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E-book completo _ Teoria Geral da Administração( Teorias da Administração)_DELÍNEA( versão digital)

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TEORIA GERAL DA 
ADMINISTRAÇÃO
(Teorias da 
Administração)
Alice Carneiro de Castro;
Erica Sarraf Fernandes Biondo;
Flaviana Totti Custódio dos Santos.
Os Antecedentes 
Históricos da 
Ciência da 
Administração
UNIDADE 1
Alice Carneiro de Castro
Os Antecedentes 
Históricos da Ciência da 
Administração
2
Introdução
A administração é uma ciência nova, se comparada, por exemplo, à astronomia, 
que é a ciência mais antiga de todas, com mais de cinco mil anos de registros. São 
pouco mais de 100 anos de pesquisas e de estudos específicos sobre gestão de 
empreendimentos e seus impactos na vida das pessoas.
No entanto, o ato de administrar é ainda mais antigo que a astronomia, pois está presente 
evidentemente na vida humana desde as primeiras civilizações, há cerca de seis mil anos. 
Isso porque diversos aspectos da administração foram necessários para a organização 
das primeiras comunidades e cidades, conforme este conteúdo apresentará.
Ao evoluir com o ser humano, o ato de administrar foi adquirindo mais ferramentas 
e aprendizados, integrando mais elementos para lidar com civilizações, cidades, 
países, organizações e instituições formais (como exército e igreja, por exemplo), 
até chegarmos à Revolução Industrial e às suas mudanças na história do mundo, 
representando a necessidade da administração, principalmente com o surgimento de 
empresas de maior porte e com mais elementos de tecnologia e produção em massa.
Durante essa jornada, o pensamento administrativo foi sendo ampliado e modificado, 
adquirindo características, linguagem e significados próprios. Por conta disso, temos hoje 
metodologias e modelos variados, que se aplicam aos mais diversos tipos de organização.
Neste conteúdo, você conhecerá as origens do pensamento administrativo e como o 
homem foi aprendendo a arte de administrar ao longo do tempo.
Objetivos da Aprendizagem
Ao final do conteúdo, esperamos que você seja capaz de:
• Conhecer os influenciadores históricos que marcaram o desenvolvimento do-
pensamento administrativo.
• Entender a influência de fatos e acontecimentos históricos ocorridos no Egi- 
to, na Babilônia, na Assíria, na China, na Grécia e na Roma Antiga (democra- 
cia, ética, método, qualidade e administração financeira) para a atual prática
da administração nas organizações.
3
• Saber a influência de fatos e acontecimentos históricos relativos às contribui-
ções das forças armadas e da Igreja Católica para a atual prática da adminis-
tração nas organizações.
• Compreender a influência do Renascimento, do Mercantilismo, das grandes
navegações e da Reforma Protestante para a atual prática da administração
nas organizações.
• Conhecer os principais vetores que impulsionaram a Revolução Industrial, a
mudança de sistema de produção artesanal para o sistema de produção fa- 
bril, as condições de trabalho e os processos de sociabilização dos operários
para formação de sindicatos de trabalhadores, a mudança de uma sociedade
rural para uma sociedade urbana e demais fatores que compõem o atual mo- 
delo de administração nas organizações.
4
1.1 A Administração na Antiguidade
Para chegarmos ao que temos hoje, em relação a estudos organizacionais, muitas 
civilizações praticaram e aprenderam sobre gestão. Segundo Maximiano (2015), os 
antecedentes da administração atual são os apresentados no Quadro 1.
Antecedentes Período Contribuição para os estudos da administração
Revolução Urbana 4000 a.C.
Administração de grandes projetos de construção: 
cidades, pirâmides, templos, canais de irrigação e 
formação de uma classe de funcionários públicos.
Grécia 500 a.C. Democracia, ética, método científico e qualidade.
Roma 700 a.C. a 400 d.C.
Administração de império multinacional, formação 
de executivos, grandes empresas privadas e exército 
profissional.
Renascimento Século XVI – 1500 a 1600 d.C.
Retomada dos valores humanistas, grandes empresas 
de comércio, invenção da contabilidade e Maquiavel.
Revolução Industrial Século XVIII – 1700 a 1800 d.C
Invenções das fábricas, surgimento do moderno 
trabalhador industrial e dos sindicatos e início da 
administração como disciplina.
Quadro 1– Antecedentes da administração moderna
Fonte: Adaptado de Maximiano (2015).
a.C e d.C. são siglas que abreviam as expressões “antes de Cristo”
e “depois de Cristo”. São utilizadas para apresentar as datas
considerando o nascimento de Jesus Cristo como marco divisório
na história. O calendário adotado no Brasil, assim como na maioria
dos países do mundo, considera que estamos no ano de 2018
depois de Cristo.
Saiba mais
Vamos agora aprenderemos sobre cada um desses antecedentes, começando pela 
Revolução Urbana, por volta de 4000 anos a.C., na região da Mesopotâmia, hoje 
conhecida como Oriente Médio, quando se instalou a primeira civilização da qual se 
tem registro: os sumérios.
5
1.1.1 Suméria
Os sumérios viveram entre os rios Tigre e Eufrates. Segundo Chiavenato (2014), os 
sumérios foram um dos primeiros povos a se fixar em um território, pois antes deles as 
comunidades eram nômades, ou seja, ficavam acampadas em algum espaço enquanto 
ali havia alimento disponível e depois se mudavam para outro local, vivendo em 
constante mudança de habitação. Ao se estabelecer em um espaço fixo, os sumérios 
desenvolveram técnicas de agricultura, pois começaram a escolher onde plantar os 
alimentos, e não apenas colher e partir para outro lugar. Também é deles a autoria da 
primeira urbanização, com a criação de cidades na região da Mesopotâmia.
Um fator que contribuiu muito para o sucesso administrativo dos sumérios foi a 
abundância de água em seu território. Tal condição possibilitou a esse povo formar 
pequenas comunidades autossuficientes, interligadas pelo sistema de irrigação que 
inventaram na época. Sua escrita, a cuneiforme, também é considerada a mais antiga 
já registrada na história da humanidade.
Na história dos sumérios, podemos perceber alguns aspectos de gestão que são 
muito conhecidos hoje por nós, como a coordenação das atividades laborais 
realizada pelos sacerdotes, sediados em templos que eram verdadeiros centros 
administrativos. Eles comandavam a gestão das comunidades em suas necessidades 
gerais (MAXIMIANO, 2015).
Laborais: atividades desenvolvidas durante o trabalho. Atividade 
laboral é sinônimo de trabalho.
Curiosidade
Uma das características da administração é a formalização, ou seja, o registro de 
fatos e atos. Os sumérios iniciaram essa prática, tanto que foi possível conhecer essa 
civilização devido aos registros deixados em placas de argila que resistiram ao tempo, 
nas quais estão lapidados livros primitivos de contabilidade, em que registravam a 
entrada, a armazenagem e a saída de materiais de seus locais de armazenagem.
Foi esta transição – de uma sociedade nômade para uma sociedade fixa – que 
exigiu novas modalidades de gestão e administração social. Junto da escrita e da 
contabilidade primitiva, os sumérios criaram a administração pública, com funcionários 
e procedimentos burocráticos que continuam sendo estudados por nós (MAXIMIANO, 
6
2015). Com o declínio do império sumério, houve a ascensão da Babilônia e da Assíria. 
Suas histórias e seus legados serão abordados a seguir.
Perceba que, ao aprender a lidar com a água e com a terra, o homem 
começa a plantar e deixa de mudar de ambiente para procurar o 
que comer, interagindo de forma diferente com a natureza. De lá 
para cá, o uso de recursos naturais se tornou a base da indústria 
e de quase todos os produtos que consumimos. No entanto, hoje 
a sociedade tem mais clareza da importância da preservação 
para que as civilizações continuem evoluindo. E você, como tem 
preservado os recursos naturais em suas atividades diárias?
Reflita
1.1.2 Babilônia
A história da Babilônia registra um grande desenvolvimento social, econômico e 
político. Maximiano (2015) relata que herdamos dos babilônios o princípio de que a 
responsabilidade não se delega. A prova disso pode ser observada em uma mensagem 
dorei, ordenando que 10 homens construíssem uma ponte e, caso o serviço não 
fosse satisfatoriamente executado, a responsabilidade seria do mestre de obras.
Referir-se à Babilônia é também considerar o famoso rei Hamurabi, um habilidoso 
homem que conquistou várias cidades ao redor. Para governá-las, criou severas leis 
conhecidas como o Código de Hamurabi. Uma das leis mais famosas é a chamada 
Lei de Talião, baseada na máxima “olho por olho, dente por dente”, ou seja, a pessoa 
que cometia um crime era punida da mesma forma e com a mesma intensidade.
Durante o governo de Hamurabi, a Babilônia se tornou uma das regiões mais ricas 
daquele período. São também dessa época algumas das construções mais luxuosas do 
mundo antigo e as cidades babilônicas, a exemplo das sumérias, administradas pelos 
sacerdotes, que também tinham a função de tomar conta das finanças do governo.
