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psa enfermagem 2023

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Prévia do material em texto

· 
	· 
	
	
	Leia a charge.
 
O objetivo da charge é
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	c. 
valorizar o livro e as atividades pedagógicas não digitais como ferramentas importantes para a construção do conhecimento.
	
	
	
· Pergunta 2
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia a charge.
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I. O objetivo da charge é criticar a criação de datas especiais para temas específicos.
II. A charge critica o desmatamento, causado pela ação humana, que afeta os habitats naturais.
III. A charge associa a destruição do meio ambiente à morte.
É correto o que se afirma apenas em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	d. 
II e III.
	
	
	
· Pergunta 3
0 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia a charge, que faz o contraponto entre o filósofo Sócrates e um indivíduo contemporâneo que se informa pelas redes sociais.
 
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas.
I. A charge enaltece o interesse atual dos jovens pela informação e critica a falta de entusiasmo pelo conhecimento no período clássico da civilização grega.
PORQUE
II. O objetivo da charge é mostrar que a tecnologia permitiu a evolução do conhecimento e que, na “sociedade da informação”, somos mais sábios.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	c. 
A asserção I é verdadeira, e a II é falsa.
	
	
	
· Pergunta 4
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto.
Mas o que distingue o cinema de todos os outros meios de expressão culturais é o poder excepcional que lhe advém do fato de a sua linguagem funcionar a partir da reprodução fotográfica da realidade. Com efeito, com ele, são os próprios seres e as próprias coisas que aparecem e falam, dirigem-se aos sentidos e falam à imaginação: a uma primeira abordagem parece que qualquer representação (o significante) coincide de forma exata e unívoca com a informação conceptual que veicula (o significado).
MARTIN, Marcel. A linguagem cinematográfica. Lisboa: Dinalivros, 2005, p.24. 
A seguir, temos a foto de uma cena do filme “O Poderoso Chefão” (1972). Essa obra-prima do cinema, ganhadora de diversos Oscars, inclusive o de Melhor Filme, mostra a trajetória de uma família mafiosa de Nova York de uma maneira que jamais havia sido vista antes. O roteiro do diretor Francis Ford Coppola, baseado no livro homônimo do escritor ítalo-americano Mario Puzo, apresenta o crime organizado como uma empresa capitalista qualquer e, ao fazer isso, põe no mesmo nível os capitalistas e os mafiosos. Em vez de apelar para os diálogos ou a atuação dos atores para evocar a onipresença do mal no universo de crimes e assassinatos perpetrados pela máfia, o filme emprega uma fotografia contrastada em claro/escuro, predominantemente sombria. Trata-se de uma maneira estritamente visual de trabalhar um tema, a característica essencial do cinema como linguagem autônoma.
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas.
I.    De acordo com o texto, o cinema é uma forma de arte exclusivamente imagética, que independe das palavras.
PORQUE
II.    Os recursos visuais, como iluminação e fotografia, são importantes na construção da mensagem cinematográfica.
Assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	d. 
A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira.
	
	
	
· Pergunta 5
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia os quadrinhos e o texto.
Bancos com divisórias e formatos desconfortáveis, pedras pontiagudas embaixo de viadutos, grades no entorno de praças e jardins, muros com pinos metálicos, construções sem marquises ou com gotejamento de água programado, cercas elétricas e arame farpado. Os elementos e materiais utilizados para afastar pessoas dos espaços públicos são muitos e acabam influenciando a maneira como os indivíduos convivem e vivenciam os municípios. A arquitetura hostil, termo que abrange todas as barreiras e desenhos urbanos que parecem dizer “não se sinta em casa” — como define a repórter Winnie Hu, do The New York Times —, é parte da realidade da maioria das cidades pelo mundo e vem despertando debates sobre o impacto dessas ações, principalmente por meio das redes sociais.
A professora de antropologia do Centro de Graduação da Universidade da Cidade de Nova York, Setha Low, afirmou em entrevista para a Reuters que o risco que se corre com esse tipo de medida é mudar a natureza dos ambientes públicos de “inclusivos para exclusivos”.
Já o fotógrafo alemão Julius-Christian Schreiner ressaltou à reportagem que o aumento de locais públicos administrados pela iniciativa privada acentuou o problema, deixando pouca área para as pessoas se “recostarem, vagarem ou socializarem sem a pressão de comprar algo”. Schreiner é o idealizador do trabalho “Agentes Silenciosos” — uma série de imagens sobre arquitetura hostil realizada em lugares como Londres, Paris, Hamburgo, Berlim e Nova York.
Para o fotógrafo, nos municípios, os cidadãos são mais vistos como clientes. “Se você é um bom consumidor, pode usar a infraestrutura. Mas, se não for, não deveria estar nesse espaço”, declarou à Reuters. Ao mesmo tempo em que crescem os exemplos dessas iniciativas que barram a permanência por mais tempo de pessoas consideradas “indesejadas” — e aqui entram também os skatistas e sua circulação pelos centros urbanos —, a matéria cita grupos em diferentes localidades que estão se mobilizando para chamar a atenção para o assunto e tentar amenizar os seus reflexos.
Disponível em <https://caosplanejado.com/arquitetura-hostil-quando-as-cidades-nao-sao-para-todos/?gclid=EAIaIQobChMI2dTn7Iqi_AIVtOBcCh0wLg_dEAMYASAAEgLVx_D_BwE>. Acesso em 14 dez. 2022 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I. Os quadrinhos revelam que as ações relacionadas à arquitetura hostil são planejadas, ideia também afirmada no texto.
II. Segundo o texto, o uso de determinados espaços vincula-se mais ao conceito de consumidor do que ao de cidadão.
III. A administração dos espaços públicos por empresas privadas, de acordo com o texto, é uma solução para que eles se tornem mais inclusivos.
É correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	b. 
I e II, apenas.
	
	
	
· Pergunta 6
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia a tirinha e o texto.
O Estado brasileiro é laico?
A situação de hoje é bem diferente daquela que vigia no Período Colonial e durante o Império, mas ainda está longe de caracterizar um Estado laico. As sociedades religiosas não pagam impostos (renda, IPTU, ISS etc.) e recebem subsídios financeiros para suas instituições de ensino e assistência social. O ensino religioso faz parte do currículo das escolas públicas, que privilegia o Cristianismo e discrimina outras religiões, assim como discrimina todos os não crentes. Em alguns estados, os professores de ensino religioso são funcionários públicos e recebem salários, configurando apoio financeiro do Estado a religiões, que, aliás, são as credenciadoras do magistério dessa disciplina. Certas sociedades religiosas exercem pressão sobre o Congresso Nacional, dificultando a promulgação de leis no que diz respeito à pesquisa científica, aos direitos sexuais e reprodutivos. A chantagem religiosa não é incomum nessa área, como a ameaça de excomunhão. Há símbolos religiosos nas repartições públicas, inclusive nos tribunais.
Disponível em <http://ole.uff.br/o-estado-brasileiro-e-laico/>. Acesso em 25 fev. 2023 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I. O efeito de humor da tirinha apoia-se no duplo significado da palavra “estado”, entendida como entidade política e como situação.
II. De acordo com o texto, ainda são fortes as influências religiosas no Estado brasileiro, o que o impede de ser classificado como laico.
III. A resposta do pai, nos quadrinhos, revela que ele é contra as pesquisas científicas, assim como são, segundo o texto, as instituições religiosas.
Assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	c. 
Apenas as afirmativas I e II são corretas.
	
