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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 
COMUNICAÇÃO SOCIAL – AUDIOVISUAL 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
PROJETO DE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL 
VÍDEO DOCUMENTÁRIO: A LUTHIERIA MODERNA. 
 
 
 
 
RAFAEL FRANCISCO DE ASSIS BEZERRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2022 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 
COMUNICAÇÃO SOCIAL – AUDIOVISUAL/RADIALISMO 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
PRODUÇÃO AUDIOVISUAL 
VÍDEO DOCUMENTÁRIO: A LUTHIERIA MODERNA 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso realizado com a 
orientação do Prof. Dr. Ruy Alkmim Rocha Filho, como 
requisito para a obtenção do título de graduação no curso 
de Comunicação Social – Audiovisual, da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte. 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2022 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
_______________________________________________________ 
Prof. Dr. Ruy Alkmim Rocha Filho 
Orientador 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
 
 
_____________________________________________________ 
Profa. Dra. Valquiria Aparecida Passos Kneipp 
Membro da banca 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
 
 
_____________________________________________________ 
Profa. Dênia de Fátima Cruz 
Membro da banca 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
 
 
 
“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados”. 
Mahatma Gandhi 
 
 
https://www.pensador.com/autor/mahatma_gandhi/
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço ao Prof. Dr. Ruy Alkmim Rocha Filho pela orientação deste Trabalho de 
Conclusão de Curso, pelo qual sempre empreendeu esforço, entusiasmo, disponibilidade 
para nossos encontros de orientações e o pulso firme para não nos perdemos no 
caminho. A todos que deram boa parte do seu tempo disponível para descansar, em prol 
da realização deste trabalho. Aos professores do departamento de comunicação e aos 
que participaram de minha formação advindos de outros departamentos nas disciplinas 
optativas e, especialmente, a toda a banca examinadora, aos meus colegas de curso, os 
da turma inicial e os que vieram durante a formação, àqueles que participaram comigo 
dos grupos de atividades, companheiros de realizações, enfim, a todos que me 
confortaram e me ajudaram nas diversas fases da minha formação na Universidade. Ao 
Sr. Wilson Luthier por sua presença e disponibilidade, sempre que instado a prosseguir 
com as filmagens, dando o melhor de si em todas as fases da produção, bem como ao 
diretor Ítalo Valério, pela inestimável perseverança, na captação e parceria na direção 
das imagens, cessão de seus equipamentos, fundamentais, na elaboração deste trabalho. 
Ao final, com a mesma relevância, agradeço à minha família pelo incentivo, em 
especial: Ana Carolina, Carlos Augusto, Ana Laura, Anaíde, Diair, meu companheiro 
nesta jornada Virgílio, sem o apoio destes, não seria nada fácil vencer as adversidades 
destes anos difíceis e estar concluindo o curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Como admirador da música, suas ramificações e cadeias produtivas, propus neste 
trabalho de conclusão do Curso de Comunicação Social com habilitação em 
Audiovisual, a produção de um vídeo documentário para o estudo e a busca por 
histórias do surgimento da Luthieria. Passada essa fase inicial, fui a campo na captação 
de informações da luthieria em Natal, utilizei os trabalhos do Sr. Wilson Gomes, 
autodidata e autoproclamado Wilson Luthier. Baseado em seus relatos, iniciei uma 
coleta de informações imagéticas e sonoras para compor um vídeo documentário de 
aproximadamente 10 minutos de duração, ao qual dediquei horas de captação de áudio e 
vídeo para a conclusão deste documentário. Nesse trajeto, levantei inúmeras questões 
baseadas na história e, ainda, instiguei o mestre Luthier a ter contato com os conceitos 
etimológicos e históricos, para enriquecê-lo de informações extremamente importantes 
para seu conhecimento – uma verdadeira troca de saberes entre ambos. 
 
Palavra-chave: documentário; luthier; arte; hobby; música; instrumento musical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMMARY: 
As an admirer of music, its ramifications and production chains, I come to propose, in 
this conclusion of the Social Communication Course in Audiovisual, the production of a 
documentary video for the study and research for stories of Luthieria’s origins. After 
this initial phase, I went into the field to capture information about the luthiery in Natal, 
using the works of Mr. Wilson Gomes, self-taught and self-proclaimed Wilson Luthier. 
Based on his reports, I started collecting imagery and sound information to compose a 
documentary video of approximately 10 minutes in length, to which I dedicated hours 
of audio and video for the conclusion of this documentary. Along the way, I raised 
countless questions oriented towards history and also urged Master Luthier to have 
contact with etymological and historical concepts, in order to enrich him with extremely 
important information for his knowledge – a true exchange of knowledge between us 
both. 
Keyword: documentary; luthier; art; hobby; song; musical instrument. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................09 
2. TIPO DE DOCUMENTÁRIO...............................................................................14 
3. DESCRIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO................................................................22 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................33 
6. CRONOGRAMA....................................................................................................38 
7. REFERÊNCIAS......................................................................................................39 
8. STORYBOARD .............................................................................................40 a 44 
9. SINOPSE DO DOCUMENTÁRIO .....................................................................45 
10. BREVE ROTEIRO INICIAL .....................................................................46 a 53 
11. BIOGRAFIA LUTHIER WILSON GOMES BEZERRA..........................54 a 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO DAS IMAGENS DO MACKING OF DAS GRAVAÇÕES 
 
Figura 1 - madeira utilizada no corpo do instrumento.......................................... pág. 12 
 
Figura 2 - captação de imagens da confecção da escala do instrumento ..............pág. 13 
 
Figura 3 - captação de imagens da confecção da escala do instrumento utilizando 
maquinário moderno.............................................................................................. pág. 19 
 
Figura 4 - captação de imagens e áudio explicando as fases da confecção do braço e da 
escala do instrumento. .......................................................................................... pág. 21 
 
Figura 5 – captação de imagens sobre os cuidados com a construção do braço e da 
escala do instrumento............................................................................................. pág. 21 
 
Figura 6 – máquinas de beneficiamento da madeira trazem diversos perigos de 
amputações de membros ao profissional ............................................................... pág. 25 
 
Figura 7 – exemplo de equipamento utilizado na luthieria moderna, cortes precisos a 
base do laser .........................................................................................................pág. 26Figura 8 – preparativos no computador para envio da arte para a máquina de recorte a 
laser produzir o molde ........................................................................................... pág. 28 
Figura 9 – molde recortado na máquina laser, precisão é a máxima................. pág. 29 
Figura 10 – máquina Tupia em ação, recorte perfeito das cavidades................ pág. 30 
 
Figura 11 – equipamento base da captação das imagens: Câmera PXW-Z150 Sony e 
refletores ................................................................................................................. pág.32 
 
Figura 12/13 – cena da detecção de erro na escala do instrumento ................... pág. 35 
 
Figura 14/15/16 – cena do retrabalho na escala do instrumento .......................... pág. 36 
 
9 
 
01 - INTRODUÇÃO 
 
Esta peça de documentário aborda como tema A LUTHIERIA MODERNA. Mas 
o que vem a ser o significado da Palavra “MODERNA”, qual o sentido aqui empregado, 
moderna por ser algo feito nos dias de hoje, ou moderna no sentido de utilizar de 
técnicas aprimoradas ao longo dos séculos ou, ainda por respeitar as regras ambientais 
no consumo sustentável de seus insumos materiais? 
Vejamos o que diz o dicionário online Priberam, sobre a palavra feminina 
singular MODERNA. https://dicionario.priberam.org/moderna: 
Moderna (fem.sing.de moderno) mo·der·no |é| 
(latim tardio modernus, -a, -um) 
adjetivo1. Dos nossos dias; do tempo presente. 
= CONTEMPORÂNEO, HODIERNO, RECENTE ≠
 ANTIGO 
2. Que tem ou contém progressos recentes da ciência e 
da tecnologia (ex.: equipamento moderno; máquinas 
modernas). ≠ OBSOLETO, ULTRAPASSADO 
3. Que representa ou acompanha gostos, ideias ou 
hábitos do tempo atual. ≠ ANTIGO, ANTIQUADO, 
ULTRAPASSADO 
4. [História] Que é de uma época posterior à Antiguida
de, por oposição a clássico ou antigo (ex.: cultura 
moderna, língua moderna). 
5. [História] Que é relativo ou pertencente ao período 
compreendido entre 1453(ano da queda de 
Constantinopla e do Império Romano do Oriente, que 
marca o fim da Idade Média) e 1789 
(ano da Revolução Francesa) 
[ex.: época moderna, história moderna]. 
6. Que pertence ou é relativo a um dos movimentos 
artísticos e literários heterogêneos surgidos no final do 
século XIX e início do século XX, que defendiam 
modelos baseados na reação contra as correntes 
tradicionais. 
= MODERNISTA 
7. Que pertence ou é relativo à língua portuguesa a 
partir do final do século XVIII, por oposição a arcaico e 
clássico (ex.: português moderno). 
8. [Portugal: Açores] Moderado ou suave. 
9. [Portugal: Beira] Sossegado ou calado. 
10. [Brasil:Nordeste,Popular] De cor clara ou pouco 
intensa. 
Substantivo masculino 
11. O que pertence ao tempo presente ou recente, por 
oposição ao antigo. 
"moderna", in Dicionário Priberam da Língua 
Portuguesa [em linha], 2008 
2021, https://dicionario.priberam.org/moderna 
[consultado em 18-12-2022]. 
https://dicionario.priberam.org/moderno
https://dicionario.priberam.org/moderna
10 
 
