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TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS - AULA 7 - As Correntes FENOMENOLÓGICAS-EXISTENCIAIS E HUMANISTAS

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As correntes fenomenológicas-existenciais e humanistas: 
principais correntes
TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS 
Aula 7
BASES DAS CORRENTES 
fenomenológicas-existenciais e humanistas
Três grandes grupos que apresentam propostas para a concepção de homem, de mundo e do objeto da Psicologia:
Kierkegaard
Martin Heidegger
Jean Paul Sartre
Abraham Maslow
Carl Roger
Frederick Perls
Fenomenológicas-Existenciais e Humanistas
► A abordagem humanista existencial dá ênfase às questões filosóficas relativas ao que significa tornar-se um ser humano total.
► Não enseja uma busca pela relação de causa e efeito, mas sim compreender a singularidade do ser-homem, ou seja, o que importa não é uma relação lógica, mas sim ontológica.
► Não se aceitam explicações teóricas generalizantes, que transformem o homem em uma máquina, desprovida de vida própria e possuidor de mecanismos reguladores que podem ser ajustados para um funcionamento mais adequado.
Empírica - Determinismo 
 Influências Ambientais
Determinismo
Forças Inconscientes
Experiência do Existir
Liberdade - Responsabilidade
A fenomenologia de husserl
Gustav Albrecht Edmund Husserl (1859-1938), filósofo alemão, fundador da fenomenologia:
► A FENOMENOLOGIA está relacionada diretamente ao conceito de fenômeno que pode ser definido como “aquilo que aparece ou se manifesta”
■ Análise da experiência que está por trás de todo o pensamento formal.
► O mundo passa a ser visto não apenas pela óptica atomista e mecanicista, mas também por uma óptica funcionalista, organicista, recebendo, inclusive, influência da teoria da evolução de Darwin.
■ O homem passa a ser reconhecido como um sistema funcional de interconexões e possibilidades, considerado um fenômeno individual e singular.
► Franz Brentano se apresenta na raiz da fenomenologia com a Psicologia do Ato, defendendo que a realidade está na consciência de cada um, na maneira como cada um vive o mundo, como se vê, sente, toca, ouve e percebe. 
■ “O fundamental da Psicologia brentaniana é que a experiência se baseia na percepção interior.” 
■ Para a Psicologia do Ato, que não é mais o objeto em si que deve ser considerado, mas sim o ato, isto é, não importa a coisa vista, mas o ato de se ver; não importa aquilo que se sente, mas o ato de sentir. 
● Consciência é Ato e não uma caixa vazia, preenchida simplesmente por aquilo que existe no mundo externo, como esta fosse a única verdade.
A fenomenologia de husserl
Objeto de estudo da fenomenologia:
► A Consciência do Homem é Ato, que Intenciona o mundo → CONSCIÊNCIA, enquanto Ação.
■ Estudo da Intencionalidade da Consciência → Estudo do Ato de dar Sentido. 
● Nunca podemos chegar ao sentido último, pois este nunca se esclarece totalmente em seu conjunto de significados e valores, dentro do qual a experiência se constitui.
► Husserl entendeu que a preocupação da fenomenologia deve ser a descrição dos fenômenos como eles são na intencionalidade da consciência, rejeitando, assim, o elementarismo, o naturalismo. 
■ A busca pelo fenômeno que se constitui na interação do objeto com a consciência. 
● O objeto só passa a se constituir como tal quando reconhecido e representado na consciência. 
A fenomenologia de husserl
► A consciência é fluxo, movimento em direção a algo, a alguma coisa, ela é "essa abertura ao mundo em busca dos sentidos da própria racionalidade à qual o homem procura submetê-lo para seu domínio".
■ Se o que interessa é o fenômeno, tal qual como ocorre na consciência, como chegar a ele? 
► Husserl cria um método para ter acesso ao fenômeno – a redução fenomenológica: Suspender todos os preconceitos, valores, teorias científicas e crenças preexistentes, para estabelecer a indagação da possibilidade do conhecimento transcendente.
