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Leonardo Muzzy – P1 VITAMINAS São compostos orgânicos essenciais que o organismo não é capaz de produzir, embora necessite de pequenas quantidades para o funcionamento de seu metabolismo, a maioria precursores de coenzimas, em alguns casos, elas também são precursoras de hormônios ou agem como antioxidantes. Uma dieta saudável geralmente garante uma média diária requisitos vitamínicos. A desnutrição ou distúrbios de reabsorção podem levar a um fornecimento inadequado de vitaminas levando a hipovitaminose, ou em casos extremos avitaminose. Tratamentos médicos que matam a flora intestinal podem levar a deficiências vitamínicas (K, B12, B7) devido à ausência de bactérias na síntese de vitaminas. Algumas vitaminas podem ser armazenadas (A, D, E, B12). Overdose de vitaminas leva, normalmente, apenas a hipervitaminose, com sintomas tóxicos. O excesso de vitaminas é rapidamente excretado via urina ❖ Vitaminas Lipossolúveis A, D, E e K Família dos isoprenóides Vitamina A (retinol) (refere-se ao retinal) e ácido retinóico também são compostos biologicamente ativos, funciona como um hormônio e como pigmento fotossensível do olho dos vertebrados. O derivado ácido retinóico regula a expressão gênica no desenvolvimento do tecido epitelial, incluindo a pele. Ele é o composto ativo presente no fármaco tretinoína, utilizado no tratamento de acne grave e rugas na pele. O retinal é o pigmento que inicia a resposta dos bastonetes e dos cones da retina à luz, produzindo um sinal neuronal para o cérebro. O fígado contém aproximadamente 90% da reserva de vitamina A e secreta vitamina A sob a forma de retinol. Fígado e peixe são excelentes fontes de alimento para a vitamina A pré- formada, enquanto fontes vegetais, que contém provitamina A carotenoide, incluem frutas e vegetais coloridos. DEFICIÊNCIA As crianças são particularmente suscetíveis a deficiência de vitamina A, porque nem o leite materno nem o leite de vaca contém quantidade suficiente de vitamina A para prevenir a deficiência. A deficiência de vitamina A resulta em cegueira e taxa de mortalidade de 50% em um ano. Sintomas: lesões de pele Diagnóstico: feito pela medida de retinol sérico Toxicidade: manifestada por vertigens, convulsões e dermatite esfoliativa; pode resultar em morte, pele seca, vômitos, alopecia (perda de cabelo em áreas em que normalmente ele deveria crescer) e amenorreia (ausência de menstruação). Quando a vitamina A é fornecida em excesso para mulheres grávidas, podem ocorrer malformações congênitas e abortos espontâneos. Vitamina D: principal hormônio esteroide envolvido principalmente na regulação da homeostase de cálcio. A vitamina D e seus metabólitos são hormônios ou precursores de hormônios ao invés de vitaminas, já que podem ser sintetizados endogenamente. A radiação ultravioleta da pele provoca uma clivagem fotoquímica, que resulta na formação de vitamina D a partir do 7- desidrocolesterol. A produção cutânea de vitamina D é diminuída pela melanina e alta proteção solar (fator protetor solar - fps), que efetivamente prejudicam a penetração cutânea dos raios ultravioleta luz (fps 30 bloqueia aproximadamente 97% dos raios UVB). Leonardo Muzzy – P1 O aumento do uso de bloqueadores solares, e uma redução na magnitude da exposição solar da população em geral ao longo das últimas décadas, levou a uma maior dependência de fontes alimentares de vitamina D. Cereais fortificados e laticínios, além de óleos de peixe e gema de ovo. DEFICIÊNCIA Idosos estão particularmente em risco de deficiência de vitamina D em função da síntese de vitamina D pela pele e/ou absorção de vitamina D pelo intestino diminuírem com a idade. Sintomas: mineralização prejudicada do esqueleto (osteopenia observada pelo raio-x ou diminuição densidade óssea). Toxicidade: é geralmente observada apenas em pacientes que tomam doses de 40.000 UI por dia. Entre os sinais está hipercalcemia. Vitamina E: nome coletivo para os estereoisômeros 2R de tocoferol. A vitamina E age como um antioxidante e é eficiente ao remover radicais livres, principalmente protegendo de oxidação as lipoproteínas plasmáticas de baixa densidade (LDLs) e gorduras poliinsaturadas em membranas celulares. Outros antioxidantes (por exemplo, vitamina C, glutationa) e enzimas são responsáveis por manter a vitamina E em estado reduzido. A vitamina E também inibe a síntese de prostaglandina e as atividades das proteínas quinase C (PKC) e fosfolipase A2. Presente no óleo de girassol, óleo de cártamo, óleo de gérmen de trigo, óleos de soja, milho, carnes, nozes e cereais. DEFICIÊNCIA Visto apenas em doenças absortivas graves e prolongadas. Dose elevada de vitamina E pode reduzir a agregação plaquetária e interferir no metabolismo da vitamina K e, portanto, é contraindicado em pacientes que utilizam varfarina (fármaco do grupo dos anticoagulantes, que é usado na prevenção das tromboses). Vitamina K: forma natural: vitamina K I, vegetal e animal: K II, menaquinona sintetizada pela flora bacteriana e encontrada no tecido hepático ou vitamina K III (menadiona) sintetizada quimicamente. Necessária para a carboxilação pós-traducional do ácido glutâmico (relacionado com a protrombina [elemento proteico da coagulação sanguínea] e proteínas encontradas nos ossos). Drogas do tipo varfarina inibem a γ-carboxilação de proteínas impedindo a conversão da vitamina K em sua forma ativa, hidroquinona. A vitamina K é encontrada em vegetais de folhas verdes tais como couve, espinafre, manteiga, margarina, fígado, leite, carne moída, café, peras, óleos vegetais, como o azeite e o óleo de soja DEFICIÊNCIA Sintomas: complicações hemorrágicas. Recém-nascidos são particularmente suscetíveis a deficiência. Os baixos níveis de vitamina K no leite materno, a esterilidade do trato intestinal e a imaturidade hepática podem levar a sangramento intracranial, bem como sangramento gastrointestinal e da pele podem ocorrer em bebês com deficiência de vitamina K de 1 a 7 dias após o nascimento. Portanto, vitamina K é administrada profilaticamente (prevenção de doenças) após o parto. Em adultos pode ser observada em pacientes com doença do intestino delgado, obstrução das vias biliares, ou após a ressecção do intestino delgado. O tratamento com antibióticos de amplo espectro pode precipitar a deficiência de vitamina K, reduzindo bactérias intestinais, que sintetizam menaquinonas. Toxicidade: Ainda não foi descrita. Altas doses de vitamina K podem prejudicar as ações dos anticoagulantes orais. ❖ Vitaminas Hidrossolúveis Leonardo Muzzy – P1 Tiamina (Vitamina B1): pirofosfato de tiamina (TPP) um cofator essencial de enzimas envolvidas no metabolismo intermediário de aminoácidos, de carboidratos e é importante na função cerebral. Funções de tiamina incluem a descarboxilação de α-cetoácidos, tais como piruvato, α-cetoglutarato e aminoácidos de cadeia ramificada e conversão de fosfatos de hexose em pentose. DEFICIÊNCIA Levedura, carne de porco, legumes, carne bovina, grãos integrais e nozes são boas fontes alimentares de tiamina. A deficiência de tiamina é, portanto, mais comum em culturas que dependem fortemente de uma dietaà base de arroz. Chá, café (cafeinado e descafeinado), peixe cru e marisco contêm tiamineases, que podem destruir a vitamina. A deficiência de tiamina na sua fase inicial induz à anorexia e sintomas inespecíficos (por exemplo, irritabilidade e fraqueza). Deficiência prolongada de tiamina causa beribéri (complicações neurológicas e cardíacas que podem ocorrer após 3 meses de deficiência). Riboflavina (Vitamina B2): A riboflavina é importante para o metabolismo de gorduras, carboidratos e proteínas. Atua como um doador (carreador) de elétrons. DEFICIÊNCIA Manifestações clínicas da deficiência de riboflavina são inespecífias e semelhantes as de outras deficiências de vitaminas do complexo B. A deficiência de riboflavina manifesta-se principalmente por lesões da superfície mucocutânea da boca e da pele. A deficiência de riboflavina é quase sempre devida a baixo ingestão através da dieta. A riboflavina é extremamente sensível à luz. Leite, outros produtos lácteos, pães enriquecidos e cereais são as fontes alimentares mais importantes de riboflavina, embora carne magra, peixe, ovos, brócolis e legumes também sejam boas fontes. Niacina (Vitamina B3): são importantes