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Gabriella Comerlatto – T3 Epilepsia • Descarga elétrica anormal, causando despolarização súbita da fibra nervosa que gera um efeito sobre o corpoEpilepsia e Cefaleia • Caracterizada por quadros súbitos • Convulsões são manifestações paroxísticas das propriedades elétricas do córtex cerebral. Uma convulsão ocorre quando um desequilíbrio repentino entre as forças excitatórias e inibitórias na rede de neurônios corticais, em favor de uma excitação de início repentino • Crise convulsiva ≠ epilepsia (epilepsia é a manutenção de episódios de crise convulsiva) Causas crise convulsiva • Idiopática • Síndromes herdadas • Malformações congênitas (arteriovenosas, criam pressão no cérebro) • Angioma cavernoso • Infecção (principais causas em crianças) • TCE com fratura: causa mais comum em adultos jovens • Tumores tornam-se causa mais frequente na meia idade, geralmente é sintoma inaugural -> Faz TC para excluir tumor • Maior de 60 anos que começa com crise convulsiva SEMPRE pensar em tumor cerebral • AVC é a causa mais comum em idosos, junto com D. Alzheimer e outras condições degenerativas Distúrbios metabólicos • Hiper ou hipoglicemia • Hiper ou hiponatremia • Distúrbios do K Classificação de ILAE 2017 1. Início focal • Geralmente os tumores são as causas mais comuns • Acomete apenas um dos hemisférios cerebrais • Com o tempo pode virar generalizada 2. Início Generalizado • Geralmente em epilepsias herdadas • Acomete os dois hemisférios cerebrais • É uma crise que se espalha pelas comissuras, a principal é o corpo caloso 3. Início desconhecido Não se sabe a causa, chegou na emergência convulsionando, por exemplo Ainda podem ser: • Parcial simples: sem perda da consciência + sintomas complementares • Parcial complexa: ação motora mais complexa e existe a perda da consciência. No decorrer da crise fica entorpecido e confuso, apresentando comportamentos automáticos, como: caminhar desorientado, murmurar, rodar a cabeça, sentar e levantar • Neste caso ele não lembra dos movimentos praticados. Rebaixamento do sensório Generalizada • Perda da consciência, sempre • Evolui com síncope e movimentos oculares anormais, bem como outros sintomas motores tônico-clônicos, perda do controle esfincteriano • Após a crise a atividade não pode ser retomada imediatamente (período pós ictal), em alguns casos retorna às suas atividades normalmente, pode ou não ser precedida de áurea • Sempre com rebaixamento da consciência com ou sem perda do controle de esfíncteres Aura • Sintomas que precedem as crises epilépticas • Epilepsias de lobo temporal • Sensação desagradável, frequentemente indescritível no abdome • Auras occipitais: luzes cores, lampejos, tendem apresentar movimentos • Cacosmia (cheiros desagradáveis) pode preceder crises de uncus. A crise uncinada em adultos até que se prove ao contrário é um tumor temporal, geralmente gliomas * Crise generalizada = Grande mal * Crise de ausência = Pequeno mal Anamnese • Quais os sinais antes da crise? Teve áurea? quais sinais? • Quais ações durante as convulsões? • Pct foi capaz de se relacionar com o meio ambiente durante a convulsões e tem lembrança das convulsões? • Como pct se sentiu após a crise? quanto tempo demorou pra voltar ao normal? • Quanto tempo durou as convulsões? • Com que frequência ocorrem? • Sabe algum gatilho? • Mostrou resposta a terapia a convulsões? Diagnóstico diferencial Síncope: arritmia cardíaca, síncope vasovagal, disautonomia Condições metabólicas: hipoglicemia, hiponatremia Enxaqueca: aura, equivalente a enxaqueca Condições vasculares: AIT Distúrbios do sono: cataplexia, narcolepsia, terror noturno Distúrbios do movimento: discinesia paroxística Condições TGI: refluxo gastroesofágico em neonatos e lactentes Condições psiquiátricas: conversão, ataques de pânico, período de suspiro, fingimento, ganhos secundários Crise focal sem perda de consciência Parcial simples • Começa em uma área determinada • Fugazes, rápidas Crise de início focal com perda da consciência - parcial complexa: • Convulsões que começa em uma área do cérebro e a pessoa não está consciente • 1-2 min • Incluem automatismos (mexer lábios, mexer nas roupas) Crise clônica: Clônico significa movimentos rítmicos sustentados. Durante uma convulsão clônica a espasmo Crise tônica: Membros ficam repentinamente rígidos ou tensos Crises gelásticas: De risos e Choro descontrolado acontece Crises de ausência – pequeno mal: Lapsos de consciência, podendo