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Ciclo de Lewis A linha azul indica a pressão intraventricular, e a linha cinza clara indica a pressão intratrial. No primeiro momento essas pressões estão baixas indicando o momento da diástole. Conforme o ciclo segue há um crossover entre a linha cinza clara e a linha azul, demonstrando o momento do fechamento das valvas atrioventriculares (mitral principalmente). Entre o fechamento da valva mitral e a abertura da valva aortica existe o período de contração isovolumetrica, na qual ambas as valvas estão fechadas, a pressão cresce subitamente e o volume não se altera. Essa pressão deve aumentar (80mmHg) até que ultrapassa a pressão diastólica da aorta, assim, a valva aórtica abre e tem o período de ejeção ventricular. As pressões aorticas e ventriculares permanecem semelhantes por um curto período, até que a pressão ventricular diminui, caindo abaixo da aortica. Nesse momento, a válvula aortica se fecha, fazendo com que o fluxo que estava indo para a circulação sistêmica volte e colida com a válvula aortica, provocando o som da segunda bulha cardíaca (B2). Nesse momento, a pressão ventricular começa a cair, e abre a valva mitral, com o enchimento isovolumetrico (alteração de pressões mas não de volume). Quando a pressão do átrio fica maior que a pressão do ventrículo, o sangue “foge” para o ventrículo abrindo a valva mitral, liberando passivamente 70% do seu conteúdo sanguíneo, sendo que 30% vai ser ejetada a partir da contração atrial. Se houver encontro do sangue 70% de ejeção passiva do átrio, com o sangue residual do ventrículo temos um som, que trata-se da terceira bulha (um som protodiastolico). Conhecido como ritmo de galope protodiastolico. (TUM TA TA). Incisura dicrótica: é um leve aumento da pressão aortica depois que ocorre o fechamento da válvula aortica, e quando isso acontece a coluna de sangue que acabou de sair retorna, batendo na válvula fechada, aumentando a pressão dentro do vaso. Essa incisura é importante, pois todo pulso arterial deve possuí-la.B2 A segunda bulha coincide com o fechamento da válvula aórtica. O barulho não é causado pelo fechamento da valva e sim de eventos dependentes do fechamento da valva. Primeira bulha A pressão do lado esquerdo é muito maior que do lado direito. O som da primeira bulha é produzido muito mais pela mitral do que pela tricúspide. Se tem dois componentes pode desdobrar, mas, é mais difícil perguntar sobre desdobramento de primeira bulha nas provas de residência. Ocorre devido ao fechamento das valvas mitrais e tricúspide (muito mais pela mitral do que pela tricúspide devido a maior pressão do lado esquerdo). Se tivermos um bloqueio de ramo esquerdo, primeiro vou despolarizar o lado direito e depois o esquerdo. Se o componente tricúspide já é atrasado, se tivermos um bloqueio do ramo direito, vai atrasar tudo, podemos até ouvir o desdobramento de B1. Fase do ciclo cardíaco em que as duas valvas estão fechadas, é a fase isovolumetrica. A valva mitral tende a fechar antes da valva tricúspide. Algumas coisas podem alterar a intensidade de B1: quanto menos tempo levar para subir pressão, maior a eficiência do coração. O paciente com insuficiência cardíaca é o paciente tem uma hipofonese de B1, porque o coração está mais fraco. Avaliação da primeira bulha: intensidade, variabilidade, desdobramento, localização da máxima intensidade, efeito da respiração. Cardiologia Dois pacientes um com uma pressão de 60mmHg e o outro com 80mmHg, qual desses vai ter maior hiperfonese de B1? Mecanismo de Franklin Stalin (quando maior o volume de sangue que entra no coração, maior a distensão das câmaras e maior a força de contratilidade), vai ser o coração com 60mmHg que vai ter maior hiperfonese. Com isso, uma pessoa com bradicardia tende a ter B1 mais alta do que uma pessoa com taquicardia. Assim, quanto maior o volume, mais força, mais hiperfonetico, menor a pressão. Lembrando que: pressão é inversamente proporcional ao volume. Paciente com fibrilação atrial, diástoles maiores, B1 mais intensa, hiperfonetica. O batimento extra sistólico, tem pequeno enchimento e com uma B1 muito baixa, hipofonetica mas, após esse batimento extrasitolico, vai ter um batimento muito alto, devido ao maior intervalo de tempo entre os batimentos. A válvula mitral fecha antes da válvula tricúspide devido a maior pressão do lado esquerdo do coração. Nesse sentido, se houver um bloqueio de ramo esquerdo, o fechamento da mitral vai coincidir com o tricúspide e assim temos apenas um som, esses som vão coincidir. Caso haja um bloqueio de ramo direito, vamos ouvir um desdobramento, uma vez que a mitral irá fechar e depois de muito mais tempo a tricúspide fecha, ocorrendo desdobramento de primeira bulha patológico. Segunda bulha Deve-se ouvir muito tempo. Tem dois componentes, o aórtico e o pulmonar. O aórtico vem primeiro, a pressão média da aorta é muito superior da artéria pulmonar. O pulmão é um órgão de baixa resistência e alta complacência, tem uma inércia muito grande, e para a fechar demora mais. E normalmente a segunda bulha já é desdobrada, principalmente quando o paciente inspira, porque durante a inspiração o sangue é enviado para dentro do coração, a jugular até faz um buraco, o ventrículo direito fica com uma pressão menor e o sangue é empurrado para o coração. O melhor local de ausculta 2° espaço intercostal esquerdo, no foco pulmonar. Foco pulmonar, 2° espaco intercostal esquerdo: a direção do som vai para o segundo espaço intercostal. Foco acessório (3°espaço intercostal esquerdo), é a área que eu devo colocar o esteto primeiro no paciente. Tudo irá migrar para essa região. Um desdobramento fisiológico, é quando eu peço para o paciente inspirar, eu consigo perceber essa diferença que é completamente fisiológica. Cada um dos componentes, o aórtico e o pulmonar coincide com a incisura do respectivo pulso arterial. A válvula pulmonar fecha depois da valva aortica, com bloqueio de ramo direito, vai piorar esse atraso, vamos perceber um desdobramento largo dessa bulha. Existe uma situação patológica na qual B2 apresenta um desdobramento na expiração, que se acentua na inspiração profunda. É conhecido como desdobramento largo e constante e pode surgerir estenose pulmonar (dificulta a passagem do sangue e retarda o fechamento da valva pulmonar), retardo eletromecânico do VD (bloqueio de ramo direito), no marca-passo implantado no VE e na extra sístole ventricular oriunda do VE (regurgitação mitral severa ou CIV não obstrutiva). O paciente está expirando, e continuo ouvindo desdobramento largo, e quando ele inspira ele o desdobramento some, isso é chamado de desdobramento paradoxal. No bloqueio de ramo esquerdo o componente aórtico já esta mais atrasado que o pulmonar, e quando inspiro eu faço com que o componente pulmonar seja junto com o componente aórtico. Se o paciente não tiver sopro, pode cravar como bloqueio de ramo esquerdo. Se tiver sopro, esse componente aórtico atrasado pode ser uma estenose aortica esquerda. Em suma o componente aórtico surge depois ou junto com o pulmonar, indicando ou bloqueio de ramo esquerdo ou estenose aortica. Desdobramento largo e fixo: isso acontece quando eu peço para o paciente inspirar e continua fixo o desdobramento. É uma comunicação interatrial. É um buraco entre os dois átrios. Ou seja, é auscultado tanto na inspiração como na expiração sem que haja alteração entre esses dois momentos. É comum na comunicação interatrial congênita, doença na qual o sangue do átrio esquerdo flui para o átrio direito devido a maior pressão exercida no primeiro (patologia acianogenica, pois não mistura sangue venoso com sangue arterial, e sim sangue arterial com sangue venoso). Como na inspiração há um aumento da pressão no átrio direito, esse fluxo patológico é cessado. Diferentemente, na expiração, comoa pressão do átrio direito não se altera, permanecendo mais baixa do que a do átrio esquerdo, o fluxo patológico retorna. Por esse motivo, a quantidade de sangue e de pressão no ventrículo direito continua o mesmo na inspiração e expiração, não alterando a intensidade da bulha. Caso essa doença não seja tratada no momento certo, a criança pode desenvolver uma hipertensao pulmonar irreversível pela insuficiência do ventrículo direito. Por consequência, essa hipertensao aumenta a pressão do átrio direito, fazendo com que o fluxo mude de direção e cause cianose devido a ejeção de sangue venoso para os tecidos. (Síndrome de Eisenmenger). Estenose pulmonar, maior tempo de ejeção, a pulmonar já fecha depois da aortica, e ainda com a estenose tem um grande atraso, vai ter desdobramento grande. Ruídos anormais no ciclo cardíaco Click valvar aórtico: a denominação click é a inversão da cúpula de uma válvula. Que é bem audível, porque tem alta frequência. A importância de ouvir isso, é porque estão em doentes. Na estenose aórtica muda a textura da valva e ela clica. Vai ser um clique sistólico ou protosistolico. (TUM cli TA). Quando o sangue sai do ventrículo e vai para a aorta, ele empurra a válvula aortica, mas como ela está deficiente, ela retorna, fazendo barulho. Ele surge em estenose aorticas não severas. Na estenose aortica grave não tem mais click, isso indica gravidade, porque ela já está calcificada, está com dificuldade de abrir espontaneamente. A fisiopatologia é que ela não abre eficientemente. Click valvar pulmonar: vai ser muito menos intenso porque o VD é bem menos intenso que o VE. Vai ser quando ocorre a inversão da cúpula da valva pulmonar, é um ruído protosistolico que surge em estenose pulmonares não severas. Click da valva mitral ou prolapso