Após a morte de Hamurabi, a Babilônia foi invadida e conquistada por diversas 
tribos da região. Em 605 a.C., os babilônicos, sob o comando do rei Nabucodonosor, 
voltaram a ampliar suas áreas de domínio e influência. O rei ordenou a construção de 
muralhas em volta da cidade e de luxuosos templos e palácios. Conta a história que, 
para sua esposa, Nabucodonosor mandou construir os famosos Jardins Suspensos 
da Babilônia, considerados uma das sete maravilhas do mundo antigo.
7
1.1.3 Egito
O Egito era formado por diversos povoados espalhados pelo nordeste da África. 
Somente por volta do ano 3100 a.C. foi unificado em um poderoso império sob a 
direção de um único comando. Da unificação até os primórdios da Era Cristã, quando 
foram dominados pelos romanos, em 30 a.C., os egípcios mantiveram um modo de 
vida estável, fundamentado no ciclo da inundação, cultivo e seca do Rio Nilo. Essa 
época foi caracterizada como um período de paz (MAXIMIANO, 2015).
Em termos de gestão dos recursos naturais, os egípcios foram exemplares. Em função 
da regularidade das inundações do Nilo, desenvolveram uma linha de raciocínio 
prático, orientada para o planejamento de longo prazo. O ciclo das inundações era 
calculado pelos egípcios com o auxílio da estrela Sirius. Como os intervalos entre o 
surgimento de Sirius eram separados por 365 dias, os egípcios criaram um calendário 
solar de 12 meses, com 30 dias cada, e mais cinco dias de festa (MAXIMIANO, 2015) 
– o calendário solar que, praticamente, é utilizado até hoje no Brasil.
A organização social dos egípcios nos dá uma ideia de como eles faziam a gestão 
de seu território, forma que influenciou a teoria da administração que você está 
estudando. A sociedade egípcia era organizada por meio de fundamentos religiosos e 
econômicos. O faraó ocupava o topo da hierarquia na condição de chefe de Estado e 
era considerado a encarnação de um deus. Em seguida, na hierarquia, encontravam-
se os sacerdotes, responsáveis pelos cultos e festividades religiosas. Depois, vinham 
os nobres e os escribas, que realizavam as tarefas burocráticas para a manutenção 
do Estado egípcio. Na base da hierarquia, ficavam os soldados, mantidos pelo Estado 
para proteger o poder faraônico. Abaixo dos soldados, ficavam os camponeses e os 
artesãos, responsáveis pelas plantações e colheitas. Eles também serviam de mão 
de obra para as construções públicas necessárias ao desenvolvimento agrícola e 
comercial.
Hierarquia: estrutura das relações de subordinação entre os 
membros de um grupo, com graus sucessivos de poderes, de 
situação e de responsabilidades.
Saiba mais
As pirâmides do Egito são outra fonte de inspiração para as modernas ferramentas de 
gestão. Chiavenato (2014) afirma que as pirâmides são os mais fabulosos testemunhos 
8
das aptidões administrativas dos egípcios. Para construir as pirâmides, os egípcios 
precisaram lidar com grandes problemas de gestão que até hoje são enfrentados por 
nós, tais como a administração de mão de obra numerosa e um planejamento logístico 
para aquisição e transporte dos materiais necessários.
Figura 1 – Registros do Egito
Fonte: Plataforma Deduca (2022).
Outra prova da excelência administrativa dos egípcios se encontra em sua organização 
militar. Pensando na segurança do império, eles criaram um exército profissional, 
formado por soldados assalariados, e construíram uma rede de fortalezas, com muros 
de pedras e grandes celeiros, suficientes para alimentar centenas de homens durante 
um ano.
1.1.4 China
A China é um grande exemplo de sociedade que empregava soluções inovadoras na 
administração de seu território. A prova disso é que foram os chineses os primeiros a 
utilizarem o princípio de assessoria para obter mais eficiência na administração das 
vastas terras de seu império: o imperador nomeava, em cada região do império, uma 
pessoa responsável por analisar a situação econômica sob sua responsabilidade e 
relatar suas conclusões aos funcionários do imperador. Essa técnica de assessoria se 
tornou tradicional na administração pública da China.
9
A China se notabilizou também pelas grandes guerras que travou para expandir suas 
fronteiras e manter sob seu domínio os territórios conquistados. Para tanto, desenvolveu 
estratégias bem fundamentadas de ataque e defesa, que podem ser estudadas no livro 
A Arte da Guerra, de Sun Tzu, muito utilizado nas escolas de administração. Esse livro é 
um manual de recomendações militares que sobreviveram por séculos e que abordam 
temas de planejamento, comando, controle e doutrina, reconhecidos como úteis à 
administração dos mais variados tipos de organizações (MAXIMIANO, 2015).
Alguns dos princípios apresentados no livro “A arte da guerra” são 
utilizados até hoje em ferramentas da administração, tais como: 
“conheça a ti mesmo” (forças e fraquezas), “conheça teu inimigo” 
(ameaças) e “conheça o campo de batalha” (oportunidades). A 
Matriz FOFA une esses princípios e é uma das ferramentas mais 
utilizadas pelos administradores.
Curiosidade
1.1.5 Grécia
A Grécia foi o berço da filosofia, uma forma de conhecimento fundamental para 
nós atualmente. As indagações dos filósofos levaram ao desenvolvimento das 
ciências, tão importantes hoje. A prova disso é que estamos estudando uma delas, a 
ciência da administração. Conforme Maximiano (2015), o século V a.C. foi o período 
mais produtivo da Grécia, em termos de conhecimentos que viriam a influenciar a 
administração de organizações de todos os tipos. Foi quando se desenvolveram 
conceitos como democracia, igualdade de todos perante a lei, ética na administração, 
planejamento, raciocínio metódico etc.
A democracia grega se orientava pelo princípio de que todos são iguais perante a lei e 
de que o povo tem o direito de governar a si mesmo. Por isso, a democracia é conhecida 
como o governo do povo. Vale destacar que esses direitos eram válidos apenas para 
o cidadão grego. Os escravos, por exemplo, não eram considerados cidadãos e não
tinham esses direitos.
10
Cidadão grego: homens livres e nascidos nas cidades-estados. 
Possuíam boas condições econômicas e social e eram os únicos 
que possuíam direitos políticos.
Saiba mais
Dessa forma, os cidadãos gregos podiam participar das chamadas assembleias, 
expondo suas ideias sobre assuntos como paz e guerra, impostos, obras públicas etc. 
Outro princípio que fundamentava a democracia grega era o da representação direta: 
todo cidadão tem o direito de dar pessoalmente sua opinião nas assembleias.
Assembleia: é o conjunto de representantes de uma comunidade 
que detêm o poder legislativo; também pode ser uma reunião de 
indivíduos no mesmo local para discutir um assunto de interesse 
em comum.
Saiba mais
Além da democracia, a ética também é um forte legado dos gregos – tanto em nossa 
forma de pensar, como na maneira de gerenciar atualmente. Segundo Maximiano 
(2015), Platão acreditava que a responsabilidade fundamental dos políticos era 
promover a felicidade dos cidadãos; e, para isso, era fundamental, então, administrar 
a cidade com ética absoluta, de acordo com os interesses destes.A ética normativa – aquilo que é estabelecido como norma, que deve ser seguido pelas 
pessoas – tem impacto na vida social, ou seja, o dever ético cabe a todos, para que a 
sociedade fique em paz e para que os indivíduos sejam felizes. A ética diz respeito ao 
comportamento do ser humano nessa sociedade.
Os gregos também deixaram como contribuição importante o método de investigação 
sistemática, isto é, em vez de aceitarem as explicações da mitologia, crença muito 
forte dos povos anteriores, buscaram o conhecimento por meio da natureza e do ser 
humano (MAXIMIANO, 2015).
Outro conceito grego muito reforçado, até hoje, nos estudos da administração é 
o da qualidade. Para os gregos, a qualidade reflete o melhor que se pode fazer em
qualquer campo de atuação (MAXIMIANO, 2015). Qualidade e excelência caminham
11
juntas, essa ideia vem de Platão e perdura até hoje, provocando o sujeito a ser cada 
vez melhor e a aproveitar seus talentos para aprimorar também os ambientes em que 
passa. Também é atribuído aos gregos o conceito de estratégia como a “arte dos 
generais”, a forma de se planejar para alcançar a vitória, hoje com diversos métodos 
e ferramentas. Esses e outros aspectos da sociedade grega influenciaram nossas 
maneiras atuais de viver em sociedade e de gerir os negócios.
1.1.6 Roma
Conforme Maximiano (2015), a história do Império Romano cobre o período que vai 
do século VIII a.C. até o século IV d.C. Seu fim marca o começo da Idade Média. 
