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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL – AUDIOVISUAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PROJETO DE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL VÍDEO DOCUMENTÁRIO: A LUTHIERIA MODERNA. RAFAEL FRANCISCO DE ASSIS BEZERRA NATAL/RN 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL – AUDIOVISUAL/RADIALISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PRODUÇÃO AUDIOVISUAL VÍDEO DOCUMENTÁRIO: A LUTHIERIA MODERNA Trabalho de Conclusão de Curso realizado com a orientação do Prof. Dr. Ruy Alkmim Rocha Filho, como requisito para a obtenção do título de graduação no curso de Comunicação Social – Audiovisual, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. NATAL/RN 2022 BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Prof. Dr. Ruy Alkmim Rocha Filho Orientador Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN _____________________________________________________ Profa. Dra. Valquiria Aparecida Passos Kneipp Membro da banca Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN _____________________________________________________ Profa. Dênia de Fátima Cruz Membro da banca Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN “Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados”. Mahatma Gandhi https://www.pensador.com/autor/mahatma_gandhi/ AGRADECIMENTOS Agradeço ao Prof. Dr. Ruy Alkmim Rocha Filho pela orientação deste Trabalho de Conclusão de Curso, pelo qual sempre empreendeu esforço, entusiasmo, disponibilidade para nossos encontros de orientações e o pulso firme para não nos perdemos no caminho. A todos que deram boa parte do seu tempo disponível para descansar, em prol da realização deste trabalho. Aos professores do departamento de comunicação e aos que participaram de minha formação advindos de outros departamentos nas disciplinas optativas e, especialmente, a toda a banca examinadora, aos meus colegas de curso, os da turma inicial e os que vieram durante a formação, àqueles que participaram comigo dos grupos de atividades, companheiros de realizações, enfim, a todos que me confortaram e me ajudaram nas diversas fases da minha formação na Universidade. Ao Sr. Wilson Luthier por sua presença e disponibilidade, sempre que instado a prosseguir com as filmagens, dando o melhor de si em todas as fases da produção, bem como ao diretor Ítalo Valério, pela inestimável perseverança, na captação e parceria na direção das imagens, cessão de seus equipamentos, fundamentais, na elaboração deste trabalho. Ao final, com a mesma relevância, agradeço à minha família pelo incentivo, em especial: Ana Carolina, Carlos Augusto, Ana Laura, Anaíde, Diair, meu companheiro nesta jornada Virgílio, sem o apoio destes, não seria nada fácil vencer as adversidades destes anos difíceis e estar concluindo o curso. RESUMO Como admirador da música, suas ramificações e cadeias produtivas, propus neste trabalho de conclusão do Curso de Comunicação Social com habilitação em Audiovisual, a produção de um vídeo documentário para o estudo e a busca por histórias do surgimento da Luthieria. Passada essa fase inicial, fui a campo na captação de informações da luthieria em Natal, utilizei os trabalhos do Sr. Wilson Gomes, autodidata e autoproclamado Wilson Luthier. Baseado em seus relatos, iniciei uma coleta de informações imagéticas e sonoras para compor um vídeo documentário de aproximadamente 10 minutos de duração, ao qual dediquei horas de captação de áudio e vídeo para a conclusão deste documentário. Nesse trajeto, levantei inúmeras questões baseadas na história e, ainda, instiguei o mestre Luthier a ter contato com os conceitos etimológicos e históricos, para enriquecê-lo de informações extremamente importantes para seu conhecimento – uma verdadeira troca de saberes entre ambos. Palavra-chave: documentário; luthier; arte; hobby; música; instrumento musical. SUMMARY: As an admirer of music, its ramifications and production chains, I come to propose, in this conclusion of the Social Communication Course in Audiovisual, the production of a documentary video for the study and research for stories of Luthieria’s origins. After this initial phase, I went into the field to capture information about the luthiery in Natal, using the works of Mr. Wilson Gomes, self-taught and self-proclaimed Wilson Luthier. Based on his reports, I started collecting imagery and sound information to compose a documentary video of approximately 10 minutes in length, to which I dedicated hours of audio and video for the conclusion of this documentary. Along the way, I raised countless questions oriented towards history and also urged Master Luthier to have contact with etymological and historical concepts, in order to enrich him with extremely important information for his knowledge – a true exchange of knowledge between us both. Keyword: documentary; luthier; art; hobby; song; musical instrument. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................09 2. TIPO DE DOCUMENTÁRIO...............................................................................14 3. DESCRIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO................................................................22 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................33 6. CRONOGRAMA....................................................................................................38 7. REFERÊNCIAS......................................................................................................39 8. STORYBOARD .............................................................................................40 a 44 9. SINOPSE DO DOCUMENTÁRIO .....................................................................45 10. BREVE ROTEIRO INICIAL .....................................................................46 a 53 11. BIOGRAFIA LUTHIER WILSON GOMES BEZERRA..........................54 a 56 SUMÁRIO DAS IMAGENS DO MACKING OF DAS GRAVAÇÕES Figura 1 - madeira utilizada no corpo do instrumento.......................................... pág. 12 Figura 2 - captação de imagens da confecção da escala do instrumento ..............pág. 13 Figura 3 - captação de imagens da confecção da escala do instrumento utilizando maquinário moderno.............................................................................................. pág. 19 Figura 4 - captação de imagens e áudio explicando as fases da confecção do braço e da escala do instrumento. .......................................................................................... pág. 21 Figura 5 – captação de imagens sobre os cuidados com a construção do braço e da escala do instrumento............................................................................................. pág. 21 Figura 6 – máquinas de beneficiamento da madeira trazem diversos perigos de amputações de membros ao profissional ............................................................... pág. 25 Figura 7 – exemplo de equipamento utilizado na luthieria moderna, cortes precisos a base do laser .........................................................................................................pág. 26Figura 8 – preparativos no computador para envio da arte para a máquina de recorte a laser produzir o molde ........................................................................................... pág. 28 Figura 9 – molde recortado na máquina laser, precisão é a máxima................. pág. 29 Figura 10 – máquina Tupia em ação, recorte perfeito das cavidades................ pág. 30 Figura 11 – equipamento base da captação das imagens: Câmera PXW-Z150 Sony e refletores ................................................................................................................. pág.32 Figura 12/13 – cena da detecção de erro na escala do instrumento ................... pág. 35 Figura 14/15/16 – cena do retrabalho na escala do instrumento .......................... pág. 36 9 01 - INTRODUÇÃO Esta peça de documentário aborda como tema A LUTHIERIA MODERNA. Mas o que vem a ser o significado da Palavra “MODERNA”, qual o sentido aqui empregado, moderna por ser algo feito nos dias de hoje, ou moderna no sentido de utilizar de técnicas aprimoradas ao longo dos séculos ou, ainda por respeitar as regras ambientais no consumo sustentável de seus insumos materiais? Vejamos o que diz o dicionário online Priberam, sobre a palavra feminina singular MODERNA. https://dicionario.priberam.org/moderna: Moderna (fem.sing.de moderno) mo·der·no |é| (latim tardio modernus, -a, -um) adjetivo1. Dos nossos dias; do tempo presente. = CONTEMPORÂNEO, HODIERNO, RECENTE ≠ ANTIGO 2. Que tem ou contém progressos recentes da ciência e da tecnologia (ex.: equipamento moderno; máquinas modernas). ≠ OBSOLETO, ULTRAPASSADO 3. Que representa ou acompanha gostos, ideias ou hábitos do tempo atual. ≠ ANTIGO, ANTIQUADO, ULTRAPASSADO 4. [História] Que é de uma época posterior à Antiguida de, por oposição a clássico ou antigo (ex.: cultura moderna, língua moderna). 5. [História] Que é relativo ou pertencente ao período compreendido entre 1453(ano da queda de Constantinopla e do Império Romano do Oriente, que marca o fim da Idade Média) e 1789 (ano da Revolução Francesa) [ex.: época moderna, história moderna]. 