de valva mitral: ruído de alta frequência (Auscultado pelo diafragma do estetoscópio) que ocorre geralmente em posição mesosistolica, no momento de tensão máxima do folheto valvar, ou seja, logo após o fechamento da válvula mitral. É melhor audível no ápex, podendo ser único ou múltiplo. Para diferencia-lo de um click aórtico, deve-se realizar algumas manobras que alteram sua posição na sístole (não alteram o click aórtico). É uma condição congênita que o anel valvar é maior que os folhetos. A. Posição ortostática: click se aproxima de B1. As paredes do coração se aproximam, facilitando o prolapso. B. Decúbito dorsal: click se afasta de B1, as paredes do coração se afastam, dificultando o prolapso. C. Posição de cócoras: click se afasta mais ainda de B1. A válvula vai estufar para dentro do átrio. Prolapsos incompetentes são aqueles nos quais além de ocorrer uma retração da cúpula, há também um vazamento do sangue devido ao mal fechamento da valva. Nesses casos o sopro pode aparecer. Estalido de abertura das valvas atrioventriculares: a abertura das valvas não vai gerar ruídos. A valva abre e fecha, por mecanismos hemodinâmicos de gradiente de pressão. Quando a valva está doente como por febre reumática, o tecido da valva começa a ficar mais rígido, estreitando sua abertura, chamada de estenose, faz com que a pressão na cavidade atrial esquerda fique muito grande. Antes da válvula abrir, ela vai herniar para dentro do ventrículo esquerdo, isso vai ser chamado de estalido da válvula mitral. Vai ser um estalido diastólico na protodiastole. Vai ocorrer na estenose tricúspide também, mas é bem mais raro, devido a menor pressão do lado direito do coração. É um ruído de alta frequência, ocorre na protodiastole, vai ocorrer logo após o fechamento da válvula aortica. Vai ser como um desdobramento da segunda bulha um pouco mais tardio, e vai ser melhor audível no ápex (ponta do coração), e como é de muita alta frequência pode ser confundido com desdobramento de B2. Na radiografia de tórax PA importante ver: silhueta cardíaca direita- ventrículo direito, átrio direita. Silhueta cardíaca esquerda apenas ventrículo esquerdo. Na tetralogia de Falot, vai aumentar o ventrículo direito, e vai formar o coração em bota. Em DPOC podemos ter abaulamento do tronco da artéria pulmonar. Podemos ter um sopro diastólico, começa muito forte na protodiastole, equaliza depois e aumenta ao final. Isso quer dizer que o paciente esta em ritmo sinusal, ou seja, tem contracao atrial e acontece na telediastole. Se o paciente estiver fibrilação atrial que também é comum em pacientes com estenose mitral, ele perde o reforço sistólico. Em fibrilação atrial o átrio não contrai. Quanto maior a pressão no átrio esquerdo maior a gravidade da estenose mitral. Estalido de abertura ocorre depois da segunda bulha. Quanto mais próximo o estalido da segunda bulha mais grave é o sopro, porque maior é a pressa do átrio esquerdo. Ex: TÁ da segunda bulha fechamento das valvas semilunares, se o estalido for logo em seguida, significa que a pressão no átrio está tão grande que ele logo vai expulsar o sangue para o ventrículo. Paciente hipervolêmico, e estenose mitral, o estalido vai ser maior, pode causar edema agudo de pulmão. Esse modelo de paciente não suporta esforço, a bradicardia é melhor para esse paciente, não suporta taquicardia, então a fase 4 do eletro deve estar horizontalizada. Taquicardia em um paciente que tem um átrio sobrecarregado por uma valva doente, não tem enchimento lento, o átrio não é capaz de ejetar sangue para o ventrículo. Momento do crossover onde cruza a pressão aortica com a pressão do ventrículo. (Rever) Incisura dicrótica: é um leve aumento da pressão aortica depois que ocorre o fechamento da válvula aortica, e quando isso acontece a coluna de sangue que acabou de sair retorna, batendo na válvula fechada, aumentando a pressão dentro do vaso. Essa incisura é importante, pois todo pulso arterial deve possuí-la. Atrito pericárdio: altamente específico para o diagnóstico de pericardite aguda. Patognomônico de pericardite. 100% de especificidade. Se assemelha a um papel rasgado. Está atritando os dois folhetos pericárdicos, todo momento que mexer esse coração vai ranger. É melhor audível com o diafragma do estetoscópio. É melhor audível na borda esternal esquerda. Um som de alta frequência. Auscultar em apneia, existe uma patologia chamada atrito pleural, para ser confundível é necessário um atrito pleural de lingula. Lembrando, a lingula do pulmão é a parte anatômica que encosta no coração, assim, se for um atrito pleural confundível com um atrito pericárdico, deverá ser um atrito pleural na região da língua. Se o paciente ficar em apneia e o atrito desaparecer, indica que o atrito é pericárdico. É uma dor indolente, vai ser um desconforto, tem caráter lancinante, em facada, e o paciente sente melhora em posição de prece maometana, ocorre cerca de 10-15 dias depois de infecção de vias aéreas superiores. Derrame pericárdico, tende a separar os dois folhetos, a presença de atrito não assegura que esse paciente tenha derrame. Está presente em cerca de ¼ dos casos de tamponamento. O ECG está alterado em pacientes com pericardite. Tamponamento: o ventrículo direito é dependente de um gradiente de pressão diferentemente do ventrículo esquerdo, assim, quando ocorre um derrame pleural, líquido pode pressionar o ventrículo direito, e ele colaba, nesse sentido, o coração continua com uma atividade elétrica (o sistema excitocondutor está normal) apenas o VD que não consegue receber o sangue e enviar para o pulmão. Tamponamento é causa de choque cardiogênico. A presença de sopro telediastolico, indica maior gravidade da estenose mitral. Terceira bulha B3 Um resíduo sistolico sempre fica nos ventrículos cerca de 20%, na fase de enchimento rápido passivo protodiastole, cai cerca de 30% dos átrios, apenas por diferença de pressão. Em um paciente que está com disfunção miocardica sistólica, esta com uma fração deejeção 40%, o coração está fraco. O coração não tem capacidade de ejetar o sangue. A coluna líquida do sangue vindo dos átrios vai encontrar uma coluna líquida no ventrículo, chocando, causando B3. Vamos procurar esse ruído na diástole, protodiastole vai ser no momento de enchimento passivo. TUM-TA-TA. O paciente tem insuficiência cardíaca, com liberação adrenergica. Chamado de ritmo de galope protodiastolico. É a mesma coisa que falar que é um galope de B3, ou uma insuficiência cardíaca sistólica com fração de ejeção reduzida. Vai ocorrer a elevação do pressão diastólica final, sempre é constante no ventrículo esquerdo, e não pode ocorrer porque transuda líquido para os pulmões, e o paciente vai ter sintoma de dispneia. Período de relaxamento isovolumetrico: ambas as valvas estão fechadas. Quarta bulha cardíaca B4 Coração rígido, que não tem uma boa complacência para realizar a diástole. Pode ser uma insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. O volume de líquido que chega ao ventrículo vai completar e encher a cavidade, fazendo a contracao atrial. Vai ocorrer na diástole, na telediastole. Dependente da contracao atrial e da complacência do coração ruim. Com fibrilação atrial é impossível ter quarta bulha, porque com fibrilação atrial não tem contracao atrial. A cavidade não vai ter complacência para aumentar e irá chegar mais sangue da contração atrial. Vai aumentar a pressão dentro do ventrículo, já que está enchendo os ventrículos. TUM-TUM-TA. Então como a onda P é a contracao atrial e condiz com isso, vai ser o primeiro barulho a ser audível. Quarta bulha mais audível devido a menor complacência do coração, com uma complacência mais grave, e vai ser bem precoce e mais longe de B1, porque B1 não troca de lugar, quanto mais afastada de B1, mais grave. Então temos, contracao atrial com enchimento lento, complacência reduzida, acúmulo de sangue e choque do sangue no ventrículo com o sangue vindo dos átrios, e depois fechamento das válvulas atrioventriculares B1. Se o choque for mais perto de B1 significa que a complacência do coração está muito ruim, e que os ventrículos encheram muito rapidamente, ou seja, indica uma maior gravidade de B4 e consequentemente do coração. Assim, temos uma insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. A distância do início de P até B4 se essa distância for maior, significa que o coração tem maior complacência, não é uma insuficiência cardíaca devido a uma complacência muito prejudicada. Ou seja, onda P é a despolarização atrial, se demorar mais tempo entre P e B4, significa que a complacência do coração está até que preservada, uma vez que demorou mais tempo para encher o ventrículo. Ápex cardiograma é o exame do pulso do ápice do coração. Esse exame não é mais realizado, sem importância semiológica. A distância entre a quarta bulha e a terceira bulha mais audível essa bulha e a complacência está completamente reduzida. Duplo galope: paciente com quarta e terceira bulha associada. Paciente com insuficiência cardíaca diastólica e evolui para sistólica. Um paciente com terceira e quarta bulha tem prejuízo de fração de ejeção com complacência prejudicada. Ex: Paciente tem terceira bulha, ou seja, com fração de ejeção prejudicada, logo terá mais sangue no VE, se tiver uma complacência prejudicada, o VE não expande, e logo após a onda P (despolarização atrial), o sangue do enchimento lento, preenche mais que completamente esse VE, isso significa que quanto mais próximo B3 de B4 pior a função de ejeção e a complacência. Como avaliar um sopro cardíaco: • Fase do ciclo está esse sopro (sistolico ou diastólico). • Duração: proto, meso ou tele. Sistolo- diastolico ou contínuo (holo). • Frequência e timbre: altas (agudos) ou baixa (graves). • Intensidade: varia de I a VI. Dado em cruzes de 1-6. • Localização: melhor área de ausculta. • Irradiação: podem irradiar para diversos pontos ou até para todo o precórdio. • Resposta as manobras: ausculta dinâmica. Varias são as manobras possíveis. O canal arterial é uma estrutura fisiológica nos fetos que permitem uma comunicação átrio-ventricular. Quando esse canal não colaba, ou seja, quando esse canal não fecha, vamos ter a mistura do sangue arterial com o sangue venoso, formando uma fístula. Lembrando que as fistulas de persistência de canal arterial tem o mesmo som que as fístulas de pacientes dialiticos. Paciente com IC: auscultar em decúbito lateral, auscultar com a campânula na área mitral. 