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Historiografias, material do primeiro trimestre 11a classe

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ESCOLA SECUNDARIA 
2023 
Apontamentos de História, 
11ª classe. 
1º Trimestre 
Magido Soares 
G I L E 2 0 2 3 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
Introdução ao estudo da história 
O conceito: História 
O termo história tem a sua origem grega “historiê”, o que significa investigação ou inquérito. 
O termo história foi primeiramente utilizado pelos gregos para designar aquele que 
testemunhou um acontecimento. 
Mais tarde por influências de Heródoto (o considerado pai da historia), deu título de história o 
resultado das investigações sobre as guerras entre os gregos e os persas. Razão pela qual a 
história passou a assumir o sentido da busca de acontecimentos humanos. 
A evolução do pensamento da antiguidade ate ao seculo XX 
Nem sempre a história foi tida como ciência, pois desde o seu surgimento, com a invenção da 
escrita, cerca do IV milénio a.n.e. e durante muitos milénios a história era um conhecimento 
baseado em cosmogonias e mitografias, em géneros literários e noutras formas de documento 
considerados na actualidade como não científicos. 
Na actualidade este conceito tem vindo a ganhar destaque por vários cientistas de tal forma 
que cada cientista ou pensador mostra a sua visão de várias formas como abaixo se segue: 
Lucien Febvre, define a história como um estudo feito cientificamente das diversas 
actividades e criações dos homens de outros tempos, considerados numa época determinada e 
dentro do quadro das sociedades extremamente variadas que encheram a face da terra e a 
sucessão das idades. Para Fernand Braudel a história é a ciência das ciências do homem. E 
para Marc Bloch a história é a ciência dos homens no tempo. 
Portanto por existirem vários conceitos, as palavras-chave são bastante importantes para a 
definição de um único conceito e valido na ciência, dai que considere-se história como a 
ciência dos homens no tempo e no espaço. 
Historiografia judaica 
Conceito 
O termo historiografia define-se como a arte de escrever a história, ou seja é o estudo critico 
sobre os historiadores. Outos autores ainda preferem defini-la como a história da história. 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
A historiografia judaica esta expressa na obra histórica dos Hebreus (Judeus), no antigo 
testamento que faz parte da Bíblia, pois são textos bíblicos composto de muitos 
acontecimentos das épocas mais antigas. Dentre eles os códigos das leis (ex; Genesis, Êxodo, 
Levítico), as crónicas (narrações), as poesias, (ex: salmos e provérbios), as Profecias (ex: 
Isaías e Ezequiel). 
Importância da Bíblia 
A Bíblia atribui muita importância a historiografia, conferindo-lhe autoridade histórica 
devido a seguintes factores: 
 Criou uma concepção em relação ao povo judeu por ser o escolhido de deus; 
 A Bíblia é um livro sagrado dos cristãos e tem muita credibilidade universal; 
 Até ao princípio do seculo XIX, constituiu a principal fonte de informação histórica 
relativamente aos povos do próximo Oriente durante a antiguidade. 
Na actualidade, a importância da Bíblia para o estudo da historiografia judaica passou para o 
segundo plano no âmbito dos novos desenvolvimentos da investigação e critica histórica, 
depois da decifração de novas fontes, como as arqueologias e paleontologias, bem como a 
decifração das antigas escritas egípcias (hieroglíficas) e sumérias (Cuneiformes). 
Características da Historiografia Judaica 
A historiografia judaica foi caracterizado por: 
 Cosmogonias e mitologias, por isso, acientíficas ou pré-científicas; 
 Proféticas; 
 Gentílica (o homem judeu era considerado o centro do mundo, e, isso, a sua historia 
era assumida como sendo a sua história era assumida como sendo a historia 
universal). 
 Normativa ou jurídica (elaboraram-se muitos códigos de leis e conductas com 
especial destaque para o código de Hamurábi). 