 Esta pergunta é salutar, pois a palavra MODERNA, ela pode vir agregada com 
infinitos valores, como por exemplo, perfeição, atualidade, progresso e, até qualidade, 
mas também pode vir a ser sinônimo de depredação do meio-ambiente, utilização de 
energia não renovável ou ainda, atividade análoga ao trabalho escravo. 
Aqui, neste Relatório, estamos tratando a palavra “MODERNA” como algo 
tecnológico, com amparo do mesmo para o desenvolvimento das tarefas de fabricação 
de instrumentos musicais, como madeiras com selo de procedência de florestas de 
manejo, adequado às regras MODERNAS de preservações do meio-ambiente. 
Este é um Relatório que desenvolvi para o trabalho final de conclusão de curso, 
acerca das etapas fabris artesanais, de um instrumento musical, do início ao fim de sua 
produção, na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Escolhemos um violão 
elétrico semiacústico como peça a ser desenvolvida e produzida. 
 Abordamos neste relatório o processo de realização documental, tanto a parte 
física do instrumento, quanto toda a trajetória teórica da fabricação, sob encomenda dos 
instrumentos musicais mais variados, utilizando as técnicas de produção documental, 
aprendidas durante o curso de Comunicação Social com Habilitação em Audiovisual. 
Portanto, para tal, escolhi acompanhar documentalmente a construção de um violão, 
espelho da marca Godim, que é um instrumento diferenciado dos demais violões, por 
possuir em suas configurações o que há de mais moderno em termos de captação e 
desenvolvimento de eletrônica avançada em seus sistemas de modulação de sons, dando 
mais evidência ao título da peça A LUTHIERIA MODERNA. 
 Sinto-me impelido a escrever sobre o que vem a ser um luthier, já que durante 
todo o processo, é este profissional quem vai ser o protagonista de nosso video 
documentário, sendo assim, vamos definir o que significa ser um luthier para prosseguir 
no processo propriamente dito, como nos escreve em seu artigo Marcela Coelho. 
“O profissional trabalha, artesanalmente, na 
confecção de instrumentos de corda acústicos, como 
violões, violinos e violas brasileiras, e de 
eletrificados, a exemplo de guitarras e baixos 
elétricos. Também pode fabricar instrumentos de 
sopro e percussão. 
Embora ainda seja desconhecida no Brasil, a 
Luteria, como essa arte e técnica é chamada, é 
bastante antiga. Conforme registros, o primeiro 
instrumento musical e, consequentemente, o 
11 
 
primeiro luthier surgiram há mais de 30 mil anos. 
Mas a formação profissional começou a se 
desenvolver na Europa, na Idade Média, e atingiu o 
seu auge na Renascença Italiana”. 
Luthier: o que é e como se tornar esse 
profissional por Marcela Coelho em 12/07/19. 
Acessado em 11/12/2022. 
Ao ler, pesquisar e selecionar as citações que porventura viesse a utilizar, tomei 
uma decisão monocrática, de fazer uso de diversas leituras de diferentes autores, sem 
focar necessariamente em literaturas voltadas ao cerne de nosso documentário, li 
romances e livros de ficção com o intuito de promover uma mente mais aberta as 
leituras. Fiz uma espécie de treinamento para o que viria a ser a minha olimpíada do 
conhecimento, me preparei para a escalada de eventos lendo, nada mais nada menos, 
que: Filho Nativo, A longa noite sem lua, O velho e o mar, o carteiro e o poeta, 
Boêmios Errantes, entre outros. Veja o que diz Adriana Facina: 
“Por fim, nas horas de descanso, recomendo que leia 
textos que inspiram a escrever. A hora da estrela, da 
Clarice Lispector, tem uma linda introdução falando 
sobre escrita... 
....Isso ajuda no compartilhamento dessa experiência 
incrível que é escrever. Bom trabalho!” 
Kuschnir, Karina. 2018. “Doze (ou treze) lições para 
ajudar a terminar TCC, dissertação de mestrado e tese 
de doutorado (Parte 2). 
Publicado em karinakuschnir.wordpress.com, 
url: https://wp.me/p42zgF-3CU. 
Acesso em [11/12/2022]. 
 
Fazer este trabalho me fez voltar no tempo em que ser músico era um dom, e não 
uma carreira, como se todos venerassem quem tinha habilidades musicais, produzindo 
som em uma cítara, ou de um instrumento de cordas, algo bastante diferente dos dias 
atuais, com o aparecimento e consolidação da indústria cultural. 
Cada parte deste trabalho nos trazia uma fonte de inspiração para prosseguir, 
mudando de rumo sempre que notávamos algo pitoresco, seja nas várias entrevistas com 
o nosso protagonista da ação, o Sr. Wilson Luthier, seja nas leituras que fazíamos para 
desenvolver nosso roteiro de gravações de sons e imagens, dedicados a traduzir e 
acompanhar a fabricação de um violão, mostrando os processos de produção, seus 
aspectos históricos e atuais. 
https://querobolsa.com.br/revista/autor/marcela-coelho
https://karinakuschnir.wordpress.com/
https://wp.me/p42zgF-3CU12 
 
Planejamos e fizemos, como marco inicial, abordar as várias ferramentas 
manuais, destinadas aos cortes e beneficiamento da matéria-prima bruta, aqui 
representado pela madeira de lei, como principal e imprescindível insumo para a 
formação e montagem do instrumento, seus segredos e mistérios, desde o século 
passado até os dias atuais, tudo isso em frente às câmeras. 
Figura 1 
 
Madeira utilizada no corpo do instrumento. 
O diferencial deste Documentário é que ele aborda a Luthieria nos dias atuais, 
traduzindo em imagens e sons os processos construtivos, mostrando, um pouco, como 
se fazia antigamente e, principalmente, como se faz hoje em dia a luthieria moderna, 
título do nosso documentário. Veja o que diz Barbarela a respeito da luthieria e seus 
desdobramentos aqui no estado do Paraná, no Brasil. 
“A luteria diz respeito à construção e manutenção de 
instrumentos musicais, com foco, segundo a história, em 
instrumentos de cordas feitos em madeira, artesanalmente. O 
termo se refere à palavra francesa luth (liuto em italiano), por isso 
os construtores de luth (alaúde) eram chamados de luthiers. Com a 
evolução dos instrumentos, os luthiers passaram a construir 
também violões, violinos, violas e, mais recentemente, guitarras e 
baixos elétricos. 
Assim a palavra acabou adquirindo um significado genérico. 
Atualmente é aceito o uso da palavra luthier na construção de 
sopros em madeira e cravos. 
O curso de Luteria da UFPR apresenta uma opção profissional 
inédita no Brasil, como carreira autônoma com diploma superior 
tecnológico. Implantado em 2009, o curso vem suprir a demanda 
existente há décadas por construtores de instrumentos musicais, 
em todos os níveis. O projeto tem em vista, como perspectiva 
realista, a tendência verificada na América Latina do viçoso 
crescimento da música entre crianças e jovens, como projeto 
social, sem perder sua dimensão e profundidade artísticas. A 
luteria é uma atividade que engloba conhecimentos em várias 
áreas como química, física, música, arte, desenho entre outros, 
13 
 
além da habilidade no trabalho com madeira e ferramentas 
manuais. 
Particularmente, o aluno deve ser observador, interessado, 
concentrado, com boas noções espaciais e disposto ao trabalho 
com ferramentas manuais”. (BARBABELA; RIBEIRO, s/d). 
 
O interesse deste documentário é divulgar esta arte tão importante, abrir portas 
para o conhecimento de todos e interesse da sociedade em participar ativamente deste 
campo de trabalho, seja por hobby de finais de semana ou para o sustento de uma 
família, pois é uma atividade que enobrece a arte da marcenaria, é rentável e bastante 
promissora. 
 Figura 2 
 
Imagem preparativa para captação da confecção da escala do instrumento. 
 
14 
 
 
02 - TIPOS DE DOCUMENTÁRIO 
Para se determinar qual o tipo ou o subgênero do documentário é preciso viajar 
pela literatura acerca do que vem a ser o documentário, já que cada escritor e estudioso 
do assunto tem uma palavra final a respeito, sendo assim, vamos nos deparar com 
alguns questionamentos feitos por uns escritores e afirmações feitas por outros. 
Desse modo vemos como é eclético este modelo de filmar e capturar para as 
telas um ambiente, uma história ou ainda um evento eternizado na película, antes em 24 
quadros por segundos ou, então, hoje em captação digital, sem, contudo perder a sua 
essência do início das primeiras gravações dos irmãos Lumière, que com sua câmera 
conseguiu adequar a vasta experiência de um dos irmãos, o Louis Lumière, com 
fotografia e colocar várias fotos em movimento, procurar enquadramento mais 
observativo e privilegiado sem, ao mesmo tempo, dirigir ou modificar as cenas, 
deixando o acontecimento baseado totalmente no fato ali, frente à câmera. 
dando assim os primeiros passos em direção ao que vemos hoje. A época foi na década 
de 1890, como, por exemplo, diz aqui Luiz Carlos Pereira Lucena: 
 
“As primeiras “vistas animadas”, projetadas em 
1895 pelos irmãos Lumière no Café Paris, eram cenas 
do cotidiano, cenas que os pioneiros gravaram com uma 
revolucionária câmera que registrava em 24 quadros por 
segundo o que acontecia a sua frente. A câmera era 
pesada, não permitia nenhum movimento. Assim, os 
irmãos empresários e cineastas abriram a sessão com o 
filme A saída da fábrica, nada mais do que o registro de 
um grupo de funcionários deixando as instalações do 
prédio onde funcionava a empresa da família”. 
https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos-
lucena.html, Página 09. 
 
