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Miopatias Inflamatórias Principais tipos: ❖ Dermatomiosite; ❖ Polimiosite; ❖ Miopatia necrotizante imunomediada; ❖ Síndrome antissintetase; ❖ Miosite com corpúsculos de inclusão. Em qualquer paciente que apresente fraqueza, o primeiro passo é localizar o local da lesão por meio dos achados clínicos e da história; A história clínica médica pregressa, o uso de medicação e a história familiar, combinados com um exame clínico detalhado e uma análise do padrão do envolvimento muscular, ajudam a diferenciar miopatias de outros distúrbios neuromusculares e os diferentes tipos de miopatias entre si; Diante da impossibilidade de localizar o sítio de lesão com base apenas na história e no exame clínico, torna-se necessário realizar testes laboratoriais. A creatina-cinase (CK) sérica é o marcador mais sensível de destruição muscular; Anticorpos associados a miosites e anticorpos miosite-específicos (AME) ajudam a distinguir os subtipos de MI; Eletromiografia e estudos de condução nervosa (EMG / ECN) são úteis na localização do sítio da lesão, porém são menos específicos em ajudar a determinar a causa verdadeira de uma miopatia; A biópsia do músculo geralmente é necessária para distinguir definitivamente uma miopatia da outra; ❖ Somente é indicada quando houver fraqueza objetiva, EMG anormal ou CK elevada. Pacientes com dor muscular grave, fraqueza subjetiva e fadiga com força e funções normais ao exame provavelmente não tem MI. Dermatomiosite: Mais comum em mulheres; Pode ocorrer em crianças e adultos; ❖ Na fase adulta, existe um risco aumentado de malignidade de cerca de 15% nos primeiros 2 a 3 anos. Fraqueza simétrica mais proximal que distal, aliada a uma erupção cutânea característica; ❖ Erupção heliotrópica combinada com pápulas de Gottron e capilares ungueais dilatados; ❖ Sinal do xale sobre a região posterior do pescoço e dos ombros; ❖ Telangiectasias no leito ungueal e depósitos subcutâneos de cálcio. A fraqueza e as erupções geralmente ocorrem juntas embora possam aparecer com uma diferença de vários meses; Alguns pacientes manifestam apenas erupção (DM amiopática), e muitos outros podem apresentar principalmente fraqueza e poucas ou nenhuma alteração cutânea visível; Pode também ter mialgia, artralgia, disfagia e disartria; Os sintomas cutâneos estão associados a uma queda geral na qualidade de vida; O prurido pode ser especialmente debilitante; Pode haver dispneia a partir da fraqueza da musculatura ventilatória ou de problemas pulmonares intrínsecos; As manifestações pulmonares estão associadas a anticorpos antissintetase; Manifestações laboratoriais: ❖ CK está aumentado na maioria dos pacientes; ❖ Em 10% dos pacientes apresentando níveis normais de CK, a aldolase sérica pode estar aumentada; ❖ Pode haver positividade para fatores antinucleares, mas esse é um achado inespecífico; ❖ Anticorpos anti-MDA5 estão associados à DM amiopática com grave erupção palmar, úlceras digitais e DPI de progressão rápida; ❖ Os anticorpos anti-TIF1 e anti-NXP2 estão associados ao risco aumentado de câncer; ❖ Anticorpos anti-Mi2 frequentemente estão associados a uma DM mais benigna e a uma resposta favorável ao tratamento. Prognóstico: ❖ Na ausência de malignidade, o prognóstico, em geral, é favorável, com taxas de sobrevida de 5 anos; ❖ Os achados prognósticos desfavoráveis são a idade avançada, a DPI associada, a cardiopatia e o tratamento prévio ou tardio inadequado. Polimiosite: Mais comum em mulheres; Fraqueza simétrica e proximal que piora ao longo de várias semanas a meses; Pode haver envolvimento cardíaco, pulmonar e articular associado, bem como risco aumentado de câncer; O risco de câncer na polimiosite é menor que na dermatomiosite; Uma biópsia de músculo deve ser obtida em todos os casos de suspeita; ❖ A biópsia de músculo demonstra infiltrados endomisiais circundando fibras musculares não necróticas. Manifestações laboratoriais: ❖ Níveis de Ck estão sempre elevados na PM não controlada; ❖ Níveis