Roma precisou desenvolver eficientes formas de administração para manter o poder 
e a ordem durante os 12 séculos de sua existência. O domínio do Império Romano 
compreendeu as terras da Inglaterra e do Oriente Próximo – região da Ásia próxima ao 
Mediterrâneo, a oeste do Rio Eufrates e do norte da África. Assim, podemos perceber 
que a capacidade dos romanos em construir e manter o império é uma evidência de 
suas impressionantes habilidades administrativas (MAXIMIANO, 2015).
A experiência romana se constituiu, no primeiro caso, no mundo de organização e 
administração de um império multinacional. Outras civilizações também conquistaram 
vastos territórios e incorporaram múltiplos povos, mas os romanos o fizeram de uma 
maneira diferente. Para conseguir administrar um império tão extenso, os romanos 
desenvolveram formas eficientes de controle dos territórios anexados, como coleta 
de impostos, implantação de sistemas de transporte e manutenção de funcionários 
burocráticos e militares.
Os romanos criaram várias hierarquias e cargos que foram distribuídos pelos territórios 
conquistados e todos tinham que se reportar a Roma. Era um sistema de gestão que 
exigia organização, planejamento, comando e controle.
12
Figura 2 – Carruagem romana
Fonte: Plataforma Deduca (2022).
Após analisar o impacto dos modelos administrativos da antiguidade na administração 
atual, entenderemos como a estrutura das organizações militares e religiosas 
acabaram por ser absorvidas no âmbito empresarial.Administração na igreja e nas 
forças armadas
1.2 Administração na Igreja e nas Forças Armadas
Ao dominar um território, o Império Romano levava o catolicismo como religião 
oficial, o que permaneceu depois de sua dissolução. Sem uma coordenação única, os 
nobres se fecharam em castelos e fortalezas, cada um com sua propriedade, servos 
e guerreiros, para se defender dos bárbaros e saqueadores. No campo político, nesse 
período, a administração geográfica herdada dos romanos se transformou em sistema 
feudal. Para se proteger, as pessoas se agrupavam em torno dos chamados senhores 
feudais, que, por sua vez, agregavam-se ao redor dos soberanos. Para Maximiano 
(2012), o principal aprendizado desse sistema para a ciência da administração é a 
importância do interesse comum, princípio que faltou aos senhores feudais. Isolados, 
tornaram-se frágeis para manter seu domínio.
O período que se estende da queda do Império Romano até o fim do século XV, 
chamado de Idade Média, foi marcado pelas crenças da Igreja Católica e pela forma 
de produção econômica conhecida como feudalismo.
13
Feudalismo: o nome é derivado dos feudos (ou vilas), unidades de 
habitação e produção que eram características do período. Havia 
um castelo ou uma casa principal do senhor feudal, sua fazenda 
para trabalho e uma vila de servos ao seu entorno.
Curiosidade
Permaneceram como união a religião e os laços familiares – relações de sangue 
ou casamentos para ampliar o poder das famílias, bem como a soberania de alguns 
reis que venciam outros com seus exércitos, dando origem assim a algumas nações, 
sempre com o apoio da igreja. Nesse período, a Igreja Católica administrava os 
territórios europeus utilizando muitas ferramentas administrativas herdadas dos 
romanos. A igreja dividiu o território sob seu comando em dioceses e províncias e 
a isso acrescentou uma poderosa administração central, com diversas assessorias, 
criadas ao longo dos 10 séculos de seu domínio.
De acordo com Chiavenato (2014, p. 51), “[...] ao longo dos séculos, a Igreja Católica 
estruturou sua organização com uma hierarquia de autoridade, um estado-maior 
(assessoria) e a coordenação funcional para assegurar integração”. Todo esse aparato 
administrativo estava a serviço da propagação da fé, da preservação da doutrina e da 
formação dos sacerdotes, ancorando-se fortemente na hierarquia, na disciplina, na 
divisão de tarefas e na centralização de comando. Simples e eficiente, essa estrutura 
possibilitou à igreja se espalhar pelo mundo todo, praticamente sem concorrência 
(MAXIMIANO, 2015).
Também é importante destacar a contribuição da organização militar para a 
administração, pois, há mais de três mil anos, os exércitos vêm criando soluções 
para a administração de grandes contingentes de pessoas envolvidas em operações 
complexas e arriscadas. Conceitos sobre estratégia, planejamento, logística e 
hierarquia, que são utilizados hoje não apenas nas forças armadas, mas também 
em todos os tipos de empreendimentos, nasceram com os militares de um passado 
distante (MAXIMIANO, 2012).
14
Estratégico
-
General
Tático - Oficiais
Operacional - Soldados
Figura 2 – Hierarquia militar
Fonte: Elaborada pelas autoras (2022).
Confira alguns princípios que vêm da organização militar, segundo Chiavenato (2014).
• Unidade de comando: cada subordinado só pode ter um superior.
• Hierarquia: escala de níveis de comando de acordo com o grau de autoridade.
• Direção: ordens e normas para que todo soldado saiba o que se espera dele e 
o que deve fazer.
A seguir, acompanhe as mudanças de pensamento que ocorreram no fim da Idade 
Média e sua influência na administração.
1.3 Contribuições do Renascimento, Mercantilismo 
e Protestantismo para a Administração
Após o fim da Idade Média, emerge o Renascimento, sob o qual artes e ciências 
humanistas florescem. O Renascimento é o período que marca a transição da Idade 
Média para a chamada Idade Moderna. A Idade Moderna apresenta grandes avanços 
em relação ao conhecimento que temos sobre o mundo. Isso fica evidente se você 
olhar o período que ficou conhecido como Iluminismo.
15
Idade Moderna: período histórico que se inicia em 1453, com a 
ocupação de Constantinopla pelos turcos otomanos, e extingue-se 
com a Revolução Francesa, em 14 de julho de 1789.
Curiosidade
O Iluminismo representou a defesa da razão como a verdadeira forma de se chegar 
ao conhecimento, opondo-se às crenças de todos os tipos, colocando em xeque o 
domínio que a Igreja Católica tinha sobre todos os aspectos da sociedade. São 
expoentes dessa época grandes filósofos que influenciaram o desenvolvimento das 
ciências sociais e das ciências da administração, tais como Voltaire, Jean-Jacques 
Rousseau, Montesquieu, Adam Smith e Immanuel Kant.
Com essas mudanças de pensamento, o espaço de compra e venda de mercadorias – 
chamado mercado – foi ampliando e dando oportunidade de enriquecimento não só 
aos senhores feudais, mas a outras pessoas que não eram de origem nobre. A reforma 
protestantee o surgimento de outras religiões cristãs na Europa também auxiliaram a 
enfraquecer a tradição de concentração de riqueza em heranças familiares, trazendo 
a prosperidade para todos.
Um dos teóricos marcantes do chamado período mercantil foi Adam Smith, que 
mostrou grande interesse por questões de natureza administrativa. Suas ideias 
exerceram muita influência sobre a burguesia europeia, fundamentando-se “[...] no 
princípio de que o mercado transforma o egoísmo de cada um em um bem coletivo” 
(GIL, 2016, p. 206).
Adam Smith disseminou o liberalismo econômico, no qual defendia total liberdade 
econômica para que a iniciativa privada pudesse se desenvolver de forma autônoma 
e sem a intervenção do Estado. Assim, o mercado se regularia sozinho pela livre 
concorrência, o que levaria à queda de preços e à busca por inovações tecnológicas 
para melhorar a qualidade dos produtos e potencializar o ritmo de produção.
Assim, do Renascimento à Revolução Industrial, houve grande desenvolvimento do 
conhecimento humano sobre matemática, mecânica, física e eletricidade, qciências 
que mudaram para sempre a história da humanidade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/1453
16
1.4 Administração e Revolução Industrial
Conforme relatado por Maximiano (2015), a Revolução Industrial foi fortemente marcada 
por dois eventos: o surgimento das fábricas e a invenção das máquinas a vapor. As 
organizações, a partir de então, tornaram-se centrais na sociedade. Antes, quem 
ocupava lugar de destaque eram os impérios, países, cidades, governantes, exércitos e 
organizações religiosas. Após o século XVIII, o desenvolvimento das forças produtivas 
concedeu à organização, do tipo empresa industrial, papel fundamental na modernidade.
A Revolução Industrial representou uma enorme mudança nas formas de produção 
de mercadorias. Inicialmente, os comerciantes reuniam os trabalhadores em galpões 
para poder exercer maior controle sobre seu desempenho, visando ao aumento da 
produtividade. Com produtividade maior, conseguiriam baratear os preços do produto 
final. Embora o controle sobre os trabalhadores tenha contribuído para o nascimento do 
sistema fabril, o que marca o início da Revolução Industrial é a invenção da máquina a 
vapor, que possibilitou o avanço do ritmo de produção, impactando em toda economia 
da época.
A necessidade de mão de obra tornou-se um assunto urgente: no fim do século 
XVIII, os trabalhadores eram continuamente trazidos da zona rural para as fábricas. 
