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…………………………………….Antibióticos…………………………………….….. RANG, Humphrey P. ; DALE, Maureen M. ; RITTER, J.M. ; FLOWER, R. J. ; HENDERSON, G. Farmacologia. 8ª.ed. Elsevier. Capítulo 51 Estrutura bacteriana………………………………. Bactérias gram positivas: parede grande com peptideoglicano. Espessa camada de peptidoglicano (40 camadas) – 50% da parede celular Cápsula Bactérias gram negativa: parede pequena, poros aquosos e expressam LPS (lipopolissacarídeos). 1 ou 2 camadas de peptidoglicano- 5-10 % da parede celular. - As bactérias Gram-negativas, por serem mais complexas, são mais resistentes à ação de antibióticos, pois não é simples penetrar sua membrana exterior presença do LPS confere maior resistência e proteção as bactérias gram-negativas, sendo suas infecções mais difíceis de debelar. Isso acontece pois para que o antibiótico ultrapasse a membrana para chegar ao seu sítio de ação na bactéria, ele deve atravessar as proteínas carreadoras ou por aquaporinas (poros aquosos) presentes na membrana externa da bactéria. Entretanto, o tamanho da molécula interfere na passagem por estes poros, uma vez que diâmetro de abertura deste canal é pré-determinado. Este fato seleciona e interfere ainda mais a passagem e ação dos antibióticos, pois um pequeno número de antibióticos é compatível estruturalmente para conseguir atingir essas bactérias gram-negativas por meios dos poros aquosos ★ A dificuldade em penetrar essa membrana exterior complexa explica o porquê de alguns antibióticos serem menos ativos contra bactérias Gram-negativas do que em bactérias Gram-positivas. Nem toda bactéria tem parede. PBP: proteínas que se ligam uma classe de antibiótico -Polimixinas: atua na membrana citoplasmática; não atua sobre gram +, pois fica retido na parede Micoplasma NÃO tem parede 1 MRSA ou ORSA (Staphylococcus……….. aureus meticilina ou oxacilina……………... resistentes)............................................. Resistentes aos beta-lactâmicos Cepas resistentes Beta lactâmico se liga nos PBP Os MRSA fazem mutação nesses PBP’s Em alguns hospitais ultrapassam de 50% dos isolamentos estafilocócicos; Resistência: gene mecA (ou SCCmec) que codifica o desenvolvimento de uma nova PBP, a PBP2a. Esse novo receptor não tem afinidade pelos antibióticos betalactâmicos. Frequentemente, os MRSA adquiridos em hospital (HAMRSA) se mostram resistentes a vários outros antimicrobianos. ** Os glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina), a linezolida e a tigeciclina são a opção terapêutica nesses casos VRSA ou GRSA (Staphylococcus…………. aureus vancomicina ou glicopeptídeo.. resistentes)............................................. S. aureus com elevada resistência à vancomicina e à teicoplanina conhecidas como VRSA ou GRSA. Mecanismo de resistência relacionado ao espessamento da parede celular ou ao aprisionamento das drogas pela hiperprodução de componentes da parede. Quimioterapia…………………………………………. Uso de substâncias químicas naturais, semi-sintéticas e sintéticas que inibem seletivamente microorganismos específicos causadores de doenças infecciosas ou possuem eficácia no tratamento do câncer. Tipos de efeitos:..................................... • BACTERICIDAS: Agem matando os microorganismos. Depende menos do hospedeiro. • BACTERIOSTÁTICOS: Agem inibindo o crescimento dos microrganismos. Ex: tetraciclina. 2 B: bactericida A: bacteriostático O antibiótico ideal deveria possuir as seguintes características: - Estabilidade; Penicilina G vs Penicilina V - Solubilidade; - Difusibilidade pelas barreiras (exemplo, a BHE) - Baixa excreção; - Índice terapêutico; distância entre a dose terapêutica e a dose tóxica - Toxicidade seletiva contra os microorganismos Fatores envolvidos na eficácia…………….. terapêutica………………………………………………. “não faz efeito” Incisão e drenagem de abscessos; - Idade e extensão da infecção; - Bactericidas e bacteriostáticos; - Espectro antibacteriano: prefere-se os de espectro estreito (mais eficazes e menor efeito no microbiota); - Via e horário de administração; - Esquema posológico; - Distribuição, metabolismo e excreção; - Fatores relacionados ao paciente - Genéticos (ex.: acetiladores rápidos → menores níveis de isoniazida [tuberculostático]); - Idade (aminoglicosídeos → ototoxicidade idosos); - Gravidez (tetraciclina → alteração óssea no feto); - Lactantes (sulfonamidas → hemólise lactente); - Presença de alergias (penicilinas). Escalonamento………………………………………. Antibiótico de espectro grande → para um mais estreito para evitar resistência. Se inicia com um tratamento empírico , que utiliza medicamentos de largo espectro ou associações. A partir do momento que sabemos qual é o agente causador, pode-se: - Diminuir dose assim que possível; - Passar para oral assim que possível; - Alta hospitalar precoce; - Fazer medicação ambulatorial ou domiciliar assim que melhorar; - Com antibiograma na mão, se possível, passar para antibióticos de menor espectro. Tratamento específico: espectro estreito ou associações Classificação dos antibióticos…………… • Classificação Química: (derivados de aminoácidos, derivados de açúcares, 3 derivados de acetatos e propionatos, outros); • Classificação de acordo com o espectro de ação • Classificação de acordo com o mecanismo de ação Mecanismos de ação……………………………. Interferência na síntese da parede celular; Alterações na permeabilidade da membrana citoplasmática; Alterações na síntese proteica; Inibição da síntese de ácidos nucleicos; Interferência em processos metabólicos Biosíntese da parede celular……………….. Mureína = peptidoglicano 1. Síntese de monômeros de mureína; 2. Polimerização; 3. Ligações cruzadas dos polímeros de peptidoglicano. Os beta-lactâmicos inibem as ligações cruzadas dos polímeros. Os glicopeptídeos inibem a polimerização. Ambos os fármacos inibem síntese de parede. Diante de uma parede defeituosa, por ser hiperosmolar no seu interior, a água entra na bactéria e provoca um rompimento. Os inibidores da síntese de parede são bactericidas. Inibidores de parede celular………………… •Betalactâmicos Todos os betalactâmicos se ligam ao PBP. Interferem na síntese do peptidoglicano. Possuem em comum um anel beta-lactâmico, formado por 3 carbonos e um nitrogênio. É esta estrutura que confere à droga a sua característica antibiótica bactericida. Se ocorrer de algum fator do meio quebrar este anel, a droga torna-se inativa. Penicilinas Cefalosporinas Monobactâmicos Carbapenêmicos Glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina) Bacitracina Fosfomicina •Mecanismo de ação: inibem a síntese da parede celular via inibição da ligação cruzada dos polímeros de peptideoglicanas. A bactéria só faz parede quando se replica. 4 RESULTADO: Bactéria com parede defeituosa, sendo hiperosmótica em relação ao exterior, acaba por sofrer edema e lise (efeito bactericida); --- entra água e sofre lise--- Possuem toxicidade seletiva máxima (mamíferos não possuem parede celular); •Contraindicado o uso concomitante de inibidores de celular e fármacos que bloqueiam o metabolismo bacteriano: INIBIÇÃO DE EFEITO. Portanto não se pode usar betalactâmico com bacteriostático, pois o ultimo impede a multiplicação logo a bactéria não se multiplica e não forma parede para o betalactâmico agir. Inibidores das beta-lactamases: Mecanismo para driblar a resistência bacteriana Ácido clavulânico (clavulanato) Sulbactam Tazobactam BACTAM: inibe betalactamase - Não são conceituados como antibióticos por não apresentarem ação bacteriostática ou bactericida - Se ligam de forma irreversível à enzima beta-lactamase e impede a sua ação. A enzima beta-lactamase serve como um mecanismo de resistência para bactérias contra antibióticos beta-lactâmicos, já que ela é capaz de clivar o anel que confere a ação bactericida deste grupo de antibióticos - São necessários para o tratamento de infecções por microrganismos produtores de beta-lactamase quando se quer utilizar penicilinas. Ou seja, em caso de infecções por estes microrganismos, é contraindicada a prescrição de penicilina isolada, ao menos que ela seja prescrita conjuntamentea um inibidor beta-lactamase. Por muitas vezes, estas substâncias já estão associadas aos antibióticos dentro da própria fórmula farmacêutica. Penicilina…………………………………………………. É um betalactâmico Benzilpenicilinas: V- via oral G- via parenteral Penicilina G cristalina: benzetacil (pico rápido) •Instável em meio ácido; uso parenteral- má absorção através do trato gastrointestinal •Estreito espectro antibacteriano •Rápida excreção renal; •Susceptível à penicilinases Aminopenicilinas= amplo espectro. Grande ação empírica. Tem facilidade 5 para atravessar as paredes e de se ligar a diferentes enzimas. Terapia empírica: VO. Amplo espectro. Pode matar