Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 1 Glândula suprarrenal SUPRARRENAL A principal função dela é a produção de hormônios esteroides e catecolaminas. HISTOLOGIA Zona glomérulosa: é a zona mais periférica e representa 15% do córtex . ela é formada de células produtoras de mineralocorticoides (aldosterona). • Produção da aldosterona é estimulada pela angiotensina II. Zona fasciculada: 80% do córtex. É formada por células produtoras de glicocorticoides (cortisol), o qual modula o metabolismo de glicose e AG. • Produção de cortisol é estimulada pelo ACTH. Zona reticulada: 5% do córtex. É formada por células produtoras de androgênios (DHEA, DHEAS, e androstenediona). • Produção dos androgênios é estimulada pelo ACTH. EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE Hipotálamo estimula a adenohipófise a produzir ACTH, o qual vai para a zona fasciculada e reticulada e induz o córtex da suprarrenal a produzir glicocorticoides e androgênios. - O excesso de cortisol diminui a produção de ACTH e CRH por um feedback negativo para manter a homeostase do organismo. SÍNDROME DE CUSHING Caracterizada pelo aumento do nível sérico de cortisol. Ela é subdividida em 2 grupos. SC endógena: pode advir de dois quadros. I. Dependente de ACTH: 70-80% dos casos. Causada pela doença de Cushing e pela secreção ectópica de ACTH. II. Independente de ACTH: 20-30% dos casos. Causada por neoplasias adreno corticais primárias e pela hiperplasia macro e micronodular bilateral. SC exógena: é o subtipo mais comum, é causada devido a excesso de cortisol exógeno. Pode causar atrofia cortical, pois o excesso de cortisol inibe o ACTH (para de estimular o córtex). Subtipo classificado como SC iatrogênica Quando não tem desmame, o quadro de atrofia com estresse leva o paciente ao quadro de insuficiência adrenocortical aguda. • Atrofia só ocorre na zona fasciculada e reticulada (zonas que respondem ao cortisol). Macroscopia da SC: apresenta alterações na hipófise e suprarrenal. - Alterações de hipófise: alteração hialina de Crooke (acúmulo intracelular de filamentos intermedios de queratina devido altos níveis de glicocorticoides endógenos e exógenos). - Alterações da suprarrenal: atrofia cortical (na SC iatroegênica e adenoma secretor de cortisol por falta de estimulo da zona fasciculada e reticular pelo ACTH – Porção glomérulosa esta normal, pois é independente de ACTH) e hiperplasia difusa (microadenoma, DC e produção ectópica de ACTH). Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 2 Quadro clínico SÍNDROME DE CUSHING DEPENDENTE DOENÇA DE CUSHING Causa endógena + comum (70-80%) causada por um microadenoma hipofisário secretor de ACTH. Caracterizada pelo aumento de cortisol devido o microadenoma hipofisário. Tem maior incidência em mulheres na faixa dos 20-30 anos. Mecanismo: o microadenoma estimula a liberação de ACTH, o qual atua na suprarrenal de forma difusa, gerando uma hiperplasia difusa bilateral. - Bilateral pois o ACTH está livre na circulação e vai estimular as duas glândulas. SECREÇÃO ECTÓPICA DE ACTH 3º causa mais comum (5-10%). Caracterizada pela produção ectópica de ACTH, a qual pode ser devido um carcinoma de pequenas células pulmonares (síndrome paraneoplásica) ou pelo carcinoma medular da tireoide e pelas neoplasias neuroendócrinas (principalmente do pâncreas). Carcinoma de pequenas células pulmonares: é um câncer de pulmão que produz ACTH em grande quantidade. Sua maior incidência é em homens entre 60-70 anos e cursa com hiperplasia cortical difusa e bilateral. SÍNDROME DE CUSHING INDEPENDENTE ↑ Cortisol e ↓ACTH Representa 20-30% dos quadros endógenos. E é causado pelas neoplasias adrenocorticais primárias (adenoma secretor de cortisol (10-20%) e carcinoma secretor de cortisol (5-7%). ADENOMA SECRETOR DE CORTISOL Sua maior incidência é em mulheres de 30-50 anos. Caracterizada pela atrofia cortical do parênquima adjacente e atrofia da glândula contralateral e a supressão do ACTH endógeno. Isso ocorre pois o adenoma da glândula está produzindo muito cortisol e diminuindo o ACTH como feedback negativo. HIPERPLASIA MACRONODULAR BILATERAL É incomum e com maior frequência em mulheres de 50-60 anos. Causa idiopática, mas com suspeita de que a super expressão ectópica de outros receptores hormonais (principalmente nas áreas responsivas da zona fasciculada) seja uma das possíveis causas. • EX: GIP, LH e ADH. - As células da zona fasciculada não apresentam receptores de ACTH normalmente, mas com alterações da hiperplasia macronodular ela passa a apresentar os receptores para ACTH, LH e ADH. Essa expressão ectópica faz com que a célula fique responsiva á diferentes hormônios, ou seja, fica muito ativada e inibe o ACTH. • Mutação somática em GNAS mantem despolarização da célula constante, devido a produção de cortisol. • Cursa com hiperplasia macronodular (nódulos com mais de 10mm). • Também pode ter mutações germinativas no gene ARMC5 (gene de repetição Armadillo contendo 5 – supressor tumoral). HIPERALDOSTERONISMO Termo para um grupo de condições relacionadas e caracterizadas pela hiperprodução crônica de aldosterona. E é subdividido em 2 grupos. Complicações clínicas: principal é HAS secundária. - Clínica: hipertrofia cardíaca, AVE e hipocalemia (distúrbio neuromusculares). Diagnóstico: teste de supressão da aldosterona. HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO ↑ aldosterona ↓ renina Caracterizado por uma resposta a ativação do sistema renina-angiotensina e aumento do nível sérico de renina. Nesse tipo, tem a produção autônoma de aldosterona, levando o SRR a ser suprimido. Principais causas: hiperplasia idiopática bilateral, neoplasias adrenocorticais primárias (adenoma solitário secretor de aldosterona é o mais comum – Chamado de síndrome de Conn) e hiperaldosteronismo familiar (HF1 é chamado de aldosteronismo supressível com glicocorticoide). HIPERPLASIA IDIOPÁTICA BILATERAL Caracterizado pela hiperplasia nodular bilateral difusa ou focal das células glomerulosas. - Causa + comum de hiperaldosteronismo primário. Patogênese: idiopática, mas é associada a mutações no gene KCNJ5, ele codifica a proteína GRIK4 (reguladora do canal de potássio). Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 3 - Mutação nesse gene faz com que o canal fique menos seletivo e assim tenha um influxo inesperado de sódio (antes era só de potássio), oque causa uma despolarização constante da célula glomérulosa, resultando no aumento da aldosterona. Mutação associada ao HF3 (hiperaldosteronismo familiar tipo III). NEOPLASIAS ADRENOCORTICAIS PRIMÁRIAS Caracterizada pela síndrome de Conn (adenoma solitário secretor de aldosterona). Carcinoma raro com maior incidência em mulheres de 20-40 anos. Patogênese: mutações no gene KCNJ5, CACNA1H (regula a produção dos canais de cálcio) e ATP1A1 (regula ATPase, que controla a troca de NA+ e K+). - A junção dessas mutações causa uma célula glomérulosa constantemente despolarizada, aumentando assim os níveis de aldosterona. Macroscopia: lesões solitárias, pequenas, bem delimitadas, coloração amarelo-brilhante na superfície de corte e composta de células corticais carregadas de lipídios (parece mais as células da zona fasciculada do que da glomérulosa). Microscopia: em geral as células são de tamanhos e formatos uniformes e dificilmente apresentam pleomorfismo nuclear. - Presença de corpos