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Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo 
Beatriz de Paula | medicina – 3º ano | PROPEDÊUTICA DIAGNÓSTICA 
ANATOMIA CARDÍACA 
 
- O sangue chega na veia cava superior, entra 
no átrio direito, passa pelo ventrículo direito e 
sai pela artéria pulmonar, passa pelo pulmão, 
chega pelas veias pulmonares no átrio 
esquerdo, passa pelo ventrículo esquerdo e sai 
pela aorta para o resto do corpo. 
 
FISIOLOGIA CARDÍACA 
 
- O músculo do coração possui células 
intercaladas, característica chamada sincicial. 
- O corpo tem um sistema de geração de 
impulsos elétricos (NSA – nó sinoatrial, 
localizado no átrio direito, na junção da cava 
superior com o átrio direito), passa no nó 
atrioventricular (NAV) e são espalhados para 
os ventrículos, entregando todos os impulsos 
ao mesmo tempo. 
 
MÚSCULO E SISTEMA DE CONDUÇÃO 
 
 
HISTOLOGIA 
 
- Fibras intercaladas (sinciciais) que sofrem 
complicações em conjunto quando lesionadas. 
 
POTENCIAIS DE MEMBRANA CELULAR 
- O sódio é o principal íon extracelular e o 
potássio intracelular. 
- Existe uma bomba de sódio e potássio que usa 
ATP para jogar o sódio para fora e colocar 
potássio para dentro da célula (3 sódios para 2 
potássios), tornando a carga de fora mais 
positiva que a de dentro, gerando uma 
diferença de potencial. 
 
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Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo 
Beatriz de Paula | medicina – 3º ano | PROPEDÊUTICA DIAGNÓSTICA 
- O que determina que a membrana foi ativada 
ou despolarizada é a abertura rápida dos canais 
de sódio, que entra na célula, causando 
despolarização. 
 
REPOUSO 
 
 
ATIVAÇÃO OU DESPOLARIZAÇÃO 
 
 
MÚSCULO CARDÍACO 
 
4 – repouso; 
0 – despolarização ou ativação (limiar de 
ativação) → abertura dos canais de sódio 
voltagem-dependente (entra sódio); 
1 – queda do potencial → saída de potássio; 
2 – platô ou prolongamento da despolarização 
→ abertura dos canais de cálcio voltagem-
dependente (entra cálcio); 
3 – repolarização → canais de cálcio inativos 
e potássio continua saindo. 
 
 
- Alterações nos eletrólitos podem causar 
anormalidades na contratilidade cardíaca, 
predispondo a arritmias cardíacas e morte 
súbita. 
 
DESPOLARIZAÇÃO 
 
 
- Eric enxerga uma onda de despolarização na 
sua direção (se aproximando) → ONDA 
POSITIVA. 
 
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Beatriz de Paula | medicina – 3º ano | PROPEDÊUTICA DIAGNÓSTICA 
 
- Adam vê uma onda se despolarização se 
afastando (indo embora) → ONDA 
NEGATIVA. 
 
PRINCÍPIOS DO 
ELETROCARDIOGRAMA 
- Faz registros gráficos de potenciais elétricos 
positivos (onda que se aproxima) e potenciais 
negativas (onda que se afasta). 
 
 
SISTEMA DE CONDUÇÃO / 
DESPOLARIZAÇÃO 
 
VETOR ATRIAL 
 
- No átrio, o estímulo sai do nó sinusal, vai para 
o nó atrioventricular e depois se espalha para 
chegar ao mesmo tempo. 
- Dessa forma, o sentido da despolarização 
(ativação) se da como o da imagem, indo em 
direção ao átrio esquerdo (pois os vetores 
vencem nessa região – vetor resultante). 
 
VETORES VENTRICULARES 
 
- No ventrículo, o 0,16 é o septo 
intraventricular e a despolarização ocorre 
primeiramente nesse local e depois vai para o 
ápice cardíaco. 
 
 
 
 
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Beatriz de Paula | medicina – 3º ano | PROPEDÊUTICA DIAGNÓSTICA 
1º VETOR → descarga no septo 
intraventricular. 
 
 
2º VETOR → descarga no ápice cardíaco. 
 
 
3º VETOR → paredes do ventrículo direito e 
esquerdo (marca somente para o lado esquerdo 
pois é a resultante – tem mais massa desse 
lado). 
 
 
4º VENTRÍCULO → ponta do ventrículo 
esquerdo. 
 
 
 
ASPECTOS TÉCNICOS DO 
ELETROCARDIOGRAMA 
- Registro elétrico → calibração padrão (N); 
1mV = 10mm; velocidade: 25mm/s. 
 
- 1 quadradinho equivale a 1mm (vertical) e 
0,04s (horizontal). 
- Exemplo: 5 quadradinhos – para saber o 
tempo multiplicamos por 0,04s = 0,2s, já a 
amplitude será de 5mm. 
 
- 1 quadrado grande possui 5 quadradinhos 
pequenos. 
 
VETORES DA DESPOLARIZAÇÃO 
- Onda P → ativação ou despolarização dos 
átrios – o início do P é o primeiro disparo. 
 
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Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo 
Beatriz de Paula | medicina – 3º ano | PROPEDÊUTICA DIAGNÓSTICA 
- Intervalo QRS → despolarização dos 
ventrículos. 
- Onda T → repolarização dos ventrículos. 
- O início da onda P até o início de QRS (do 
disparo do nó sinusal até o início da contração 
atrioventricular), chamamos de intervalo PR. 
- Do começo do QRS até o final do T é o que 
avalia toda área ventricular. 
- Intervalo PR + intervalo QT = ciclo cardíaco 
completo. 
 