tanto gram + quanto - Penicilinas resistente à penicilinases (betalactamase): Oxacilina e meticilina. PARENTERAIS. Não adianta dar clavulanato para pacientes identificados com MRSA junto com meticilina pois: a resistência do MRSA vem da mutação da proteína PBP, proteína a qual os beta lactâmicos se ligariam. Logo se der o clavulanato impediria a ação das beta lactamases. Penicilina de amplo espectro: parenterais Sífilis primária, secundária e latente: Penicilina G benzatina. IM (dose única) Sífilis latente tardia (com mais de um ano), sífilis terciária, ou com duração ignorada: Penicilina G benzatina (1x por semana por 3 semanas) Neurossífilis: Penicilina cristalina (a cada 4h, via endovenosa, por 14 dias) Para gestantes com alergia à penicilina: dessensibilização e tratamento com penicilina benzatina. Na impossibilidade de realizar a dessensibilização: ceftriaxona. No entanto, para fins de definição de caso e abordagem terapêutica da sífilis congênita, considera-se tratamento inadequado da mãe. - Penicilina G: melhor uso parenteral; - Penicilina V: penicilinase resistente; - Ampicilina: absorção oral com espectro ampliado; - Amoxicilina: absorção oral excelente, menor ligação a proteínas plasmáticas e espectro ampliado; - Amoxicilina + clavulanato: torna a amoxicilina mais eficaz pois o clavulanato inibe beta-lactamases Usos clínicos das penicilinas: • Infecções ósseas e articulares (p. ex., por Staphylococcus aureus) • Infecções da pele e dos tecidos moles (p. ex., por Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus) • Faringite (por Streptococcus pyogenes ) • Otite média (os microrganismos normalmente incluem Streptococcus pyogenes , Haemophilus influenzae): amoxicilina; • Bronquite (infecções variadas comuns)/pneumonia: amoxicilina; • Gonorreia: amoxicillina (combinada com probenecida); • Endocardite (p. ex., por Streptococcus viridans ou Enterococcus faecalis): benzilpenicilina combinada, por vezes, com um aminoglicosídeo; 6 • Infecções por Pseudomonas aeruginosa: ticarcilina, piperacilina. • Betalactâmicos e aminoglicosídeos em infecções por Pseudomonas aeruginosa. Efeitos adversos: •As penicilinas situam-se entre os fármacos menos tóxicos conhecidos. •Efeitos adversos principais: distúrbios gastrintestinais (distúrbio da microbiota) •Causa mais comum de alergia a drogas (1 a 10% dos pacientes); principalmente Penicilina G procaína. As alergias a penicilina podem ser: •Agudas (choque anafilático; 30 ́); •De início imediato (as mais graves: angioedema, broncoconstrição, distúrbios TGI e choque); •Reações alérgicas tardias (2 ou mais dias depois; 80-90% dos casos). Erupções bolhosas, língua marrom, estomatite grave com perda da mucosa oral Cefalosporina…………………………………………. É um betalactâmico (inibe síntese de parede, tem ação bactericida) Apresentam o mesmo mecanismo de ação das penicilinas. TODOS COMEÇAM COM CEF Alta toxicidade seletiva (ataca bactéria e não parede): uso em gravidez, lactação e pediatria 1-3%: reação alérgica Espectro: varia de acordo com a classificação em cefalosporinas de primeira, segunda, terceira, quarta ou quinta geração. 1ª geração: Cefalotina (cefalexina), cefazolina, cefadroxila. Utilizados em infecções contra cocos Gram-positivos, principalmente no trato urinário. A primeira geração não oferece cobertura contra pseudomonas. Não devem ser utilizadas para meningite pois não cruzam a barreira hematoencefálica. 2ª geração: Cefuroxima, cefoxitina, cefaclor. São usados no tratamento de infecções das vias aéreas superiores e inferiores Também não possuem ação contra pseudomonas 3ª geração: Ceftriaxona, cefotaxima Usados no tratamento de gonorreia, meningite, etc 4ª geração: Cefepime; 5ª geração: Ceftaroline e ceftobiprole 1 e 2ª geração: via oral. 3,4 e 5ª geração são todos parenterais (uso hospitalar) As cefalosporinas são empregadas no tratamento de infecções causadas por microorganismos sensíveis a elas. Podem ser tratados muitos tipos de infecções, incluindo: septicemia, pneumonia causada por microorganismos suscetíveis, meningite, infecções do trato biliar, infecções do trato urinário e sinusite. 