICO 
(Chaves, 1972). Roberts (1978) define sistema como "um 
conjunto de elementos, de tal forma relacionados, que 
uma mudança no estado de qualquer elemento provoca 
mudança no estado dos demais elementos". 
San Martin (1981) põe em relevo o sistema formado pelo 
ambiente, população, economia e cultura, designando este 
conjunto sistema epidemiológico-social. 
AGENTE E SUSCETÍVEL 
Um agente pode ser um microrganismo, um poluente 
químico ou um gene. 
Mesmo para doenças infecciosas, o modelo da 
causalidade específica apresenta limitações. Embora se 
considere que cada doença infecciosa tem seu agente 
específico, sabe-se que uma mesma entidade clínica pode 
ser produzida pela ação direta de agentes diversos; 
Alguns desses bioagentes são comensais, outros 
simbiontes e, outros, parasitas. 
Daí o emprego do termo "suscetível" para indicar o 
terceiro elemento do sistema agente-ambiente-suscetível, 
exatamente aquele em que a doença se desenvolverá e 
terá oportunidade de se manifestar clinicamente. 
Quando a suscetibilidade é relacionada a bioagentes, o 
suscetível pode ser denominado hospedeiro; 
As relações do hospedeiro com o bioagente patogênico 
podem ser descritas pelas seguintes categorias: 
resistência, suscetibilidade e imunidade. 
RESISTENCIA: é o sistema de defesa com o qual o 
organismo impede a difusão ou multiplicação de agentes 
infecciosos que o invadiram, ou reage aos efeitos nocivos 
dos seus produtos tóxicos. Está associada ao estado de 
nutrição, capacidade de reação e adaptação aos estímulos 
do meio, fatores genéticos, estado atual da saúde, estresse 
ou imunidade específica. 
SUSCETIBILIDADE: Indivíduo suscetível é aquele que não 
possui resistência a determinado agente patogênico e que, 
por essa razão, pode contrair a doença, se posto em 
contato com o mesmo. 
IMUNIDADE: "associado à presença de anticorpos que 
possuem ação específica sobre o microrganismo 
responsável por determinada doença infecciosa ou sobre 
suas toxinas". 
AMBIENTE 
Além de compreender o ambiente físico, que abriga e toma 
possível a vida autotrófica, e o ambiente biológico, que 
abrange todos os seres vivos, deve incluir também o 
ambiente social, sede de fatores e processos que podem 
estar associados a doenças. 
reservatório de agentes infecciosos é o ser humano ou 
animal, artrópode, planta, solo ou matéria inaninada (ou 
uma combinação desses), em que um agente infeccioso 
normalmente vive e se multiplica em condições de 
dependência primordial para a sobrevivência e no qual se 
reproduz, de modo a poder ser transmitido a um 
hospedeiro suscetível; 
São chamadas antropanoses as doenças nas quais o 
homem é o único reservatório, único hospedeiro e único 
suscetível. 
Zoonoses são infecções comuns ao homem e a outros 
animais; 
 Antropozoonoses o reservatório é composto por 
populações animais 
Zooantroponoses as zoonoses nas quais as populações 
humanas constituem o reservatório; 
Anfixenoses tanto o homem como os animais podem 
funcionar como reservatório, dependendo de fatores 
circunstanciais. 
Portadores ativos são os que, embora estejam 
eliminando o agente, não apresentam sintomas clínicos no 
momento em que estão sendo examinados; 
Portadores passivos são os que nunca apresentaram 
nem apresentarão quaisquer sintomas; 
-Os vetores mecânicos agem apenas como 
transportadores de agentes infecciosos; 
-Vetores biológicos aqueles nos quais os microrganismos 
desenvolvem obrigatoriamente uma fase do seu ciclo vital; 
-Veículos são fontes secundárias de infecção 
intermediárias entre o reservatório e o hospedeiro;SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
SISTEMAS EPIDEMIOLOGICOS 
Problemas de saúde são gerados na inter-relação dos 
componentes bióticos e abióticos do ecossistema com 
organismos vivos. 
Têm-se aí doenças de caráter endêmico: subnutrição nos 
estratos mais pobres da população, doenças sexualmente 
transmissíveis entre trabalhadores sexuais, abuso de 
drogas entre marginalizados dos grandes centros urbanos, 
doença de Chagas em populações rurais. 
 