Redução Fenomenológica ou epoché, significa nos colocarmos a nós mesmos como autores de tudo, analisar o objeto a partir da nossa própria concepção, captar a intenção, compreender a essência longe de preconceitos, e inter-relacionar o mundo com a nossa mente. 
A fenomenologia de husserl
► Algumas críticas: a consciência é constituída da interferência do mundo (cultura, sociedade, conceitos), e ninguém se encontra livre de seus valores e crenças, nessa visão idealista do homem.
■ Merleau Ponty diz que a percepção oferece verdades, trata-se de uma verdade percebida com nitidez no momento em que o sentido se faz para o sujeito. 
► A preocupação de Husserl era poder conhecer as coisas de uma forma rigorosa, compreender que o objeto é sempre “objeto-para uma consciência“:
■ Noesis → Na relação que se estabelece entre sujeito-objeto, o primeiro contato se dá por meio dos sentidos, da compreensão imediata, na habilidade de sentir, perceber ou saber algo imediatamente = Aspecto subjetivo da vivência.
■ Noema → O significado das coisas, como o objeto aparece para nós.
A fenomenologia de husserl
Soren Kierkegaard
► EXISTENCIALISMO surge em meados século XIX com o pensador dinamarquês Kierkegaard, alcançando seu apogeu após a Segunda Grande Guerra, com Heidegger e Jean Paul Sartre. 
► O Existencialismo é uma corrente filosófica na qual o homem é visto como ser-no-mundo e como indivíduo que tem liberdade → Responsabilidade por suas escolhas. 
■ Coloca o homem no centro e o entende como construtor de sua existência, libertando-o de posições deterministas.
■ A corrente existencialista também assume o pensamento fenomenológico, principalmente na proposta de Husserl, e propõe a descrição do fenômeno, tais como eles parecem ser, sem nenhum pressuposto de que eles sejam na verdade. 
► Kierkegaard partia da ideia que o indivíduo é o único responsável em dar significado à sua vida e em vivê-la de maneira íntegra, sincera e apaixonada, apesar das “distrações existenciais” como o desespero, o absurdo, a alienação e o tédio, se colocarem como desafios a serem vencidos.
► Kierkegaard se refere a um conflito ideológico entre a tendência humana de buscar significado inerente à vida e a inabilidade humana para encontrar algum significado. 
■ Por natureza, os seres humanos tentam encontrar sentido para suas vidas e essa busca resulta em uma de duas conclusões: 1) A vida não tem sentido e 2) A vida contém nela um propósito definido por uma força maior.
● Absurdo existencial promove a ideia de que não há sentido a ser encontrado no mundo além do significado que damos a ele. 
● O sentido é construído, não de forma racional, lógica, mas de forma irracional, psicológica. 
► Kierkegaard dizia ser o tédio raiz de todos os males → Há uma falta de consciência por parte do ser humano de que ele possui responsabilidade para ditar sua história. 
■ Uma pessoa alienada carece de si mesmo, anula-se, tornando-se sua própria negação, preferindo seguir aquilo que lhe é posto, como uma forma de não cair no tédio, mas ao mesmo tempo se torna prisioneiro dele, pois s vida se torna inautêntica, ele se isenta da responsabilidade da escolha. 
Soren Kierkegaard
► Angústia na visão de Kierkegaard, é uma “angústia da liberdade” que surge quando o indivíduo se experimenta dar uma identidade, imprimir uma direção precisa à sua vida, escolher a si mesmo. 
■ Uma angústia que Kierkegaard define também como “angústia do nada”, enquanto o indivíduo, no momento da escolha, encontra-se defronte ao seu nada, àquilo que ele não é ainda (já que só será “alguma coisa” quando tiver feito a escolha). 