	
	
· Pergunta 7
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto, publicado em11 de janeiro de 2023, pela agência de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Inteligência artificial pode orientar o diagnóstico de pacientes com falência da medula óssea
Um algoritmo de machine learning capaz de orientar o diagnóstico de síndromes de falência da medula óssea foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradores norte-americanos. Os resultados foram divulgados na revista Blood, da American Society of Hematology.
Com base na análise de 25 variáveis clínicas e laboratoriais, o modelo consegue predizer se a condição é hereditária ou adquirida, o que tem implicações principalmente no manejo de casos graves de pancitopenia – condição em que há redução tanto dos glóbulos brancos e vermelhos do sangue quanto das plaquetas, resultando em anemia [deficiência de glóbulos vermelhos do sangue que pode causar fraqueza, cansaço, sonolência, falta de ar, entre outros problemas], leucopenia [menor capacidade de combater infecções por deficiência de glóbulos brancos do sangue] e trombocitopenia [maior risco de hemorragias por deficiência de plaquetas].
“A escolha de adiar o tratamento enquanto se aguarda o teste genético pode resultar em atraso significativo no tratamento de pacientes gravemente pancitopênicos. Por outro lado, o diagnóstico errado de insuficiência hereditária da medula óssea [BMF, na sigla em inglês] pode expor os pacientes a terapias ineficazes e caras, regimes de condicionamento de transplantes tóxicos e uso inapropriado de um membro da família afetado como doador de células-tronco”, afirmam os autores no artigo.
Segundo os pesquisadores, a ferramenta poderia ser útil para hematologistas e outros profissionais de saúde que atuam em centros com poucos recursos, auxiliando na tomada de decisão clínica.
O trabalho envolveu cientistas do Centro de Terapia Celular (CTC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Um dos coordenadores da pesquisa foi Rodrigo Calado, chefe do Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia Clínica da FMRP-USP, diretor-presidente-executivo do Hemocentro de Ribeirão Preto e pesquisador principal do CTC.
Para desenvolver a ferramenta, o grupo fez uso de machine learning, um método de análise de dados que automatiza a construção de modelos analíticos. É um ramo da inteligência artificial baseado na ideia de que sistemas podem aprender com dados, identificar padrões e tomar decisões com o mínimo de intervenção humana.
Disponível em <https://agencia.fapesp.br/inteligencia-artificial-pode-orientar-o-diagnostico-de-pacientes-com-falencia-da-medula-ossea/40446/>. Acesso em 11 jan. 2023 (com adaptações). 
De acordo com as informações apresentadas no texto, avalie as afirmativas.
I.    O algoritmo é capaz de oferecer um diagnóstico preciso a respeito de síndromes de falência da medula óssea, dispensando quaisquer outros tipos de análises.
II.    O algoritmo foi produzido por pesquisadores da American Society of Hematology, com base na inteligência artificial, que é um ramo do machine learning.
III.    A ferramenta é capaz de predizer se a condição de falência da medula óssea é hereditária ou adquirida.
É correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
III, apenas.
	
	
	
· Pergunta 8
0 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia a tirinha e o texto.
 
 
Lei torna mais severas as penas para crimes de intolerância religiosa
Uma lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lei Nº 14.532, de 11.01.2023) tornou mais severas as penas para crimes de intolerância religiosa.
As religiões de matriz africana são o alvo mais frequente de quem não respeita a liberdade de crenças. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, só em 2022 foram 1.200 ataques – um aumento de 45% em relação a 2020.
A lei sancionada, que equipara o crime de injúria racial ao crime de racismo, também protege a liberdade religiosa. A lei, agora, prevê pena de 2 a 5 anos para quem obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas. A pena será aumentada de metade se o crime for cometido por duas ou mais pessoas, além de pagamento de multa. Antes, a lei previa pena de 1 a 3 anos de reclusão.
A punição agora é a mesma prevista pelo crime de racismo, quando a ofensa discriminatória é contra grupo ou coletividade, pela raça ou pela cor. A expectativa é de que a nova lei ajude a punir quem comete crimes religiosos e ajude a proteger a vítima, que muitas vezes não encontra amparo quando tenta fazer uma denúncia.
Disponível em <https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/01/18/lei-torna-mais-severas-as-penas-para-crimes-de- intolerancia-religiosa.ghtml>. Acesso em 26 jan. 2023.
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I. Segundo o texto, cerca de 45% das vítimas da intolerância religiosa no Brasil são adeptas de religiões de matriz africana.
II. O racismo e a intolerância religiosa são formas de preconceito, que pode ser alimentado pelas relações sociais e pelas instituições, como mostram os quadrinhos.
III. A expectativa em torno da lei criada é que ela busque proteger todas as religiões com ações e gestos concretos que garantam o direito à liberdade de crença.
É correto o que se afirma apenas em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	b. 
II.
	
	
	
· Pergunta 9
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto.
O que faz o Brasil ter a maior população de domésticas do mundo
Se organizasse um encontro de todos os seus trabalhadores domésticos, o Brasil reuniria uma população maior do que a da Dinamarca, compostos majoritariamente por mulheres negras, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT)
Marina Wentzel - 26 fev. 2018
Segundo dados de 2017, o país emprega cerca de 7 milhões de pessoas no setor – o maior grupo no mundo. São três empregados para cada grupo de 100 habitantes – e a liderança brasileira nesse ranking só é contestada pela informalidade e falta de dados confiáveis de outros países.
Com um perfil predominantemente feminino, afrodescendente e de baixa escolaridade, o trabalho doméstico é alimentado pela desigualdade e pela dinâmica social criada principalmente após a abolição da escravatura no Brasil, afirmam especialistas.
Um estudo feito em parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento, e a ONU Mulheres, braço das Nações Unidas que promove a igualdade entre os sexos, compilou dados históricos do setor de 1995 a 2015 e construiu um retrato evolutivo das noções de raça e gênero associadas ao trabalho doméstico.
(...)
O professor e pesquisador americano David Evan Harris é um dos especialistas que defendem que o cenário do trabalho doméstico no Brasil atual é herança do período escravagista.
"O Brasil foi um dos últimos países do mundo a acabar com a escravidão. Se olharmos para quem são as empregadas, veremos que elas tendem a ser negras", diz o acadêmico, formado pela Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, e mestre pela USP.
"Analisando cidades como Rio e São Paulo, percebe-se que as domésticas muitas vezes são pessoas que migraram do Norte e Nordeste para o Sul e Sudeste. E, como se sabe, o Nordeste é para onde boa parte das populações de escravos foi originalmente trazida. Há uma situação de dinâmica geográfica, histórica e social que continua até hoje."
Segundo a historiadora e escritora Marília Bueno de Araújo Ariza, mesmo após a abolição, em 1888, mulheres e homens negros continuaram sendo servos ou escravos informais, o que também deixou seu legado no mercado de trabalho.
As domésticas de hoje são majoritariamente afrodescendentes porque "justamente eram essas pessoas que ocupavam os postos de trabalho mais aviltados na saída da escravidão e na entrada da liberdade no pós-abolição", afirmou ela à BBC Brasil.
A ideia de ter um servo na família era muito comum, mesmo entre quem não era rico e vivia nas regiões semiurbanas do século 19, segundo Ariza.
"A escravidão brasileira foi diversa, masfoi sobretudo uma escravidão de pequena posse. No Brasil, todo mundo tinha escravos. Quando as pessoas tinham dinheiro, elas compravam escravos com muita frequência".
Em São Paulo, por exemplo, muitas famílias - mesmo as relativamente pobres, muitas delas chefiadas por mulheres brancas - "tinham uma ou duas escravas domésticas para realizar afazeres na casa ou na rua".
Ariza acredita que o Brasil do século 21 herdou do passado colonial, imperial e escravista uma "profunda desigualdade na sociedade que não foi resolvida" e "um racismo estrutural".
"Essas duas coisas combinadas nos levam a um quadro contemporâneo que usa racionalmente o trabalho doméstico porque ele é mal remunerado e, até recentemente, não tinha quaisquer direitos reconhecidos", resume.
Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43120953>. Acesso em 09 mar. 2023 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I. O trabalho doméstico no Brasil é realizado principalmente por mulheres negras e é, geralmente, mal remunerado.
II. No Brasil, a prática de ter alguém para realizar os afazeres domésticos é herança escravagista.
III. A informalidade no trabalho doméstico sugere que, no Brasil, o número de pessoas que realizam tal função supera os 7 milhões.
É correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
I, II e III.
	