MODELOS SOCIOCULTURAIS 
Mervyn Susser ( 1973) definiu o termo "doença" como um 
processo fisiopatológico que causa um estado de disfunção 
fisiológica ou psicológica no indivíduo. 'moléstia' é um 
estado individual, subjetivo, uma certa consciência 
psicológica e corporal da patologia, enquanto 
'enfermidade' implica um estado de disfunção social do 
sujeito doente correspondente ao conceito de sick-role de 
Parsons. 
Em paralelo, Susser definiu "comprometimento'' como 
defeito físico ou psicológico, "incapacidade" como 
disfunção física ou psicológica persistente e 
“desvantagem" como disfunção social devida à 
incapacidade. 
Engelhardt (1975) considera uma falácia a operação de se 
tomarem construtos abstratos como coisas concretas, 
entes diferenciados e autônomos; 
A adoção do conceito de doença pressupõe que se trata 
de fenômenos físicos e mentais que podem ser 
correlacionados com eventos de dor e sofrimento, e assim 
os seus padrões podem ser explicados, seu curso pode ser 
predito e suas conseqüências podem ser influenciadas 
favoravelmente (Engelhardt, 1975:137). 
 
 
 
 
MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 
Na história natural da doença admite-se o conceito de 
saúde com uma estruturação explicativa proporcionada 
pela tríade ecológica (agente, suscetível e meio 
ambiente), enquanto na determinação social do processo 
saúde-doença admite-se um processo dinâmico, complexo 
e multidimensional que engloba dimensões biológicas, 
psicológicas, socioculturais, econômicas, ambientais e 
políticas a fim de identificar uma complexa inter-relação 
quando se trata de saúde e doença de uma pessoa, de um 
grupo social ou de sociedades (CRUZ, 2011; PUTTINI et al., 
2010). 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 
“as inter-relações do agente, do suscetível e do meio 
ambiente que afetam o processo global e seu 
desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o 
estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer 
outro lugar, passando pela resposta do ser humano ao 
estímulo, até as alterações que levam a um defeito, 
invalidez, recuperação ou morte” 
 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
 
 
 
