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Leguminosas e Ovo FLAVIA NOUJEIMI 2 Leguminosas São definidas como grãos contidas em vagens Feijão Soja Ervilha Lentilha Grão de bico Guandu Amendoins 3 Valor Nutricional São compostas por 50% de carboidratos e 23% de proteínas. A soja é uma exceção com 38% de proteínas. LEGUMINOSAS METIONINA 4 5 As leguminosas são ricas em Ferro não heme (7 -12mg), Vitaminas do complexo B (principalmente tiamina), e Fibras alimentares. 6 Valor Nutricional O consumo de grande quantidade de fibras alimentares pode causar desconforto abdominal, diarreia e flatulência devido a fermentação de fibras alimentares pelas bactérias intestinais. Além disso, parte das fibras das leguminosas é composta por oligossacarídeos do tipo rafinose e estaquiose, que são indigeríveis e produzem grande quantidade de flatos. 7 Valor Nutricional Na maioria das leguminosas, o peso dos grãos, após o remolho, aumenta aproximadamente 100% em relação ao peso inicial. O remolho provoca a amaciamento do grão, que economiza tempo e combustível na cocção. Reidratação pode ocorrer de duas maneiras: 1 – água em temperatura ambiente por 10 a 14h; 2- remolho de dois minutos a temperatura de 100°C e permanecia por 1 h (evita perdas por dissolução) 8 Reidratação de leguminosas secas Se houver o descarte da água de remolho, nas duas técnicas, haverá a diminuição da produção de gases (rafinose e estaquiose), assim como fatores antinutricionais. Alguns minerais, vitaminas e antocianinas são perdidos na água de remolho, mas a qualidade proteica não se altera. 9 Reidratação de leguminosas secas Em dias quentes, o remolho prolongado pode estimular a fermentação dos carboidratos por microorganismos, comprometendo a qualidade da água. Durante a cocção pode ocorrer ruptura da casca com extravasamento do amido, que gelatiniza-se, tornando o caldo mais espesso - feijoada 10 Cocção de leguminosas ➢ Objetivo: inativar fatores antinutricionais, absorção de água para a maciez do grão, desenvolvimento de saber e aumento de digestibilidade. ➢ A maioria é submetida ao calor úmido. ➢ O amendoim pode ser submetido ao calor seco, devido ao seu alto teor de lipídeos e baixo em carboidratos. ➢ Ervilhas secas e lentilhas não necessitam de cocção sob pressão, pois apresentam película fina. 11 Cocção de leguminosas ➢ Em panela comum → 4 medidas de água ➢ Em pressão → 3 medidas de água ➢ Mais caldo → 5 medias de água, porém os nutrientes ficam diluídos A espuma que se forma na camada superficial quando se inicia a fervura diminui quando se acrescenta sal e gordura. Outros Índices utilizados na técnica dietética Índice de reidratação(IR): Absorção de água após o remolho do grão Índice de absorção (IA): peso do grão cozido após a cocção Índice de absorção X Fator de cocção ou Fator térmico Índice de absorção não considera a água de cocção, diferente do FT que considera o peso do produto final IR → peso do feijão escorrido após remolho/peso líquido IA →peso do feijão cozido sem o caldo/peso líquido FT → peso do feijão cozido com o caldo/peso líquido 13 ✓O Fator térmico é um índice utilizado para preparações com vários ingredientes, como risoto e estrogonofe; ✓Para alguns alimentos o IA é igual ao FT, como é o caso do arroz, pois não há caldo restante ao final do preparo; ✓No caso do feijão o IA é diferente do FT, pois o IA é referente a água que foi absorvida pelo grão durante a cocção e o FT é referente a toda preparação (feijão cozido com o caldo). 14 Compostos fenólicos = Flavonóides Maiores concentrações são encontradas nas leguminosas em especial na SOJA Estrutura semelhante ao estrogênio conferindo uma ação pseudo-hormonal, incluindo a ação de ligar-se a receptores de estrogênio = Fitoestrógeno. Soja possui 3 moléculas principais: Genistina Dadzina Glicitina (1:1:0,2) Manach, C., Scalbert, A., Morand, C., Rémésy, C. & Jiménez, L. (2004) Polyphenols: food sources and bioavailability. American Journal of Clinical Nutrition, 79, 727-747. 