1) Fase do ciclo mecânico: Sopro sistólico é aquele que ocorre entre a B1 e B2. A palpação concomitante do pulso radial ou carotídeo. Sopros perceptíveis durante a palpação dos pulsos periféricos são sistólicos e aqueles durante a ausência de pulso são diastolicos. Sopros sistolo-diastolicos (B2 audível)- possuem timbres diferentes (Ex: Iao severa) Sopros contínuos (pico próximo de B2)- possuem timbres semelhantes (Ex: PCA, fistula A-V). Em uma situação fisiológica, temos 100ml de retorno venoso, mas em uma situação patológica de valvas, podemos ter uma regurgitação de 50ml de sangue para o átrio direito, nessa condição vamos ter 150ml de sangue para se ejetado, produzindo um ruído aspirativo, porque esse sangue está em grande quantidade e vai precisar de muita força para passar pelas válvulas. 2) Duração: É quanto da sístole ou diástole é ocupada pelo sopro. Proto, meso, tele ou holo. A duração geralmente possui implicação diagnóstica e particularmente prognostica. Ex: desdobramento paradoxal por estenose aórtica, o componente aórtico é adiantado, mas uma situação de estenose vai demorar mais tempo, com isso, o componente aórtico vai ficar depois do pulmonar. Assim, quando o paciente inspira, ele atrasa um pouco o componente pulmonar e ele coincide com o aórtico, causando o desdobramento paradoxal, lembrando que na expiração esse som coincidido não vai existir. 3) Frequência e timbre 4) Intensidade: I: difícil de ser auscultado, porém detectável, as vezes evidenciado somente com manobras. II: imediatamente detectável, mas é leve. III: sopro moderadamente alto, e irradia. IV: sopro muito alto com frêmito palpável. V: sopro alto, porém ainda é necessário o uso do estetoscópio (mesmo que apenas com parte encostada a pele). VI: sopro muito alto e sem necessidade do uso de estetoscópio para identificá-lo. Manobra de Rivero-Carvallo: pede para o paciente inspirar profundamente aumentando o retorno venoso, diminuindo a pressão no tórax. Estenose aórtica: sopro sistólico, quanto mais vai estreitando a válvula, maior a dificuldade de passar. Seio de Valsalva: Insuficiência mitral: vai irradiar para a axila. Prolapso incompetente, prolapsa e regurgita. Click vai ser mais precoce ou mais tardio se o coração estiver mais verticalizado ou mais horizontalizado. Coração verticalizado aumenta o click, coração horizontalizado diminui o click. Estenose pulmonar: sopro sístolico. Uma ausculta um pouco mais suave que a estenose aórtica, na área de ausculta pulmonar, sem grandes irradiações. Em estenose pulmonar eu vou atrasar uma coisa que já e atrasada, eu só vou agravando a estenose pulmonar, o desdobramento fica mais largo e sempre vai piorar nunca vai encavalar um com o outro. Insuficiência tricúspide: a intensidade é mais baixa. Rivero-Carvallo. Todos os sons produzidos do lado direito do coração aumentam com Rivero-Carvallo, menos o click valvar pulmonar. Sopro diastólico de estenose mitral: na hora que o sangue tiver que passar na válvula mitral. O sopro é o turbilhonamento do sangue, quando ele está com um fluxo laminar. É um sopro diastólico, com pressão aumentada no átrio esquerdo, a válvula vai estar com tanta vontade de abrir devido a pressão ela pode inverter formando um estalido. Vai fazer muito barulho na protodiastole, e vai equalizandoas pressões, e o sopro vai diminuindo, e vai acontecer a contração atrial na tele diástole e vai ter o sopro novamente. Vai ser chamado de reforço pré-sistólico, e se o coração do paciente não tem reforço pré-sistólico significa que o átrio não está funcionando, e isso quer dizer que o paciente esta em fibrilação atrial. Quando tem uma estenose mitral mais grave, eu escuto o tempo todo. Vou sempre ter estalido de abertura. Paciente com sopro holodiastolico, vai ser mais grave que um proto ou tele. Estenose mitral: pode fibrilar o átrio e formar coágulo, se aumenta a pressão dentro do átrio, aumenta pressão do capilar pulmonar, aumenta a pressão da artéria pulmonar, gera hipertensão pulmonar, o VD não aguenta pressão, distende, começa hipertrofiar e joga pressão nas cavas, turgência jugular, hepatomegalia, ascite e tudo com repercussão sistêmica. Insuficiência aortica: sopro em ruflar, gerando um volume extra, vai aumentar o trabalho cardíaco, com hipertrofia e dilatação ventricular esquerda. Dilatado, quando trabalha com mais volume, dilata mais. Vai ser sístolo- diastólico porque ele regurgita na sístole (insuficiência aórtica) e na diástole tem que passar mais sangue que regurgitou. Estenose aortica: maior hipertrofia, quando o coração trabalha com maior pressão eu faço hipertrofia. Quando trabalha com maior volume faz dilatação. Fazendo um corte transversal de um coração, há relação de intimidade do folheto valvar mitral com o aórtico. O enchimento ventricular esquerdo vai ocorrer simultaneamente pela mitral e regurgitação da aortica (em insuficiência mitral), fluxo de regurgitação grave vai regurgitar ao mesmo tempo que está entrando, e vai ter muita dificuldade de abrir a mitral parecendo uma estenose mitral, isso vai ser chamado de sopro de Austin Flint. Estenose tricuspide: patologia mais rara. Insuficiência pulmonar: o volume regurgitado é muito menor, auscultado na área pulmonar. Os sopros de regurgitação normalmente são mais suaves. Não vai acontecer com a tricuspide e a pulmonar no Austin Flint devido a relação anatômica, não são como a mitral e a aortica que são bem próximas anatomicamente. Se o sopro de insuficiência pulmonar for devido a hipertensao pulmonar, esse sopro recebe um nome sopro de Graham Stell. E vai ser mais relacionado em pacientes com DPOC. Lembrando que a maioria das alterações valvares vão estar relacionadas com moléstia reumática. Hipertensão arterial sistêmica É um condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados (>140 x 90mmHg) e sustentados de pressão arterial em pelo menos em duas ocasiões diferentes na ausência de medicações anti- hipertensivas. O tamanho do problema É a causa mais comum de consulta médica em adultos. Drogas anti-hipertensivas são um dos fármacos mais prescritos, existem >125 no mundo. Aproximadamente 30% da população adulta é hipertensa estima-se 1.6 bilhões em 2025. Apenas metade dos pacientes tratados estão adequadamente controlados. É o fator de risco independente mais importante para o AVC, IAM e IRC. (Não preciso de nenhum outro para que eu tenha complicações). Prevalência E em países desenvolvidos a prevalência da HAS aumenta exponencialmente com a idade. Antes do 50 anos, a mulher possui menor prevalência de HAS que os homens, após, igual ou superior. Em torno dos 70 anos, 75% dos indivíduos estão hipertenso. Em torno de 90-95% das HAS são ditas essenciais ou primárias. Na população geral (Brasil) a prevalência está acima de 30%. IAM e AVC, aumento percentual com a idade. Temos que nós preocupar muito mais com pacientes hipertensos de 180mmHg do que um paciente hipertenso 140mmHg. A chance de um indivíduo de 25 anos ter uma complicação aguda da hipertensão é muito menor que de um paciente de 70 anos. O indivíduo jovem hipertenso é assintomático. Mecanismo vascular: disfunção endotelial- Fisiopatologia A camada endotelial é critica para a saúde vascular é constitui a maior defesa contra o inicio e manutenção da HAS. Ao invés de produzir fatores vasodilatadores como: oxido nítrico, fator hiperpolarizacao derivado do endotélio, prostaciclinas. E começa a produzir fatores vasoconstritores. Vai ter uma musculatura contraída, está espremendo o sangue, com uma quantidade normal de sangue, acontecendo um momento de tensão no sangue. E esses vasos vão se remodelando, ou seja, ou eles vão ficando hipertrofiados com enrijecimento ou vão constrir. Componente sistolico: é a ejeção sistólica. Componente diastólico: é a resistência periférica, mas isso vai ter uma grande repercussão central. Impossível fazer contracao no capilares uma vez que eles não tem camada muscular. O paciente que tem as grandes artérias hipertrofiadas e duras, essa situação é mais comum nos pacientes mais idosos, artérias enrijecidas, e quando eu ejeto o volume sistólico e a pressão vai para baixo. Diferença da pressão sistólica e da diastólica: pressão de pulso, quando a sistólica for caindo, e diastólica subindo, vamos ter um pulso que é responsável por perfundir os órgãos. Mecanismo hormonais Sistema renina angiotensina aldosterona Disfunção endotelial e remodelamento vascular: HAS. Aldosterona: interação com os receptores mineralocorticoides do ducto coletor recruta os canais de Na+ para a superfície do epitelio renal: expansão da volemia. Diagnóstico Estágio III: associação de pelo menos 2 drogas para tratamento inicial. Um indivíduo é considerado apto para o tratamento acima de 140mmHg x 90mmHg. Só considera hipotensão em vigência de pressão baixa. Hipertensão