	
	
· Pergunta 10
0 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto.
Não vacinados representam 75% das mortes por covid-19, diz estudo brasileiro
Vacinação protegeu todas as faixas etárias de hospitalizações e mortes, inclusive indivíduos com mais de 80 anos
Publicado em 04/03/2022
Uma pesquisa conduzida em Londrina, no Paraná, mostrou que 75% das mortes por covid-19 registradas nos primeiros dez meses de 2021 ocorreram em indivíduos que não foram imunizados contra a doença. Entre os idosos, o índice de morte foi quase três vezes maior entre os não vacinados do que entre os imunizados. Entre pessoas com menos de 60 anos, o número de mortes de não vacinados foi 83 vezes maior do que nos imunizados. O estudo foi conduzido pela Universidade Estadual de Londrina, pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, pela Universidade Federal de São Carlos e pela Faculdade de Medicina Albert Einstein dos EUA.
Foram incluídos no estudo dados de 59.853 casos confirmados de covid-19 e 1.687 mortes pela doença, reportados entre janeiro e outubro de 2021. Dos óbitos registrados, 1.269 foram de indivíduos não vacinados. Já entre os casos confirmados, 48.217 foram de pessoas que não tomaram a vacina, 7.207 de indivíduos parcialmente imunizados e 4.429 de pessoas com esquema vacinal completo. Dos vacinados que foram infectados, 54% tinham mais de 60 anos.
Os cientistas analisaram as taxas de letalidade (proporção entre o número de mortes e o número de casos) em três modelos: de acordo com a idade dos participantes, com o status de vacinação e segundo a relação de ambas as características (idade e vacinação). No primeiro modelo, quanto mais velhos os indivíduos, maior a letalidade observada. A segunda análise mostrou que os vacinados apresentam uma taxa de letalidade 40,4% menor do que os não vacinados.
Já o terceiro modelo confirmou que a vacinação reduziu as mortes em todas as faixas etárias. "Nossos achados reforçam que a vacinação é uma medida de saúde pública essencial para reduzir os índices de fatalidade por covid-19 em todas as faixas etárias", afirmam os autores do artigo.
Os resultados da pesquisa corroboram os de outros trabalhos já publicados, como um estudo observacional com dados de 90 países que mostrou que, a cada aumento de 10% na cobertura vacinal, a mortalidade reduz 7,6%.
Disponível em <https://butantan.gov.br/noticias/nao-vacinados-representam-75-das-mortes-por-covid-19-diz-estudo-brasileiro>. Acesso em 13 fev. 2023 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I.    A pesquisa indicou que a vacinação reduziu a morte e a contaminação por covid-19.
II.    Segundo os dados, 54% dos vacinados com mais de 60 anos foram infectados, mas, entre os imunizados, a taxa de letalidade foi 40,4% menor do que a observada entre os não vacinados.
III.    A pesquisa mostrou que 75% dos não vacinados morreram devido à covid-19. 
É correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
I, II e III.
	
	
	
· Pergunta 11
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto.
A questão da uberização ou plataformização do trabalho tem um potencial de se generalizar para todas as categorias profissionais. Ela já está avançando para setores da saúde (como cuidadoras e enfermeiras particulares), educação, serviços de limpeza doméstica (faxineiras), além de novas “modalidades” de trabalho, como as fazendas de cliques. Essa tendência de expansão só é possível por conta de novas tecnologias que têm sido implementadas no nosso cotidiano, em particular no mundo do trabalho (como é o caso da internet 5G, big data, internet das coisas etc.). Por exemplo, a modalidade de teletrabalho – hoje presente em várias categorias profissionais e um problema central para o mundo sindical – não deixa de ser uma forma de plataformização (isto é, um trabalho mediado por uma tecnologia informacional, como um tablet, um computador ou um celular). A diferença entre um entregador de uma plataforma digital e um servidor público do setor judiciário que trabalha hoje em home office é o contrato de trabalho, ou seja, os direitos adquiridos.
A grande novidade das empresas-plataformas é que elas levaram ao extremo a exteriorização das atividades de trabalho, transferindo as responsabilidades aos trabalhadores. Dizem que estão apenas fazendo a intermediação entre clientes e trabalhadores (durante um tempo, tentaram chamar isso de “economia de compartilhamento”) e, por conta disso, não reconhecem o vínculo de emprego de seus entregadores ou motoristas. Mais que isso, deixam para eles todo o custo do processo de trabalho ou de serviço como, por exemplo, o aluguel ou o financiamento do carro ou da motocicleta, os custos com o combustível, a manutenção etc. Na verdade, o que essas empresas estão fazendo é litigioso, deixando milhões de trabalhadores e trabalhadoras sem qualquer direito ou assistência. Elas mesmas reconheceram isso quando aceitaram a inclusão de entregadores e motoristas no regime público de previdência social, com contrapartida financeira por parte delas.
Mas a questão central, como muito bem apontaram as lideranças de entregadores e parte dos representantes sindicais, não está em incluí-los no regime de previdência e assegurar a eles um seguro saúde. Eles querem mais. Muitos dizem: “Nenhum direito a menos!”. E há uma compreensão, entre ativistas e pesquisadores, de que, se esta nova lógica de relação de trabalho das empresas-plataformas se estabelecer na legislação brasileira, serão abertas as portas para a plataformização de todas as categorias profissionais. Está em jogo, portanto, o futuro do mundo do trabalho e não apenas de uma ou outra categoria profissional.
Disponível em <https://www.ihu.unisinos.br/626697-as-empresas-plataformas-sao-o-que-capital-financeiro-capital-produtivo-rentistas-comercio-ou-produtoras-de-valor-a-maioria-delas-e-tudo-isso-ao-mesmo-tempo-entrevista-especial-com-ricardo-festi?fbclid=IwAR2RACgqBJcwmbkA1FuqojtR7S38uAbXGc-3_Ei9Vzl2rT8EMblKwNUIJgs>. Acesso em 07 mar. 2023. 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I. A plataformização do trabalho beneficiou os trabalhadores de diferentes categorias, pois possibilitou a intermediação entre eles e os clientes e a garantia de seus direitos trabalhistas no momento da pandemia.
II.  A uberização, possibilitada pelas novas tecnologias, implica a precarização do trabalho, com a perda de direitos historicamente adquiridos.
III. A plataformização representa uma evolução no mundo do trabalho, com a possibilidade de mais empregos e mais benefícios aos trabalhadores.
Assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	c. 
Apenas a afirmativa II é correta.
	