- ONDA P → despolarização (ativação) dos 
átrios – deve durar menos que 120ms (3 
quadradinhos) e sua amplitude deve ser menor 
ou igual a 2,5mm (2,5 quadradinhos) – possui 
origem no nó sinusal e frequência regular entre 
50 e 100bpm – EIXO ENTRE -30º E +90º. 
- INTERVALO PR → mede a condução 
atrioventricular (pelo sistema His Purkinje) – 
representa o tempo entre a despolarização dos 
átrios até a despolarização inicial dos 
ventrículos – duração de 3 a 5 quadradinhos 
(120 a 200ms) – cada onda P determina um 
QRS. 
- INTERVALO QRS → avalia a 
despolarização (ativação) dos ventrículos – 
deve durar menos que 120ms (3 quadradinhos) 
e sua amplitude no plano frontal deve ser entre 
5 e 20mm (5 a 20 quadradinhos) – EIXO 
ENTRE -30º E +90º - positiva em DI e DII. 
- SEGMENTO ST → isoelétrico, ponto J 
nivelado com o segmento PR. 
- ONDA T – INTERVALO QT → ocorre a 
repolarização dos ventrículos, é assimétrica 
(início lento, final mais rápido), positiva em 
quase todas as derivações, polaridade 
semelhante à do QRS, amplitude 10-30% do 
QRS – intervalo QT até 450ms (para homens) 
e 470ms (para mulheres). 
 
 
 
DERIVAÇÕES FRONTAIS 
 
 
 
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Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo 
Beatriz de Paula | medicina – 3º ano | PROPEDÊUTICA DIAGNÓSTICA 
 
- PLANO / EIXO FRONTAL → 6 
derivações → DI, DII, DIII aVR, aVL e aVF. 
- PLANO HORIZONTAL → 6 derivações → 
V1, V2, V3, V4, V5 e V6. 
 
- D1 → braços D e E; 
- DII → braço D e perna E; 
- DIII → braço E e perna E; 
- aVR → braço D; 
- aVL → braço E; 
- aVF → perna E; 
- V1 → 4 EIC (borda esternal D); 
- V2 → 4 EIC (borda esternal E); 
- V3 → 5 EIC E (entre V2 e V4); 
- V4 → 5 EIC E (linha hemiclavicular E); 
- V5 → 5 EIC E (linha axilar anterior); 
- V6 → 5 EIC E (linha axilar média). 
 
 
INDICAÇÕES 
1) ARRITIMAS, 
DISTÚRBIOS DE 
CONDUÇÃO 
Taquicardia, 
bradicardia, 
avaliação de 
bloqueio, palpitação 
e síncope, pacientes 
com doenças 
cardíacas 
(insuficiência, 
chagas, hipertensão, 
marcapasso, etc) 
2) AVALIAÇÃO 
DE ESQUEMIA 
Dor torácica aguda e 
avaliação de 
isquemia crônica. 
3) OUTRAS 
INDICAÇÕES 
Doença renal, 
distúrbios do 
potássio, cálcio e 
magnésio, doenças 
da tireoide, pré-
operatório, exame 
admissional, atletas, 
etc. 
 
LAUDO 
1. Ritmo → sinusal; 
2. Ativação atrial (onda P) – morfologia, 
amplitude, duração e orientação → 
monofásica, dentro dos limites da 
normalidade; 
3. Condução atrioventricular → intervalo PR 
dentro dos limites da normalidade; 
 
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Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo 
Beatriz de Paula | medicina – 3º ano | PROPEDÊUTICA DIAGNÓSTICA 
4. Ativação ventricular (QRS) – morfologia, 
amplitude, duração e orientação → dentro dos 
limites da normalidade; 
5. Repolarização ventricular – segmento ST, 
onda T e intervalo QT → dentro dos limites da 
normalidade; 
- Conclusão → eletrocardiograma dentro dos 
padrões de normalidade. 
 
CÁLCULO DA FC 
- FC = 300 / quadrados grandes (entre as 
ondas R). 
- FC = 1500 / quadrados pequenos (entre as 
ondas R). 
 
 
DÉBITO CARDÍACO 
- DC = volume sistólico (VS) x frequência 
cardíaca (FC). 
 
EIXO CARDÍACO 
1º PASSO – analisar DI e aVF 
 
 
2º PASSO – analisar DII e aVL3º PASSO – analisar DIII e aVR 
 
 
4º PASSO – analisar todos juntos 
 
 
 
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Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo 
Beatriz de Paula | medicina – 3º ano | PROPEDÊUTICA DIAGNÓSTICA 
- Registro de atividade elétrica cardíaca por 24 
horas. 
- Análise detalhada de ECG 24h. 
- Algumas extrassístoles e pausas podem ser 
normais. 
 
INDICAÇÕES 
1) ARRITMIAS E 
DISTÚRBIOS DE 
CONDUÇÃO 
Primeiro passo: 
ECG, se necessidade 
de avaliar 24h: 
holter. 
2) TONTURA, 
PALPITAÇÕES E 
DISPNEIA 
Avaliar causa 
cardíaca de tontura, 
palpitação e 
dispneia. 
 
- Registro de atividade elétrica, FC e PA em 
repouso e após esforço físico; 
- Avalia resposta elétrica diante da isquemia; 
- Paciente precisa atingir a frequência cardíaca 
máxima (220 – idade). 
 
INDICAÇÕES 
1) ISQUEMIA 
CARDÍACA 
CRÔNICA 
Primeiro passo: 
ECG, caso precise 
sensibilizar a 
avaliação: teste 
ergométrico, ECO, 
etc. 
2) OUTRAS 
Atletas, pré-
operatório de 
pacientes 
cardiopatas, etc.

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