ortostática, medir a pressão do paciente deitado, depois medir a pressão do paciente em pé, 3 min em pé. Se a queda for de maior 20mmHg na sistólica e 10mmHg diastólico. Temos uma tendencia de seguir os guidelines Europeus do que os guidelines americanos. Hipertensão do jaleco branco: hipertensão na presença dos médicos. Estresse do momento. Não são pacientes tratáveis. Efeito do jaleco branco: indivíduo em uso de droga anti-hipertensiva e toda vez que eu vou medir a pressão do paciente, aparece normal. Faço mapa no paciente e a pressão vai ser mais baixa. Não existe diagnostico de hipertensão resistente sem fazer o MAPA> Hipertensão mascarada: quando o paciente tem a pressão normal, mas tem lesão de órgãos alvo. Ex: hipertrofia ventricular esquerda. Deve tratar esse paciente. Pacientes que tem medida no consultório normal e MAPA normal: nada Hipertensão no consultório + MAPA normal: hipertensao do jaleco branco. Pressão alta no consultório + MAPA alterado: hipertensão sustentada. Pressão do consultório normal + MAPA alterado: hipertensão mascarada. Fundoscopia: fundo de olho com alterações vasculares. Menor molécula protéica do corpo: albumina. A hipertensao faz lesões na medula dos rins, e vamos ter uma insuficiência renal, até chegar em um momento que vamos precisar de hemodiálise. Quanto maior a dificuldade de reabsorver albumina nos túbulos renais, pior a função renal. Tratamento não farmacológico É o diagnóstico mais comum na medicina ambulatorial em adultos e a indicação mais comum para a prescrição de drogas. Dieta Mediterrâneas diet: IiaB PREDIMED study: low fast diet DASH diet (Diatery Approaches to Stop Hypertension) IA NIHLBI studies- low salt diet- 2013 AHA ACC guiddelines. Álcool 1 dose por dia mulher 2 dose do dia homens. Indivíduo com bebida alcoólica com quantidade moderada, se o paciente bebe, em poucas quantidades, não tem porque impedir o paciente de beber. Redução do peso : é fator de risco independentemente para HAS. IMC acima de 30 devemos indicar o emagrecimento. Tratamento não farmacológico Atividade física: provoca neovascularizacao. 3 a 4x por semana, 40min. Leve: até 70% da FCmax Moderada: Entre 70-80% da FCmax. Ideal para HAS.Intensa: entre 80 a 90% da Fcmax. Cessação do tabagismo Constitui medida fundamental é prioritária na prevenção primária das doenças cardiovasculares. Não há, entretanto, evidências de que a cessação do tabagismo tenha relação com redução HAS. Mudança no estilo de vida (MEV) e redução na PAS. Controle de peso adequado. Tratamento farmacológico A maioria das recentes diretrizes recomendam iniciar o tratamento com uma ou mais drogas das seguintes classes. 1. IECA ou BRA O IECA bloqueia a transformação da angio I para angio II no sangue e nos tecidos. Usar com cautela na disfunção renal. Tem ação nefroprotetora em pacientes com nefropatia diabética. 2. BCC Redução da concentração de Ca++ nas células musculares lisas vasculares. Vão ser os diidropiridinos, como os alodipino, nifedipino. E os de ação central não vamos utilizar para HAS, que são verapamil e diltiazem. 3. Diuréticos tiazidicos Redução da RVP após 4 a 6 semanas. Hidroclorotiazida e Cortalidona. Associações permitidas e não permitidas Beta bloqueado so em pacientes com HAS e doenças coronarianas (insuficiência coronariana). Não associar inibidores da IECA (enalapril e captopril) com bloqueadores dos receptores da angiotensina (Losartana). Combinações mais frequentes Diuréticos tiazidicos (hidroclorotiazida) + bloqueadores de receptores de angiotensina (Losartana) + bloqueadores dos canais de cálcio (alodipino e nifedipino) + Inibidores da IECA (captopril e enalapril). Hipertensão arterial resistente: pressão acima de 140x90mmHg, e está usando 3 classes de drogas, sendo uma delas diuréticos. Hipertensão arterial refratária: São 5 classes de drogas ou mais, e o paciente permanece com a pressão acima de 140x90mmHg. Esse paciente deve ser incentivado ao MEV, utilizar as drogas corretamente , e tenho que obrigatoriamente, acrescentar uma nova droga que é espironolactona (diurético poupador de potássio) atua no túbulos coletor. Intervenção percutânea: não possui aprovação pelo FDA. Denervação renal, despenca a quantidade de renina na circulação, mas não pode ser usado como estratégia. Apenas usados em casos experimentais. Estimulação dos barorreceptores carotídeo com marca-passo, mas de caráter experimental. Não tem recomendação da FDA, apenas experimental. Crise hipertensiva Crise hipertensiva: PAS acima de 180mmHg e ou PAD acima de 120mmHg (na presença de sintomas relacionados). Obs: paciente hipertenso com PAS acima de 180mmHg ou PAD acima de 120mmHg que não apresenta sintomas provavelmente está fazendo picos e pseudocrises hipertensivas diariamente, sendo que um desses dois detectado na consulta (não é crise hipertensiva). Ocorre em 1% dos pacientes hipertensos, 88% dos casos acontecem em pacientes que já são hipertensos, cerca de 70% das crises são classificadas como emergências (quando há sintomas indicativos de lesão de órgão alvo ou gestação no terceiro trimestre) e 30% são urgências hipertensivas. Urgência hipertensiva: PAS acima de 180mmHg e ou PAD acima de 120mmHg, sem lesão aguda e progressiva de órgão alvo e sem risco iminente de morte. Terapêutica: Captopril oral (6,25-25mg) ou Clonidina (0,2mg). Esse paciente não precisa ser internado, na maior parte das vezes ele melhora rapidamente assim que a PA é reduzida. O ideal é corrigir a PA e mandá-lo para casa, de forma que em um momento futuro seja analisada a necessidade de ajuste de medicação. Emergência hipertensiva: PAS acima de 180mmHg e ou PAD acima de 120mmHg com lesão de órgão alvo aguda e progressiva e com risco iminente de morte. Tratamento: paciente deve ser admitido em UTI e a redução da PA deve ser de no mínimo 20% na primeira hora. ➢ Encefalopatia hipertensiva: o aumento da pressão é percebido pelos barorreceptores, que estão presentes no seio aórtico e carotídeo, então esses estimulam a vasoconstrição cerebral, de forma a evitar o aumento da PIC, para que essa constrição aconteça, o cálcio é necessário nas células, sendo que, se esse aumento de pressão não for resolvido, esse íon cálcio acabara e ocorrera a vasodilatação, o que implica em edema cerebral. Essa vasoconstrição pode fazer com que uma aterosclerose de cerebral média assintomática (30%), passe a obstruir a luz do vaso funcionalmente com mais de 80%, o que resulta em isquemia (AVE isquêmico). Para que o fluxo sanguíneo cerebral seja adequado, a PA média do paciente deve estar entre 60 a 120mmHg, pacientes que já são hipertensos, toleram muito mais hipertensão do que a hipotensão. Os sintomas vão ser: cefaleia, vômitos, náuseas, dificuldade visual e confusão mental. Tratamento: nitroprussiato. ➢ Dissecção aórtica: diagnóstico vai ser dado pelo ECG com sobrecarga ventricular E. O diagnóstico definitivo vai ser por angiotomografia ou eco transesofagico. Tratamento: deve-se diminuir a pressão com nitroprussiato e diminuir a frequência cardiaca com Esmolol. O ideal seria utilizar Labetalol mas não existe no Brasil. ➢ Edema agudo de pulmão: é um afogamento retrógrado. Ocorre principalmente em pacientes hipertensos com insuficiência ventricular. Tratamento: para atuar na pre carga (furosemida) e para atuar na pos carga (nitroprussiato). Ou nitroglicerina que faz vasodilatação mais específica das coronárias. Reduções de 10-20% da PA já são suficientes, mas o tratamento deve ser realizado o mais rápido possível (30-40 minutos). ➢ Síndrome coronariana aguda: Nitroglicerina porque vasodilata muito melhor as coronárias, não sendo tão sistêmico como o nitroprussiato. ➢ Eclâmpsia: PA acima de 140 x 90mmHg + proteinúria após a 20° semana= pré- eclâmpsia. PA acima de 140x90 mmHg + convulsões= eclampsia. Isquemia placentária gera a liberação de inúmeros mediadores, os quais são responsáveis pela sintomatologia da eclâmpsia (toxicidade gravidica no terceiro trimestre associada a crise convulsiva). Pode acometer mulheres que eram ou não hipertensas. Tratamento: Sulfato de magnésio (também é recomendado na pré-eclâmpsia). As gestantes não respondem aos anticonvulsivantes. Cuidado com a taxa de magnésio administrada para não causar toxicidade materna -> se entrar nesse quadro (abolição do reflexo patelar), adicionar Gluconato de cálcio (antídoto) nesse casos, a cesária deve ser feita urgentemente em até 4h (assim que a crise convulsiva for estabilizada). Captopril não é muito usado para o tratamento da HAS, devido a posologia mínima = administração de 3-4 vezes por dia. Tipos de dor precordial: A: tipicamente isquemica. B: provavelmente isquemica. C: possivelmente isquemica. D: definitivamente não isquemica. Insuficiência cardíaca A Pd2VE (pressão diastólica no último segundo no VE), quando aumentada, promove aumento da pressão capilar pulmonar, o que implica no extravasamento de líquido para o interstício = edema pulmonar; OBS: a Pd2VE é igual a pressão média do AE e igual a pressão capilar pulmonar; Como o CO2 é mais permissível pelas membranas do que o O2, o edema atrapalhando a hematose faz com que o paciente sofra muito mais de hipoxia do que de hipercapnia. Caso o líquido passe do interstício para os alvéolos pulmonares, pôde-se auscultar estertores pulmonares. Volume minuto: volume corrente x FR: como o edema pulmonar diminui o volume corrente (já que a hematose está prejudicada e não se pode diminuir o volume-minuto (necessidade do organismo).O exercício aumenta o retorno venoso, o que menta o rendimento do paciente através dos mecanismos de Frank-Starling (como as fibras musculares distendem, há exposição das troponinas, o que implica em melhora da contração muscular cardíaca). O paciente com IC perde essa capacidade adaptativa, visto que responde menos ao aumento do retorno venoso (os sarcomero estão fibrosados e estragados). Os sintomas da IC so aparecem quando estágios mais avançados da doença (C), sendo os pacientes assintomáticos nos estágios A e B. Epidemiologia: é um problema de saúde pública, que resulta em altos níveis de morbidade e mortalidade. A prevalência da IC aumenta com a idade, sendo que cerca de 12% dos diagnóstico são feitos em pacientes acima de 80 anos. Existe a IC ventricular esquerda com fração de ejeção reduzida (sistólica) e com fração de ejeção preservada (diastólica). Fração de ejeção reduzida: < 40%. Fração de ejeção preservada: > 50%. Borderline: 40%-50%. Fatores predisponente: que fazem com que os pacientes apresentem sintomas. 