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MATÉRIAS PRIMAS OLEAGINOSAS Gergelim 50-55%: - sucedâneo do azeite de oliva -estável ao O2 (sesamol), sabor de amêndoas, adocicado Oliva 25-30%: - extraído tanto da polpa (azeite) como da semente (óleo) das frutas da oliveira - principal componente: ácido oléico Amendoim 40-50%: - aplicações: culinária, margarina, gorduras hidrogenadas, sabonetes, cosméticos Soja 18-24%: - surgiu como subproduto do processamento de farelo de soja - líder mundial no mercado de óleos - aplicações: culinária, margarinas, maionese, etc Milho 3,1 a 5,7% de óleo (gérme): - boa estabilidade oxidativa - contém antioxidantes naturais, como tocoferóis farelo de arroz 15 a 20% de lipídeos: - o farelo é um subproduto do beneficiamento do arroz - alta estabilidade oxidativa devido ao alto teor de tocoferóis - óleo de arroz bruto: alto teor de ácidos graxos livres PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS – Lipídeos Compostos orgânicos: C,H,O e podem possuir P, N e S; • Ocorrência: células animais (carne, leite) ou vegetais (soja, milho...); • Geralmente insolúveis em água (exceção alguns ácidos graxos de baixo PM); • Solúveis em solventes orgânicos: éter etílico, éter de petróleo, acetona, clorofórmio, benzeno e álcoois. A maioria (90%) é encontrada na forma de triglicerídeos (triacilgliceróis) a) Lipídios Simples - ácidos graxos e álcoois: • Óleos e Gorduras - ésteres de ácidos graxos e glicerol -> triglicerídos • Ceras - ésteres de ácidos graxos e monohidroxiálcoois de alto peso molecular. b) Lipídios Compostos - ácidos graxos + álcoois + outros grupos: • Fosfolipídios - ácido fosfórico e um composto nitrogenado: lecitinas (gema do ovo, fígado e óleos vegetais). • Ceras - carboidratos e uma base nitrogenada. • Sulfolipídios - enxofre • Glicolipídios - monossacarídeos e uma base nitrogenada. c) Lipídios Derivados – resultado da hidrólise dos lipídios simples e compostos, podem ser: • Ácidos graxos; • Álcoois: glicerol e álcoois de alto peso molecular • Hidrocarbonetos • Vitaminas lipossolúveis • Pigmentos • Compostos nitrogenados (Colina, Serina, etc) ÁCIDOS GRAXOS (AG) • Classificação: - tamanho da cadeia carbônica AG de cadeia longa: 14 a 24 carbonos AG de cadeia média: 6 a 12 carbonos AG de cadeia curta: 2 a 4 carbonos - grau de saturação: saturados e insaturados A dupla ligação cis provoca curvatura da cadeia - não podem se agrupar de forma tão compacta como os ácidos graxos saturados; Devido ao baixo grau de empacotamento as interações dos ácidos graxos insaturados podem ser facilmente rompidas portanto, gastam menos energia e seu ponto de ebulição (PE) é menor. Ponto de Fusão: Aumenta com aumento da cadeia Diminui com o aumento de instaurações AG saturados -> GORDURAS • Ácido palmítico (16C): - em óleos de sementes de algodão e de dendê (40% dos ácidos totais); - 27% dos ácidos totais da gordura do leite; • Ácido esteárico (18C): Encontrado na maioria das gorduras de sementes e polpas de frutas; em óleos de animais marinhos e na gordura do leite. AG insaturados (poli-insaturados e monoinsaturados) -> ÓLEOS Cis: dupla ligação – hidrogênios do msm lado Trans: dupla ligação – hidrogênios de lados opostos • Predominam sobre os AG saturados: plantas superiores e em animais que vivem a baixas temperaturas. AG insaturados ω9: dupla ligação entre os carbonos 9 e 10 Ácido Oléico (monoinsaturado ω-9): Encontrado praticamente na gordura de todos os vegetais e animais. AG insaturados ω-6: • “ácido graxo essencial” • Ácido araquidônico (C20:4): fontes animais • Ácido linoleico (C18:2) (ácido 9,12- octadecadienóico): plantas; PF= 9,0oC AG insaturados ω-3: • Ácido linolênico (18:3) (ácido 9,12,15- octadecatrienóico) • Ocorre frequentemente em óleos extraídos de sementes (soja e canola), quase sempre em pequenas quantidades • Peixes e crustáceos • Óleos - contém maior quantidade de ácidos graxos insaturados. Fundem-se a temperaturas mais baixas • Gorduras - contém maior quantidade de ácidos graxos saturados • A temperatura ambiente (20C), as gorduras são sólidas e os óleos são líquidos. Reações Químicas 1 - Esterificação; é um processo químico no qual um éster é formado a partir de um ácido carboxílico e um álcool. Os óleos e gorduras são ésteres naturais de ácidos graxos e glicerol, e podem ser submetidos à reação de esterificação para produzir outros ésteres. pode ser catalisada por ácidos, como o ácido sulfúrico ou ácido clorídrico, que promovem a transferência de um grupo hidroxila (-OH) do ácido carboxílico para o álcool, formando água como subproduto. A reação é reversível e ocorre em equilíbrio, de modo que a quantidade de éster produzida depende das concentrações dos reagentes e das condições de reação. importante na produção de biodiesel, onde o éster metílico ou etílico de ácidos graxos é formado a partir de óleos vegetais ou gorduras animais e um álcool na presença de um catalisador. 