 Como se tratava de captação apenas de imagens, os primeiros filmes centraram 
em projetar o dia a dia das coisas e das pessoas, como a exibição dos irmãos Lumière: A 
chegada do trem e A saída da Fábrica, da qual se posicionou uma câmera em frente a 
uma fábrica, da sua família e, ali nasciam as cenas de documentação de imagens. Sendo 
assim, podemos afirmar que o documentário surge bem antes das primeiras filmagens 
ficcionais que vemos pelos cinemas e telas caseiras. 
 Os irmãos Lumière, são como uma marca registrada, não se pode falar do 
cinema sem antes reverenciar seus muitos feitos por esta que viria a ser uma das 
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&text=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks
https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos-lucena.html
https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos-lucena.html
15 
 
indústrias mais lucrativas da atualidade, como demonstra a revista Motion Picture 
Association of America (MPAA). 
“A indústria cinematográfica nunca esteve tão bem, 
registrando, em 2018, um lucro recorde de 96,8 bilhões 
de dólares em todo o mundo, incluindo mais de 40 
bilhões apenas em bilheterias, .... 
... Segundo o relatório, o mercado cinematográfico 
mundial (salas de cinemas e visualização em domicílio) 
impulsionado por superproduções do império Disney 
como "Pantera Negra", "Os Vingadores: Guerra 
Infinita" ou "Os Incríveis 2", cresceu 9% em relação a 
2017 de acordo com números publicados pela Motion 
Picture Association of America (MPAA)”. 
https://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2019/03/22/
noticias-cinema,243290/industria-cinematografica-
registra-lucro-recorde-em-2018.shtml. Acesso em 
[11/12/2022]. 
 
Destes registros feitos pelos Lumière, temos alguns que se destacam pela 
dimensão alcançada e perpetuação ao longo dos tempos como representativos de uma 
fase do cinema, ajudando aos estudiosos a seccionar as várias fases de evolução dos 
equipamentos e, principalmente, da linguagem cinematográfica atualizada. 
 O cinema mudo foi a sequência lógica nos primeiros ensaios de se fazer 
cinema para plateias. Embora os irmãos Lumière não observassem grande potencial no 
seu invento, somente tempos depois seria o cinema transformado em mercadoria de 
venda, assim como uma peça teatral, uma dança, ou ainda um recital de ópera, tudo isso 
estava há bastante tempo à disposição dos operadores do entretenimento. 
Dos muitos experimentos desde os irmãos Lumière aos filmes de Chaplin, temos 
as várias referências para os estilos do cinema mudo e cinema cômico como fala aqui 
Luiz Carlos Pereira Lucena: 
“Se hoje estamos nos tempos de mega produções 
com efeitos especiais, é porque o cinema é uma das 
artes que mais usou da criatividade em tempos de 
tecnologias esparsas. Os clássicos filmes de Charles 
Chaplin eram verdadeiras obras de arte, assim como 
seus contemporâneos do chamado cinema mudo. 
 
Entre esses registros documentais feitos pelos 
Lumière, havia algumas vistas animadas com atores em 
situações cômicas, antecipando os esquetes clássicos do 
cinema mudo, como o do homem que não consegue 
montar no cavalo ou o do garoto que pisa na mangueira 
https://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2019/03/22/noticias-cinema,243290/industria-cinematografica-registra-lucro-recorde-em-2018.shtml
https://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2019/03/22/noticias-cinema,243290/industria-cinematografica-registra-lucro-recorde-em-2018.shtmlhttps://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2019/03/22/noticias-cinema,243290/industria-cinematografica-registra-lucro-recorde-em-2018.shtml
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&text=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks
16 
 
e solta um jato de água no rosto do jardineiro”. 
https://abra.com.br/artigos/quais-sao-as-7-artes/ 
 
 Embora tenham acontecido muitas coisas desde a década 1890, foram ainda 
necessários muitos anos para definirmos a linguagem que vemos nos dias atuais, 
descrito assim por Luiz Carlos Pereira Lucena: 
“Mas a linguagem do que se conhece hoje como 
documentário só surgiria com os filmes de Robert 
Flaherty, nos anos de 1920, quando, ao visitar pela 
terceira vez uma comunidade de esquimós localizada no 
norte do Canadá, ele se encantou com os indivíduos e 
criou aquele que é considerado o primeiro filme de não 
ficção, Nanook, o esquimó (1922). Os filmes de 
Flaherty – Nanook e Moana (1926) – inspirariam a 
célebre crítica escrita pelo produtor e também 
documentarista inglês John Grierson e publicada no 
New York Sun em 8 de fevereiro de 1926, em que foi 
usado pela primeira vez o termo documentary (ou 
“documentário”), inspirado na palavra francesa 
documentaire, que denominava os filmes de viagem”. 
https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos-
lucena.html. Página 10. 
 
Agora vamos estabelecer a diferença entre documentário e um filme de ficção, já 
que de lá para cá, diga-se dos irmãos Lumière para os dias atuais, aconteceram muitas 
revoluções e guerras, obrigando a humanidade a trilhar caminhos que não fossem o da 
produção e aperfeiçoamento das ferramentas desta cultura, mesmo assim, o cinema 
estava ali, documentando tudo sobre esses tempos difíceis. 
 Se falarmos em filme documental nos referimos a um gesto, um fazer 
cinematográfico estamos captando e registrando narrativas que acontecem sem nossa 
interferência, isto é, não carece, obrigatoriamente de um roteiro nem de falas pré-
concebidas, é o puro acontecimento, como em um jogo de futebol, da onde se você só 
assiste na arquibancada, verá somente as imagens em detrimento de quem assiste em 
casa tem a narração do locutor que induz suas subjetividades a sua avaliação de ser 
verdade ou não, A saída da fábrica dos irmãos Lumière é um exemplo de documentário. 
 No gênero ficção, o mundo se abre para o infinito, a busca pelo inalcançável, daí 
a palavra ficcional para definir este gênero cinematográfico. 
https://abra.com.br/artigos/quais-sao-as-7-artes/
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&text=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks
https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos-lucena.html
https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos-lucena.html
17 
 
O primeiro filme de ficção foi em 1920 em A viagem à Lua, de Méliès, filme até 
hoje representativo em todas as escolas e Universidades de cinema como referência 
inicial do cinema para o gênero filme de ficção. 
Quando imagino um documentário, imagino, prematuramente, uma pessoa 
narrando, outra executando o que está sendo narrado, mas na realidade o documentário 
existe em diversas subdivisões dentro do seu próprio gênero, como diz Bill Nichols: 
“Para cada documentário, há pelo menos três 
histórias que se entrelaçam: a do cineasta, a do filme e a 
do público. De formas diferentes, todas essas histórias 
são parte daquilo a que assistimos quando perguntamos 
de que se trata um certo filme. Isso quer dizer que, 
quando assistimos a um filme, tomamos consciência de 
que ele provém de algum lugar e de alguém. Essa 
história é com frequência, mais pessoal e idiossincrática 
nos documentários...” cap 04 introdução ao 
documentário, de Bill Nichols”.(NICHOLS, 2012, Pág. 
93) 
 
De forma a organizar, didaticamente, os diversos tipos de documentários, que se 
perpetuou com o tempo, o modo de descrição de cada um desvenda os estudos feitos 
por Bill Nichols, em Introdução ao Documentário, famoso cineasta com fluência na 
teoria do documentário, além de crítico de cinema. 
Para ele, os tipos de documentário seguem esta sequência: Modo poético, Modo 
expositivo, Modo observativo, Modo participativo, Modo Reflexivo, Modo 
Performático. 
No nosso caso específico optamos pelo documentário observativo por ser um 
subgênero do documentário, escolhido porque combina melhor com a diegese fílmica 
pretendida pelo formando, ancorados desde os primeiros elementos das tratativas do 
TCC. Bill Nichols diz a respeito: 
“Cada documentário tem sua voz distinta. Como 
toda voz que fala, a voz fílmica tem um estilo ou uma 
“natureza” própria, que funciona como uma assinatura 
ou impressão digital. Ela atesta a individualidade do 
cineasta ou diretor, ou, às vezes, o poder de decisão de 
um patrocinador ou organização diretora. O noticiário 
televisivo tem voz própria, da mesma forma que Fred 
Wiseman, Chris Marker, Esther Shub e Marina 
Goldovskaya. 
No cinema, as vozes individuais prestam-se a uma 
teoria do autor, ao passo que as vozes compartilhadas, a 
uma teoria do gênero. O estudo dos gêneros leva em 
consideração os traços característicos dos vários grupos 
18 
 
de cineastas e filmes. No vídeo e no filme 
documentário, podemos identificar seis modos de 
representação que funcionam como subgêneros do 
gênero documentário propriamente dito: poético, 
expositivo, participativo, observativo, reflexivo e 
performático” 
 
Introdução a documentário NICHOLLS, 2012. Página 
134. 
 
Tomando como base os estudos sobre documentário de Bill Nichols, referência 
principal de nossa produção, fica mais fácil adequar a narrativa cinematográfica à do 
luthier, em seu espaço de troca de informações, ele com conhecimentos para enriquecer 
a produção de conteúdo e, nós formandos, de imagens reais da confecção de um violão 
elétrico na luthieria moderna. 
Outra subdivisão do documentário é o modo participativo, podemos citar aqui 
como referência deste tipo de sub gênero, a grande série que foi um sucesso nos anos 
80, COSMOS (1880), de Ann Druyan e o então astrofísico Carl Segan, que viria a ficar 
famoso pelo seu desempenho na série, interrompida pela sua morte precoce. 
Neste documentário Carl Segan é, ao mesmo tempo, o locutor, o diretor da 
narrativa e o apresentador, participando ativamente do processo de produção e gravação 
de cada episódio, emprestando sua renomada carreira como fator de credibilidade para a 
série. 
Em detrimento do modo poético e/ou expositivo, modos estes que o cineasta 
pode interagir, dar rumos, interferir fisicamente na peça sendo filmada, ou ainda com 
sua voz, optamos pelo modo seguinte, um outro subgênero do documentário. 
O modo observativo, simplesmente, o cineasta captura a essência dos 
acontecimentos e narrativas no cotidiano do conteúdo a ser traduzido para a linguagem 
cinematográfica. Nichols diz a respeito: 
“Modo observativo: enfatiza o engajamento direto 
no cotidiano das pessoas que representam o tema do 
cineasta, conforme são observadas por uma câmera 
discreta. Exemplos: A Escola (1968), Salesman (1969), 
Primárias (1960), a série Netsilik Eskimos (1967-1968), 
Soldier Girls (1980)” (NICHOLS, 2012, p. 61). 
 