	
	
· Pergunta 12
0 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto a seguir.
Varíola dosmacacos
A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é, geralmente, de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Atualmente, segundo a OMS esclareceu, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cães-da-pradaria. A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. E, segundo o órgão de saúde, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos. O contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.
Disponível em <https://bvsms.saude.gov.br/02-6-variola-dos-macacos/>. Acesso em 04 fev. 2023.
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas.
I.    A varíola dos macacos é uma doença grave, representada por severa infecção bacteriana, que teve sua origem em animais silvestres, como os macacos, e se espalhou para o ser humano.
PORQUE
II.    A transmissão dessa doença ocorre por contato físico de pessoas saudáveis com pessoas ou materiais contaminados.
Assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
As duas asserções são falsas.
	
	
	
· Pergunta 13
0 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto. 
Perfil de imóveis ociosos no centro de São Paulo revela manutenção da herança mercantil brasileira
Estudo mostra que muitas das construções abandonadas estão em posse de gerações de herdeiros, que veem o imóvel como problema ou têm expectativas irreais sobre o mercado; do outro lado, estão numerosas famílias vivendo em habitações precárias na periferia
Camilla Almeida - 06/03/2023
Uma construção ociosa é aquela que está desocupada, inativa ou subutilizada, sem cumprir sua função social. A Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (Smule) de São Paulo estima que 881 imóveis estejam nesta condição apenas no distrito da Sé. Ana Gabriela Akaishi, doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, analisou os perfis dos donos de imóveis ociosos e explicou os entraves colocados por esses proprietários para a comercialização, com destaque para herdeiros e instituições religiosas.
O estudo revelou que 74% dos analisados são herdeiros rentistas e instituições religiosas, denominados pela urbanista como “o arcaico setor proprietário rentista imobiliário”. “Esses proprietários carregam raízes históricas e geracionais vinculadas a capitais familiares antigos de caráter mercantil, que aplicavam inicialmente em prédios de aluguel no momento em que o centro de São Paulo estava em um boom no processo de verticalização”, explica a pesquisadora.
Para chegar a estes dados, a pesquisadora verificou os perfis dos 50 donos dos imóveis de maior valor venal da área – número que estima o preço do bem, obtido por meio de uma avaliação pela prefeitura. Por meio de entrevistas com agentes imobiliários, associações beneficentes religiosas e com integrantes do mercado imobiliário em geral, Ana Gabriela Akaishi conseguiu traçar a genealogia econômica, política e social desses proprietários. Ela também realizou um levantamento em bases de dados e acervos históricos da Prefeitura de São Paulo por intermédio da plataforma GeoSampa. 
Contraste
Foi o contraste entre a carência populacional por habitação na cidade e a grande quantidade de imóveis ociosos que a instigou a pesquisar o tema. São Paulo conta com um enorme déficit habitacional, que pode chegar a 450 mil famílias a serem realocadas. “Temos quase 3 milhões de pessoas vivendo em aglomerados como favelas, loteamentos precários e moradias irregulares, principalmente nas periferias. E essas pessoas têm que se deslocar diariamente por horas até o seu local de trabalho, que geralmente é nas áreas centrais”. 
Enquanto isso, no centro, estão prédios fechados e em ruínas, terrenos baldios e construções abandonadas sendo usados como estacionamentos rotativos. “Em todos esses casos temos a subutilização da terra urbana num dos lugares com a melhor estrutura na cidade”, pontua a pesquisadora ao “Jornal da USP”.
Historicamente, a área central de São Paulo era considerada um centro comercial e cultural desde a fundação da cidade, sendo predominantemente ocupada pela classe dominante. Grandes empresas e corporações mantinham suas sedes na região, com arranha-céus e prédios que chamavam atenção de quem passava por lá. Lojas e casarões de barões do café também se destacavam junto a obras arquitetônicas grandiosas, como o Teatro Municipal. Contudo, com a mudança do centro comercial para outros bairros da cidade na década de 1960, a área passou por um grave e acelerado processo de decadência e deterioração, com aumento da especulação imobiliária. 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I.    O texto evidencia o contraste entre a carência de moradia digna para cerca de 3 milhões de pessoas na cidade de São Paulo e a existência de imóveis ociosos na área central.
II.    Até a década de 1960, o centro de São Paulo era uma área nobre, ocupada pela elite paulistana.
III.    Atualmente, 74% dos imóveis do centro da cidade de São Paulo são ociosos e pertencem a herdeiros e a instituições religiosas.
É correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
I, II e III.
	
	
	
· Pergunta 14
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto.
Garimpo ilegal na Terra Yanomami cresceu 54% em 2022, aponta Hutukara
O garimpo ilegal cresceu 54% em 2022 e devastou novos 1.782 hectares da Terra Indígena Yanomami (TIY), conforme levantamento feito por imagens de satélite. O monitoramento da Hutukara Associação Yanomami (HAY) aponta crescimento acumulado de 309% do desmatamento associado ao garimpo entre outubro de 2018 e dezembro de 2022. Nesse período, foram mais 3.817 hectares destruídos na maior terra indígena do país, atingindo um total de 5.053 hectares. Quando os indígenas começaram a monitorar os efeitos do garimpo, em outubro de 2018, havia 1.236 hectares devastados. Em 2021, o desmatamento chegou a 3.272 hectares, conforme apontou o relatório “Yanomami Sob Ataque: garimpo na Terra Indígena Yanomami” e propostas para combatê-lo. O “Sistema de Monitoramento do Garimpo Ilegal na TIY” é feito com imagens da “Constelação Planet”, rede de satélites de alta resolução espacial capazes de detectar com precisão e mais frequência de vigilância áreas muitas vezes não capturadas por outros satélites. Com o monitoramento manual, as atualizações são registradas duas vezes por mês. As maiores concentrações de destruição estão nos rios Uraricoera, ao Norte da Terra Indígena Yanomami, e Mucajaí, região central. A região de Waikás, no Uraricoera, concentra 40% do impacto, com cerca de 2 mil hectares devastados. Enquanto isso, o Rio Couto Magalhães, afluente do Mucajaí, sofre 20% do impacto, com cerca de mil hectares. A terceira região mais afetada é a de Homoxi, na cabeceira do Mucajaí, com 15% da devastação, o que corresponde a cerca de 760 hectares. “Os impactos do garimpo vão além do observados pelo satélite, que  são focados no desmatamento. Eles também afetam as disseminações de doenças, deterioração no quadro de saúde das comunidades, produção de conflitos intercomunitários, aumento de casos de violência e diminuição da qualidade de água da população com destruição dos corpos hídricos. Tudo isso somado compromete a capacidade de viver nas comunidades”,explicou o geógrafo Estêvão Benfica, assessor do Instituto Socioambiental (ISA). Ainda segundo Benfica, a mobilidade dos garimpeiros de uma área para outra é um fator que resulta na proliferação de doenças. Os invasores chegam a levar novas cepas de malária de uma região para outra, por exemplo. De acordo com o Sivep Malária, sistema de monitoramento do Ministério da Saúde, entre 2020 e 2021, mais de 40 mil casos de malária foram registrados na Terra Indígena Yanomami. Em 2021, foram 21.883, o maior registro desde 2003. A explosão dos casos da doença no território indígena coincide com o aumento da área devastada pelo garimpo. O monitoramento do Mapbiomas, que utiliza o satélite Landsat, mostra saltos sucessivos no desmatamento pelo garimpo desde 2016.
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I.    O avanço do garimpo na região das terras indígenas Yanomami e o número de casos de malária estão inversamente relacionados desde 2016.
II.    A taxa de crescimento dos casos de malária foi maior no período de 2019 a 2020.
III.    As consequências do garimpo ilegal nas terras indígenas incluem a disseminação de doenças e a destruição ambiental.
Assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
Apenas a afirmativa III é correta.
	