Critica á Historiografia Judaica 
Uma das características da historiografia judaica era o exagero, na medida em que a 
concepção do homem era vista de uma forma universal, quando apenas se tratava de um povo 
e de outros próximos, na sua maioria, povos que habitavam em redor do mediterrâneo. 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
Apesar da credibilidade universal que tem nela não se encontram informações de povos que 
viviam ao sul do sara e da América, porque ainda não havia contacto com esses povos; esse 
contacto so foi possível a partir do seculo XV. 
Historiografia Grega 
A historiografia grega teve duas fases praticamente distintas: 
 1ª: antes da instituição da democracia Seculo (V a.n.e.) foi uma historiografia 
cosmogónica e mítica; 
 2ª Depois da instituição da democracia, deu início uma historiografia mais 
humanista. 
Características da historiografia grega 
A historiografia foi caracterizada pelo humanismo pelo facto de ter o homem como objecto 
de estudo; 
 Pela ciência pois ela deu inicio a cientificidade; 
 Auto-reveladora porque procurou sempre projectar o futuro no presente, pois ensina o 
homem sobre o seu passado e a relação entre o passado e o presente; 
 Pragmática. 
Principais historiadores: na historiografia greda destacam se como os principais historiadores 
Heródoto (480-425 a.n.e) que deus os primeiros passos a historia e Tucídides (460 – 386 
a.n.e), seguidor e continuador de Heródoto e destacou-se pela sua acção de questionamento 
da fontes, procurando apurar a sua veracidade e credibilidade. 
Historiografias Romana 
Nesta, foram destacadas três grandes historiadores dentre os quais Polibio, Tito Livio, Tacito. 
As características deste período foram de acordo com cada pensador romano desta época de 
tal forma que para Polibio, forneceu o primeiro modelo de homem universal e os primeiros 
passos de caracter universal, aplicou a história o modelo cíclico. Pois para este pensador a 
história é o conhecimento do geral, daquilo que se repete, que obedece as leis e por isso ela 
pode ser previvisivel. 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
Para Tito Lívio a principal característica desta historiografia é o apologismo. E o outro da 
época foi o Tacito que caracterizou a história pela mistura da literatura e ausência da análise 
cientifica. 
Portanto além destes pensadores existiram outros tais como: os gregos Plutarco, Eforo, 
Xenolonic, Flávio, Josefo, Salústio, e Suetónio. 
Historiografia crista antiga 
A historiografia crista subdivide-se em crista antiga e crista medieval, é assim denominada 
procura revelar a fé crista a sua expansão, bem como a maneira como foi usada e interpretada 
nas diferentes épocas. 
O cristianismo é resultado directo da perda de influencias e poder do judaísmo devido a 
ocupação da palestina pelo império romano, facto este que gerou disputa entre a autoridade 
religiosa, na pessoa do sumo-sacerdote, e a autoridade militar e politica, o rei. 
Os seguidores de cristo criavam mais inquietação aos judeus do que aos romanos pelo facto 
de o judaísmo ser uma doutrina nacionalista e racista, por se considerar povo eleito de Deus 
(gentilismo Judaico). Enquanto o cristianismo era mais aberto e não realizava qualquer tipo 
de distinção entre povos (ecumenismo cristão). Refere-se que foram as principais 
características da historiografia crista antiga o providencialismo, a negação das barreiras 
sociais, a afirmação de um ser omnipotente (Deus). 
As principais fontes da história crista: a principal fonte da história crista é a Bíblia que une 
o novo testamento, o velho testamento e a Bíblia judaica. 
Os principais historiadores cristãos foram: Eusébio de Cesareia; considerado fundador da 
historiografia crista, por ter escrito a história moral e crista, que comoveu o rei Constantino 
(280-377), a dar liberdade de culto utilizando a doutrina crista e transformando o cristianismo 
como uma religiãodo estado. 
Santo Agostinho: (354-430), no inicio da decadência do império romano, incluiu a Bíblia 
judaica na doutrina crista, dando a noção de processo histórico. 