Assim o modo observativo é o subgênero escolhidos como base para esta peça 
documental cinematográfica, mas em dado momento lancei mão de algo pertencente a 
19 
 
outro subgênero, mas sempre foquei a produção e captação no gênero principal da peça 
que é o método observativo. Nichols diz: 
"Até certo ponto, cada modo de representação 
documental surge, em parte, da crescente insatisfação 
dos cineastas com um modo prévio. Assim, os modos 
realmente transmitem uma certa sensação de história do 
documentário. O modo observativo surge, em parte, da 
disponibilidade de câmeras portáteis de 16 mm e 
gravadores magnéticosnos anos 60. De repente, o 
documentário poético parecia abstrato demais, e o 
documentário expositivo, didático demais, pois se 
provou ser possível filmar acontecimentos cotidianos 
com um mínimo de encenação e intervenção”. 
(NICHOLS, 2012, p. 136). 
 
Segundo Nichols, um modo novo não significa um modo melhor, ou ainda 
melhorado dos modos anteriores. Ele simplesmente pode ser visto como um modo novo 
de se fazer documentário, sem querer, em sua novidade da forma de ver o documentário 
e o que se está documentando diferente. 
Figura 3 
 
Captação de imagens da confecção da escala do instrumento utilizando maquinário moderno. 
 
Um novo modo faz progredir a arte cinematográfica como um todo, mas ela não 
substitui outras metodologias antes aplicadas. A evolução dos métodos é natural, o 
modo de ver um documentário está na capacidade do diretor de observar qual método 
ou quais métodos, híbridos ou não, podem ser usados dentro de um mesmo 
documentário. O tema é o que se está filmando e documentando, não sendo imperioso 
20 
 
que seja desta ou daquela forma que o resultado final vá proporcionar maior ou menor 
qualidade a peça finalizada. 
Os modos poéticos e expositivos não foram contemplados aqui neste 
documentário, por dificultarem a essência documental necessária, que é mostrar a 
construção dentro da ótica do construtor do instrumento, não cabendo interferência do 
diretor de dirigir as pessoas e, sim os ângulos de captação que privilegiasse a imagem e 
suas referências no tempo usado para produzir uma peça de violão semiacústico. Não 
estamos com o intuito de persuadir ninguém, apenas de demonstrar, documentalmente, 
todos os passos de realização de uma arte, a da luthieria, com a diferença de ser nos 
tempos atuais, a partir de novas tecnologias que surgiram ao longo desses séculos que 
separam a luthieria antiga da moderna. 
Aqui temos bem representados os passos fabris da confecção de um instrumento, 
não cabendo interferência nem explicações além das imagens e do depoimento do 
artesão luthier Sr. Wilson Gomes. Como diz Bill Nichols: 
 
“Com frequência, os modos poético e expositivo do 
documentário sacrificaram o ato específico de filmar as 
pessoas, para construir padrões formais ou argumentos 
persuasivos. O cineasta reunia a matéria-prima 
necessária e, com ela, em seguida, dava forma a uma 
reflexão, uma perspectiva ou um argumento. E se o 
cineasta apenas observasse o que se passa diante da 
câmera sem uma intervenção explícita? Não seria essa 
uma nova e convincente forma de documentação? 
Os avanços tecnológicos no Canadá, na Europa e 
nos Estados Unidos, nos anos que se seguiram à 
Segunda Guerra Mundial, culminaram, 
aproximadamente em 1960, em várias câmeras de 16 
mm, com Arriflex e Auricon, e em gravadores de áudio, 
como o Nagra, que podiam ser facilmente carregados 
por uma só pessoa. O discurso já podia ser sincronizado 
com as imagens, sem o uso de equipamento volumoso 
ou dos cabos que uniam gravadores e câmeras. A 
câmera e o gravador podiam mover-se livremente na 
cena e gravar o que acontecia enquanto acontecia. 
Todas as formas de controle que um cineasta poético 
ou expositivo poderia exercer na encenação, no arranjo 
ou na composição de uma cena”. (NICHOLS, 2012, p. 
146). 
 
Escolhida a base de captação das imagens, seguimos com a produção final já 
com todas as variáveis, previsíveis e controladas, filmamos e captamos os áudios com 
os testemunhais com o mínimo de influência possível, apenas alguns diálogos antes da 
21 
 
tomada dos depoimentos para ter um certo controle do tempo de voz calibrada, com o 
tempo de imagens disponíveis, pois neste documentário as imagens da confecção em si, 
são dominantes sobre a descrição dos atos pelo próprio luthier, não merecendo muita 
intervenção das partes de captação e produção, além de apenas atentar para a cronologia 
dos atos e fases da composição. 
 
Figura 4 
 
Captação de imagens e áudio explicando as fases da confecção do braço e da escala do instrumento. 
Figura 5 
Captação de imagens sobre os cuidados com a construção do braço e da escala do instrumento. 
 
22 
 
03 - DESCRIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO 
 
PRÉ-PRODUÇÃO 
Após a visita ao set de gravação, conhecido como locação das filmagens, na qual 
filmamos o documentário LUTHIERIA MODERNA, Atelier e oficina do Sr. Wilson 
Luthier, situada na Rua Augusto dos anjos, 3585 candelária, em Natal RN – Brasil , 
fizemos todos os preâmbulos de como iríamos filmar, observando e procurando 
enriquecer o luthier de informações sobre nossa futura estada em sua oficina/estúdio, 
para que ele entendesse nossas necessidades e adaptasse às suas, para termos o máximo 
de rendimento nas poucas horas do dia para captação de imagens, já que preferimos 
gravar com luz do dia ancorada às vezes um, às vezes dois spots de luzes artificiais, mas 
para darmos contornos ou corrigimos algum excesso de luz natural, sem perdermos 
definição do ambiente. 
Fizemos uma pré-gravação abordando as diversas fases da construção do 
instrumento em questão, pois na nossa preparação do Pré-Projeto, nos candidatamos a 
gravar, em forma de vídeo documentário, a confecção de um instrumento a partir das 
pranchas de madeiras brutas sem refino, apenas com o corte grosso da serraria, que as 
tirou da natureza, possivelmente do estado do Pará, de onde vem a maioria da madeira 
para nossa região. Uma curiosidade deste momento é que, antigamente, o Armazém 
Pará, famosas lojas de materiais de construção, era chamada assim por conta deles 
terem iniciado suas atividades em Natal/RN como empresa de venda de madeiras semi 
brutas para construção civil. Daí o nome Pará em homenagem ao estado que supria os 
estoques da loja. 
Feito essa pré-gravação, descrita anteriormente em um Prévio Roteiro 
documental em que redigi uma narrativa documental das cenas e das tomadas, para 
termos uma ideia e uma linha de pensamento organizado, com começo meio e fim, sem 
se perder nas ideias que fossem surgindo, apenas discutindo com o luthier e adaptando 
sua lógica de refino dos materiais às lógicas da nossa narrativa. Vejamos o que diz 
Puccini acerca do roteiro prévio: 
“Em muitos casos, o trabalho de roteirização, feito 
ainda na pré-produção do filme, vai se contentar em 
estabelecer uma estrutura básica que servirá como mapa 
de orientação para o documentarista durante as 
filmagens, com maleabilidade suficiente para que possa 
23 
 
ser alterado no decorrer da produção, em razão de 
possíveis imprevistos”. (PUCCINI, p. 24, 2009). 
 
 Neste momento da narrativa, deixamos o luthier livre para desenvolver seus 
trabalhos dentro de sua metodologia já desenvolvida em anos de labor, não interferindo 
no fazer do artista e, sim, apenas documentando, pela lente da câmera, o passo a passo 
do seu dia-a-dia na confecção do instrumento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
PRODUÇÃO 
Dificuldades, tivemos algumas como, por exemplo, a chuva, acontecimento 
natural, mas que para a atividade do luthier é um fator de atraso na confecção do 
instrumento, pois ela atua de forma a retardar a secagem da madeira, atua 
negativamente na química da pintura, agindo como um retardador de secagem, trazendo 
prejuízo ao calendário das diversas fases da pintura e, principalmente, no acabamento 
final, no caso do envernizamento, o restante foi impressionantemente tranquilo, pois o 
Sr. Wilson estava justamente na baixa estação de oficina de instrumentos e poderia de 
modo permanente nos atender em dias e horários não muito convencionais. Exemplo 
disto são os sábados e domingos que tiramos o sossego do protagonista em seu descanso 
e gravávamos até a luz do dia nos dar boa noite. 
Surpresas, tivemos várias, pois como dizem as palavras: existem segredos e 
mistérios em tudo na vida, inclusive na arte de fabricar instrumentos musicais, portanto 
não foi fácil produzir algumas cenas, comofilmar sem distrair o Luthier e ele se 
acidentar nas máquinas, pois aqui, via de regra, você não pode conversar com o 
operador dos equipamentos, ele tem que ficar 100% concentrado para, assim, evitar 
acidentes, que geralmente, em sua maioria são mutiladores de membros trazendo graves 
sequelas irreversíveis. 
Devido à escassez de material disponível na literatura, que aborde o tema 
Luthieria e, principalmente a luthieria moderna, foi difícil a juntada de material que 
explorasse o tema, ficando a parte de citações bastante limitada, sendo preciso garimpar 
trabalho científico realizada pela Universidade Federal do Paraná, já que, nesta 
Universidade tem um curso específico de Luthieria, além do único livro publicado do 
pesquisador e escritor Carlos Roque de Título Luthiers: artesãos Musicais Brasileiros. 
São Paulo: editora, 2003. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Figura 6 
 
Máquinas de beneficiamento da madeira trazem diversos perigos de amputações de membros ao profissional. 
 