6. Que pertence ou é relativo a um dos movimentos artísticos e literários heterogêneos surgidos no final do século XIX e início do século XX, que defendiam modelos baseados na reação contra as correntes tradicionais. = MODERNISTA 7. Que pertence ou é relativo à língua portuguesa a partir do final do século XVIII, por oposição a arcaico e clássico (ex.: português moderno). 8. [Portugal: Açores] Moderado ou suave. 9. [Portugal: Beira] Sossegado ou calado. 10. [Brasil:Nordeste,Popular] De cor clara ou pouco intensa. Substantivo masculino 11. O que pertence ao tempo presente ou recente, por oposição ao antigo. "moderna", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008 2021, https://dicionario.priberam.org/moderna [consultado em 18-12-2022]. https://dicionario.priberam.org/moderno https://dicionario.priberam.org/moderna 10 Esta pergunta é salutar, pois a palavra MODERNA, ela pode vir agregada com infinitos valores, como por exemplo, perfeição, atualidade, progresso e, até qualidade, mas também pode vir a ser sinônimo de depredação do meio-ambiente, utilização de energia não renovável ou ainda, atividade análoga ao trabalho escravo. Aqui, neste Relatório, estamos tratando a palavra “MODERNA” como algo tecnológico, com amparo do mesmo para o desenvolvimento das tarefas de fabricação de instrumentos musicais, como madeiras com selo de procedência de florestas de manejo, adequado às regras MODERNAS de preservações do meio-ambiente. Este é um Relatório que desenvolvi para o trabalho final de conclusão de curso, acerca das etapas fabris artesanais, de um instrumento musical, do início ao fim de sua produção, na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Escolhemos um violão elétrico semiacústico como peça a ser desenvolvida e produzida. Abordamos neste relatório o processo de realização documental, tanto a parte física do instrumento, quanto toda a trajetória teórica da fabricação, sob encomenda dos instrumentos musicais mais variados, utilizando as técnicas de produção documental, aprendidas durante o curso de Comunicação Social com Habilitação em Audiovisual. Portanto, para tal, escolhi acompanhar documentalmente a construção de um violão, espelho da marca Godim, que é um instrumento diferenciado dos demais violões, por possuir em suas configurações o que há de mais moderno em termos de captação e desenvolvimento de eletrônica avançada em seus sistemas de modulação de sons, dando mais evidência ao título da peça A LUTHIERIA MODERNA. Sinto-me impelido a escrever sobre o que vem a ser um luthier, já que durante todo o processo, é este profissional quem vai ser o protagonista de nosso video documentário, sendo assim, vamos definir o que significa ser um luthier para prosseguir no processo propriamente dito, como nos escreve em seu artigo Marcela Coelho. “O profissional trabalha, artesanalmente, na confecção de instrumentos de corda acústicos, como violões, violinos e violas brasileiras, e de eletrificados, a exemplo de guitarras e baixos elétricos. Também pode fabricar instrumentos de sopro e percussão. Embora ainda seja desconhecida no Brasil, a Luteria, como essa arte e técnica é chamada, é bastante antiga. Conforme registros, o primeiro instrumento musical e, consequentemente, o 11 primeiro luthier surgiram há mais de 30 mil anos. Mas a formação profissional começou a se desenvolver na Europa, na Idade Média, e atingiu o seu auge na Renascença Italiana”. Luthier: o que é e como se tornar esse profissional por Marcela Coelho em 12/07/19. Acessado em 11/12/2022. Ao ler, pesquisar e selecionar as citações que porventura viesse a utilizar, tomei uma decisão monocrática, de fazer uso de diversas leituras de diferentes autores, sem focar necessariamente em literaturas voltadas ao cerne de nosso documentário, li romances e livros de ficção com o intuito de promover uma mente mais aberta as leituras. Fiz uma espécie de treinamento para o que viria a ser a minha olimpíada do conhecimento, me preparei para a escalada de eventos lendo, nada mais nada menos, que: Filho Nativo, A longa noite sem lua, O velho e o mar, o carteiro e o poeta, Boêmios Errantes, entre outros. Veja o que diz Adriana Facina: “Por fim, nas horas de descanso, recomendo que leia textos que inspiram a escrever. A hora da estrela, da Clarice Lispector, tem uma linda introdução falando sobre escrita... ....Isso ajuda no compartilhamento dessa experiência incrível que é escrever. Bom trabalho!” Kuschnir, Karina. 2018. “Doze (ou treze) lições para ajudar a terminar TCC, dissertação de mestrado e tese de doutorado (Parte 2). Publicado em karinakuschnir.wordpress.com, url: https://wp.me/p42zgF-3CU. Acesso em [11/12/2022]. Fazer este trabalho me fez voltar no tempo em que ser músico era um dom, e não uma carreira, como se todos venerassem quem tinha habilidades musicais, produzindo som em uma cítara, ou de um instrumento de cordas, algo bastante diferente dos dias atuais, com o aparecimento e consolidação da indústria cultural. Cada parte deste trabalho nos trazia uma fonte de inspiração para prosseguir, mudando de rumo sempre que notávamos algo pitoresco, seja nas várias entrevistas com o nosso protagonista da ação, o Sr. Wilson Luthier, seja nas leituras que fazíamos para desenvolver nosso roteiro de gravações de sons e imagens, dedicados a traduzir e acompanhar a fabricação de um violão, mostrando os processos de produção, seus aspectos históricos e atuais. https://querobolsa.com.br/revista/autor/marcela-coelho https://karinakuschnir.wordpress.com/ https://wp.me/p42zgF-3CU12 Planejamos e fizemos, como marco inicial, abordar as várias ferramentas manuais, destinadas aos cortes e beneficiamento da matéria-prima bruta, aqui representado pela madeira de lei, como principal e imprescindível insumo para a formação e montagem do instrumento, seus segredos e mistérios, desde o século passado até os dias atuais, tudo isso em frente às câmeras. Figura 1 Madeira utilizada no corpo do instrumento. O diferencial deste Documentário é que ele aborda a Luthieria nos dias atuais, traduzindo em imagens e sons os processos construtivos, mostrando, um pouco, como se fazia antigamente e, principalmente, como se faz hoje em dia a luthieria moderna, título do nosso documentário. Veja o que diz Barbarela a respeito da luthieria e seus desdobramentos aqui no estado do Paraná, no Brasil. “A luteria diz respeito à construção e manutenção de instrumentos musicais, com foco, segundo a história, em instrumentos de cordas feitos em madeira, artesanalmente. O termo se refere à palavra francesa luth (liuto em italiano), por isso os construtores de luth (alaúde) eram chamados de luthiers. Com a evolução dos instrumentos, os luthiers passaram a construir também violões, violinos, violas e, mais recentemente, guitarras e baixos elétricos. Assim a palavra acabou adquirindo um significado genérico. Atualmente é aceito o uso da palavra luthier na construção de sopros em madeira e cravos. O curso de Luteria da UFPR apresenta uma opção profissional inédita no Brasil, como carreira autônoma com diploma superior tecnológico. Implantado em 2009, o curso vem suprir a demanda existente há décadas por construtores de instrumentos musicais, em todos os níveis. O projeto tem em vista, como perspectiva realista, a tendência verificada na América Latina do viçoso crescimento da música entre crianças e jovens, como projeto social, sem perder sua dimensão e profundidade artísticas. A luteria é uma atividade que engloba conhecimentos em várias áreas como química, física, música, arte, desenho entre outros, 13 além da habilidade no trabalho com madeira e ferramentas manuais. Particularmente, o aluno deve ser observador, interessado, concentrado, com boas noções espaciais e disposto ao trabalho com ferramentas manuais”. (BARBABELA; RIBEIRO, s/d). O interesse deste documentário é divulgar esta arte tão importante, abrir portas para o conhecimento de todos e interesse da sociedade em participar ativamente deste campo de trabalho, seja por hobby de finais de semana ou para o sustento de uma família, pois é uma atividade que enobrece a arte da marcenaria, é rentável e bastante promissora. Figura 2 Imagem preparativa para captação da confecção da escala do instrumento. 14 02 - TIPOS DE DOCUMENTÁRIO Para se determinar qual o tipo ou o subgênero do documentário é preciso viajar pela literatura acerca do que vem a ser o documentário, já que cada escritor e estudioso do assunto tem uma palavra final a respeito, sendo assim, vamos nos deparar com alguns questionamentos feitos por uns escritores e afirmações feitas por outros. Desse modo vemos como é eclético este modelo de filmar e capturar para as telas um ambiente, uma história ou ainda um evento eternizado na película, antes em 24 quadros por segundos ou, então, hoje em captação digital, sem, contudo perder a sua essência do início das primeiras gravações dos irmãos Lumière, que com sua câmera conseguiu adequar a vasta experiência de um dos irmãos, o Louis Lumière, com fotografia e colocar várias fotos em movimento, procurar enquadramento mais observativo e privilegiado sem, ao mesmo tempo, dirigir ou modificar as cenas, deixando o acontecimento baseado totalmente no fato ali, frente à câmera. dando assim os primeiros passos em direção ao que vemos hoje. A época foi na década de 1890, como, por exemplo, diz aqui Luiz Carlos Pereira Lucena: “As primeiras “vistas animadas”, projetadas em 1895 pelos irmãos Lumière no Café Paris, eram cenas do cotidiano, cenas que os pioneiros gravaram com uma revolucionária câmera que registrava em 24 quadros por segundo o que acontecia a sua frente. A câmera era pesada, não permitia nenhum