2 – Halogenação; • reação química que envolve a adição de átomos de halogênio (iodo, cloro e bromo) às ligações duplas dos ácidos graxos presentes nos óleos e gorduras, formando compostos halogenados • pode ser útil na produção de alimentos processados que necessitam de maior estabilidade oxidativa, mas também pode levar à formação de compostos tóxicos, que precisam ser controlados. • O iodo reage com os pontos de insaturação indicando o grau de insaturação dos ácidos graxos de uma gordura ou óleo. • O índice de iodo é um número de gramas de iodo que reage com 100g de gordura 3 – Hidrogenação; (conversão de óleo em gorduras) processo químico no qual átomos de hidrogênio são adicionados às ligações duplas dos ácidos graxos insaturados presentes nos óleos e gorduras, convertendo-os em ácidos graxos saturados. duas formas: hidrogenação parcial, apenas algumas das ligações duplas são saturadas, enquanto na hidrogenação total, todas as ligações duplas são saturadas. Importância na indústria de alimentos: permite a produção de gorduras sólidas a partir de óleos líquidos, como a margarina; também pode melhorar a estabilidade oxidativa e aumentar a vida útil dos produtos alimentícios. Contras: pode levar à formação de ácidos graxos trans, que são considerados prejudiciais à saúde, pois estão associados a doenças cardiovasculares. Por essa razão, a hidrogenação parcial é geralmente preferida em relação à hidrogenação total, pois resulta em menor formação de ácidos graxos trans -> Busca por alternativas Em presença de catalisadores como níquel, platina ou paládio Trans: aumenta o LDL, relacionado com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. 4 - Saponificação; ocorre quando uma substância alcalina, como hidróxido de sódio (NaOH) ou hidróxido de potássio (KOH), é adicionada aos óleos e gorduras, resultando na quebra das moléculas de gordura em glicerol e formação de sais de sódio ou potássio de ácidos graxos, conhecidos como sabões (têm propriedades de limpeza devido à sua capacidade de dissolver gorduras e sujeiras). 5 – Oxidação lipídica. Os centros de insaturação dos ácidos graxos são facilmente oxidados por vários agentes oxidantes com formação de compostos Ocorre quando os lipídios sob a ação de um catalisador reagem com o oxigênio, gerando uma reação em cadeia e formando compostos como alcoóis, aldeídos, cetonas e peróxidos que irão conferir gostos e odores desagradáveis aos alimentos. Como: A oxidação se dá por meio da perda de elétron durante a transferência destes de uma substância a outra, um de cada vez ou em pares. A transferência de elétrons pode ser: Em um estágio – ambos os elétrons são transferidos; Em dois estágios – pela transferênciade um elétron por vez – formação intermediária de radical livre. A reação em cadeia de radicais livres pode ser dividida em três etapas, que ocorrem simultaneamente: 1a Fase: INICIAÇÃO Nesta fase começa a absorção de O2 por parte dos ácidos graxos insaturados, que para ocorrer precisa da presença de radicais livres. Iniciação primária (ou indução): o ácido graxo insaturado (RH) cede um próton ao carbono metilênico e converte-se em radical livre (R●). existe baixo consumo de O2, formam-se os primeiros radicais livres, com pouco cheiro ou gosto de ranço: Onde: RH = ácido graxo insaturado ou lipídeo com ácido graxo insaturado. R● = radical alquil (radical livre). Iniciação secundária: o radical livre (R●) formado na iniciação primária, pode por sua vez, reagir com o O2 formando o radical peróxi. ROO● = radical peróxi (radical livre). A reação de iniciação 1ª ou indução tem elevada energia de ativação, ou seja, precisa de muita energia para iniciar espontaneamente. Para que aconteça são necessárias altas temperaturas e presença de luz ou outros catalisadores; 2 a Fase: PROPAGAÇÃO os radicais alquil (radicais livres) formados na iniciação continuam se combinando com o O2, formando