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Doenças parasitárias- Carrapatos e hemoparasitoses em cães

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Quais danos os carrapatos podem gerar aos cães? 
↳ Alergias (cão com dermatite atópica tem mais predisposição em desencadear respostas 
imunológicas que vão comprometer a saúde do animal) 
↳ Feridas- portas de entrada para agentes infecciosos 
↳ Espoliação sanguínea (perda de sangue) 
↳ Vetores de patógenos 
 ↪ Protozoários 
 ↪ Bactérias 
 ↪ Helmintos (Dipetalonema reconditum) 
↳ Cães podem atuar como transportadores de carrapatos para dentro dos lares 
 ↪ Zoonoses 
 
 Carrapato 
dos 
Cães 
 
 
Etiologia: protozoários 
↪ Babesiose- Babesia vogeli 
 ↪ Hepatozoonose- Hepatozoon canis 
 ↪ Rangeliose- Rangelia vitalli 
 ↪ Leishmaniose- Leishmania spp. 
Etiologia: bactérias 
 ↪ Anaplasmose- Anaplasma platys 
 ↪ Erliquiose- Ehrlichia canis 
 ↪ Febre Maculosa Brasileira- Ricketssia rickettsii 
Principais carrapatos que parasitam cães no Brasil 
Existem 2 cenários distintos, dependendo do ambiente onde os cães vivem 
↪ Urbano 
↪ Rural ou periurbana em contato com áreas de mata (onde exista a presença de 
carnívoros silvestres ou outros mamíferos) 
 Carrapatos de áreas de “mata”: nativos do gênero Amblyomma (pouco específico) 
↪ Amblyomma aureolatum- vetor da rangeliose e hepatozoonose canina 
 
↪ Amblyomma ovale- vetor da hepatozoonose canina 
 
↪ Amblyomma tigrinum- vetor de Rickettsia parkeri no Uruguai para HUMANOS 
↪ Amblyomma sculptum (A. cajennense)- vetor de R. rickettsii e da hepatozoonose 
canina 
 
 
 Carrapato urbano: 
 ↪ Rhipicephalus sanguineus- introduzido no Brasil vetor de várias doenças para os 
cães (Anaplasmose, Babesiose, Erliquiose, FMB, Hepatozoonose) 
 
Regiões de predileção: espaço interdigital, orelha. 
Ciclo de vida dos carrapatos 
Os carrapatos que normalmente parasitam cães no Brasil são TRIOXENOS (3 hospedeiros, 
mesmo que seja o mesmo cão 3 vezes) 
 
 
Rhipicephalus sanguineus 
Reino: Animalia Subordem: Metastigmata 
Filo: Arthropoda Família: Ixodidae 
Classe: Arachnida Gênero: Rhipicephalus 
Ordem: Parasitiformes Espécie: R. sanguineus 
 
↳ Origem: África 
↳ Distribuição cosmopolita (encontrado praticamente em qualquer lugar do mundo): 
• Migrações humanas levando cães 
↳ Só não está presente na Antártida (-40°C) 
↳ R. sanguineus nas Américas: 
- Durante a colonização Europeia a partir do século XV ou até antes já que existe relato de 
fósseis de cães em países latinos antes do século XV. 
↳ No Brasil 
 
- R. sanguineus foi introduzido possivelmente no século XVI pelos colonizadores europeus e 
seus animais domésticos. 
Hábitos 
↳ Geotropismo negativo (sobe) 
 ↳ Nídicola (faz ninhos) 
Larvas no teto da casinha prontas para se alimentar. Procura locais mais seguros pra 
ovoposição. 
Ciclo de vida 
• Ovo: 20 a 60 dias Eclosão 
• Larva: 3 a 10 dias 
• Ninfa: 5 a 10 dias Parasitando 
• Adultos: 6 a 30 dias 
• Pré-Postura: 3 a 14 dias 
• Período Postura: 16 a 18 dias (20 a 30°C) 
 
↳ 63–91 dias em condições ótimas (Goddard, 1987; Bechara et al., 1995; Louly et al., 2007). 
• Postura de 4.000 a 7.000 ovos (Dantas-Torres, 2008) 
• Postura de 2.000 a 3.000 ovos (Monteiro, 2010) 
Sobrevivência 
↳ Tempo de sobrevivência no ambiente sem se alimentar: 
– Larvas: 8 meses 
– Ninfas: 6 meses 
– Adultos 19 meses 
↳ Condição ideal de umidade é de 85% (Mas adultos suportam até 35%) 
 