haver olhar fixo • São um tipo de convulsões generalizadas, começam e terminam abruptamente • Crianças que começam a ir ruim na escola • Típica e atípica • Não se perde a quantidade da consciência (desmaiar) e sim da qualidade (fica boiando) Crise tônico clônica/ grande mal: • Duas fases: fase tônica há perda de consciência, o corpo se contrai e enrijece; já na fase crônica o paciente contrai membros. Diagnóstico • EEG (única indicação para ECG) e neuroimagem • Histórico clínico • Testemunhas na hora da crise • Neuroimagem: RM, TC, EEG -> PS excluir lesão. TC normal, punção lombar para exame e excluir meningite Tratamento • Na emergência: diazepam IV e difenil hidantoína (fenitoína). • NÃO USA DIAZEPAM IM. • Cuidado em crianças e idosos por risco de depressão respiratória Fenitoína: 18 mg/ kg em dose única + SF 250 por 2 h. Chegou pct convulsionando: • Cuidados gerais (acolhimento) • Manutenção via aérea, oferta de oxigênio; • Acesso venoso; manutenção de FC, FR, HAS • Diazepam IV. 1 ampola tem 10 mg, pode diluir em SF e aplicar devagar até a crise ceder, caso isso não ocorra, induzir coma com barbitúrico • Caso não funcionar: Midazolam • Pedir HM, Na, K • Medicamentos • Drogas antiepilépticas não têm IV, só VO Fenobarbital: Barato, 1 x dia IM 200 mg/ ml, não pode IV Outras drogas: carbamazepina, oxicarbazepina, valproato de sódio, divalproato de sódio (depakene) Cefaleia Tipos: • Migrânea • CTT: tipo tensional • CAT: trigêmino autonômicas • Cefaleia secundária Outra classificação: • Cefaleias primárias: Vascular = Enxaqueca / Muscular = Tensional • Cefaleia secundária: Causada por algo extracerebral O que doi na cabeça: • Couro cabeludo (galea – 6 camadas) • Pericrânio/ epicrânio (osso não doi, o que doi é aquilo que está em volta dele) • Duramater • Vasos sanguíneos quando distendidos • Enxaqueca, em salvas, CAT Osso e parênquima cerebral não doi Enxaqueca / Migrânea Principal cefaleia vascular • 80% têm histórico familiar • Tem prevalência de 15% na população, sendo mais frequente em mulheres e tem como pico de idade de 30 a 50 anos • 75% dos pacientes evoluem sem aura • Em geral, é uma cefaleia episódica associada a determinadas manifestações, como sensibilidade a luz, som ou movimento; náuseas e vômitos • Caráter pulsátil, hemicraniana, de duração de 3h-3 dias. Se for diária não é enxaqueca A cefaleia muitas vezes é reconhecida por seus ativadores, chamados de gatilhos • Claridade, luzes brilhantes • Barulho ou outros estímulos aferentes • Fome • Excesso de estresse; esforço físico • Mudanças de pressão barométrica • Oscilações hormonais • Ausência ou excesso de sono • Álcool ou outros estímulos químicos • Alimentação: ácidos, conservas, embutidos, gordura, chocolate, etc Fisiopatologia: Doença provocada por uma alteração vascular. O mastócito (rico em 5HT e histamina, potente dilatador) libera 5-HT, reagindo com receptores do vaso causando vasoconstrição. Após esse feito os vasos se dilatam muito Cefaleia tipo tensional • A cefaleia tensional se manifesta ao final de um dia cheio ou um período estressante, e pode persistir de maneira mais ou menos continua por muitos dias • É tipicamente leve a moderada, permitindo ao indivíduo continuar com suas atividades normais • A dor ocorre desacompanhada de ”premonições”, auras, enjoo, vômitos e outros sintomas comuns da enxaqueca. É referida também na pele • A atividade física não interfere na dor e surge geralmente no entardecer • Geralmente o pico de idade é aos 40 anos • Tem como gatilhos o estresse, privação de sono, dor muscular, cansaço • A dor é caracterizadapor desconforto bilateral • Pode ser na região occipital, frontal ou holocraniana • Ainda, a cefaleia tensional pode cursar com dor na nuca, nos músculos dos ombros e das costas Exame físico: músculos rígidos Cefaleia em salvas • Dor intensa de localização orbitária, supraorbitária e/ou temporal, unilateral, com duração de 15 minutos a 3 horas • As crises têm uma frequência variável, podendo ocorrer uma a cada dois dias ou até mesmo oito crises por dia, apresentando ritmicidade e ocorrência noturna • Os episódios de dor ocorrem em séries que duram semanas a meses, separados por períodos de remissão Sinais autonômicos: miose, edema palpebral, lacrimejamento e hiperemia conjuntival, congestão nasal e rinorreia, ptose palpebral, sudorese frontal e flushing (rubor facial) • Está presente também, inquietude motora ou cansaço Tratamento agudo • Repouso, ambiente confortável, oxigenioterapia, acesso