de espironolactona (inclusões citoplasmáticas laminadas). HIPERALDOSTERONISMO FAMILIAR Dividido em 4 subtipos: HF1, HF2, HFE e HF4. • HF1 (aldosteronismo supressível com glicocorticoides) é o mais comum. CYP11B1 e CYP11B2 são os 2 principais genes que regulam a produção de aldosterona e ambos ficam localizados no cromossomo 8. - CYP11B1: gene promotor responsivo a CTH, ou seja, ACTH estimula ele. - CYP11B2: codifica aldosterona sintase (produção de aldosterona) e é responsivo a angiotensina II.Rearranjo no cromossomo 8 induz alterações, onde o CYP11B1 vira promotor e regulador do CYP11B2 (antes era responsivo a angio II e agora é responsivo a CYP11B1), fazendo com que a aldosterona seja responsiva ao ACTH. Administração de cortisol em excesso, diminui o ACTH e o nível de aldosterona. Quadro clínico: HAS secundária, hipopotassemia, fraqueza muscular, doenças visuais, tetania franca e parestesias. HIPERALDOSTERONISMO SECUNDÁRIO Caracterizado pela hiperprodução autônoma de aldosterona, associada á supressão do sistema renina-angiotensina e baixo nível de renina. SRA pode ser ativado por: hipoperfusão renal (nefrosclerose arteriolar e estenose da artéria renal), hipovolemia arterial e edema (causa hipoperfusão renal – insuficiência cardíaca congestiva, cirrose e síndrome nefrótica) e gravidez ( estrogênio aumenta liberação de renina) SÍNDROMES ADRENOGENITAIS Distúrbios de diferenciação sexual (virilização ou feminilização). Normalmente estão associadas ao hipercortisolismo (SC) e podem ser de 2 tipos. - PURA: paciente só apresenta androgênio. - MISTA: androgênio + hipercortisolismo. Zona reticulada produz androgênio e a zona fasciculada produz glicocorticoides. Ambas são estimuladas pelo ACTH, e por isso está associada a síndromes de hipercortisolismo (SC). Manifestações nas meninas: hirsutismo (pelos em mulheres), acne e irregularidade menstrual. Manifestações nos meninos: crescimento da genitália externa masculina e oligospermia. As 2 primeiras síndromes são as mais graves e além dessas manifestações, apresenta pseudo- hermafroditismo e hipertrofia do clitóris. I. NEOPLASIAS ADRENOCORTICAIS PRIMÁRIAS: os adenomas e carcinomas (carcinoma secretor de androgênio é o + comum). Mais comum em adultos e idosos. II. HIPERPLASIA SUPRARRENAL CONGÊNITA: causa principal de virilização em crianças. É uma doença autossômica recessiva, normalmente hereditária e caracterizada por erros inatos do metabolismo de hormônios Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 4 esteroides, oque leva a uma deficiência nas enzimas envolvidas na esteroidogênese. Principal enzima alterada é a 21-alfa-hidroxilase Sem a 21-a-hidroxilase, não tem formação de aldosterona e cortisol favorecendo a formação de testosterona e por isso tem tendencia a virilização. Síndromes clínicas: ocorre devido a deficiência dessa enzima (21-alfa-hidroxilase), as quais são determinadas de acordo com o grau de deficiência (deficiência total, parcial e branda/leve). ADRENOGENITALISMO COM PERDA DE SAL (CLÁSSICO) Paciente perdendo sódio e não produz aldosterona Cursa com virilização e é caracterizado por uma deficiência total de 21-alfa-hidroxilase, inibindo totalmente a produção de mineralocorticoides (aldosterona) e ausência de cortisol. - Mas nesse caso, os androgênio em excesso serão convertidos em testosterona na periferia. Quadro clínico: o diagnóstico normalmente é após o nascimento da criança e após o nascimento a criança costuma apresentar hiponatremia e hipernatremia, oque favorece o surgimento de uma acidose com baixa volemia (hipotensão), ou seja, é comum a criança cursa com choque e colapso cardiovascular. Nível de ACTH do paciente estará alto, induzindo o paciente a uma hiperplasia ADRENOGENITALISMO VIRILIZANTE SIMPLES Caracterizada pela deficiência parcial de 21-alfa- hidroxilase, ou seja, é capaz e produzir aldosterona, mas não suficiente para mante o nível de sódio adequado. - O baixo nível de cortisol leva a um aumento do ACTH, hiperplasia e aumento dos androgênios. 