 
 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
Historiografia medieval 
Surge com a queda do império romano do ocidente no seculo IV, facto que deu lugar o 
surgimento do feudalismo. Foi a época da expansão do cristianismo e de regresso a economia 
essencialmente Agrícola e de subsistência. 
Características da historiografia medieval 
A historiografia medieval foi caracterizada por ser providencial, apocalíptica e universal. É 
de salientar que as fontes desta época são na sua maioria de origem eclesiástica pois foram 
elaboradas por monges nos mosteiros no seculo VI a XI. E os géneros literários 
predominantes na época dessas fontes são os anais e crónicas e contos populares que eram 
escritos em latim. 
Mais tarde, já no seculo seguinte a nobreza e o clero continuou a fazer a historiografia o que 
se denominou de Historiografia palaciana, para satisfazer as cortes reais e escrita por 
crónistas em jeito de encomenda onde se relatava a história das cidades. 
Os principais representantes dessa historiografia foram: Jean Froissart, Lopes Ayala e 
Ggiovani Villani. 
Historiografia Iluminista 
Iluminismo foi um movimento cultural e intelectual muito divulgado na europa entre os 
seculos XVII e XVIII. Defendia que era possível dominar pela razão a problemática total dos 
homens. Este movimento também ficou conhecido por filosofia das luzes ou ate a época das 
luzes. 
Características do iluminismo 
 A ideia do processo continuo como elemento unificador da história; 
 A admissão da existência de um sentido da história; 
 A admissão da existência de uma so historia e não de várias; 
 O alargamento do objecto de estudo da história, pois para Voltaire, não devem ser so 
os reis mas as nações (seus costumes, leis, usos, espirito, hábitos, etc). 
Principais Iluministas: Montesquieu (1689-1755), Voltaire (1694-1778), Jean-jacques 
Rousseau (1712-1778). 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
Historiografia Racionalista 
Racionalismo foi uma doutrina filosófica de origem grega que considera que so através da 
razão se tem acesso ao conhecimento e a verdade, porque as leis do pensamento racional, são 
também as leis das coisas. Ressurge na europa por volta do seculo XVIII, no contexto do 
iluminismo. 
Características da historiografia racionalista. 
Com o objectivo de encerar os problemas levantados pelo maior desafio da época ao mundo 
burgues, Rene descartes e John Locke, desenvolveram as principais correntes filosóficas do 
seculo XVII: o Racionalismo e o Empirismo que se caracterizaram por: 
 Defender que o princípio da verdade é a evidência racional que não depende da 
revelação divina; 
 Introdução da dúvida metódica que seria efetuado através das análises e da síntese; 
 E a introdução do método critico na investigação histórica. 
Principais representantes: Rene Descartes, John Locke e Bossuet. 
Historiografia Romântica 
Surge no século XIX, quando o capitalismo já contava com sucessos técnicos e científicos 
para a construção de novos valores, nesta fase a industrialização trouxe progressos que 
levaram a descoberta nas ciências naturais, mas também uma serie de problemas na 
sociedade, tais como propriedade privada, as relações de classe que deviam ser respondidos 
com ajuda das ciências sociais. 
Romantismo foi um movimento cultural que surgiu na europa no fim do seculo XVIII, 
inspirou-se nos ideais liberais e na nova mentalidade motivada pelas mudanças políticas, 
rejeitando os modelos clássicos do racionalismo da primeira metade do seculo XVIII. 
Portanto ela surge no contexto da revolução francesa destacando-se em três direções ou tipos. 
Tipos de romantismo 
 Romantismo conservador ou reacionário: foi desenvolvido pelas velhas classes 
privilegiadas (nobreza e Clero), com o objectivo de recuperar a velha ordem aristocrática que 
reclamava a reposição do poder do rei e da supremacia da igreja. E teve como o seu 
representante Chateubriand. 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
Romantismo liberal ou progressista: defendida pela burguesia vencedora das revoluções e 
que projetava a implantação de um novo regime burgues baseada nos ideais defendidos na 
revolução francesa. Teve como representante; Guizot, T hierry e Michelet. 