1) Hipertensao descontrolada. 2) Arritmias. 3) Infecções respiratórias. Falha do coração como bomba ➢ E a redução da habilidade do músculo cardíaco em desenvolver força e encurtar a uma dada velocidade necessária para compensar uma sobrecarga oposta. ➢ Um coração doente não é capaz de aumentar a força de contracao devido ao aumento do RV (falha no mecanismo de Frank Starling). ➢ No paciente hígido apenas a PAS aumenta no exercício físico, enquanto a diastólica se mantem. No hipertenso, as duas aumentam. E no paciente atleta aumenta a PAS e diminui a PAD. Diureticos de alça (ex:Furosemida) e digitalicos (ex: Digoxina cardiotonico) foram muito utilizados no tratamento da IC pois causam redução do retorno venoso e o aumento da força de contração, respectivamente. Realizando essas duas atividades ocorre a diminuição da Pd2VE, melhorando a condição clínica do paciente. Entretanto, essa associação de medicamentos não altera o prognóstico da doença (a mortalidade continua a mesma). Isso ocorre devido as alterações neuroendócrinos do SNS, SRAA e ADH, envolvidas no paciente com IC. Anormalidades neuroendócrinas SNS (Sistema nervoso simpático): É demonstrada não só pelo aumento da produção de norepinefrina (inotrópica positiva), como por uma redução na sua excreção, refletindo em nível sérico elevado, que isoladamente possui implicação prognóstica; A redução do DC provoca uma ativação do SNS com consequente elevação da FC, contratilidade e vasoconstrição (venosa e arterial); Inicialmente, existe uma compensação do quadro, porém essa estimulação de forma crônica induz a uma deterioração; A utilização de betabloqueadores de ação periférica (ex.: carvedilol, metoprolol, mervibolol) nesse contexto tem-se mostrado altamente benéfico. * Obs.: Propanolol, atenolol não podem ser dados, pois diminuem o inotropismo do coração. SRAA: Sistema renina angiotensina aldosterona A renina é ativada por: Hipoperfusão renal; hiponatremia na mácula densa; estimulação de receptores beta 1-adrenérgicos do aparelho justaglomerular. A combinação de alto “drive” no SNS associada à hipocalemia pode explicar o porquê que 30 – 50% desses pacientes morrem subitamente; Acredita-se que a ativação do SNS + SRAA contribuem para o remodelamento progressivo do VE. A cada sístole, o rim recebe 20 – 25% de sangue. Assim, esse órgão percebe uma redução do débito cardíaco, estimulando a liberação de renina e, consequentemente da angiotensina II, potente vasoconstritora, e da aldosterona. Por essa razão, é possível administrar IECA (ex.: captopril) ou BRA. ADH: Vasopressina É sintetizada pelos núcleos paraventriculares e supraópticos do hipotálamo e excretada pela hipófise posterior na presença de hiperosmolaridade, angiotensina II e epinefrina; Na ICC, está elevada em resposta a estímulos não osmóticos. Possivelmente mediada por barorreceptores arteriais e A II; Age nos receptores V1a, V1b e V2; Provoca redução da excreção da água livre ➞ hiponatremia; Conivaptan é uma droga que bloqueia a liberação de vasopressina e está sob forte investigação. Peptídeo natriuretico (BNP) É librado de acordo com o estresse de parede/tensão parietal/isquemia miocárdica (dor no peito e BNP alto pode indicar síndrome isquêmica). Assim, quanto mais elevada a Pd2VE, maior a compressão de sarcômeros e maior a liberação de BNP (portanto, a dispneia está intimamente relacionada ao aumento de BNP); Correlaciona-se diretamente com PCP e classe funcional (NYHA); Ações do BNP: o Reduz a pré-carga; o Reduz tônus simpático; o Reduz a ativação do SRAA. Esse peptídeo é degradado pela Neprisilina e, portanto, é possível administrar o Valsartana + Sacubitril (Entresto®), uma droga associada a um BRA que inibe a Neprisilina (para o seu uso, é necessário suspender o uso de IECA/BRA 48h antes). Neseritide ➞ BNP sintético para uso na ICC. Drogas que reduzem a mortalidade incluem: • IECA ou BRA • Entresto (Valsartana + Sacubitril) • Inibidor de aldosterona (Espironolactona) • Inibidor de SGLT2 • Betabloqueadores de ação periférica (Carvedilol) • Diuréticos (para pacientes selecionados com hipervolemia). Sinais e sintomas predominantes da ICC Sintomas: dispensai, fadiga, tosse, reducao do volume urinário, inapetência, dor em HD. Sinais: palidez, sudorese, turgência jugular, edema de MMII, desvio do ictus cordi, PA pinçada, hepatomegalia, ascite, B3, estertor pulmonar. Classificação: • Estágio A: pacientes com risco de falência cardiaca, mas sem doenças estruturais ou sintomas. São pacientes com DM, HAS e etc. • Estágio B: doenças estruturais (Sokolow positivo), sem sinais de IC. • Estágio C: doenças estruturais associadas e sinais de IC. • Estágio D: IC refratária, necessitando de intervenção especializada. Fração de ejeção preservada (H2FPEF): fração de ejeção > 50%. Paciente possui insuficiência diastólica e presença de 4a bulha cardíaca. Avalia-se peso, hipertensão, fibrilação atrial, hipertensão pulmonar, idade e pressão arterial e, caso a soma dos pontos de cada um desses critérios for maior do que 7, tem-se uma IC com fração preservada. Nesses casos, há necessidade de administração de diuréticos. Além disso, como o paciente, na maioria das vezes, é obeso, indica-se a realização de cirurgia bariátrica (melhora significativamente o risco cardíaco do paciente). Fração de ejeção reduzida (HFpEF): muitas vezes é agrupada as frações de ejeção muito reduzida, recebendo as mesmas drogas, mas em menor quantidade. Fração de ejeção muito reduzida: fração de ejeção <40% é necessário adotar todos os tratamento já descritos anteriormente. Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) ou biventricular: É quando ocorre insuficiência em ambos os lados do coração, iniciando pelo lado esquerdo, que, retrogradamente, leva ao acometimento do lado direito. Devido à congestão do fluxo no pulmão, o organismo gera um aumento da pressão da artéria pulmonar (IC esquerda é a causa mais comum de hipertensão pulmonar), que é um sistema de alta complacência e baixa resistência. Por isso, a artéria pulmonar não aguenta a pressão, repercutindo-a para as câmaras cardíacas direitas e para as veias cavas. Isso pode gerar turgência jugular, hepatomegalia, ascite (hipertensão portal pós hepática – pressão acima de 10mmHg), dificuldade de absorção, dor no hipocôndrio direito, etc. Síndrome coronária aguda Dor torácica tipo A, dor definitivamente isquemica. O diagnóstico vai ser clínico. E vamos ter que diferenciar em pacientes com ou sem supra de ST que apresentam abordagem de tratamentos distintas. Gera uma angina instável devido a diminuição da oferta de oxigênio. Surge devido a uma instabilidade na placa de ateroma , que promove problemas na oferta de oxigênio para as células cardíacas no repouso. • Tipo 1: Rupturade uma placa de ateroma exposição material aterogenico para o meio homostatico. Ocorre agregação plaquetaria e formação do trombo que pode ser mural (oclui parcialmente o vaso) e não causa supra de segmento ST, ou oclusivo que oclui toda a coronária, gerando um supra de segmento ST, esse é o tipo de infarto mais comum em pacientes com SCA. • Tipo 2: Sem ruptura da placa, e sim apenas obstrução do vaso, seja por placa ou não (hiperatividade coronária, dissecção do endotélio da coronária e aumento importante da demanda de O2). Ocorre por espasmo coronariano e a arteria mais comum de fazer espasmo é a coronária direita. Quando aplica nitrato sublingual, e o supra de ST some, isso diz muito sobre vasoespasmo. IAM (infarto agudo do miocardio) Ocorre quando há rompimento da placa e para o organismo tentar reconstituir essa placa, forma um trombo, para tentar remodelar a placa. Fisiopatologia: o paciente possui uma placa de ateroma, que em determinado momento, se rompe, geralmente ocorre ao repouso, causa dor precordial devido à redução da ofertas de oxigênio. Diante dessa dor, o paciente busca atendimento médico, no qual há necessidade de realização do ECG em até 10 minutos. Esse ECG vai separar a dor torácica tipo A em dois grupos: com supra de ST e sem supra de ST. 1) Dor tipo A: dor definitivamente isquemica. Já tem diagnóstico de SCA. 2) Realizar ECG em até 10 minutos (colhe a história enquanto roda o eletro). 3) Pode estar com um supra de ST ou sem supra de ST (que pode ser normal, pode ser infra, ou outras coisas). 4) Se o paciente tem supra de ST: grupo de pacientes homogêneos, que são pacientes com SCA com supra de ST e o tratamento vai ser reperfusao (recanalizar artérias). Podemos fazer fibrinolise (trabalhar desmanchando as fibrinas), podemos fazer angioplastia, ou antiplaquetario. Mas, todos vão ter aumento de troponina. São trombos totais e vermelhos. 