 
ROTAVIROSE 
Rotavírus, é uma gastroenterite aguda (inflamação do 
estômago e dos intestinos) compreendida entre as 
doenças diarreicas agudas (DDA), com predominância de 
diarreia líquida e vômitos de duração limitada, a quadros 
graves, com desidratação grave e febre, podendo evoluir 
a óbito. 
 vírus RNA de cadeia dupla da família Reoviridae. 
 Composto por três camadas concêntricas que 
abrangem 11 segmentos gênicos. A mais externa contém 
duas proteínas importantes: a VP7 e a VP4, ambas induzem 
a produção de anticorpos neutralizantes 
O rotavírus é muito estável e pode permanecer viável 
no meio ambiente por semanas ou meses; 
O ser humano infectado é o reservatório do rotavírus, 
abrigando o vírus em seu sistema gastrointestinal. 
ETIOLOGIA 
Pertencem à família Reoviridae, gênero Rotavírus. A 
partícula viral infecciosa (vírion) mede de 70 a 90 nm de 
diâmetro. Não possuem envelope e exibem 
nucleocapsídeo com simetria icosaédrica; 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
regiões de clima temperado, quer sob o caráter 
endêmico nas áreas tropicais; 
faixa etária de 6-24 meses; 
IMUNIDADE 
A replicação viral evolui no sentido cefalocaudal, no curso 
de um a dois dias, estendendo-se até o íleo. 
Nas células absortivas são descritas: dilatação do retículo 
endoplasmático, tumefação das mitocôndrias, 
vacuolização citoplásmica e destruição das 
microvilosidades; 
Destacam-se graus variáveis de atrofia vilositária focal; 
transformação cuboidal das células epiteliais; hiperplasia 
das criptas de Lieberkhün; relação vilo-cripta reduzida; e 
aumento do infiltrado inflamatório da lâmina própria. Essa 
última alteração é geralmente leve, comparativamente ao 
processo inflamatório envolvendo outros 
enteropatógenos, notadamente aqueles bacterianos; 
Outro achado digno de nota reside no sensível declínio da 
atividade inerente às dissacaridases (principalmente a 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
lactase), responsáveis pela digestão da lactose, importante 
carboidrato na dieta de lactentes jovens. A hidrólise 
enzimática dos dissacarídios se reduz, por conseguinte, 
restringindo o processo de desdobramento em 
monossacarídeos, forma pela qual se processa a absorção 
do açúcar. Disso decorre um aumento da osmolaridade no 
lúmen intestinal e, consequentemente, do afluxo de 
líquido, daí se estabelecendo diarreia de natureza 
osmótica. 
MODO DE TRANSMISSÃO 
 Via fecal-oral, tanto por contato pessoa a pessoa como 
por meio de objetos e superfícies de ambientes coletivos 
contaminados. Gotículas respiratórias e alimentos/água 
contaminados; 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
 Varia de um a três dias, usualmente menos de 48 horas; 
O período de transmissibilidade dos rotavírus é de 
aproximadamente duas semanas; 
SUSCETIBILIDADE, VULNERABILIDADE E IMUNIDADE: 
todas as idades são suscetíveis à infecção por rotavírus, 
crianças menores de 5 anos, entre a faixa etária de 6 a 24 
meses, enquanto as formas inaparentes prevalecem entre 
os recém-nascidos e lactentes (até os 3 a 4 meses); 
MANIFESTAÇÃO CLINICA 
 Entre as DDA, é caracterizado por diarreia líquida sem 
sangue, acompanhada de vômitos, ocorrendo com 
frequência febre e dor abdominal; a tríade clássica 
composta por febre, vômitos e diarreia; 
A primeira infecção é geralmente mais grave quando 
ocorre após os 3 meses de idade. Em adultos, a infecção 
tende a ser mais leve ou assintomática, mas o rotavírus 
pode causar gastroenterite grave em alguns, 
especialmente nos que apresentam comorbidade e nos 
mais velhos. 
COMPLICAÇÕES 
Em bebês e crianças pequenas pode levar à diarreia grave, 
desidratação, desequilíbrio eletrolítico e acidose 
metabólica. 
Crianças imunocomprometidas por causa de 
imunodeficiência congênita ou por transplante de medula 
óssea ou de órgãos sólidos podem apresentar 
gastroenterite grave ou prolongada por rotavírus, além de 
evidências de anormalidades em múltiplos sistemas 
orgânicos, particularmente nos rins e no fígado. 
TRATAMENTO: reidratação dos pacientes por meio da 
administração de líquidos e solução de sais de reidratação 
oral (SRO) ou fluidos endovenosos, dependendo do estado 
de hidratação e da gravidade do caso; além do tratamento 
de outros sinais e sintomas, como náuseas, vômitos e 
febre. 
Deve-se manter a dieta alimentar normal e não se 
recomenda o uso de antimicrobianos nem de 
antidiarreicos. 
Antes de iniciar o tratamento, é imprescindível a 
avaliação clínica do paciente e do seu estado de hidratação; 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
1. Identificar os genótipos de rotavírus prevalentes 
circulantes entre as crianças menores de 5 anos atendidas 
em unidades sentinelas. 
2. Monitorar o impacto da vacinação contra o rotavírus na 
doença, e alterações na epidemiologia e nas cepas 
circulantes após a implementação da vacina contra o 
rotavírus. 
3. Monitorar a carga de outros patógenos entéricos entre 
os menores de 5 anos atendidos em unidades sentinelas; 
CRITÉRIOS PARA UNIDADE SENTINELA 
• Unidade de saúde com leitos de internação e/ou 
observação de pediatria. 
 • As unidades sentinelas devem atender um mínimo de 
100 crianças menores de 5 anos com DDA por ano (WHO, 
2018). 
• Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) implantada (na 
ausência, deve ter Comissão de Controle de Hinfecção 
Hospitalar – CCIH). 
• Capacidade para coleta e armazenamento de amostras 
de fezes para análises laboratoriais. 
 • Envolvimento da direção e das áreas afins.CASO SUSPEITO: Criança menor de 5 anos atendida em 
unidade sentinela, com doença diarreica aguda sem 
sangue, independentemente do estado vacinal contra 
rotavírus. 
CASO CONFIRMADO: Caso suspeito com confirmação 
laboratorial. 
CASO DESCARTADO: Caso suspeito notificado que, após a 
investigação epidemiológica, não tenha atendido à 
definição de caso confirmado, ou seja, diagnóstico 
laboratorial não reagente (realizado nos Lacen). 
Os casos de rotavírus de crianças menores de 5 anos são 
de notificação compulsória apenas em unidades sentinelas 
para rotavírus, conforme disposto na Portaria de 
Consolidação GM/MS n.º 5, de 28 de setembro de 2017; 
As crianças que se enquadrem na definição de caso 
suspeito devem ser notificadas por meio da ficha individual 
de rotavírus e registrados no Sinan Net em até sete dias. 
SURTOS 
Os surtos de DDA de causa desconhecida ou alteração no 
padrão clínico epidemiológico das DDA, compreendidas 
entre as doenças de transmissão hídrica e alimentar 
(doenças diarreicas agudas ou DDA), que configurem 
“Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à 
saúde pública”, devem ser notificados imediatamente ao 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
Ministério da Saúde, conforme disposto na Portaria de 
Consolidação GM/MS n.º 4, de 28 de setembro de 2017 
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLOGICA 
Preenchimento adequado de todos os itens da Ficha de 
Notificação/Investigação Individual de Rotavírus, coleta de 
amostra clínica e investigação laboratorial, seguimento de 
fluxos de informação sobre o caso e das amostras clínicas 
ao Lacen. 
 confirmar o diagnóstico, determinar as características 
epidemiológicas como possível surto de rotavírus, 
identificar suas causas e orientar as medidas de prevenção 
e de controle; 
COLETA 
No momento da admissão ou em até 24 horas de 
internação; fezes frescas in natura; 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E DE CONTROLE 
Em surtos, o objetivo é orientar medidas de controle e 
ações necessárias para prevenir novos casos, casos graves 
e óbitos. 
Vacinação; G1P1 (atenuada); 2 doses sendo a primeira 
aos 2 meses e a segunda aos 4 meses de idade, com 
intervalo de 30 dias entre as doses. A partir de 1 mês e 15 
dias já pode ser administrada; Via oral; 
Mesmo que a criança esteja na faixa etária preconizada, a 
vacina é contraindicada: 
1. na presença de imunodeficiência; 
2. na vigência do uso de medicamentos 
imunossupressores, como corticosteroides ou 
quimioterápicos; 
3. quando há história de doença gastrointestinal crônica, 
má-formação congênita do trato digestivo não corrigida, ou 
história prévia de invaginação intestinal. 
Lavagem de mãos, controle sanitário da água e dos 
alimentos, destino adequado dos dejetos e do esgoto, são 
importantes na profilaxia da gastroenterite por outros 
patógenos, e parecem não ter grande impacto na 
incidência da infecção pelo rotavírus. O estímulo ao 
aleitamento materno tem fundamental importância em 
função dos altos níveis de anticorpos maternos contra o 
rotavírus nesse alimento. 
 