■ Quando tomamos decisões, temos liberdade absoluta de escolher e percebemos que podemos escolher fazer algo ou não fazer nada, e que nossas mentes entram em conflito ante o pensamento de liberdade absoluta e o medo da responsabilidade por essas escolhas.
► Segundo Kierkegaard, não existe decisão absurda na vida que não envolva o ser humano em angústia, pois todas elas são riscos por sua incerteza e potenciais geradoras de conflito interno. 
■ Cabe somente ao ser humano conscientizar suas ações conforme as possíveis consequências, sejam elas morais ou imorais, lógicas ou não. 
■ Essa liberdade nos coloca diante do desespero, o ápice da angústia. 
Soren Kierkegaard
SegundoKierkegaard o homem passa por três estágios ao longo da vida:
1) Estético (hedonista, a busca do prazer) o homem convicto de que é inteiramente livre, vive ao sabor dos impulsos, procurando desfrutar, extraindo o máximo de prazer de cada instante da vida. 
2) Ético (lei, normas), o homem procura conciliar paixão e razão, reajustando-se ao social. A personalidade permanece livre, mas nos limites da sociedade. O indivíduo assume a forma de existência da coletividade, mais submisso à lei, vivendo o conflito entre a interioridade e a universalidade. 
3) Espiritual (fé), o encontro do homem com sua existência plena por meio da espiritualidade, ou seja, Deus torna-se a regra do indivíduo, a única fonte capaz de realizá-lo plenamente.
■ Toda vez que alegamos conhecer alguma coisa, só podemos dizer isto como um ato de fé, não da razão.
Soren Kierkegaard
► Heidegger apresenta uma discussão acerca do sentido do ser → Aquilo “que é e como é”.
■ Analítica do dasein → Modo especificamente humano de ser – o “ser-aí” – que se caracteriza essencialmente por compreender o ser e poder, portanto, questioná-lo. 
● Existência do homem como um ente dentre vários outros, porém que se difere dos demais por questionar sua própria condição. 
► À medida que o homem se descobre em sua existência, descobre também a existência do outro, que não existe de modo separado, mas completamente implicados nas relações – ser-no-mundo. 
■ Apesar do homem se constituir a partir do mundo natural e ser afetado por condições socioculturais, caberá sempre a ele se posicionar diante daquilo que chega até ele.
■ Embora seja o homem um ser-no-mundo, ele é livre para construir sua existência e a concepção acerca de sua realidade.
Martin Heidegger
► Jean Paul Sartre afirma que o Existencialismo é Humanismo.
■ Um Humanismo existencial → O homem está “constantemente se projetando para fora de si mesmo, construindo-se, realizando-se no mundo.
►“O homem não é nada mais do que aquilo que se projeta ser → É antes de mais nada um projeto que vive subjetivamente e será aquilo que fizer da sua vida, não havendo nada, além dele mesmo, de sua vontade, que determine seu destino”.
► Sartre fala da liberdade, da responsabilidade, da capacidade de escolha e da angústia que isso pode nos causar, e de que somos condenados a sermos livres – somos responsáveis pelos nossos próprios atos: “o homem é responsável por si mesmo, o homem se escolhe a si mesmo”.
■ O homem inventa a si mesmo ao construir sua história de acordo com suas escolhas e com o caminho que opta por tomar. 
Jean Paul Sartre
Jean Paul Sartre
► O ato individual acaba engajando toda a humanidade:
Se ele acredita que aquilo que ele escolhe, por base em seus valores próprios, é o certo, então, ele também está escolhendo para todos os homens.
É diante dessa liberdade de escolha, dessa responsabilidade assumida sobre os seus atos e a humanidade inteira, que a angústia aparece.
► Sartre justifica a angústia como fruto da consciência de sua responsabilidade, e acusa como má-fé a atitude daqueles que não procedem de tal forma, renunciando, a própria liberdade.
A má-fé não é uma mentira que se conta para os outros, mas sim para si próprio.