5) Pacientes sem supra de ST. Podem ter um grupo que sobe troponina: IAM sem supra. Grupo que não sobe troponina: angina instável. Tratamento desses pacientes: estratificação de risco (probabilidade pre teste). Vamos ter pessoas com alto risco, risco intermediário, baixo risco. Score: Heart Score, TIMI RISK Score, GRACE Score, porque alguns pacientes precisam de recanalizacao (SCA sem supra) e pacientes que não precisam (angina instável). Geralmente acontece com trombos murais e plaquetarios, podendo ou não ter aumento de troponina. Quando a troponina estiver aumentada temos um infarto sem supra de ST, quando ela estiver diminuída temos uma angina instável. Lembrar que o aumento da troponina sobe em até 2 horas do episódio. Além disso, o trombo é plaquetário, então vamos dar antiplaquetario e não vai fazer fibrinolise. Placas de cálcio, são de baixo risco, não há benefícios de recanalizar porque o único benefício é a diminuição da dor, isso em angina estável. O trombo de fibrina é vermelho. O trombo de plaqueta é branco. O trombo de angina instável vai ser mais branco, ou seja tem mais plaqueta, devemos dar antiplaquetario e não fibrinolitico. ➢ Sem supra de ST com infra de ST: o infra de ST refere-se a isquemia. Assim, quanto pior for o infra, maior a mortalidade do paciente. Caso a troponina esteja elevada, aumenta ainda mais o risco de morte do paciente. Como as plaquetas são as primeiras células a chegarem na formação do trombo, elas liberam muitas substâncias como o tromboxano e o ADP plaquetário. Assim, o uso de AAS e clopidogrel é muito importante. Síndrome coronária aguda sem supra de ST Paciente com dor anginosa típica, sem supra de ST, se tiver com troponina baixa é angina instável e devemos estratificar o risco, se tiver troponina alta e um infarto sem supra. Trombo mural, não é oclusivo, é um trombo branco de plaqueta. Vamos ter que recanalizar um paciente de alto risco ou de muito alto risco (colocando nos Scores de risco, como HEART SCORE, TIMI RISK, GRAC SCORE). Não é para fazer fibrinolise. Quanto maior for a alteração de onda P e maior o nível de troponina vamos ter maior risco de mortalidade. Quanto mais alterado o segmento ST e maior o número de troponina maior risco de mortalidade. Angina instável: não tem supra de ST e não tem troponina. Estratificação de risco: TIMI RISK SCORE. Score HEART: H: história E: ECG A: anos idade R: risco de fatores T: troponina. Esse Score é bom para usar em pronto socorro, para mandar o paciente para casa. Avaliar: dor tipo A, eletro normal, troponina normal é estável, tem indicação de 1,6% de internar, e por isso podemos mandar para casa. Tratamento: terapia anti-isquêmica • Morfina: dor uma sensação muito ruim. (Analgesia) • Nitratos: melhora o fluxo coronário, reduz a pre e pos carga. Cuidado com pacientes que estão usando: I- fosfodiesterase 5 (Viagra) em até 48hs, são drogas que levavam a baixa pressão, podendo causar choque nesse paciente. • Beta bloqueador: reduz pos carga, reduz a FC, reduz a tensão parietal. • Bloqueador de canais de cálcio. Verapamil e diltiazem (não diidropiridino) são os de ação central. • Ranolazina: inibe a corrente tardia de Ca+ na célula miocárdica. Reduz a sobrecarga de Ca+ durante a isquemia. Quase não se utiliza. Terapia antiplaquetaria • AAS: classe IA de evidência. É modificadora de prognóstico. • Inibidores da adenosina difosfato (ADP plaquetário- P2Y): classe IA de evidência. Ex: Clopidogrel. Podem ser usados os dois ao mesmo tempo, porque tem locais de ação diferentes. A plaqueta ativa inúmeras citocinas, é preciso realizar uma terapia anticoagulante: Terapia anticoagulante • Heparina não fracionada (HNF): pode usar, mas é difícil pela necessidade de correção do TTPA a cada 4hs. • Heparina de baixo peso molecular (HBPM): é mais usada por gerar o mesmo efeito e ser de mais fácil aplicação. Se o clearance de creatinina for menor que 15, não se deve usar. Se o CC entre 15-30, utiliza-se dose média, e, acima de 30 usa a dose completa. Inclui a enoxaparina. Score CRUSADE: quando menor que 20 indica baixo risco de discrasia sanguínea, mas, quando maios do que 50 indica alto risco de sangramento. Assim, esse score quantifica o risco de sangramento maior hospitalar e melhora a avaliação de risco após IAM sem supra. Obs: Paciente com fibrilação atrial tem indicação de ser anticoagulado, mas só vai ser usado depois de ser usado os Score CHADE e o HASBLEAD. Nem todos os pacientes com SCA sem supra de ST vamos poder fazer tudo o que está previsto, temos que colocá-los em scores para ver se podemos fazer o tratamento neles. A instabilidade hemodinâmica é caracterizada por baixa PA sistólica <90mmHg ou 40mmHG abaixo do normal. Pacientes com esse grau de PA geralmente apresentam choque cardiogênico, arritmias ventriculares malignas, angina recorrente ou refratária, complicações mecânicas, IC aguda e alterações dinâmicas ST/T, sendo considerados, mesmo que não possuam supra, de muito alto risco, necessitando de estratégia invasiva (recanalizacao) em menos de 2hs. Assim sendo, esses pacientes, mesmo sem possuírem supra, são tratados como se possuíssem. Em pacientes de alto risco, o tratamento invasivo é feito em até 24hs e os de baixo risco nem necessitam de tratamento invasivo, apenas de investigação laboratorial (se tiver isquemia vai para CAT e se não tiver é tratado clinicamente). De acordo com a diretriz brasileira, tem-se também essa classificação, sendo que a estratégia invasiva pode ser feita em até 72h a depender do caso. Em todos os casos, a classe de recomendação é I, sendo que nos de muito alto risco, o nível de evidência é A. Paciente de baixo risco vai para a casa, vai ir buscar ajuda no ambulatório e vai receber indicação no ambulatório de cateterismo. Prescrição pós alta hospitalar Quando mandei o paciente embora para casa A: aspirina B: beta bloqueadorC: clopidogrel D: dinitrato de mononitrato de isossobida. E: estatina e espirolonolactona. I: IECA Síndrome coronariana aguda com supra de ST O ponto que vamos medir, é no inicio do QRS. E vamos olhar o ponto J (onde termina a despolarização e inicia a repolarizacao). Tem que ter um 1mm em duas derivações contíguas (que são as que estão ao lado que vê a mesma parede). SCA com supra de segmento de ST. Supra de ST em DII e AVF que são paredes contíguas. Como o supra está em DII e AVF temos um supra de parede inferior, isso indica, que tivemos uma obstrução (isquemia) na coronária direita. A parede lateral (V5,V6, D1 e AVL) o eletro esta normal, isso significa que não tivemos prejuízo da arteria circunflexa (ramo da coronária esquerda). O infra de V1, V2 e V3, é apenas o reflexo do supra, são imagens em espelho, são imagens reciprocantes. O infra só vai ter valor em condições de eletro sem supra. Todo paciente que tem supra de parede inferior, D2,D3 e AVF. O médico é obrigado a fazer eletro do lado direito, porque quem irriga a parede inferior, é a coronária direita. Quando o supra for maior em D3 do que em D2, indica que é de coronária direita. Temos que tratar rapidamente esse paciente porque na cardiologia: tempo é músculo, tudo no endocardio acontece primeiro. Quando chega na fase de fibrose, não tem mais sarcomero, e o eletro não vê mais nada, vai ver apenas cauda de vetor. Vamos ter aumento dos marcadores plasmáticos de necrose: troponina. CKMB (podemos dosar se não tiver nenhuma troponina). A troponina quando o paciente tem supra de ST, serve para prognóstico. Quanto maior o supra de ST e quanto maior os níveis de troponina maior o risco de morte. Em paciente com SCA com supra de ST de parede inferior devemos realizar as derivações direitas. Isso porque quem bombeia o sangue para o pulmão é o VD, fazendo com que, quando disfuncionante, menos sangue chegue ate os pulmões e nas câmaras cardíacas, aumentando as chances de hipotensão e choque. Infarto agudo do miocardio Manuseio da fase pre-hospitalar Causa mais comum de fibrilação ventricular é IAM. ➢ Desfibrilação: o sucesso desse procedimento cai cerca de 10% para cada minuto de atraso desde o início da arritmia. ➢ Morfina. ➢ O2: somente se a saturação <90%. ➢ Nitratos ➢ AAS ➢ Betabloqueador ➢ Clopidogrel ➢ Heparina ➢ Estatinas. Reperfusao química em 10 minutos: fibrinolise para pacientes com supra de ST. Mesmo antes de chegarem no hospital. Como complicações pode causar sangramentos cerebrais graves (hemorragia intraparenquimatosa) Pode ser feito com: ➢ Estreptoquinase (não é muito utilizada) ➢ Rt-PA : usado para reperfusao cerebral e TEP. ➢ TNK- tPA: usado para as coronárias, em idosos usa-se metade da dose. Reperfusao percutânea: apresenta como vantagem a definição da anatomia da coronária, o sucesso imediato é superior a 90%, a menor lesão tecidual, as menores taxas de reoclusao e isquemia recorrente, menores taxas de complicações hemorrágicas e menor mortalidade e infarto não fatal. A desvantagem é o custo e a disponibilidade. Complicações: isquemicas (expansão ou extensão do infarto), hemodinâmica (IC ventricular esquerda e choque cardiogênico), elétricas (arritmias ventriculares e bloqueio atrioventriculares e intraventriculares), mecânicas (ruptura do septo interventricualar, ruptura da parede livre VE, ruptura de músculo papilar). Pericardite aguda Dor indolente que não se confunde com síndrome coronariana aguda. A maioria das dores que são atendidas no pronto socorro não são coronarianas. Epidemiologia: mais comum em homens e em adultos. 