Tivemos dificuldades em passar segurança no trabalho, já que se trata de uma 
peça de um trabalho científico, atender a todas as normas da ABNT e com observação 
às normas de segurança do trabalho, algo extremamente importante, já que os 
equipamentos são, como vimos anteriormente, bastante insalubres em seu manuseio, 
mesmo as máquinas estáticas fixadas no solo, são vetores de acidentes de trabalho. 
Outra particularidade negativa é o contato com produtos químicos à base de 
solventes e derivados de petróleo como: tintas, selantes, massas acrílicas, enfim, 
produtos considerados tóxicos para o contato prolongado, por causa disso, eu sempre 
observando certa resistência do luthier em se expor a esses produtos, levando às vezes a 
suspensão da captação para desintoxicação ao ar livre. 
Nessa fase, seguindo o cronograma especificado neste relatório, tivemos muitos 
imprevistos, como já citei a chuva, os compromissos individuais da equipe e um 
componente que estava ali, rondando nossos corpos e mentes: a Covid 19. 
A pesar de termos tomado todas as precauções para evitar o contágio, tivemos 
duas baixas de mais de 15 dias cada um, atrasando de forma inevitável a conclusão da 
26 
 
captação de imagens do documentário, ficando, assim, para compensarmos no mês 
final, para não alterar o prazo de entrega do documentário. Aproveitei para dar uma 
imersão no Relatório, seguir com as leituras e escolher as citações que melhor se 
comunica com a minha peça Audiovisual. Foram dias de pesquisas, dias de 
enriquecimento do saber, que fica a vida toda. 
A segunda parte das filmagens foram os depoimentos, de onde descobrimos o 
conhecimento e a facilidade do Luthier em interagir frente às câmeras com a parte 
falada e as ferramentas que seriam utilizadas na Luthieria Moderna, base de nossa 
pesquisa e foco do nosso documentário. 
Portanto as dificuldades, encontradas, em sua maioria, foram de foro pessoal, de 
cada indivíduo que participava das gravações, não da gravação em si, mas do seu tempo 
disponível para doar a causa da produção de um Documentário sobre a arte da luthieria 
em nossos tempos atuais. 
Realizar a produção da parte teórica escrita, concomitantemente com a parte 
prática, se tornou algo de difícil administração, pois muitas vezes mudávamos de 
escolhas entre um acabamento fino ou outro tipo, por exemplo, frisos de adereços ou 
ainda tonalidade da cor da madeira, verniz brilho ou fosco, enfim quase uma paleta de 
oportunidades de escolhas. Além de mudarmos de locação de filmagens quando tivemos 
de nos dirigirmos a um fornecedor de serviços especiais como corte laser e gravação em 
madeira, como se fosse uma tatuagem feita na moderna máquina de tatuar na madeira, 
com precisão milimétrica. 
Figura 7 
Exemplo de equipamento utilizado na luthieria moderna, cortes precisos a base do laser. 
 
27 
 
No atelier encontramos um ambiente com vocação para formatação do vídeo 
documentário, isso falando em quantidade de equipamentos de mão e de mesa, dando o 
suporte ao Luthier e velocidade na captação de boas imagens, já que quando ele 
terminava uma peça numa máquina, seguíamos imediatamente para outra e começar a 
dar certos acabamentos finos e então, íamos construindo nossa versão do que estava 
acontecendo na frente de nossos olhos. 
Seu atelier não é preparado para a arte da luthieria, seria mais uma oficina que 
um atelier, pois as máquinas são despojadas conforme os compartimentos lhes são 
oferecidos. Por exemplo: as máquinas pesadas ficam na parte inferior das instalações, 
pelo motivo óbvio de que, para subir teria que arregimentar um número considerável de 
operários, já que a máquina de serra de fita rotativa pesa na base das centenas de quilos. 
Da mesma forma que as máquinas de cortes precisos, devem estar sempre bem fixadas 
ao chão para evitar acidentes, já que a física, propriamente dita, age de forma bastante 
expressiva, pois o movimento das lâminas em altíssimas rotações gera uma dinâmica 
física de forças extremas, levando o artista a ter que adquirir um conhecimento ainda 
maior sobre cada equipamento, em termos de segurança no trabalho, além da 
manutenção a serem dadas a cada equipamento para deixá-los sempre disponíveis ao 
uso na hora seguinte. Nessa construção procuramos criar a atmosfera de imersão 
baseado na realidade, no dia-a-dia do Luthier, cada fase de construção do instrumento, 
aprendendo a ter paciência com o tempo de cada ação, rigorosamente planejada e 
executada pelo Luthier, não havendo espaço para erros de gravação, já que depois de 
produzido a peça não pode voltar ao maquinário. 
 Tivemos algumas surpresas na preparação das gravações, como por exemplo a 
extrema produção de poeiras de madeiras e odores característicos da atividade, 
influenciando assim na montagem das câmeras observando as distâncias para não sofrer 
com os despojos da produção, protegendo os equipamentos e nossas vias aéreas, 
Um ambiente hostil para quem não conhece, pois tudo corta, tudo fura, tudo 
dilacera, enfim é uma dança entre uma cena e outra para não tocar as serras com seus 
“dentes” aparentes e com cuidados especiais aos equipamentos de filmagens. 
A prática do Sr. Wilson Luthier é um ponto alto na peça cinematográfica, pois 
não há espaço para o improviso, tudo ali é real e na hora, por isso sua mobilidade neste 
espaço que falarei a seguir, era bastante adaptável aos vários anos que ele trafega entre 
as máquinas. 
28 
 
O espaço físico da luthieria não é confortável, na verdade são salas improvisadas 
para cada uma das fases de construção, bancadas abarrotadas de materiais e máquinas, 
sendo dessa forma, tivemos que arregaçar as mangas e partir para deixar o entorno de 
cada máquina de fácil tráfego e beleza plástica, na medida do possível. 
Poeira era medida por centímetro de altura, já que o beneficiamento da madeira 
gera o seu rejeito, que é sempre pó de serraria, muitas vezes tão fina que formava uma 
espécie de névoa, motivo pelo qual tínhamos que nos proteger e, muitas vezes 
suspendermos a gravação, proteger câmeras e equipamentos para evitar a perda de cenas 
e às vezes ter que parar para limpar a câmera, quebrando o ritmo das gravações., 
Na fase de preparação dos moldes do violão elétrico, nos deparamos com a 
necessidade de fazer uma nova locação, levar tudo e todos para uma empresa, para 
gravarmos uma máquina imensa com corte a laser para definir o projeto em um corte 
preciso, para adaptar a tupia (instrumento híbrido de mesa e manual) para dar o recorte 
final das peças do instrumento. No vídeo, estas imagens se mostrarão como gravação 
“externa”. 
Figura 8 
 
Preparativos no computador para envio da arte para a máquina de recorte a laser produzir o molde. 
Notamos a importância desta cena, como exemplificação cabal do uso das 
tecnologias de última geração no trato e manuseio de diversos insumos, tais como 
madeira, aço, plástico e etc. Ela consegue fazer detalhesque na luthieria dos primórdios 
29 
 
seriam feitos a mão e, talvez levassem meses para serem entalhados na madeira. Com 
este corte a laser, demora, em média, uma hora entre programar a máquina para realizar 
o desenho inserido no programa e a mesma realizar a tarefa sozinha, sem necessidade de 
qualquer tipo de interação por parte do profissional. 
Figura 9 
 
Molde recortado na máquina laser, precisão é a máxima. 
 
Notei que o crescimento da indústria de luthieria e seus equipamentos de 
padronização de modelos de instrumentos, só beneficia o luthier artesão, pois ela 
disponibiliza no mercado a necessidade da pesquisa das práticas de manufatura das 
madeiras, tornando acessível ao profissional, trabalhar com equipamentos que lhes dão 
velocidade e refino na entrega de um instrumento sob encomenda, agregando ao seu 
produto final a qualidade e o prazo de entrega ao seu cliente, menor que em outras 
épocas remotas. 
 
 
 
 
 
30 
 
FINALIZAÇÃO 
Equipamentos que hoje são verdadeiros auxílios luxuosos para os luthiers, estão 
ao alcance das mãos habilidosas, que com estas máquinas conseguem construir um 
instrumento, antes feito em torno de 04 meses, termina-lo em pouco menos de 02 
meses. 
Passada esta fase de modelagem. Partimos para a prática, propriamente dita, mão 
na massa, nós como cameraman e o Sr. Wilson Luthier como nosso artista e condutor 
das várias fases de manufatura, que logo de início já demonstrou tranquilidade frente às 
câmeras, disposição em cooperar e uma linguagem simples e aplicada ao documentário. 
Confesso que não tivemos muitos problemas nessa fase de depoimentos, eu fazia 
a pergunta e ele sem delongas respondia da forma que nós vínhamos conversando e até, 
às vezes, ensaiando durante o tempo de troca de informações. 
Primeiro gravamos alguns depoimentos para nos inteirarmos de como seria o 
processo de confecção como um todo, com seus segredos e seus mistérios. Daquele 
passo fui adaptando o PRÉ-ROTEIRO às novas bases ditadas pelos depoimentos, assim 
ficou mais fácil constituir as cenas e os takes, dentro de uma lógica fabril do 
instrumento a ser construído a partir do marco zero, da madeira bruta até o acabamento 
final, foram preciso mais de mês para a produção final do copião de imagens e 
finalização da peça. 
No processo de acabamento nota-se uma queda bastante significativa na 
produção. Nesta fase gravamos cada parte minuciosa do processo. É aqui que uma peça 
é aceita ou rejeitada, é boa ou é regular, portanto o Luthier muda de métodos, 
instrumentos e materiais industrializados, tanto na pintura quanto na preparação para o 
corpo sólido da madeira tomar forma de instrumento. 
Figura 10 
 