normais de CK devem alertar os clínicos para a possibilidade de miosite com corpúsculos de inclusão; ❖ EMG e as imagens de músculo esquelético podem ser anormais, porém os achados são inespecíficos. Prognóstico: ❖ A maioria dos pacientes melhora com as imunoterapias, mas, em geral, necessita de tratamento a vida toda; ❖ A PM não responde tão bem quanto a DM a essas terapias; ❖ Os achados prognósticos desfavoráveis são câncer, idade avançada, envolvimento pulmonar ou cardíaco e tratamento prévio ou tardio inadequado. Síndrome de Sobreposição (Overlap): O termo "síndrome de sobreposição" é usado quando a DM ou a PM está associada a outras doenças do tecido conectivo, síndrome de Sjogren, lúpus ou artrite reumatóide; Geralmente são responsivas à imunoterapias. Miopatia Necrotizante Imunomediada: Aparecimento agudo ou insidioso de uma fraqueza simétrica mais proximal do que distal; Pode haver disfagia, disartria ou mialgia; Pacientes com > 50 anos; Pode se desenvolver em crianças e adultos jovens sem história de uso de estatina, podendo mimetizar uma distrofia muscular das cinturas; O diagnóstico é, por definição, baseado em achados histológicos; ❖ Fibras necróticas dispersas com um infiltrado inflamatório confinado às fibras sofrendo miofagocitose juntamente com algumas fibras em regeneração. Manifestações laboratoriais: ❖ Os níveis de CK estão acentuadamente elevados (em geral > 10x o normal); ❖ Pode estar associada a anticorpos anti-HMGCR ou anti-SRP; ❖ Os achados de EMG são inespecificamente anormais. Prognóstico: ❖ É muito mais difícil de tratar; ❖ A imunoterapia agressiva comumente é necessária; ❖ O curso progressivo apesar da imunoterapia, bem como a fraqueza acentuada acompanhada de atrofia; ❖ Pode haver incidência aumentada de câncer em pacientes com miopatia de HMGCR, de modo que os pacientes devem ser submetidos a uma investigação para malignidade. Síndrome Antissintetase: Mais comum em mulheres; A presença de miosite, artrite não erosiva, DPI, fenômeno de Raynaud, mãos de mecânico e febre associados à presença de anticorpos contra aminoacil-tRNA-sintetase constitui a SAS; Alguns pacientes exibem erupção eritematosa; As biópsias musculares compartilham achados histopatológicos da DM, o que, provavelmente, leva a classificar muitos desses pacientes como tendo DM; Manifestações laboratoriais: ❖ CK geralmente está aumentada em pacientes com SAS e miosite; ❖ A TC espiral torácica é o melhor método para demonstrar o padrão alveolar de DPI. Prognóstico: ❖ A maioria dos pacientes responde ao tratamento; ❖ A DPI pode ser particularmente refratária ao tratamento; ❖ Não parece haver risco aumentado de malignidade. Miosite com Corpúsculos de Inclusão: Sempre ocorre em adultos; É a causa mais comum de miopatia em indivíduos com idade > 50 anos; Discretamente mais comum em homens; A presença de atrofia e fraqueza dos músculos flexores do antebraço e do quadríceps em um indivíduo com > 50 anos de idade significa mais provavelmente MCI; A fraqueza é frequentemente assimétrica; Disfagia é comum; A duração média desde o aparecimento dos sintomas até o uso de cadeira de rodas ou scooter é de cerca de 15 anos; Não há risco aumentado de malignidade; Manifestações laboratoriais: ❖ Níveis de Ck podem ser normais ou apresentar discreta elevação (em geral < 10x o normal); ❖ Anticorpos anti-5-nucleotidase 1A citosólica (cN-1A) são detectados no sangue e são um biomarcador diagnóstico altamente específico; ❖ Uma razão diminuída de CD4/CD8 com contagem aumentada de CD8. Prognóstico: ❖ É de progressão lenta e não costuma ser responsiva a imunoterapias; ❖ A maioria dos pacientes necessita de scooter ou cadeira de rodas em 10 a 15 anos após o aparecimento dos sintomas; ❖ A expectativa de vida não sofre alteração significativa na MCI; ❖ Não costuma responder às imunoterapiasconhecidas; ❖ A base do tratamento é fisioterapia e terapia ocupacional, para melhorar a função e a terapia da deglutição para aqueles com disfagia.
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