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QUEIMADURAS

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QUEIMADURAS 
BÁRBARA KISSEL 
ETAPA 4-MED 
QUEIMADURA: 
• Toda e qualquer lesão produzida por 
substancias químicas, físicas ou biológicas no 
tecido de revestimento, a pele, podendo atingir 
mucosas, músculos, tendões, vasos 
sanguíneos, nervos e ossos. 
• Fisiopatologia: 
➢ Queimadura da pele leva a uma perda das 
funções mais básicas: Termorregulação; 
proteção contra infecções; preservação do 
equilíbrio hidroeletrolítico. 
➢ Perda de líquido para o espaço 
intersticial/terceiro espaço: 
❖ Perda da integridade da parede dos 
vasos → Permeabilidade capilar 
❖ Perda de equilíbrio osmótico 
❖ Perda de fluidos; proteínas; eletrólitos 
→ hipovolemia intravascular formação 
de edema maciço queda da perfusão 
orgânica. 
➢ Depressão da função cardiovascular. 
• Classificação: 
 
CUIDADOS: 
• XABCDE das vítimas: 
➢ X: avaliação de sangramento 
exasaguinantes 
➢ A: queimaduras que envolvam as vias 
aéreas, face, edema de faringe e orofaringe 
➢ B: se houve inalação de fumaça, confusão 
mental. 
➢ C: avalia tamanho da queimadura e sinais 
de choque. 
➢ D: avaliar nível de consciência 
➢ E: proceder ao curativo 
• Cuidados pré-hospitalar: 
➢ Afastar a vítima do agente causador. 
➢ Se a vitima estiver em chamas parar o 
processo com água abundante em 
temperatura ambiente. 
➢ Retirar adornos da vitima 
➢ Retirar roupas, mas não o que está 
aderido. 
• Controle de hemorragias (X): 
➢ Os pacientes com queimaduras são 
pacientes de trauma e podem ter sofrido 
outras lesões além da térmica. 
➢ Avaliar se o paciente pode ter sofrido 
queimaduras e trauma associado. 
➢ A ameaça à vida é a hemorragia pela lesão 
traumática e não a queimadura. 
• Vias aéreas com estabilização da coluna 
cervical (A): 
➢ Indicadores de lesão por inalação: 
❖ Queimaduras faciais ou cervicais 
❖ Chamuscamento dos cílios e da 
vibrissas nasais 
❖ Expectoração 
❖ Rouquidão 
❖ História de confusão mental e/ou 
confinamento no local do incêndio 
❖ História de explosão com queimadura 
da cabeça e tronco 
➢ A Manobra de Chin-Lift: realizada para o 
controle de vias aéreas, consiste em 
posicionar os dedos de uma das mãos do 
examinador sob o mento, que é 
suavemente tracionado para cima e para 
frente, enquanto o polegar da mesma mão 
deprime o lábio inferior, para abrir a boca; 
a outra mão do examinador é posicionada 
na região frontal para fixar a cabeça da 
vítima. 
 
➢ Head-Tilt e Chin-Lift: Mantenha sempre o 
pescoço em posição neutra, para evitar 
trauma secundário de coluna cervical. 
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ETAPA 4-MED 
 
➢ Manobra de Jaw-Thrust: é a manobra de 
elevação da mandíbula, o procedimento 
consiste na utilização das duas mãos do 
examinador, posicionando os dedos 
médios e indicadores no ângulo da 
mandíbula, projetando-a para frente, 
enquanto os polegares deprimem o lábio 
inferior, abrindo a boca e permitindo a 
pesquisa de corpos estranhos, próteses 
dentárias, sangramento, enfim, tudo que 
possa obstruir as vias aéreas superiores. 
 
• Respiração/ventilação (B): 
➢ Paciente em ventilação espontânea 
❖ Avalie se respira adequadamente 
(LESÃO TERMICA DIRETA PODE LEVAR 
A EDEMA) 
❖ Frequência e profundidade da 
ventilação (LESÃO CIRCUNFERENCIAL 
EM TÓRAX E ABDOMEM) 
❖ Ausculta pulmonar (ESTRIDOR É 
INDICAÇÃO IMEDIATA DE INTUBAÇÃO) 
❖ Inalação de produtos de combustão e 
monóxido de carbono (CEFALÉIA, 
NÁUSEA, CONFUSÃO E COMA) – O2 em 
alto fluxo. 
 
• Circulação (C): 
➢ Controle do sangramento 
➢ Três componentes devem ser avaliados e 
tratados: 
❖ (Pulso/Perfusão/Pele) 
❖ Débito Urinário (1 ml/kg/h para 
crianças com menos de 30 Kg e 0,5 a 1 
ml/kg/h para adultos. 
❖ Controle do sangramento 
❖ Reposição volêmica 
➢ Formula parkland: 
❖ 2 a 4 ml de lactato de ringer x Kg x Area 
da queimadura. 
➢ Composição de ringer: Sódio, cloro, 
potássio, cálcio e lactato. 
➢ A solução deverá ser administrada nas 
primeiras 24 horas 
➢ ½ nas 8 h após trauma 
➢ Os queimados graves necessitam de 
reposição de fluidos intravenosos, feita de 
acordo com o cálculo da extensão da 
queimadura. 
➢ Extensão da área corporal lesada: 
❖ Regra dos Nove: utilizada em adultos e 
crianças maiores de 10 anos. O 
percentual estimada de área de 
superfície corporal é dado ao se dividir 
a superfície corporal em áreas com 
valor numérico ligado ao nove. 
 