 Romantismo Socialista ou socialismo utópico: defendido pelos Sans-cullotes (povo francês), 
que depois da revolução não viram melhoradas as suas condições sociais, porque apenas 
mudara o opressor (dos reis, clero para a burguesia), Saint-Simon, Charles Fourir, Robert 
Owen foram os seus principais representantes. 
A historiografia positivista 
O positivismo pode ser definido como sendo a filosofia ao serviço das ciências naturais, ao 
defender a determinação dos factos e o estabelecimento das leis. Surgiu no seculo XIX e foi 
defendido por August Comte, que acredita não existir um conhecimento absoluto em 
oposição das ideias materialistas e idealistas. Para este devia se servir antes da experiencia 
para provar a investigação de todas as ciências. Portanto para ele a evolução da humanidade 
conheceu três fases (estados ou etapas) que são: estado teológico, metafisico ou anárquico e 
estado positivo. 
Características da historiografia positivista 
 Defesa das críticas rigorosas das fontes; 
 Sociedade humana como objecto da investigação científica ou histórica; 
 Reivindicação da interpretação dos fenómenos psíquicos ou mentais; 
 Defesa de que não é o historiador que deve relacionar os factos, mas sim o sociólogo. 
Criticas a historiografia positivista 
 Tendências de encontrar leis; 
 Anciã do realce exaustivo das fontes, limitando o papel interpretativo do historiador; 
 Defesa de uma história que privilegiava aspectos institucionais e políticos; 
 Valorização de uma história que se baseava nos factos e tempo curto em detrimento 
das estruturas e conjunturas. 
 
 
 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
Historiografia historicista 
Historicismo foi uma filosofia iniciada pelo alemão leopold Von Ranke (1797-1886), esta 
teoria entrega a historia todo o conhecimento humano. 
Características da historiografia historicista 
Para os historicistas a história é uma ciência do espirito, subjectiva e relativa. Para eles os 
historiadores diferenciam as ciências exatas da história, ao afirmarem que as ciências exatas 
formulam leis gerais e abstratas, enquanto a história descreve factos individuais, particulares 
e únicos, isto é, defendem o caracter especifico do conhecimento histórico que por isso não 
pode ser generalizado as leis. 
Os historicistas diferenciam-se também dos positivistas, pois enquanto os positivistas 
defendem que os factos falam por si e por isso o historiador não deve emitir qualquer opinião, 
os historicistas defendem o papel preponderante do historiador na interpretação dos factos 
que não devem ser aceites positivamente. 
Principais representantes: Karl Marx, Friederich Engel 
O materialismo Histórico (Marxismo) 
Foi fundado por Karl Marx, Friederich Engel, surgiu no contexto da luta entre o capital e o 
trabalho devido a exploração da mão-de-obra pela burguesia. Foi uma continuidade do 
socialismo utópico. 
Para os Marxistas, a história consiste numa sucessão de modos de produção (esclavagismo, 
capitalismo e socialismo), em que a passagem de um para o outro resulta de uma luta de 
classes, devido a contradição das forcas productivas e as relações de produção. Introduzem 
uma nova tendência da história global que abarca aspectos da vida política económica, social 
e mental. 
Evolução da Historia do Seculo XX 
Crise da História no Seculo XX 
O seculo XX, foi marcado por uma criseda história, porque foi esvaziada do seu objecto de 
estudo, foram questionados os seus métodos dai o questionamento do estatuto científico da 
história. Portanto as razoes desta crise da história são explicadas em três vertentes: 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
O aparecimento de outras ciências sociais: o aparecimento da sociologia, geografia 
humana, antropologia social e cultural que também se ocupavam ao estudo do homem trouxe 
novos problemas como a definição do conteúdo específico da história (objecto); a 
reformulação da sua função objectiva nas sociedades e a sua metodologia. 