15 Presentes nos alimentos: Ligados a açúcares e beta-glicosídeos ! Não é absorvida pelo organismo humano! Formas Glicosídicas Formas Agliconas Fermentação pela Microbiota intestinal(Enzimas hidrolíticas) e Processamento Industrial Capazes de atravessar a barreira epitelial do intestino Genisteína Dadzeína Gliciteína Genistina Dadzina Glicitina Fermentação e Processamento Térmico Manach, C., Scalbert, A., Morand, C., Rémésy, C. & Jiménez, L. (2004) Polyphenols: food sources and bioavailability. American Journal of Clinical Nutrition, 79, 727-747. 16 Leite de soja Tofú Missô Molho shoyo Farinha de soja Fitoestrogênios: posicionamento do Departamento de Endocrinologia Feminina da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) (https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302002000600013) RESUMO Para avaliar a utilidade dos fitoestrogênios (FE) na terapia de reposição hormonal da menopausa (TRHM), o Departamento de Endocrinologia Feminina da SBEM reuniu um grupo de especialistas para fazer uma revisão bibliográfica e selecionar trabalhos nos quais a metodologia adotada demonstrasse rigor científico. Os FE têm ações estrogênicas e antiestrogênicas, predominantemente sobre os receptores de estrogênios (E) b, com potência estrogênica muito inferior à do estradiol. O conteúdo de FE nas suas fontes vegetais é variável, dependendo da forma de cultivo, safra, armazenamento e industrialização. Também a conversão dos precursores em fitormônios ativos no organismo humano tem grande variabilidade individual. A maior parte das pesquisas com FE é realizada in vitro ou com animais de laboratório, nem sempre podendo ser extrapoladas para humanos. Com relação à síndrome do climatério, alguns estudos sugerem discreta melhora dos fogachos, sem modificação do ressecamento vaginal ou das alterações do humor. No metabolismo lipídico, alimentação rica em soja, mas não isoflavonas isoladamente, promove redução do colesterol total, do LDL-col e dos triglicerídeos, mas não elevam o HDL-col, como os E, e podem causar aumento da lipoproteína (a), que os E contribuem para diminuir. Embora alguns estudos de curta duração sugiram aumento da densidade mineral óssea com uso de isoflavonas, não há demonstração de redução de fraturas. Conclui-se que não há evidências convincentes que justifiquem o uso de FE ou alimentação rica em soja como alternativa para a TRHM. (Arq Bras Endocrinol Metab 2002;46/6:679-695) Descritores: Fitormônios; Fitoestrogênios; Menopausa; Terapia de reposição hormonal da menopausa 18 Ovos Definição É o óvulo fecundado ou não da galinha, sendo os demais acompanhados da indicação da espécie que procedem. O ovo é classificado em grupos, classes e tipos, segundo a coloração da casca, a qualidade e o peso, de acordo com as especificações estabelecidas na legislação vigente (Brasil, 1965). Os ovos são um dos ingredientes mais úteis e valiosos na cozinha –muitas receitas não seriam possíveis sem suas qualidades de aerar, engrossar e emulsificar (Le Cordon Blue, 1996). O ovo de galinha é o mais utilizado na alimentação: 50g Ovos 35g clara 4g proteínas e B2 15g gema 6g gordura 2g proteínas e A, D, E, K e B Alimento Lipídeos (%) Proteínas (%) Calorias (100g) Ovo de codorna 9,5 12,5 135 Ovo de galinha 10,5 12,9 146 Ovo de pata 11,8 12,2 155 Ovos Casca – composta de carbonato de cálcio Clara – composta por uma mistura de proteínas e água (10% ptn, 90% água). Gema – composta por fosfo e lipoproteínas e fosfolipídios (34% gordura, 16% ptn, 50% água). Contém carotenoides. • Estrutura: casca porosa, permitindo a evaporação da água, a penetração de substâncias que modificam o cheiro e o gosto e a penetração de bactérias da parte externa. Após a postura o ovo apresenta mucopolissacarídeos na forma de uma película protetora que