Essa migração da área rural para os centros industriais fez crescer as cidades e, 
consequentemente, a necessidade de infraestrutura. (MAXIMIANO, 2015).
No início da Revolução Industrial, as práticas de gestão eram precárias e a qualidade 
dos produtos variável: vigorava o princípio de que cabia ao comprador inspecionar 
o que adquiria. Os salários eram baixos e os capatazes garantiam a produtividade
com uso de força bruta. Com o tempo, no entanto, novos caminhos foram trilhados
e a administração encontrou as condições ideais para se transformar em um corpo
organizado de conhecimentos, alcançando a estatura de uma disciplina tal qual
conhecemos atualmente, com destaque para a busca da eficiência (MAXIMIANO,
2015). A Revolução Industrial criou a demanda necessária técnicas e conceitos que
pudessem ser utilizados por um contingente de pessoas que precisavam de treinamento
especializado: os administradores profissionais de organizações (CHIAVENATO, 2014).
Conforme Maximiano (2015), os Estados Unidos reuniram as condições mais favoráveis 
para essa tendência, uma vez que sua tecnologia industrial se desenvolveu mais do 
que em outros países. Assim, em 1881, a Universidade da Pensilvânia criou a primeira 
escola de administração do mundo. Na passagem para o século XX, surge, então, a 
administração científica, uma abordagem sobre as diferentes funções necessárias 
para a boa gestão.
17
Conclusão
Neste conteúdo, aprendemos que a administração acompanha o ser humano há 
séculos e que as teorias que hoje estudamos têm origem nas civilizações antigas e 
vêm evoluindo com a humanidade.
Desde os sumérios (3000 a.C.) à Revolução Industrial (1800 d.C.), o homem vem 
mudando sua forma de viver e produzir. Saindo da vida nômade, fixou-se em 
comunidades e aldeias, necessitando administrar as famílias, organizar as rotinas 
e aprender a cultivar a terra. A partir desse aprendizado e estudando os astros e as 
águas, começou a desenvolver técnicas de agricultura e irrigação, o que possibilitou a 
instalação das primeiras cidades, gerando uma necessidade de hierarquia e ordenação 
social.
Essas escolhas de comando surgiram com base na religião e/ou na força física e 
foram se solidificando ao longo do tempo (lembre-se do faraó que acreditavam 
ser encarnação de um deus), passando de geração em geração. As lideranças das 
comunidades também queriam proteger seu poder e, para tanto, foram criando 
organizações militares para manter o comando, desenvolvendo também diversas 
técnicas gerenciais para controlar as forças armadas.
Nos conflitos entre os povos, ocorreram muitas invasões e dominações, dando origem 
a impérios poderosos, como o egípcio e o romano, que tinham lideranças únicas para 
muitas pessoas, ou seja, precisavam de ferramentas administrativas para coordenar 
tudo isso. Tanto isso é verdade que a queda do Império Romano se deu justamente 
pela perda de controle das fronteiras e pela invasão de terras por parte dos bárbaros 
germânicos.
Sem um comando central, os mais ricos cercaram suas propriedades para se proteger 
das invasões e levaram consigo servos e guerreiros. Nessas propriedades, chamadas 
de feudos, a atividade rural era a principal. Vendas e trocas eram realizadas em 
espaços separados, chamados de mercado.
Com a evolução do pensamento sobre a ciência, a liberdade do mercado e o 
questionamento de ideias religiosas, os comerciantes passaram também a fabricar 
produtos em maior quantidade e a contratar pessoas para suas pequenas fábricas. 
Dessa forma, começaram a enriquecer e a dominar os meios de produção, tornando 
as organizações formais as principais referências na sociedade, não mais as famílias 
ou a igreja.
18
Essa nova estrutura, somada a avanços na tecnologia de produção, deu origem à 
Revolução Industrial: a indústria é o novo império. Para gerenciar esse novo mundo, 
com empresas e empregados, máquinas e produtos, técnica e ciência, surgem os 
estudos da administração científica no início do século XIX.
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. São Paulo: Manole, 
2014.
GIL, A. C. Teoria geral da administração: dos clássicos à pós-modernidade. São Paulo: 
Pioneira, 2016.
MAXIMIANO, A. A. Introdução à administração. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
_________.Fundamentos de administração: introdução à teoria geral e aos processos 
da administração. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
A Abordagem Clássica 
da Administração
UNIDADE 2
Erica Sarraf Fernandes Biondo
A Abordagem Clássica da 
Administração
2
Introdução
Para Maximiano (2015), objetivos e recursos são conceitos centrais na definição de 
organização. Administrar consiste em tomar decisões sobre o uso do recurso para 
realizar objetivos. As decisões são agrupadas em quatro processos principais: planejar, 
organizar, liderar e controlar. Um quinto processo (executar) seria o efeito prático dos 
anteriores. Essa é uma adaptação da definição feita por Henri Fayol, divulgada em 1911. 
Fayol é um dos teóricos que estudaremos neste conteúdo. Também aprenderemos 
sobre o fordismo e sua linha de montagem, sobre Fayol e a administração científica e 
sobre a burocracia de Max Weber.
Tenha ótimos estudos e bom aprendizado!
Objetivos da Aprendizagem
Ao final do conteúdo, esperamos que você seja capaz de:
• Compreender a teoria da burocracia, a administração científica e a teoria clás-
sica da administração, bem como suas principais características e con- tribui-
ções para o desenvolvimento do pensamento administrativo.
• Entenderos preceitos que balizaram a administração científica de Frederick
Winslow Taylor: estudo dos tempos e movimentos; padronização das fer- ra-
mentas e dos movimentos; cartões de instrução do sistema de pagamento
conforme desempenho; e cálculo dos custos.
• Saber os preceitos que balizaram o modelo de produção fordista: linha de
montagem; inovação; economia de escala; entre outros.
• Conhecer os preceitos que balizaram a administração clássica de Henri Fayol:
processos administrativos; princípios e funções da administração; estrutura das
organizações; princípios da administração; papel dos gerentes; entre outros.
• Compreender os preceitos que balizaram a teoria da burocracia de Max We-
ber: processos burocráticos; formalidade; impessoalidade; profissiona- lismo;
poder nas organizações; hierarquias; unidade de comando; e normas para as
organizações.
3
2.1 Primeiras Teorias da Administração do Século XX
No início do século XX, dois importantes engenheiros desenvolveram os primeiros 
trabalhos a respeito da administração: o americano Frederick Winslow Taylor, 
considerado pai da administração e criador da escola da administração científica, com 
ênfase no estudo dos tempos e movimentos; e o francês Henri Fayol, que desenvolveu 
a chamada teoria clássica, com a aplicação de princípios gerais da administração em 
bases científicas.
Figura 1 – Base da administração
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
Taylor foi responsável pela proposição dos chamados princípios da administração 
científica e pelo estudo dos tempos e movimentos para a melhoria do processo 
produtivo, a redução de custos e o aumento de produtividade. Por sua vez, Fayol se 
preocupou em melhorar o processo administrativo, por meio da formulação de seus 
famosos princípios: planejar, organizar, comandar e controlar.
Segundo Maximiano (2015), Taylor defendeu que sempre haverá um método mais fácil 
e rápido de executar uma tarefa. Para tanto, esse engenheiro empreendeu o estudo 
dos tempos e movimentos na produção. Tal fato evidenciou que, com observação e 
análise de dados, a organização poderia produzir mais para o “patrão”, bem como 
melhorar, ao máximo, a prosperidade do empregado. Essa abordagem de Taylor ficou 
conhecida como organização racional do trabalho, transformando os métodos de 
trabalhos empíricos em métodos científicos.
4
De acordo com Chiavenato (2014), essa tentativa de substituir métodos empíricos e 
rudimentares por métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do 
Trabalho (ORT), que se fundamenta nos aspectos apresentados a seguir.
a. Estudo dos tempos e movimentos: o trabalho é metodicamente analisado, em
sua totalidade, visando à eliminação de movimentos desnecessários. Nesse
estudo, os movimentos úteis são simplificados, a fim de diminuir o tempo mé-
dio que o operário leva para desenvolver uma tarefa. Nesse tempo médio, são
acrescentados os tempos considerados mortos, como, por exemplo, o tempo
de espera pela matéria-prima (com finalidade de padronizar o método de traba-
lho) e, também, o tempo destinado à execução desse trabalho.
Conforme Chiavenato (2014), Taylor observou as algumas vantagens no 
desenvolvimento de um método padrão de produção. Confira a seguir.
� Elimina desperdício de esforço humano e movimentos inúteis.
� Facilita e racionaliza a seleção e o treinamento de operários e melhora a eficiência
e o rendimento da produção pela especialização das atividades.
� Distribui uniformemente o trabalho e evita períodos de falta ou de excesso de
trabalho.
� Define métodos e estabelece normas para execução do trabalho.