movimento. Assim, os irmãos empresários e cineastas abriram a sessão com o filme A saída da fábrica, nada mais do que o registro de um grupo de funcionários deixando as instalações do prédio onde funcionava a empresa da família”. https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos- lucena.html, Página 09. Como se tratava de captação apenas de imagens, os primeiros filmes centraram em projetar o dia a dia das coisas e das pessoas, como a exibição dos irmãos Lumière: A chegada do trem e A saída da Fábrica, da qual se posicionou uma câmera em frente a uma fábrica, da sua família e, ali nasciam as cenas de documentação de imagens. Sendo assim, podemos afirmar que o documentário surge bem antes das primeiras filmagens ficcionais que vemos pelos cinemas e telas caseiras. Os irmãos Lumière, são como uma marca registrada, não se pode falar do cinema sem antes reverenciar seus muitos feitos por esta que viria a ser uma das https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&text=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos-lucena.html https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos-lucena.html 15 indústrias mais lucrativas da atualidade, como demonstra a revista Motion Picture Association of America (MPAA). “A indústria cinematográfica nunca esteve tão bem, registrando, em 2018, um lucro recorde de 96,8 bilhões de dólares em todo o mundo, incluindo mais de 40 bilhões apenas em bilheterias, .... ... Segundo o relatório, o mercado cinematográfico mundial (salas de cinemas e visualização em domicílio) impulsionado por superproduções do império Disney como "Pantera Negra", "Os Vingadores: Guerra Infinita" ou "Os Incríveis 2", cresceu 9% em relação a 2017 de acordo com números publicados pela Motion Picture Association of America (MPAA)”. https://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2019/03/22/ noticias-cinema,243290/industria-cinematografica- registra-lucro-recorde-em-2018.shtml. Acesso em [11/12/2022]. Destes registros feitos pelos Lumière, temos alguns que se destacam pela dimensão alcançada e perpetuação ao longo dos tempos como representativos de uma fase do cinema, ajudando aos estudiosos a seccionar as várias fases de evolução dos equipamentos e, principalmente, da linguagem cinematográfica atualizada. O cinema mudo foi a sequência lógica nos primeiros ensaios de se fazer cinema para plateias. Embora os irmãos Lumière não observassem grande potencial no seu invento, somente tempos depois seria o cinema transformado em mercadoria de venda, assim como uma peça teatral, uma dança, ou ainda um recital de ópera, tudo isso estava há bastante tempo à disposição dos operadores do entretenimento. Dos muitos experimentos desde os irmãos Lumière aos filmes de Chaplin, temos as várias referências para os estilos do cinema mudo e cinema cômico como fala aqui Luiz Carlos Pereira Lucena: “Se hoje estamos nos tempos de mega produções com efeitos especiais, é porque o cinema é uma das artes que mais usou da criatividade em tempos de tecnologias esparsas. Os clássicos filmes de Charles Chaplin eram verdadeiras obras de arte, assim como seus contemporâneos do chamado cinema mudo. Entre esses registros documentais feitos pelos Lumière, havia algumas vistas animadas com atores em situações cômicas, antecipando os esquetes clássicos do cinema mudo, como o do homem que não consegue montar no cavalo ou o do garoto que pisa na mangueira https://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2019/03/22/noticias-cinema,243290/industria-cinematografica-registra-lucro-recorde-em-2018.shtml https://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2019/03/22/noticias-cinema,243290/industria-cinematografica-registra-lucro-recorde-em-2018.shtmlhttps://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2019/03/22/noticias-cinema,243290/industria-cinematografica-registra-lucro-recorde-em-2018.shtml https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&text=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks 16 e solta um jato de água no rosto do jardineiro”. https://abra.com.br/artigos/quais-sao-as-7-artes/ Embora tenham acontecido muitas coisas desde a década 1890, foram ainda necessários muitos anos para definirmos a linguagem que vemos nos dias atuais, descrito assim por Luiz Carlos Pereira Lucena: “Mas a linguagem do que se conhece hoje como documentário só surgiria com os filmes de Robert Flaherty, nos anos de 1920, quando, ao visitar pela terceira vez uma comunidade de esquimós localizada no norte do Canadá, ele se encantou com os indivíduos e criou aquele que é considerado o primeiro filme de não ficção, Nanook, o esquimó (1922). Os filmes de Flaherty – Nanook e Moana (1926) – inspirariam a célebre crítica escrita pelo produtor e também documentarista inglês John Grierson e publicada no New York Sun em 8 de fevereiro de 1926, em que foi usado pela primeira vez o termo documentary (ou “documentário”), inspirado na palavra francesa documentaire, que denominava os filmes de viagem”. https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos- lucena.html. Página 10. Agora vamos estabelecer a diferença entre documentário e um filme de ficção, já que de lá para cá, diga-se dos irmãos Lumière para os dias atuais, aconteceram muitas revoluções e guerras, obrigando a humanidade a trilhar caminhos que não fossem o da produção e aperfeiçoamento das ferramentas desta cultura, mesmo assim, o cinema estava ali, documentando tudo sobre esses tempos difíceis. Se falarmos em filme documental nos referimos a um gesto, um fazer cinematográfico estamos captando e registrando narrativas que acontecem sem nossa interferência, isto é, não carece, obrigatoriamente de um roteiro nem de falas pré- concebidas, é o puro acontecimento, como em um jogo de futebol, da onde se você só assiste na arquibancada, verá somente as imagens em detrimento de quem assiste em casa tem a narração do locutor que induz suas subjetividades a sua avaliação de ser verdade ou não, A saída da fábrica dos irmãos Lumière é um exemplo de documentário. No gênero ficção, o mundo se abre para o infinito, a busca pelo inalcançável, daí a palavra ficcional para definir este gênero cinematográfico. https://abra.com.br/artigos/quais-sao-as-7-artes/ https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&text=Luiz+Carlos+Pereira+Lucena&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos-lucena.html https://docplayer.com.br/15260027-8-luiz-carlos-lucena.html 17 O primeiro filme de ficção foi em 1920 em A viagem à Lua, de Méliès, filme até hoje representativo em todas as escolas e Universidades de cinema como referência inicial do cinema para o gênero filme de ficção. Quando imagino um documentário, imagino, prematuramente, uma pessoa narrando, outra executando o que está sendo narrado, mas na realidade o documentário existe em diversas subdivisões dentro do seu próprio gênero, como diz Bill Nichols: “Para cada documentário, há pelo menos três histórias que se entrelaçam: a do cineasta, a do filme e a do público. De formas diferentes, todas essas histórias são parte daquilo a que assistimos quando perguntamos de que se trata um certo filme. Isso quer dizer que, quando assistimos a um filme, tomamos consciência de que ele provém de algum lugar e de alguém. Essa história é com frequência, mais pessoal e idiossincrática nos documentários...” cap 04 introdução ao documentário, de Bill Nichols”.(NICHOLS, 2012, Pág. 93) De forma a organizar, didaticamente, os diversos tipos de documentários, que se perpetuou com o tempo, o modo de descrição de cada um desvenda os estudos feitos por Bill Nichols, em Introdução ao Documentário, famoso cineasta com fluência na teoria do documentário, além de crítico de cinema. Para ele, os tipos de documentário seguem esta sequência: Modo poético, Modo expositivo, Modo observativo, Modo participativo, Modo Reflexivo, Modo Performático. No nosso caso específico optamos pelo documentário observativo por ser um subgênero do documentário, escolhido porque combina melhor com a diegese fílmica pretendida pelo formando, ancorados desde os primeiros elementos das tratativas do TCC. Bill Nichols diz a respeito: “Cada documentário tem sua voz distinta. Como toda voz que fala, a voz fílmica tem um estilo ou uma “natureza” própria, que funciona como uma assinatura ou impressão digital. Ela atesta a individualidade do cineasta ou diretor, ou, às vezes, o poder de decisão de um patrocinador ou organização diretora. O noticiário televisivo tem voz própria, da mesma forma que Fred Wiseman, Chris Marker, Esther Shub e Marina Goldovskaya. No cinema, as vozes individuais prestam-se a uma teoria do autor, ao passo que as vozes compartilhadas, a uma teoria do gênero. O estudo dos gêneros leva em consideração os traços característicos dos vários grupos 18 de cineastas e filmes. No vídeo e no filme documentário, podemos identificar seis modos de representação que funcionam como subgêneros do gênero documentário propriamente dito: poético, expositivo, participativo, observativo, reflexivo e performático” Introdução a documentário NICHOLLS, 2012. Página 134. Tomando como base os estudos sobre documentário de Bill Nichols, referência principal de nossa produção, fica mais fácil adequar a narrativa cinematográfica à do luthier, em seu espaço de troca de informações, ele com conhecimentos para enriquecer a produção de conteúdo e, nós formandos, de imagens reais da confecção de um violão elétrico na luthieria moderna. Outra