Aparecimento de novas tendências historiográficas: no seculo XIX, surgiram novas 
correntes de pensamento entre eles o historicismo e o materialismo histórico que vieram 
ampliar o objecto de estudo da história bem como o papel do historiador, assim o objecto da 
história ficaram indefinidos. 
Desenvolvimento técnico-cientifico que fez com que os métodos (observação e experiencia) 
das ciências naturais (química, física e biologia), assumissem como métodos padrão na 
produção de conhecimentos em todas áreas de conhecimento. 
Assim sendo a história tornou pouco relevante, pelo facto de que a sua metodologia, 
objectivos e objectos ficou pouco claro. 
A escola dos Annales e História Nova (1929-1946) 
Surge como forma de resolver a contestação da história com os historiadores Lucien le 
Febvre e March Bloch que em 1919, criaram a revista annales, onde eram publicadas ideias 
novas sobre a história produzida nos seculos XVIII e XIX. 
Pressupostos da história dos Annales 
 A luta contra a historiografia positivista tradicional, lutando contra a história politica, 
factual e superficial; 
 A busca de uma história explicativa, problemática, profunda e total; 
 Propõe o alargamento do território do historiador, para uma história global; 
 Recusa a selecção simples dos factos e valorização dos factos referentes a dirigentes 
da vida pública ou classe dominante; 
 Defende uma história de todos homens. 
Os annales tiveram um contributo importante para o desenvolvimento do pensamento 
histórico, pois eles defendem que a história não deve se limitar a descrever os 
acontecimentos, mas procurar por problemas, dando assim a origem da historia-problema. 
 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
A História estrutural de Fernand Braudel- historia nova 
Com a morte de Le Febvre em 1956, os annales passaram a ter uma nova direcção dirigida 
por Fernand Braudel que através da publicação das suas obras intitulada Historia e as 
ciências sociais em 1958, começou uma nova etapa da história denominada a historia nova, 
baseada na historia estrutural de longa duração. 
Características da História Estrutural. 
 É uma história que privilegia o conjunto, as grandes massas e esta atenta as 
flutuações, dinâmica no tempo e no espaço; 
 Introduz novas noções de geo-história; 
 Emerge um novo conceito de tempo histórico, propondo o tempo curto, media 
duração e longa duração; 
 Defende a aproximação das ciências sociais, dando valor a interdisciplinaridade. 
A historiografia africana 
A historiografia africana é a história da história de africa, a maneira como a história de africa 
tem sido escrita e interpretada ao longo dos tempos. Assim a finalidade da historiografia 
africana deve ser analisada no contexto da história geral de africa. 
Origem da historiografia africana 
A historiografia africana teve a sua origem entre as civilizações da antiguidade oriental a 
egípcia. Os Egípcios desenvolveram nessa altura a escrita hieroglífica que serviu para fixar o 
seu legado religioso que ate então é transmitido oralmente. De referir que muitos escritos da 
antiguidade destacam contactos entre os povos da Mesopotâmia e do extremo oriente com os 
Egípcios, nomeadamente escritos da historiografia judaica (como a Bíblia). 
Em africa, predominava uma história cosmogónica, mitológica e acientifica, que mais tarde 
vieram dar origem a historiografia africana. 
Correntes da historiografia africana. 
Corrente Eurocentrista: as ideias desta corrente dominaram o período entre o seculo XVIII 
e XX. Esta é uma corrente caracterizada pelo racismo, por esta defender a superioridade da 
raça branca sobre a negra. Pois sustenta que os africanos não tinham História antes de 
estabelecer contactos com a europa. Para eles a única parte que possui história é o norte de 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
africa, a ainda acrescenta que a africa não faz parte histórica do mundo porque não tem 
movimentos nem progressos próprios a mostrar, acreditam também que so as fontes escritas 
são as mais fidedignas em relação as orais. 