1/3 dos pacientes cursam com ambiguidade genital ADRENOGENITALISMO NÃO CLÁSSICO (TÁRDIO) Caracterizada pela deficiência leve de 21-alfa- hidroxilase, ou seja, não tem deficiência de aldosterona e cortisol. - As manifestações são leves e tardias, pois a deficiência é leve, mas ao longo do prazo tem uma maior estimulação na produção de androgênio na puberdade, e então começa a surgir as alterações da patologia. HIPOFUNCIONAMENTO ADRENOCORTICAL Essa hiperfunção adrenocortical é chamada de insuficiência adrenocortical, pois o córtex cortical é incapaz de manter a produção adequada de hormônios. Caracterizada por distúrbio estruturais ou funcionais que interferem na produção de níveis adequados de hormônios adrenocorticais. HIPOADRENALISMO PRIMÁRIO É o mais comum e pode ser dividido em 2 tipos. Principais causas: na maioria dos casos é autoimune, mas pode ser por AIS, tuberculose e câncer metastático. HIPOADRENALISMO AGUDO: crise adrenal. - Incapacidade de produzir hormônios esteroides, principalmente o cortisol. Manifestação: vomito intragável, dor abdominal, hipotensão (devido a perda de líquidos e incapacidade de produzir aldosterona), colapso vascular (pode evoluir para o coma) e apresenta um quadro de evolução rápida. Cenários clínicos: interrupção abrupta dos esteroides (glicocorticoides exógenos – feedback negativo cursa com a diminuição de ACTH e atrofia cortical da suprarrenal, sendo incapaz de produzir os esteroides e entrado em uma crise adrenal) e doença de Addison (nesse caso pelo menos 90% do córtex está destruído, causando a insuficiência adrenal crônica devido a destruição progressiva do córtex adrenal – Se ele passar por um estresse, não tem capacidade de produzir esteroides, devido a falta de células corticais). SÍNDROME DE WATERHOUSE-FRIDERICHSEN: caracterizada por uma infecção bacteriana fulminantes (Neisseria meningites, pseudomonas, pneumococos e haemophilus influenzae) que vai evoluir com hipotensão progressiva e choque. - Apresenta coagulação disseminada com purpuras disseminadas na pele. Com esses quadro, o paciente evolui para uma hemorragia suprarrenal maciça bilateral HIPOADRENALISMO CRÔNICO: doença de Addison. - É uma doença incomum, caracterizada pela destruição progressiva do córtex da suprarrenal. Ela só se manifesta quando tem uma destruição de 90% do córtex e sua maior incidência é em mulheres caucasianas. Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 5 Principais causas: autoimune (adrenalite), adrenalite tuberculosa, pacientes com AIDS (devido infecções oportunistas, principalmente o citomegalovírus, mycobacterium avium, HHV8 (quando está associado a ele, é comum o paciente evoluir com sarcoma de Kaposi) e canceres metastáticos (metástase para suprarrenal – câncer de pulmão, mama e melanoma). Patogênese: adrenalite autoimune é a mais comum (70%) e é caracterizada pela destruição autoimune das células esteroidogêneses devido o aumento de anticorpos contra 17-alfa-hidroxilase e 21-alfa- hidroxilase. - Ela pode ser isolada (40%) ou associada com poliendócrinopatias autoimunes (SPA – 60%). SPA1: a principal mutação é no gene AIRE (gene de regulação autoimune) SPA1 é caracterizado por uma candidíase mucocutânea crônica, distrófica ectodérmica e varias outras doenças autoimune. SPA2: caracterizado por adrenalite autoimune, DM1, tireoidite autoimune e é uma