Importância vetorial do R. sanguineus nas hemoparasitoses 
↳ E. canis- Erliquiose canina 
↳ A. platys- Trombocitopenia cíclica canina 
↳ H. canis- Hepatozoonose 
↳ B. canis- Babesiose 
Métodos de controle de carrapato: 
Conceitos essenciais: 
↳ Local onde o cão vive: 2 cenários distintos 
 ↪ Acessa áreas de “mata” com a presença de outros mamíferos 
 ↪ Vive só em área urbana, sem acesso a matas 
– Solto na casa ou preso em uma área restrita 
– Canis 
↳ Qual é o gênero de carrapato que está parasitando o animal? Tem que identificar pra 
pensar em uma estratégia de tratamento. 
↳ Controle no Animal e no Ambiente (não adianta fazer controle no animal se o ambiente 
continua contaminado) -> 95% está no ambiente. 
Métodos de controle de carrapatos: 
↳ Fármacos disponíveis 
Organofosforados Selamectina- Oral 
Piretróides Ivermectina 
Amitraz Imidacloprida+permetrina 
Fipronil Isoxazolinas- Oral 
Isoxazolinas- Oral 
 ↪ Sarolaner (Zoetis) 
 ↪ Fluralaner (MSD) 
↪ Afoxolaner 
Este conceito de tratamento oral para ectoparasitas começou em 2007 com o Comfortis da 
Elanco. 
 
Verificar o efeito residual! 
 
Apresentações dos produtos: 
● Talcos ● Sabonetes ●Xampus ● Imersão (Amitraz) ● Spot on (pipetas)- 1990 
● Coleiras ● Comprimidos (Oral)- 2007 
Em associação com outras bases (Certifect- Fipronil + Amitraz) 
Spot-on 
↳ Fipronil- efeito Knock down 
 ↪ Introduzido na década de 90 gerou uma revolução no tratamento e controle de 
ectoparasitas 
 ↪ Tratamento ambiental indireto Ex: Frontline (Merial), Effipro (Virbac) 
↳ Fipronil+ Metopreno+ Amitraz- Knock down e inibição do crescimento das pulgas 
 ↪ Elimina os ectoparasitas mais rápido evitando a transmissão de doenças. Ex. 
Certifect (Merial) 
↳ Selamectina: 
 ↪ Ação contra: 
● Pulgas e Piolhos (30 dias) 
● Carrapatos (30 dias), pode levar 5 dias para eliminar o carrapato. 
● Sarna (otodécica e escabiose) 
● Dirofilaria immitis (verme do coração) 
● Toxocara canis Ex: Revolution (Zoetis) 
Coleiras 
↳ Coleiras com Deltametrina: 
 ↪ Ação duradoura de até 4 meses contra: 
● Moscas e flebotomíneos- Leishmaniose 
● Carrapatos 
● Pulgas 
Desvantagens: necessita de 2 a 3 semanas para atingir eficácia máxima e não pode ser 
usada em cães com menos de 3 meses de idade. Ex: Scalibor 
↳ Coleiras com Propuxur e Flumetrina: 
 ↪ Pode ser usada em animais jovens 
 ↪ Ação duradoura de até 7 meses contra carrapatos 
Desvantagens: necessita ser retirada do animal no momento do banho e baixo espectro de 
ação Ex: Kiltix (Bayer) 
Comprimidos (oral) 
↳ Sarolaner (Zoetis) acão contra: 
• Carrapatos (35 dias) 
• Pulgas (35 dias) 
• Sarna: escabiose e demodicose Ex: Simparic 
↳ Fluralaner (MSD) 
• Carrapatos (84 dias) 
• Pulgas (3 meses) Ex: Bravecto 
↳ Afoxolaner 
• Carrapatos (30 dias) 
• Pulgas (30 dias) Ex: Nexgard 
Dicas 
• Cuidado ao introduzir NOVOS cães em canis 
• Sempre pensar no controle no animal e ambiente 
• Usar produtos indicados para a espécie correta 
• Usar produtos confiáveis 
• RESPEITAR SEMPRE O EFEITO RESIDUAL DO PRODUTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hemoparasitose 
em 
Cães e gatos 
 