� Estabelece base uniforme para salários equitativos e prêmios de produção.
b. Estudo da fadiga humana com base na anatomia e na fisiologia humana: pos-
sui dupla finalidade, quais sejam:
� evita movimentos inúteis na execução de tarefas, do ponto de vista fisiológico;
� reduz a fadiga para aumentar a eficiência.
c. Divisão do trabalho e especialização do operário: há eliminação de movimen- 
tos desnecessários, economizando, assim, energia e tempo e, consequente- 
mente, elevando a produtividade do operário.
d. Desenho de cargos e de tarefas: tem como finalidade criar, projetar e combi-
nar cargos para que uma tarefa seja executada com os demais cargos exis-
tentes dentro da organização. A simplificação no desenho de cargos permite
algumas vantagens, tais como:
� admissão de empregados com qualificações mínimas, o que reduz os custos de
produção;
� minimização de custos de treinamentos;
� redução de erros na execução do trabalho
e. Incentivos salariais e prêmios de produção: o operário é estimulado a produ- 
zir mais e também a ganhar mais pelos seus serviços, uma vez que a remu- 
neração é baseada na produção.
5
f. Condições ambientais de trabalho: a eficiência depende não somente do mé- 
todo de trabalho e do incentivo salarial, mas de um conjunto de condições que
garantam o bem-estar do trabalhador, o que inclui:
� a adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e equipamentos de pro- du-
ção para minimizar o esforço do operador;
� o arranjo físico das máquinas e dos equipamentos para racionalizar o fluxo de produ-
ção.
g. Padronização: o objetivo é minimizar a variabilidade no processo produtivo e,
consequentemente, eliminar desperdícios, aumentando, assim, a eficiência.
Cabe observar, conforme Chiavenato (2014), que a ORT, maior contribuição de Taylor 
à teoria administrativa, é, sobretudo, uma forma de executar melhor as tarefas, tendo 
como referência a observação no chão de fábrica. Ao desenvolver esses princípios, 
Taylor, de acordo com Chiavenato (2014), tinha como objetivo tornar a empresa mais 
eficiente e mais produtiva, algo que, para a época, era impensável.
Foi também uma preocupação de Taylor desenvolver uma forma de aplicar esses 
princípios na prática administrativa das fábricas, porque, para ele, a ferramenta 
administrativa era uma prática estruturada que ajudaria a desenvolver não só o 
processo de administração, mas também a qualidade decisória das organizações.
Chiavenato (2014) define que a preocupação de racionalizar, padronizar e prescrever 
normas de conduta ao administrador levou os engenheiros da administração científica 
a pensar que tais princípios pudessem ser aplicados em todas as situações possíveis. 
Entre a profusão de princípios defendidos pelos autores, os mais importantes são os 
apresentados a seguir.
1. Princípios de planejamento: substituir a improvisação por métodos basea- 
dos em procedimentos científicos, por meio de planejamento.
2. Princípio de preparo: os trabalhadores são selecionados de acordo com suas
aptidões e, então, é necessário prepará-los e treiná-los para produzir mais e
segundo o método planejado.
3. Princípio do controle: controlar o trabalho para se certificar de que este esteja
sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos e segundo o pla-
no previsto.
4. Princípios da execução: distribuir atribuições e responsabilidades para que a
execução do trabalho seja disciplinada.
Posteriormente, o século XX foi marcado por grandes mudanças no ambiente 
econômico e social das organizações. Um exemplo disso foi o grande desenvolvimento 
6
econômico dos Estados Unidos, no início do século, em virtude do sucesso do modo 
de produção fordista, idealizado por Henry Ford. Também, em meados desse século, 
Max Weber, nos seus estudos sobre a ação social, descreveu as formas de autoridade 
e de legitimidade que lhe permitiram refletir sobre as características da burocracia 
que se encaixariam em um tipo de autoridade racional-legal e que contemplariam 
alguns princípios centrais, como a impessoalidade, o profissionalismo, a hierarquia, o 
formalismo etc.
O século XX foi marcado por grandes mudanças nos ambientes 
econômico e social das organizações, tendo como grande exemplo 
o desenvolvimento econômico dos Estados Unidos, decorrente da
mudança no modo de produção.
Atenção
Observe, no Quadro 1, as principais ideias da administração no século XX.
7
Ideias/ 
Enfoques/
Teorias1900-1925 1925-1950 1950-1975 1975-2000
Produção em massa, 
preocupação com 
eficiência (ênfase
na eficiência dos 
processos produtivos).
Administração 
científica, linha 
de montagem.
Popularização 
do fordismo.
Sistema toyota 
de produção.
Modelo japonês, 
empresa de classe 
mundial, “Seis 
Sigma”, redesenho 
de processos.
Humanismo, enfoque 
comportamental, 
escola das relações 
humanas (ênfase nas 
pessoas e na condição 
humana)
Características 
individuais.
Relações 
humanas, 
dinâmicas 
de grupo, 
liderança.
Administração 
participativa.
Gestão de pessoas, 
qualidade de vida 
no trabalho, ética.
Escola da qualidade 
(ênfase na 
uniformidade, na 
conformidade e na 
adequação ao uso)
Controle 
estatístico da 
qualidade
Administração 
da qualidade.
Qualidade 
total, qualidade 
no Japão.
Sistemas da 
qualidade, 
qualidade garantida, 
normas ISO.
Enfoque no processo 
administrativo 
(ênfase no papel dos 
gerentes e no processo 
de administrar 
organizações).
Enfoque 
funcional da 
administração, 
políticas de 
negócios
Processo 
decisório, 
estruturação 
das grandes 
empresas, 
política de 
negócios, 
administração 
por objetivos.
Planejamento 
estratégico.
Administração 
de projetos, 
administração 
por processos, 
cadeia de 
suprimentos, papéis 
e competências 
gerenciais.
Teorias das 
organizações (ênfase 
no entendimento
da natureza das
organizações).
Tipo ideal de 
burocracia.
Teoria das
organizações.
Modelos de
organização.
Imagens das
organizações, 
aprendizagem 
organizacional.
Pensamento 
sistêmico (ênfase 
na compreensão de 
totalidades e nas 
relações entre as 
partes).
Aplicação do 
pensamento 
sistêmico na 
concepção 
de processos 
produtivos,
especialmente 
na linha de 
montagem.
Teoria geral
dos sistemas.
Pensamento 
sistêmico 
influenciando 
todas as 
ideias da 
administração.
 Quadro 1– Principais ideias da administração no século XX
Fonte: Maximiano (2015).
8
2.2 A Linha de Montagem e o Fordismo
Segundo Chiavenato (2014), Henry Ford nasceu em 30 de julho de 1863, na cidade 
norte-americana Springwells. Em 1903, superando inúmeras adversidades, fundou a 
“Ford Motors Company”, com mais 11 acionistas, ficando com 25% das ações. Com o 
passar dos anos, comprou as ações dos demais investidores e, em 1919, passou a ser 
o controlador da companhia. Sua grande ambição sempre foi construir um carro para o 
povo e, então, em 1913, inaugurou a primeira fábrica com linha de produção em série.
Figura 2 – Linha de produção
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Ford foi pioneiro no que ficou conhecido como linha de montagem e produção em 
série. Produzir em série significa fabricar produtos iguais em grande quantidade, fato 
que reduz os custos de produção e aumenta sua velocidade. Pensando nisso, Ford 
entendeu que seria vantajosa a fabricação de automóveis padronizados.
2.2.1 O Fordismo
O processo produtivo inventado por Henry Ford ficou conhecido como fordismo e 
funcionava da seguinte maneira: o automóvel passava por uma esteira de montagem 
em movimento e os operários colocavam as peças. Isso era possível em função da 
especialização dos funcionários, ou seja, cada um executava uma função específica 
9
(ou única) no processo. Por exemplo: alguns operários trabalhavam com a pintura; 
outros colocavam os pneus; alguns retificavam os motores e assim por diante. Em 
apenas 98 minutos, o automóvel ficava pronto.
O modelo de automóvel “T” foi o mais famoso produzido por Henry Ford. Também 
conhecido como “Ford Bigode”, esse veículo foi o mais vendido no fim do século XIX. 
Desse tempo, é famosa a frase de Ford a seus clientes de que poderiam pedir a cor 
que quisessem para seus automóveis, desde que fosse preta (MAXIMIANO, 2015).
Figura 3 – Modelo Ford “T”
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Segundo Chiavenato (2014), foi utilizando as abordagens da administração científica 
que Henry Ford aplicou, de forma intensiva, o novo conceito de linha de montagem 
na sua indústria “Ford Motors Company”. Esse sistema revolucionou o mercado, em 
virtude da produção em massa, tornando os automóveis mais baratos.
Cabe destacar que as inovações de Ford permitiram eliminar quase todos os 
movimentos desnecessários às atividades dos trabalhadores. Para Ford, era 
importante organizar o trabalho de forma a requerer o mínimo possível de força e de 
esforço físico dos trabalhadores.