	
	
· Pergunta 15
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o artigo e a charge, de Laerte.
O que anima e o que assusta no ChatGPT, a nova inteligência artificial
Nas últimas semanas, a emergência do ChatGPT, novo chatbot desenvolvido pela OpenAI, chamou a atenção internacional. Essa nova ferramenta de inteligência artificial (IA) pode revolucionar um leque extremamente amplo de atividades humanas, mas não deixou de despertar também um considerável número de preocupações entre especialistas de tecnologia. 
É altamente provável que reguladores sejam os próximos a se interessar por esta tecnologia. 
O ChatGPT é uma das últimas aplicações do modelo algorítmico Generative Pretrained Transformer 3 (GPT-3). Este modelo de processamento de linguagem natural de última geração foi apresentado pela primeira vez em 2020, levantando diversos questionamentos éticos em relação ao seu uso. 
O ChatGPT é capaz de entender a linguagem humana natural e gerar uma resposta semelhante ao fruto do intelecto humano após receber um pedido. A ferramenta ganhou destaque por três razões principais. 
Primeiramente, pelo nível extremamente refinado de suas respostas. A sua simulação quase fiel de textos escritos por humanos e suas respostas precisas e coerentes na enorme maioria de perguntas, mesmo as mais complexas, é impressionante. 
Tal evolução torna-se extremamente útil para facilitar uma miríade de tarefas e, consequentemente, extremamente lucrativa para quem conseguir alcançar este nível de sofisticação. Neste sentido, a segunda –mas talvez deveríamos considerá-la a primeira– razão pela qual o ChatGPT chamou a atenção dos especialistas foram os incessantes rumores sobre o vultoso investimento de US$ 10 bilhões que a OpenAI, liderada por Elon Musk e Sam Altman, estaria negociando com a Microsoft, depois de já ter recebido um investimento de US$ 1 bilhão da Microsoft em 2019. 
Segundo Sam Altman, CEO da OpenAI, o ChatGPT já teria atingido a marca de 1 milhão de usuários, mesmo tendo sido lançado há menos de um mês. Por enquanto, o sistema de IA está sendo disponibilizado "gratuitamente", alistando usuários numa gigantesca operação de propaganda e teste da tecnologia. 
Em terceiro lugar, e em perspectiva mais geral, o ChatGPT destaca a chegada de uma nova fase de automação na qual a IA não desempenha somente uma tarefa limitada, mas pode interagir de maneira muito mais refinada com o usuário, assistindo de maneira muito mais elaborada, desde a redação de um artigo, até a correção de código de software, no espaço de alguns segundos. 
Por exemplo, o chamado "debug de código" é o primeiro exemplo oferecido no seu site oficial sobre como o ChatGPT pode contribuir para examinar e melhorar os códigos, a partir de um "diálogo" com o programador. 
Essa capacidade de gerar respostas para qualquer tipo de pergunta é extremamente promissora, mas também assustadora. Quando um usuário pede a elaboração de malware (ou seja, software malicioso tipicamente usado para ataques de hackers), o ChatGPT entrega rapidamente um ótimo rascunho de código que permitiria – ou pelo menos facilitaria enormemente – ataques particularmente perniciosos, mesmo se o perpetrador fosse um novato. 
Por enquanto, ninguém parece ainda ter pedido ao ChatGPT para elaborar uma série de notícias falsas para causar danos a personalidades ou instituições públicas, mas o sistema performou muito bem na redação de emails de phishing a ser enviados para golpes online. Pode-se imaginar que o mesmo tipo de performance de alto nível possa ser alcançado com a elaboração de fake news. 
Talvez uma das aplicações de maior sucesso do chat poderia ser a pesquisa acadêmica, que nos obriga a repensar radicalmente como as competências intelectuais dos indivíduos são avaliadas. Que sentido pode fazer avaliar um estudante com um trabalho de conclusão de curso ou um ensaio se tais trabalhos podem ser elaborados em poucos segundos pelo ChatGPT? 
A ICML (International Conference on Machine Learning), uma das mais prestigiadas conferências de IA do mundo, já proibiu o uso de ferramentas como o ChatGPT para escrever ou corrigir artigos científicos. Essa decisão deu ensejo a um debate ético na academia e entre os profissionais de machine learning. 
Algumas das questões éticas levantadas pela conferência foram a dificuldade em distinguir textos escritos pelo chat de textos de autoria humana e que seu uso permite a reformulação de textos disponíveis na internet, sem creditar os autores originais. 
O plágio é considerado um problema grave nas instituições de ensino, mas sistemas como o ChatGPT tornam a prática extremamente mais fácil e, ao mesmo tempo, difícil de se detectar. Embora a proibição estabelecida pela ICML seja totalmente compreensível, sua implementação parece extremamente difícil. Ainda não está claro como o comitê organizador da ICML –ou qualquer outra pessoa– poderia determinar se um texto foi elaborado com o auxílio dessas ferramentas. 
As aplicações do ChatGPT podem ser extremamente valiosas e poupar milhões de horas de trabalho em redação de emails, notas, planos, projetos, software etc. Porém, ao lado de usos amigáveis e de boa-fé vêm muitos outros potenciais (ab)usos muito menos nobres. 
A finalidade pela qual qualquer tecnologia é usada depende de seu usuário. Mas o desenvolvedor não pode ser totalmente isento de responsabilidade e deve ter um dever de cuidado quando a tecnologia pode facilmente ser utilizada para finalidades nocivas. 
O ChatGPT levanta questões muito relevantes de cibersegurança, de proteção de dados, de pedagogia e de ética. Nos obriga a repensar nossa relação com IA a fim de começar a considerar a necessidade de evoluir com ela, nos tornando mais inteligentes e preparados graças a ela. A outra opção, mais preguiçosa, e muito mais perniciosa: nos tornar dependentes ao invés de protagonistas da IA. 
A chegada de um tipo de IA mais complexo e desafiador nos obriga a analisar todos os efeitos, sejam positivos ou negativos, de tais avanços, a nos preparar de maneira séria e entender como regular de forma eficiente. 
(*) Luca Belli é professor e coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio. Nina da Hora é pesquisadora especialista em IA e cibersegurança no CTS-FGV. 
Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/tec/2023/01/chatgpt-o-que-anima-e-o-que-assusta-na-nova-inteligencia-artificial.shtml>. Acesso em 28 fev. 2023.
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I.    O objetivo da charge é evidenciar os benefícios da tecnologia, especialmente da inteligência artificial, que supera a capacidade humana na elaboração de textos, aspecto também abordado pelo artigo de opinião.
II.    Segundo o artigo, as finalidades nocivas de qualquer tecnologia dependem dos usuários e, por isso, os desenvolvedoresde novas ferramentas devem ser isentos de qualquer responsabilidade.
III.    O artigo e a charge revelam questões éticas no uso do ChatGPT, pois abordam o problema da autoria no uso da ferramenta na produção de textos. 
Assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
Apenas a afirmativa III é correta.
	