 
LEPTOSPIROSE 
A leptospirose, uma das zoonoses mais importantes do 
nosso meio, é uma doença generalizada, febril, causada 
por espiroquetas patogênicos do gênero Leptospira, 
podendo acometer o homem e os animais domésticos e 
selvagens, sendo caracterizada por uma vasculite 
generalizada. 
No Brasil, é uma doença endêmica; torna-se epidêmica 
em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e nas 
regiões metropolitanas, devido às enchentes associadas à 
aglomeração populacional de baixa renda, condições 
inadequadas de saneamento e alta infestação de roedores 
infectados. 
Algumas ocupações facilitam o contato com as 
leptospiras, como trabalhadores em limpeza e 
desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, 
agricultores, veterinários, tratadores de animais, 
pescadores, magarefes, laboratoristas, militares e 
bombeiros, entre outras. 
AGENTE ETIOLÓGICO 
 As leptospiras são bacterias microrganismos aeróbios 
obrigatórios, helicoidais, flexíveis e móveis, medindo em 
geral de 6 a 20 µm de comprimento e cerca de 0,1 µ de 
diâmetro; 
As leptospiras pertencem à ordem Spirochaetales, família 
Leptospiraceae e gênero Leptospira, que compreende 
duas espécies: L. interrogans e L. biflexa. A espécie 
patogênica para o homem é a L. interrogans, e a de vida 
saprofítica ou aquática, portanto não patogênica para o 
homem, é a L. biflexa. 
Qualquer sorovar pode determinar as diversas formas de 
apresentação clínica no homem; 
No Brasil, os sorovares Icterohaemorrhagiae e 
Copenhageni estão relacionados aos casos mais graves. 
EPIDEMIOLOGIA 
Verdadeira zoonose; 
 
