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CLOSTRIDIOSES -Processos infecciosos causados por bactéria do gênero Clostridium spp. -Bastonetes gram +, anaeróbios estritos, não capsulados e móveis com exceção com C perfringens. São formadores de esporos de alta resistência e possuem grande resistência ao meio ambiente. Classificação -Invasivos: C. colinum- enterite ulcerativa; C. perfringens- enterite ulcerativa, enterite necrótica e dermatite gangrenosa, C. septicum- dermatite gangrenosa. -Não-invasivos: C. botulinum- botulismo. -Existem outras espécies que acometem aves como C. chauvoei, C. difficicle, etc. 1.Botulismo -Intoxicação aguda pela neurotoxina do C. botulinum. Apresenta 7 tipos diferentes, classificados de A a G, com distribuição mundial. As infecções acontecem principalmente pelo C. botulinum tipo C. -Afeta aves domésticas e silvestres, exceto urubus. Os surtos acontecem principalmente na época de verão. -A toxina é liberada durante a autólise e absorvida no intestino. chega no sistema nervoso por meio da corrente sanguínea onde irá bloquear a passagem do impulso nervoso. Bloqueia a liberação de acetilcolina nas terminações nervosas. Patogenia -O período de incubação varia de horas a 2 dias, dependendo da quantidade de toxina ingerida. Pode ocorrer morte súbita e é transmitido por falta de higiene no galpão (aves mortas, larvas de moscas, áreas de cama úmida, água de má qualidade, alimento contaminado). Sinais clínicos: paralisia flácida de asas, pernas, pescoço e terceira pálpebra. Relutância em andar, pescoço estendido e flácido, ofegante, penas arrepiadas, morte. Achados anatomopatológicos -Nenhum, nada sugestivo de botulismo. Diagnóstico -Anamnese (mortalidade repentina, ração sobrando no comedouro, aves paradas), sinais clínicos, detecção da toxina no sangue e conteúdo de papo, moela, intestino de aves. -Tratamento: não existe tratamento comprovadamente efetivo. Prevenção e controle -Medidas de biossegurança, recolhimento de aves mortas e destinação adequada, remoção da cama após a saída de cada lote, lavagem e desinfecção do galpão. 2.Enterite necrótica -Enterotoxemia aguda não contagiosa, possui distribuição mundial e afeta principalmente aves jovens, silvestres e de criação. -É causada pela C. perfringens, principalmente do tipo A (presente no conteúdo intestinal de animais e humanos). -Ocorre necrose da membrana mucosa do intestino delgado, com rápida debilidade e morte. O agente foi isolado em diversos alimentos, incluindo matéria prima de rações. Características do agente: capsulado, anaeróbio facultativo, imóvel. Os esporos resistem a 100 graus celsius por 1 hora mas são destruídos a 115 graus por 4 minutos. Hemólise em placas de ágar sangue. Patogenia: afeta frangos de corte entre 2-5 semanas, podendo ser encontrados casos em poedeiras. Fatores predisponentes: mudanças de alimentação, alterações nutricionais, coccidioses, micotoxinas, salmoneloses. -Acomete aves principalmente entre 2-8 semanas de idade. Apatia, com diminuição de apetite, penas arrepiadas, fezes de coloração escura, podendo apresentar manchas de sangue e diarréia. Mortalidade de 5-50% do lote. Nos casos crônicos, observa-se edema, hemorragias e necrose. -O intestino das aves mortas apresenta-se distendido com presença de gás no jejuno e íleo com a mucosa necrótica. Hepatomegalia com focos esbranquiçados. Diagnóstico e tratamento - Sinais clínicos e histórico, isolamento do agente, ELISA e PCR podem ser usados. -Tratar com antibióticos. Prevenção e controle -Controlar fatores de imunossupressão, controlar coccidiose, manejo adequado, matéria prima de qualidade, uso de promotores de crescimento, uso de enzimas, probióticos e ácidos orgânicos. 3.Enterite ulcerativa -Infecção bacteriana aguda causada por C. colinum associado ou não a C. perfringens. -Afeta codornas, frangos jovens, perus e aves de caça. -Rápido aumento de mortalidade, presente em todos os países criadores de aves. -A transmissão ocorre por contato de fezes contaminadas, ingestão de água, alimentos e carcaças contaminadas. Frangos de corte e perus necessitam de fatores predisponentes para que ocorra a infecção. Sinais clínicos -A doença tem curso de 2-3 semanas em pintos. A idade de acometimento é de 2-4 semanas. Animal tem apatia, diarréia aquosa e branca, sonolência, anorexia, encurvamento do corpo, penas arrepiadas e emagrecimento. Pode atingir 100% de mortalidade em codornas. Diagnóstico -Sinais clínicos, observação de lesões, microscopia de tecido necrótico do fígado, isolamento do agente (difícil), imunofluorescência. Prevenção e controle -Evitar fatores imunossupressores, controle da coccidiose, limpeza e desinfecção das instalações e equipamentos, troca da cama entre lotes. 4.Dermatite gangrenosa -Afeta principalmente aves jovens, associada ao septicum, perfringens e S. aureus. -Se encontra presente no ambiente, mas não ocorre transmissão de ave para ave. Necessita de agentes que favoreçam o seu desenvolvimento. -Os sinais clínicos são incoordenação motora, fraqueza das pernas, ataxia, mortalidade aguda, áreas da pele escura e desprovidas de penas, áreas hemorrágicas, inflamadas e com odor fétido, congestão e hemorragia do tecido muscular. -O diagnóstico é através de histórico, lesões macroscópicas e microscópicas, isolamento do agente. -A prevenção e controle depende de manter a imunidade do animal, boa nutrição e limpeza e desinfecção dos galpões. Tratamento das clostridioses enterites e dermatite gangrenosa:
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