	
	
· Pergunta 16
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia a charge e o texto.
 
Um artigo publicado recentemente na revista 9ª Arte tem como tema a baixa participação da população negra na arte do Brasil, mais especificamente nos quadrinhos, apesar de serem a maioria da população. No trabalho intitulado “A maioria da população brasileira é minoria nos quadrinhos”, Roberto Elísio dos Santos, livre-docente em Ciências da Comunicação na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, tomou como inspiração os estudos do pesquisador Nobu Chinen sobre a quase inexistência do negro como personagem da chamada 9ª arte, as histórias em quadrinhos (HQs). Visto que a maioria da população brasileira é negra, não faz sentido tão poucos personagens negros nas histórias em quadrinhos.  
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento populacional, 43,1% dos brasileiros entrevistados se declaram brancos, 9,3% pretos e 46,5% pardos.
A situação de preconceito, nos meios artísticos, vem mudando aos poucos, “mas a presença de personagens negros nos produtos midiáticos não reflete os dados sociais do país. Se somos, então, um país negro, onde estão os pretos e pardos nos meios de comunicação?”, questiona Chinen. A história brasileira mostra 400 anos de escravidão, ao longo dos quais a exclusão, a discriminação e o racismo determinaram as condições econômicas precárias, desumanas, acompanhadas pelo difícil acesso dos afrodescendentes à educação e ao digno convívio social de igualdade.
A arte, em particular as histórias em quadrinhos, reflete as condições preconceituosas enfrentadas pela população negra, expressas graficamente com a imagem negativa do negro nesse tipo de publicação artística. Os padrões europeus dos corpos conceituados como “normais e perfeitos” sempre colocaram à margem etnias diferentes. Santos cita a revista Gibi, lançada em 1939 e publicada até os anos 1990, em que o personagem Pererê, historicamente o mais bem-sucedido personagem negro das histórias em quadrinhos, não é baseado em um ser real, é um ser mitológico do folclore brasileiro. Na revista “O Tico-Tico” (de 1905 a 1962), o garoto negro Giby era empregado da família.
O artista J. Carlos, em 1924, apresenta sua personagem Lamparina, uma menina negra, como alguém “que ostenta um aspecto de animal […], com os braços nas proporções de um chimpanzé”. Destaca-se que, segundo o pesquisador Chinen, esse “talvez seja o caso mais notório de uma representação negativa do negro nos quadrinhos brasileiros”. As precárias condições de vida dos afrodescendentes brasileiros foram retratadas de maneira crítica, em nossa história mais recente, por cartunistas engajados socialmente como Novaes, Henfil e, mais notadamente Edgar Vasques. Nobu Chinen, afirma Santos, “faz um inventário dos personagens negros infantis”, pondo em cena “personagens pouco conhecidos ou esquecidos que formaram, por meio dos quadrinhos, uma visão dos afrodescendentes brasileiros, mais próximos ou distantes da grande parcela da população do Brasil”.
Disponível em <https://jornal.usp.br/ciencias/qual-o-papel-dos-personagens-negros-nas-historias-em-quadrinhos-brasileiras/>. Acesso em 7 mar. 2023 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I. O texto afirma que a população negra é sub-representada nas histórias em quadrinhos como consequência do fato de uma minoria dos brasileiros (9,3% do total) se considerar preta.
II.  A charge mostra que muitos negros conseguiram ser reconhecidos pelos seus feitos, o que refuta as informações presentes no texto.
III. O fato de o Pererê ser o personagem negro mais bem-sucedido na história dos quadrinhos brasileiros deve-se a ele representar um ser mitológico.
Assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	b. 
Nenhuma afirmativa é correta.
	
	
	
· Pergunta 17
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto, publicado em 10 de janeiro de 2023, pela agência de notícias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inflação sobe 0,62% em dezembro e fecha 2022 com alta de 5,79%
Com alta de 0,62% em dezembro, a inflação fechou o ano de 2022 com um aumento de 5,79%, abaixo dos 10,06% registrados em 2021. Com o resultado, é a quarta vez consecutiva que a inflação fica acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que em 2022 era de 3,5% e teto de 5%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (10) pelo IBGE.
O resultado de 2022 foi influenciado principalmente pelo grupo Alimentação e bebidas (11,64%), que teve o maior impacto (2,41 p.p.) no acumulado do ano. Em seguida, Saúde e cuidados pessoais, com 11,43% de variação e 1,42 p.p. de impacto. A maior variação veio do grupo Vestuário (18,02%), que teve altas acima de 1% em 10 dos 12 meses do ano. O grupo Habitação ficou próximo da estabilidade, com 0,07% de variação, e os Transportes (-1,29%) tiveram a maior queda e o impacto negativo mais intenso (-0,28 p.p.) entre os nove grupos pesquisados.
 
A alimentação no domicílio (13,23%) exerceu a maior influência na alta de 11,64% do grupo “alimentação e bebidas”. Os destaques foram a cebola (130,14%), que teve a maior alta entre os 377 subitens que compõem o IPCA, e o leite longa vida (26,18%), que contribuiu com o maior impacto (0,17 p.p.) entre os alimentos para consumo no domicílio. Vale mencionar também a batata-inglesa (51,92%), as frutas (24,00%) e o pão francês (18,03%).
A alimentação fora do domicílio, por sua vez, subiu 7,47%. Enquanto a refeição teve aumento de 5,86%, a alta do lanche foi de 10,67%.
No grupo “saúde e cuidados pessoais” (11,43%), a principal contribuição (0,61 p.p.) veio dos itens de higiene pessoal (16,69%), em especial os perfumes (22,61%) e os produtos para cabelo (14,97%). Outro destaque foi o plano de saúde, com alta de 6,90% e impacto de 0,25 p.p. no IPCA acumulado do ano. Vale destacar também a alta de 13,52% dos produtos farmacêuticos.
Disponível em <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/36051-inflacao-sobe-0-62- em-dezembro-e-fecha-2022-com-alta-de-5-79>. Acesso em 11 jan. 2023 (com adaptações).
De acordo com as informações apresentadas no texto, avalie as afirmativas.
I.    Considerado apenas o período disponível no gráfico, 2015 foi o ano com maior inflação acumulada no país.
II.    A pesquisa do IBGE considera que o item “alimentação no domicílio” é uma subcategoria do grupo “alimentação e bebidas”.
III.    O IBGE considerou nove grupos na pesquisa. Entre eles, estão os grupos “alimentação e bebidas”, “saúde e cuidados pessoais” e “higiene pessoal”. 
É correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	c. 
I e II, apenas.
	