No Brasil, a incidência é maior no período de janeiro a 
abril; 
Faixa etária adultos jovens dos 10 aos 39 anos, mais 
frequentes entre 20-29 anos; 
sexo masculino predominantemente; 
A letalidade é variável na leptospirose de acordo com a 
região geográfica e o sorotipo nela predominante; 
RESERVATÓRIOS 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
 Animais sinantrópicos, domésticos e selvagens. Os 
principais são os roedores das espécies Rattus norvegicus 
(ratazana ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado 
ou rato-preto) e Mus musculus (camundongo ou catita. 
Esses animais não desenvolvem a doença quando 
infectados e albergam a leptospira nos rins, eliminando-a 
viva no meio ambiente e contaminando água, solo e 
alimentos. 
O R. norvegicus é o principal portador do sorovar 
Icterohaemorraghiae, um dos mais patogênicos para o 
homem; 
Outros reservatórios são caninos, suínos, bovinos, 
equinos, ovinos e caprinos; 
O ser humano é apenas hospedeiro acidental e terminal, 
dentro da cadeia de transmissão. 
MODO DE TRANSMISSÃO 
A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta 
a urina de animais infectados; 
A penetração do microrganismo ocorre através da pele 
com presença de lesões, pele integra imersa por longos 
períodos em água contaminada ou através de outras 
modalidades de transmissão possíveis, porém, com rara 
frequência, são: Contato com sangue, tecidos e órgãos de 
animais infectados. Transmissão acidental em laboratórios. 
Ingestão de água ou alimentos contaminados. 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: Varia de 1 a 30 dias (média de 5 
e 14 dias). 
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: Os animais infectados 
podem eliminar a leptospira através da urina durante 
meses, anos ou por toda a vida, segundo a espécie animal 
e o sorovar envolvido. 
SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE:A suscetibilidade é geral. 
A imunidade adquirida pós-infecção é sorovar específica, 
podendo um mesmo indivíduo apresentar a doença mais 
de uma vez se o agente etiológico de cada episódio 
pertencer a um sorovar diferente do(s) anterior(es) 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
As apresentações clínicas da leptospirose são divididas em 
duas fases: fase precoce (fase leptospirêmica) e fase tardia 
(fase imune). 
FASE PRECOCE instalação abrupta de febre, comumente 
acompanhada de cefaleia, mialgia, anorexia, náuseas e 
vômitos, e pode não ser diferenciada de outras causas de 
doenças febris agudas. Poucos casos são identificados e 
notificados nessa fase da doença, em decorrência das 
dificuldades inerentes ao diagnóstico clínico e a 
confirmação laboratorial. Podem ocorrer diarreia, 
artralgia, hiperemia ou hemorragia conjuntival, fotofobia, 
dor ocular e tosse, EXANTEma em 10% a 20% dos 
pacientes; Podem desenvolver petéquias e hemorragias 
conjutivais; 
Regride em 3 – 7 dias sem deixar sequelas. 
Sufusão conjuntival é um achado característico da 
leptospirose e é observada em cerca de 30% dos pacientes. 
FASE TARDIA 15% dos pacientes com leptospirose 
ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que 
se iniciam após a primeira semana da doença, mas podem 
aparecer antes, especialmente em pacientes com 
apresentações fulminantes. 
manifestação clássica grave é síndrome de Weil, 
caracterizada pela tríade de icterícia, insuficiência renal e 
hemorragia, mais comumente pulmonar; 
A síndrome de hemorragia pulmonar, caracterizada por 
lesão pulmonar aguda e sangramentopulmonar maciço, 
vem sendo cada vez mais reconhecida no Brasil como 
manifestação distinta e importante da leptospirose na fase 
tardia. 
O comprometimento pulmonar da leptospirose 
apresenta-se com tosse seca, dispneia, expectoração 
hemoptoica e, ocasionalmente, dor torácica e cianose. 
A hemoptise franca indica extrema gravidade e pode 
ocorrer de forma súbita, levando à insuficiência 
respiratória e a óbito; 
COMPLICAÇÕES 
A insuficiência renal aguda. miocardite, acompanhada ou 
não de choque e arritmias agravados por distúrbios 
eletrolíticos; pancreatite; anemia; e distúrbios 
neurológicos como confusão, delírio, alucinações e sinais 
de irritação meníngea. 
TRATAMENTO 
Hospitalização imediata dos casos graves, visando evitar 
complicações e diminuir a letalidade. Nos casos leves, o 
atendimento é ambulatorial. 
 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
 