O sucesso do invento de Ford foi tão grande que, na década de 1920, chegou a 
produzir dois milhões de automóveis por ano. O sistema de produção de Ford foi 
muito importante para a sociedade, uma vez que democratizou o acesso à aquisição 
de automóveis. A estratégia de negócio no fordismo era produzir o automóvel o mais 
rápido possível e vendê-lo no mercado no menor prazo.
10
A rapidez nesse processo é um fator importante, pois, quando a linha de montagem 
está parada, não gera lucros, o que deve ser evitado. Isso também requer um estoque 
de peças de reposição indispensáveis para que a linha de montagem não pare. Com 
essa forma de produção, Ford desenvolveu um sistema de pagamento com base em 
bônus, que crescia à medida que a produtividade aumentava.
O taylorismo e o fordismo são sistemas de trabalho que visavam à racionalização 
extrema da produção e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro. O 
sucesso desses dois modelos fez com que várias empresas adotassem as técnicas 
desenvolvidas por Taylor e Ford, sendo utilizadas até hoje por algumas indústrias. O 
fordismo se baseou nas propostas do taylorismo e desenvolveu alguns avanços. Assim, 
enquanto Taylor focava na divisão eficiente e racional das tarefas dentro da fábrica, 
Ford buscava colocar seus trabalhadores em posições fixas no sistema produtivo.
Conforme Maximiano (2015), cabe destacar, ainda, que o fordismo era percebido como 
um modelo de gestão da produção, mas, a partir de 1930, passou a ser concebido 
como um modelo técnico-econômico, irradiando-se pelo mundo no pós-guerra. Antes 
do fordismo, a produção de veículos era artesanal, dependente da habilidade técnica 
da mão de obra disponível e sem padronização.
Outro fator importante que contribuiu para as ferramentas de gestão diz respeito à 
aplicação dos princípios da administração científica no sistema fordista de produção, 
que levou à redução da complexidade das tarefas e à padronização e ao controle 
do processo produtivo: o processo saiu das mãos dos trabalhadores e passou para 
a gerência, levando até as últimas consequências a ideia de separação entre o 
planejamento (engenheiros) e a execução (operário).
A administração clássica de Taylor e o fordismo recuperaram o ideário do homem 
“economicus”, ou seja, o homem é um ser racional que toma suas decisões com base 
no conhecimento de todas as possibilidades de ações viáveis, bem como de suas 
consequências.
Segundo Maximiano (2015), esse modelo de homem, reduzido e simplificado, serviu 
de fundamento para a construção de uma teoria da administração que tinha como 
base a concepção de um homem racional e previsível, que se satisfazia com incentivos 
financeiros, vigilância e treinamento. Investir nesses quesitos, portanto, auxiliaria a 
aumentar a produtividade esperada.
Como consequência dessa visão de homem, os pensadores clássicos – Taylor, 
Fayol e Ford – compartilhavam a ideia de que o comportamento humano não era um 
problema em si. Isso significa que, quando os gerentes percebiam, nos trabalhadores, 
11
um comportamento inadequado, deduziam que o problema decorria de defeitos na 
estrutura da organização ou no processo produtivo.
2.3 Aportes de Fayol à Administração Científica
Henri Fayol nasceu em 1841, em Istambul, e faleceu em 1925, em Paris. Ele foi um 
importante pesquisador da chamada escola clássica da administração. Fayol se 
dedicou a disseminar os princípios da administração, com base em seus anos de 
aprendizado prático na indústria. Para esse engenheiro, a administração compreende, 
basicamente, cinco funções:
• planejamento;
• organização;
• comando;• coordenação;
• controle.
De acordo com Maximiano (2015), para Fayol, a administração é uma atividade que 
pode ser encontrada em todos os empreendimentos humanos, como a família, os 
negócios, as religiões e os governos, exigindo, mesmo que não nos demos conta, o 
uso de, pelo menos, alguma das cinco funções supracitadas.
Fayol propôs a divisão das organizações em seis estruturas de operações específicas, 
mas que se relacionam mutuamente. Acompanhe a seguir.
• Técnica: produção e manufatura.
• Comercial: compra, venda e troca.
• Financeira: empréstimos e capital de giro.
• Segurança: proteção da propriedade privada e das pessoas.
• Contabilidade: registro de estoques, custose estatísticas.
• Administração: planejamento, organização, comando, coordenação e controle.
Observe, na Figura 4, as funções da empresa.
12
EM
PR
ES
A
Função comercial
Função financeira
Função de administração
Função de segurança
Função de contabilidade
Função técnica
Planejamento
Organização
Comando
Coordenação
Controle
Figura 1– Funções da empresa
Fonte: Maximiano (2015, p. 68).
Lembre-se de que cada área empresarial tem, sob sua 
responsabilidade, diferentes funções. A área administrativa 
demanda planejamento, organização, comando, coordenação e 
controle.
Atenção
Perceba que, para Fayol, o conceito de administração está ligado ao ato de administrar, 
englobando as funções de administrador, as quais estão descritas a seguir, de acordo 
com Maximiano (2015).
• Prever o futuro e traçar o programa de ação.
• Organizar, isto é, constituir o duplo organismo material e social da empresa.
• Comandar, o que significa dirigir e orientar o pessoal.
• Coordenar, isto é, ligar, unir e harmonizar todos os atos e esforços coletivos.
• Controlar, o que compreende garantir que tudo ocorra de acordo com as re-
gras es tabelecidas e as ordens dadas.
Chiavenato (2014) postula que nenhuma organização pode fazer mais do que 
permitem seus principais administradores, afinal de contas, o gargalo está sempre na 
parte superior da garrafa. De todas as tarefas de uma organização, a mais difícil, mas 
também mais importante, é estruturar sua alta administração.
13
2.3.1 O Nível Gerencial
As atividades para o nível gerencial são a essência da administração. Sua característica 
principal é conseguir resultados por meio de terceiros.
Chiavenato (2014) afirma que as atividades gerenciais são divididas em três níveis, 
cada um com responsabilidades específicas, conforme apresentamos a seguir.
Gerência geral
Comando geral do processo produtivo e acionamento dos recursos disponíveis 
para a realização dos objetivos fixados pelo nível de direção. Gerencia unidades 
complexas, englobando mais de uma função. Às vezes, esses gerentes são 
responsáveis por empresas subsidiárias.
Gerência média (ou funcional)
Comando das atividades de operações especializadas, como: finanças, 
marketing, recursos humanos, manutenção etc.
Supervisão imediata
Comando da realização propriamente dita e das tarefas, implicando contato 
direto com os executores. São os supervisores de primeira linha.
Ainda de acordo com Chiavenato (2014, p. 34-35),
O papel dos gerentes é fundamental para obter a cooperação dos 
subordinados, para os quais ele representa a empresa e deve ser capaz de 
motivá-los e fazê-los “vestir a camisa”. Por outro lado, deve ser capaz de 
levar aos níveis superiores as aspirações, os desejos e as necessidades 
do seu pessoal. Um gerente que não prestigia os subordinados não 
consegue mantê-los dedicados.
2.4 A Burocracia de Weber
Max Weber nasceu no dia 21 de abril de 1864, na Alemanha. Foi um sociólogo que se 
preocupou com o estudo da organização burocrática e, por isso, propôs a teoria da 
burocracia (CHIAVENATO, 2014).
14
Conforme Maximiano (2015), o ponto central dos estudos de Weber é a investigação 
sobre a ação social. Para esse sociólogo, as normas que compartilhamos na sociedade 
só se tornam concretas quando se manifestam em cada um de nós, sob forma de 
motivação. Cada sujeito age levado por um motivo, orientando-se pela tradição, por 
interesses racionais ou pela afetividade.
Figura 5 – A ação social
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Para Weber, a ação social consiste na conduta humana, dotada de sentido e orientada 
pela ação de outros, apresentando quatro formas distintas.
1. Ação racional com relação a fins: determinada pela expectativa de alcançar
os objetivos racionalmente avaliados e perseguidos.
2. Ação racional com relação a um valor: definida pela crença consciente no
valor (moral, religioso e estético) de uma determinada conduta.
3. Ação afetiva: ditada por afetos ou por estados sentimentais e emocionais.
4. Ação tradicional: estabelecida pelos hábitos, pelos costumes e pelas crenças.
Chiavenato (2014) afirma que a aplicação da burocracia de Weber levou, em muitos 
casos, a um excesso de normas e de regulamentos impessoais não condizentes 
com a agilidade e a flexibilidade das organizações modernas. No entanto, ainda é 
empregada em grandes administrações públicas, por falta de substitutos eficazes 
para alguns casos.
15
Para Weber, a burocracia deveria ter as características apresentadas a seguir.