5% das dores torácicas em PS. 75% dos casos são virais ou dita idiopática. Chegou um caso de pericardite, provavelmente a origem é viral. Síndrome de Dressler: 24-72hs após IAM. Paciente pós SCA e volta a ter dor torácica, e vamos pensar em isquemia novamente. Mas as vezes pode ser um fenômeno imunológico da cicatrização do infarto que pode inflamar o pericárdio e causar sintomatologia. Cuidado para não confundir com uma SCA. Devemos primeiro pensar em SCA, e verificar o eletro (supra de ST em duas derivações contíguas) e aumento de troponina. Emergência dialética: hipercalemia, acidose metabólica não responsivo ao bicarbonato, uremia causar encefalopatia urêmica, pericardite urêmica, não importa a ureia, importa a consequência da ureia. Etiologias: virais, insuficiência renal (pode causar derrame pericárdico), doenças neoplasicas secundarias. Doença neoplásica primária do pericárdio, neoplasia de mama é a mais comum por redução da drenagem do pericárdio. Alteração da produção ou da excreção do líquido. Para as neoplasias provocarem pericardite precisamos ter a metástase dentro do órgão, que vai causar um processo inflamatório, causando abertura do LIC vascular, aumentando a quantidade de líquido. A dor torácica: o Subaguda: normalmente são pacientes do ambulatório, e normalmente não vão ao pronto socorro. o Indolente o Geralmente após IVAS o Piora com o decúbito o Piora com a respiração profunda o Melhora com a posição sentada ou genopeitoral (prece maometana). Posição antalgica (para evitar a dor). o É comum a irradiação para a região escapular- relação com a inervação frênica, lembrar dor no nervo frênico causa dor referida próximo da escápula. A dor vai ser gerada pelo atrito dos folhetos parietal e visceral. Depois de caracterizarmos a dor vamos fazer eletro: Eletrocardiograma É o mais importante exame diagnóstico A alteração mais clássica é uma elevação difusa do segmento ST com concavidade para cima exceto em AVR em 60% dos casos. Duração de alguns dias. No tamponamento: baixa voltagem (menor que 5mm no plano frontal, água como se fosse um isolante), presença de alternância elétrica (single heart o coração dança dentro do derrame pericárdico, com alternância elétrica). Vamos ter um complexo grande e um pequeno. As vezes pode ter baixa voltagem e alternância elétrica. Lembrar que o atrito pericárdico é patognomônico de pericardite. Vamos ter infra de PR. Não é possível ocluir as duas coronárias ao mesmo tempo. Para ser uma SCA temos supra de parede inferior, anterior e lateral. E torna-se impossível ter infarto das 3 artérias ao mesmo tempo. Sendo assim, o paciente está tendo pericardite aguda. Ex: paciente hígido com 33 anos, vamos pensar em causas infecciosas, IVAS. Exames auxiliares • Hemograma: discreta leucocitose, discreta linfocitose. • Troponina: 15% coexistente miocardite. • PCR: está elevado em ¾ dos casos. Controle de evolução infecciosa. Antibiótico terapia com diminuição, está diminuindo e controlando a infecção. • RX de tórax. Tratamento Tratamento benigno 70-90% dos casos é autolimitada e possui boa evolução. • Ibuprofeno: 600-800mg 3x dia. • AAS: 2 a 4g/dia. (Dose usada pelos reumatologistas). Nessa dose não vai ter efeito antiagregante plaquetário. Acima de 300mg já não tem mais efeito antiagregante plaquetário. Vamos ter resposta anti- inflamatória. Tempo de tratamento: 10-14 dias. • Colchicina: 0,5-1,0mg/dia (associada ao AINH associada ao AAS e ao ibuprofeno) e mantida por três meses. Para o AAS e o ibuprofeno vão ser retirados depois de 2 semanas e mantem a História de infecção de vias aéreas 3 semanas antes. Dor torácica (do tipo não anginosa) Ao exame físico: atrito pericárdio. Exames complementares: evolução difusa do segmento ST, em derivações não contíguas. colchicina 3 meses. Colchicina é um potente anti-inflamatória. • Prednisona: 0,2-5mg/kg/dia por 2-4 semanas. Não internamos pericardite não complicada. Complicada vai ser quando o paciente tem febre, mal estar, é impressão de má evolução clínica (REG). Paciente com febre alta, vamos internar e dar corticoide, opção classe I é Prednisona. Mal prognóstico:febre, tamponamento cardíaco, dor. Se subir troponina é um indicador de mau prognóstico. Paciente está em uso de anticoagulante oral e fez pericardite, podemos ter um processo inflamatório em um paciente que está com o sangue muito fino. Tamponamento pericárdico A efusão pericardica reduz a complacência das câmaras cardíacas a ponto de reduzir o débito cardíaco. 150-200ml de líquido no pericárdio são suficientes para causar tamponamento, desde que produzidos rapidamente, por ruptura ou dissecção. Podemos encontrar volumes tão grandes como 1000- 1500ml sem sinais de tamponamento, porque são de evolução crônica (lenta e o corpo consegue se adaptar). Vamos ter um problema de restrição diastólica, sem disfunção miocárdica. Porque a pressão intrapericardica vai aumentar periodicamente e colabar principalmente o lado direito do coração. O que tampona o coração do paciente é o aumento da pressão de forma súbita, porque podemos ter pacientes com volume de 1000-1500ml que não tem tamponamento cardíaco. O átrio direito vai ser a primeira câmara que vai colabar, o paciente entra em choque obstrutivo. Outros exemplos de choque obstrutivo são: TEP pneumotórax hipertensivo acotovela os vasos da base. Aspecto clínicos • Ansiedade • Dispneia • Hipotensão • Distensão venosa jugular • Bulhas hipofoneticas • Pulso paradoxal (importante para diagnostico clínico). O normal é na inspiração é esperado que o pulso caia 10mmHg, se temos na inspiração profunda uma queda maior que 10mmHg temos uma restrição do lado direito do coração. Vai inspirar e descolocar o septo interventricualar para a cavidade esquerda, diminuindo o débito cardíaco, e por isso que o pulso vai diminuir mais de 10mmHg. Tríade de Beck Altamente acurada padrão diagnóstico de tamponamento pericárdico: hipotensão + distensão jugular + bulhas hipofoneticas. Pulso venoso jugular (PVJ) Onda A: contração atrial direita (maior pressão no átrio direito). Onda C: herniacao da valva tricúspide. Isso ocorre logo depois do QRS, contracao isovolumetrica. Complexo X e onda V: átrio enchendo. Y: desaba dentro do ventrículo direito. Efeito Bernhein: paciente com restrição diastólica, aumenta o volume do VD que vai ocupar o VE na inspiração, empurrando o septo interatrial. Isso não mostra que é tamponamento, é uma restrição diastólica das câmaras direitas. O efeito Bernhein causa o pulso paradoxal, porque isso vai causar o aumento da câmara cardíaca direita, e o pulso periférico vai cair mais de 10mmHg na inspiração. Infecção de via aérea superior (viral), 2-3 semanas com dor e desconforto no peito (não vai ao PS, procura o ambulatório) ao exame clínico, ausculta de atrito pericárdico (pode ser o suficiente) eletrocardiograma supra difuso, pode ter baixa voltagem (complicado) se complicar com efusão (tamponamento pericárdico), pode apresentar a Tríade de Beck (hipotensão + distensão jugular + bulhar hipofoneticas). Alternância elétrica: complexo alto, seguido de um complexo baixo. Não precisamos fazer um eco para saber que o coração está dançando nessa quantidade de líquido. Ocorre devido a quantidade de liquido que tem dentro do coração, isso porque, a bomba cardiaca fica dançando dentro desse líquido a cada contração single heart). Baixa voltagem: devido ao líquido que é isolante elétrico. Raio- X do paciente com pericardite: Paciente com a tríade de Beck: (hipotenso + distensão jugular + bulhas hipofoneticas) paciente muito grave, temos que resolver isso no pronto socorro. Hoje se faz guiado por ecocardiografia. Deve-se entrar sub xifoide mas não pode perfurar o diafragma e drenar todo o líquido do pericárdio, pericardiocentese. Estenose mitral Febre reumática está envolvida na gênese da estenose mitral em 99% dos casos. EM isolada ocorre em 25% dos casos. Espessamento na borda do folheto valvar. Fusão da comissura (colada as comissuras das valvas). Fusão e encurtamento das cordas tendineas. Síndrome de Lutembacher: CIA + EM reumática. Paciente nasceu com CIA, e foi infectado com Streptococcus e desenvolveu a estenose mitral. O fluxo pulmonar vai aumentar, CIA é uma patologia acianogenica. Cianose é caracterizada clinicamente com hemoglobina reduzida na periferia Hb<5. Infecção de garganta, crianças está ótima, e depois de muito tempo de evolução pode desenvolver a EM. Valva mitral tem dois folhetos, e colam um folheto no outro, no passado abria-se o peito do doente, entrava pelo átrio do paciente, e enviava o dedo e rasgava a válvula. Atualmente continuamos descolando os folhetos, mas formas diferentes. Acometimento inflamatório do aparelho sistêmico tudo está acometido pelo processo inflamatório, mesmo que abra a valva, ela não terá a mobilidade adequada. E por isso que as cirúrgias abertas as vezes são indicadas. Valva mitral: 4-6cm, se cair abaixo de 1cm quadrado, já temos um gradiente de pelo menos 20mmHg uma diferença entre o átrio e ventrículo Pcapilar pulmonar normal: 10-12mmHg. Esse paciente é um paciente que não suporta aumento de frequência cardiaca. Quanto mais diástole eu tiver menos pressão tenho no átrio, e com isso, menos pressão eu vou ter no capilar pulmonar. FA aumenta a pressão dos capilares pulmonares, quando o paciente fibrila, vai ser com frequência alta, diminuindo o tempo de esvaziamento. O remodelamento atrial, pode ter remodelamento elétrico e causar a FA. O que reduz a FC vai ser a restrição diastólica, quanto maior a diástole, maior a FC. A nutrição do VE se faz na diástole, beta bloqueador é bom para o paciente coronariopata, porque ele irriga as coronárias na diástole. Quanto mais próximo o estalido de abertura (mitral) de B2, mais grave a complicação. Estenose mitral leve: gradiente e quando chega na metade da diástole equaliza as pressões. O sinal de sopro holodiastolico é sinal de gravidade em paciente. Aumenta a pressão no capilar pulmonar, aumenta passivamente a pressão na artéria pulmonar, e o VD