 
 
 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
Reduzir a letalidade da doença. Monitorar a ocorrência de 
casos e surtos. Identificar os sorovares circulantes. 
CLINICO LABORATORIAL 
CASO SUSPEITOIndivíduo com febre, cefaleia e mialgia, 
que apresente pelo menos um dos critérios a seguir 
elencados. 
Critério 1: Presença de antecedentes epidemiológicos 
sugestivos nos 30 dias anteriores à data de início dos 
sintomas, como: Exposição a enchentes, alagamentos, 
lama ou coleções hídricas. Exposição a fossas, esgoto, lixo 
e entulho. Atividades que envolvam risco ocupacional, 
como coleta de lixo e de material para reciclagem, limpeza 
de córregos, trabalho em água ou esgoto, manejo de 
animais, agricultura em áreas alagadas. Vínculo 
epidemiológico com um caso confirmado por critério 
laboratorial. Residência ou local de trabalho em área de 
risco para leptospirose. 
Critério 2: Presença de pelo menos um dos seguintes sinais 
ou sintomas: Icterícia. Aumento de bilirrubinas. Sufusão 
conjuntival. Fenômeno hemorrágico. Sinais de 
insuficiência renal aguda. 
CASO CONFIRMADO critério clinico-laboratorial( ELISA-
IgM) 
CASOS DE ÓBITOS detecção de DNA por PCR; e analises 
confirmatórias; 
 
CRITÉRIO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO: Todo caso suspeito 
que apresente febre e alterações nas funções hepática, 
renal ou vascular, associado a antecedentes 
epidemiológicos (descritos na definição de caso suspeito) e 
que, por algum motivo, não tenha coletado material para 
exames laboratoriais específicos ou estes tenham 
resultado não reagente com amostra única coletada antes 
do sétimo dia de doença ou uma amostra única coletada, 
em qualquer dia de doença, com ELISA reagente ou 
indeterminado e MAT não reagente ou com título < 800. 
A leptospirose é uma doença de notificação 
compulsória no Brasil 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
 