7 Principais diferenças entre as cefalosporinas: - quanto maior a geração, mais sensíveis são os fármacos à bactérias GRAM- - quanto maior a geração, maior a resistência bacteriana por betalactamases (menor resistência bacteriana) Justifique a associação de tazobactam e avibactam às cefalosporinas de 4a g Pq a presença de tazobactam ou avibactam, por inibirem a betalactamase, evitando assim possíveis mecanismos de resistências. Monobactâmicos…………………………………... Bactericidas e inibem síntese de paredes. Aztreonam Resistente à maioria das βlactamases. Uso i.v. (parenteral- hospitalar) Não apresenta necessariamente reação imunológica cruzada com a penicilina e seus subprodutos. • Usos: Efetivo apenas contra bacilos Gram-negativos aeróbios, como as espécies de Pseudomonas, Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae. Não tem ação contra organismos Gram-positivos ou anaeróbios. Efeitos adversos: semelhantes aos demais betalactâmicos Não é terapia empírica. Carbapenemos………………………………………. Bactericidas e inibem síntese de paredes. Tudo que termina com PENEM IMIPENEM (+cilastatina), MEROPENEM(não é metabolizado pelos rins) ERTAPENEM Espectro muito amplo de atividade antimicrobiana (gram +, Gram- aeróbios e anaeróbios). Reservado para infecções hospitalares graves causadas por bactérias altamente resistentes Os efeitos adversos são normalmente semelhantes aos de outros β-lactâmicos, e os mais frequentes são náuseas e vômitos. Pode ocorrer neurotoxicidade com concentrações plasmáticas elevadas Glicopeptídeos……………………………………. Não é betalactâmico Inibe a síntese da parede celular Inibe a polimerização do peptideoglicano da parede → parede fica defeituosa → bactéria morre por lise VANCOMICINA, teicoplanina, ramoplanina, daptomicina, ristocetina, ristomicina, actinoidina •Inibe síntese de polímeros de mureína (paredecelular); não é um beta lactâmico. •Usos: tratamento de MRSA (com frequência, nesse caso, é o fármaco de último recurso) e em outras infecções graves. Também é indicada 8 no tratamento de infecções graves por Estafilococos em pacientes alérgicos, tanto às penicilinas quanto às cefalosporinas.. Espectro bacteriano estreito: Estreptococos, Pneumococos, Estafilococos e alguns anaeróbios (principalmente gram +) - VANCOMICINA •Efeitos Adversos: febre, erupções cutâneas e flebite no local da injeção. •Ototoxicidade e nefrotoxicidade e, por vezes, reações de hipersensibilidade. • Reações anafilactoides, incluindo hipotensão, chiado, dispneia, urticária ou prurido, choque e parada cardíaca. •Infusão rápida: síndrome do “pescoço vermelho” •Monitorar seus níveis séricos (vancocinemia) •DEVE-SE RESTRINGIR SEU USO PARA EVITAR RESISTÊNCIA Penetração limitada no SNC. Há aumento de penetração quando ocorre quebra de barreira em meninges inflamadas. Primeira escolha meningite: Ciprofloxacino Sem absorção VO Não é absorvido por via oral portanto pode se dar em casos de infecções gastrointestinais. Ex: clostridium FOSFOMICINA……………………………………….. Não é nem betalactâmico nem glicopeptídeo. Bloqueio da síntese de parede e reduz a aderência bacteriana às células uroepiteliais (muito usado em infecções do trato urinário) Não gera resistência cruzada com outros antibióticos, nem sofre a ação das ß-lactamases.Amplo espectro: maioria dos micro-organismos Gram negativos e Gram positivos responsáveis pelas infecções do trato urinário. Nitrofurantoína……………………………………….. A nitrofurantoína, agente antibacteriano específico do trato urinário, é reduzida por flavoproteínas bacterianas a intermediários reativos, que inativam proteínas ribossomais e outras macromoléculas, o que inibe os processos bioquímicos vitais de síntese proteica, metabolismo aeróbio, síntese de DNA e RNA e síntese da parede celular. Esse amplo mecanismo de ação explica a ausência de resistência bacteriana adquirida à nitrofurantoína. Inibidores metabólicos………………………… (antimetabólicos) Sulfonamidas sulfas e trimetoprima Metabolismo do ácido fólico Quadro clínico: anemia megaloblástica (B12) e malformação do tubo neural SULFONAMIDAS: • Sulfassalazina ( mal absorvida no trato gastrointestinal- para colite ulcerosa e doença de Crohn), sulfadiazina e sulfametoxazol • Prasugrel e acetazolamida (outros usos) 9 A sulfadiazina de prata é aplicada de forma tópica para, por exemplo, tratar queimaduras infectadas. Sulfametoxazol + trimetoprima: associação mais utilizada. - São Bacteriostáticos e possuem amplo espectro - Usados no tratamento de doenças infecciosas devidas a microorganismos METABOLISMO ÁCIDO FÓLICO: Bactéria pega o PABA (ácido para-aminobenzóico) → converte em ácido diidropteróico → diidrofolato → tetraidrofolato