subdivisão do documentário é o modo participativo, podemos citar aqui como referência deste tipo de sub gênero, a grande série que foi um sucesso nos anos 80, COSMOS (1880), de Ann Druyan e o então astrofísico Carl Segan, que viria a ficar famoso pelo seu desempenho na série, interrompida pela sua morte precoce. Neste documentário Carl Segan é, ao mesmo tempo, o locutor, o diretor da narrativa e o apresentador, participando ativamente do processo de produção e gravação de cada episódio, emprestando sua renomada carreira como fator de credibilidade para a série. Em detrimento do modo poético e/ou expositivo, modos estes que o cineasta pode interagir, dar rumos, interferir fisicamente na peça sendo filmada, ou ainda com sua voz, optamos pelo modo seguinte, um outro subgênero do documentário. O modo observativo, simplesmente, o cineasta captura a essência dos acontecimentos e narrativas no cotidiano do conteúdo a ser traduzido para a linguagem cinematográfica. Nichols diz a respeito: “Modo observativo: enfatiza o engajamento direto no cotidiano das pessoas que representam o tema do cineasta, conforme são observadas por uma câmera discreta. Exemplos: A Escola (1968), Salesman (1969), Primárias (1960), a série Netsilik Eskimos (1967-1968), Soldier Girls (1980)” (NICHOLS, 2012, p. 61). Assim o modo observativo é o subgênero escolhidos como base para esta peça documental cinematográfica, mas em dado momento lancei mão de algo pertencente a 19 outro subgênero, mas sempre foquei a produção e captação no gênero principal da peça que é o método observativo. Nichols diz: "Até certo ponto, cada modo de representação documental surge, em parte, da crescente insatisfação dos cineastas com um modo prévio. Assim, os modos realmente transmitem uma certa sensação de história do documentário. O modo observativo surge, em parte, da disponibilidade de câmeras portáteis de 16 mm e gravadores magnéticosnos anos 60. De repente, o documentário poético parecia abstrato demais, e o documentário expositivo, didático demais, pois se provou ser possível filmar acontecimentos cotidianos com um mínimo de encenação e intervenção”. (NICHOLS, 2012, p. 136). Segundo Nichols, um modo novo não significa um modo melhor, ou ainda melhorado dos modos anteriores. Ele simplesmente pode ser visto como um modo novo de se fazer documentário, sem querer, em sua novidade da forma de ver o documentário e o que se está documentando diferente. Figura 3 Captação de imagens da confecção da escala do instrumento utilizando maquinário moderno. Um novo modo faz progredir a arte cinematográfica como um todo, mas ela não substitui outras metodologias antes aplicadas. A evolução dos métodos é natural, o modo de ver um documentário está na capacidade do diretor de observar qual método ou quais métodos, híbridos ou não, podem ser usados dentro de um mesmo documentário. O tema é o que se está filmando e documentando, não sendo imperioso 20 que seja desta ou daquela forma que o resultado final vá proporcionar maior ou menor qualidade a peça finalizada. Os modos poéticos e expositivos não foram contemplados aqui neste documentário, por dificultarem a essência documental necessária, que é mostrar a construção dentro da ótica do construtor do instrumento, não cabendo interferência do diretor de dirigir as pessoas e, sim os ângulos de captação que privilegiasse a imagem e suas referências no tempo usado para produzir uma peça de violão semiacústico. Não estamos com o intuito de persuadir ninguém, apenas de demonstrar, documentalmente, todos os passos de realização de uma arte, a da luthieria, com a diferença de ser nos tempos atuais, a partir de novas tecnologias que surgiram ao longo desses séculos que separam a luthieria antiga da moderna. Aqui temos bem representados os passos fabris da confecção de um instrumento, não cabendo interferência nem explicações além das imagens e do depoimento do artesão luthier Sr. Wilson Gomes. Como diz Bill Nichols: “Com frequência, os modos poético e expositivo do documentário sacrificaram o ato específico de filmar as pessoas, para construir padrões formais ou argumentos persuasivos. O cineasta reunia a matéria-prima necessária e, com ela, em seguida, dava forma a uma reflexão, uma perspectiva ou um argumento. E se o cineasta apenas observasse o que se passa diante da câmera sem uma intervenção explícita? Não seria essa uma nova e convincente forma de documentação? Os avanços tecnológicos no Canadá, na Europa e nos Estados Unidos, nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, culminaram, aproximadamente em 1960, em várias câmeras de 16 mm, com Arriflex e Auricon, e em gravadores de áudio, como o Nagra, que podiam ser facilmente carregados por uma só pessoa. O discurso já podia ser sincronizado com as imagens, sem o uso de equipamento volumoso ou dos cabos que uniam gravadores e câmeras. A câmera e o gravador podiam mover-se livremente na cena e gravar o que acontecia enquanto acontecia. Todas as formas de controle que um cineasta poético ou expositivo poderia exercer na encenação, no arranjo ou na composição de uma cena”. (NICHOLS, 2012, p. 146). Escolhida a base de captação das imagens, seguimos com a produção final já com todas as variáveis, previsíveis e controladas, filmamos e captamos os áudios com os testemunhais com o mínimo de influência possível, apenas alguns diálogos antes da 21 tomada dos depoimentos para ter um certo controle do tempo de voz calibrada, com o tempo de imagens disponíveis, pois neste documentário as imagens da confecção em si, são dominantes sobre a descrição dos atos pelo próprio luthier, não merecendo muita intervenção das partes de captação e produção, além de apenas atentar para a cronologia dos atos e fases da composição. Figura 4 Captação de imagens e áudio explicando as fases da confecção do braço e da escala do instrumento. Figura 5 Captação de imagens sobre os cuidados com a construção do braço e da escala do instrumento. 22 03 - DESCRIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO PRÉ-PRODUÇÃO Após a visita ao set de gravação, conhecido como locação das filmagens, na qual filmamos o documentário LUTHIERIA MODERNA, Atelier e oficina do Sr. Wilson Luthier, situada na Rua Augusto dos anjos, 3585 candelária, em Natal RN – Brasil , fizemos todos os preâmbulos de como iríamos filmar, observando e procurando enriquecer o luthier de informações sobre nossa futura estada em sua oficina/estúdio, para que ele entendesse nossas necessidades e adaptasse às suas, para termos o máximo de rendimento nas poucas horas do dia para captação de imagens, já que preferimos gravar com luz do dia ancorada às vezes um, às vezes dois spots de luzes artificiais, mas para darmos contornos ou corrigimos algum excesso de luz natural, sem perdermos definição do ambiente. Fizemos uma pré-gravação abordando as diversas fases da construção do instrumento em questão, pois na nossa preparação do Pré-Projeto, nos candidatamos a gravar, em forma de vídeo documentário, a confecção de um instrumento a partir das pranchas de madeiras brutas sem refino, apenas com o corte grosso da serraria, que as tirou da natureza, possivelmente do estado do Pará, de onde vem a maioria da madeira para nossa região. Uma curiosidade deste momento é que, antigamente, o Armazém Pará, famosas lojas de materiais de construção, era chamada assim por conta deles terem iniciado suas atividades em Natal/RN como empresa de venda de madeiras semi brutas para construção civil. Daí o nome Pará em homenagem ao estado que supria os estoques da loja. Feito essa pré-gravação, descrita anteriormente em um Prévio Roteiro documental em que redigi uma narrativa documental das cenas e das tomadas, para termos uma ideia e uma linha de pensamento organizado, com começo meio e fim, sem se perder nas ideias que fossem surgindo, apenas discutindo com o luthier e adaptando sua lógica de refino dos materiais às lógicas da nossa narrativa. Vejamos o que diz Puccini acerca do roteiro prévio: “Em muitos casos, o trabalho de roteirização, feito ainda na pré-produção do filme, vai se contentar em estabelecer uma estrutura básica que servirá como mapa de orientação para o documentarista durante as filmagens, com maleabilidade suficiente para que possa 23 ser alterado no decorrer da produção, em razão de possíveis imprevistos”. (PUCCINI, p. 24, 2009). Neste momento da narrativa, deixamos o luthier livre para desenvolver seus trabalhos dentro de sua metodologia já desenvolvida em anos de labor, não interferindo no fazer do artista e, sim, apenas documentando, pela lente da câmera, o passo a passo do seu dia-a-dia na confecção do instrumento. 