Corrente afrocentrista: surge em reação ao eurocentrismo, e acredita que a colonização 
influenciou negativamente a evolução histórica de africa. Esta corrente valoriza as realizações 
do povo africano, sustentando que as transformações que marcaram as diversas fases da 
evolução da evolução do povo africano não resultam da conquista de outros povos. 
Corrente progressista: recorre todas as fontes tanto as escritas como as orais para explicar o 
dinamismo africano, recusa que a história seja feita apenas com base em fontes escritas, não 
espelha complexos de superioridade e nem de inferioridade. Difundiu-se a partir do seculo 
XX com a participação de historiadores como: Jan Vansina, Albert Boahen, Obenga, Elikia 
Mbokolo, philip Curtin Donald Fage. 
Problemas da historiografia africana. 
Durante muito tempo, mitos e lendas contribuíram para que a história real de africa não fosse 
conhecida, apesar de se ter concluído que africa tem uma história rica desde que se recorra a 
fontes arqueológicas e orais. Um outro problema foi a falta de confiança nas fontes escritas 
devido a existência de pouca informação escrita, a ma distribuição no tempo e no espaço da 
fontes existentes e a existência de fontes marcadamente eurocentristas. 
As fontes da História africana 
O estudo da história de africa pode ser feito com recurso a fontes arqueológicas como a 
tradição oral, a linguística, a antropologia e a etnologia. Porem foi através da combinação 
destas fontes que foram encontrados os restos ósseos da espécie humana mais antiga do 
planeta, concluindo-se deste modo que a africa é o berço da humanidade. 
Noções sobre a metodologia e epistemologia da História 
 A metodologia é a logica que estuda os métodos das ciências. E a epistemologia é a teoria 
do conhecimento, visando determinar ou explicar a origem logica de um conhecimento 
científico, o seu valor e objectivo. 
Por: Magido Soares 
 
Apostila de história de 11ª classe: para uso interno 
Objecto do conhecimento: é a entidade a ser estudada e sobre a qual se produz o 
conhecimento . no caso da história, enquanto ciência o seu objecto de estudo é o homem no 
tempo e no espaço. 
As principais fontes da história 
O sujeito do conhecimento é o sujeito que conhece o objecto com o qual interage por 
intermedio de certas fontes como as marcas, os vestígios, pegadas, intermediários e restos 
que ajudam o historiador a produzir o conhecimento. 
Portanto considera-se uma fonte da história ou documento, qualquer tipo de vestígio que nos 
chegou do passado e que testemunhou a presença e a actividade dos homens de outras épocas, 
permitindo o historiador reconstruir a vida desses períodos. 
Classificação das fontes: 
Escritos, manuscritos e imprenso: inscrição, concha, papiro, manuscrito, carta, jornal, 
carimbo postal. Ou ainda documentos gravados ou audiovisuais: cilindro, fita magnética, 
desenho, pintura, mapa, esboço, fotografia, filme. Vestígios materiais do homem: documento 
arqueológico, numismático, esfragístico. E o próprio historiador que pode ser testemunha 
directa de certos factos. 
Métodos da história 
Método da história refere-se a maneiracomo o sujeito se relaciona ou trabalha as fontes 
através delas, retira os dados que precisa do passado humano e construir o conhecimento 
sobre ele. 
Os métodos da historia podem ser resumidos num so método que se da o nome de critica 
histórica, que é composto por duas operações fundamentais: a análise e a síntese. 
A análise é a averiguação desse desconhecido e compreende os quatro momentos que são a 
heurística, crítica externa, critica interna e hermenêutica. 
A síntese é a operação pela qual se procede a interrogação do que se conseguiu desvendar do 
desconhecido, com o desenrolar de todos os passos da operação anterior. Que deve ser 
resultado da pesquisa histórica e com ela se enriquece o património histórico.

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