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TEMA 7 Aspectos da Execução Penal Aula 02 Regime Disciplinar Diferenciado

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Aula 02 – Regime Disciplinar Diferenciado
O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) foi criado em 2001 pela Secretaria de 
Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP), por meio da Resolução nº 26, 
com o escopo de responder diretamente à atuação de organizações criminosas, notada-
mente o PCC (Primeiro Comando da Capital) que dominava à época os presídios paulistas.
Somente a partir de 2003, com a edição da Lei 10.792, é que foi instituído de modo 
definitivo e, devidamente, expresso no 52 da Lei de Execução Penal, que trata das hipó-
tese que autorizam inclusão do preso faltoso no regime disciplinar diferenciado (RDD) – 
uma espécie mais drástica de sanção disciplinar. Ressalta-se que o referido regime sofreu 
novas alterações com a vigência da Lei nº 13.964, de 2019 (Lei Anticrime). 
O regime é válido para os presos, nacionais ou estrangeiros, provisórios ou defini-
tivamente condenados, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabe-
lecimento penal ou da sociedade, suspeitos de participação ou envolvimento em organiza-
ções criminais, associação criminosa ou milícia privada, bem como pela prática de crime 
doloso que ocasione subversão da ordem e disciplina. 
Tem cabimento em três hipóteses:
a) em  razão da prática de fato previsto como crime doloso, que constituir falta 
grave, desde que ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sem prejuízo da 
sanção penal correspondente.
Não será todo e qualquer crime doloso, mas que ocasione a subversão da ordem 
ou disciplina internas. 
Pode ser incluído aqui o crime preterdoloso ou preterintencional, pois este nada 
mais é do que um crime doloso agravado pelo resultado culposo.
Deve-se atentar que a tentativa de crime doloso também é capaz de causar uma 
desordem carcerária, pois o preso deverá ser punido com a sanção correspondente à falta 
consumada (art. 49, parágrafo único, da LEP), todavia devendo ser observado o prazo de 
duração da punição imposta.
b) quando o preso apresentar alto risco para a ordem e segurança do estabeleci-
mento penal ou da sociedade. 
Trata-se de regime imposto ao interno que, mesmo dentro do presídio ou estabe-
lecimento prisional, comanda crimes do lado de fora colocando desta maneira em risco a 
sociedade.
O risco apresentado pelo preso deve derivar de fato pretérito ou presente para o 
qual concorreu ou concorre, direta ou indiretamente, o reeducando.
c) quando existirem fundadas suspeitas de envolvimento ou participação do preso, 
a qualquer título, em organizações criminosas, associação criminosa ou milícia privada, 
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independentemente da prática de falta grave.
Necessário observar o enquadramento da organização criminosa conforme des-
crita no art. 1º da Lei 12.850/13, associação criminosa prevista no art. 288 do CP ou milícia 
privada conceituada no art. 288-A, CP.
Para existência de fundada suspeita se faz necessário um certo caráter de nor-
matividade intermediário, caracterizado por um grau de probabilidade suficiente a fundar 
realmente uma fundada suspeita do ilícito.
Ressalte que o §3º do artigo em comento determina que o preso deverá ser ime-
diatamente transferido para estabelecimento prisional federal em caso de indícios de lide-
rança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada ou de atuação 
criminosa em dois ou mais Estados.
Ainda no referido artigo em seu §5º (referindo-se ao §3º) determina que o preso 
deverá ser submetido à alta segurança interna e externa, especialmente, para evitar seu 
contato com outros membros do determinado grupo criminoso ou seus rivais. 
Suas características são as seguintes (LEP, art. 52, I a IV): 
- Duração máxima de 2 (dois) anos, sem prejuízo da repetição da sanção por nova 
falta grave de mesma espécie;
Observe-se que o §4º do mencionado artigo, por sua vez, autoriza a prorrogação 
sucessiva do RDD para os períodos de um ano, caso haja indícios de que o preso:
i) continua apresentando alto risco para segurança e ordem; ou
ii) mantem vínculos com grupo criminoso (organização, associação ou milícia), 
considerando seu perfil, a função desempenhada no grupo, a atividade duradoura deste, a 
superveniência de novos processos e os resultados do tratamento penitenciário. 
- Recolhimento em cela individual; 
- Deverá haver acompanhamento psicológico. Deve-se observar a vedação de cela 
escura ou alojamentos inabitáveis ou insalubres (art. 45, §2º da LEP).
 - Visitas quinzenais de 2 (duas) pessoas (inclusive crianças), por vez, a serem re-
alizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, 
por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com a duração de 
2 (duas) horas;
Ressalte-se que anteriormente ao Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/19) era permi-
tida a visita semanal de 2 (duas) pessoas, sem contar as crianças. Todavia, esse direito foi 
restringido ainda mais, que agora prevê apenas visitas quinzenais.
Se a visita for de alguém de fora da relação familiar será necessária autorização 
judicial.
Conforme previsão expressa no §6º a visita será gravada e, mediante decisão ju-
dicial, fiscalizada pelo agente penitenciário. 
A Lei Anticrime ainda trouxe um acréscimo no §7º ao prever que após os primei-
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Tema 07 - Aula 02 6
ros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber esta visita 
poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com a pessoa 
de sua família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.
 d) Direito do preso de sair da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, 
em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com os presos do mesmo 
grupo criminoso.
e) Entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em insta-
lações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa 
autorização judicial em contrário.
Trata-se de inciso inserido pelo Pacote Anticrime e, portanto, mais uma medida 
que presta a garantir a segurança das unidades prisionais e da sociedade, de maneira a 
intensificar a vigilância sobre os presos que cumprem o regime diferenciado de pena.
f) Fiscalização do conteúdo da correspondência;
Muito embora o sigilo de correspondência seja uma garantia constitucional não 
se poderá admitir que essa cláusula de inviolabilidade epistolar constitua instrumento de 
salvaguarda de práticas ilícitas.
Desta forma o art. 41 da LEP já previa de forma expressa que o direito à comuni-
cação com o mundo externo pode ser suspenso ou restringido por decisão da administra-
ção prisional, todavia, o referido artigo é silente em quais hipóteses esse sigilo pode ser 
violado.
Sendo assim, diante da expressa previsão agora constante no art. 52, da LEP, 
tem-se que a fiscalizaçãode correspondência será expressamente permitida durante o 
cumprimento do RDD, pois é um regime mais rígido e tal possibilidade tem como objetivo 
principal isolar ou neutralizar o preso sancionado, restringindo drasticamente suas possi-