24 PRODUÇÃO Dificuldades, tivemos algumas como, por exemplo, a chuva, acontecimento natural, mas que para a atividade do luthier é um fator de atraso na confecção do instrumento, pois ela atua de forma a retardar a secagem da madeira, atua negativamente na química da pintura, agindo como um retardador de secagem, trazendo prejuízo ao calendário das diversas fases da pintura e, principalmente, no acabamento final, no caso do envernizamento, o restante foi impressionantemente tranquilo, pois o Sr. Wilson estava justamente na baixa estação de oficina de instrumentos e poderia de modo permanente nos atender em dias e horários não muito convencionais. Exemplo disto são os sábados e domingos que tiramos o sossego do protagonista em seu descanso e gravávamos até a luz do dia nos dar boa noite. Surpresas, tivemos várias, pois como dizem as palavras: existem segredos e mistérios em tudo na vida, inclusive na arte de fabricar instrumentos musicais, portanto não foi fácil produzir algumas cenas, comofilmar sem distrair o Luthier e ele se acidentar nas máquinas, pois aqui, via de regra, você não pode conversar com o operador dos equipamentos, ele tem que ficar 100% concentrado para, assim, evitar acidentes, que geralmente, em sua maioria são mutiladores de membros trazendo graves sequelas irreversíveis. Devido à escassez de material disponível na literatura, que aborde o tema Luthieria e, principalmente a luthieria moderna, foi difícil a juntada de material que explorasse o tema, ficando a parte de citações bastante limitada, sendo preciso garimpar trabalho científico realizada pela Universidade Federal do Paraná, já que, nesta Universidade tem um curso específico de Luthieria, além do único livro publicado do pesquisador e escritor Carlos Roque de Título Luthiers: artesãos Musicais Brasileiros. São Paulo: editora, 2003. 25 Figura 6 Máquinas de beneficiamento da madeira trazem diversos perigos de amputações de membros ao profissional. Tivemos dificuldades em passar segurança no trabalho, já que se trata de uma peça de um trabalho científico, atender a todas as normas da ABNT e com observação às normas de segurança do trabalho, algo extremamente importante, já que os equipamentos são, como vimos anteriormente, bastante insalubres em seu manuseio, mesmo as máquinas estáticas fixadas no solo, são vetores de acidentes de trabalho. Outra particularidade negativa é o contato com produtos químicos à base de solventes e derivados de petróleo como: tintas, selantes, massas acrílicas, enfim, produtos considerados tóxicos para o contato prolongado, por causa disso, eu sempre observando certa resistência do luthier em se expor a esses produtos, levando às vezes a suspensão da captação para desintoxicação ao ar livre. Nessa fase, seguindo o cronograma especificado neste relatório, tivemos muitos imprevistos, como já citei a chuva, os compromissos individuais da equipe e um componente que estava ali, rondando nossos corpos e mentes: a Covid 19. A pesar de termos tomado todas as precauções para evitar o contágio, tivemos duas baixas de mais de 15 dias cada um, atrasando de forma inevitável a conclusão da 26 captação de imagens do documentário, ficando, assim, para compensarmos no mês final, para não alterar o prazo de entrega do documentário. Aproveitei para dar uma imersão no Relatório, seguir com as leituras e escolher as citações que melhor se comunica com a minha peça Audiovisual. Foram dias de pesquisas, dias de enriquecimento do saber, que fica a vida toda. A segunda parte das filmagens foram os depoimentos, de onde descobrimos o conhecimento e a facilidade do Luthier em interagir frente às câmeras com a parte falada e as ferramentas que seriam utilizadas na Luthieria Moderna, base de nossa pesquisa e foco do nosso documentário. Portanto as dificuldades, encontradas, em sua maioria, foram de foro pessoal, de cada indivíduo que participava das gravações, não da gravação em si, mas do seu tempo disponível para doar a causa da produção de um Documentário sobre a arte da luthieria em nossos tempos atuais. Realizar a produção da parte teórica escrita, concomitantemente com a parte prática, se tornou algo de difícil administração, pois muitas vezes mudávamos de escolhas entre um acabamento fino ou outro tipo, por exemplo, frisos de adereços ou ainda tonalidade da cor da madeira, verniz brilho ou fosco, enfim quase uma paleta de oportunidades de escolhas. Além de mudarmos de locação de filmagens quando tivemos de nos dirigirmos a um fornecedor de serviços especiais como corte laser e gravação em madeira, como se fosse uma tatuagem feita na moderna máquina de tatuar na madeira, com precisão milimétrica. Figura 7 Exemplo de equipamento utilizado na luthieria moderna, cortes precisos a base do laser. 27 No atelier encontramos um ambiente com vocação para formatação do vídeo documentário, isso falando em quantidade de equipamentos de mão e de mesa, dando o suporte ao Luthier e velocidade na captação de boas imagens, já que quando ele terminava uma peça numa máquina, seguíamos imediatamente para outra e começar a dar certos acabamentos finos e então, íamos construindo nossa versão do que estava acontecendo na frente de nossos olhos. Seu atelier não é preparado para a arte da luthieria, seria mais uma oficina que um atelier, pois as máquinas são despojadas conforme os compartimentos lhes são oferecidos. Por exemplo: as máquinas pesadas ficam na parte inferior das instalações, pelo motivo óbvio de que, para subir teria que arregimentar um número considerável de operários, já que a máquina de serra de fita rotativa pesa na base das centenas de quilos. Da mesma forma que as máquinas de cortes precisos, devem estar sempre bem fixadas ao chão para evitar acidentes, já que a física, propriamente dita, age de forma bastante expressiva, pois o movimento das lâminas em altíssimas rotações gera uma dinâmica física de forças extremas, levando o artista a ter que adquirir um conhecimento ainda maior sobre cada equipamento, em termos de segurança no trabalho, além da manutenção a serem dadas a cada equipamento para deixá-los sempre disponíveis ao uso na hora seguinte. Nessa construção procuramos criar a atmosfera de imersão baseado na realidade, no dia-a-dia do Luthier, cada fase de construção do instrumento, aprendendo a ter paciência com o tempo de cada ação, rigorosamente planejada e executada pelo Luthier, não havendo espaço para erros de gravação, já que depois de produzido a peça não pode voltar ao maquinário. Tivemos algumas surpresas na preparação das gravações, como por exemplo a extrema produção de poeiras de madeiras e odores característicos da atividade, influenciando assim na montagem das câmeras observando as distâncias para não sofrer com os despojos da produção, protegendo os equipamentos e nossas vias aéreas, Um ambiente hostil para quem não conhece, pois tudo corta, tudo fura, tudo dilacera, enfim é uma dança entre uma cena e outra para não tocar as serras com seus “dentes” aparentes e com cuidados especiais aos equipamentos de filmagens. A prática do Sr. Wilson Luthier é um ponto alto na peça cinematográfica, pois não há espaço para o improviso, tudo ali é real e na hora, por isso sua mobilidade neste espaço que falarei a seguir, era bastante adaptável aos vários anos que ele trafega entre as máquinas. 28 O espaço físico da luthieria não é confortável, na verdade são salas improvisadas para cada uma das fases de construção, bancadas abarrotadas de materiais e máquinas, sendo dessa forma, tivemos que arregaçar as mangas e partir para deixar o entorno de cada máquina de fácil tráfego e beleza plástica, na medida do possível. Poeira era medida por centímetro de altura, já que o beneficiamento da madeira gera o seu rejeito, que é sempre pó de serraria, muitas vezes tão fina que formava uma espécie de névoa, motivo pelo qual tínhamos que nos proteger e, muitas vezes suspendermos a gravação, proteger câmeras e equipamentos para evitar a perda de cenas e às vezes ter que parar para limpar a câmera, quebrando o ritmo das gravações., Na fase de preparação dos moldes do violão elétrico, nos deparamos com a necessidade de fazer uma nova locação, levar tudo e todos para uma empresa, para gravarmos uma máquina imensa com corte a laser para definir o projeto em um corte preciso, para adaptar a tupia (instrumento híbrido de mesa e manual) para dar o recorte final das peças do instrumento. No vídeo, estas imagens se mostrarão como gravação “externa”. Figura 8 Preparativos no computador para envio da arte para a máquina de recorte a laser produzir o molde. Notamos a importância desta cena, como exemplificação cabal do uso das tecnologias de última geração no trato e manuseio de diversos insumos, tais como madeira, aço, plástico e etc. Ela consegue fazer detalhesque na luthieria dos primórdios 29 seriam feitos a mão e, talvez levassem meses para serem entalhados na madeira. Com este corte a laser, demora, em média, uma hora entre programar a máquina para realizar o desenho inserido no programa e a mesma realizar a tarefa sozinha, sem necessidade de qualquer tipo de interação por parte do profissional. Figura 9 Molde recortado na máquina laser, precisão é a máxima. Notei que o crescimento da indústria de luthieria e seus equipamentos de padronização de modelos de instrumentos, só beneficia o luthier artesão, pois ela disponibiliza no mercado a necessidade da pesquisa das práticas de manufatura das madeiras, tornando acessível ao profissional, trabalhar com equipamentos que lhes dão velocidade e refino na entrega de um instrumento sob encomenda, agregando ao seu produto final a qualidade e o prazo de entrega ao seu cliente, menor que em outras épocas remotas. 