Máquina Tupia em ação, recorte perfeito das cavidades. 
31 
 
A tupia, máquina extremamente precisa, perdendo em acabamento somente a 
nova geração de máquinas CNC, que são equipamentos que recortam todo o 
instrumento apenas com o projeto lançado do computador para a fresa de recorte. É 
botar a madeira no local destinado, ligar, carregar o arquivo digital do modelo escolhido 
e esperar a máquina cortar. Simples assim. 
Essa facilidade, que encontramos hoje, difere das imensas dificuldades 
enfrentadas pelos luthiers na jornada de produção artística de instrumentos musicais, 
desde os tempos dos alaúdes, época em que adquirir um instrumento era um feito para 
os descendentes da monarquia e da burguesia. 
Quando chegou a hora da finalização, nos deparamos com diversos momentos 
técnicos e de extrema precisão, desde um furo no instrumento já na forma de violão, 
seja em um corte para passar o cabeamento ou ainda em uma fresta para conter um 
sensor captador sonoro de corpo, enfim, a hora “H”, de extremo foco, é ali que o 
instrumento vai se revelar, não havendo margem para erro, já que ele estava todo 
acabado e finalizado em seu projeto e em sua estética. Dali em diante, foi bastante 
gratificante ver o instrumento sendo montado em suas partes, que são feitas de madeiras 
diferentes e separadamente, vê-las se unirem é uma experiência fantástica que procurei 
de todo o coração, passar no vídeo documentário esta mesma sensação maravilhosa de 
dar a vida a um instrumento, desde a sua idealização a sua confecção. 
Sempre que começamos a gravar notamos que, um documentário, por mais que 
ele seja pensado, destrinchado, decupadas as cenas, sempre a peça final é diferente. Ao 
final do documentário sempre ele estará um passo à frente de seu script de roteiro, isto 
é, um roteiro de documentário tem a tendência a se flexibilizar diante do passar das 
horas e dos dias, roteiro de documentário seria, metaforicamente, uma folha em branco. 
Sempre terminamos um dia de gravação já com os desafios do dia seguinte ou de 
dias depois, dependendo do fazer luthieria, o mestre Luthier agenda o próximo 
encontro, preparando todas as bases para as gravações seguintes, foi assim durante toda 
nossa jornada. 
Sempre que algo despertava nossos olhos aguçados do audiovisual, para o 
Luthier Sr. Wilson, aquilo era normal para ele desenvolver, dessa forma fomos dando 
asas à nossa imaginação lançando ideias e discutindo formas de registrar aqueles passos 
sem perder a naturalidade com que ele trabalhava. 
32 
 
No vídeo documentário A Luthieria Moderna, tudo que estamos narrando aqui 
foi visto como resultado deste documento, pois ele foi fruto pós-concepção do vídeo, 
desde o primeiro dia de locação e início das filmagens, estávamos trabalhando, 
paralelamente, a parte teórica com a prática do projeto. Aqui nesta fase dedicamos uma 
parte do tempo à pesquisa trazendo elementos do universo da luthieria antiga para a 
frente das câmeras fazendo um arco temporal do antes com a era atual, principalmente 
com as máquinas elétricas frente às máquinas manuais de épocas passadas. 
Equipamentos utilizados neste projeto foram: câmera Sony PXW-Z150 com 
lentes ZEISS, com Tripé Sony com controle digital e estabilizador acoplado. 
Baterias de luzes LED de 50W e 200W, captação de som com link de rádio para 
microfones de lapela marca Boya. 
Figura 11 
 
Equipamento base da captação das imagens: Câmera PXW-Z150 Sony e refletores LED. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Poderíamos afirmar que o documentário é uma espécie de gênero 
cinematográfico em perfeita evolução, já tendo sido estudado por diversos cineastas 
que, além da separação de tipos de documentários, ainda é descrito no hall da história, 
como a exibição da realidade por meio das telas, sejam elas do cinema, da televisão ou 
nas mídias da nova tecnologia da informação. 
 Como temos estudado nas várias salas de aulas durante a formação, aprendemos 
que documentário se produz durante os eventos de gravação, não sendo, imperativo, um 
roteiro com falas e cenas descritas, apenas perguntas podem ser proferidas, no caso do 
documentário estilo participativo, assim temos um documentário fiel ao seu propósito, 
embora exista o documentário com realismo fantástico. 
Este formato Observativo, nos dá uma referência que é a vida do Luthier 
enquanto ela passa, ali, frente às câmeras, sem diálogos, sem interações. Essa é a 
mensagem que me comprometi e que gostaria de passar, em detrimento da hora em que 
existe a influência do cineasta, atribuindo perguntas para aguçar os depoimentos, que 
são fundamentais para dar luz e vida às imagens, torná-las críveis frente aos olhos do 
telespectador, afinal não se produz um instrumento musical em 10 minutos, mas a 
mágica é esta, o expectador se livra de todos os seus valores e critérios de credulidade e 
passa a imergir na narrativa a ponto de acreditar ser possível se fazer tudo aquilo 
naqueles minutos filmados, é a arte do cinema empregada a serviço do documentário. 
Um ótimo exemplo deste tipo de roteiro é o do filme documentário O triunfo da 
vontade (Leni Riefenstahl, 1935), obra capturada pelas lentes de nada mais nada menos 
que Leni Riefenstahl, como se aquelecomício em 1934, fosse mais um registro 
despretensioso e sem se focar nos fatos. Mas a história é outra, tudo foi encenado 
ensaiado a ponto de dar tudo milimetricamente certo. 
No livro Por dentro do III Reich (edição em português), Albert Speer, que 
trabalhava á época a serviço da Alemanha, durante a segunda Grande Guerra, descreve 
sua visão acerca do documentário Nazista, supracitado, ele discorre: 
 
“Essa impressão era muito mais profunda do que o 
próprio discurso, do qual não me ficou muita coisa na 
memória. Além disso, fui arrastado pelo entusiasmo 
que, frase após frase, animava o orador dando a 
impressão de que o seu corpo se erguia assim excitado 
34 
 
por suas palavras, Hitler anulou os argumentos dos 
céticos. Os adversários não puderam falar. Daí adveio, 
pelo menos momentaneamente, a falsa impressão de 
unanimidade. Ao terminar sua fala, Hitler parecia já 
estar falando não para nos convencer-nos, mas ele 
mesmo dava a impressão de estar convencido de que o 
público esperava que ele falasse como estivera falando”. 
(Bruno Félix do Prado apud SPEER, Albert, 1970. pgs. 
23 e 24). 
 
Neste nosso vídeo, quando passamos pelo estilo de roteiro observativo, não 
interferimos na cena, nossos olhos eram as câmeras, enquanto se faziam as peças, 
abundava o silêncio, somente quebrado pelo barulho das máquinas executando as 
tarefas. 
 A finalização do instrumento é como o nascimento de um ser, aguardado por 
todos. Seu primeiro choro em lá maior, sua primeira mecha no brilho da luz, sua 
personalidade como instrumento, tudo isso ali frente às câmeras, este sentimento só tem 
quem estava lá, gravando, filmando, esperando o momento certo para soltar o pause e 
prosseguir com a estética sempre em alta. 
Sem buscar ser o vídeo documentário revelação, nos propusemos a fazer um 
projeto com os pés no chão calçados com as sandálias da humildade, base para tudo que 
foi feito neste documentário, que contou com a paciência e maestria do Sr. Wilson 
Luthier, seus familiares, que foram afastados de sua presença durante os dias e em 
vários finais de semana. 
Foram tempos dedicados a formatação de um roteiro sem amarras, somente um 
guia para nos balizarmos e não perdermos o fio condutivo que, em certos momentos 
adaptávamos a ordem do dia, seja de disponibilidade da luz ambiente, seja da métrica e 
do cronograma dos passos a serem seguidos dados pelo profissional de luthieria. 
Havia hiatos de tempo nas captações, pois entre uma fase e outra de construção 
do instrumento eram necessários horas e, às vezes dias para colagem e secagem das 
peças, não permitindo se trabalhar neste período para não por em risco o resultado final 
do instrumento. 
Entre outros problemas que surgiam, seja ele de ordem climática, seja de ordem 
pessoal de cada um dos envolvidos, nos deparamos com um incidente ocorrido na 
confecção da escala do instrumento, algo que não notamos durante a fabricação dos 
35 
 
trastes da escala, pois notamos após finalizar esta etapa que havia umas casas entre os 
trastes que estavam em desconformidade com a técnica empregada. 
Figura 12 
 
Cena da detecção de erro na escala do instrumento. 
 
Após refazer o gabarito de abertura dos cortes na madeira, iniciou-se o uso da 
serra circular de bancada para abertura dos sulcos na madeira e a recolocação dos 
trastes, agora em perfeita sintonia com a metodologia necessária. 
Mas ficamos com o aprendizado para todos nós, envolvidos no processo, de que 
além de estar se produzindo uma peça de Audiovisual, é preciso atentar para as diversas 
possibilidades de intercorrências durante a fabricação, para não perdermos tempo com o 
retrabalho, e assim não atrasarmos nosso cronograma de gravação e finalização do 
Projeto do instrumento musical. 
Figura 13 
 
Cenas da detecção de erro e reajustes na escala do instrumento. 
36 
 
Figura 14/15 
 
Cenas do retrabalho na escala do instrumento. 
Figura 16 
 
Cena do retrabalho na escala do instrumento. 
 
37 
 
Aqui houve uma cumplicidade entre os envolvidos para se produzir este 
material, seja na linguagem documental, seja na intimidade e amizade da equipe. 
Amizade esta, bem anterior a este projeto documental, já que somos contemporâneos 
nos gostos musicais e dos seus instrumentos para a execução em nossos tempos livres 
de estudantes. 
Lembro-me das noites em claro, café ao lado para dar prosseguimento e não 
perder aquela oportunidade de fechar mais um tópico com mais uma citação, aquela 
escolhida após análise de sua importância para o trabalho. 
As várias vezes que deixei meus amigos a me esperar em todos os meus 
compromissos sociais, ficam aqui meus sinceros pedidos de desculpas, que logo que 
explicado era compreendido por todos, que se tratava do meu TCC, do meu evento de 
2022, da minha formação, do meu sonho realizado e por fim a resposta àquela pergunta 
que me foi feita logo que comecei a compreender o mundo a minha volta: o que é que 
você quer ser quando crescer? 
Desta epopeia, digamos assim, sinto, escrevendo estes último parágrafo, 
saudades das horas disponibilizadas, das discursões e até das divergências sobre como 
abordar certos temas inseridos no documentário. Foi uma temporada de conhecimentos 
e aprendizados para a confecção de cada imagem deste documentário A LUTHIERIA 
MODERNA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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http://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/view/1002. Acesso em 12 abr. 2021. 
 