bilidades de articulação intra ou entramuros.
 g) Participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, 
garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso.
Esta previsão inserida pela Lei Anticrime visa reduzir os deslocamentos do preso 
enclausurado e confere, notoriamente, uma maior celeridade ao processo que não deve 
ser vista como benéfica apenas para sociedade mas também e, principalmente, para o réu 
preso, que poderá ver sua situação rapidamente definida.
Verifica-se que a inserção do preso no regime disciplinar diferenciado depende de 
prévio e fundamentado despacho do juiz da execução competente, mediante requerimento 
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade adminis-
trativa (exemplo: Secretário de Estado da Administração Penitenciária) – art. 54, LEP. 
O Diretor do presídio poderá pedir a inclusão neste regime diferenciado somen-
te após a decisão final do procedimento instaurado para apuração de falta disciplinar, 
onde decidirá pela natureza (leve, média ou grave) e a qualificação jurídica da falta com o 
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escopo de também aplicar ao preso as sanções previstas no art. 53, da LEP.
Observe-se que embora o juiz tenha o prazo máximo de 15 (quinze) dias para de-
cidir a respeito, a autoridade administrativa, em caso de urgência, poderá isolar o preso 
preventivamente, por até 10 (dez) dias, aguardando a decisão judicial. 
Neste ponto do Regime Disciplinar Diferenciado Preventivo quando a autoridade 
administrativa determinar o isolamento cautelar, deverá comunicar, imediatamente, a au-
toridade judiciária, a qual irá ou não referendar a medida adotada preventivamente. 
A decisão judicial sobre a inclusão de preso em regime disciplinar será precedida 
de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de 15 
(quinze) dias (LEP, art. 54, caput e §§1º e 2º) de modo a observar o contraditório e a ampla 
defesa.
Com a nova redação trazida ao artigo 57 da LEP, vislumbra-se que na aplicação 
de qualquer sanção disciplinar, deverá ser levada em conta a natureza, os motivos, as cir-
cunstâncias e as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de 
prisão.
Ainda cumpre observar que o tempo de isolamento ou inclusão preventivo no 
regime disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção 
disciplinar (art. 60, parágrafo único, LEP).
A severidade inconteste deste regime, infelizmente foi criado para atender às ne-
cessidades prementes de combate ao crime organizado e aos líderes de facções que, 
dentro dos presídios brasileiros, continuam a atuar na condução de negócios criminosos 
fora do cárcere, além de incitarem seus comparsas soltos à prática de atos delituosos 
graves de todos os tipos.
Diante da severidade imposta em tal regime (isolamento imposto de 22 horas por 
dia até 2 anos) muito se discute se esta afronta ou não o princípio constitucional da huma-
nidade, visto ser vedado no brasil a existência de penas cruéis. Em contrapartida, há dou-
trinadores que defendem que a implementação do regime disciplinar diferenciado atende 
ao princípio da proporcionalidade, vez que busca dar efetividade à crescente necessidade 
de segurança nos estabelecimentos penais, bem como resguardar a ordem pública que 
vem sendo ameaçada por criminosos que, mesmo encarcerados, continuam comandando 
ou integrando facções criminosas que atuam no interior do sistema prisional liderando 
rebeliões que não raro culminam com fugas e mortes de reféns, agentes penitenciários e/
ou outros detentos – e, também, no meio social.
1 - A dissertação tem por objetivo compreender o funcionamento do con-
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finamento solitário no âmbito do Sistema Penitenciário Federal (SPF). A 
análise dá-se a partir da pesquisa de Sharon Shalev (2011) e utiliza como 
fonte relatórios da Defensoria Pública da União e do Departamento Peni-
tenciário Nacional, entrevistas com sete servidores lotados na Penitenciá-
ria Federal em Brasília (PFBRA) e três especialistas cuja atuação perpassa 
o SPF e uma palestra pública de ex-Diretor do DEPEN. O primeiro capítulo 
aborda elementos para o surgimento do SPF, que destaco a ideologia da 
“alta periculosidade” e o encarceramento em massa. Na sequência, apre-
sento a organização interna e rotina das penitenciárias federais que culmi-
nam na “disciplina incessante”, termo cunhado por Michel Foucault (2011). 
Nos capítulos 3 e 4, discuto os indícios sobre sofrimento para as pesso-
as que estão nas unidades federais – servidores e internos, observando 
que a ausência de dados limita o alcance dessas conclusões. Neste estu-
do, observam-se indícios que sugerem a prevalência de doenças mentais 
ao considerar o próprio regime disciplinar e os impactos das execuções 
de servidores, cujas investigações apontam para o Primeiro Comando da 
Capital (PCC) como autores. Adicionalmente, verificam-se que presos no 
confinamento solitário também estão mais propensos a desenvolver do-
enças fisiológicas e psicológicas de acordo com as Nações Unidas. Assim, 
acompanham-se as conclusões da literatura internacional em relação aos 
efeitos do confinamento solitário em presos e funcionários do SPF.
2 - O presente estudo pretende refletir sobre a sistemática do Regime Dis-
ciplinar Diferenciado (RDD) no tocante à (in) observância ao Princípio da 
Dignidade da Pessoa Humana. Sendo assim, é certo que devido a atual re-
alidade da estrutura do sistema carcerário brasileiro, tornou-se essencial 
a criação de uma Lei que regulasse e atribuísse aos presos de maior peri-
culosidade imposições de regras mais rígidas. Portanto o RDD não viola a 
Constituição, constituindo forma proporcional de resposta penal em casos 
graves, que, ao contrário de ofender, concretiza a garantia constitucional da 
individualização da pena, dentro da liberdade de conformação deixada ao 
legislador ordinário.
3 - O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), disposto no artigo 52 da LEP 
(Lei de Execução Penal) é uma forma especial de cumprimento da pena no 
regime fechado, que consiste na permanência do presidiário (provisório ou 
condenado) em cela individual, com limitações ao direito de visita e do di-
reito de saída da cela. Quanto à natureza, o aludido regime pode ser expos-
to de duas formas, ou seja, como uma sanção disciplinar (art. 52, caput), 
ou como medida cautelar (art. 52, §1 e §2). A sanção disciplinar é estabe-
lecida quando o condenado comete fato entendido como crime doloso que 
ocasione a desordem e a indisciplina no presídio.  Já a medida cautelar se 
trata de quando o condenado apresente alto risco para ordem e seguran-
ça da casa prisional, bem como para a sociedade, além das suspeitas que 
recaiam sobre um possível envolvimento em organização ou associação 
criminosa (art. 288 do CP). (...). 
PARA LEITURA DO TEXTO
NA ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI:
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https://repositorio.unb.br/handle/10482/37781
https://www.indexlaw.org/index.php/garantiasfundamentais/article/view/5562
9 Aspectos Relevantes do Crime e da Pena
 