Sulfonamidas são semelhantes ao PABA. O PABA é um precursor essencial na síntese do ácido fólico, necessário para a síntese de DNA e RNA nas bactérias. Sulfonamidas são falsos substratos, diminuindo a síntese de folatos As sulfonamidas são inibidores competitivos da enzima dihidropteroato sintetase Bactérias utilizam o PABA (ácido paraminobenzóico) e transformam em um intermediário paraminobenzoico. PABA é utilizado pelas bactérias para produzir folatos. As sulfonamidas atuam como falso substratos, análogos de PABA . A bactéria irá tentar produzir folato a partir das sulfonamidas. As sulfonamidas possuem toxicidade seletiva, pois seres humanos não utilizam PABA para produção de folatos. Interferem na produção de folatos (ácido fólico), reduzindo-a. Para a bactéria, isso resulta em efeito de impedir a multiplicação → efeito bacteriostático. Normalmente, o PABA sofre ação da diidropteroato sintetase para formar ácido diidrofólico que por sua vez sofre ação da diidrofolato redutase (inibida pela trimetroprima) para originar o ácido tetraidrofólico, precursor das purinas que compõem a molécula de DNA. As sulfonamidas são substâncias que possuem estrutura química semelhante ao PABA (ácido para-aminobenzóico), diferenciando-se deste apenas pela presença de uma sulfonamida. Assim, as sulfonamidas competem com o PABA pela ação da diidropteroato sintetase, inibindo-a. O antibiótico trimetroprima inibe a ação da segunda enzima da cascata de produção das purinas, a 10 diidrofolato redutase. Portanto, fazendo uso associado de trimetroprima e sulfonaidas (Bactrim), o efeito sobre a bactéria é eficaz e potente, que chega a causar a lise da bactéria Sulfametoxazol sozinho: bacteriostático Sulfametoxazol + trimetoprima = cotrimoxazol > bactericida Focos de pus: aumento de PABA. Se ocorre aumento de PABA, a formação de folatos aumenta (questão de disponibilidade - a enzima se liga de forma reversível). Se o sulfametoxazol for usado sozinho, esse mecanismo pode ocorrer. A situação é resolvida com a associação com trimetoprima . A trimetoprima inibe a dihidrofolato redutase (enzima). Apesar disso, a toxicidade seletiva nesse caso não ocorre. SULFONAMIDAS: Como a ligação e reversível, o aumento do precursor (PABA), como ocorre em locais com pus, podem antagonizar o efeito antibacteriano; Alguns anestésicos locais(ex: procaina - biotransformados em PABA) também podem ter efeito antagônico. SULFONAMIDAS: -São ácidos fracos, com hidrossolubilidade limitada; problema para excreção em urina ácida; -São em geral bacteriostáticas; -Antibióticos de amplo espectro, contra gram-positivas e negativas; protozoários e fungos • COTRIMOXAZOL: V.O ou I.V. • SULFADIAZINA: V.O. ou tópica • Atingem níveis terapêuticos nos líquidos cefalorraquidiano, sinovial, pleural e peritoneal, com concentração de cerca de 80% da plasmática. Atravessam a barreira placentária. • São metabolizadas pelo fígado e a excreção é renal. USOS CLÍNICOS Cotrimoxazol • Infecções do trato urinário, altas e baixas • Uretrites e prostatites agudas ou crônicas. • Otite média, sinusite e exacerbação aguda de bronquite crônica como alternativa para pacientes alérgicos aos ß-lactâmicos. • Primeira escolha para o tratamento e profilaxia da pneumonia por Pneumocystis jirovecii nos pacientes portadores de alguma imunodepressão. Sulfadiazina • No tratamento da toxoplasmose, associado a pirimetamina, e como alternativa na malária por P. falciparum sensível ou resistente à cloroquina. 11 • A forma tópica da droga é a sulfadiazina prata, indicada comumente na prevenção de infecções em pacientes queimados. SULFONAMIDAS: EFEITOS ADVERSOS •Anormalidades hematológicas (leucopenia, trombocitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e supressão da medula óssea) •Reações cutâneas graves, como a dermatite esfoliativa, síndrome de Steven-Johnson e a necrólise epidérmica tóxica. •Cristalúria com consequente insuficiência renal pode ocorrer em pacientes hipoalbuminêmicos. •Hipercalemia reversível tem sido descrita durante o uso parenteral. •Mais comuns: sintomas digestivos e farmacodermias como erupção morbiliforme e prurido cutâneo. •Outras: Febre, cefaleia, tremores, nefrotoxicidade, flebite, vasculite, hipercalemia, doença do soro e anafilaxia. SULFONAMIDAS: - Desenvolvimento de resistência bacteriana Desenvolve-se de forma lenta e gradual; Mutação: aumento da síntese de PABA; Desenvolvimento de rotas alternativas para o ácido fólico; Plasmídeos podem codificar resistência proporcionada por enzimas com pouca afinidade ou determinar diminuição de permeabilidade da bactéria. Inibidores da síntese de DNA,................ QUINOLONAS - Terminação: floxacino. - Bactericidas. - Possuem amplo espectro de ação FLUORQUINOLONAS • 1a geração: ácido nalidíxico • 2a geração: norfloxacino, ciprofloxacino e ofloxacino • 3a geração: levofloxacino, gatifloxacino (hiperglicemia), moxifloxacino **quinolonas respiratórias . São consideradas boas opções de tratamento para infecções respiratórias altas e pneumonias adquiridas na comunidade •4a geração: gemifloxacino: cerca de 8 a 16 vezes mais potente que gatifloxacina e cerca de 32 vezes mais potente que levofloxacina contra pneumococo. SE O PACIENTE ESTIVER BEM, SAUDÁVEL NÃO ACEITA QUINOLONAS- pois causa injúria de tendão, muscular, dissecção de aorta.. DAR APENAS EM PACIENTES GRAVES MECANISMO DE AÇÃO: Inibe a DNA girase bacteriana (semelhante à topoisomerase II dos mamíferos). Resultado: inibição da síntese de ácidos nucléicos 12 As enzimas semelhantes dos mamíferos são várias centenas de vezes menos sensíveis a essas drogas. - Possuem toxicidade seletiva. USOS CLÍNICOS Trato genito-urinário Trato gastrintestinal Trato respiratório Osteomielites Partes moles Ação contra micobactérias Ciprofloxacino: a mais potente contra Pseudomonas aeruginosa EFEITOS COLATERAIS Gastrintestinais: anorexia, náuseas, vômitos e desconforto abdominal. SNC: cefaleia. tontura, insônia e alterações do humor. Alucinações, delírios e convulsões são raras (idosos) Convulsões: associação de quinolonas e teofilina ou AINEs. •Alergias e reações cutâneas. Reações fototóxicas (evitar exposição excessiva ao sol) •Artropatias e erosões de cartilagem ocorrem em animais jovens. • Prolongamento de QT (moxifloxaxino) CONTRA-INDICADAS em gravidez, lactação, insuficiência renal e hepática e em pacientes menores de 17 anos (artropatia em animais jovens). Mecanismos de resistência: - Alteração na enzima DNA girase - Mutação cromossômica nos genes que são responsáveis pelas enzimas alvo (DNA girase e topoisomerase IV) - Alteração da permeabilidade à droga pela membrana celularbacteriana (porinas). - Bomba de Efluxo (MDR - proteína que faz esse mecanismo de efluxo). Dicas em antibioticoterapia: Antibióticos X Nutrição enteral - Sonda A administração de levofloxacino e dieta enteral pode acarretar a diminuição da absorção do fármaco. Recomenda-se pausar a dieta enteral 1 hora antes e 1 hora depois da administração. O uso concomitante com corticosteróides pode aumentar o risco de ruptura de tendão. O Levofloxacino pode aumentar os efeitos e a toxicidade da Varfarina. Inibidores de síntese proteica……………… Tem como alvos os ribossomos Toxicidade seletiva pois os ribossomos dos humanos são diferentes da bactéria Principais classes: - Oxazolidinonas - Macrolídeos (azitromicina, claritromicina e eritromicina - ligam-se à subunidade 50S do ribossomo- );** 13 - Aminoglicosídeos (estreptomicina, gentamicina, amicacina, tobramicina, neomicina);** - Anfenicóis (cloranfenicol -inibe a síntese das proteínas bacterianas ao se ligar à subunidade 50S do ribossomo bacteriano- ); - Lincosaminas (lincomicina, clindamicina); - Tetraciclinas (tetraciclina, oxitetraciclina, demeclociclina, limeciclina, doxiciclina, minociclina e tigeciclina) ** - Rifamicinas - OXAZOLIDINONAS: LINEZOLIDA Mecanismo: inibem a síntese proteica das bactérias por meio de um mecanismo inovador: a inibição da ligação de N-formil-metionina-RNAt ao ribossomo 70S (sem resistência cruzada) Espectro/usos clínicos • grande variedade de bactérias Gram-positivas, como MRSA, Streptococcus pneumoniae resistente à penicilina e enterococos resistentes à vancomicina. • Alguns anaeróbios como o Clostridium difficile. • Os microrganismos Gram-negativos mais comuns não são susceptíveis a esse fármaco. Espectro/usos clínicos • Deve ser utilizada em infecções graves por patógenos gram-positivos multirresistentes - bacteriostático • Diversos estudos têm mostrado bons resultados no tratamento de pneumonia hospitalar. • O tratamento tem custo alto. Os efeitos adversos incluem trombocitopenia, diarreia, náuseas e, raramente, erupções cutâneas e tonturas. ATENÇÃO: A linezolida é um inibidor não seletivo da monoamino-oxidase e é