 
Barbabela P., Ribeiro A. O velho Luthier. In: Cotidiano UFSC. Disponível em: 
<https://cotidianoufsc.atavist.com/o-velho-luthier>. Acesso em: 06 abr. 2021. 
 
 
Roque, Carlos. Luthiers: artesãos Musicais Brasileiros. São Paulo: editora, 2003. 
 
 
NICHOLS, 2012, Introdução ao Documentário, 5º edição, Papirus Editora. 
 
Pereira C., Lucena L. 
Como fazer documentários: conceito, linguagem e prática de produção 
Editora Summus Editorial; 2ª edição (1 janeiro 2012) 
Luiz Carlos Pereira Lucena 
Soares, Puccini. 
Roteiro de Documentário: da pré-produção à pós-produção (Editora Papirus 2009) 
https://abra.com.br/artigos/quais-sao-as-7-artes/ 
Academia Brasileira de Artes – ABRA, acessado em 06/12/2022. 
 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia/o-triunfo-da-vontade-como-arma-do-
discurso-ideologico-persuasivo-no-cinema.htm 
Por dentro do III Reich (edição em português), SPEER, Albert, 1970. 
https://karinakuschnir.wordpress.com/2018/02/09/doze-dicas-para-terminar-tcc-
dissertacao-de-mestrado-e-tese-de-doutorado-parte-1/ 
Kuschnir, Karina. 2018. “Doze (ou treze) lições para ajudar a terminar TCC, dissertação 
de mestrado e tese de doutorado (Parte 2). Publicado em karinakuschnir.wordpress.com, 
url: https://wp.me/p42zgF-3CU. 
Acesso em [11/12/2022]. 
https://querobolsa.com.br/revista/luthier-o-que-e-e-como-se-tornar-esse-profissional# 
Acesso em [11/12/2022]. 
 
 
http://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/view/1002
https://cotidianoufsc.atavist.com/o-velho-luthier
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&text=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&text=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks
https://abra.com.br/artigos/quais-sao-as-7-artes/
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia/o-triunfo-da-vontade-como-arma-do-discurso-ideologico-persuasivo-no-cinema.htm
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia/o-triunfo-da-vontade-como-arma-do-discurso-ideologico-persuasivo-no-cinema.htm
https://karinakuschnir.wordpress.com/
https://wp.me/p42zgF-3CU
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4445 
 
 
SINOPSE DO DOCUMENTÁRIO 
No documentário A LUTHIERIA MODERNA, ele faz uma abordagem, pelo método 
observativo, mostrando sob uma narrativa audiovisual, a construção de um instrumento 
musical passo-a-passo pelas mãos do renomado profissional, mestre Wilson Luthier. 
Suas imagens e sons nos remetem a conhecer uma das profissões mais antigas que se 
tem notícia. 
O documentário aponta para as diversas fases de construção e utilização de 
equipamentos usados nos dias atuais com alguma passagem que contemplam as 
ferramentas antigas, utilizadas durante séculos. 
O documentário A LUTHIERIA MODERNA é um recorte visual e sonoro da arte de 
construir um instrumento a partir de uma prancha de madeira desde o seu desenho e 
insumos utilizados ao nascimento de um instrumento musical sob encomenda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
BREVE ROTEIRO INICIAL 
Nesta fase inicial, tivemos o cuidado de propor este mini roteiro como base de 
inicio dos trabalhos, mas não necessariamente o mesmo está totalmente de acordo com 
o resultado final do documentário, já que o mesmo se propõe a dar um norte para a 
captação dos depoimentos, imagens e sons, seguindo os métodos aprendidos em sala de 
aula e nas pesquisas de livros e artigos sobre o tema do documentário e, principalmente, 
da literatura escrita sobre o fazer documentário. 
As cenas foram captadas, mas na edição surgiram ideias e formas de narrar que 
antes eram de uma forma e agora tomavam novas narrativas, mais interessantes aos 
propósitos iniciais do documentário. 
Ao assistir o vídeo documentário, há de se observar que o conteúdo foi 
preservado, mas não a sua diegese fílmica, que em dados momentos foram alterados em 
suas divisões de cenas e takes captados pelas lentes, mediado pela subjetividade dos 
envolvidos no processo. 
A metodologia e o cronograma do profissional luthier foram preservados em sua 
essência, pois o método escolhido para a narrativa foi o subgênero documentário 
observativo. Neste não há uma condução pré-determinada do que acontece frente às 
câmeras e, sim o que acontece literalmente nos processos desenvolvidos pelo 
protagonista, suas falas e os sons ambientes, oriundos do seu labor, são exatamente 
capturados para se fazer o desenho sonoro do documentário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
CENA 01 
Abertura com Wilson Luthier, pesquisando e desenhando no computador seu novo 
projeto: um violão elétrico, não acústico. 
TAKE 01 - Cena gravada por trás do luthier enquadrando o vídeo do computador 
TAKE 02 -Luthier escolhendo e observando as características da madeira. 
TAKE 03 - O luthier dá seu primeiro depoimento, abordando porque ele vai construir 
este tipo de violão, fala de suas características e materiais usados. 
Lettering: 
A LUTIERIA MODERNA TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE 
AUDIVISUAL – UFRN – 2022.1 
 
CENA 02 
Processo fabril do violão 
TAKE 01 - O desenho do modelo escolhido é passado para o molde inicial, utilizando a 
ferramenta mais moderna, o corte laser. 
TAKE 02 - Imagem fechada nas mãos do luthier manipulando as ferramentas usadas e a 
madeira utilizada. 
TAKE 03 - depoimento do luthier abordando as ferramentas e as máquinas utilizadas, 
fazendo um paralelo entre as ferramentas antigas e as ferramentas da luthieria moderna. 
CENA 03 
Inicio das cenas de confecção propriamente dita 
TAKE 01 - Maquina de desengrosso aplainando a madeira 
TAKE 02 - Madeira aplainada e sendo verificada pelo luthier com um paquímetro de 
precisão milimétrica 
TAKE 03 - Depoimento do luthier enquanto beneficia a madeira, explicando a 
importância desses passos iniciais para a qualidade final do instrumento, seus segredos e 
detalhes técnicos. 
48 
 
CENA 04 
Mostra o instrumento tomando forma. 
TAKE 01 - Lixamento e detalhes de precisões. 
TAKE 02 - Imagem plano médio na mesa de execução com luthier manipulando as 
ferramentas usadas. 
TAKE 03 - Depoimento do Sr. Wilson acerca da necessidade emergente de fatos e 
acontecimentos, que pode por a perder aquele corte de madeira. 
 
CENA 05 
Processo fabril do violão 
TAKE 01 - Luthier prepara o setup da máquina conhecida como topia utilizando o 
molde feito a laser, para realizar a intervenção da topia na prancha de madeira para dar 
forma ao corpo do instrumento. 
TAKE 02 - Imagem fechada no instrumento recebendo os cortes e acabamento dos 
contornos e a manipulação das ferramentas usadas e a madeira utilizada. 
TAKE 03 - Enquanto a máquina topia trabalha, o luthier explica a importância deste 
equipamento na construção de instrumento na luthieria moderna. 
 
CENA 06 
Químicas utilizadas para dar o acabamento final no instrumento. 
TAKE 01 - Preparação do prime seguido pela mistura da tinta a ser utilizada. 
TAKE 02 - Passagem, do químico para a “pistola” de pintura do prime. 
TAKE 03 - Enquanto a máquina topia trabalha, o luthier explica a importância deste 
equipamento na construção de instrumento na luthieria moderna. 
 
CENA 07 
Luthier todo paramentado para a execução da pintura. 
49 
 
TAKE 01 - Liga o compressor para encher o balão. 
TAKE 02 - Teste do leque de spray do bico da “pistola”. 
LETTERING 
O INSTRUMENTO GANHANDO FORMAS E CORES. 
TAKE 03 - Fusões de diferentes ângulos do processo de pintura. 
TAKE 04 - Depoimento do luthier abordando os diversos tipos de acabamento em 
pintura, seus conhecimentos em acabamentos perolizados e alquimias para dar cor e 
vida ao instrumento. 
 
CENA 08 
Instalações da parte das ferragens 
TAKE 01 - Furadeira vertical fazendo os furos dos parafusos na madeira. 
TAKE 02 - Imagem fechada nas mãos do luthier manipulando as ferramentas usadas e a 
madeira utilizada. 
TAKE 03 - Depoimento do luthier sobre a técnica que é investida na confecção do 
braço, a precisão dos detalhes dos veios de corte e instalação dos trastes. 
 
CENA 09 
O braço e seus critérios de produção. 
TAKE 01 - O luthier, munido de lima, dá acabamento fino após instalação dos trastes. 
TAKE 02 - Imagem fechada nas mãos do luthier manipulando as ferramentas usadas e a 
madeira utilizada. 
TAKE 03 - Depoimento do luthier sobre a importância deste processo de instalação dos 
trastes e seus segredos. 
 
CENA 10 
Instalações elétrica 
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TAKE 01 - Imagem fechadas nos detalhes do luthier montando os captadores e suas 
fiações. 
TAKE 02 - Imagem fechada nas mãos do luthier manipulando as ferramentas usadas e 
os captadores sendo instalados. 
TAKE 03 - Depoimento do luthier abordando as ferramentas e as máquinas utilizadas, 
fazendo um paralelo entre as ferramentas antigas e as ferramentas da luthieria moderna. 
Abordando o trabalho de esculpir a madeira do corpo e do braço para dar suporte a 
instalação das ferragens e da parte elétrica. 
 
CENA 11 
Montagem final e afinação 
TAKE 01 - Imagem da montagem do braço no corpo do instrumento. 
TAKE 02 - Imagem fechada nas mãos do luthier instalando as cordas. 
TAKE 03 - Depoimento do luthier que nos fala dos processos utilizados, fazendo uma 
revisão de cada passo da confecção e as dificuldades encontradas durante a confecção e 
as soluções tomadas para finalizar com a qualidade final exigida. 
 