 
 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
As medidas de prevenção e controle devem ser 
direcionadas aos reservatórios; à melhoria das condições 
de proteção dos trabalhadores expostos; às condições 
higiênico-sanitárias da população; e às medidas corretivas 
sobre o meio ambiente, diminuindo sua capacidade de 
suporte para a instalação e a proliferação de roedores; 
 Cuidados com a água para consumo humano; 
 Limpeza da lama residual das enchentes; 
 Limpeza de reservatórios domésticos de água 
(caixa-d’água e cisternas); 
 Cuidados com os alimentos; 
 Saneamento ambiental; 
 são exemplos de medidas de prevenção e 
controle da leptospirose: a criação de animais 
seguindo os preceitos das boas práticas de 
manejo e guarda responsável; o tratamento 
adequado dos resíduos sólidos, coletados, 
acondicionados e destinados aos pontos de 
armazenamento e tratamento definidos pelos 
órgãos competentes; a execução de obras de 
engenharia que evitem ou contenham enchentes 
e alagamentos em áreas urbanas. 
 para a prevenção e controle da leptospirose as 
medidas direcionadas aos reservatórios da 
doença são: o controle da população de roedores; 
a segregação e tratamento de animais de 
produção e de companhia acometidos pela doença 
e a criação de animais seguindo os preceitos das 
boas práticas de manejo e guarda responsável; à 
melhoria das condições de proteção dos 
trabalhadores expostos (tais como os 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
profissionais que atuam nos serviços de coleta e 
segregação de resíduos sólidos); condições 
higiênico-sanitárias da população e às medidas 
corretivas sobre o meio ambiente 
SAÚDE AMBIENTAL 
Segundo o Ministério da Saúde (2007), trata-se de um 
campo de práticas intersetoriais e transdisciplinares 
voltadas para os reflexos, na saúde humana, das relações 
ecogeossociais do ser humano com o ambiente com vistas 
ao bem-estar, à qualidade de vida e à sustentabilidade, a 
fim de orientar políticas públicas formuladas com a 
utilização do conhecimento disponível e com a participação 
e o controle social. 
As ações de saúde ambiental compreendem: 
identificação e caracterização de fatores de risco para a 
saúde originados no ambiente; planejamento de ações de 
prevenção e promoção da saúde; desenvolvimento de 
ações de controle e vigilância sanitária de sistemas, 
estruturas e atividades com interação no ambiente; 
São condições indispensáveis para a garantia da saúde 
de uma população: nutrição, habitação, educação, lazer, 
trabalho e renda, acesso a serviços de saúde, acesso a 
serviços de saneamento, higiene pessoal, higiene da 
moradia e das edificações em geral e ações para garantia 
de um ambiente saudável. 
Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) 
confirma que aproximadamente um quarto do total da 
incidência de doenças e mais de um terço da incidência 
entre crianças se devem a modificações ambientais. Entre 
as doenças mais frequentes encontram-se a diarreia, as 
infecções respiratórias, várias formas de danos não 
intencionais e malária. 
 
 
As consequências do efeito estufa são: 
• elevação gradual da temperatura ambiente; 
• alteração na precipitação (regime de chuvas) com danos 
às atividades agrícolas e pecuárias; 
• desaparecimento de espécies animais e vegetais e 
aumento das populações de pragas; 
• elevação dos níveis dos oceanos devido à dilatação da 
água e ao derretimento gradual do gelo das calotas polares, 
podendo causar a inundação de grande parte das áreas 
litorâneas; 
• possíveis impactos sobre a saúde da população. 
A camada de ozônio que existe na estratosfera absorve 
a radiação ultravioleta do sol, não permitindo que ela 
chegue até nós com grande intensidade. Os CFC são 
decompostos pela radiação ultravioleta do sol, liberando o 
cloro, que destrói o ozônio. Com a destruição da camada 
de ozônio, há aumento da intensidade da radiação 
ultravioleta na superfície terrestre, podendo alterar as 
estruturas moleculares das células dos seres vivos(Câncer 
de pele e catarata); 
Os CFC são usados em equipamentos de refrigeração, na 
fabricação de espumas de plástico, de material de limpeza, 
de chips de computadores e como propelentes em tubos 
de spray. 
Os gases responsáveis pelas chuvas ácidas originam-se, 
principalmente, da queima de combustíveis fósseis e das 
atividades industriais. 
qualquer mudança num ambiente, resultante da 
introdução de poluentes na forma de matéria ou energia, 
pode ser entendida como poluição ambiental; 
O lançamento de produtos químicos ou de resíduos no 
solo pode resultar em sua poluição. As principais fontes de 
poluição do solo são: aplicação de defensivos agrícolas 
(agrotóxicos) ou de fertilizantes, despejos de resíduos 
sólidos, lançamentos de esgotos domésticos ou industriais 
e dejetos de animais; 
Um solo com microrganismos oriundos de dejetos pode, 
por meio do contato com a pele humana, ser veículo na 
transmissão de algumas doenças, principalmente as 
verminoses (ancilostomíase e ascaridíase, por exemplo) 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
 