1. Organização contínua de cargos, limitados por normas escritas, às quais es-
tão subordinados os detentores de poder, o sistema administrativo e os do-
minados;
2. Divisão de trabalho definida e sistemática, com áreas específicas de com- pe-
tência;
3. Cargos organizados segundo o princípio hierárquico;
4. Regras e normas técnicas claramente definidas por escrito;
5. Separação entre propriedade e administração, ou seja, as atividades admi-
nis- trativas deverão ser exercidas por profissionais contratados em virtude de
suas qualificações técnicas.
Ainda na visão de Weber, as ênfases da burocracia são:
1. formalização (obediência a normas, rotinas, regras, regulamentos etc.);
2. divisão do trabalho;
3. hierarquia;
4. impessoalidade;
5. profissionalização e competência técnica dos empregados.
De acordo com Chiavenato (2014), a descrição de Weber sobre a burocracia não 
levou em conta a chamada organização informal nem o excesso de formalismo, 
que é fonte das denominadas disfunções da burocracia. Verificaremos quais são as 
características das disfunções da burocracia.
2.4.1 Disfunções da Burocracia
Quando as características da burocracia são levadas ao extremo, o excesso de 
rigidez e a falta de flexibilidade fazem surgir as disfunções da burocracia: no lugar de 
propiciar segurança e qualidade, acaba por emperrar o andamento dos serviços e a 
produção de bens, ou seja, é como se o sistema criasse vida própria. É a burocracia 
pela burocracia, que perde sentido e finalidade, beirando o absurdo, ao exigir carimbos 
e comprovantes desnecessários.
Confira a seguir as principais características e disfunções da burocracia, conforme 
mencionado por Chiavenato (2014).
16
Engessamento 
de regras e 
regulamentos
No modelo ideal de burocracia de Weber, as regras e os regulamentos 
têm objetivo de normatizar os procedimentos, ajudando, assim, a 
aumentar a produtividade e a melhorar a qualidade do que é produzido 
e realizado. No entanto, a falta de flexibilidade na aplicação de regras 
e regulamentos faz com que estes deixem de ser um meio para se 
atingir um dado fim, transformando-se em um objetivo em si mesmo. 
É o momento em que as pessoas cumprem regras e regulamentos 
sem saber o motivo pelo qual estão cumprindo.
Excesso de 
documentação
Para formalizar tudo e controlar a qualidade e a produtividade, é 
produzida uma quantidade excessiva de documentos, que geram 
perda de tempo – tanto no preenchimento de formulários e papéis 
quanto no resgate de informações.
Despersonalização 
de 
relacionamentos
Como nos sistemas burocráticos o poder está no cargo, e não 
nas pessoas, as relações interpessoais ficam em segundo plano. 
No entanto, o ser humano necessita de interações sociais. A 
despersonalização pode provocar estresse excessivo.
Autoridade 
aparenteComo a autoridade é exercida pelo cargo, busca-se exibir sinais 
exteriores que reforcem tal posição, como uniformes, crachás de 
identificação com o cargo em destaque, placas na porta etc.
Autoridade 
descontrolada
Como a pessoa está em um cargo de autoridade, passa a utilizar esse 
poder de maneira agressiva.
 Quadro 2 – Características e disfunções da burocracia
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014).
17
Conclusão
Neste conteúdo, estudamos a abordagem clássica da administração, com ênfase nos 
seguintes tópicos:
• as primeiras teorias da administração do século XX;
• a administração científica de Frederick Winslow Taylor, com destaque para
os conceitos relacionados à padronização das ferramentas e ao estudo dos
tempos e movimentos;
• o modelo de produção fordista, entendido e aplicado por Henry Ford, com sua
linha de montagem e de inovação;
• os processos administrativos liderados por Henri Fayol, por meio da abor- da-
gem da estrutura das organizações, dos princípios da administração e do pa-
pel dos gerentes nas organizações;
• a teoria da burocracia de Max Weber e suas disfunções.
Conheça mais sobre as divergências e convergências entre os 
princípios da administração pública brasileira e os princípios de 
Henri Fayol. Acesse o link. 
Saiba mais
https://periodicos.uesc.br/index.php/reflexoeseconomicas/article/view/1324
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. São Paulo: Manole, 
2014.
MAXIMIANO, A. A. Fundamentos de administração: introdução à teoria geral e aos 
processos da administração. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
A Abordagem 
Humanística da 
Administração
UNIDADE 3
Flaviana Totti Custódio dos Santos
A Abordagem Humanística 
da Administração
2
Introdução
Neste conteúdo, você conhecerá os fatores que contribuíram para o surgimento da 
teoria das relações humanas, bem como os motivos que a levaram a se contrapor à 
administração científica, sobretudo a Taylor e a Ford.
Estudaremos temas básicos relacionados à abordagem humanística, com destaque 
para a análise do trabalho e a adaptação do trabalhador ao trabalho. Dentro dessa 
perspectiva, você conhecerá os assuntos predominantes, como o estudo da 
personalidade do trabalhador e do chefe; a motivação e os incentivos do trabalho; a 
liderança; as comunicações; e as relações interpessoais e sociais dentro da organização.
Nomes como Hugo Münsterberg, Ordway Tead, Mary Parker Follett e Chester Barnard 
foram marcantes para a construção desse pensamento, em uma linha do tempo que vai 
de 1860 a 1961, com suas ideias sobre a transição do classicismo para o humanismo.
Você conhecerá também os principais fatos que deram origem à abordagem 
humanística, tais como a necessidade de humanização e democratização, o 
desenvolvimento das ciências humanas, as ideias de John Dewey e de Kurt Lewin 
e, principalmente, as conclusões da experiência de Hawthorne, que será tratada 
com mais detalhes, pois apresentaremos suas quatro fases: estudos da iluminação; 
condições de trabalho; entrevistas e pagamento por produtividade.
Objetivos da Aprendizagem
Ao final do conteúdo, esperamos que você seja capaz de:
• Investigar a teoria das relações humanas e demonstrar suas principais caracte-
rísticas e contribuições para o desenvolvimento do pensamento administrativo.
• Analisar a origem das relações humanas nas organizações e a mudança de
enfoque de uma administração mecânica para uma nova concepção da natu- 
reza do homem social, com preocupação centrada em questões psicológicas
e sociológicas quanto à influência.
• Entender a importância dos estudos relacionados à experiência de Hawthorne
para a atual administração praticada nas organizações.
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3.1 Relações Humanas nas Organizações
Por conta do grande impacto causado pelos estudos de Taylor, Fayol e Ford nos 
processos produtivos, houve, também, a necessidade de voltar a atenção para o elo 
dessa corrente, o ser humano em sua complexidade, e não somente como um recurso 
a ser maximizado.
Assim, conforme Maximiano (2015), o surgimento da escola humanista foi uma crítica 
à escola clássica da administração e resultado de estudos relacionados à Sociologia e 
à Psicologia. A escola humanista também questionou a necessidade da produtividade 
a qualquer preço, bem como estudou a influência dos sindicatos que lutavam por 
maior justiça e melhores condições de trabalho nas organizações.
Chiavenato (2014) observa que, com a teoria das relações humanas, criada em 1930, 
nos Estados Unidos, a administração sofreu uma verdadeira revolução. Antes, a ênfase 
estava voltada à tarefa (Taylor e Ford) e à estrutura organizacional (Fayol), ou seja, 
para os aspectos técnicos e formais. A partir da abordagem humanista, o foco passou 
a ser as pessoas e o seu grupo social, isto é, os aspectos psicológicos e sociológicos.
Figura 1 – Humanismo
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
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Nos primeiros anos da emergência da teoria das relações humanas, dois assuntos 
básicos ocuparam duas etapas de seu desenvolvimento: a análise do trabalho e a 
adaptação do trabalhador ao trabalho.
A análise do trabalho diz respeito à eficiência produtiva, por meio da verificação das 
características humanas que cada tarefa exige. Como decorrência desse interesse, 
a seleção dos empregados passa a ser científica, com a utilização de testes para 
identificar as características desejadas.
A adaptação do trabalhador ao ambiente de trabalho, por sua vez, diz respeito à 
crescente atenção voltada aos aspectos individuais e sociais do trabalho, sendo os 
temas predominantes os apresentados a seguir.
• O estudo da personalidade do trabalhador e do chefe.
• A motivação e os incentivos do trabalho.
• A liderança.
• As comunicações.
• As relações interpessoais e sociais dentro da organização.
Liderança
Essa palavra pode ser aplicada tanto nas situações em que o líder não tem 
nenhuma autoridade formal sobre os liderados quanto no caso dos chefes, 
que ocupam posições com autoridade formal. A liderança representa o papel 
que algumas pessoas desenvolvem por determinado espaço de tempo. 
(MAXIMIANO, 2015).
Figura 2 – Liderança
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
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De acordo com Chiavenato (2014), alguns pensadores devem ser mencionados, 
por conta do importante papel que exerceram na transição entre o classicismo e o 
humanismo na administração. Vamos conhecê-los?
Amet Hugo Müns-
terberg (1863-1916) 
Introduziu a psicologia nas organizações e o uso de testes de 
seleção de pessoal.