30 FINALIZAÇÃO Equipamentos que hoje são verdadeiros auxílios luxuosos para os luthiers, estão ao alcance das mãos habilidosas, que com estas máquinas conseguem construir um instrumento, antes feito em torno de 04 meses, termina-lo em pouco menos de 02 meses. Passada esta fase de modelagem. Partimos para a prática, propriamente dita, mão na massa, nós como cameraman e o Sr. Wilson Luthier como nosso artista e condutor das várias fases de manufatura, que logo de início já demonstrou tranquilidade frente às câmeras, disposição em cooperar e uma linguagem simples e aplicada ao documentário. Confesso que não tivemos muitos problemas nessa fase de depoimentos, eu fazia a pergunta e ele sem delongas respondia da forma que nós vínhamos conversando e até, às vezes, ensaiando durante o tempo de troca de informações. Primeiro gravamos alguns depoimentos para nos inteirarmos de como seria o processo de confecção como um todo, com seus segredos e seus mistérios. Daquele passo fui adaptando o PRÉ-ROTEIRO às novas bases ditadas pelos depoimentos, assim ficou mais fácil constituir as cenas e os takes, dentro de uma lógica fabril do instrumento a ser construído a partir do marco zero, da madeira bruta até o acabamento final, foram preciso mais de mês para a produção final do copião de imagens e finalização da peça. No processo de acabamento nota-se uma queda bastante significativa na produção. Nesta fase gravamos cada parte minuciosa do processo. É aqui que uma peça é aceita ou rejeitada, é boa ou é regular, portanto o Luthier muda de métodos, instrumentos e materiais industrializados, tanto na pintura quanto na preparação para o corpo sólido da madeira tomar forma de instrumento. Figura 10 Máquina Tupia em ação, recorte perfeito das cavidades. 31 A tupia, máquina extremamente precisa, perdendo em acabamento somente a nova geração de máquinas CNC, que são equipamentos que recortam todo o instrumento apenas com o projeto lançado do computador para a fresa de recorte. É botar a madeira no local destinado, ligar, carregar o arquivo digital do modelo escolhido e esperar a máquina cortar. Simples assim. Essa facilidade, que encontramos hoje, difere das imensas dificuldades enfrentadas pelos luthiers na jornada de produção artística de instrumentos musicais, desde os tempos dos alaúdes, época em que adquirir um instrumento era um feito para os descendentes da monarquia e da burguesia. Quando chegou a hora da finalização, nos deparamos com diversos momentos técnicos e de extrema precisão, desde um furo no instrumento já na forma de violão, seja em um corte para passar o cabeamento ou ainda em uma fresta para conter um sensor captador sonoro de corpo, enfim, a hora “H”, de extremo foco, é ali que o instrumento vai se revelar, não havendo margem para erro, já que ele estava todo acabado e finalizado em seu projeto e em sua estética. Dali em diante, foi bastante gratificante ver o instrumento sendo montado em suas partes, que são feitas de madeiras diferentes e separadamente, vê-las se unirem é uma experiência fantástica que procurei de todo o coração, passar no vídeo documentário esta mesma sensação maravilhosa de dar a vida a um instrumento, desde a sua idealização a sua confecção. Sempre que começamos a gravar notamos que, um documentário, por mais que ele seja pensado, destrinchado, decupadas as cenas, sempre a peça final é diferente. Ao final do documentário sempre ele estará um passo à frente de seu script de roteiro, isto é, um roteiro de documentário tem a tendência a se flexibilizar diante do passar das horas e dos dias, roteiro de documentário seria, metaforicamente, uma folha em branco. Sempre terminamos um dia de gravação já com os desafios do dia seguinte ou de dias depois, dependendo do fazer luthieria, o mestre Luthier agenda o próximo encontro, preparando todas as bases para as gravações seguintes, foi assim durante toda nossa jornada. Sempre que algo despertava nossos olhos aguçados do audiovisual, para o Luthier Sr. Wilson, aquilo era normal para ele desenvolver, dessa forma fomos dando asas à nossa imaginação lançando ideias e discutindo formas de registrar aqueles passos sem perder a naturalidade com que ele trabalhava. 32 No vídeo documentário A Luthieria Moderna, tudo que estamos narrando aqui foi visto como resultado deste documento, pois ele foi fruto pós-concepção do vídeo, desde o primeiro dia de locação e início das filmagens, estávamos trabalhando, paralelamente, a parte teórica com a prática do projeto. Aqui nesta fase dedicamos uma parte do tempo à pesquisa trazendo elementos do universo da luthieria antiga para a frente das câmeras fazendo um arco temporal do antes com a era atual, principalmente com as máquinas elétricas frente às máquinas manuais de épocas passadas. Equipamentos utilizados neste projeto foram: câmera Sony PXW-Z150 com lentes ZEISS, com Tripé Sony com controle digital e estabilizador acoplado. Baterias de luzes LED de 50W e 200W, captação de som com link de rádio para microfones de lapela marca Boya. Figura 11 Equipamento base da captação das imagens: Câmera PXW-Z150 Sony e refletores LED. 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Poderíamos afirmar que o documentário é uma espécie de gênero cinematográfico em perfeita evolução, já tendo sido estudado por diversos cineastas que, além da separação de tipos de documentários, ainda é descrito no hall da história, como a exibição da realidade por meio das telas, sejam elas do cinema, da televisão ou nas mídias da nova tecnologia da informação. Como temos estudado nas várias salas de aulas durante a formação, aprendemos que documentário se produz durante os eventos de gravação, não sendo, imperativo, um roteiro com falas e cenas descritas, apenas perguntas podem ser proferidas, no caso do documentário estilo participativo, assim temos um documentário fiel ao seu propósito, embora exista o documentário com realismo fantástico. Este formato Observativo, nos dá uma referência que é a vida do Luthier enquanto ela passa, ali, frente às câmeras, sem diálogos, sem interações. Essa é a mensagem que me comprometi e que gostaria de passar, em detrimento da hora em que existe a influência do cineasta, atribuindo perguntas para aguçar os depoimentos, que são fundamentais para dar luz e vida às imagens, torná-las críveis frente aos olhos do telespectador, afinal não se produz um instrumento musical em 10 minutos, mas a mágica é esta, o expectador se livra de todos os seus valores e critérios de credulidade e passa a imergir na narrativa a ponto de acreditar ser possível se fazer tudo aquilo naqueles minutos filmados, é a arte do cinema empregada a serviço do documentário. Um ótimo exemplo deste tipo de roteiro é o do filme documentário O triunfo da vontade (Leni Riefenstahl, 1935), obra capturada pelas lentes de nada mais nada menos que Leni Riefenstahl, como se aquelecomício em 1934, fosse mais um registro despretensioso e sem se focar nos fatos. Mas a história é outra, tudo foi encenado ensaiado a ponto de dar tudo milimetricamente certo. No livro Por dentro do III Reich (edição em português), Albert Speer, que trabalhava á época a serviço da Alemanha, durante a segunda Grande Guerra, descreve sua visão acerca do documentário Nazista, supracitado, ele discorre: “Essa impressão era muito mais profunda do que o próprio discurso, do qual não me ficou muita coisa na memória. Além disso, fui arrastado pelo entusiasmo que, frase após frase, animava o orador dando a impressão de que o seu corpo se erguia assim excitado 34 por suas palavras, Hitler anulou os argumentos dos céticos. Os adversários não puderam falar. Daí adveio, pelo menos momentaneamente, a falsa impressão de unanimidade. Ao terminar sua fala, Hitler parecia já estar falando não para nos convencer-nos, mas ele mesmo dava a impressão de estar convencido de que o público esperava que ele falasse como estivera falando”. (Bruno Félix do Prado apud SPEER, Albert, 1970. pgs. 23 e 24). Neste nosso vídeo, quando passamos pelo estilo de roteiro observativo, não interferimos na cena, nossos olhos eram as câmeras, enquanto se faziam as peças, abundava o silêncio, somente quebrado pelo barulho das máquinas executando as tarefas. A finalização do instrumento é como o nascimento de um ser, aguardado por todos. Seu primeiro choro em lá maior, sua primeira mecha no brilho da luz, sua personalidade como instrumento, tudo isso ali frente às câmeras, este sentimento só tem quem estava lá, gravando, filmando, esperando o momento certo para soltar o pause e prosseguir com a estética sempre em alta. Sem buscar ser o vídeo documentário revelação, nos propusemos a fazer um projeto com os pés no chão calçados com as sandálias da humildade, base para tudo que foi feito neste documentário, que contou com a paciência e maestria do Sr. Wilson Luthier, seus familiares, que foram afastados de sua presença durante os dias e em vários finais de semana. Foram tempos dedicados a formatação de um roteiro sem amarras, somente um guia para nos balizarmos e não perdermos o fio condutivo que, em certos momentos adaptávamos a ordem do dia, seja de disponibilidade da luz ambiente, seja da métrica e do cronograma dos passos a serem seguidos dados pelo profissional de luthieria. Havia hiatos de tempo nas captações, pois entre uma fase e outra de construção do instrumento eram necessários horas e, às vezes dias para colagem e secagem das peças, não permitindo se trabalhar neste período para não por em risco o resultado final do instrumento. Entre outros problemas que surgiam, seja ele de ordem climática, seja de ordem pessoal de cada um dos envolvidos, nos deparamos com um incidente ocorrido na confecção da escala do instrumento, algo que não notamos durante a fabricação dos 35 trastes da escala, pois notamos após finalizar esta etapa que havia umas casas entre os trastes que estavam em desconformidade com a técnica empregada. Figura 12 Cena da detecção de erro na escala do instrumento. Após refazer o gabarito de abertura dos cortes na madeira, iniciou-se o uso da serra circular de bancada para abertura dos sulcos na madeira e a recolocação dos trastes, agora em perfeita sintonia com a metodologia necessária. Mas ficamos com o aprendizado para todos nós, envolvidos no processo, de que além de estar se produzindo uma peça de Audiovisual, é preciso atentar para as diversas possibilidades de intercorrências durante a fabricação, para não perdermos tempo com o retrabalho, e assim não atrasarmos nosso cronograma de gravação e finalização do Projeto do instrumento musical. Figura 13 Cenas da detecção de erro e reajustes na escala do instrumento. 