O controle da poluição da água deve ser essencialmente 
preventivo, sendo a medida mais eficaz a execução de 
sistemas de coleta e tratamento de esgotos domésticos e 
industriais. 
Visando ao controle da poluição da água: 
 • afastamento adequado dossistemas de fossas e poços; 
• controle do lixiviado (chorume + percolado) em aterros 
de resíduos sólidos, evitando-se que alcancem os recursos 
hídricos sem tratamento prévio; 
• preservação das áreas vizinhas aos recursos hídricos 
superficiais por meio da adoção de faixas de proteção 
marginais desses recursos, as quais devem ser mantidas 
com vegetação; 
• controle da aplicação de pesticidas e fertilizantes; 
• disciplinamento do uso do solo nas proximidades dos 
recursos hídricos, evitando-se atividades que possam 
resultar na poluição da água. 
 
 
 
 
 
SANEAMENTO 
De acordo com a OMS, “saneamento é o controle de 
todos os fatores do meio físico do homem que exercem 
ou podem exercer efeito deletério sobre seu bem-estar 
físico, mental ou social”. 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto 
 
Tratar a água com: filtração, fervura e utilização de cloro; 
Outras atividades de saneamento: 
-drenagem de aguas pluviais; 
-controle de insetos e roedores; 
-gestão ambiental; 
-educação ambiental; 
 
EPIDEMIOLOGIA 
“ciência que estuda o processo saúde-doença em 
coletividades humanas, analisando a distribuição e os 
fatores determinantes do risco de doenças, agravos e 
eventos associados à saúde, propondo medidas específicas 
de prevenção, controle ou erradicação de doenças, danos 
ou problemas de saúde e de proteção, promoção ou 
recuperação da saúde individual e coletiva, produzindo 
informação e conhecimento para apoiar a tomada de 
decisão no planejamento, administração e avaliação de 
sistemas, programas, serviços e ações de saúde.” 
a atenção da epidemiologia está voltada para as 
ocorrências em escala massiva de doença e de não doença, 
envolvendo pessoas agregadas em sociedades, 
coletividades, comunidades, grupos demográficos, classes 
sociais ou quaisquer outros coletivos formados por seres 
humanos. 
O universo dos estados particulares de ausência de 
saúde é estudado pela epidemiologia sob a forma de 
doenças infecciosas (sarampo, difteria, malária etc.), não 
infecciosas (diabetes, bócio endêmico, depressões etc.) e 
agravos à integridade física (acidentes, homicídios, 
suicídios, violências). 
Segundo Laurell (1985), o processo saúde-doença da 
coletividade pode ser entendido como “o modo específico 
pelo qual ocorre, nos grupos, o processo biológico de 
desgaste e reprodução, destacando como momentos 
particulares a presença de um funcionamento biológico 
diferente, com consequências para o desenvolvimento 
regular das atividades cotidianas, isto é, o surgimento da 
doença”. 
O objetivo global da epidemiologia é estudar “a ocorrência 
e distribuição de eventos relacionados com a saúde das 
populações, incluindo o estudo dos fatores determinantes 
e a aplicação desse conhecimento não mais e nem menos 
para controlar problemas de saúde” (PORTA, 2008). 
Assim, a epidemiologia visa: 
1. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas 
de saúde nas populações humanas. 
2. Proporcionar dados essenciais para planejamento, 
execução e avaliação das ações de prevenção, controle e 
tratamento das doenças, bem como para estabelecer 
prioridades. 
3. Identificar fatores etiológicos na gênese das 
enfermidades. 
 
Diversos autores definem epidemiologia como: “o estudo 
da distribuição das doenças nas coletividades humanas e 
dos fatores determinantes responsáveis por essa 
distribuição”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SESSÃO 6- DRAMA 
Thais M. Souto

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