	
	
· Pergunta 18
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto e a charge.
Finlândia inclui disciplina de “combate à desinformação” nas escolas
Alfabetização midiática integra currículo das escolas da Finlândia desde a pré-escola até o ensino médio e ajuda o país a ter um dos sistemas de ensino mais produtivos do mundo
Julia Possa
Nas escolas da Finlândia, aprender a identificar notícias falsas e desinformação é tão importante quanto ciências ou matemática. O país europeu de 5,5 milhões de habitantes incluiu a disciplina de “alfabetização midiática” no currículo escolar desde as séries primárias. 
Entre as atividades, professores pedem aos alunos que editem seus próprios vídeos e imagens – uma forma de fazê-los perceber como é fácil manipular informações. Eles também aprendem sobre o funcionamento dos algoritmos e como ler notícias. 
Juntos, os estudantes discutem como e quando artigos foram escritos e quais são os objetivos do autor. “Só porque é uma coisa boa ou legal, não significaque seja verdadeira ou válida”, explicou Saara Martikka, professora da cidade finlandesa de Hameenlinna, ao jornal “New York Times”. 
Em sala de aula, Martikka começa do básico: ensina a diferença entre o que os alunos veem no Instagram e no TikTok daquilo que está nos jornais. “Não há como entender notícias falsas ou desinformação se antes não souberem a diferença entre mídias sociais e jornalismo”, disse. 
As professoras finlandesas contam que sentiram um claro declínio nas habilidades de compreensão de leitura nos últimos anos. A hipótese é que os alunos passam menos tempo sobre os livros, e mais sobre videogames e vídeos. 
Nas mídias eletrônicas, a demanda do processo cognitivo é menor e os períodos de atenção tornam-se mais curtos, o que faz com que os jovens se tornem mais vulneráveis às notícias falsas ou não conquistem conhecimento suficiente para identificar informações enganosas. 
Ainda que os estudantes tenham crescido com a mídia social, isso não é sinônimo de que saibam como identificar e se proteger da desinformação. Em 2022, um estudo da Universidade de Northumbria, do Reino Unido, apontou que a adolescência é o momento em que os jovens estão mais propensos a acreditar nas teorias da conspiração. 
Fórmula do sucesso 
Os esforços das escolas da Finlândia têm dado resultados. O país ficou em primeiro lugar em resiliência contra a desinformação entre as 41 nações da Europa. Com um dos melhores sistemas educacionais do mundo, a Finlândia se destaca pelo quinto ano consecutivo na pesquisa da organização Open Society. 
O levantamento mostra que, depois dos finlandeses, os países mais resilientes contra a desinformação foram Noruega, Dinamarca, Estônia, Irlanda e Suécia. No final da lista estão Geórgia, Macedônia do Norte, Kosovo, Bósnia e Herzegovina e Albânia. 
Na prática, a Finlândia tem um contexto que facilita a aplicação de um programa institucionalizado contra a desinformação. Por lá, o sistema de ensino público e professores são respeitados, há confiança no governo e a faculdade é 100% gratuita. 
Além disso, só pessoas que moram por lá falam o finlandês, o que facilita a identificação de artigos falsos. Também fica fácil distinguir o conteúdo escrito por falantes não nativos por causa de possíveis erros gramaticais e de sintaxe. 
Disponível em <https://gizmodo.uol.com.br/finlandia-inclui-disciplina-de-combate-a-desinformacao-nas-escolas/amp/?fbclid=IwAR0y6BgGyxrILb71e7YQpJngUQ_2Uaqzrgz8cpGaX45doYMX_oK8U_7jCx8>. Acesso em 10 jan. 2023.
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I.    O texto e a charge apontam as redes sociais como meios utilizados para a proliferação de fake news.
II.    Os professores finlandeses incentivam os estudantes a produzirem e a divulgarem, nas redes sociais, vídeos falsos para que eles compreendam todo o processo de geração de informação.
III.    De acordo com o texto, é importante que os estudantes saibam diferenciar notícias produzidas por jornalistas daquelas divulgadas por outras fontes.
IV.    Segundo o texto, devido à sintaxe da língua finlandesa, não é possível produzir fake news no idioma.
É correto o que se afirma apenas em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
I e III.
	
	
	
· Pergunta 19
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto e a charge, que se referem à libertação de trabalhadores em condições análogas à escravidão na produção de vinhos no sul do país. O fato foi muito noticiado em fevereiro de 2023.
A escravidão é branca
O problema da cura dessa cegueira seletiva não vai se resolver com escândalos pontuais, mas a partir de comprometimentos individuais e coletivos permanentes
Por Rodrigo Trindade, juiz da Justiça do Trabalho da 4ª Região e professor
José Saramago foi um dos mais importantes intelectuais da língua portuguesa e utilizou a literatura para fazer críticas à sociedade. Em seu livro “Ensaio sobre a Cegueira”, de 1995, utilizou a figura de uma epidemia que levava à perda da visão para denunciar a alienação do homem em relação a ele mesmo. A “cegueira branca” era a denúncia do egoísmo, da covardia e da perda de empatia.
O episódio do resgate de trabalhadores em Bento Gonçalves também chama à reflexão em torno de um seletivo embaçamento perceptivo que simplesmente não vê ou tem dificuldades de enxergar duas centenas de pessoas escravizadas em sua vizinhança. Como se fosse possível que chegassem e trabalhassem invisíveis, para, logo depois, desaparecerem.
Condições degradantes, castigos físicos, jornadas exaustivas, submissão a dívidas e impedimento de retorno a suas casas. Esses são, precisamente, os elementos que caracterizam a escravidão contemporânea e foram relatados por representantes dos resgatados.
A prática da arregimentação de trabalhadores em outros Estados para colheitas no norte do RS existe há anos. Ocorre em condições, no mínimo, temerárias e com fiscalização historicamente insuficiente – principalmente pelo desaparelhamento dos órgãos responsáveis. Foi necessário que um escravizado fugisse e procurasse a polícia para alertar autoridades sobre a situação.
Nos últimos anos, por todo o Brasil, se avolumam denúncias de trabalho escravo urbano e rural. Semanalmente, nos deparamos com notícias de empresas, quase sempre tomadoras de serviços, que se utilizam de terceirizados escravizados e se defendem com um “não sabia”, “não me avisaram”, “não vi”.
O problema da cura dessa cegueira seletiva não vai se resolver com escândalos pontuais, mas a partir de comprometimentos individuais e coletivos permanentes. Sem desviar o olhar e dando os nomes certos aos fatos.
Disponível em <https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/noticia/2023/03/a-escravidao-e-branca-cleqa9yfh003h016mcemsd6xk.html?fbclid=IwAR1n2kByaIb6T3dFbsZ8YPquIdb3VpyJ6YM-0Db1XgtFHZ6M6hwf4m6iVAQ>. Acesso em 02 mar. 2023.
   