recobre a casca, impedindo a perda excessivade umidade e protegendo seu conteúdo da contaminação. Modificações depois da postura A medida em que o ovo envelhece, parte do CO2 sai pela porosidade da casca, dando entrada ao ar externo, alcalinizando o ovo – a clara vai perdendo seu espessamento, a gema desloca-se para um lado e finalmente rompe-se a membrana vitelínia que a separa da clara, misturando-se ambas; Modificações depois da postura O pH interno, alcalino, favorece os germes de putrefação, que produzem gases, fazendo grande pressão – o ovo podre se arrebenta; Por terem camada de ar aumentada, o ovo velho flutua em água OU quando colocados contra luz, observa-se o deslocamento da gema. O ovo lavado fica mais exposto a deterioração; mas ovos sujos facilitam o desenvolvimento de germes a contaminação interna através da porosidade; Em refrigerador – 0 a 4°C, com umidade de 74 a 85%, ovos frescos podem ser mantidos de 1 a 10 meses. Modificações depois da postura Ovos somente devem ser lavados imediatamente antes da utilização para não perderem a proteção natural ao redor da casca. Propriedades das proteínas da clara Ovoalbumina – representa 50% das ptns totais. Desnatura-se por agitação e coagula-se por aquecimento Conoalbumina – coagula-se pelo calor Ovomucoide – desnatura-se pelo calor em soluções alcalinas Ovomucina – resistente ao calor, é responsável pelo espessamento da clara. Apresenta viscosidade em meio alcalino Ovoglobulina – responsável pela estabilização da espuma Avidina – liga-se a biotina impedindo sua ação Lisozima – protege contra a invasão bacteriana Propriedades do ovo É utilizado para revestimento de certas preparações, como bife à milanesa, croquetes, etc, devido à propriedade de se coagular – mantem o formato do alimento que se deseja. Usado em preparações com leite e farinha, servindo de elemento de união. A viscosidade da albumina permite a retenção de ar – clara batida (em neve) – esponjosidade e leveza para a preparação. O açúcar retarda a formação esponjosa da clara, o que requer mais tempo de batida. Investigações afirmam que a temperatura ambiente é mais favorável para a formação de esponjosidade do que a temperatura de refrigerador. A gema contém pigmentos (xantofilas, caroteno e criptoxantina), cuja concentração depende da qualidade do ovo e em especial da alimentação da galinha; Preparações que levam geme tendem a ser mais amarelados; Maionese – a gema devido ao seu conteúdo proteico, aumenta a tensão superficial da gordura, permitindo a incorporação de um conglomerado de gorduras – ocorre pela intensidade da batida – liquidificador. Propriedades do ovo A membrana vitelina do ovo é considerada de sabor acentuado e desagradável por conter grande concentração de enxofre e, por isso, se recomenda sua retirada. Preparação de ovos Água em temperatura de ebulição: 3 minutos -1/3 da clara 4 minutos – 2/3 da clara 5 minutos – toda a clara 6 minutos – 1/3 da gema 7 minutos – 2/3 da gema 8 minutos – toda a gema 10 minutos – fogo brando, pois a proteína se coagula a 60°C, obtêm-se um ovo cozido duro Para se evitar uma camada escura de sulfereto de ferro entre a clara e a gema – esfriá-lo rapidamente depois de cozido No resfriamento lento – o enxofre volátil da clara reage com o ferro da gema Não se deve cozinhar o ovo gelado – a diferença de pressão é súbita provocando a rachadura Preparações a base de ovos Ovos cozidos → com casca em água fervente. Cocção à poché ou escalfado → ovo colocado em água quente, abaixo da fervura. Ovos mexidos →mínimo de gordura aquecida, podendo ser adicionada de outros ingredientes. Ovos fritos → ovos imersos em gordura. Ovos ao forno → ao forno com pequena quantidade de gordura. Podem ser suspiros (por batimento da clara e açúcar com temperatura baixa do forjo 93C) Obrigada!!! flavia.noujeimi@estacio.br
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