doença que prevalece mais em adultos e idosos. Quadro clínico: inicio silencioso que se manifesta com a redução de glicocorticoides e mineralo (quando per 90% do parênquima). - Sintomas iniciais: fadiga progressiva e fatigabilidade inicial. Posteriormente evolui com distúrbios gastrointestinais (anorexia, náusea, vomito, perda de peso e diarreia). - Paciente tem hiperpigmentação cutânea (importante para o diagnóstico) que surge em áreas expostas ao sol e pontos de contato (joelho, pescoço, articulação dos dedos, lábios e face). Ela ocorre devido a redução de cortisol causar um feedback que estimula a POMC e ela origina alfa MSH, que estimula os melanócitos a produzirem melanina em excesso. Devido a redução de aldosterona, o paciente cursa com hiponatremia e hiperpotassemia (diminui a volemia do sangue) e causa hipotensão. HIPOADRENALISMO SECUNDÁRIO Causada por distúrbios do hipotálamo ou hipófise que reduz os níveis de ACTH. Principais causas: infecções, infarto, traumae câncer metastático. ADENOMA ADRENOCORTICAL Neoplasia originada das células adrenocorticais e é a mais comum da suprarrenal e sua maior incidência é em mulheres de 50-60 anos no Sul do Brasil devido a síndrome de Li-Fraumeni (mutação do germinativa de TP53). Não funcionantes: é a maioria (90%), ele causa efeito de massa (cresce e compromete estruturas adjacentes). Funcionantes: associados a síndrome de Conn (hiperaldosteronismo primário) ou síndrome de Cushing. Paciente pode cursar com virilização (excesso de androgênio produzido) ou feminilização (androgênio em excesso é convertido em estradiol e estrogênio). PATOGÊNESE: maioria é esporádico e tem mutações somáticas (adquiridas) ou quando são hereditárias, são as seguintes: - Síndrome de Li-Fraumeni, síndrome Beckwith- Wiedemann (mutação do cromossomo 11 que leva a super-expressão de IGF2, que é um fator de crescimento – Língua, coração, baço e pâncreas crescem muito), Tríade de Carney (doença genética rara em que o paciente cursa com condroma pulmonar e neoplasia extra suprarrenal e tumor gástrico). Macroscopia: lesão nodular, bem delimitada, solitária e maior se for unilateral, coloração amarelo-dourado e pode ter focos escuros associados a hemorragia ou excesso de lipofuscina. Microscopia: célula compactadas em ninhos e cordoes, citoplasma granular, eosinofilico e abundante (associado a grande quantidade de lipídeo), núcleos redondos e compactos. - Pode ter células bi e multinucleadas. Também apresenta baixo grau de pleomorfismo IMH: marcação fraca para KI67 (marcador de proliferação) e positiva para SF1 (fator esteroidogênico) e inibina alfa (+). Mais observados no adenoma funcionante Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 6 Quadro clínico: depende do tipo de hormônio que o adenoma está produzindo (funcionante). No adenoma não funcionante, ele é silencioso e causa efeito em massa. - Aldosterona (hiperaldosteronismo), cortisol (síndrome de Cushing) e androgênio (síndrome adrenogenital). MIELOLIPOMA Pode surgir associado a síndrome de Cushing, mas normalmente é associado a hiperplasia suprarrenal congênita. É a segunda neoplasia mais comum e é achada incidentalmente. • Patogênese idiopática. Macroscopia: lesão nodular grande (10cm), bem delimitadas e normalmente solitária e unilateral. - Ao corte: coloração amarela/avermelhada, pequenas áreas de hemorragia e necrose. Microscopia: neoplasia composta por adipócitos maduros e células hematopoiéticas diferenciadas (dentro das células tem um tecido com muito eritrócito e megacariócitos), também pode ter áreas de calcificação, metaplasia óssea e fibrose. Quadro clínico: quando a massa é grande, tem efeito de massa devido a compressão da