4 - O regime disciplinar diferenciado (RDD) é legítimo, e o preso que é sub-
metido a essa medida não se livra dela automaticamente ao alegar sua 
inconstitucionalidade. Com base nesse entendimento, a presidente do Su-
perior Tribunal de Justiça, ministra Laurita Vaz, negou pedido de liminar em 
Habeas Corpus impetrado por detento transferido para o RDD sob a acusa-
ção de ter matado outros dois presos durante rebelião. O caso aconteceu 
em maio de 2016, no Centro de Detenção Provisória de São José dos Cam-
pos (SP). Houve uma rebelião e, após ser restabelecida a ordem na unidade 
prisional, foram encontrados dois detentos mortos. (...). 
 
EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS. (1) REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO. 
REQUERIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO. EXTEMPORANEIDADE. FINALIDADE DO INSTITUTO. 
DESCARACTERIZAÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. (2) ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 
1. In casu, vislumbra-se o alegado constrangimento ilegal, uma vez que a circunstância de 
a inclusão do paciente no RDD ter sido requerida mais de 11 (onze) meses depois da fuga 
(3/2/2013), e implementada quase dois anos após, descaracteriza a finalidade do instituto. 
2. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para determinar o arquiva-
mento do requerimento de inclusão do paciente no regime disciplinar diferenciado. (STJ - 
HC: 301707 RJ 2014/0205414-8, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data 
de Julgamento: 17/03/2015, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/03/2015). 
 
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Tema 07 - Aula 02 10
 
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