em numerosas reações de oxidação e redução no nosso organismo. NAD+ geralmente atua em oxidações – como parte de uma reação catabólica; NADPH é a coenzima comum em reduções – quase sempre como parte de uma reação anabólica. A nomenclatura geral para as enzimas desse tipo é oxidorredutase, também comumente chamadas de desidrogenases. DEFICIÊNCIA A deficiência de niacina causa pelagra. Os primeiros sintomas da pelagra incluem perda de apetite, fraqueza generalizada e irritabilidade, dor abdominal e vômito. A biodisponibilidade de niacina é alta no feijão, leite, carne e ovos; Síndrome Pelagra - os quatro Ds: dermaGte, diarreia, e demência levando à morte (death). Piridoxina (Vitamina B6): A vitamina B6 refere-se a uma família de compostos incluindo piridoxina, piridoxal, piridoxamina e seus derivados 5’-fosfato. 5-piridoxal fosfato (PLP) é um cofator para mais de 100 enzimas envolvidas no metabolismo de aminoácidos. Chegando ao fígado, a primeira etapa no catabolismo da maioria dos L- aminoácidos é a remoção de seus grupos α-amino, realizada por enzimas denominadas aminotransferases ou transaminases. Leonardo Muzzy – P1 Folato (Vitamina B9): Carregar e transferir várias formas de unidades de carbono (metil, metileno, formil) durante as reações biossintéticas. A deficiência leva à síntese prejudicada de purinas e pirimidinas e, portanto, de DNA. DEFICIÊNCIA Deficiência resulta em anemia megaloblástica e leucopenia Cobalamina (Vitamina B12): sintetizada apenas por bactérias. Cofator são na síntese de succinato de metil- malonato (β-oxidação de ácidos graxos ímpares) e na síntese de metionina a partir da homocisteína. DEFICIÊNCIA Anemia perniciosa. Clinicamente, muitas manifestações de deficiência são semelhantes à deficiência do folato. Vitamina C: A maioria dos animais sintetiza grande quantidade de vitamina C pela conversão da glicose em ascorbato em quatro etapas enzimáticas. No curso da evolução, os humanos e alguns outros perderam a última enzima dessa rota, devendo obter o ascorbato da dieta. O ascorbato participa na síntese do sulfato de condroitina e na formação do hidroxiprolina de colágeno. Agente redutor poderoso que está envolvido em muitos reações de oxidação-redução e transferência de prótons. Tem um papel importante na cicatrização de feridas, biossíntese de alguns neurotransmissores e função imunológica. essencial para gengivas, artérias e outros tecidos moles; osso (síntese de colágeno); função cerebral e nervosa (neurotransmissor e síntese hormonal); metabolismo de nutrientes (especialmente ferro, proteína e gordura); e defesa antioxidante e eliminação de radicais livres (diretamente e pela ativação da vitamina E). DEFICIÊNCIA O escorbuto é uma doença caracterizada pela degeneração do tecido conectivo, sendo que sua manifestação em estágio avançado inclui inúmeras pequenas hemorragias causadas por vasos sanguíneos frágeis, perda dos dentes, difícil cicatrização de feridas e reabertura de feridas antigas, dor e degeneração dos ossos, e, no final, falência cardíaca. Os sintomas do escorbuto refletem principalmente a formação deficiente de tecido conjuntivo e incluem sangramento na pele, gengivas inflamadas e com sangramento; Tomar 2 g de vitamina C em dose única pode resultar em dor abdominal, diarreia e náusea. Biotina (Vitamina B7): Papel de gliconeogênese e na síntese de ácidos graxos. Transportador de CO2 na superfície de enzimas carboxilase citosólicas e mitocondriais. Catabolismo de aminoácido DEFICIÊNCIA No adulto, a deficiência de biotina resulta em alterações como depressão, alucinações, anorexia e náusea. Erupção cutânea, seborreica e eritematosa pode ocorrer os olhos, nariz e boca, bem como nas extremidades. Ácido Pantotênico (Vitamina B5): O ácido pantotênico é um componente da coenzima A e da fosfopantetina, que estão envolvidos no metabolismo dos ácidos graxos e na síntese de colesterol. Transporta unidades de acilas. Envolvido na acetilação de proteínas DEFICIÊNCIA Os sintomas da deficiência de ácido pantotênico são inespecíficos e incluem distúrbio gastrointestinal, depressão, cãibras musculares e hipoglicemia.
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