 
↳ Nas últimas décadas cães e gatos tem se tornado membros das famílias (processo de 
humanização dos animais). 
↳ Os patógenos transmitidos por vetores são uma crescente ameaça global para os animais 
e humanos 
↳ Impacta na infecção e manifestação da doença: 
• Alterações ambientais 
• Mudanças climáticas 
• Desmatamento 
• Urbanização 
• Alteração no estilo de vida 
O que são as hemoparasitoses? 
↳ Agentes transmitidos por vetores com tropismo pelas células sanguíneas – causando 
morte de cães e gatos. Doenças afetam as hemácias dos animais, a maioria fica nas 
hemácias, alguns nos leucócitos. 
Infecção: entrada e estabelecimento 
do agente no organismo. 
Doença: desiquilíbrio 
↳ Hemoparasitos, causadores das hemoparasitoses podemser transmitidos por: 
• Pulgas 
• Piolhos 
• Carrapatos (principais vetores) 
• Iatrogênica (falha do humano, descuido) 
↳ Principal carrapato que parasita o cão: Rhipicephalus sanguineus (no cenário urbano) 
Também: 
Amblyomma sculptum, Amblyomma ovale, Amblyomma aureolatum (no cenário rural) 
Principais hemoparasitoses de cães e gatos no Brasil 
Babesiose - Babesia vogeli 
- Babesia gibsoni 
Cytauxzoonose - Cytauxzoon felis 
Erliquiose - Ehrlichia canis 
Hepatozoonose - Hepatozoon canis 
Micoplasmose felina - Mycoplasma haemofelis 
Rangeliose - Rangelia vitalii 
 
Babesiose 
Histórico 
↳ Em 1895- Pianna & Galli-Valerio na Itália descreveram pela primeira vez a babesiose 
canina (Cães com febre e icterícia) 
↳ Enfermidade de importância mundial para cães e gatos 
↳ Em 2005 no Brasil foi realizada a primeira detecção molecular de Babesia canis vogeli 
(Cães de MG e SP) 
Etiologia 
 
Babesia spp. Família: Babesiidae 
 
Filo: Protozoa Família: Babesiidae 
Subfilo: Apicomplexa Espécie: Babesia vogeli 
Ordem: Piroplasmorida Espécie: Babesia gibsoni genótipo Ásia 
 
↳ 1º protozoário sendo reconhecido como transmitido por artrópode 
Epidemiologia 
↳ Amplamente distribuída no país 
• Vetor R. sanguineus (hospedeiro definitivo do protozoário) 
↳ R. sanguineus x Babesia canis vogeli 
 ● Manutenção transestadial 
 ● Transmissão transovariana da Babesia (não do carrapato) 
Diferente da Ehrlichia não necessita de reservatório 
Ciclo 
↳ Heteroxeno 
● HD: Carrapato - R. sanguineus onde realiza a fase sexuada (Gametogonia e esporogonia) 
● HI: cães e gatos - parasita as hemácias (merogonia) 
● Multiplicam-se por divisão binária e após multiplicação apresentam formato piriforme 
(Piroplasmas) 
Patogenia 
↳ O grau de patogenicidade está diretamente ligado com: 
↪ A espécie e cepa envolvidas 
↪ Dose infectante 
↪ Imunidade 
↪ Raça 
↪ Idade 
↪ Co-infecções: Ehrlichia; Rangelia e Hepatazoon (causada por outra espécie) 
↳ Os danos gerados são devido: 
↪ Ação direta do parasita- Anemia hemolítica intra e extravascular 
↪ Efeitos imunomediados: 
 - Anemia imunomediada (mecanismo ainda desconhecido) 
 - Esplenomegalia e hepatomegalia 
 
↳ O Sistema Imune não elimina totalmente a infecção e os animais podem virar portadores. 
↳ Resposta imune humoral é pobre em filhotes com idade inferior a 8 meses (pode ocorrer 
transmissão transplacentária) 
↳ Anemia intravascular inicia logo que a Babesia infecta o animal 
↪ Hemoglobinemia (Estado mórbido caracterizado pela presença de hemoglobina 
livre no sangue, em consequência da destruição de glóbulos vermelhos) 
↪ Anemia regenerativa 
 
● Anemia macrocítica (existência de glóbulos vermelhos com um tamanho maior que o 
normal) 
● Homocrômica (mesma coloração) 
● Com presença de reticulocitose (aumento na contagem dos reticulócitos - hemácias 
imaturas- circulantes) 
● Icterícia (Pele amarela causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue. 
→ Pode ocorrer icterícia se o fígado não processar glóbulos vermelhos de modo eficiente, 
pois eles quebram) 
● Hemoglobinúria (quando a medula óssea não é capaz de repor os glóbulos vermelhos que 
estão sendo destruídos) 
→ Anemia começa regenerativa, a medula responde e tenta produzir novas hemácias, libera 
hemácias ainda imaturas pra ajudar na resposta do animal. Se a anemia regenerativa se 
estender pode virar anemia arregenerativa. 
Sinais clínicos 
● Febre ● Apatia ● Anorexia ● Hemoglobinúria ● Mucosas pálidas e ou amareladas 
● Esplenomegalia ● Hepatomegalia 
depois que a infecção termina, -assistida pelos 
tratamentos- pode existir um efeito 
imunomediado tardio. 
 