36 Figura 14/15 Cenas do retrabalho na escala do instrumento. Figura 16 Cena do retrabalho na escala do instrumento. 37 Aqui houve uma cumplicidade entre os envolvidos para se produzir este material, seja na linguagem documental, seja na intimidade e amizade da equipe. Amizade esta, bem anterior a este projeto documental, já que somos contemporâneos nos gostos musicais e dos seus instrumentos para a execução em nossos tempos livres de estudantes. Lembro-me das noites em claro, café ao lado para dar prosseguimento e não perder aquela oportunidade de fechar mais um tópico com mais uma citação, aquela escolhida após análise de sua importância para o trabalho. As várias vezes que deixei meus amigos a me esperar em todos os meus compromissos sociais, ficam aqui meus sinceros pedidos de desculpas, que logo que explicado era compreendido por todos, que se tratava do meu TCC, do meu evento de 2022, da minha formação, do meu sonho realizado e por fim a resposta àquela pergunta que me foi feita logo que comecei a compreender o mundo a minha volta: o que é que você quer ser quando crescer? Desta epopeia, digamos assim, sinto, escrevendo estes último parágrafo, saudades das horas disponibilizadas, das discursões e até das divergências sobre como abordar certos temas inseridos no documentário. Foi uma temporada de conhecimentos e aprendizados para a confecção de cada imagem deste documentário A LUTHIERIA MODERNA. 38 39 REFERÊNCIAS Almeida G., Pires, A. A arte da luteria no brasil. In: Revistas. UNB http://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/view/1002. Acesso em 12 abr. 2021. Barbabela P., Ribeiro A. O velho Luthier. In: Cotidiano UFSC. Disponível em: <https://cotidianoufsc.atavist.com/o-velho-luthier>. Acesso em: 06 abr. 2021. Roque, Carlos. Luthiers: artesãos Musicais Brasileiros. São Paulo: editora, 2003. NICHOLS, 2012, Introdução ao Documentário, 5º edição, Papirus Editora. Pereira C., Lucena L. Como fazer documentários: conceito, linguagem e prática de produção Editora Summus Editorial; 2ª edição (1 janeiro 2012) Luiz Carlos Pereira Lucena Soares, Puccini. Roteiro de Documentário: da pré-produção à pós-produção (Editora Papirus 2009) https://abra.com.br/artigos/quais-sao-as-7-artes/ Academia Brasileira de Artes – ABRA, acessado em 06/12/2022. https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia/o-triunfo-da-vontade-como-arma-do- discurso-ideologico-persuasivo-no-cinema.htm Por dentro do III Reich (edição em português), SPEER, Albert, 1970. https://karinakuschnir.wordpress.com/2018/02/09/doze-dicas-para-terminar-tcc- dissertacao-de-mestrado-e-tese-de-doutorado-parte-1/ Kuschnir, Karina. 2018. “Doze (ou treze) lições para ajudar a terminar TCC, dissertação de mestrado e tese de doutorado (Parte 2). Publicado em karinakuschnir.wordpress.com, url: https://wp.me/p42zgF-3CU. 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Suas imagens e sons nos remetem a conhecer uma das profissões mais antigas que se tem notícia. O documentário aponta para as diversas fases de construção e utilização de equipamentos usados nos dias atuais com alguma passagem que contemplam as ferramentas antigas, utilizadas durante séculos. O documentário A LUTHIERIA MODERNA é um recorte visual e sonoro da arte de construir um instrumento a partir de uma prancha de madeira desde o seu desenho e insumos utilizados ao nascimento de um instrumento musical sob encomenda. 46 BREVE ROTEIRO INICIAL Nesta fase inicial, tivemos o cuidado de propor este mini roteiro como base de inicio dos trabalhos, mas não necessariamente o mesmo está totalmente de acordo com o resultado final do documentário, já que o mesmo se propõe a dar um norte para a captação dos depoimentos, imagens e sons, seguindo os métodos aprendidos em sala de aula e nas pesquisas de livros e artigos sobre o tema do documentário e, principalmente, da literatura escrita sobre o fazer documentário. As cenas foram captadas, mas na edição surgiram ideias e formas de narrar que antes eram de uma forma e agora tomavam novas narrativas, mais interessantes aos propósitos iniciais do documentário. Ao assistir o vídeo documentário, há de se observar que o conteúdo foi preservado, mas não a sua diegese fílmica, que em dados momentos foram alterados em suas divisões de cenas e takes captados pelas lentes, mediado pela subjetividade dos envolvidos no processo. A metodologia e o cronograma do profissional luthier foram preservados em sua essência, pois o método escolhido para a narrativa foi o subgênero documentário observativo. Neste não há uma condução pré-determinada do que acontece frente às câmeras e, sim o que acontece literalmente nos processos desenvolvidos pelo protagonista, suas falas e os sons ambientes, oriundos do seu labor, são exatamente capturados para se fazer o desenho sonoro do documentário. 47 CENA 01 Abertura com Wilson Luthier, pesquisando e desenhando no computador seu novo projeto: um violão elétrico, não acústico. TAKE 01 - Cena gravada por trás do luthier enquadrando o vídeo do computador TAKE 02 -Luthier escolhendo e observando as características da madeira. TAKE 03 - O luthier dá seu primeiro depoimento, abordando porque ele vai construir este tipo de violão, fala de suas características e materiais usados. Lettering: A LUTIERIA MODERNA TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE AUDIVISUAL – UFRN – 2022.1 CENA 02 Processo fabril do violão TAKE 01 - O desenho do modelo escolhido é passado para o molde inicial, utilizando a ferramenta mais moderna, o corte laser. TAKE 02 - Imagem fechada nas mãos do luthier manipulando as ferramentas usadas e a madeira utilizada. TAKE 03 - depoimento do luthier abordando as ferramentas e as máquinas utilizadas, fazendo um paralelo entre as ferramentas antigas e as ferramentas da luthieria moderna. CENA 03 Inicio das cenas de confecção propriamente dita TAKE 01 - Maquina de desengrosso aplainando a madeira TAKE 02 - Madeira aplainada e sendo verificada pelo luthier com um paquímetro de precisão milimétrica TAKE 03 - Depoimento do luthier enquanto beneficia a madeira, explicando a importância desses passos iniciais para a qualidade final do instrumento, seus segredos e detalhes técnicos. 48 CENA 04 Mostra o instrumento tomando forma. TAKE 01 - Lixamento e detalhes de precisões. TAKE 02 - Imagem plano médio na mesa de execução com luthier manipulando as ferramentas usadas. TAKE 03 - Depoimento do Sr. Wilson acerca da necessidade emergente de fatos e acontecimentos, que pode por a perder aquele corte de madeira. CENA 05 Processo fabril do violão TAKE 01 - Luthier prepara o setup da máquina conhecida como topia utilizando o molde feito a laser, para realizar a intervenção da topia na prancha de madeira para dar forma ao corpo do instrumento. TAKE 02 - Imagem fechada no instrumento recebendo os cortes e acabamento dos contornos e a manipulação das ferramentas usadas e a madeira utilizada. TAKE 03 - Enquanto a máquina topia trabalha, o luthier explica a importância deste equipamento na construção de instrumento na luthieria moderna. CENA 06 Químicas utilizadas para dar o acabamento final no instrumento. TAKE 01 - Preparação do prime seguido pela mistura da tinta a ser utilizada. TAKE 02 - Passagem, do químico para a “pistola” de pintura do prime. TAKE 03 - Enquanto a máquina topia trabalha, o luthier explica a importância deste equipamento na construção de instrumento na luthieria moderna. CENA 07 Luthier todo paramentado para a execução da pintura. 49 TAKE 01 - Liga o compressor para encher o balão. TAKE 02 - Teste do leque de spray do bico da “pistola”. LETTERING O INSTRUMENTO GANHANDO FORMAS E CORES. TAKE 03 - Fusões de diferentes ângulos do processo de pintura. TAKE 04 - Depoimento do luthier abordando os diversos tipos de acabamento em pintura, seus conhecimentos em acabamentos perolizados e alquimias para dar cor e vida ao instrumento. CENA 08 Instalações da parte das ferragens TAKE 01 - Furadeira vertical fazendo os furos dos parafusos na madeira. TAKE 02 - Imagem fechada nas mãos do luthier manipulando as ferramentas usadas e a madeira utilizada. TAKE 03 - Depoimento do luthier sobre a técnica que é investida na confecção do braço, a precisão dos detalhes dos veios de corte e instalação dos trastes. CENA 09 O braço e seus critérios de produção. TAKE 01 - O luthier, munido de lima, dá acabamento fino após instalação dos trastes. TAKE 02 - Imagem fechada nas mãos do luthier manipulando as ferramentas usadas e a madeira utilizada. TAKE 03 - Depoimento do luthier sobre a importância deste processo de instalação dos trastes e seus segredos. CENA 10 Instalações elétrica 50 TAKE 01 - Imagem fechadas nos detalhes do luthier montando os captadores e suas fiações. TAKE 02 - Imagem fechada nas mãos do luthier manipulando as ferramentas usadas e os captadores sendo instalados. TAKE 03 - Depoimento do luthier abordando as ferramentas e as máquinas utilizadas, fazendo um paralelo entre as ferramentas antigas e as ferramentas da luthieria moderna. Abordando o trabalho de esculpir a madeira do corpo e do braço para dar suporte a instalação das ferragens e da parte elétrica. CENA 11 Montagem final e afinação TAKE 01 - Imagem da montagem do braço no corpo do instrumento. TAKE 02 - Imagem fechada nas mãos do luthier instalando as cordas. TAKE 03 - Depoimento do luthier que nos fala dos processos utilizados, fazendo uma revisão de cada passo da confecção e as dificuldades encontradas durante a confecção e as soluções tomadas para finalizar com a qualidade final exigida. CENA 12 Luthier afina o violão TAKE 01 - Imagem das mãos habilidosas afinando as cordas do violão testando os knobs de volumes dos captadores até alcançar a afinação e som desejado. TAKE 02 - Luthier testa a altura dos trastes faz intervenções até a precisão ser alcançada. TAKE 03 - Wilson luthier, após afinar o instrumento, dá uma demonstração de suas habilidades como músico. TAKE 04 - Depoimento do luthier falando sobre a profissão, suas utilidades no mercado, na necessidade de conhecimento da música e a diferença, positiva, de ser músico para entender e tirar o máximo proveito da técnica em busca da qualidade em detrimento dos fabricantes que não possuem conhecimentos e aprendizados de músico. 