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❖ Método de Lund e Browder: método 
mais exato pois leva em consideração 
um diagrama com percentual da SCQ 
de diversas regiões anatômicas se 
modifica com o crescimento. 
 
❖ Método da Palma: utilizado em 
pacientes com queimaduras 
espalhadas pelo corpo, o tamanho da 
região palmar do paciente é de 
aproximadamente 1% da SCQ. O 
tamanho da palma pode ser 
empregado para avaliar a extensão da 
queimadura. Em caso de não existir um 
método disponível pode-se usar a 
Palma da mão como medida de 1% 
para o cálculo. 
• Estado neurológico (D): 
➢ Avalia a oxigenação/função cerebral; 
➢ A hipoxia é clinicamente a causa mais 
importante da alteração do nível de 
consciência. 
➢ Escala de coma de Glasgow. 
➢ Reação das pupilas. 
 
• Exposição/ ambiente (E): 
➢ Expor para avaliar e identificar lesões 
ocultas 
➢ Prevenir hipotermia 
➢ Respeitar o pudor 
➢ Curativo (seco e estéril) 
CLASSIFICAÇÃO: 
• É de extrema importância avaliar a extensão da 
pele queimada, ou seja, a área corporal 
atingida. 
• Pequena: menos de 15% da superfície corporal 
atingida 
• Média: entre 15 e menos de 40% da pele 
coberta 
• Grande: mais de 40% do corpo queimado. 
• Classificação quanto a gravidade: 
➢ Fatores utilizados: 
❖ Extensão (pela regra dos nove); 
❖ Envolvimento de áreas críticas 
❖ Idade da vítima (crianças e idosos → > 
risco) 
❖ Presença de lesão pulmonar por 
inalação 
❖ Presença de lesões associadas 
❖ Doenças preexistentes (diabetes 
mellitus, insuficiência renal etc.) 
• Queimaduras críticas: 
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➢ 2º grau (espessura superficial) >20% da 
SCQ 
➢ 3º grau (espessura completa/profunda) > 
10% 
➢ Queimadura envolvendo face, mãos, pés, 
genitais 
➢ Queimaduras de vias aéreas ou lesão 
respiratória por inalação 
➢ Queimaduras elétricas. 
➢ Vítimas idosas ou com doenças graves 
preexistentes. 
• Queimaduras moderadas: 
➢ 2º grau (espessura superficial), de 10% a 
20% da SCQ 
➢ 3º grau (espessura completa/profunda), 
de 2% a 10% 
• Queimaduras Leves: 
➢ 2º grau (espessura surperficial), menores 
que 10% da SCQ 
TECNICAS DE TRATAMENTO: 
• Balneoterapia: 
➢ Consiste no banho diário com água, 
bastando para isso ser água corrente 
(clorada), não havendo necessidade de 
utilização de água estéril. 
➢ Utilizado mesa própria para o banho 
“Mesa de Morgani”. 
➢ Degermação das feridas (clorexedine, 
PVPI) 
➢ Aplicação de medicação antimicrobiana 
(sulfadiazina de prata, sulfadiazina de 
cério) 
• Degermação de feridas: 
➢ Tem a finalidade de diminuir ainda mais a 
intensa população e manter a formação de 
um filme residual do produto degermante, 
com o intuito de reduzir o número de 
colônias por grama de tecido lesado. 
➢ Clorexidina: 
❖ Utilizada na degermação diária. 
❖ Potente expectro de ação. 
❖ Baixa toxicidade 
• Terapia tópica: 
➢ Sulfadiazina de prata: 
❖ Creme hidrossolúvel, bactericida, 
branco, contendo o agente 
antimicrobiana em forma micronizada. 
❖ Substância de baixa solubilidade. 
❖ Processo que permite a exposição da 
célula bacteriana a maiores contatos 
com a superfície corporal untada de 
creme. Seu mecanismo de ação atua 
através da membrana celular 
bacteriana. 
• Tratamentos cirúrgicos: 
➢ Escarotomia: São cortes a nível da pele, 
com o objetivo de permitir que a pele 
queimada possa expandir, deixandopassar 
sangue em circulação. São feitas 
normalmente na fase hipovolêmica, em 
que existe um grande edema 
➢ Fasciotomia: São cortes a nível da pele que 
vão até ao músculo, com o objetivo de 
permitir que a pele queimada possa 
expandir, deixando passar sangue em 
circulação. São feitas normalmente na fase 
hipovolêmica, em que existe um grande 
edema.

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