Hemoglobina: proteína presente no glóbulo vermelho, 
responsável pela coloração vermelha do sangue 
Cytauxzoonose 
Cytauxozoon felis 
↳ Família Theileriidae 
↳ Possui 2 fases de vida no Hospedeiro Vertebrado: fase eritrocítica e uma leucocítica ou 
tecidual (pode estar tanto nos eritrócitos quanto nos leucócitos) 
↳ Vetor nos EUA é o Dermacentor variabilis no Brasil a espécie de carrapato vetor ainda é 
desconhecida 
↳ O Lince (Lynx rufus) e outros felídeos silvestres são hospedeiros naturais. 
↳ Gato doméstico provavelmente é um hospedeiro acidental já que a doença é rápida e 
progressiva 
No Brasil 
↳ Diagnosticada e isolada pela primeira vez em 2001 de gato doméstico (Soares, 2001) 
↳ Pouco se sabe sobre a doença no país 
↳ Provavelmente a cepa do Brasil seja menos virulenta que a norte americana 
↳ Menos provável, pode ser que os gatos brasileiros possuem resistência inata já que na 
maioria das vezes se mostram assintomáticos 
↳ Primeira detecção molecular do parasito em gato doméstico no continente Sul Americano 
foi em 2013 no Brasil. 
↳ Estudos apontam uma frequência inferior a 1% em gatos domésticos infectados no Brasil 
Sinais clínicos 
● Apatia ● Desidratação e vômito ● Anorexia 
● Neutrofilia (aumento do número de neutrófilos no sangue) 
● Trombocitopenia (número reduzido de plaquetas no sangue, o que aumenta o risco de 
hemorragia) 
Micoplasma felina 
↳ Anemia infecciosa felina (antigamente designada de hemobartonelose) 
↳ Etiologia: Mycoplasma haemofelis 
↳ Vetor: Ctenocephalides felis (pulga) 
• Iatrogênica 
• Brigas 
↳ O animal é assintomático e passa a ser portador 
↳ Geralmente manifesta sinal clínico associado a outra doença (FIV, Felv) 
Hepatozoonose 
Etiologia 
• Filo: Apicomplexa; 
• Classe: Sporozoa; 
• Subclasse: Coccidia; 
• Ordem: Eucoccidiorida; 
• Família: Hepatozoidae; 
• Gênero: Hepatozoon; 
• Espécies: Hepatozoon canis (Brasil) 
• Hepatozoon americanum (não encontrado no Brasil) 
Americanum mais patogênico ou os animais norte americanos são menos resistentes. 
Ciclo de vida 
 
Patogenia 
↳ Assintomático 
↳ Sinais clínicos aparecem associados a outras doenças (co-infecção): 
● Ehrlichia canis, Babesia canis, Toxoplasma gondii, Leishmania infantum e imunossupressões 
↳ Brandos (1-5%) 
↳ Merontes e gamontes pode causar: hepatite e glomerulonefrite (MUITO RARO) 
↳ A situação no Brasil é diferente da encontrada nos EUA (Hepatozoon americanum) 
Rangeliose 
FILO: Protozoa; FAMÍLIA: Babesidae; 
SUBFILO: Apicomplexa; GÊNERO: Rangelia; 
CLASSE: Piroplasmasida; ESPÉCIE: Rangelia vitalii 
ORDEM: Piroplamorida; 
 
Epidemiologia 
↳ Infecta canídeos 
↳ O cão doméstico provavelmente é um hospedeiro acidental 
↳ Animais crônicos são fonte de infecção 
↳ A. aureolatum é o carrapato vetor (doença é comum em animais de áreas rurais e peri-
urbanas) 
↳ Principalmente animais jovens são acometidos 
 
Sinais clínicos 
Febre, apatia, anorexia Hepatomegalia (aumento do tamanho do 
fígado) 
Desidratação Linfadenomegalia (aumento dos gânglios 
linfáticos) 
Dispneia (dificuldade de respirar) Petéquias e equimose 
Esplenomegalia (aumento de tamanho do 
baço) 
Diarreia sanguinolenta 
Icterícia Palidez das mucosas 
Sangramentos 
 