veia cava. - Paciente pode ter hemoperitônio (hemorragia na cavidade abdominal e equimose nos flancos). CARCINOMA ADRENOCORTICAL A maioria desses carcinomas são funcionantes (produzem hormônios). Ele apresenta uma alta taxa de mortalidade, pois invade rapidamente as estruturas adjacentes e causa metástase. Sua maior incidência é em mulheres (crianças de 10 anos e adultos de 50-60). - 50% produz cortisol (síndrome de Cushing). - 20% produz androgênios (sind. adrenocortical). - 8% produz aldosterona (aldosteronismo). - 15 á 20% é mista (cortisol e androgênio). PATOGÊNESE: esporádicos (90% dos casos), onde tem super expressão de IGF-2 e mutação somática em TP53, RB, CTNB1 (via da ß-catenina), ATM e NF1 - Hereditário: associado a síndrome de Lynch (envolvida no câncer de colo retal), síndrome de Li- Fraumeni, síndrome de Beckwith-Wiedemann, nurofibromatose I, NEM-1 (neoplasia endócrinas múltiplas do tipo 1) e HSRC (hiperplasia suprarrenal crônica). Macroscopia: lesão nodular grande (+20cm), massa volumosa, unilateral, coloração amarelada, acastanhada/avermelhada (variável), necrose, hemorragia e áreas císticas. - Lesão mal delimitada (não consegue saber qual o lado da suprarrenal) Microscopia: células bem diferenciadas (células neoplásicas grandes com citoplasma granular, claro e eosinofilico) e células pouco diferenciadas (anaplasia – células gigantes, monstruosas e bizarras) e inclusões intranucleares e mitose atípica IMH: positivo para KI-67 e IGF-2. Quadro clínico: massa neoplásica pode invadir a via suprarrenal, VCI, vasos linfáticos e rim. Metástase para os linfonodos regionais e periaórticos. - Pulmão é o principal foco de metástase por via hematogênica -> Sobrevida média de 2 anos. FEOCROMOCITOMA Originada das células cromafins (produtoras de catecolaminas) e em 90% dos casos o paciente apresenta HAS secundária. É a principal neoplasia adrenomedular, com maior incidência em mulheres de 50-70 anos. Essa neoplasia é caracterizada pela regra dos 10: I. 10% não surgem na suprarrenal, são extrasuprarrenais. Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 7 II. 10% é esporádico e são bilaterais. III. 10% tem comportamento biológico maligno. IV. 10% não estão associados com a HAS. V. 25% é associado a mutações germinativas oncogênicas. Essas mutações são divididas em 2 grupos de genes. a. Genes que intensificam a sinalização dos receptores dos fatores de crescimento (gene RET e NF1). b. Genes que aumentam atividade e estabilidade dos fatores de transcrição induzidos por hipóxia (HIF-alfa-1 e 2|e os genes principais são VHL e EPAS1. c. Mutações em succinato desidrogenase (SDHB, SDHC e SDHD). Todos esses genes juntos favorecem a mutação e formação de feocromocitoma. Macroscopia: tamanho variável (depende da malignidade), lesões encapsuladas, coloração castanho-avermelhada e na maioria dos casos são unilaterais (90% dos casos). Microscopia: células cromafins poligonais ou fusiformes circundadas por células de sustentação que forma ninho ou alvéolos (Zellballen) e uma rixa rede vascular e pode ter células gigantes. IMH: positivo para cromogranina e sinaptofisina. - 2 marcadores de células endócrinas. Quadro clínico: quando é maligno, tem metástase para linfonodos regionais, fígado, pulmão e ossos. - Feocromocitoma se manifesta inicialmente como HAS secundária, além disso pode ter crises paroxísticas (elevação abrupta da PA, taquicardia, palpitação, sudorese, náuseas e vômitos). Prognostico: na maioria dos casos é benigno (bom prognostico), mas é necessário fazer a retirada cirúrgica. - Quando é maligno tem sobrevida tem 5 anos, devido as complicações cardíacas causadas pela liberação de catecolaminas.
Compartilhar