Prévia do material em texto
Tiamina ou vitamina B1 É uma coenzima na descarboxilação do piruvato para a formação do acetil-CoA — etapa importante no metabolismo de carboidratos- também atua na descarboxilação do alfa-cetoglutarato no ciclo do ácido cítrico. Nesta webaula, vamos reforçar a importância das vitaminas hidrossolúveis para o metabolismo, suas fontes e as consequências orgânicas da carência dessas vitaminas. Vitaminas e minerais As vitaminas hidrossolúveis As vitaminas são moléculas orgânicas, em geral, não sintetizadas pelo organismo, essenciais para as funções metabólicas do organismo, em geral, atuam como coenzimas. Estão divididas em dois grandes grupos: vitaminas hidrossolúveis e vitaminas lipossolúveis. As vitaminas hidrossolúveis são subdivididas em dois grupos: complexo B e não complexo B. Tiamina (vitamina B1), ribo�avina (vitamina B2), niacina (vitamina B3), biotina (vitamina B7), ácido pantotênico (vitamina B5), piridoxina (vitamina B6), ácido fólico (vitamina B9) e cobalamina (vitamina B12). Complexo B Não complexo B Ácido ascórbico ou vitamina C Fundamentais na síntese de colágeno, atua como coenzima na formação de hidroxilisina e hidroxiprolina — aminoácidos incomuns que contribuem para a estabilidade do colágeno. Benefícios e fontes Riscos Facilita a absorção intestinal de ferro, importante para a eritropoese. A de�ciência dessa vitamina provoca mal-estar, irritabilidade, hemorragias e artralgias. As fontes são as frutas (caju, laranja, limão, manga, tomate) e verduras (brócolis, agrião, espinafre). O quadro mais grave da carência da vitamina C é o escorbuto, caracterizado por hemorragias nas gengivas, fragilidade da parede vascular, retardo na cicatrização, anemia e edemas nas articulações. A ingestão de altas doses de vitamina C pode provocar precipitação de ácido úrico nas articulações e formação de cálculos renais. Bioquímica Aplicada à Saúde Vitaminas e minerais – Vitaminas hidrossolúveis Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Fontes A vitamina é encontrada na carne, fígado, feijão, ervilhas. Fonte: Shutterstock. Ribo�avina ou vitamina B2 Importante para a formação de FAD (�avina adenina dinucleotídeo), responsável por transporte de elétrons para a cadeia respiratória para a produção de energia. E também para a formação de FMN (�avina mononucleotídeo), coenzima que participa de diversas reações de oxidorredução. Essa vitamina é encontrada em carnes, ovos, leite, fígado, ervilha, feijão e verduras. Sua carência é rara; quando ocorre, é caracterizada por: lesões da mucosa, lesões pele e perturbações oculares (fotofobia, redução da acuidade visual). Niacina ou vitamina B3 Importante para a formação de NAD e NADP, transportadores de elétrons para a cadeia respiratória e reações de biossíntese, respectivamente. Pode ser utilizada para o tratamento de hiperlipidemia, pois inibe a lipólise no tecido adiposo e, consequentemente, reduz a síntese de VLDL e LDL. Esta vitamina é encontrada na carne e nos cereais, e sua carência está associada à pelagra, conhecida como a doença dos três Ds: dermatite, diarreia e demência. Se não tratada, leva a pessoa à morte. Ácido pantotênico ou vitamina B5 Componente da coenzima A (CoA), importante nos metabolismos dos carboidratos, aminoácidos e lipídeos. Vitamina amplamente distribuída na natureza e sua de�ciência dessa vitamina não está bem caracterizada em humanos. Piridoxina ou vitamina B6 Coenzima de um grande número de enzimas, especialmente as que catalisam reações envolvendo aminoácidos, como as da transaminação, formação de histamina, formação da protopor�rina e síntese do neurotransmissor GABA. Fonte Risco É encontrada em carnes, fígado, ovos, legumes e verduras. A microbiota intestinal também produz essa vitamina. A carência é rara, mas quando ocorre, os sintomas são inespecí�cos, assemelhando-se com a pelagra. Biotina ou vitamina B7 Coenzima nas reações de carboxilação, como ocorre na reação de conversão do piruvato em oxaloacetato. A biotina é encontrada em quase todos os alimentos, além da síntese pela microbiota intestinal, por isso, a sua carência é rara. Quando ocorre essa carência, o quadro clínico é caracterizado por dermatite, perda de apetite, insônia, depressão e mialgias. Ácido fólico ou vitamina B9 Desempenha papel fundamental na síntese de aminoácidos e nucleotídeos e pode ser encontrada em em feijão, trigo, verduras, legumes e carne. A de�ciência dessa vitamina é uma das principais hipovitaminoses, especialmente em gestantes e etilistas. A sua carência está associada com a anemia macrocítica (acúmulo de eritrócitos grandes, imaturos e disfuncionais). Pesquise mais Essa vitamina também é essencial para o fechamento do tubo neural durante a embriogênese, por isso, é indicado suplemento para gestantes. Na ausência dessa vitamina, há risco de anencefalia e espinha bí�da. Cobalamina ou vitamina B12 Coenzima em reações de síntese de aminoácidos e ácidos graxos. Encontrada apenas nos alimentos de origem animal e, também, produzida pela microbiota intestinal, sua absorção pelo organismo depende de uma proteína sintetizada no estômago — o fator intrínseco. A sua de�ciência, devido à carência na dieta ou problemas na absorção (devido ao dé�cit de fator intrínseco), leva à anemia perniciosa. Além disso, ocorrem distúrbios neurológicos devido à perda progressiva da bainha de mielina nos neurônios. Saiba mais A de�ciência de ácido ascórbico provoca uma doença chamada escorbuto, consequência da síntese defeituosa das �bras de colágeno. As manifestações clínicas incluem gengivas inchadas e doloridas, hemorragias, dentes frouxos com risco de perda dentária, fragilidade da parede vascular, edemas nas articulações, retardo na cicatrização e anemia. Por muitos séculos, o escorbuto foi uma doença bastante comum, especialmente entre os marinheiros, devido à insu�ciência de frutas cítricas e verduras frescas na alimentação. A incidência de escorbuto diminuiu a partir do século XVII, com a introdução da batata, uma importante fonte de vitamina C, na dieta dos europeus. James Lind, um médico da Marinha inglesa, descobriu a relação entre o escorbuto e a alimentação em 1747. A partir desse momento, as frutas cítricas ganharam destaque na dieta dos marinheiros para se prevenir o escorbuto. No início do século XX, foi identi�cada a estrutura do fator antiescorbuto que passou a ser chamada de vitamina C. Em 1933, a vitamina C foi sintetizada em laboratório — passo essencial para preparar essa vitamina em grande escala e a um custo reduzido. Essa vitamina é decomposta pela ação do calor, por isso, alimentos cozidos ou processados industrialmente possuem pequenas quantidades de vitamina C. Atualmente, o escorbuto pode ocorrer com mais frequência em pessoas com uma dieta baseada unicamente em alimentos industrializados.