não aguenta pressão, vai dilatar hipertrofiar e aumenta a pressão no átrio direito, que vai jogar pressão nas cava, pode ter hepatomegalia e esplenomegalia. A única cavidade que não vai ser afetada é o ventrículo esquerdo. Semiologia cardiovascular: ausculta com ruflar diastólica, que deve ser com a campânula, sopro de baixa frequência Segunda bulha é hiperfonetica: estenose mitral grave com hipertensao pulmonar vamos ter segunda bulha hiperfonetica. Sopro de insuficiência pulmonar: Sopro de insuficiência pulmonar causado por hipertensão pulmonar. Vai ter um sopro de Graham Steell pode ser auscultado em pacientes com DPOC Hiperfonese de B1 quando tem alteração da textura da valva. Vamos ter B3 de VD Pressão atrial maior que a pressão ventricular. Imagem do duplo contorno: átrio esquerdo hipertrofiado, fica uma massa. Dilatação do tronco da artéria pulmonar. Ecocardiograma: Ecocardiografia Score de Wilkins: • Mobilidade do folheto • Espessamento da valva. • Calcificação dos folhetos. E situação das cordas tendineas. Cada critério recebe notas de 1-4. Se o paciente tiver <8 de pontuação realiza tratamento com cateter balão, se >8 cirurgia aberta. Se o paciente tem mais de 50 anos vai ter mais chance de fibrilar, com aumento de risco de fenômenos tromboembolicos, mortalidade aumenta bastante. Mesmo paciente que está em ritmo sinusal e tem sobrecarga atrial esquerda, pode fibrilar em alguns momentos (fibrilação intermitente) e fazer trombos. Metade dos eventos de embolia sistêmica vão dar AVC, podem ocluir as coronárias, mas isso é um evento mais difícil de ocorrer. Diagnóstico: clinica + ecocardiografia Lembrar que a pressão na artéria aorta: 120mmHg. A pressão na artéria pulmonar: 35mmHg, mas no ECO so vamos ter hipertensao pulmonar com 50mmHg no repouso. Abordagem terapêutica:1) Avaliar a gravidade. Estenose mitral grave: menor que 1,5cm. 2) Etiologia dela: mais de 95% é de febre reumática. 3) Estenose mitral grave + de origem reumática. O paciente tem sintoma ?sim ou não. 4) Se o paciente tiver sintoma (dispneia) vai para a intervenção. 5) Se ele não tiver sintoma. Vamos procurar se ele tem complicadores: prevenção de hipertensao pulmonar (ECO na arteria pulmonar), pressão na arteria pulmonar (até 35mmHg) sinal de gravidade no repouso 50mmHg e 60mmHg na atividade, se tiver complicadores vai para intervenção. 6) Se não tiver complicadores vai para segmento clínico. Tratamento: valvoplastia mitral com cateter balão, ou cirurgia transcateter (com valvas calcificadas de idosos de outras etiologias). MAC. Fibrilação atrial: varfarina, para qualquer paciente com fibrilação atrial. Dar anticoagulante, Score CRUSADE ?. Complicadores são: hipertensao pulmonar e fibrilação de inicio de recente. Valvoplastia percutânea: sucesso 50% do gradiente. AVM>1.5 em 80%. Estenose aórtica É uma doença do envelhecimento, sendo em 80% dos casos degenerativa, em 20% dos casos por febre reumática e em raríssimos casos congênitas onde as valvas são unicuspides que tem severa obstrução e as crianças vem ao óbito, existem casos que vem bicúspide que vão danificar o fluxo com o tempo ou tricúspide com as cúspides coesas. A valva aortica tem 3 valvas (2 coronarianas e 1 não coronariana), mas existem pessoas que apresentam valva aórtica bicúspide, isso pode ser totalmente assintomático, mas com o passar do tempo com o traumatismo e rigidez ela pode ir obstruindo. A estenose aórtica de origem reumática está em declínio, em países desenvolvidos correspondem a <20%, geralmente existe comprometimento mitral associado. Origem degenerativa, mais comum, ocorre o envelhecimento da população, ela começa a ter calcificação. É a causa mais comum de troca valvar, franca calcificação de 2% dos indivíduos acima de 65 anos, esclerose sem causar obstrução 30% dos indivíduo com mais de 65 anos. Compartilha a fisiopatologia da inflamação do processo aterosclerótico. O paciente com estenose aórtica degenerativa tem chances de ter doença coronariana. Hoje no Brasil temos como causas principais: degenerativa e reumática. Fisiopatologia: são os mesmos fatores de risco da doença coronária para a estenose aortica, como HAS, DM, dislipidemia, etc. A valva aórtica normal possui ceca de 3-4cm cúbicos. Quando a sua aérea é menor do que 1,5cm cúbicos é considerada severa, onde os sintomas aparecem. É considerada severa com área valvar <1,5 nesse instante o gradiente sístolico está geralmente <50mmHg. Partículas lipídicas e infiltrado inflamatório. Como há um estreitamento da valva, o ventrículo esquerdo começa a se remodelar, de forma a se hipertrofiar concentricamente e irregularmente (sarcomero não são lineares como na hipertrofia que ocorre nos atletas). Devido a essa hipertrofia que não é acompanhada pela neovascularizacao, o paciente pode apresentar B4 e angina (torna-se naturalmente isquêmico e perde a reserva coronária, além de que o paciente pode ter placa de ateroma, contribuindo ainda mais para essa dor). Devido ao turbilhonamento de sangue com o tempo, a aorta pode sofrer uma dilatação pos-estenotica. Em fase tardia, o paciente evolui para uma insuficiência cardíaca, com aumento do resíduo sistolico, B3, sincope, aumento do tempo de ejeção ventricular esquerda (gerando o desdobramento paradoxal de B2 com a inspiração) e dispneia. Além disso, a curva de pressão do VE deve subir juntamente com a curva de pressão da aorta, quando há aumento da pressão no VE, ocorre um gradiente de pressão, ocorre fluxo turbilhonar de saída do VE, gerando um sopro que começa baixo, aumenta e depois diminui (sopro em diamante). Sintomas cardinais da estenose aórtica: dispneia, síncope e precordialgia. O ECG tem grande especificidade (chance de ser negativo, ser muito negativo), mas não é muito sensível (caso de positivo não confirma que é realmente estenose aortica), por isso que as vezes o paciente tem sobrecarga do VE e não aparece nada no seu traçado eletrocardiográfico. Problema da estenose aórtica: gradiente de pressão, a curva de pressão aortica e da pressão ventricular são completamente discrepantes. Ex: na aorta temos uma pressão de 90mmHg, e no ventrículo temos 150mmHg, uma diferença de 60mmHg, acima de 40mmHg vamos ter critério de gravidade. História clínica: angina devido a hipertrofia concêntrica que não acompanha a neovascularizacao, síncope devido a interpretação dos barorreceptores (captam elevada pressão no VE, estimulando a vasodilatação periférica), arritmias e dispneia aos esforços, que já é a fase final da doença, caracterizando um péssimo prognóstico. Exame físico: pulso parvus tardus, que possui uma subida lenta e uma descida rápida, uma baixa amplitude e é sustentado (atenção! Idosos podem não ter pulso parvus tardus devido a perda da elasticidade das artérias). No pulso carotídeo, nota-se um fremito que decorre da transmissão do fluxo que ocorre na valva, vão sair jatos de sangue do VE e nas carótidas vão ser repercutidos como barulhos de sopro (fremito). Na palpação precordial, em fase tardia, nota-se um impulso cardíaco sustentado com o ápex (ictus) deslocado para esquerda e para baixo, isso ocorre porque quando o volume de sangue do átrio chocar com o volume de sangue residual do ventrículo vai “cutucar” a parede ventricular estimulando o ictus. Vai verificar uma onda A precordial, que nada mais é que B4. O sopro gerado é bastante rude e intenso, fazendo com que o paciente apresente fremito quando inclinado para rente e em respiração profunda. A B1 pode ser normal ou hipofoneticas e a B2 quanto mais hipofonetica mais grave. O click aórtico está na dependência da mobilidade valvar, sendo sua ausência um sinal de gravidade. O sopro é mais bem auscultados nos focos da base, irradiando para todo o precórdio e para os vasos do pescoço. Existe ainda uma dissociação esteto-acustica de Gallavardian que é uma estenose aórtica grave que o sopro migra para área mitral, irradiando para axila. O tórax do paciente deve ser silencioso, se for hiperdinamico pode ser indicativo de IM ou IA por febre reumática. O fremito vai ser pelo menos de 4 cruzes, porque conforme aumenta o fremito, teremos um sopro mais alto. Lembrar: B1 hipofonetica, B2 hipofonetica com desdobramento paradoxal e ausência de click aórtico pode indicar gravidade. Sopro de ruflar, de ejeção, de 4 cruzes, que irradia para pescoço, auscultado em focos de base. Quanto mais intenso o sopro, pior o prognóstico, se dispneia, pior o prognostico. Epidemiologia Congênita ou reumática na quinta ou sexta década de vida. Degenerativa vai ocorrer da sétima a nona década de vida. Angina: Ocorre em 2/3 dos pacientes. Metade possui DAC significativa, (significativa é obstrução maior que 50% das coronária). Resulta de: Elevação da demanda (miocardio hipertrofiado). Reserva coronária: variação que a coronária vai fazer para responder ao fluxo. Vai ficar com mosaico de sarcomeros, eles não são lineares como na hipertrofia do atleta, vai ficar com a reserva alterada. Síncope: VE exerce grande pressão ejetando o sangue, causa estímulo dos barorreceptores que vão promover vasodilatação em um vaso que já está recebendo menor quantidade de sangue. Dispneia: Sinal de péssimo prognóstico. O músculo dele se adaptou e o mecanismos de Franklin Starling não tem mais como se adaptar. Paciente com área valvar de 1cm, e fração de ejeção reduzidas (<40%). Estenose aortica de baixo fluxo e baixo gradiente. Gradiente: diferença de pressão entre o VE e a aorta. Normalmente temos uma pressão de 90mmHg na aorta e de 120mmHg no VE, sendo um gradiente de 30mmHg. Quando apresentarmos um gradiente >40mmHg já temos indicativo
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