CENA 12 
Luthier afina o violão 
TAKE 01 - Imagem das mãos habilidosas afinando as cordas do violão testando os 
knobs de volumes dos captadores até alcançar a afinação e som desejado. 
TAKE 02 - Luthier testa a altura dos trastes faz intervenções até a precisão ser 
alcançada. 
TAKE 03 - Wilson luthier, após afinar o instrumento, dá uma demonstração de suas 
habilidades como músico. 
TAKE 04 - Depoimento do luthier falando sobre a profissão, suas utilidades no 
mercado, na necessidade de conhecimento da música e a diferença, positiva, de ser 
músico para entender e tirar o máximo proveito da técnica em busca da qualidade em 
detrimento dos fabricantes que não possuem conhecimentos e aprendizados de músico. 
51 
 
CENA 13 
TAKE 01 - detalhe do headstockcom a logomarca Wilson gravada na madeira a laser 
TAKE 02 - O Profissional admirando a sua obra, vendo os detalhes alcançados 
TAKE 03 - Travelling horizontal, passeando pelo instrumento, subindo os letterings 
LETTERINGS - FICHA TÉCNICA COMPLETA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DEPOIMENTOS A SEREM GRAVADOS E LETTERINGS 
Cena 01 
O luthier dá seu primeiro depoimento, abordando porque ele vai construir este tipo de 
violão, fala de suas características sonoras. 
Cena 02 
Depoimento do luthier abordando as ferramentas e as máquinas utilizadas, fazendo um 
paralelo entre as ferramentas antigas e as ferramentas da luthieria moderna. 
Cena 03 
Depoimento do luthier enquanto beneficia a madeira, explicando a importância desses 
passos iniciais para a qualidade final do instrumento, seus segredos e detalhes técnicos. 
Cena 04 
Depoimento do Sr. Wilson acerca da necessidade emergente de fatores e 
acontecimentos, que podem por a perder aquele corte de madeira. 
Cena 05 
Enquanto a máquina topia trabalha, o luthier explica a importância deste equipamento 
diferenciado na construção de instrumentos na luthieria moderna. 
Cena 06 
Depoimento do luthier abordando o tipo de acabamento, a cor escolhida e seu 
significado subjetivo pra aquela peça violão semiacústico em questão. 
Cena 07 
Depoimento do luthier abordando os diversos tipos de acabamento em pintura, seus 
conhecimentos em acabamentos perolizados e alquimias para dar cor e vida ao 
instrumento. 
Cena 08 
53 
 
Depoimento do luthier sobre a técnica que é investida na confecção do braço, a precisão 
dos detalhes dos veios de corte até a instalação dos trastes. 
Cena 09 
Depoimento do luthier mais detalhado sobre a importância deste processo de instalação 
dos trastes e a retífica dos trastes. 
Cena 10 
Depoimento do luthier abordando as ferramentas e as máquinas utilizadas, fazendo um 
paralelo entre as ferramentas antigas e as ferramentas da luthieria moderna. Abordando 
o trabalho de esculpir a madeira do corpo e do braço para dar suporte à instalação das 
ferragens e da parte elétrica. 
Cena 11 
Depoimento do luthier que nos fala dos processos utilizados, fazendo uma revisão de 
cada passo da confecção e as dificuldades encontradas durante a confecção e as 
soluções tomadas para finalizar com a qualidade final exigida. 
Cena 12 
Depoimento do luthier falando sobre a profissão, suas utilidades no mercado, na 
necessidade de conhecimento da música e a diferença, positiva, de ser músico para 
entender e tirar o máximo proveito da técnica em busca da qualidade em detrimento dos 
fabricantes que não possuem conhecimentos e aprendizados de músico. 
Cena 13 
Travelling horizontal passeando pelo instrumento subindo os letterings 
LETTERINGS: FICHA TÉCNICA COMPLETA. 
 
 
 
 
 
54 
 
BIOGRAFIA 
LUTHIER WILSON GOMES BEZERRA 
Natural de Afonso Bezerra, munícipio do Rio Grande do Norte, Brasil, Jose 
Wilson Gomes Bezerra é o segundo de cinco filhos, nasceu em 20 de Janeiro de 1967, 
na maternidade de Afonso Bezerra, tendo com seus pais o Sr. Francisco de Sales 
Avelino Bezerra nascido em Afonso Bezerra RN e Maria da Salete Gomes Bezerra, 
nascida em Umarizal RN. 
Senhor Francisco Sales (falecido), pai do Wilson Gomes, era telegrafista, 
aposentado, dos Correios de Afonso Bezerra e senhora Salete é dona de casa e mãe do 
Wilson Gomes. 
Neto, por parte de pai, do tabelião de cartório senhor Hermógenes Bezerra, a 
família do Wilson gozava de uma vida econômica estável. O pai nos anos de 1980, 
aposentou-se de sua função nos Correios e, logo em seguida vieram morar na capital, 
Natal/RN. 
O pai, tendo desenvolvido diversas tentativas de empreender em vários ramos de 
produção na tentativa de ocupar o seu tempo disponível, pois era aposentado, acabou 
por dar os primeiros contatos que Wilson teve com várias profissões, como pintor 
automotivo, serraria, entre outras empreitadas do pai. 
Wilson viveu neste ambiente de produção, mas sempre convivendo com os 
insucessos do pai, Wilson tornou-se perseverante na aquisição de conhecimento, seja na 
arte do Silk screen, através de uma micro empresa de confecção na qual eram fabricadas 
camisetas e feito a estampa em silk screen com temas do nosso turismo local e onde 
aprimorou seus conhecimentos e destreza nas artes gráficas. Migrou para a publicidade 
no final dos anos 1980, tendo lá permanecido até os idos de 2000 logo após criou a 
agencia de propaganda e publicidade ônix design. 
Neste ínterim, o jovem Wilson desenvolveu seu interesse por consertos e 
manutenção de computadores e pela música, tendo feito curso de como tocar Guitarra, 
na Fundação Hélio Galvão, com o guitarrista Manoca Barreto, curso que lhe deu as 
bases para a formação de uma de suas bandas: MOVEMENT, a que mais representou 
essa fase cultural em sua vida, gravou disco, domo tapes e fez diversos shows em 
Natal/RN. 
55 
 
Trabalhou profissionalmente por aproximadamente 10 anos como técnico em 
informática que viria a ser, por vários anos, seu sustento. Diplomou-se na área através 
de curso de hardware pelo Senai, fez curso de eletrônica de monitores de tubo na CTA e 
por último conquistou um dos diplomas mais disputados na área de redes o Cisco Net 
Academy da empresa norte americana Cisco, adquiriu ferramentas especiais como placa 
de diagnóstico e estação de retrabalho e através de estudos on line passou a fazer reparo 
em placas mãe de PCs. Estudou através da internet e se especializou no conserto de 
notebooks, impressoras e monitores de LCD. Porem viu sua profissão cada vez menos 
provedora de seu sustento e da sua nova família com a secretária de loja automotiva 
Ana Maria Nascimento. Do seu casamento, nasceu Emilly Karine Nascimento Gomes 
em 12 agosto de 2000 em Natal/RN, sendo essa sua única filha. Em 2010, precisou 
fazer uns ajustes em sua guitarra, procurou um luthier e solicitou os acertos no 
instrumento, mas ao receber, notou que o mesmo voltou com os problemas iniciais e 
ainda outros advindos do manuseio inapropriado, por parte daquele luthier. Apesar de 
não dispor de ferramentas para realizar o trabalho de manutenção de instrumentos, 
resolveu arregaçar as mangas e fazer com muito esforço aqueles ajustes. 
O trabalho ficou a contento e, mais ainda, despertou em seus amigos músicos a 
fazer pedido de manutenção para ele. Dessa forma foi surgindo o Sr. Wilson Luthier, 
agora com mais um desafio em sua vida laboral. 
Os serviços foram chegando a ponto de começar a incomodar a sua profissão 
anterior, ligada a Tecnologia da Informação. 
Largou a vida de T.I e abraçou a de Luthier e, até hoje se diz, sem sombra de 
dúvidas, que encontrou a profissão que, além de lhe dar o sustento para sua família lhe é 
gratificante o trabalho de luthieria e conviver com esse universo da música, antes um 
hobby, agora uma profissão para toda a vida. 
Hoje, o Sr. Wilson Luthier leva uma vida de estudos e aprimoramentos de suas 
técnicas, a maioria aprendidas, principalmente na internet, nos diversos vídeos nacionais 
e internacionais sobre o tema luthieria, incorporando o que há de mais moderno em sua 
oficina/atelier. Além dos serviços dispões de diversos tipos de componentes como: 
Captadores de guitarra e violão, tarraxas, potenciômetros, chaves seletoras além de 
outros insumos como encordoamento, parafusos, Jacks, trastes. entre outros, que lhe 
proporciona certo conforto na hora de produzir e/ou dar manutenção nos instrumentos 
56 
 
musicais de seus clientes, cada vez mais exigentes ao buscarem serviços de alto nível e 
confiabilidade. 
Segundo suas palavras de Mestre Luthier, a hora mais prazerosa de sua profissão 
é a entrega do instrumento, momento em que o mesmo tem contato com a emoção do 
cliente, ele detalha que os elogios são como incentivo que o impulsiona em buscar a 
todo momento a perfeição, 
Sr. Wilson Luthier tem um atelier de fabricação de instrumentosmusicais, em 
Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, atende a todo tipo de músico desde o 
iniciante aprendiz aos com carreiras renomadas, alguns que já estão fazendo sucesso a 
nível nacional e até mesmo fora do país. Pra ele não importa se o instrumento vale 100 
reais ou 100 mil reais todos terão muita dedicação e zelo e independe de quem trouxe o 
instrumento para manutenção se desejar um tempinho de prosa é outra parte que 
mantem esse laço de confiança, assim falou!

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