mais radicais peróxi; Os radicais peróxi podem subtrair hidrogênio de outro ácido graxo insaturado (RH), produzindo peróxido (ROOH) e um novo radical livre (R●) ocorrer centenas de vezes por ser uma reação em cadeia; há um aumento do consumo de O2 e ocorre grande formação de peróxidos. Deve-se levar em conta que as reações na fase da propagação são muito rápidas, porque os radicais livres formados são muito reativos e existe, portanto, um elevado consumo de O2. Os peróxidos resultantes da propagação são altamente instáveis e sofrem decomposição formando produtos como aldeídos, cetonas, alcoóis, hidrocarbonetos e ácidos. Esses produtos da decomposição do peróxido ocasionam o cheiro e o sabor desagradável e indesejável, o ranço. Portanto, os produtos resultantes da decomposição do peróxido são os responsáveis pela deterioração das gorduras (lipídeos), alterando odor, sabor, cor, viscosidade e composição das mesmas. 3 a Fase: TERMINAÇÃO Esta fase pode ocorrer simultaneamente às fases de iniciação e propagação; os radicais livres reagem entre si, formando novos compostos não reativos. Nesta fase o consumo de O2 tende a diminuir, e a partir do momento que não existam mais radicais livres para reagir com o O2 cessa-se a reação. Altera a qualidade do alimento: sensorial (aroma, sabor, textura); valor nutricional; coloração; promove toxidez. Fatores que aceleram a oxidação: tratamento térmico: reações de oxidação induzidas termicamente podem ocorrer tanto em ácidos graxos saturados como insaturados, em temperaturas utilizadas em processos de frituras. AG saturados: são estáveis em temperaturas utilizadas em operações de enlatamento. AG insaturados: ocorrem reações de deterioração na presença de oxigênio e calor, com formação de grande número de substâncias voláteis com sabor e odor desejáveis e indesejáveis.. temperatura de armazenamento: Quanto maior a temperatura, maior será a velocidade com que a reação se desenvolve. a cada aumento de 10oC, a reação do oxigênio com a gordura insaturada duplica. -Minimizar: armazenamento sob refrigeração e congelamento. Quantidade de O2 presente: A rancificação oxidativa não ocorre na ausência de O2. Secagem: Remoção da água do alimento acarreta a formação de microcapilares (facilita o acesso do O2 atmosférico); As moléculas do alimento são aproximadas, aumentando a probabilidade de interação entre elas; A sensibilidade química dos componentes do alimento aumenta, devido à remoção da água de hidratação protetora dos sítios reativos das moléculas, nos alimentos. Composição da gordura: O grau de insaturação: os ácidos linoleico (duas insaturações) e linolênico (três) oxidam-se 64 e 100 vezes mais rápido que o ácido oleico (uma), respectivamente. Quanto mais insaturações, mais rápido oxida Exposição à luz: A luz acelera as reações de oxidação, por isso deve-se evitar sua incidência direta nos alimentos suscetíveis a oxidação -> embalagens Metais (ferro e cobre): íons metálicos são eficientes promotores das reação de formação de radicais livres, em razão da transferência de elétron que ocorre durante a alteração do seu estado de oxidação, e também na decomposição de peróxidos A reação envolvendo hemoglobina e o oxigênio produz oxigênio singlete, responsável pela oxidação. O estado de oxidação do metal é fundamental no desenvolvimento da reação. Atividade de água (aw) dos alimentos: a presença de água livre aumenta a atividade catalítica dos metais, portanto o risco de oxidação aumenta à medida que aw aumenta. Adição de antioxidantes - Prevenção: Na indústria de alimentos, além do controle dos procedimentos físicos (T, luz, O2 ) pode-se também acrescentar aos alimentos agentes antioxidantes, que bloqueiam as reações de oxidação, retardando a formação de compostos desagradáveis. Antioxidantes naturais: Vitamina A e carotenoides: Cenoura, abóbora, brócolos, batata doce, tomate, couve, melão, pêssegos e damascos Vitamina C: frutas cítricas como laranja e limão, etc, pimentão verde, brócolos, vegetais de folhas verdes, morangos e tomates Vitamina E: Nozes e sementes, grãos integrais, vegetais verdes folhosos, óleos vegetais e óleo de fígado Selênio: Peixes e crustáceos, carne vermelha, cereais, ovos, frango e alho Antioxidantes sintéticos: • BHA – Hidroxi Butil Anisol • BHT - Hidroxi Butil Tolueno • Propil Galato • TBHQ – Tere Butil Hidroquinona
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