Petéquias (pequenas manchas ou pontos vermelho) e equimose (extravasamento de sangue 
dos vasos sanguíneos da pele que se rompem formando uma área de cor roxa) 
Nome indígena da rangeliose: Nambyuvú (“orelha que sangra”) 
Nambyuvú das tripas: 
 
 
Foto: Raqueli França 
Erliquiose 
↳ Atualmente, a erliquiose é a doença infecciosa mais importante em cães de todo o Brasil, 
exceto no RS 
↳ Transmissão é pela picada do R. sanguineus infectado (geralmente afeta mais cães que 
habitam áreas urbanas) 
↳ Os cães são mais acometidos que os gatos que raramente podem se infectar com Ehrlichia 
canis, ou seja, os gatos tem baixa prevalência da doença. 
↳ Ocorrência da erliquiose canina é relatada em quatro continentes (África, América, Ásia e 
Europa) 
Competência vetorial: capacidade que tem de transmitir o patógeno. 
Histórico da Erliquiose no Brasil 
● 1973 - MG; ● 1976 - RJ; ● 1985 - Santa Maria – RS● 1988 - Curitiba - PR 
Atualmente - todo território brasileiro 
Etiologia 
↳ Ehrlichia canis ↳ Bactéria Gram-negativa; ↳ Intracelular obrigatória; 
 
● ORDEM: Rickettsiales ● FAMÍLIA: Anaplasmataceae 
Ciclo 
• Corpúsculos elementares: 0,2 a 0,6 μm 
 - Penetração em monócitos 
 - Multiplicação nos fagolisossomos celulares (onde deveriam ser destruídos) 
• Corpúsculos iniciais: 0,4 a 2,0 μm 
 - Grânulos subsesféricos de coloração rósea a púrpura 
• Mórulas: 2,0 a 4,0 μm 
 - 1 a 40 corpúsculos elementares 
Patogenia 
↳ Infecta leucócitos 
→ Monócitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corpos elementares (3 a 5 dias) → Corpúsculos iniciais (7 a 12 dias) → Mórula → Rompimento 
e saída de corpos elementares infectantes 
Patogenia 
 
 
 
 
 
 
 
↳ Multiplicam em uma das primeiras linhas de defesa do animal, o fagócito. O que afeta as 
células do sistema imune tende a afetar os linfonodos, fígado, baço, porque é onde essas 
células ficam, e então pode ter hiperplasia (aumento do número de células). 
↳ Os monócitos infectados podem estar nos endotélios de pequenos vasos, porque se ficar 
na grande circulação ele não consegue migrar, primeiro passa pelas veias, arteríolas pra 
conseguir fazer a função normal dele, a fagocitose, e isso pode causar vasculite (inflamação 
de vasos sanguíneos) 
 
 
Trombocitopenia: diminuição das plaquetas 
Trombocitopatia: doença das plaquetas 
 
 
 
 
Fagocitose 
Formação de fagossomo 
 
Inibição da fusão fagossomo-
lisossomo e multiplicação 
 
Lise celular e liberação 
de corpúsculos 
elementares 
 
 
 
Anemia: deficiência nos níveis de hemoglobina 
Leucopenia: Baixo nível de glóbulos brancos no 
sangue 
Pancitopenia: redução do número de eritrócitos 
Eritrofagocitose: fagocitose do eritrócito 
Sinais Clínicos 
● Depressão 
● Letargia 
● Anorexia 
● Febre Fase aguda 
● Esplenomegalia (aumento de tamanho do baço) 
● Linfadenopatia (aumento palpável dos linfonodos) 
• Tendências Hemorrágicas 
 
• Emaciação 
• Apetite seletivo 
• Depressão 
• Fraqueza 
• Anorexia 
• Mucosas pálidas Fase crônica 
• Edemas perif. 
• Hemorrogias (Epistaxe “perda de sangue pelo nariz”) 
• Neuropatias 
 
 
 
 
 
Primeiras evoluções clínicas da 
fase Assintomática (sub clinica) 
 
↳ Ocorrem também, raramente: 
● Glomerulonefrite e artrite: imunocomplexos ● Meningite secundária a vasculite 
↪ Glomerulonefrite: inflamação não-infecciosa dos glomérulos dos rins. 
↪ Artrite: Inflamação de uma ou mais articulações. 
↪ Meningite: inflamação das meninges 
 