venoso periférico, sinais vitais, hidratação • Sintomáticos: metoclopramida, bromoprida • Analgésicos: diclofenaco, cetoprofeno, piroxican, dipirona Sempre IV, VO risco de vomitar Tratamento ambulatorial: Lamotrigina, topiramato, ADe (ISRS e ADT) Atenção: QUALQUER cefaleia súbita: “pior dor que já senti": Ficar de olho, afastar HSA por ruptura de aneurisma. Fazer TC. Cefaleia secundária: DM, HAS, aterosclerose e processo expansivo intracraniano (PEIC). SP5: SEDAÇÃO E ANALGESIA: Por que tenho que saber? • Aumento dos procedimentos fora do CC que necessitam de sedação ou de analgesia ou ambos • Estudo americano: só 4% das sedações realizadas são feitas por especialista O que é? Amnésia, Hipnose farmacológica, Imobilidade, Embotamento dos reflexos autonômicos, Analgesia Onde é realizado? Qualquer ambiente intra-hospitalar O que devo avaliar no local onde será realizado? Espaço físico, Equipamentos, Equipe (Sempre explicar para equipe oq será feito) Sempre realizar monitorização: PA não invasiva, Sat Oxigênio, Cardioscópio Quais os riscos que posso encontrar? • Instabilidade hemodinâmica • Depressão ventilatória • Broncoaspiração • Reflexo vasovagal importante • Efeito paradoxal das drogas Qual o meu objetivo na hora de escolher a técnica? • Natureza do procedimento • Idade do paciente • Condições físicas do paciente • Técnicas e drogas que proporcionam recuperação mais rápida • Poucos efeitos colaterais • Alta precoce do setor Quais os protocolos para médicos não anestesiologistas? • Sedação consciente: Pct mantém respiração sozinho e sem auxilio, mantém estável hemodinamicamente, responsivo • Sedação profunda: Pouca depressão ventilatória, não responsivo Escolhendo as drogas • Sedativos: atitividade/modera a excitação e acalma • Raramente consegue aprofundar muito Hipnótico: produz sonolência e facilita o início e a manutenção de um sono que lembra o natural • Consegue aprofundar mais, induzir coma Hipnoanalgésicos: causam hipnose farmacológica e analgesia Analgésicos: inibem a dor Sedativos mais usados: • BZD: amnesia/ ansiólise/ ação anticonvulsivante/ baixa influência no estado hemodinâmico/ baixa influência a ventilação e tem antagonista - Bom para convulsão, pct ansioso • Diazepam (0,3-0,5 mg/kg): Se for intoxicação SOMENTE de diazepam é só esperar acabar a meia vida; se tiver consumo de outra substância pode induzir depressão respiratória • Midazolam (0,05-0,15 mg/kg): Pararam um pouco de usar pq a meia vida é muito longa • Faz dilatação das coronárias e faz menos depressão respiratória • Alfa2- agonistas: sedação e analgesia/ hipotensão/ bradicardia/ náuseas e boca seca/ não causa depressão ventilatória • Paciente fica com um sono mais natural, continua responsivo, só que não causa amnésia • Dexmedetomidina (precedex) 1mg/kg e manutenção de 0,2-0,7 mg/kg/h • Clonidina 1-3 mg/kg • Demora uns 20 min para ter efeito Diazepam + precedex é ótimo Hipnóticos: depressão dose dependente do SNC/ acalmia ou sonolência/ sono/ inconsciência/ coma/ anestesia cirúrgica/ depressão fatal da respiração e da regulação do sistema cardiovascular Propofol: dose de 2 a 2,5 mg/kg adulto e 3 mg/kg em criança Propofol + etomidato é ótimo (muito utilizado) • Propofol é utilizado para induzir coma em UTI • É antiemético (10 mg) • Não tem efeito ressaca; amnésia bem leve Hipnoanalgésicos: levam a hipnose e a analgesia ao mesmo tempo Cetamina: dose 0,5 a 1,5 mg/kg IV; 4 a 6 mg/kg IM; 8 a 10 mg/kg retal • Não causa depressão respiratória • Paciente não responde a estímulo físico, verbal; amnésia leve; • Tem movimentos involuntários • Pcts queixam-se de alucinações nas 4h depois da anestesia • Bom para criança (não tem tanta alucinação) • Associação com BDZ diminuem as alucinações; sempre reduzir a dose do BDZ • Aumenta pressão intracraniana e intraocular (cuidar com traumatismos ou histórico de pressão intracraniana) • Bom para fazer IOT; pct chocado; Analgésicos • AINES: não usa pq demora muito • Opióide: rápido/ analgesia profunda/ depressão ventilatória • Fentanil • Sufentanil (CC/ muito potente/ se fizer em pct emagrecido tem mais risco de tórax de aço) • Alfentanil (rápido e meia vida curta, causa rigidez de tórax → "tórax de aço”/ é um pouco mais estável) • Remifentanil (CC/ muito potente, mas grande chance de tórax de aço) • Meperidina (parou de usar pq os pcts viciavam) • Morfina (demora um pouco mais/ dura mais tempo/ seda bastante/ causa muita náusea e vômito/ 1mg/kg) Exemplo: Fentanil + midazolam 2023.01