51 CENA 13 TAKE 01 - detalhe do headstockcom a logomarca Wilson gravada na madeira a laser TAKE 02 - O Profissional admirando a sua obra, vendo os detalhes alcançados TAKE 03 - Travelling horizontal, passeando pelo instrumento, subindo os letterings LETTERINGS - FICHA TÉCNICA COMPLETA. 52 DEPOIMENTOS A SEREM GRAVADOS E LETTERINGS Cena 01 O luthier dá seu primeiro depoimento, abordando porque ele vai construir este tipo de violão, fala de suas características sonoras. Cena 02 Depoimento do luthier abordando as ferramentas e as máquinas utilizadas, fazendo um paralelo entre as ferramentas antigas e as ferramentas da luthieria moderna. Cena 03 Depoimento do luthier enquanto beneficia a madeira, explicando a importância desses passos iniciais para a qualidade final do instrumento, seus segredos e detalhes técnicos. Cena 04 Depoimento do Sr. Wilson acerca da necessidade emergente de fatores e acontecimentos, que podem por a perder aquele corte de madeira. Cena 05 Enquanto a máquina topia trabalha, o luthier explica a importância deste equipamento diferenciado na construção de instrumentos na luthieria moderna. Cena 06 Depoimento do luthier abordando o tipo de acabamento, a cor escolhida e seu significado subjetivo pra aquela peça violão semiacústico em questão. Cena 07 Depoimento do luthier abordando os diversos tipos de acabamento em pintura, seus conhecimentos em acabamentos perolizados e alquimias para dar cor e vida ao instrumento. Cena 08 53 Depoimento do luthier sobre a técnica que é investida na confecção do braço, a precisão dos detalhes dos veios de corte até a instalação dos trastes. Cena 09 Depoimento do luthier mais detalhado sobre a importância deste processo de instalação dos trastes e a retífica dos trastes. Cena 10 Depoimento do luthier abordando as ferramentas e as máquinas utilizadas, fazendo um paralelo entre as ferramentas antigas e as ferramentas da luthieria moderna. Abordando o trabalho de esculpir a madeira do corpo e do braço para dar suporte à instalação das ferragens e da parte elétrica. Cena 11 Depoimento do luthier que nos fala dos processos utilizados, fazendo uma revisão de cada passo da confecção e as dificuldades encontradas durante a confecção e as soluções tomadas para finalizar com a qualidade final exigida. Cena 12 Depoimento do luthier falando sobre a profissão, suas utilidades no mercado, na necessidade de conhecimento da música e a diferença, positiva, de ser músico para entender e tirar o máximo proveito da técnica em busca da qualidade em detrimento dos fabricantes que não possuem conhecimentos e aprendizados de músico. Cena 13 Travelling horizontal passeando pelo instrumento subindo os letterings LETTERINGS: FICHA TÉCNICA COMPLETA. 54 BIOGRAFIA LUTHIER WILSON GOMES BEZERRA Natural de Afonso Bezerra, munícipio do Rio Grande do Norte, Brasil, Jose Wilson Gomes Bezerra é o segundo de cinco filhos, nasceu em 20 de Janeiro de 1967, na maternidade de Afonso Bezerra, tendo com seus pais o Sr. Francisco de Sales Avelino Bezerra nascido em Afonso Bezerra RN e Maria da Salete Gomes Bezerra, nascida em Umarizal RN. Senhor Francisco Sales (falecido), pai do Wilson Gomes, era telegrafista, aposentado, dos Correios de Afonso Bezerra e senhora Salete é dona de casa e mãe do Wilson Gomes. Neto, por parte de pai, do tabelião de cartório senhor Hermógenes Bezerra, a família do Wilson gozava de uma vida econômica estável. O pai nos anos de 1980, aposentou-se de sua função nos Correios e, logo em seguida vieram morar na capital, Natal/RN. O pai, tendo desenvolvido diversas tentativas de empreender em vários ramos de produção na tentativa de ocupar o seu tempo disponível, pois era aposentado, acabou por dar os primeiros contatos que Wilson teve com várias profissões, como pintor automotivo, serraria, entre outras empreitadas do pai. Wilson viveu neste ambiente de produção, mas sempre convivendo com os insucessos do pai, Wilson tornou-se perseverante na aquisição de conhecimento, seja na arte do Silk screen, através de uma micro empresa de confecção na qual eram fabricadas camisetas e feito a estampa em silk screen com temas do nosso turismo local e onde aprimorou seus conhecimentos e destreza nas artes gráficas. Migrou para a publicidade no final dos anos 1980, tendo lá permanecido até os idos de 2000 logo após criou a agencia de propaganda e publicidade ônix design. Neste ínterim, o jovem Wilson desenvolveu seu interesse por consertos e manutenção de computadores e pela música, tendo feito curso de como tocar Guitarra, na Fundação Hélio Galvão, com o guitarrista Manoca Barreto, curso que lhe deu as bases para a formação de uma de suas bandas: MOVEMENT, a que mais representou essa fase cultural em sua vida, gravou disco, domo tapes e fez diversos shows em Natal/RN. 55 Trabalhou profissionalmente por aproximadamente 10 anos como técnico em informática que viria a ser, por vários anos, seu sustento. Diplomou-se na área através de curso de hardware pelo Senai, fez curso de eletrônica de monitores de tubo na CTA e por último conquistou um dos diplomas mais disputados na área de redes o Cisco Net Academy da empresa norte americana Cisco, adquiriu ferramentas especiais como placa de diagnóstico e estação de retrabalho e através de estudos on line passou a fazer reparo em placas mãe de PCs. Estudou através da internet e se especializou no conserto de notebooks, impressoras e monitores de LCD. Porem viu sua profissão cada vez menos provedora de seu sustento e da sua nova família com a secretária de loja automotiva Ana Maria Nascimento. Do seu casamento, nasceu Emilly Karine Nascimento Gomes em 12 agosto de 2000 em Natal/RN, sendo essa sua única filha. Em 2010, precisou fazer uns ajustes em sua guitarra, procurou um luthier e solicitou os acertos no instrumento, mas ao receber, notou que o mesmo voltou com os problemas iniciais e ainda outros advindos do manuseio inapropriado, por parte daquele luthier. Apesar de não dispor de ferramentas para realizar o trabalho de manutenção de instrumentos, resolveu arregaçar as mangas e fazer com muito esforço aqueles ajustes. O trabalho ficou a contento e, mais ainda, despertou em seus amigos músicos a fazer pedido de manutenção para ele. Dessa forma foi surgindo o Sr. Wilson Luthier, agora com mais um desafio em sua vida laboral. Os serviços foram chegando a ponto de começar a incomodar a sua profissão anterior, ligada a Tecnologia da Informação. Largou a vida de T.I e abraçou a de Luthier e, até hoje se diz, sem sombra de dúvidas, que encontrou a profissão que, além de lhe dar o sustento para sua família lhe é gratificante o trabalho de luthieria e conviver com esse universo da música, antes um hobby, agora uma profissão para toda a vida. Hoje, o Sr. Wilson Luthier leva uma vida de estudos e aprimoramentos de suas técnicas, a maioria aprendidas, principalmente na internet, nos diversos vídeos nacionais e internacionais sobre o tema luthieria, incorporando o que há de mais moderno em sua oficina/atelier. Além dos serviços dispões de diversos tipos de componentes como: Captadores de guitarra e violão, tarraxas, potenciômetros, chaves seletoras além de outros insumos como encordoamento, parafusos, Jacks, trastes. entre outros, que lhe proporciona certo conforto na hora de produzir e/ou dar manutenção nos instrumentos 56 musicais de seus clientes, cada vez mais exigentes ao buscarem serviços de alto nível e confiabilidade. Segundo suas palavras de Mestre Luthier, a hora mais prazerosa de sua profissão é a entrega do instrumento, momento em que o mesmo tem contato com a emoção do cliente, ele detalha que os elogios são como incentivo que o impulsiona em buscar a todo momento a perfeição, Sr. Wilson Luthier tem um atelier de fabricação de instrumentosmusicais, em Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, atende a todo tipo de músico desde o iniciante aprendiz aos com carreiras renomadas, alguns que já estão fazendo sucesso a nível nacional e até mesmo fora do país. Pra ele não importa se o instrumento vale 100 reais ou 100 mil reais todos terão muita dedicação e zelo e independe de quem trouxe o instrumento para manutenção se desejar um tempinho de prosa é outra parte que mantem esse laço de confiança, assim falou!