preciso tomar as devidas precauções - Macrolídeos: Claritromicina e Azitromicina (mais usadas); Eritromicina Mecanismo de ação: inibem a síntese das proteínas bacterianas através do efeito na translocação ribossômica São bacteriostáticos ou bactericidas (depende da dose) Claritromicina + amoxicilina = ambos com efeito bactericida pois não se pode dar um bacteriostático com um bactericida. **se o bacteriostático impede a multiplicação, logo nao vai ter síntese de parede abundante, se der um inibidor de parede não vai ter onde ele agir** Mecanismos de resistência • diminuição da permeabilidade da célula ao antimicrobiano, • alteração no sítio receptor da porção 50S do ribossoma • inativação enzimática. 14 Fármacos mais usados com atividade empírica via oral: aminopenicilinas, cefalosporinas de 1 e 2 geração, fosfomicina/ nitrofurantoína ( para ITU), sulfamidas, trimetoprima, fluorquinolonas (em pacientes mais graves) e macrolídeos. Eritromicina: -1952: isolada de Streptomyces erythraeus Amplo espectro de ação (gram+, treponemas, micoplasma, clamídias) Inativa contra enterobacteriaceas e Pseudomonas spp.. 4x/dia Claritromicina: Altamente ativa contra gram positivas (maioria de estreptos e estafilococos); na erradicação de H.pylori Atividade contra gram-negativas semelhante à eritromicina 2x/dia Azitromicina Diferença química: Azalídeo Espectro ampliado: maior atividade contra gram negativas Meia-vida tecidual ampliada – menor dose 1x/dia USOS CLÍNICOS Como alternativa terapêutica em pacientes alérgicos à penicilina, nas seguintes condições: •infecções do trato respiratório por estreptococos do grupo A, •pneumonia por S. pneumoniae, •prevenção de endocardite após procedimento odontológico, •infecções superficiais de pele (Streptococcus pyogenes), •profilaxia de febre reumática (faringite estreptocócica), e raramente, •São considerados primeira escolha no tratamento de pneumonias por bactérias atípicas (Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila, Chlamydia spp.) EFEITOS COLATERAIS Mais comuns: cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarreia (em até 1/3 dos pacientes). Hepatite colestática acompanhada por febre, dor abdominal, eosinofilia, hiperbilirrubinemia e elevação de transaminases com o uso de estolato de eritromicina (mais comum em adultos, principalmente gestante). Com azitromicina e claritromicina as alterações são bem mais discretas e em menor frequência. Prolongamento do intervalo QT Raramente ocorrem reações alérgicas graves. - AMINOGLICOSÍDEOS Bactericidas Estreptomicina, Canamicina Gentamicina, Amicacina, Tobramicina, Neomicina, Netilmicina, Paramomicina e Espectinomicina. INIBIDORES DA SÍNTESE PROTÉICA - AMINOGLICOSÍDEOS A estreptomicina foi o primeiro aminoglicosídeo obtido a partir do fungo Streptomyces griseus em 1944. 15 Cátions polares, baixa absorção por v.o., não atravessa BHE É necessário oxigênio para ocorrer transporte ativo transmembrana (anaerobiose impede ação) Aminoglicosídeo: concentração dependente, uma vez ao dia; efeito pós-antibiótico Mecanismo de ação: (não precisa saber detalhadamente para a prova INIBIDORES DA SÍNTESE PROTÉICA - AMINOGLICOSÍDEOS Ligam-se à fração 30S dos ribossomos inibindo a síntese protéica ou produzindo proteínas defeituosas. Para atuar, o aminoglicosídeo deve primeiramente ligar-se à superfície da célula bacteriana e posteriormente deve ser transportado através da parede por um processo dependente de energia oxidativa. Mecanismos de resistência (raros) 1.alteração dos sítios de ligação no ribossomo; 2.alteração na permeabilidade; 3.modificação enzimática da droga. Usos Clínicos: INIBIDORES DA SÍNTESE PROTÉICA - AMINOGLICOSÍDEOS Amicacina: maior espectro de ação Efeito limitado em anaeróbicos e gram positivos. Comumente associados a betalactâmicos ou glicopeptídeos (efeito sinérgico) Grande atividade contra bacilos e cocos gram-negativos aeróbios: Klebsiella spp., Serratia spp., Enterobacter spp., Citrobacter spp., Haemophilus spp., Acinetobacter spp. e cepas de Pseudomonas aeruginosa Bactérias gram-positivas, entre elas: Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Listeria monocytogenes, Enterococcus faecalis e Nocardia asteroides, além de serem ativas contra micobactérias. EFEITOS COLATERAIS: • Ototoxicidade -coclear (gentamicina, amicacina) -vestibular (estreptomicina, gentamicina) • Nefrotoxicidade (túbulo proximal); não produz alteração no volume urinário; pode ser revertida • Bloqueio Neuromuscular/apneia: infusões rápidas ou doses i.p. Em paciente curarizados, com miastenia, hypocalcemia, outros. Revertido com sais de cálcio - TETRACICLINA tetraciclina, doxiciclina, limeciclina, minociclina, oxitetraciclina, tigeciclina, demeclociclina Mecanismo de ação: bacteriostáticas As tetraciclinas entram na célula por difusão, em um processo dependente de gasto de energia. Ligam-se, de maneira reversível, à porção 30S do ribossoma, bloqueando a ligação do RNA transportador, impedindo a síntese protéica. 