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1 O cálcio é eliminado pela urina (as perdas fecais ou ligadas ao suor são negligenciáveis). A perda urinária do cálcio depende uma parte de sua concentração no glomérulo (ela mesma em relação às ingestões alimentares e à intensidade da reabsorção óssea), e outra parte da reabsorção tubular (sob a ação do paratormônio). Não há secreção tubular. OBJETIVOS DA DOSAGEM Objetivo principal: procurar, num litisíaco, hipercalciúria que aumenta o risco de litíase reincidente; Também procurar hipercalciúria em caso de osteoporose antes dos 50 anos, durante uma exploração de alteração mal compreendida do metabolismo fosfocálcico, durante a prescrição de uma suplementação cálcica. ORIENTAÇÕES SOBRE O EXAME Amostra de urina de 24 horas, recolhidas num bocal sem cálcio fornecido pelo laboratório; Examinar com distância (de ao menos um mês) de um gesto urológico, de uma cólica nefrótica ou de uma fratura, na ausência de tratamento cálcico, de ingestão de vitamina D ou de tratamento pelos corticoides, a furosemida; Se a enquete alimentar faz suspeitar de excesso de cálcio alimentar, repetir a dosagem de calciúria após uma semana de regime pobre em protídeos, em sal, em laticínios, em águas minerais ricas em cálcio CLÍNICA INTERPRETAÇÃO Uma calciúria é sempre difícil de interpretar, pois depende da capacidade de filtração glomerular e da alimentação (alimentação cálcica, sódica ou protídica exagerada aumenta a calciúria). Para interpretar corretamente uma calciúria, é preciso dispor da creatininemia, mas também da natriurese, da eliminição da ureia urinária, da creatininúria: uma natriurese > 150 mmol por dia traduz ingestão cotidiana de sal próxima aos 10 g, que aumenta a calciúria uma eliminação da ureia urinária > 5 mmol/kg por dia evoca um regime rico em protídeos a dosagem da creatinina urinária julga a qualidade da concentração urinária: creatininúria em mmol/dia = peso em kg × (0,2 no homem; 0,15 na mulher) LITÍASES URINÁRIAS Quando a concentração urinária do cálcio ultrapassa 4 mmol/L, o risco de litíase aumenta. A hipercalciúria primitiva ou “idiopática” do homem jovem é sua causa habitual (50 a 70% dos casos); Ela é sistematicamente procurada em caso de litíase cálcica reincidente com hipercalciúria e calcemia normal; cálcio urinário EXAMES LABORATORIAIS resumo 2 Sua fisiopatologia é desconhecida, sem dúvida multifatorial (hiperabsorção intestinal do cálcio, déficit de reabsorção renal); Uma concentração urinária de cálcio muito elevada pode ser diminuída por simples hiper- hidratação (“urinar bastante”) ou por diuréticos tiazídicos. HIPERCALCIÚRIAS A hipercalciúria é definida como aumento da eliminação urinária do cálcio, superior a 4 mg/kg/24 h (> 0,1 mmol/kg/24 h). A hipercalcemia é a causa habitual das hipercalciúrias; Qualquer hipercalcemia, seja devida a metástases ósseas, a hiperparatireoidismo, à sarcoidose, à superdosagem de vitamina D etc., é acompanhada por hipercalciúria, que é inútil dosar; Na ausência de hipercalcemia, pensar numa corticoterapia prolongada ou numa acidose tubular. HIPOCALCIÚRIAS A hipocalciúria é definida como uma excreção urinária do cálcio < 100 mg/24 h (2,5 mmol/24 h). É, habitualmente, o reflexo de uma hipocalcemia, cujas causas principais são: A insuficiência renal; O déficit de vitamina D. Uma hipocalciúria pode, igualmente, ser observada: em caso de ingestão prolongada de diuréticos tiazídicos ou de regimes com restrição de sódio estritos nas hipomagnesemias familiares primitivas no quadro de uma alcalose hipocalêmica no quadro de uma hipercalcemia hipocalciúrica familiar (síndrome de Marx).
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