É uma defesa equivocada, pois através dela nos afastamos de nosso projeto pessoal, e caímos no erro de atribuir nossas escolhas a fatores externos como Deus, os astros, o destino, a natureza, a sociedade, ou outro.
Somos o que queremos ser, o que escolhemos ser, e sempre poderemos mudar o que somos e nossa conduta, em razão da nossa própria compreensão de moral.
► A Existência precede a Essência → Ênfase na condição humana com liberdade, na busca do significado de sua vida, nas emoções e na responsabilidade. 
Cada homem é um ser único em sua existência em razão das escolhas que faz sobre si mesmo com autenticidade, construindo assim o seu destino, num processo dinâmico de vir-a-ser. 
A relação psicoterapêutica na abordagem fenomenológica-existencial
► O psicoterapeuta trabalha com o “como” da relação e não com o “porquê”, num resgate da experiência imediata – existencial – no sentido de que o “aqui e agora” se transforme em um campo imediato da percepção e do interesse do psicoterapeuta e do cliente.
■ É o presente que explica o passado, e porque o aprendizado passado está ali agora presente → numa leitura nova de uma situação antiga.
► O cliente é visto na sua relação com o mundo como um todo, e tratar apenas o sintoma não tem significado.
■ É a totalidade existencial que retém o passado e seus significados.
► O cliente é convidado a se deixar fluir, a ser espontâneo, a criar seu mundo do aqui-agora, por inteiro, a partir de um novo sentido de liberdade, de um novo olhar sobre si mesmo e de um empoderar-se do que de fato lhe pertence. 
► O Psicoterapeuta possui um vasto campo de ação, trabalha o corpo, através do corpo, com o corpo, com música e movimento, com desenho, com expressão corporal.
■ Não impõe decisões ou normas, mas propõe coisas que o cliente pode ou não aceitar.
Um exemplo:
- Hoje estou muito triste.
- (Após um minuto de silêncio) Triste?
- Sim, meu pai fez mais uma das dele comigo.
- Mais uma... Significa que existiram outras...
- Tenho um irmão que é inútil, não faz nada e meu pai lhe dá tudo. A mim que trabalho e estudo, não me dá nada e diz que tenho que me virar.
- Você começou dizendo que estava triste... É isso mesmo? Ou...
- É. Estou com muita raiva também.
- Então, além de tristeza, você sente também raiva. Você sabe de que, de quem?
- Como assim?
O terapeuta fica calado e o olha atentamente.
- É... Um pouco de mim e do meu pai... Além disso, termino me sentindo só, sem ânimo e sem apoio.
- Posso dizer que você está sentindo tristeza, raiva, solidão ou que talvez sua tristeza seja uma mistura de um pouco de tudo? Entendo que se sentir sozinho e abandonado deve ser muito ruim.
- Estou me sentindo apoiado e aliviado por você estar falando disso.
- Fico contente de você estar se sentindo melhor, mas há alguma coisa que você gostaria de fazer agora com relação a esses sentimentos?
- Talvez me aprofundar na compreensão da minha relação com meu pai.
- Entrar em contato com suas emoções parece ser um modo mais direto de entrar em contato com seu pai (pausa). Vou lhe propor um diálogo direto com seu pai, de tal modo que, em vez de você falar sobre ele comigo, você poderá falar diretamente para ele (pausa). Tente imaginar você olhando diretamente nos olhos dele, tente percebê-lo assim como você o percebe no seu cotidiano e vamos ver o que vai acontecer com você e com ele (pausa). Que tal? Você entendeu a proposta? A ideia é que você possa experienciar aqui-agora esses sentimentos de tristeza, raiva, abandono, falando diretamente a ele.
- De acordo.
Bibliografia
● COREY, G. TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO E PSICOTERAPIA. Ed. Campus, RJ, 1993.
● PONCIANO, R. PSICOTERAPIA – TEORIA E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS. Ed. Summus, SP, 2017.
● URRUTIGARAY, M. C. F. TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS. SESES (Estácio), Rio de Janeiro, RJ, 2018.

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