Ordway Tead 
(1860-1933) Tratou da liderança democrática na organização.
Mary Parker Follett 
(1868-1933) 
Rejeitou qualquer fórmula única e padronizada e introduziu a lei da 
situação: é a situação concreta que deve determinar o que é certo 
e o que é errado. Toda decisão depende de conhecer o contexto 
em que está inserida.
Chester Barnard 
(1886-1961)
Trouxe a teoria da cooperação nas organizações. As limitações 
pessoais podem ser resolvidas por meio do trabalho em conjunto.
Quadro 1 – Transição classicismo para humanismo
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014).
De acordo com Chiavenato (2014), a abordagem humanística teve origem nos fatos 
apresentados a seguir.
• Necessidade de humanizar e democratizar: a abordagem humanística confi-
gurou-se como um movimento direcionado a democratizar conceitos admi-
nistrativos, estando voltada, sobretudo, aos novos padrões de vida dos ame-
ricanos.
• Desenvolvimento das ciências humanas: a proposta, na época, era provar que
os princípios da teoria clássica eram inadequados. Houve grande en- foque no
desenvolvimento da Psicologia (sua influência intelectual e suas aplicações
em empresas do ramo industrial).
• Ideias da Filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia dinâmica de
Kurt Lewin: as ideias desses pensadores foram muitos importantes para a
fundamentação da abordagem humanística na administração. Dewey e Le- 
win foram fundamentais para a concepção da teoria das relações humanas.
• Conclusões da experiência de Hawthorne: datadas do períodoentre 1927 e
1932, tais conclusões se destacaram sobre os principais argumentos da teo-
ria clássica
A Abordagem 
Estruturalista 
da 
Administração
UNIDADE 4
Erica Sarraf Fernandes Biondo
A Abordagem Estruturalista 
da Administração
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Introdução
Neste conteúdo, serão apresentados os fatores que contribuíram para o surgimento 
da Teoria Estruturalista e a sua importância para a Administração. Nesse sentido, 
notaremos que essa corrente teórica representou certo avanço em relação à Teoria 
Burocrática de Max Weber, bem como teve uma aproximação com a Teoria das 
Relações Humanas de Elton Mayo, ocasionando uma visão relativamente crítica da 
organização formal.
No desenvolvimento dessas teorias, a abordagem estruturalista surgiu como um 
experimento para conceber a organização como um todo social complexo. Tendo 
isso em vista, você terá, neste conteúdo, a oportunidade de conhecer os principais 
conceitos relacionados a essa abordagem, de maneira a identificar suas importantes 
contribuições para a ciência da Administração.
Objetivos da Aprendizagem
• Conhecer os principais conceitos e representantes da abordagem estrutu- 
ralista, assim como demonstrar suas características e contribuições para a
ciência da administração.
• Analisar a importância e as origens da Teoria Estruturalista no contexto atual
da administração das organizações.
• Entender a atual sociedade de organizações; as tipologias organizacionais
para estudos comparativos das organizações; e os conflitos e sua influência
na administração das atuais organizações.
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4.1 Teoria Estruturalista
Chiavenato (2014) afirma que, no fim da década de 1950, a Teoria das Relações 
Humanas entrou em declínio. A oposição entre a teoria clássica e a Teoria das 
Relações Humanas criou um impasse dentro da Administração que nem mesmo a 
Teoria da Burocracia teve condições de superar.
Desse modo, a Teoria Estruturalista significou um desdobramento da Teoria 
da Burocracia, aproximando-se levemente da Teoria das Relações Humanas e 
representando uma visão crítica da organização formal. Chiavenato (2014) apresenta 
a Teoria Estruturalista como uma corrente baseada na sociologia organizacional, que 
procura consolidar e expandir os horizontes da administração.
Ainda de acordo com Chiavenato (2014, p. 286), a origem da Teoria Estruturalista na 
administração teve como pressupostos:
1. A oposição que surgiu entre a teoria clássica e a Teoria
das Relações Humanas
Elas são incompatíveis entre si. Então, tornou-se necessária uma posição mais 
ampla, compreensiva e que integrasse os aspectos que eram considerados 
por uma e omitidos por outra e vice-versa. A Teoria Estruturalista pretendeu 
ser uma síntese da teoria clássica (formal) e da Teoria das Relações Humanas 
(informal), inspirando-se na abordagem de Max Weber e, até certo ponto, nos 
trabalhos de Karl Marx.
2. A necessidade de visualizar a organização como uma uni-
dade social grande e complexa
Nessa unidade social grande e complexa, interagem grupos sociais que 
compartilham alguns dos objetivos da organização (como a viabilidade 
econômica), mas que podem incompatibilizar com outros (como a maneira de 
distribuir os lucros). Assim, o diálogo maior da teoria estruturalista foi com a 
teoria das relações humanas.
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3. A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua
repercussão no estudo das organizações
O estruturalismo sofreu forte influência da Filosofia, da Psicologia (Gestalt), 
da Antropologia (Claude Lévi-Strauss), da Matemática (Nicolas Bourbaki) e da 
Linguística, chegando até a teoria das organizações (Thompson, Etzioni e Blau).
4. Novo conceito de estrutura
O conceito de estrutura é bastante antigo. Heráclito, nos primórdios da história 
da Filosofia, concebia o “logos” como uma unidade estrutural que domina o fluxo 
ininterrupto do devir, tornando-o inteligível. A estrutura é o conjunto formal de dois 
ou mais elementos, permanecendo inalterada mesmo nas mudanças. A mesma 
estrutura pode ser apontada em diferentes áreas, bem como sua compreensão.
Para iniciar os nossos estudos e reflexões sobre o tema, observe a afirmação de 
Chiavenato (2014, p. 256):
Embora tivesse escrito sobre a burocracia décadas antes, foi somente 
com a tradução do alemão para o inglês, em 1947, que Max Weber – 
considerado o fundador do movimento que se iniciou na sociologia 
– passou a ser conhecimento e discutido nos meios acadêmicos e
empresariais. A abordagem estruturalista é um movimento que provocou
o surgimento da sociologia das organizações e que iria criticar e reorientar
os caminhos da teoria administrativa.
Para Taylor e Fayol, o homem era um ser econômico. Já para Elton Mayo, o homem seria 
um ser social. No entanto, para a Teoria Estruturalista, segundo Chiavenato (2014), o foco 
está voltado ao homem organizacional, ou seja, aquele que cumpre diferentes papéis, 
em inúmeras organizações. De acordo com Chiavenato (2014), para ser bem sucedido, 
esse homem organizacional precisa ter as características apresentadas a seguir.
• Flexibilidade: enfrentar as mudanças bruscas e a diversidade de papéis/fun-
ções, bem como novos relacionamentos.
• Tolerância emocional: é preciso por causa do desgaste do enfrentamento dos
conflitos gerados por necessidades individuais e organizacionais.
• Capacidade de adiar as recompensas: compensar o trabalho rotineiro em de-
trimento de preferências e vocações pessoais.
• Permanente desejo de realização: garantir a conformidade das normas que con-
trolam e asseguram o acesso às posições de carreira dentro da organização.
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Sociedade de organizações
• Etapa da natureza
• Etapa do trabalho
• Etapa do capital
• Etapa da organização
Análise das organizações
(abordagem múltipla)
• Organização formal x informal
• Recompensas materiais x sociais
• Enfoque racional x natural
• Níveis de organização
• Diversidade de organizações
• Análise interorganizacional
Conflitos organizacionais
• Conhecimento x hierarquia
• Coordenação x comunicação livre
• Disciplina burocrática x especialização
• Planejamento centralizado x iniciativa
• Linha x assessoria (staff)
Objetivos organizacionais
• Visão da situação futura
• Fonte de legitimidade
• Padrões de desempenho
• Unidades de medidas
Apreciação crítica da teoria estruturalista
• Convergência de abordagens divergentes
• Ampliação da abordagem
• Dupla tendência teórica
• Análise organizacional mais ampla
• Inadequação das tipologias organizacionais
• Teoria da crise, transição e mudança
Tipologias de organizações
• Coercitivas
• Utilitárias
• Normativas
• Benefícios mútuos
• Interesses comerciais
• Serviços
• Estado
Figura 1– Mapa mental da teoria estruturalista
Fonte: Chiavenato (2014).
Lacombe e Heilborn (2015) afirmam que a Teoria Estruturalista surgiu a partir de 
críticas relacionadas à rigidez e à impessoalidade da Teoria da Burocracia, que tendia 
a transformar as organizações em sistemas fechados.
A seguir, você terá a oportunidade de estudar algumas abordagens da Teoria 
Estruturalista.
4.2 Organizações Contemporâneas
Para os estruturalistas, a sociedade moderna e industrializada é uma sociedade de 
organizações, das quais o homem passa a depender para nascer, viver e morrer. De 
acordo com Chiavenato (2014, p. 288),
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