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I.    Segundo o texto, a escravidão contemporânea difere da praticada na colonização por vários fatores; o principal deles é o de que os trabalhadores escravizados atualmente são brancos.
II.    A charge contraria o artigo, pois mostra que os consumidores não são alienados ou “cegos” e têm poder de escolha na hora do consumo.
III.    Para o autor do artigo, ações de combate ao trabalho escravo, como ocorreu em Bento Gonçalves, são inúteis, uma vez que se perdeu a empatia.
Assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	b. 
Nenhuma afirmativa é correta.
	
	
	
· Pergunta 20
0,5 em 0,5 pontos
	
	
	
	Leia o texto, de autoria de Laura Mattos, e a charge.
Inteligência artificial ajuda aluno a escrever redação nas escolas
“A inteligência artificial tornou-se uma ferramenta cada vez mais importante no campo da educação e uma das maneiras mais emocionantes de usá-la é ajudar os estudantes a melhorar suas habilidades de escrita”.
Foi assim que a nova vedete da inteligência artificial, a plataforma ChatGPT, iniciou um texto de seis parágrafos quando a “Folha” lhe enviou a seguinte solicitação: "Escreva um artigo sobre o uso da inteligência artificial para estudantes aprenderem a escrever redação".
O artigo ficou pronto em 50,5 segundos. Ainda no primeiro parágrafo, o robô prosseguiu afirmando que as ferramentas "podem fornecer aos estudantes feedback instantâneo sobre seus ensaios, ajudando-os a identificar erros e a melhorar sua escrita com o tempo".
Se é realmente "emocionante", isso já é um juízo de valor feito pelo robô do ChatGPT, mas, de fato, como o texto aponta, essa ferramenta começa a se disseminar na educação, e escolas brasileiras, públicas e particulares, passaram a adotá-la.
Em São Paulo, a inteligência artificial para esse fim deverá ser introduzida nas escolas estaduais ainda neste semestre, de acordo com o secretário de educação, Renato Feder. "Teremos um programa que apontará instantaneamente para o aluno erros gramaticais, ortográficos e de pontuação, além de explicar a regra", afirmou o secretário à “Folha”. Posteriormente, a redação deve ser encaminhada ao professor, e a plataforma sistematiza a sua correção fazendo ao docente perguntas como "Qual é a aderência dotexto ao tema proposto?", "Trabalha com a argumentação?", "Usa raciocínio lógico?", "Traz uma conclusão?".
Segundo Feder, a ferramenta será desenvolvida pela Secretaria de Educação, da mesma forma que o programa implementado nas escolas paranaenses quando ele foi secretário. O “Redação Paraná” foi criado no primeiro ano da pandemia e é utilizado por estudantes do 6º ao 9º ano e do ensino médio.
O Governo do Espírito Santo também aderiu a essa tecnologia, a partir de parceria com uma startup, a Letrus.
Essa mesma tecnologia já foi utilizada em escolas públicas da Paraíba, do Pará, de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, por meio de projetos financiados por institutos sociais, e atualmente está presente em escolas da Fundação Bradesco e em instituições voltadas à classe A de São Paulo, como a rede Pueri Domus e as escolas do Grupo Bahema, entre as quais a Escola da Vila e a Escola Viva. A Letrus diz ser utilizada por 180 mil estudantes no país - o custo médio programa gira em torno de R$ 100 por aluno por ano.
Professor de língua portuguesa e fundador da empresa, Luís Junqueira admite que, por melhor que seja, uma ferramenta de inteligência artificial não consegue substituir o olhar humano.
"Mas facilita o trabalho do professor e pode orientá-lo sobre que dificuldades devem ser observadas", diz ele. "Também é importante o estímulo que o estudante tem ao receber um feedback rápido da sua redação. No Brasil, a maioria dos estudantes não consegue ter os seus textos lidos por professores."
A Letrus defende que a ferramenta precisa ser integrada ao currículo escolar, com treinamento dos professores, para que saibam utilizá-la em aula, além de monitorar o desenvolvimento de cada aluno por meio de um histórico de dados e estatísticas.
Plataformas com essa proposta, portanto, segundo ele, diferenciam-se de sites e aplicativos que oferecem correção de redação instantânea gratuitamente (há serviços pagos, como o de escolher um tema livre). Entre elas já se tornaram conhecidas de professores brasileiros a Glau e a Grammarly.
Além de erros gramaticais e ortográficos, as ferramentas se dizem capazes de analisar, em algum grau, a construção de frases e a fluência do texto e, também, de evitar plágios, pesquisando outros textos online ou barrando a possibilidade de copiar e colar.
Mestre em linguística aplicada e professor do Instituto Singularidades, que forma professores e gestores da educação, Maurício Canuto afirma que essas ferramentas podem ser úteis, "desde que consideradas como complementares e sempre utilizadas com a mediação do docente". "A tecnologia pode apontar um erro de pontuação, por exemplo, e explicar a regra, mas não garante que o aluno entenderá."
O professor dá aula de português na rede municipal de São Paulo e sugere essas ferramentas aos seus alunos. Ele diz ser preciso cuidado para que a criatividade não seja tolhida. "Essas ferramentas utilizam modelos de textos", diz. "Isso pode ir na contramão do que a BNCC [Base Nacional Comum Curricular] determina, que o aprendizado busque novas linguagens, interações e que evite fórmulas estáticas."
Ponderação semelhante faz Adriano Chan, corretor de redação de vestibulares e doutorando da Unesp em linguística cognitiva, que lida com os modelos do pensamento algorítmico. "Na língua, temos os usos que seguem padrões e os que não seguem, e esses casos não são identificados por essas ferramentas."
Para Chan, que é proprietário de um curso de redação em São Paulo, essas ferramentas "podem ajudar o professor a ser mais eficaz", desde que utilizadas com cautela. "Essas plataformas trabalham com modelos de texto. Procuram as palavras no primeiro parágrafo e avaliam como se relacionam com o restante da escrita. Isso não funciona para alunos mais criativos, para redações mais sofisticadas."
A ponderação entre aspectos positivos e negativos, aliás, não está presente no texto do ChatGPT feito a pedido da “Folha”, que só apontou vantagens do uso da inteligência artificial. A conclusão do robô é que o uso "emocionante" da ferramenta pode transformar alunos em "escritores competentes".
Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2023/02/escolas-adotam-inteligencia-artificial-para-ajudar-aluno-a-escrever-redacao.shtml#:~:text=%22A%20intelig%C3%AAncia%20artificial%20tornou%2Dse,melhorar%20suas%20habilidades%20de%20escrita.%22>. Acesso em 16 mar. 2023 (com adaptações).
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I.    De acordo com a charge e com os especialistas apresentados no texto, a ferramenta ChatGPT substitui plenamente a figura humana, pois sua tecnologia permite que ela realize com eficiência todas as tarefas.
II.    O texto escrito pela ferramenta ChatGPT, mencionado no artigo, pondera sobre os aspectos positivos e negativos da inteligência artificial para os estudantes e é um exemplo claro do potencial dessa tecnologia.
III.    Segundo o secretário de educação de São Paulo, uma ferramenta específica será utilizada nas escolas públicas e apontará aos estudantes os erros gramaticais em seus textos.
É correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	c. 
III, apenas.

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