Epidemiologia 
↳ E. canis x R. sanguineus 
 ↪ Não ocorre transmissão transovariana no E. canis (fêmea não transmite pro ovo), 
apenas tem manutenção transestadial (se a larva se infecta a linfa e o adulto também vai 
manter a infecção) 
 
Tem se pesquisado a competência vetorial do R. sanguinius em diferentes partes do mundo. 
Na espécie tropical do carrapato há competência vetorial alta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores (que afetam a severidade clínica e progressão da doença) 
↪ Raça (Pastor alemão é muito mais susceptível) 
↪ Diferenças individuais da resposta imune 
↪ Dose infectante 
↪ Patogenicidade do isolado 
↪ Idade 
Distribuição geográfica da “espécie 
tropical”, onde a infecção canina 
Ehrlichia canis é altamente prevalente 
Distribuição geográfica da “espécie 
temperada”, onde a infecção canina por 
Ehrlichia canis é rara ou ausente 
 
Diagnóstico: Erliquiose 
↳ Exame direto 
 - Esfregaço de sangue periférico e papa de leucócitos 
 - Presença de mórulas nos macrófagos 
↳ Isolamento em células (DH82) 
↳ Indireto (pesquisa de anticorpos) 
 - Imunofluorescência indireta 
 - ELISA 
 - PCR 
Diagnóstico: Babesiose e Rangeliose 
↳ Exame direto: 
 - Esfregaço de sangue periférico 
 - Difícil diferenciação entre os gêneros Babesia e Rangelia 
↳ Exame indireto 
 - RIFI para Babesia 
↳ PCR 
Diagnóstico das Hemoparasitoses 
↳ O hemograma pode ser usado para diferenciar e auxiliar no diagnóstico dar principais 
hemoparasitoses de cães no Brasil 
Hemograma da erliquiose 
• Anemia normocítica, normocrômica 
• Leucopenia, trombocitopenia ou pancitopenia 
Hemograma da babesiose 
• Anemia macrocítica hipocrômica 
• Reticulocitose 
• Geralmente ausência de trombocitopenia 
Hemograma da rangeliose 
• Anemia normocítica normocrômica 
• Anemia macrocítica hipocrômica 
• Com intensa trombocitopenia 
• Ausência de pancitopenia 
Tratamento das hemoparasitoses 
Tratamento da erliquiose 
↳ Droga específica 
● Doxiciclina 5 BID ou 10 SID mg/kg- IV ou Oral por no mínimo 21 dias 
↳ Terapia de suporte 
● Fluidoterapia ● Transfusões 
● Oximetolona (2 mg/kg, CID, VO) ou decanoato de nandrolona (1,5 mg/kg IM, 
semanalmente) -> Para estimular eritropoiese 
● Vit B 
● Imunomoduladores -> Levamisol 
Tratamento da babesiose e rangeliose 
↳ Droga específica 
● Diaminazeno- 2,5 a 3,5mg/kg, via IM dose única – Babesia spp. e Rangelia spp. 
● Isotianato de fenamidina - 1,5 mg/Kg, via SC em dois dias consecutivos - 
Babesia spp. 
● Dipropionato de Imidocarb - 7,5mg/kg dose única ou pode repetir em 14 dias – 
Babesia spp. e Rangelia spp 
↳ Terapia de suporte 
● Fluidoterapia ● Transfusão 
● Glicocorticóide - para evitar a anemia autoimune 
Prevenção e controle das hemoparasitoses 
 
↳ Inexistente no mercado vacina eficiente para os hemoparasitos de cães e gatos 
↳ Profilaticamente imidocarb na dose de 6mg/Kg, Via SC, pode proteger os cães de B. canis 
vogeli por duas semanas, e doxiciclina na dose de 10 mg/Kg BID por onze dias. 
Coleiras 
● Pode ser usada em animais jovens 
● Ação duradoura de até 7 meses contra carrapatos 
Desvantagens: necessita ser retirada do animal no momento do banho e baixo espectro de 
ação. Ex: Kiltix (Bayer) 
Comprimidos (oral) 
Sarolaner (Zoetis) acão contra: 
● Carrapatos (30 dias) ● Pulgas (30 dias) ● Sarna: escabiose e demodicose 
Ex: Simparic 
Fluralaner (MSD), contra: 
● Carrapatos (84 dias) ● Pulgas (84 dias) 
 Ex: Bravecto 
Afoxolaner, contra: 
● Carrapatos (30 dias) ● Pulgas (30 dias) 
 Ex: Nexgard

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