16 São queladas(grudadas) por cátions: menor absorção; depósito. (como antiácido, tudo que vai leite, ferro) Atravessam a barreira transplacentária e são excretadas no leite materno. Todas as tetraciclinas são eliminadas pela urina e fezes, sendo a via renal a mais importante. Evitar o uso concomitante com antiácidos, preparações com ferro, alimentos com cálcio e outros. USOS CLÍNICOS Apresentam amplo espectro de ação, incluindo bactérias gram- positivas, gram-negativas aeróbias e anaeróbias, espiroquetas, riquétsias, micoplasma, clamídias e alguns protozoários. São alternativas no tratamento de infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae (infecções respiratórias), N. gonorrhoeae, Treponema pallidum e em pacientes com traqueobronquites e sinusites. USOS CLÍNICOS Doxiciclina: ISTs, infecções respiratórias e de tecidos moles causadas por MRSA Contraindicações: gestantes, lactantes e menores de 8 (12) anos EFEITOS COLATERAISReações alérgicas como: urticárias, exantemas, edema periorbitário e reações anafiláticas; fotosensibilidade Alterações na cor dos dentes em crianças, hipoplasia do esmalte dentário e crescimento ósseo anormal, principalmente se utilizadas durante a gestação; Efeitos gastrintestinais mais comuns são: náuseas, vômitos e diarreia; Cefaleia, incapacidade de concentração e, em raros casos, hipertensão intracraniana, também são relatados. Agravar azotemia em pacientes com IR - Anfenicóis Cloranfenicol Bacteriostáticos de amplo espectro/bactericidas (altas doses) Gram + e – Indicação principal: infecções graves no SNC, epiglotite aguda em crianças e febre tifoide(não são para uso empírico) Efeitos adversos: Alterações hematológicas (Anemia aplástica); Síndrome do bebê cinzento: distensão abdominal, emese ocasional, progressiva palidez cianótica, colapso vasomotor frequentemente acompanhado de respiração irregular e morte. Atravessa muito a BHE - Lincosaminas Quando tem abcesso o antibiótico não entra. Lincomicina, clindamicina Bacteriostáticos ou bactericidas Boa absorção via oral; Alta concentração em abscessos (atravessa barreiras) 17 Espectro: semelhante a penicilina; também atinge o S. aureus e outro produtores de penicilinases; Reação adversa: a mais frequente é a diarreia Clindamicina: útil para evitar a síndrome compartimental (causada por Streptococcus pyogenes) Indicada em infecções causadas por anaeróbios gram-positivos e anaeróbios gram-negativos Kahoot: Nefrotoxicidade e ototoxicidade: aminoglicosídeo Cefalosporinas anti pseudomonas (4 geração): cefepima Classe que pode ter eficiência reduzida quando utilizada com produtos lácteos: tetraciclina 2 fármacos que atuam em pontos sequências da via do metabolismo: cotrimoxazol Bloqueio neuromuscular: aminoglicosídeo Pneumonia adquirida na comunidade e prolonga QT: macrolídeos Penicilina resistente a penicilinase: meticilina Cruzadinha 10: -Opção de tratamento para casos de MRSA: VANCOMICINA -Macrolídeo utilizado em protocolo para erradicação de Helicobacter pylori: claritromicina -Pode levar à síndrome do bebê cinzento: cloranfenicol - Quinolona mais potente contra Pseudomonas aeruginosa: ciprofloxacino - Termo que se refere à associação de dois fármacos, que atuam em pontos sequenciais de uma via do metabolismo, cujo resultado é um efeito bactericida: Cotrimoxazol -Cefalosporina de terceira geração: ceftriaxona -Classe de antibióticos cujo uso está associado à ototoxicidade e nefrotoxicidade: Aminoglicosídeos -Classe de antibióticos cuja absorção pode ser reduzida quando utilizada com produtos lácteos: tetraciclina. -Usada associada à pirimetamina no tratamento da toxoplasmose: sulfadiazina -Classe de antibiótico associada à artropatia: quinolona 18 19 20 21
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